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Universidade Rovuma
Nacala-Porto
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2021
Universidade Rovuma
Nacala-Porto
2021
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Índice
1.Introdução................................................................................................................................3
2.1.Conceito de Tradição........................................................................................................4
2.2.Conceito de Identidade......................................................................................................4
3.Conclusão...............................................................................................................................13
4.Bibliografia............................................................................................................................14
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1.Introdução
Entretanto, A identidade cultural assim como tradição são conteúdos bastante discutidos
dentro das temáticas teóricas em áreas de ciências sociais, tais como a Psicologia, Sociologia
e outras áreas afins do saber, e perante essa diversidade e complexidade, muitos autores
relacionam o avanço das tecnologias como um perigo que pode alterar certas práticas e
tradições.
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2.1.Conceito de Tradição
De acordo com os autores SILVA & SILVA (2006) citado por MANUEL (2018), em sua
definição mais simples, tradição é um produto do passado que continua a ser aceito e atuante
no presente; E outras buscas bibliográficas afirmam que, falar de tradição envolve um
conjunto de práticas e valores enraizado nos costumes de uma sociedade, e acredita-se que o
termo tradição deve ser empregado para as esferas mais importantes da vida humana, como a
religião, o parentesco, a comunidade e muito mais, deixando as esferas menores de ritos e
costumes quotidianos relegadas ao conceito de folclore.
2.2.Conceito de Identidade
A identidade cultural é bastante discutida dentro das temáticas teóricas em áreas de ciências
sociais, perante a sua diversidade e complexidade, e muitos autores relacionam o avanço das
tecnologias como um perigo que pode alterar certas práticas e tradições.
O conceito de identidade pode ser objectivado, isto é, pensada como continuidade da base
ecológica (território, meio natural), da base social (população, etnia), da base temporal
(história) e da base cultural (traços culturais).
Segundo SILVA (2018), Estendendo-se por milénios, os Impérios foram muitos e muito
variados. A partir do século XVI o termo usou-se para designar as grandes formações,
independentemente da forma de governo ou regime político. Por exemplo, os Impérios
Marítimos, que marcaram o nascimento dos Impérios Europeus. Para estes últimos e numa
perspectiva limitada à construção dos tipos imperiais (ultramarinos) da Idade Moderna e aos
casos português e o espanhol, enunciam-se três características comuns: a) um quadro terri-
torial relativamente importante; b) um programa de domínio e unificação de elementos
políticos, étnicos, raciais, culturais, etc., de composição diversa; c) uma alta valorização do
ideal (e da estrutura) militar.
século XIX foi o século colonial europeu e, na sequência de vários antecedentes e diferentes
percursos, a realização da Conferência Internacional de Berlim em 1884-1885 marcou o início
simbólico do período do imperialismo (colonial). Embora os Impérios e os imperadores
fossem categorias vindas de antigos tempos, este imperialismo era inteiramente novo, «um
novo termo, imaginado para descrever um fenómeno novo» em ruptura com os antigos
sistemas coloniais resultantes das “grandes descobertas” dos séculos XV e XVI. Impôs-se
durante as três décadas posteriores — até à Primeira Guerra Mundial, separando o século XIX
do século XX —, caracterizadas pela grande expansão territorial dos países europeus e,
simultaneamente, pelo desenvolvimento dos movimentos de unificação nacional na Europa.
Levou quer à formação dos Impérios Europeus (sobretudo através do pangermanismo e do
pan-eslavismo, antecedentes dos totalitarismos), quer dos Impérios Coloniais criados pelos
países mais industrializados.
O período da partilha da África terminou em 1914 e não teve grande impacto na política
europeia. Nesta perspectiva, uma periodização mais vulgar (e flutuante nas datas) distingue,
grosso modo, dois grandes períodos: a primeira metade do século XIX (1815-1870), em que
as colónias europeias tinham pouca importância e só se podia em rigor falar de Império
Colonial no caso britânico, e, de seguida, o imperialismo moderno entre 1870 e o início da
Primeira Guerra Mundial.
A Primeira Guerra Mundial, como guerra entre os impérios clássicos (embora dotados de um
poder militar e económico que lhes advinha do interior e do exterior do espaço europeu31),
tornar-se-ia o momento charneira da integração e da imposição de uma nova forma pois, com
a repartição do Império Otomano, último Império do “tipo romano”, os Impérios Coloniais
das potências da Europa ocidental iriam atingir a sua maior envergadura. A reestruturação do
mundo imperial posterior à Primeira Guerra Mundial só pôs termo aos Impérios dos vencidos
(e originará três novos projectos imperiais: a Alemanha nazi, a URSS e o Japão).
Quanto a Portugal, o Império teve sempre uma estrutura compósita, nunca correspondeu a um
território contínuo e homogéneo, assentou numa lógica singular e, como termo, nunca foi
oficialmente utilizado até ao início do século XIX.34 É costume distinguir três Impérios
portugueses: o Império Marítimo do Oriente (ou Estado da Índia enquanto designação dos
povoados e territórios administrados por Goa, «uma nebulosa de poderes» em equilíbrio
permanente e constante mutação35), o Império Luso-Brasileiro (na última fase sob a forma de
Reino Unido) e o Terceiro Império (progressivamente construído, durante o século XIX,
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como Império Africano). Também é costume qualificá-lo, olhando para o conjunto, como o
primeiro Império Colonial moderno e o último império ultramarino europeu.
No que concerne a aculturação, ela implica o contacto de duas culturas pela primeira vez,
originando neste contacto processos de mudança social em uma ou ambas culturas. Por outras
palavras, aculturação seria o processo de mistura de culturas.
O dinamismo cultural reside na ausência de estaticidade, o que pressupõe que a cultura está
em constante mudança, daí que se conclui, com MARTINEZ (2007:59) apud VILANCULOS,
P.89) que a cultura “não é algo acabado ou definitivo mas sim algo em contínuo
aperfeiçoamento”.
A cultura é também dinâmica através da acção directa dos próprios membros da sociedade
que provocam mudanças conscientes: a cultura experimenta a mudança desejada e consciente.
Perante certas situações, os próprios membros da cultura acometem conscientemente as
mudanças.
elementos duma cultura que se irão integrar na outra através de processo de mistura e fusão,
surgindo como resultado uma nova síntese cultural e um novo padrão cultural do
comportamento.
Segundo PEREIRO (2009) O conceito foi criado em 1880 pelo antropólogo norte-americano
J. W. Powell (in Cuche, 1999: 92) para designar a transformação dos modos de viver e pensar
dos imigrantes nos EUA. Um exemplo são os pidgins (mistura de inglês com línguas nativas
de diversas zonas do mundo). Este contacto intercultural pode provocar três efeitos (Panoff e
Perrin, 1973):
b) Integração ou combinação de culturas, tendo como resultado novas culturas num certo
plano de equidade.
Ora, na presente abordagem, pudemos fazer menção de outros dois aspectos bastante
importantes na dinâmica cultural: a descoberta e a invenção. Como o homem não é um ser
passivo na dinâmica cultural, ele está sujeito a descobrir e a inventar novas coisas que
contribuam para o desenvolvimento social. Neste sentido, fica bem patente que a descoberta é
todo acréscimo de conhecimento e invenção é toda nova aplicação do conhecimento.
Segundo CHICHAVA (2008), A língua portuguesa foi utilizada como um dos veículos
importantes para construção do outro ou identidade nacional, para caso do nosso Pais. Assim,
marginalizando‐se completamente as línguas locais, de tal sorte que foi interdita aos alunos
falar as línguas locais nas escolas. Anúncios tornavam obrigatória a língua portuguesa nas
instituições públicas foram colados. E os nomes das regiões e clubes desportivos com
conotação étnico‐regionais foram abolidos. Foram os casos, por exemplo, da antiga
circunscrição dos Muchopes na província de Gaza, que tornou‐se Manjacaze, e da dos
macondes, em Cabo Delgado, que passou a designar‐se por Mueda. Não havia macuas,
machanganes, wayaos ou macondes, havia apenas moçambicanos.
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Foi preciso “matar a tribo para construir a nação”, dizia Samora Machel, apoiando‐se numa
expressão do primeiro presidente Ganês, Nkwame Nkrumah. A tribo, considerada arcaica e
“feudal”, era vista como incompatível com o objectivo de construção da nação, com a unidade
nacional, e assim desapareceria com a emergência do “Homem Novo”, alfabetizado, falando
português e vivendo na aldeia comunal. E aparecendo somente, Um só sindicato, uma só
organização da mulher e uma só organização da juventude, todos obedecendo a linha do
partido, foram criados, e a divisa era um só povo, uma só nação, uma só cultura, uma só
língua, um só partido e dessa forma foi construído o outro que antes priorizava o
regionalismo.
Segundo PEREIRO (2009) O conceito de grupo étnico veio substituir o de raça enquanto
conceito cultural. Um grupo étnico é definido por algumas semelhanças entre os seus
membros (crenças, valores, hábitos, normas, substrato histórico comum, etc.) e por diferenças
com outros (língua, religião, história, geografia, território). E a etnicidade é uma construção
social, uma forma de organizar a diversidade cultural.
O tribalismo, que à semelhança de todos os “ismos” tem uma conotação ou carga negativa, é a
exclusão dos que não pertencem à nossa tribo ou etnia, marginalizando‐os ou excluindo‐os,
dessa forma, o tribalismo é a instrumentalização ou a manipulação das identidades étnicas
com vista a tirar certos benefícios. Embora o tribalismo seja visto apenas do lado negativo,
afirma Christian Coulon, que ele pode também constituir o veículo de reivindicações
populares e, frequentemente, provocar paixões colectivas.
dos dirigentes sulistas da Frelimo era uma dos principais responsáveis pela crise pela qual o
movimento estava a passar.
No período pós‐colonial, a Frelimo definiu a discriminação com base na cor, tribo ou religião
como um dos seus combates prioritários. As palavras de ordem eram “abaixo o racismo, o
tribalismo, o regionalismo, o divisionismo, À semelhança de outros regimes africanos que
defendiam o partido único em detrimento do pluralismo político e social ― oficialmente por
medo de acordar ou exacerbar os particularismos identitários, ou como diziam alguns líderes
africanos, por temer que cada grupo étnico criasse seu próprio partido, a Frelimo negava todo
o tipo de diversidade: religiosa, étnica, racial, politica, linguística, social, entre outras. Tal
negação também resultava da experiência dos conflitos étnico‐tribais que este partido tinha
conhecido durante a luta anticolonial, e era feita em nome de uma ideologia que defendia a
criação do “Homem Novo”, o qual devia estar livre dos seus “maus hábitos”, que punham em
causa a moçambicanidade (CHICHAVA, 2008),
Ideia da identidade nacional diante das diferenças como construção histórica permanente e
como a sociedade moçambicana tem como traço fundamental à diversidade cultural e esta
deve ser reconhecida e vivida tendo a ética como base das relações sociais e interpessoais.
3.Conclusão
4.Bibliografia