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Caro Professor
É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário Geral.
Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve a necessidade de
reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração do aluno se faça sem
sobressaltos e para que as competências gerais, tão importantes para a vida continuem a ser
desenvolvidas e consolidadas neste novo ciclo de estudos.
Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje tem em mãos
é resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da DINEG, de professores das
várias instituições de ensino e formação, quadros de diversas instituições públicas, empresas e
organizações, que colocaram a sua experiência neste exercício de transformação curricular e a quem
aproveito desde já, agradecer.
Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas, apelo ao
estudo permanente das sugestões que eles contêm. Para que convoquem a vossa e criatividade e
empenho para levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens que amanhã engrossarão o
contingente nacional para o combate à pobreza.
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1. Introdução
A Transformação Curricular do Ensino Secundário Geral (TCESG) é um processo que se enquadra
no Programa Quinquenal do Governo e no Plano Estratégico da Educação e Cultura e tem como
objectivos:
O Currículo do ESG, a ser introduzido em 2008, assenta nas grandes linhas orientadoras que visam a
formação integral dos jovens, fornecendo-lhes instrumentos relevantes para que continuem a
aprender ao longo de toda a sua vida.
O novo currículo procura por um lado, dar uma formação teórica sólida que integre uma
componente profissionalizante e, por outro, permitir aos jovens a aquisição de competências
relevantes para uma integração plena na vida política, social e económica do país.
Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando uma
formação integral do indivíduo que assenta em quatro pilares, assim descritos:
Saber Ser que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual, crítico e estético, de
modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os seus
próprios juízos de valor que estarão na base das decisões individuais que tiver de tomar em
diversas circunstâncias da sua vida;
Saber viver juntos e com os outros que traduz a dimensão ética do Homem, isto é, saber
comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros homens de diversas
culturas, religiões, raças, entre outros.
Agenda 2025:129
Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação se organize
em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para compreender o mundo, agir
sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e comportar-se de forma responsável.
Neste quadro, o desafio da escola é, pois, fornecer as ferramentas teóricas e práticas relevantes para
que os jovens e os adolescentes sejam bem sucedidos como indivíduos, e como cidadãos
responsáveis e úteis na família, na comunidade e na sociedade, em geral.
A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Isto significa que o papel da
escola transcende os actos de ensinar a ler, a escrever, a contar ou de transmitir grandes quantidades
de conhecimentos de história, geografia, biologia ou química, entre outros. Torna-se, assim, cada
vez mais importante preparar o aluno para aprender a aprender e para aplicar os seus conhecimentos
ao longo da vida.
Perante este desafio, que competências são importantes para uma integração plena na vida?
Naturalmente que o desenvolvimento das competências não cabe apenas à escola, mas também à
sociedade, a quem cabe definir quais deverão ser consideradas importantes, tendo em conta a
realidade do país.
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c) Desenvolvimento de juízo crítico, rigor, persistência e qualidade na realização e
apresentação dos trabalhos;
d) Resolução de problemas que reflectem situações quotidianas da vida económica social do
país e do mundo;
e) Desenvolvimento do espírito de tolerância e cooperação e habilidade para se relacionar bem
com os outros;
f) Uso de leis, gestão e resolução de conflitos;
g) Desenvolvimento do civismo e cidadania responsáveis;
h) Adopção de comportamentos responsáveis com relação à sua saúde e da comunidade bem
como em relação ao alcoolismo, tabagismo e outras drogas;
i) Aplicação da formação profissionalizante na redução da pobreza;
j) Capacidade de lidar com a complexidade, diversidade e mudança;
k) Desenvolvimento de projectos estratégias de implementação individualmente ou em grupo;
l) Adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências, idosos e crianças.
Importa destacar que estas competências encerram valores a serem desenvolvidos na prática
educativa no contexto escolar e extra-escolar, numa perspectiva de aprender a fazer fazendo.
As competências acima indicadas são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG esteja
preparado para produzir o seu sustento e o da sua família e prosseguir os estudos nos níveis
subsequentes.
Perspectiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é, adaptar-se a uma
economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que exigem cada vez mais novas
habilidades relacionadas com adaptabilidade, adopção de perspectivas múltiplas na resolução de
problemas, competitividade, motivação, empreendedorismo e a flexibilidade de modo a ter várias
ocupações ao longo da vida.
A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica com vista a um
desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a comunidade escolar é
chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na resolução de situações-problema
parecidas com as que se vão confrontar na vida.
No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e dos temas
transversais. De referir que, embora os valores se encontrem impregnados nas competências e nos
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temas já definidos no PCESG, é importante que as acções levadas a cabo na escola e as atitudes dos
seus intervenientes sobretudo dos professores constituam um modelo do saber ser, conviver com os
outros e bem fazer.
Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima definidas de tal
forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele contribuam
para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e co-curriculares
sejam suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades,
atitudes e valores.
O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma explícita, ao longo do
ano lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina, são dadas indicações para a sua
abordagem no plano temático, nas sugestões metodológicas e no texto de apoio sobre os temas
transversais.
O desenvolvimento de projectos comuns constitui-se também com uma estratégias que permite
estabelecer ligações interdisciplinares, mobilizar as competências treinadas em várias áreas de
conhecimento para resolver problemas concretos. Assim, espera-se que as actividades a realizar no
âmbito da planificação e implementação de projectos, envolvam professores, alunos e até a
comunidade e constituam em momentos de ensino-aprendizagem significativos.
A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo globalizado. No
currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas Moçambicanas, línguas
estrangeiras (Inglês e Francês).
O desafio da escola é criar espaços para a prática das línguas, tais como a promoção da leitura
(concursos literários, sessões de poesia), debates sobre temas de interesse dos alunos, sessões para a
apresentação e discussão de temas ou trabalhos de pesquisa, exposições, actividades culturais em
datas festivas e comemorativas, entre outros momentos de prática da língua numa situação concreta.
Os alunos deverão ser encorajados a ler obras diversas e a fazer comentários sobre elas e seus
autores, a escrever sobre temas variados, a dar opiniões sobre factos ouvidos ou lidos nos órgãos de
comunicação social, a expressar ideias contrárias ou criticar de forma apropriada, a buscar
informações e a sistematizá-la.
Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das línguas e, no caso da
língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras de autores moçambicanos constitui um
pilar para o desenvolvimento do espiríto patriótico e exaltação da moçambicanidade.
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1.5. O Papel do Professor
Para conseguir este feito, o professor deverá colocar desafios aos seus alunos, envolvendo-os em
actividades ou projectos, colocando problemas concretos e complexos. A preparação do aluno para a
vida passa por uma formação em que, o ensino e as matérias leccionadas, tenham significado para a
vida do jovem e possam ser aplicados a situações reais.
O ensino - aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará mais sentido se
estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os conteúdos inerentes à disciplina,
às componentes transversais e às situações reais.
Tendo presente que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, é importante que este consiga:
Este empreendimento exige do professor uma mudança de atitude em relação ao saber, à profissão,
aos alunos e colegas de outras disciplinas. Com efeito, o sucesso deste programa passa pelo trabalho
colaborativo e harmonizado entre os professores de todas as disciplinas. Neste sentido, não se pode
falar em desenvolvimento de competências para vida, de interdisciplinaridade se os professores não
dialogam, não desenvolvem projectos comuns ou se fecham nas suas próprias disciplinas. Um
projecto de recolha de contos tradicionais ou da história local poderá envolver diferentes disciplinas.
Por exemplo:
- Português colaboraria na elaboração do guião de recolha, estrutura, redacção e correcção
dos textos;
- História ocupar-se-ia dos aspectos técnicos da recolha deste tipo de fontes;
- Geografia integraria aspectos geográficos, físicos e socio-económicos da região;
- Educação Visual ficaria responsável pelas ilustrações e cartazes.
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2. O ensino-aprendizagem da disciplina de Geografia
O enriquecimento deste programa teve como foco principal a definição de competências do ciclo e a
reformulação dos objectivos, conteúdos e sugestões metodológicas, tendo em conta a filosofia e os
princípios definidos no Plano Curricular do Ensino Secundário Geral.
A Geografia é por excelência uma disciplina que permite a ligação entre a teoria e a prática. O seu
objecto de estudo é a superfície terrestre, onde ocorrem vários fenómenos físico-naturais e humanos.
O ensino da Geografia neste ciclo compreende a Geografia Física Geral na 11ª classe e a Geografia
Humana na 12ª classe.
De salientar que apesar de cada uma das unidades ter enfoques específicos de estudo, elas estão em
íntima relação umas com as outras.
Uma das grandes preocupações neste processo foi a necessidade de incluir aspectos de educação
ambiental em todas as unidades por forma a que o aluno tome consciência, adquira conhecimentos,
habilidades, desenvolva atitudes e comportamentos para a participação mais activa na protecção e
melhoria do ambiente.
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• Identifica os problemas decorrentes das actividades humanas sobre os recursos hídricos,
de solos, vegetais e de fauna e desenha projectos e estratégias de implementação para a
superação dos problemas;
• Realiza actividades que concorrem para a conservação e protecção da atmosfera, das
águas, dos solos, da flora e da fauna.
• Participa em campanhas de solidariedade com as vítimas dos desastres naturais;
• Aplica as competências adquiridas na Geografia para realizar actividades
empreendedoras.
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3.Visão Geral Dos Conteúdos Do Ciclo
11ª Classe 12ª Classe
Unidade 1: Introdução ao Pensamento Geográfico Unidade 1: População
Unidade 2: Cosmografia Unidade 2: Agricultura e Pecuária
Unidade 3: Ambiente Bioclimático Unidade 3: Indústria e Comércio
Unidade 4: Geomorfologia Unidade 4: Turismo
Unidade 5: Pedogeografia Unidade 5: Transportes e Comunicações
Unidade 6: Hidrogeografia Unidade 6: Urbanismo
• Participar em actividades que concorrem para a melhoria da qualidade de vida, tais como,
limpeza de instituições e locais públicos e participação em projectos de geração de
rendimento;
• Dinamizar na comunidade, acções que têm em vista a preservação do ambiente
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5.VISÃO GERAL DOS CONTEÚDOS
Trimestre Unidade Temática Conteúdo
1. -Conceito de pensamento geográfico
Unidade 1: 1.1. Objecto da Geografia
1.2. Divisões da Geografia
INTRODUÇÃO 1.3. Posição da Geografia no contexto das ciências
DO 1.4. Importância e aplicação da Geografia
I PENSAMENTO 1.5. Métodos geográficos: de observação, descritivo, cartográfico,
GEOGRÁFICO de balanço, comparativo, matemático.
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3.1. Conceito de ambiente bioclimático
. Ambiente
Unidade 3: . Climatogeografia
. Biogeografia
AMBIENTE 3.2 Evolução do conhecimento científico da atmosfera
BIOCLIMÁTICO 3.3. Estrutura e composição da atmosfera
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4.1. Conceito de Geomorfologia
Unidade 4: 4.2 Rochas
4.2.1. Rochas ígneas ou magmáticas
GEOMORFOLOGIA 4.2.2. Rochas sedimentares
4.2.3. Rochas metamórficas
4.3. A litosfera
4.3.1. Estrutura interna da terra
4.3.1.Crusta, manto e núcleo
4.3.2. Astenosfera
4.3.3. Equilíbrio isostático e anomalias de gravidade
4.5.2. Sismos
4.5.2.1. Conceito de Sismos
. Causas dos sismos
4.5.2.3. Ondas sísmicas e sua propagação
. Intensidade dos sismos
. Instrumentos de medição
4.5.2.4. Efeitos dos sismos
4.5.2.5. Distribuição geográfica das regiões sísmicas
4.5.3.Vulcanismo
4.5.3.1. Conceito de vulcão – aparelho vulcânico
Causas do vulcanismo
4.5.3.2. Tipos de erupção: Hawaiano, Stromboliano, Vulcaniano e
Peleano
4.5.3.3-Fenómenos secundários do vulcanismo
4.5.3.4. Impacto do vulcanismo
4.5.3.5. Distribuição geográfica das regiões vulcânicas
4.5.3.6. Importância do vulcanismo
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4.6. Agentes externos do relevo
Unidade 4: 4.6.1- Meteorização – conceito
. Alteração mecânica e bioquímica
GEOMORFOLOGIA . Distribuição dos tipos de alteração a superfície do globo
4.6.2. Deslocamento de terras por acção da gravidade
Movimentos lentos: creep e solifluxão
Movimentos rápidos: avalanches
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Unidade 6: 6.1 Conceito de Hidrogeografia
6.3. Lagos
6.3.1 Origem dos lagos
6.3.2 Dinâmica dos lagos
6.3.3 Os maiores lagos do globo
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6. Plano Temático
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SUGESTÕES METODOLÓGICAS
Unidade 1:
Introdução ao Pensamento Geográfico
Nesta unidade pretende-se enquadrar o aluno na história e evolução da Ciência Geográfica. Para o efeito, é importante a realização de
trabalhos de investigação referentes aos diferentes temas da unidade e posterior debate, recorrendo-se aos conhecimentos de outras
disciplinas, particularmente da História e Filosofia, para facilitar a compreensão sobre as características de cada etapa. Deste modo, ao
longo desta unidade podem ser desenvolvidas as seguintes actividades:
• Pesquisa e análise bibliográfica;
• Discussão dos temas em grupo e apresentação da síntese;
• Trabalhos práticos de análise da evolução do pensamento geográfico;
• Estudo e discussão da importância e aplicação da Geografia.
A experiência do aluno na disciplina de Ciências Sociais, no Ensino Básico e na disciplina de Geografia a partir da 8ª classe do Ensino
Secundário Geral pode servir de base para a discussão sobre as diferentes formas de tratamento do conceito de Geografia, sua
importância, resgatando aspectos relativos ao pensamento geográfico.
Indicadores de desempenho
Explica a importância do estudo da Geografia;
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PLANO TEMÁTICO
UNIDADE OBJECTIVOS ESPECÍFICOS COMPETÊNCIAS BÁSICAS CARGA
TEMATICA O aluno deve: CONTEÚDOS O aluno: HORÁRIA
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SUGESTÕES METODOLÓGICAS
Unidade 2:
Cosmografia
Recomenda-se que na abordagem dos conteúdos se tome em consideração os princípios didácticos gerais, como por exemplo, do
simples ao complexo, do conhecido ao desconhecido, da teoria à prática assim como os princípios especiais do ensino da Geografia,
designadamente, princípios da inter relação do estudo do território e dos componentes, (2) princípio da inter - relação do
conhecimento das ciências naturais e sociais (3) princípio da inter relação do estudo da estrutura e desenvolvimento territorial, (4)
princípio da variação da escala e (5) princípio da comparação permanente com a realidade próxima do aluno. De referir que esta
recomendação é válida para todo o processo de ensino-aprendizagem.
• Aconselha a realização de trabalho prático em grupos sobre a importância do estudo do Universo, e a sua apresentação e
debate em grupos e na turma;
• Baseando-se na aprendizagem adquirida na disciplina de Desenho, o aluno poderá fazer a representação do Sistema Solar.
Indicadores de desempenho
Aplica os conhecimentos sobre a Terra no Universo para compreender os diversos fenómenos geográficos;
Explica a importância do estudo do Universo;
Relaciona os fenómenos cósmicos e seu impacto na superfície terrestre.
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PLANO TEMÁTICO
UNIDADE OBJECTIVOS ESPECÍFICOS COMPETÊNCIAS BÁSICAS CARGA
TEMATICA O aluno deve: CONTEÚDOS O aluno: HORÁRIA
• Identificar os principais 3.1. Conceito de ambiente
componentes do ar, bioclimático • Diferencia as regiões 36
. Ambiente bioclimáticas
• Distinguir a camadas da . Climatogeografia
atmosfera; . Biogeografia
Unidade 3:
3.2 Evolução do conhecimento
científico da atmosfera
AMBIENTE • Explicar a importância da 3.3. Estrutura e composição da • Explica a importância da
BIOCLIMÁTIC conservação e defesa da atmosfera conservação e defesa da
O atmosfera; atmosfera;
3.4. Equilíbrio térmico da Terra
3.4.1.Mecanismo da radiação
• Explicar os principais 3.4.2.Variação da radiação à superfície
processos de aquecimento da da terra:
atmosfera; . Temperatura
. Variação da temperatura
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• Diferênciar as principais . Variação da humidade
formas de precipitação; 3.7.1. Instrumentos de medição
3.8. Formas de precipitação • Estabelece interligação entre o
• Explicar a distribuição da atmosférica clima, fauna e flora
pluviosidade a superfície da . Tipos de pluviosidade e sua
terra; distribuição geográfica
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SUGESTÕES METODOLÓGICAS
Unidade.3
Ambiente Bioclimático
Na abordagem desta unidade é importante que o aluno discuta a noção de ambiente bioclimático, a importância do conhecimento de
vários fenómenos atmosféricos e sua influência sobre os ecossistemas, apresentando exemplos concretos.
É fundamental referir todos os factores do clima incluindo os conteúdos programáticos que se relacionam directa ou indirectamente
com os climas, tais como conhecimentos da Cosmografia, Biologia, Física, Química e outros.
Podem-se realizar visitas de estudo às estações meteorológicas locais, registar as principais variações meteorológicas da região e
representar os dados obtidos em gráficos e mapas. Para o efeito, aconselha-se o uso de papel milimétrico, papel quadriculado e/ou
papel vegetal, podendo-se trabalhar em estreita colaboração com o professor de Desenho, no âmbito de interdisciplinaridade, para
ampliação dos gráficos em cartolina, papel gigante ou papelografo ou ainda o papel caqui.
Há necessidade de incluir aspectos de educação ambiental em todas as unidades para que o aluno tome consciência, adquira
conhecimentos, desenvolva atitudes e comportamentos para a participação mais activa na protecção e melhoria do ambiente que
constitui uma das maiores preocupações da actualidade.
Recomenda-se a observação da situação real do clima da região onde a escola está inserida e elaboração de trabalhos práticos de
análise da influência dos factores do clima, estabelecendo comparação com outras realidades.
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Indicadores de desempenho
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PLANO TEMÁTICO
UNIDADE OBJECTIVOS ESPECÍFICOS COMPETÊNCIAS CARGA
TEMATICA O aluno deve: CONTEÚDOS BÁSICAS HORÁRIA
O aluno:
4.1. Conceito de Geomorfologia
• Distinguir os principais tipos 4.2 Rochas 30
de rochas 4.2.1. Rochas ígneas ou magmáticas
Unidade 4: 4.2.2. Rochas sedimentares
4.2.3. Rochas metamórficas
GEOMORFOLOGI • Fundamenta com
• Caracterizar cada uma das 4.3.Litosfera base nos argumentos
A
camadas da estrutura interna da 4.3.1. Estrutura interna da terra de Wegener a teoria
terra; 4.3.2. Crusta, manto e núcleo da deriva dos
4.3.3. Astenosfera continentes;
4.3.4. Equilíbrio isostático e anomalias de
gravidade
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• Caracterizar os sismos. 4.5.2. Sismos
• Referir os efeitos dos sismos; 4.5.2.1. Conceito de Sismos • Colabora nas
. Causas dos sismos medidas de
4.5.2.3. Ondas sísmicas e sua propagação prevenção dos
. Intensidade dos sismos efeitos dos desastres
. Instrumentos de medição naturais;
Unidade 4: 4.5.2.4. Efeitos dos sismos
4.5.2.5. Distribuição geográfica das regiões
GEOMORFOLOGI sísmicas
A
• Relacionar a expansão dos 4.5.3.Vulcanismo
fundos oceânicos com o 4.5.3.1. Conceito de vulcão – aparelho vulcânico • Participa em acções
vulcanismo; Causas do vulcanismo de auxílio às vítimas
• Caracterizar um aparelho 4.5.3.2. Tipos de erupção: Hawaiano, de desastres
vulcânico Stromboliano, Vulcaniano e Peleano naturais;
• Distinguir os tipos de -Fenómenos secundários do vulcanismo
actividade vulcânica; 4.5.3.3. Impacto do vulcanismo
• Identificar manifestações 4.5.3.4. Distribuição geográfica das regiões
secundárias do vulcanismo; vulcânicas
4.5.3.5. Importância do vulcanismo
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. Características das costas, efeitos positivos e
• Identificar as formas negativos;
decorrentes das actividades 6.5. Alteração do relevo nas diferentes regiões
humanas na transformação do climáticas:
Unidade 4: relevo; . Região intertropical
• Demonstrar solidariedade com . Região temperada
GEOMORFOLOGI as vítimas de desastres . Região fria
A naturais; 6.6. Ciclo geológico
• Desenvolve hábitos
de conservação e
protecção da
Natureza.
SUGESTÕES METODOLÓGICAS
Unidade 4:
Geomorfologia
Esta unidade trata da compreensão das formas da superfície terrestre sob o ponto de vista descritivo, cronológico e evolutivo. Os
objectivos desta unidade podem ser atingidos por meio de: exposições bem estruturadas, com esquemas, perguntas ou tarefas que
permitam aos alunos aprofundar os conteúdos; pode ser feito trabalho independente dos alunos orientado pelo professor elevando
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assim a efectividade na aquisição de conhecimentos, habilidades e desenvolvimento de novas atitudes nos alunos. Recomenda-se a
elaboração e interpretação de cartas morfológicas e uso de modelos sempre que possível.
A compreensão dos problemas geográficos só é possível se na metodologia a aplicar nesta disciplina, o professor procurar orientar o
processo de ensino-aprendizagem para um maior realismo dos factos e fenómenos geográficos. Para o efeito, o professor deve
procurar material didáctico, tal como, livro do aluno, manual do professor, mapas, atlas geográfico, globo e livros de consulta. Assim,
as seguintes actividades podem ser desenvolvidas:
• Promover situações de trabalho que requeiram a construção e a leitura, pelos alunos, de mapas e gráficos;
• O aluno pode elaborar pequenos projectos, em grupo, para resolver problemas ambientais concretos, identificados na escola
ou no local de residência;
• Pesquisa e análise bibliográfica dos conteúdos da Geomorfologia seguida de apresentação e debate;
• Pesquisa de campo sobre as rochas.
Indicadores de desempenho
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Localiza as principais áreas vulcânicas do globo terrestre;
Explica meteorização;
Identifica os agentes da geodinâmica externa preponderantes em diferentes ambientes bioclimáticos;
Explica o ciclo geológico;
Explica a importância do relevo nas actividades sócio-económicas;
Solidariza-se com vítimas de desastres naturais;
Contribui para a defesa e conservação da natureza.
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PLANO TEMÁTICO
UNIDADE COMPETÊNCIAS CARGA
TEMATICA OBJECTIVOS ESPECÍFICOS BÁSICAS HORÁRIA
O aluno deve: CONTEÚDOS O aluno:
• Descrever o processo de formação 5.1 Conceito de Pedogeografia
do solo; Conceito de solo 13
5.2 Composição, textura e estrutura de um
UNIDADE 5: • Caracterizar a composição, textura solo • Caracteriza a composição,
PEDOGEOGRAFIA e estrutura do solo; textura e estrutura do solo;
5.3 Formação do solo
• Caracterizar os principais tipos de Factores da pedogénese:
solos; . rocha-mãe, topografia, clima, • Identifica os principais
cobertura vegetal e tempo problemas resultantes das
• Explicar a acção dos principais 5.4. Evolução de um solo actividades humanas sobre
poluentes do solo; o solo
5.5. Classificação dos solos
• Identificar os principais problemas . Solos Zonais (latossolos, podzólicos,
resultantes das actividades desérticos, de tundra)
humanas sobre o solo e propor . Solos Intrazonais (hidromórficos,
medidas de solução; salinos ou halomórficos, grumussolos)
. Solos Azonais (litossolos, regossolos,
• Explicar a importância da aluviais). • Explica a importância da
conservação e defesa dos solos. 5.6. Distribuição geográfica dos solos conservação e defesa dos
solos.
5.7. Importância dos solos
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SUGESTÕES METODOLÓGICAS
Unidade 5:
Pedogeografia
Nesta unidade, devem-se analisar as questões fundamentais sobre a origem, os tipos e a repartição geográfica dos solos. É
fundamental que o aluno reconheça a importância da protecção e melhoramento dos solos. Sugere-se ainda, nesta unidade a
realização de ensaios para o apuramento da composição, textura e estrutura dos solos. Para melhor compreensão do tema,
recomenda-se que o aluno faça pesquisa de campo sobre os solos na zona da sua escola e arredores, faça a observação e recolha de
dados sobre a composição, textura e estrutura do solo.
Numa visita de estudo, o aluno pode relacionar os tipos de solos com as características do clima, vegetação e fauna,
interrelacionando, assim, as componentes da natureza.
Os trabalhos realizados têm que ser apresentados e debatidos na turma e alguns podem ser seleccionados para exposição na escola
ou em outros locais.
Indicadores de desempenho
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PLANO TEMÁTICO
UNIDADE OBJECTIVOS ESPECÍFICOS COMPETÊNCIAS BÁSICAS CARGA
TEMATICA O aluno deve: CONTEÚDOS O aluno: HORÁRIA
6.1 Conceito de hidrogeografia
• Explicar a importância 12h
dos recursos hídricos nas 6.2 Rios
UNIDADE 6: actividades sócio- 6.2.1 Regime dos rios -Explicar a importância dos recursos
económicas; 6.2.2 Dinâmica e estrutura dos rios hídricos nas actividades sócio-
HIDROGEOGRAFIA 6.2.3 Cursos de água subterrânea económicas;
• Caracterizar rios, mares, 6.2.4.Balanço hídrico
lagos e oceanos; 6.2.5 Os maiores rios do globo
6.3. Lagos
• Localizar os oceanos, 6.3.1. Origem dos lagos -Avalia as disponibilidades hídricas;
principais rios e lagos no 6.3.2. Dinâmica dos lagos
planisfério; 6.3.3. Os maiores lagos do globo
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SUGESTÕES METODOLÓGICAS
Unidade 6:
Hidrogeografia
É importante a compreensão dos principais processos hidrológicos assim como reconhecer as propriedades físicas, químicas e
biológicas das águas. Durante o processo de ensino-aprendizagem o professor terá que incentivar o estudo e discussão sobre
conservação e protecção das águas. Nesta unidade recomenda-se a realização de trabalhos de investigação sobre: águas subterrâneas,
dinâmica dos lagos, importância da hidrosfera e medidas de conservação dos recursos hídricos
Sugere-se a realização de visitas às estações de captação e tratamento de água, podendo-se avaliar a qualidade e quantidade da água
armazenada. Os relatórios destas visitas podem ser divulgados à comunidade escolar.
Indicadores de desempenho
Caracteriza rios, lagos e oceanos
Localiza os principais oceanos, rios, mares e lagos no planisfério;
Avalia as disponibilidades hídricas de uma região;
Explica a importância dos recursos hídricos para as actividades sócio-económicas;
Explica a dinâmica das águas dos oceanos e mares;
Propõe medidas de conservação e protecção dos recursos hídricos na comunidade.
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7. Avaliação
A avaliação é uma função didáctica, necessária, contínua e sistemática que se realiza ao
longo de todo o processo de ensino e aprendizagem. Através desta, pode-se acompanhar
o desenvolvimento das competências pelos alunos.
A aprendizagem de Geografia passa pelas actividades e exercícios que permitam ao aluno
desenvolver competências para a vida, ou seja, adquirir conhecimentos, capacidades e
desenvolver habilidades e atitudes positivas.
A avaliação tem que assumir um carácter formativo, acompanhando a evolução do aluno
ao longo das aprendizagens. Para o efeito o professor não deve cingir-se apenas aos
testes, mas sim deve diversificar as formas de avaliação, considerando por exemplo:
• Participação do aluno na aula;
• Realização e correcção do TPC;
• Colocação de dúvidas;
• Exposição de ideias (clareza, sequência lógica, tom de voz, dicção, construção
frásica e outros aspectos).
• Elaboração de portfólios;
• Organização, elaboração e conservação dos materiais didácticos;
• Visitas de estudo; recolha de amostras;
• Elaboração de relatórios;
• Participação em debates e palestras;
• Participação em trabalhos de projectos comuns com disciplinas que se
relacionam com a Geografia, como por exemplo: Português, História,
Biologia, Química, Física e outras. Este trabalho tem que ser corrigido pelos
professores das disciplinas intervenientes;
Participação em actividades co-curriculares e outras.
Tendo em conta que se pretende uma formação integral do aluno, a avaliação deverá
assim ser mais abrangente, considerando as competências básicas preconizadas em cada
unidade temática e no ciclo no seu todo.
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8. Bibliografia básica
II Ciclo
ANDRADE, M.C. Geografia Económica. 8. ed. São Paulo, Atlas Editora, 1985.
ANTUNES, J. Geografia 10º-11º anos. (Área D) Vol II. 7. ed. , Lisboa, Plátano Editora,
1990.
_____. Geografia 11º ano. Novo Programa. Lisboa, Plátano Editora, 1995.
COSTA, A., et. al. Introdução à Geografia Humana 12˚ ano Tema B. Porto, Porto
Editora, 1993.
CUNHA, M.A. Geografia Geral. Rio de Janeiro, Francisco Alves Editora, 1982
Ministério da Educação (MINED). Atlas Geográfico. Vol I. 2. ed. rev. e actual. Maputo
MINED, 1986.
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