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Ficha de leitura 2020

Unidade I – A formação do sistema capitalista Mundial Século XV - XVII

Período de Transição ou Antigo Regime

É período da História europeia que, no ocidente, decorre entre o século XVI e a eclosão das revoluções industrial e
liberal, em finais do século XVIII e princípios do século XIX.

Características

Este período tem características próprias relativamente aos aspectos económicos, político, social e cultural. O antigo
regime ficou marcado pelo mercantilismo na economia, pelo absolutismo na política e pela divisão da sociedade em ordens.
A cultura, a arte e a mentalidade foram marcadas, num primeiro momento, pelo estilo renascentista e depois pelo estilo
barroco.

Economia europeia no século XV

Nos meados do século XV, a economia europeia registou uma recuperação, após uma grave crise económica e
demográfica iniciada no século XIV. A partir desta altura, a agricultura reanimou-se, influenciando o ressurgimento do
comércio, e a população voltou a crescer. Durante este período, a economia baseava – se na agricultura, mas era
completada pela industria e o comercio.

Agricultura

A agricultura era actividade mais importante, pois dela provinham os alimentos (cereais, vinho…). Ocupava a maior
parte da população trabalhadora, que fornecia quase todas as mercadorias envolvidas no comercio, e as matérias primas
( fibras, têxteis, couros, etc.) usadas na industria eram, principalmente de origem agrícola.

Contudo, esta actividade predominante no antigo regime era tecnicamente atrasada.

Usavam instrumentos tradicionais; Os adubos eram de origem animal e vegetal; A produtividade era baixa; A maior
parte das terras pertencia à minoria constituída pelo clero e pela nobreza.

Industria - A indústria encontrava-se num nível bastante primário (artesanato), a sua influência na economia era muito
baixa devido ao seu baixo rendimento.

Características

Era praticada em pequenas oficinas espalhadas pelas zonas rurais; Envolvia um reduzido número de trabalhadores
(muitas vezes membros da mesma família) por oficina.

As oficinas dos centros urbanos organizavam-se se em associações de artes e ofícios (constituídas por mestres,
companheiros e aprendizes).

Comércio

O comércio era uma actividade económica importante, pois permitia aos europeus obter especiarias, ferro, cobre, ouro,
tecidos asiáticos e vidros.

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Principais regiões comerciais - portos do mar mediterrâneo e, no norte, a flandres e as cidades hanseáticas, também
fazia - se o comércio no litoral da península ibérica, em Franca e em Inglaterra.

Mas apesar da sua importância, o comércio enfrentava dificuldades devido alguns aspectos:

Mau estado de vias terrestres.

Escassez fraca circulação moeda

Sociedade europeia no século XV

Estrutura social

No período de transição a sociedade europeia estava dividida em três ordens ou classes sociais: o clero, a nobreza e o
terceiro estado. Por isso se diz que a sociedade europeia no período de transição era uma sociedade de classes.

O clero era uma classe mais alta da sociedade. Ele era composto por membros da hierarquia religiosa e subdividiam-se
em alto clero (bispos e abades) baixo clero (curas e frades);

Funções - ministrar o culto, dirigir o ensino, controlar a administração pública, organizar e cobrar os impostos e dar a
assistência ao rei.

Privilégios - posse de terras, cobrança de dízimo e não pagamento de impostos. Beneficiavam ainda do exercício do
direito canónico do uso de títulos.

Nobreza – representava a segunda classe com vários poderes. Ela era constituída por:

Nobreza de corte (próximo ao rei)

Nobreza de toga (administração)

Nobreza de espada (militar).

Nobreza provincial (pequena nobreza provincial)

Funções - exercia funções administrativas, militares e de aconselhamento do rei. Dirigia ainda a agricultura, o comércio
e a indústria. A mesma também tinha o direito a posse de terras, cobrança de impostos, isenções jurídicas, direito de uso de
terras e porte de armas.

O terceiro estado era constituído por mercadores, banqueiros, financeiros e homens das profissões liberais, estes
homens faziam parte da alta burguesia. O terceiro estado era constituído ainda por artesãos, funcionários administrativos,
camponeses, vagabundos e mendigos.

Funções – produzir bens para o seu sustento e para a classe dominante. Também exerciam profissões liberais e cargos na
administração pública.

Privilégios - a maioria da população na tinha nenhum privilegio, a alta burguesia gozava de alguns privilégios de uso de
alguns títulos e posse de propriedades.

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O desenvolvimento socioeconómico, politico, religioso e cultural de África entre os séculos XV e XVII

A população africana nesse período estava organizada em reinos, clãs, império ou estados, com um dinamismo próprio e
uma certa estabilidade política, económica, social e cultural.

Desenvolvimento socioeconómico

A principal actividade económica era a agricultura, para além da mineração do ouro e de artesanato.

Na costa oriental africana: desenvolveram-se a partir do século IX, cidades mercantis (feitorias), fruto das rotas
comerciais estabelecidas no oceano indico.

Estados Hauças surgiram fortes cidades estados (Tumbuctu). Entretanto foi no século XV que se intensificou,
gradualmente, a relação de África para o resto do mundo através do comércio, sobretudo de Marfim, do ouro e de Escravos.

A nível político, emergiram neste período alguns estados africanos como por exemplo: os impérios de Mali, Gana e
Shonghay, na África ocidental (séculos XV-XVI), Etiópia do Zimbabwe, Mwenemutapa, Massina, Mandara, Núbia, Hauças
e Congo.

Na África central situavam – se os estados e reinos de Luanda e do Congo, entre outros. E na costa oriental
localizavam-se importantes estados, como: o estado de Monomotapa.

As populações africanas neste período estavam organizadas em reinos e estados, representados por um rei. Abaixo do rei
estava a classe dos chefes (anciãos) e sacerdotes, os intermediários entre os antepassados e o rei. Mais abaixo situavam-se os
guerreiros, cuja tarefa era proteger o reino contra agressões externas e existia a classe dos produtores - camponeses, ferreiros
e artesãos -, que garantia a economia do reino.

A nível cultural as populações africanas professavam religiões sincréticas e animistas. O culto aos antepassados), cujos
anciãos ou feiticeiros eram intermediários entre os vivos e os mortos e comunicavam com os deuses, as populações
organizavam-se geralmente cerimonia ou festas mediadas pelos mais velhos ou curandeiros. Com a influência árabe crista,
este ciclo cultural foi substancialmente alterado, embora não na sua totalidade.

Exemplo: os rituais de iniciações constituem ainda hoje uma prática cultural bastante rica, principalmente em algumas
regiões do norte de Moçambique.

As relações entre a África e os outros continentes entre os séculos XV – XVII

Calcula-se que durante os séculos XV- XVII a África ajudou a desenvolver a Europa na mesma proporção em que a
Europa ajudou a desenvolver a África.

No século XV, os europeus levaram a cabo a iniciativa de demandar outra regiões do mundo passando, em resultado, a
deter o controlo do comercio entre os quatro continentes (Europa, América, África e Ásia), mediante a posse e uso de
grandes esquadras que dominavam os mares. Os africanos tiveram pouca voz no tocante ao desenvolvimento dos laços
tricontinentais que se estabelecera entre África, Europa e as Américas.

Comercio Triangular1
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O comércio triangular: forma de designar o comércio intercontinental do século XVIII estabelecido entre os grandes impérios
coloniais desta época, ou seja entre as principais potências europeias e as suas colónias na África e na América.

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No que toca ao comércio externo, a África, a Europa e a América encontravam-se relacionados pelo comércio triangular.
Neste comercio a África era completamente dependente do que os europeus se dispunham a vender ou comprar.

A Europa exportava para a África bens que eram produzidos e consumidos pela própria Europa, muitos de pouca
qualidade e que não tinham saída, como o linho holandês, o ferro espanhol, o estanho inglês, vinho português, vidros de
Veneza, mosquetes alemães, roupas, tecidos, missangas, bebidas, que eram adquiridos neste período pelos chefes africanos
vistos como garante do poder político.

Os portugueses tiveram êxito na obtenção de ouro nas regiões da África ocidental e da África central, tendo a chamada
costa do ouro atraído maior atenção dos europeus entre os séculos XV-XVII. A Europa ansiava pelo ouro africano para
sustentar crescente economia monetária capitalista.

Dado que o ouro só se encontrava em pequenas áreas de África, a principal mercadoria de exportação tornou-se o próprio
ser humano, na medida que levou os europeus a penetrarem no continente africano. Portugueses, espanhóis, ingleses,
franceses, holandeses competiram pelo domínio das novas rotas comerciais mediante o estabelecimento de feitorias costeiras
e portos de embarque para o tráfico de escravos 2.

Circuito do comércio triangula

A Europa transformou – se no centro do comércio que ligava todos os continentes no início do século XVI. Os navios
negreiros que transportavam escravos partiam de África para África dos portos europeus, carregados de artigos de pouco
valor (quinquilharia): barras de ferro, tecido, fardas (fatos de teatro ou militares), bebidas alcoólicas, espelhos, contas de
vidro, missanga, espingardas.

Em África, estes artigos eram trocados por produtos de grande valor, tais como ouro, peles, goma, marfim e sobretudo
escravos, que depois eram levadas para as Américas, onde eram vendidos aos colonos para trabalhar nas grandes plantações
de açúcar, algodão, café, tabaco, e nas minas de ouro, prata e pedras preciosas.

O comércio foi, no princípio, monopólio português e espanhol mas a partir do fim do século XVI as companhias
holandesas, francesas e inglesas entraram no circuito. Surgiu assim uma concorrência encarniçada entre países europeus
que iria manter – se ao longo de todo período do tráfico de escravos que vendiam no Brasil e na América central.

Expansão Europeia e o comércio colonial

Antecedentes da expansão

A expansão europeia teve como antecedente a crise ocorrida na Europa no século XIV, que se traduziu em êxodo
rural, conflitos sociais, protestos das massas populares, subida de salários, falta de cereais, de ouro e prata e a desvalorização
da moeda, períodos de mas colheitas, epidemias e longos períodos de guerra. Esta crise provocou muitas mortes. Com o fim
das pestes, das guerras e das revoltas sociais, gradualmente, a população europeia aumentou. A agricultura e o artesanato
desenvolveram – se e o comercio renasceu. Os europeus sentiram, então, a necessidades de obter novas oportunidades
comerciais e explorar novos mundos. Os portugueses, governados pela dinastia Avis, foram pioneiros nesse processo de
abertura da Europa ao mundo.

Factores da expansão europeia e a prioridade portuguesa


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O tráfico de escravo: comércio de negreiros africanos comparados como escravos na África e transportado para a Europa e,
sobretudo para a América.

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As principais condições que permitiram ser pioneiros no processo desta expansão

Condições geográficas

Portugal esta situado numa região ocidental da Europa, com uma longa orla marítima e com bons portos naturais.

Graças a estas condições naturais Portugal foi um dos primeiros pais se a envolver – se em actividades marítimas, como
pesca, o que permitiu aos portugueses familiarizarem – se com o mar.

Condições políticas

A estabilidade politica e o clima de paz que se estabeleceu em Portugal primeiramente em Espanha após a conquista de
granada (1492). Estando em paz, Portugal podia dedicar os seus recursos expansão. Por outro lado, a nova dinastia de Avis
tomou medidas para favorecer as iniciativas expansionistas.

Técnica – cientifica

Portugal detinha de condições técnicas e científicas, que favoreciam a expansão tais como:

Os conhecimentos teóricos sobre a navegação resultantes do contacto dos portugueses com os judeus e árabes.

A introdução da bússola, do quadrante, do astrolábio e da carta portulano.

O desenvolvimento da construção naval que permitiu a construção de embarcações capazes de navegar no alto mar,
como a caravela.

Objectivos da primeira expansão europeia.

Pode – se dizer que a expansão europeia teve os seguintes objectivos:

A busca do caminho marítimo para a índia.

A difusão do cristianismo no mundo

A procura de novas fontes de matérias-primas.

A procura de novos mercados consumidores.

Etapas da expansão europeia

1ª Etapa (1415-1436) – conquistas do norte de África e exploração da costa africana ate o cabo Bojador.

2ª Etapa (1436 -1448) – do cabo Bojador à Serra Leoa.

3ª Etapa (1448-1482) - investida no norte de África.

4ª Etapa - a política expansionista de D. João II.

Expansão portuguesa em Moçambique

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O primeiro contacto entre portugueses e moçambicanos teve lugar quando a uma expedição comandada por Vasco de
Gama atingiu a costa de Moçambique, 1498.

Escala dos portugueses em Moçambique foi devido, segundo se conta, a uma avaria na sua embarcação, quando de
encontrava na foz do rio dos reis, algures em Inhambane.

A recepção que os portugueses tiveram levou a que o Vasco da gama chamasse aquela região de terra de boa gente.

Depois da passagem pelas terras de Inhambane, entre marco e Abril de 1498, os portugueses escalaram a ilha de
Moçambique e o Arquipélago das Quirimbas.

Fixação portuguesa em Moçambique.

O ouro foi o principal motivo que levou os portugueses a fixarem – se em Moçambique, com esse ouro podiam comprar
especiarias da índia. A fixação portuguesa fez – se inicialmente no litoral (Sofala), com o objectivo de controlar as vias de
escoamento do ouro e do marfim, e na ilha de Moçambique.

No entanto tiveram de lutar sem êxito contra a concorrência dos swahil – árabes, que desviaram o escoamento do ouro
para Angoxe.

A partir de 1530 0s portugueses resolveram aceder as zonas produtoras de ouro, penetrando no vale do Zambeze.
Gradualmente os portugueses conseguiram substituir os suaílis – árabes como intermediários comerciais e explorar as minas.

A pilhagem colonial

A pilhagem colonial, constitui um dos alicerces mais importante para o estabelecimento do capitalismo industrial na
Europa. E mais, ela foi uma forma de o capitalismo europeu extorquir muitas riquezas aos povos africanos para o
desenvolvimento das suas economias. Essa transferência de bens e mão-de-obra para as economias europeias revestiu formas
como a pilhagem colonial, o comércio colonial, o tráfico de escravos e a prática de pirataria.

As trocas desiguais

Durante o período da expansão europeia, os europeus efectuaram as trocas desiguais com a África, facto que contribuiu
para o subdesenvolvimento do continente africano.

Da Europa chegavam a África quinquilharias, bebidas adulteradas, roupas usadas, ferro, tecidos, vidro, missangas e
outros, geralmente fora de uso na Europa, que serviam de moeda de troca para os europeus obterem as riquezas de África
(ouro, marfim e, mais tarde seres humanos).

O tráfico de escravos

O tráfico de escravos foi uma outra forma dolorosa e desumana que os europeus encontraram para satisfazer as suas
necessidades de mão – de - obra barata nas indústrias manufactureiras e nas plantações.

O comércio de escravos em Moçambique insere-se num movimento de implantação de capitalismo mundial que
incentivou a procura de mão-de-obra escrava para trabalhar nas fábricas e plantações.

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Pode-se afirmar que o território de Moçambique foi uma das áreas de África onde o tráfico de escravos desenrolou com
maior violência. A obtenção de escravos em Moçambique era feita através de guerras, razias ou conflitos inter - dinásticos
fomentados pelos chefes locais.

Áreas de captura de escravos.

As áreas onde por excelência se capturavam escravos para as plantações e minas situadas no exterior de Moçambique
eram: o vale do Zambeze e a faixa litoral, com o respectivo hinterland, do rio Ligonha a Baia de Memba.

Áreas de menor importância: foram a baia de lagoa (Baia de Maputo3) e o hinterland de Inhambane.

Maiores fornecedores de escravos aos súbditos portugueses da ilha de Moçambique eram os chefes de Uticulo, de
Cambira e de Matibane.

Destino dos escravos.

Os escravos eram levados para as colónias americanas, Comores, Mascarenhas e Madagáscar, durante os séculos XVIII e
XI, para o trabalho nas grandes plantações de café, cacau e cana-de-açúcar. Estes produtos tinham como destino as fábricas
de transformação em expansão na Europa.

Consequências da 1ª expansão europeia

Várias consequências advieram da expansão europeia, sobretudo para o continente africano, das quais são relevantes as
seguintes:

Económicas

As populações africanas foram obrigadas a trabalhar nas minas de extracção de ouro e na busca do marfim, em
detrimento das actividades económicas de subsistência;

Início do subdesenvolvimento das colónias e acumulação de capitais na Europa e consequente ascensão da burguesia
mercantil europeia;

Circulação de plantas e animais de várias partes do planeta.

Por exemplo:

a)Os europeus levaram para a América alguns dos seus animais domésticos (cavalos, bois, carneiros) e plantas usadas na
alimentação (trigo, centeio, vinha e oliveira).

b) Os asiáticos, através da Europa, fizeram chegar a banana, o arroz, o inhame e cana-de-açúcar.

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Maputo (até 1976 Lourenço Marques) é a capital e a maior cidade de Moçambique. É também o principal centro financeiro,
corporativo e mercantil do país. Localiza-se na margem ocidental da Baía de Maputo, no extremo sul do país, perto da
fronteira com a África do Sul e, da fronteira com a Suazilândia e, por conseguinte, da tripla fronteira dos três países. Até 13
de Março de 1976 a cidade era denominada "Lourenço Marques" em homenagem ao explorador português homónimo.
A cidade constitui administrativamente um município com um governo eleito e tem também, desde 1980, o estatuto de
província. Não deve ser confundida com a província de Maputo que ocupa a parte mais meridional do território
moçambicano, exceptuando a cidade de Maputo.

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c)A América forneceu as zonas e mediterrânicas a batata e o milho e aos países tropicais a mandioca e a batata.

Sócio - culturais e religiosos

A difusão do cristianismo nos locais de expansão dos europeus.

A difusão das línguas e cultura europeia nos continentes africano, americano e asiático (português, espanhol, francês e
inglês);

A troca de valores culturais e científicos na literatura, historia, geografia, ciências naturais, cartografia, medicina e
artes entre África, a América, a Ásia e a Europa.

A decadência da nobreza feudal, o enriquecimento da burguesia comercial e financeira e a libertação definitiva dos
servos levou a queda da nobreza feudal.\

Politicas

A desintegração das estruturas politicas tradicionais das colónias e o estabelecimento de estruturas administrativas e
politicas europeias: em África, os reinos de Monomotapa, Shonghay e Daomé, outros foram destruídos e substituídos por
regimes europeizados.

Na América, a Ásia e a Austrália outros povos se viram na mesma situação e na Europa as monarquias feudais foram
substituídas pelas monarquias absolutas.

A desintegração do sistema feudal e a emergência do capitalismo no mundo

Técnico - cientifica

O desenvolvimento das ciências naturais, sociais e das técnicas em quase todas regiões do globo terrestre

O surgimento de uma nova mentalidade, aberta, da cultura moderna em oposição a mentalidade fechada da idade
media.

A formação do espírito cientifico baseado na experiencia.

As teorias económicas do antigo regime

Mercantilismo - seu papel na pilhagem das colónias e a acumulação de capitais na Europa

Mercantilismo – doutrina económica que perdurou nos séculos XVII e XVIII, seguida por vários estados europeus que
defendia a principal riqueza de um estado residia na quantidade de metais preciosos que acumulasse nos cofres. Para isso a
balança comercial tinha que ser favorável, conseguindo – se isso através de uma forte politica aduaneira de limitação às
importações e o desenvolvimento de exportações.

O mercantilismo assentava no princípio de que riqueza de um pais depende da quantidade de metais preciosos que ele
possui.. Estes metais seriam segundo Colbert, o sangue da economia, o sangue do próprio estado.

Esta teoria defendeu o intervencionismo e dirigismo económico do estado e promove -do proteccionismo da produção
interna, principalmente na manufactura, como meio para obter uma balança comercial favorável.

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O mercantilismo caracterizou-se por ser uma politica de controlo e incentivo, por meio da qual o estado visava garantir o
seu desenvolvimento comercial e financeiro, fortalecendo ao mesmo tempo o próprio poder político.

Princípios comuns que orientavam a politicam mercantilistas

Metalismo – esta teoria defendia que um país, para se tornar rico e poderoso, deveria acumular grande quantidade de
mentais preciosos. Neste quadro, o estado restringia as importações impondo pesadas taxas aduaneiras aos produtos
estrangeiros, ou até memo proibido que certos artigos fossem importados.

A politica económica do mercantilismo caracterizou – se por três aspectos:

Balança comercial favorável: quer dizer a entrada de moedas no pais deveria ser superior que a saída;
O proteccionismo: o estado garante o monopólio através de leis
Monopólio: o comércio e a produção eram exclusivos do estado ou da burguesia mercantilista do estado.

Países: Portugal e Espanha

Mercantilismo francês

O Colbertismo- defendia que se devia evitar a saída de metais tidos como o sangue da nacao através de:

Fomento da indústria nacional;


Fomento das exportações;
Supressão de alfândegas internas;
Forte politica aduaneira;
Construção de estradas, pontes, canais e pontes.

O papel na pilhagem das colónias e a acumulação de capitais na Europa.

O mercantilismo contribuiu para a pilhagem das colónias, considerando os seus princípios:

As possessões coloniais deveriam fornecer metais preciosos e materiais primas para alimentar a manufactura nacional
na metrópole.
Os estados lançaram-se em iniciativas com vista a obtenção de ouro e prata, de que resultou a intensificação da
exploração directa das colónias
Cabia às colónias, alem de consumirem os produtos manufacturados pela metrópole, produzir segundo as exigências da
economia mercantilista, garantindo lucros e rendas á coroa e a burguesia.
Detendo a exclusividade da compra dos produtos coloniais, os mercadores da metrópole podiam baixar os seus preços
a nível abaixo do qual seria impossível a continuação do processo produtivo.
Da África, os europeus nomeadamente os portugueses levavam fundalmente ouro, escravo, marfim e malagueta.
Particularmente intenso neste período foi o tráfico de escravos.
Da América, os europeus levavam ouro, prata, açúcar, tabaco e algodão.
Da Europa para as colónias saiam os produtos manufacturados, como panos, álcool e armas

Defensores do mercantilismo
Cardeal Rechelieu e Jean Baptiste Colbert

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Fisiocratismo: origens e características

Fisiocratismo - doutrina económica de cariz iluminista que considera a terra como a única fonte de riqueza e a
agricultura como a actividade fundamental, defende o direito individual, a propriedade e a livre iniciativa, propõe a abolição
de todos os entraves e a livre circulação dos produtos e condena a interferência do estado na vida económica.
Esta teoria teve o inicio na Inglaterra e na franca com alguns economistas e escritores que ao longo do século XVIII,
foram reagindo contra os vícios de mercantilismo. Entre eles destacam-se: François Quesnay, Adam smith e turgot, entre
outros.
François Quesnay foi o principal defensor do Fisiocratismo, defendia que a terra era a única fonte de riqueza,
considerando a agricultura como fonte principal da riqueza do estado.
Para Quesnay a agricultura dependem todas as outras actividades económicas, pelo que o estado devia estimular o
trabalho da terra, suprimir os direitos senhoriais e todos os entraves à produção.
O estado devia actuar na valorização da agricultura através da utilização de novas técnicas agrícolas.
Os fisiocratas defendiam igualmente a liberdade de comércio, estando, portanto, na origem do liberalismo económico
que triunfou a partir do século XIX.

Características do Fisiocratismo

As principais medidas defendidas pelos fisiocratas eram: as nações deviam promover o desenvolvimento da agricultura,
colocando outros ramos económicos (o comercio e a industria) em segundo plano;
Os estados deviam valorizar e estimular o trabalho da terra, a agricultura, porque criava a riqueza e garante a liberdade
de concorrência, laissez faire, lasser passer;
Os governos deviam suprimir todas as barreiras das exportações dos produtos agrícolas.

O renascimento, o humanismo, suas características e difusão.


Renascimento
O renascimento foi um movimento intelectual da renovação cultural que surgiu na Itália, no século XV e que prendeu
fazer renascer os ideais e os modelos da antiguidade clássico, desprezando os tempos medievais e inspirando-se na cultura
clássica, conservando-a e comentando-a.
Factores do surgimento do renascimento
A prosperidade económica de algumas republicas italianas como por exemplo, Veneza, Génova, Florença, que deu
origem a uma rica burguesia interessada na sua própria imagem exterior e no embelezamento das suas cidades.
Ao vinda para Itália de sábios bizantino, portadores da cultura clássica, que terão contribuído em grande parte par o
surgimento do renascimento;
A presença desde os finais da época medieval de alguns escritores que já valorizavam os clássicos, como Dante e
Petrarca;
A existência de importantes escolas artísticas e universidades;
A presença de muitos vestígios e momentos romanos que inspiravam os artistas.
Características
O renascimento ficou definido pelas seguintes características:
o humanismo, intimamente ligado ao antropocentrismo, que consistia na valorização do homem e das suas
capacidades intelectuais, inspirando - se nos modelos Greco- romanos;
o regresso à natureza, ou naturalismo, isto e, a natureza tornou-se grande fonte de inspiração.

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O classicismo – valorização da antiguidade clássica na literatura e nas artes e a recuperação dos respectivos remas e
modelos
O individualismo, que consistia na afirmação plena do individuo face aos demais, buscando a gloria a fama durante a
sua vida terrena.
O espírito critico, fundado na importância fulcral atribuída a razão (racionalismo), que tudo deveria ser capaz de
explicar
Difusão: flandres, Inglaterra, Franca, Alemanha, Espanha e também Portugal.
Principais renascentistas: Leon Battista Alberti, Leonardo da Vinci, Erasmo de Roterdão, Miguel Ângelo, Nicolau
Copérnico, Lourenço de Medicis.
O humanismo e a sua difusão
O humanismo foi um movimento cultural surgido na Itália, nos séculos, e que se espalhou por toda a Europa. Apareceu
durante o renascimento, entre os intelectuais, por reacção contra o pensamento medieval e escolástico e em defesa de um
regresso as fontes de inspiração da antiguidade clássica.
O humanismo revelou –se mais na área da literatura, principalmente na poesia, historia, filosofia, retórica, sátira e teatro.
Caracterizou-se pela rejeição dos valores místicos e das formas culturais medievais, a que contrapôs novos ideais assentes na
valorização dos ideias e formas de expressão literária artística da antiguidade clássica e na crença no homem como ser
racional, dotado de espírito critico e de livre arbítrio. O humanismo colocou o homem no centro do universo.
Difusão do humanismo
A invenção da imprensa por Gutenberg, em meados do século XV, tornou possível uma rápida difusão das ideias
humanistas e renascentistas por toda a Europa, pois a reprodução de livros em grandes quantidades e a preços mais reduzidos
facilitou a circulação das novas ideias.
As próprias tipografias transformaram-se em animados locais de debate as ideias humanistas, que também propagaram
através de contactos interpessoais, por meio de viagens, cartas, visitas, frequência de escolas e universidades.
Principais humanistas – Na Itália onde o humanismo nasceu destacam – se como humanistas: Salutali, Nicolau
Nicoli, Lourenço de Valla Marcilio Fiscino, Picodella Mirandolla Baltazar Castiglione Ariosto e Nicolau Maquiavel
Na Inglaterra, Thomas More e também em Portugal os irmão André e António Gouveia, André de Resende e Damião
de Góis, luís de Camões e João de Barros

Questionário

1.O período de transição ou antigo regime, foi o período da história da humanidade entre os séculos XVI-XVIII em
que ocorreram profundas transformações a nível social, económico e político.
a) Como estava estruturada a sociedade europeia durante o período de transição.
b) Qual era a base da economia no período de transição?
2. Entre os séculos XV e XVII desenvolveram-se em África reinos, impérios ou estados com um dinamismo próprio
e com uma estabilidade política, económica, social e cultural.
a) Dá exemplo de 4 Estados que se desenvolveram em África no período referido na afirmação.
3. No século XIII, as especiarias e drogas orientais chegavam à Europa por via essencialmente terrestre. Este
comércio era controlado no mediterrâneo oriental por três cidades italianas.
a) Identifique-as.
4. A pilhagem colonial em África caracterizou-se essencialmente por trocas desiguais. O comércio consistia na
troca de ouro, marfim e escravos, por produtos de menor valor.
a) Menciona três produtos que os chefes africanos recebiam em troca.
b) Aponta duas consequências do tráfico de escravos em Moçambique.

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5.“O nosso continente foi despojado de muitos milhões de pessoas indispensáveis à produção, o que enfraqueceu a
capacidade produtiva”
a)A que fenómeno se refere a afirmação?
6.Explica as formas de obtenção de escravos em África e sobretudo Moçambique.
7.Qual era o objectivo destes milhões de pessoas?
8.Menciona os principais intervenientes neste tipo de comércio.
9.Na tua opinião que consequências trouxe o trafico de escravos a Moçambique?
10. O mercantilismo foi uma política económica que vigorou na Europa entre os séculos XVII-XVIII.
a)Quais eram os fundamentos desta doutrina
b) Que pais da Europa mais se evidenciou na aplicação do mercantilismo?
c)Menciona duas figuras defensoras do mercantilismo nas colónias.
11. O Fisiocratismo foi uma política económica que vigorou na Europa, na segunda metade do século XVII, cujos
princípios se distinguiam dos mercantilistas.
a)Em que consistia esta doutrina?
b) Identifica os precursores do Fisiocrátismo
12. Localiza no tempo e no espaço o movimento renascentista.
13. Quais foram as características principais deste movimento cultural?
14. Entre os precursores do renascimento, que se destacou mais em todas as áreas de saber?
15. Define o humanismo.
16. Quem eram os humanistas?
17. Para que área de saber os humanistas viram as atenções?
18. Diz o nome do estudioso que foi considerado o pai do humanismo.
19. Quais foram os grandes centros humanistas?

12 Dércio Sinoda Monguela – Escola Secundaria Josina Machel de Belane

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