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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distância

A Importância da oportunidade do emprego da pessoa portadora do HIV-SIDA na província


de Sofala

António Faustino-Código: 708222520

Nampula, Agosto, 2023


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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distância

A Importância da oportunidade do emprego da pessoa portadora do HIV-SIDA na província de


Sofala

António Faustino-Código: 708222520

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Habilidade de Vida, Saúde Sexual,
Reprodutiva, Género e HIV-SIDA.
Ano de Frequência: 2º Ano
Turma: J
Tutor: João Alfredo Sande Castigo

Nampula, Agosto, 2023


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cas bibliografia
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Índice
Introdução ........................................................................................................................................ 6

1.1.Justificativa ................................................................................................................................ 6

1.2.Problematização......................................................................................................................... 7

1.3.Objectivos .................................................................................................................................. 8

2.Metodologia .................................................................................................................................. 8

3.Revisão Literária........................................................................................................................... 9

3.1.Impacto no local de trabalho ..................................................................................................... 9

3.2.Políticas de Recursos Humanos para HIV/SIDA .................................................................... 12

3.3.Medidas de protecção dos trabalhadores ................................................................................. 13

3.4.A discriminação no local de trabalho ...................................................................................... 13

Conclusão ...................................................................................................................................... 15

Referências bibliográficas ............................................................................................................. 16


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Introdução

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) diariamente aproximadamente 14


mil pessoas são infectadas pelo HIV, porém desde o princípio da epidemia 20 milhões de
pessoas já vieram a óbito em decorrência das complicações da Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (SIDA) e até o ano de 2010 a doença deixou órfã cerca de 25 milhões de crianças no
mundo. A perspectiva da OMS para os próximos 20 anos é a de que se as políticas públicas e
acções eficazes de controlo não forem bem implementadas, 70 milhões de indivíduos estarão
contaminados com o vírus (Rocha, 2003).

“Em Moçambique há actualmente mais de um milhão e quinhentas mil pessoas infectadas pelo
HIV, estimando-se em 110.000 o número de crianças de 0-14 anos vivendo com o HIV”
(UNAIDS,2016). “Em termos epidemiológicos, a infecção do HIV em Moçambique é
generalizada, mas considerada estável desde 2015, com uma prevalência de 13.2% em adultos
de 15-49 anos de idade. (ONUSIDA, 2015)”.

O mundo do trabalho está cada vez mais afectado, pois sofre não apenas com o custo humano da
força de trabalho, mas também com a redução dos lucros e da produtividade. Isso resulta em novos
desafios tanto para os empregadores quanto para os trabalhadores. Respostas construtivas e pró-
activas ao HIV/SIDA no local de trabalho podem contribuir para uma melhoria das relações de
trabalho e para garantir a continuidade da produção (OIT, 2002).

Neste sentido o HIV/AIDS é uma questão relacionada com o local de trabalho e deveria ser
tratado como qualquer outra doença ou problema grave no local de trabalho. Isso é necessário
não só porque afecta a força de trabalho, mas também porque o local de trabalho […] tem papel
a desempenhar na grande luta para conter a disseminação os efeitos da epidemia.

Neste sentido, o presente trabalho tem como tema: A Importância da oportunidade do


emprego da pessoa portadora do HIV-SIDA na província de Sofala. Destaca-se como
objectivo da realização desse trabalho analisar o impacto do HIV-SIDA no local do trabalho.

1.1.Justificativa

O HIV-SIDA é uma das maiores catástrofes que aconteceu na história da humanidade, esta
pandemia está a ceifar vidas humanas a um ritmo acelerado, principalmente na África Sub-
sahariana, onde se localiza o nosso pais (Moçambique). Esta doença tem impactos negativos
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em todas áreas sócias, inclusive no local de trabalho As empresas estão a perder os seus
recursos humanos. E com eles, perdem também a sua história, conhecimentos, habilidades e
experiencia. O HIV ataca maioritariamente a pessoas adultas, dos 15 aos 49 anos, pessoas estas
que formam a forca laboral disponível no mercado e que possam a maior parte do seu tempo no
local de trabalho. Deste modo o local de trabalho torna-se o palco ideal para a disseminação de
actividades de prevenção, educação, apoio e tratamento do HIV-SIDA.

No nosso pais , ainda é reduzido o numero de empresas engajada em actividades de combate


ao HIV-SIDA no local de trabalho.

Neste sentido , o interesse em pesquisar tal temática surgiu a partir das observações feitas pelo
autor em alguns pontos do pais concretamente na província de Sofala. Constitui motivação do
autor em identificar os impactos suas consequências no local do trabalho de modo a apontar
algumas medidas para a protecção das pessoas portadoras do HIV-SIDA. No entanto acredita-
se que a realização deste estudo, será de suma importância para esclarecer dúvidas e confirmar
a expectativa em relação ao tema abordado.

1.2.Problematização

Segundo a ONUSIDA e Empresas (2007) a epidemia reduz a disponibilidade da mão-de-obra,


especialmente a especializada, aumenta os custos de operação, reduz a produtividade,
desacelera o crescimento económico, ameaça vidas de trabalhadores e empregadores e põe em
perigo os direitos humanos.

Simultaneamente, o local de trabalho é um dos locais mais importantes e mais efectivos para
responder à epidemia, mesmo em países onde a prevalência do HIV/SIDA é baixa. Duas em
cada três pessoas vivendo com o HIV/SIDA deslocam-se diariamente ao seu local de trabalho,
fazendo com que o seu local de trabalho, seja ideal para a promoção da prevenção do HIV,
tratamento, assistência e apoio. A capacidade única do local de trabalho juntar indivíduos que

se encontram nos grupos etários de maior risco, constitui uma situação inigualável para a
consciencialização, educação, acesso ao tratamento e promoção da não discriminação contra
pessoas vivendo ou em risco de adquirir o vírus. (ONUSIDA e Empresas, 2007)

As pessoas vítimas de doenças associadas ao HIV devem poder seguir trabalhando enquanto
estiverem declaradas aptas, segundo parecer médico, a ocupar um emprego em condições
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adequadas. Diante dessa situação o presente trabalho apresenta a seguinte questão: Quais são
os impactos do HIV-SIDA no local do trabalho face as pessoas vítimas de doenças?

1.3.Objectivos

Na realização deste trabalho destacam-se os seguintes objectivos.

1.3.1.Objectivo geral:

 Analisar o impacto do HIV-SIDA no local do trabalho

1.3.2.Objectivos específicos:

 Identificar os impactos do HIV-SIDA no local do trabalho;


 Falar sobre as medidas de protecção dos trabalhadores portadores do HIV-SIDA;
 Explicar as políticas de recursos humanos para HIV/SIDA.

2.Metodologia

De acordo com Lakatos (1991), “a metodologia “é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa,


exacta de toda a acção desenvolvida no processo de trabalho de pesquisa”( p.40).

Na realização deste estudo, usou-se como método de pesquisa para a revisão literária, a analise
de documentos sobre o impacto do HIV-SIDA no local de trabalho. O estudo de caso foi o
método escolhido para pesquisar as acções de empresas operando em Moçambique .Segundo
Marcelo et al (2005) “o estudo de caso basea-se na investigação de um fenomenizo
contemporâneo no contexto de uma situação real numa organização. Para os estudos do caso, o
método de recolha de dados foi a analise documental.

Quanto a abordagem do trabalho é de carácter qualitativo, pois traduz opiniões e informações


relacionadas ao tema. Relativamente aos procedimentos técnicos, o trabalho foi um estudo de
campo, visto que foi necessário fazer um estudo empírico para a obtenção de dados
consistentes para apurar os resultados mais acertados. No presente trabalho foi usado a técnica
de observação e análise de conteúdos a partir da revisão de literatura.
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3.Revisão Literária

Há 25 anos desde que a Síndroma da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) surgiu como a maior
emergência de saúde, a epidemia tem tido um sério efeito devastador no desenvolvimento
humano. Em muitos países a epidemia tem minado o progresso nos objectivos do
desenvolvimento do milénio, particularmente, em áreas como redução da pobreza, promoção da
igualdade de género, redução da mortalidade infantil e aumento da qualidade de vida das
mães.(UNAIDS, 2006).

De acordo com o relatório da UNAIDS (1999), o vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)


continua a disseminar-se por todo o mundo, atingindo comunidades que eram pouco vulneráveis a
epidemia, e a sua virulência está a aumentar em áreas nas quais a SIDA já é a principal causa de
morte em adultos (15-49 anos de idade).

“A SIDA é uma doença provocada pela destruição do sistema imunitário por um vírus
denominado VIH. Este vírus é principalmente transmitido através das secreções sexuais e pelo
sangue”(Lagarde, 2001).

Por este motivo, os dois modos predominantes de transmissão actual são: as relações sexuais
com penetração (homo e heterossexuais) e a partilha de seringas contaminadas por utilizadores
de drogas injectáveis.

3.1.Impacto no local de trabalho

Nos países mais afectados, especialmente na África Sub-sahariana, a epidemia está a


desestabilizar mercados, ameaçando os níveis de desenvolvimento e risco económico.

O HIV-SIDA afecta a forca de trabalho, quer qualificada, quer não qualificada e implica custos
cada vez maiores para as empresas em virtude de:

 Redução da produtividade;
 Aumento dos custos com pessoal
 Perda de colaboradores competentes;
 Redução dos mercados.

De acordo com o estudo escrito por Rau, Bill(2002), tel como as pessoas singulares as
empresas também podem estar em risco devido a natureza do trabalho nela feito.
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A grande maioria dos seropositivos são pessoas de 15 a 49 anos, ou seja, trabalhadores na faixa
etária mais produtiva. A epidemia diminui a expectativa de vida, que deve cair de 60 para cerca
de 30 anos até 2010, nas regiões mais atingidas da África Austral. Cerca de 36 dos 40
milhõesde pessoas vivendo com o HIV exercem uma actividade produtiva sob uma forma ou o
utra, e pelomenos 26 milhões de trabalhadores são seropositivos, (ILO, 2006)As projecções
mostram que em 2005, a força de trabalho em Moçambique, reduziu em cerca de418.000
mulheres e 354.000 homens. Moçambique pode vir a perder até 2020, 17% da sua força de
trabalho, devido ao HIV/SIDA.

Em termos absolutos, isto representa uma perca de cerca de2.2 milhões de trabalhadores, (ILO,
2005)A população adulta economicamente activa está a caminhar para a desestabilização.

Muitos provedores de serviços estão a cair doentes devido ao HIV-SIDA, e outros estão a ser
forçados atirar férias para serem provedores de saúde ou para realizar funerais, (Ecosida, 2006)
A ILO (2006), refere-se a algumas consequências, nomeadamente:

 Discriminação no emprego e estigmatização no local de trabalho;


 Aumento dos custos de mão-de-obra para as empresas (seguro de saúde, reconversão,
etc);
 Desestimulo dos investidores e entrave ao desenvolvimento das empresas;
 Aumento da carga de trabalho das mulheres, que devem combinar trabalho produtivo e
cuidados aos doentes;
 Evasão escolar dos órfãos e das crianças afectadas, obrigadas a trabalhar;

Crescente pressão das mulheres e adolescentes, obrigados a se prostituírem para sobreviver. De


acordo com Martingo, et al (2005), “o local de trabalho constitui uma parte da comunidade,
tem um papel importante na prevenção e na limitação dos prejuízos da doença”.

A gestão e limitação do seu impacto no mundo do trabalho, apoio e acompanhamento dos


trabalhadores infectados ou afectado pelo HIV/SIDA, (OIT 2001).A nível das organizações,
tais perdas, agregadas aos níveis nacionais, são muitas vezes difíceis de detectar (ou estão ainda
por surgir) e, portanto, nem sempre poderão convencer as empresas afazer algo. Mas o impacto
empresarial do SIDA já é visível nos locais de trabalho em muitas partes do mundo. De acordo
com PIKE (1993, p. 47), o SIDA faz-se sentir no local de trabalho através de uma série de
formas:
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 A perda de pessoal experiente;


 O absentismo devido às doenças relacionadas com o SIDA, aos cuidados de
outros, participação em funerais;
 O aumento dos custos de recrutamento e formação: em muitas regiões em
desenvolvimento, encontrar um gestor qualificado e trabalhadores experientes de
primeira linha para substituir os que já faleceram ou os que já não podem trabalhar mais
pode ser extremamente difícil;
 Aumento da rotação laboral: a produtividade é afectada durante o tempo necessário para
substituir os trabalhadores, especialmente os trabalhadores mais experientes ou mais
qualificados;
 A baixa produtividade dos novos trabalhadores: com frequência os novos
trabalhadores precisam de algumas semanas até serem tão produtivos como aqueles que
eles substituem.
 Aumento dos custos com os cuidados de saúde, incluindo o número de pessoal da
saúde, dos tratamentos médicos e dos seguros, assim como das compensações por morte
incapacidade bem como o pagamento de pensões. As empresas enfrentam enormes
desafios na resposta ao SIDA.

Na maioria dos casos, os dirigentes empresariais querem dar o “melhor” aos seus
trabalhadores, mas quando se trata do SIDA sentem muitas vezes que não sabem como
proceder, ou têm receio que seja demasiado dispendioso.

O HIV/SIDA gera impacto negativo em diferentes sectores económicos da sociedade. No


entanto, pelo objecto do presente estudo, iremos abordar o impacto da pandemia a nível do
sector económico e social, do sector do Turismo e do impacto no local de trabalho.

O HIV afecta o desenvolvimento social e económico que passam pela força de trabalho e pelo
nível e distribuição de poupanças. No primeiro caso, os efeitos decorrem pelo facto de a
epidemia causar um impacto negativo na população activa, onde se concentra a incidência da
epidemia e mortalidade relacionadas com o vírus associado à SIDA. Assim, pessoas com
importantes papéis económicos e sociais (tanto homens como mulheres) deixam de dar sua
plena contribuição para o desenvolvimento do país.
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3.2.Políticas de Recursos Humanos para HIV/SIDA

O maior problema para as organizações é a perda de funcionários especializados com


competências específicas e experiência organizacional. Segundo a OIT (2004, p. 19), os
programas para HIV/SIDA no ambiente de trabalho têm retornos
positivos para o próprio ambiente e para a comunidade, pois evitam a perda de produtividade, r
eduzindo a rotatividade e a perda de especialização eexperiência, reduzindo custos de
treinamento e de absenteísmo.

Esses programas podem alterar todo o ambiente de trabalho de maneira produtiva, pois ajudam
a melhorar o moral dos empregados, ajudam a reter e atrair melhores trabalhadores, promovem
um alto nível de comprometimento dos funcionários e respeito pelos seus direitos,
especialmente quando baseados em políticas para conter a discriminação e a estigmatização.

trabalho estabelecendo e implantando programas de prevenção e tratamento em trabalho


público, privado ou informal. De acordo com a OIT, o campo de trabalho foi reconhecido como
a arena onde o HIV/SIDA pode ser combatido e vencido.

A CEN (2003, p. 15), recomenda que as empresas estabeleçam um conjunto de políticas


e procedimentos de Recursos Humanos para HIV/SIDA, que sigam a linha do manual da OIT e
mseus princípios básicos, que visam a proteger os direitos fundamentais e a dignidade no
trabalho, das pessoas que vivem com HIV/SIDA. Estas políticas, para a CEN, devem estar em
conformidade com “as filosofias gerais da empresa” e devem envolver todos os
segmentos profissionais. Em se tratando de prevenção à SIDA no local de trabalho, o objectivo
fundamental é promover o acesso de todo o empregado à informação e que as pessoas vivendo
com HIV/SIDA sejam tratadas com respeito e dignidade, tendo seus direitos assegurados.
Assim, uma política deve objectivar o equilíbrio entre as necessidades da instituição, as do
empregado portador de HIV/SIDA e dos demais funcionários.

Para Valentim (2003), Todo trabalhador é, antes de tudo, um ser humano e, como tal, portador
de direitos e garantias inerentes à sua condição de ser, de pessoa e quando
portador do vírus HIV, é comummente identificado como “seropositivo”, expressão associada
às ideias de doença, doença fatal, morte, morto-vivo, de transmissor ou portador de uma praga,
de uma malignidade que coloca em risco a vida humana. Há uma associação da enfermidade
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com ideias negativas, que muitas vezes, justifica a exclusão, o isolamento, a rejeição, o
preconceito.

3.3.Medidas de protecção dos trabalhadores

As acções preventivas protegem a saúde e reforçam a confiança dos trabalhadores. Os


princípios elementares que permitem minimizar o risco de transmissão do HIV e de outros
agentes patejemos transmissíveis pelo sangue são a implementação de medidas de “cuidados
universais” e de “higiene pessoal”. As precauções universais prevêem uma estratégia que
impõe aos profissionais de saúde que tratem o sangue ou os fluídos orgânicos humanos como
fonte potencial de transmissão, independente do diagnóstico ou do risco suposto. Isto envolve o
uso regular de luvas ou outros equipamentos de protecção, lavar a mãos, proteger os arranhões
com curativos e tomar diversas outras providências para levantar uma barreira entre os
trabalhadores e o sangue ou os fluídos orgânicos potencialmente infecciosos. A aplicação das
precauções universais minimiza os riscos de transmissão do HIV e de outros agentes patejemos
transmissíveis pelo sangue, mas não permite a protecção contra picadas de agulha.

3.4.A discriminação no local de trabalho

É ainda escassa a informação acerca do estigma e discriminação no meio laboral de


Moçambique; contudo, algumas associações de PVHS e de defesa dos direitos humanos
denunciaram casos de discriminação relacionados com o HIV/SIDA; há entidades patronais
que foram acusadas de despedir trabalhadores devido ao seu estado serológico, na maioria dos
casos sem indemnização e sem respeito pela confidencialidade

Estes dois casos dão uma ideia das formas de discriminação no local de trabalho, e ilustram
aspectos já mencionados. A entidade patronal não assume a responsabilidade social que tem em
relação aos seus trabalhadores, e viola frequentemente o direito da pessoa ao emprego, à
assistência médica e à confidencialidade. O referido estudo denuncia também a falta de
conhecimento das entidades patronais acerca da natureza da doença, e acerca dos direitos dos
trabalhadores. Quando lidam com casos de HIV/SIDA, negam ao trabalhador o direito à
assistência médica, recusando-se a reembolsá-lo do dinheiro que estes dois casos dão uma ideia
das formas de discriminação no local de trabalho, e ilustram aspectos já mencionados. A
entidade patronal não assume a responsabilidade social que tem em relação aos seus
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trabalhadores, e viola frequentemente o direito da pessoa ao emprego, à assistência médica e à


confidencialidade.

O referido estudo denuncia também a falta de conhecimento das entidades patronais acerca da
natureza da doença, e acerca dos direitos dos trabalhadores. Quando lidam com casos de
HIV/SIDA, negam ao trabalhador o direito à assistência médica, recusando-se a reembolsá-lo
do dinheiro que gastou em consultas médicas e em medicamentos, enquanto tal não acontece
no caso de outras doenças. O HIV/SIDA é visto como uma “doença especial”. As atitudes das
entidades patronais revelam igualmente o medo associado à doença. Elas procuram fazer com
que a PVHS não trabalhe no mesmo sítio onde elas ou os outros trabalhadores o fazem.

A discriminação no local de trabalho também está reflectida na falta de políticas que definam
as responsabilidades da entidade patronal para com as PVHS, nas limitadas ou nulas verbas
orçamentais para os programas de luta contra o HIV/SIDA e na dificuldade em se reservar
parte do horário laboral para que os trabalhadores possam participar em campanhas de
consciencialização sobre o SIDA. A tendência para se considerar que a PVHS é um doente e,
por isso, é um inútil e um improdutivo, leva a atitudes que afectam o emprego e as actividades
das PVHS, no sentido em que, ao considerá-las doentes, está-se, de algum modo, a tratá-las
como incapazes. Logo, a entidade patronal, por exemplo, deixa de as ver como trabalhadores;
esta atitude constitui um obstáculo à formulação, no lugar de trabalho, de estratégias destinadas
a melhorar a qualidade de vida dos empregados vivendo com o SIDA e a atenuar as
repercussões da doença no seu trabalho diário. “Se tens SIDA vais morrer, portanto não vale a
pena gastar recursos contigo.”
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Conclusão

Na realização deste trabalho podemos concluir que, o HIV-SIDA é um problema que afecta
directamente os Recursos Humanos de qualquer organização e, neste sentido, as organizações
são as que mais sofrem porque perdem a mão-de-obra, o que afecta significativamente na sua
produtividade e consequentemente redução dos lucros. É portanto sensato investir nos
programas de prevenção, de assistência e cuidados para conter o declínio da produtividade e a
consequente rentabilidade das organizações.

Pode-se aferir que as consequências desastrosas do HIV/SIDA são um processo em cadeia


reflectindo-se na redução do número de pessoas com formação, experiência profissional e
digestão, mas também na diminuição da capacidade de sua intervenção aos diferentes níveis
desqualificação e em manter o seu constante fluxo no mercado de trabalho. A epidemia
também implica na perda de competências, da experiência e da memória institucional.

Compromete desenvolvimento dos recursos humanos, com a quebra da transferência informal


de inter-relacional e a incapacidade das crianças de completarem a sua escolaridade. O
HIV/SIDA é uma questão relacionada com o local de trabalho, não apenas por afectar a mão-
de-obra, mas também porque o local de trabalho pode desempenhar um papel vital contra
disseminação e os efeitos da epidemia. Portanto, os trabalhadores não devem sofrer
discriminação ou estigmatização com base na condição real ou suposta de portador do HIV.
Com o aumento da prevalência do HIV/SIDA, as empresas estão cada dia que passa,
mais preocupadas com o impacto da doença na sua organização. A um nível mais alargado, as
empresas dependem da solidez e da vitalidade das economias em que operam. O HIV/SIDA
contribui para aumentar os custos das transacções comerciais, reduzem a produtividade
diminuem no geral, a procura de bens e serviço.
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Referências bibliográficas

Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA. (2006). Estratégia Nacional de Comunicação

ECOSIDA,(2005).Plano Estratégico Ecosida, 2005-2010.

ILO/AIDS, (2006).Moçambique: O Impacto do HIV-SIDA em Recursos Humanos

Lagarde, (2001) Manual de implantação e implementação de programas e projectos de


prevenção ao HIV e AIDS no local de trabalho.

Lakatos, E. M. (1991). Técnicas de pesquisa (4ª ed.). São Paulo: Atlas

Marcelo, P. et al (2005). Técnicas e métodos de investigação em engenhar. Moçambique

ONUSIDA. (2015). O HIV/SIDA no Local de Trabalho: buscando respostas empresariais


inovadoras. Genebra: ONUSIDA.

Rocha, A.U.(2003). SIDA interditado em Moçambique. Maputo

Rodrigues, C. V. (2008). Estratégias de resposta ao HIV/SIDA no Local de Trabalho. Maputo:


Universidade Politécnica.

UNAIDS. (2016).Report on the Global Aids Epidemic. Genebra: UNAIDS.

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