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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distância

Teoria Burocrática na Administração Pública

Juma Alde Mpacua-Código: 708238817

Nampula, Abril, 2024


Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação a Distância

Teoria Burocrática na Administração Pública

Juma Alde Mpacua-Código: 708238817

Curso: Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: Reforma do Sector Público
Ano de Frequência: 2º Ano
Turma: K

Nampula, Abril, 2024


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Referências citações/referências
6ª edição em
Bibliográfic bibliográficas 4.0
citações e
as
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: a ser preenchida pelo tutor
Índice
Introdução ........................................................................................................................................ 1

1. Administração Burocrática .......................................................................................................... 2

2. Principais características da organização burocrática ................................................................. 6

Conclusão ........................................................................................................................................ 9

Referências Bibliográficas ............................................................................................................. 10


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Introdução

O presente trabalho emerge na disciplina de Reforma do Sector Público, que tem como tema:
Teoria Burocrática na Administração Pública. Referir que a teoria da burocracia tem como base o
pensamento racional, para almejar a excelência. Actualmente as pessoas associam burocracia a
processos demorados e com bastante papel (papelada). No entanto neste trabalho falou-se da
Administração Burocrática e as principais características das teorias burocráticas. Quanto a
metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, com a estruturação do trabalho contendo capa,
contracapa, índice, introdução, objectivo, desenvolvimento, metodologia, conclusão e referências
bibliográficas.
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1. Administração Burocrática

“Administração Burocrática é o conjunto de agentes públicos que devem obedecer aos


procedimentos determinados e à rígida hierarquia e à separação de funções” (Chiavenato, 2003).
Na administração burocrática, os procedimentos sobrepõem-se à eficiência. A orientação é que o
procedimento seja rigorosamente cumprido, mesmo que o resultado adquira onerosidade ou deixe
de surtir efeito.

A "Teoria de Burocracia na Administração" (mais tarde denominada "Staff", do Inglês), é uma


teoria sociológica de MAX WEBER. Sociólogo alemão Max Weber integrou o estudo das
organizações ao desenvolvimento histórico-social. Na relação Hierarquia Social e Autoridade.
Segundo ele, cada época social caracterizou-se por um determinado sistema político e por uma
elite dentro de determinada Cultura que, para manter essa Cultura e consequentemente o poder
dessa Cultura "Estatal", e a sua também consequente legitimidade, desenvolveu um determinado
aparelho ou estabelecimento administrativo “Staff "(do inglês) para servir de suporte à sua
autoridade e manter a sociedade nessa Educação, Administração e Cultura que é Dinâmica em
toda Sociedade, ela não para o tempo e espaço devendo ser e estando a modernizar-se para sua
sobrevivência e legitimidade evolutiva, segundo Max Weber.

De acordo com Chiavenato (2003, p. 254-255), na teoria da administração, a abordagem


estruturalista surgiu com o crescimento das burocracias, em uma perspectiva de análise que vai
além dos fenómenos internos da organização, visão pela qual as escolas de até então se
restringiam. Para Motta, essa abordagem sintetiza as teorias clássicas e as de relações humanas,
porém ganhando novas dimensões que envolvem todas as variáveis da organização.

Como afirma Chiavenato (2003), Max Weber foi o primeiro teórico que, em uma análise voltada
para a estrutura, acreditava que a burocracia era a organização por excelência.

Segundo Motta (1975, p. 46), a preocupação de Weber está na racionalidade, entendida como a
adequação dos meios aos fins. E uma organização é racional quando é eficiente. Assim, para
Weber, a burocracia era a forma mais eficiente de uma organização. Ele descreveu um tipo de
estrutura burocrática acreditando que fosse comum à maioria das organizações formais. No
entanto, como ressalta Maximiano (2000), Weber não definiu um modelo padrão para ser
aplicado, apenas esquematizou as principais características da burocracia existente.
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Ao sistematizar seu estudo da burocracia, Weber (Maximiano, 2000, p. 88) começa com a análise
dos processos de dominação ou autoridade. Segundo o autor, “a autoridade é a probabilidade de
haver obediência dentro de um grupo determinado”. Weber distinguiu três tipos de sociedade e
autoridade:

 Tradicional: também chamada de feudal, ou patrimonial, em que a aceitação da


autoridade se baseia na crença de que o que explica a legitimidade é a tradição e os
costumes. Em suma, os subordinados aceitam como legítimas as ordens superiores que
emanam dos costumes e hábitos tradicionais ou de fatos históricos imemoriais;
 Carismática: em que a aceitação advém da lealdade e confiança nas qualidades normais
de quem governa. Em presença de um líder ou chefe que personifique um carisma
invulgar ou excepcional, qualquer subordinado aceitará a legitimidade da sua autoridade;
 Racional-legal ou burocrática: em que a aceitação da autoridade se baseia na crença, na
legalidade das leis e regulamentos. Esta autoridade pressupõe um tipo de dominação legal
que vai buscar a sua legitimidade no carácter prescritivo e normativo da lei.

Na sociedade tradicional (tribo, clã, família) predominam as características conservacionistas,


patriarcais e patrimonialistas (Chiavenato 2003, p. 258-262) a autoridade que a preside é dita
tradicional, na qual a obediência é justificada pela tradição, pelo hábito ou pelo costume.

Na sociedade carismática (partidos políticos, grupos revolucionários, nações em revolução),


geralmente existem características místicas, arbitrárias e personalísticas; a autoridade carismática
que a preside é justificada pela influência de um líder detentor de qualidades que o destacam.

Já as sociedades burocráticas (as grandes empresas, os estados modernos, os exércitos) são


caracterizadas pelo predomínio de normas impessoais racionalmente definidas. O tipo de
autoridade (burocrática ou racional-legal) é justificado pela técnica, pela justiça, pela lei e pela
meritocracia. A autoridade racional-legal prevalece nas sociedades ocidentais. Este modelo,
também chamado burocrático, caracteriza-se pelos seguintes elementos:

 A lei representa o ponto de equilíbrio último, ao qual se devem reportar as regras e


regulamentos, constituindo aplicações concretas de normas gerais e abstractas;
 A burocracia, em qualquer organização, é estabelecida seguindo o princípio da hierarquia.
As relações hierárquicas entre superiores e subordinados são preenchidas por cargos de
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direcção e chefia e cargos subalternos claramente definidos, de forma que a supervisão, a


ordem e a subordinação sejam plenamente assimiladas e realizadas;
 A avaliação e a selecção dos funcionários são feitas em função da competência técnica.
Daí a exigência de exames, concursos e diplomas como instrumentos de base à admissão
e promoção;
 As relações informais não têm razão de existir. O funcionário burocrático é uma peça de
uma máquina, esperando-se dele um comportamento formal e estandardizado, de forma a
cumprir com exactidão as tarefas e funções que lhes estão destinadas;
 O funcionário recebe regularmente um salário, não determinado pelo trabalho realizado,
mas segundo as funções que integram esse trabalho e o tempo de serviço;
 O funcionário burocrata não é proprietário do seu posto de trabalho, as funções que
executa e o cargo que ocupa são totalmente independentes e separados da posse privada
dos meios de produção da organização onde trabalha;
 A profissão de funcionário de tipo burocrático supõe um emprego fixo e uma carreira
regular;
 O desempenho de cada cargo por parte dos funcionários burocráticos pressupõe uma
grande especialização na execução das suas tarefas e trabalho.

A burocracia, segundo Weber (Chiavenato, 2003, p. 266-267), traz consigo diversas vantagens.
Primeiramente, a sua racionalidade, o que significa dizer que procura os meios mais eficientes
para atingir as metas da organização. A precisão com que cada cargo é definido proporciona o
conhecimento exacto de cada responsabilidade.

Como as actividades são organizadas em rotinas e realizadas metodicamente, tornam-se,


consequentemente, previsíveis, o que aumenta a sua confiabilidade. A rapidez nas decisões é
obtida pela tramitação de ordens e papéis e pela uniformidade de rotinas e regulamentos que
colaboram para a redução de erros e custos. A facilidade de substituição daquele que é afastado e
os critérios de selecção apenas pela competência técnica garantem a continuidade do sistema
burocrático, evitando o nepotismo. O trabalho é profissionalizado, e os funcionários são treinados
e especializados, trazendo benefícios para as organizações.

Como descrito por Chiavenato (2003, p. 268), o tipo ideal de burocracia weberiana tinha como
uma das características a previsibilidade do seu funcionamento contribuindo para a obtenção de
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maior eficiência organizacional. Porém, autores como Merton, encontraram limitações na obra de
Weber, partindo para uma análise crítica da realidade descrita por ele.

Para Merton não existe uma organização completamente racional, como proposto por Weber. Até
porque, sendo um tipo ideal, tende a ser modificado pelos homens. Merton notou que a
burocracia leva também a consequências imprevistas que conduzem a ineficiências e
imperfeições, e estas, por sua vez, são enfatizadas e exageradas pelos leigos. A esse fenómeno,
Merton denomina de disfunções da burocracia, a exemplo da internalização das regras e o apego
aos regulamentos, o excesso de formalismo e de papelório, a resistência a mudanças, a
dificuldade no atendimento a clientes e os conflitos com o público.

Segundo Weber, porém, a burocracia torna a organização eficiente e eficaz, garantindo rapidez,
racionalidade, homogeneidade na interpretação das normas, redução dos atritos ou
discriminações e padronização (decisões iguais em situações iguais). A burocracia busca
amenizar as influências externas à organização, harmonizar a especialização dos seus
colaboradores e o controle das suas actividades através da competência e eficiência, sem
considerações de ordem pessoal. Weber identifica três factores principais que favorecem o
desenvolvimento da moderna burocracia:

 O desenvolvimento de uma economia monetária: na Burocracia, a moeda assume o lugar


da remuneração em espécie para os funcionários, permitindo a centralização da autoridade
e o fortalecimento da administração burocrática;
 O crescimento quantitativo e qualitativo das tarefas administrativas do Estado Moderno;
 A superioridade técnica – em termos de eficiência – do tipo burocrático de administração:
serviu como uma força autónoma para impor sua prevalência.

O desenvolvimento tecnológico fez as tarefas administrativas tenderem ao aperfeiçoamento para


acompanhá-lo. Assim, os sistemas sociais cresceram em demasia, as grandes empresas passaram
a produzir em massa, sufocando as pequenas. Além disso, nas grandes empresas há uma
necessidade crescente de cada vez mais se obter um controle e uma maior previsibilidade do seu
funcionamento.

Segundo o conceito popular, a burocracia é visualizada geralmente como uma empresa,


repartição ou organização onde o papelório se multiplica e se avoluma, impedindo as soluções
rápidas e eficientes. O termo é empregado também com o sentido de apego dos funcionários aos
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regulamentos e rotinas, causando ineficiência à organização. O leigo passou a dar o nome de


burocracia aos defeitos do sistema.

Entretanto, para Max Weber a burocracia é exactamente o contrário: é a organização eficiente por
excelência e, para conseguir esta eficiência, a burocracia precisa detalhar antecipadamente e nos
mínimos detalhes como as coisas devem acontecer. Em relação a este parágrafo acrescente-se que
para Merton, não existem uma organização totalmente racional e o formalismo não tem a
profundidade descrita por Weber. Assim pode-se dizer que para outros estudiosos a Burocracia
não é tão eficiente como Weber apresenta, levando ao excesso de formalismo, de documentação e
de papelório, isto leva a baixa eficiência.

A análise weberiana da burocracia foi posteriormente ampliada pelo sociólogo e filósofo Arnold
Gehlen em sua teoria das instituições. Para Gehlenite, a burocracia é apenas uma modalidade de
instituição social. Nossa vida seria impossível sem a existência tais dispositivos, uma vez que
eles disponibilizam previamente aos indivíduos determinados protocolos de acção, ou seja,
orientação. Para Gehlenite a razão de ser mais profunda da existência das instituições é que elas
nos proporcionam não apenas eficácia, mas também um tipo específico alívio psicológico
(Entlastung) pelo fato de não termos de decidir, a cada momento e sempre novamente, como
orientar nossas decisões.

2. Principais características da organização burocrática

Para Weber (apud Chiavenato, 2003), as características das organizações são:

 Carácter legal de normas e regulamentos:

É no qual a organização é conectada através de normas e regulamentos especificados por escrito,


no qual, prevê exaustivamente todas as ocorrências possíveis. Em outros termos, é uma
organização baseada em uma espécie de legislação própria, um livro de normas e condutas como
a Constituição para o Estado, os estatutos para a empresa privada, etc., que define
antecipadamente como a organização burocrática deverá funcionar.

 Carácter formal das comunicações:

A organização é atada por comunicações escritas. Suas regras, decisões e acções administrativas
são elaboradas e lavradas por escrito. Daí o carácter formal da burocracia: todas as acções e
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procedimentos são feitos para proporcionar comprovação e documentação adequadas, bem como
assegurar a interpretação unívoca das comunicações.

 Carácter racional e divisão de trabalho:

Possui um aspecto totalmente racional por ser uma organização que evidencia uma divisão de
trabalho sistemática, que atende a uma racionalidade, que é adequada aos objectivos a serem
atingidos: a eficiência da organização. Há uma divisão sistemática do trabalho e do poder,
estabelecendo as atribuições de cada participante. Cada participante tem um cargo específico,
funções específicas e uma esfera de competência e responsabilidade. (Chiavenato, 2003 p. 263).

 Impessoalidade nas relações:

Um carácter impessoal por conta da distribuição das actividades que é feita de forma impessoal,
isto é, em termos de cargos e funções e não de pessoas envolvidas. Conforme Chiavenato (2003)
a administração burocrática considera pessoas como ocupantes de cargos e de funções, o poder
década pessoa deriva do cargo que ela ocupa, o mesmo acontece na relação entre subalterno e
chefia, a obediência é em consideração ao cargo de maior nível e não a pessoa em si, desta forma
a burocracia garante a continuidade, pois pessoas vêm e vão, porém, os cargos e funções
permanecem ao longo do tempo. Desta forma, a burocracia é uma estrutura social
impessoalmente organizada.

 Hierarquia de autoridade:

Os cargos são estabelecidos de acordo com o princípio da hierarquia. Cada cargo inferior deve
estar sob o controle e supervisão de um posto superior. Nenhum cargo fica sem controle ou
supervisão. Daí a necessidade da hierarquia da autoridade para definir as chefias nos vários
escalões de autoridade.

 Rotina e procedimentos padronizados:

As regras e normas técnicas regulam a conduta do ocupante de cada cargo, cujas actividades são
executadas de acordo com as rotinas e procedimentos.

 Competência técnica e meritocracia:

Chiavenato (2003) é a necessidade de exames, concursos, testes e títulos para admissão e


promoção dos funcionários ocorrem porque segundo Weber (1999) a burocracia é uma
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organização na qual a escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência técnica e não em
preferências pessoais.

 Especialização da administração:

Os administradores da burocracia não são seus donos, accionistas ou proprietários. O dirigente


não é necessariamente o dono do negócio ou grande accionista da organização, mas um
profissional especializado na sua administração. Segundo Chiavenato (2003 p.264), “com a
burocracia surge o profissional que se especializa em gerir a organização, e daí o afastamento do
capitalista da gestão dos negócios, diversificando as suas aplicações financeiras de capital”.

 Profissionalização dos participantes:

Segundo Weber apud (2003), é uma organização que se caracteriza pela profissionalização dos
seus participantes. Cada funcionário da burocracia é um profissional, pelas seguintes razões: é um
especialista, ou seja, cada funcionário é especializado nas actividades do seu cargo; é assalariado
– os funcionários da burocracia participam da organização e recebem salários correspondentes ao
cargo que ocupam; é nomeado por superior hierárquico; seu mandato é por tempo indeterminado;
segue carreira dentro da organização; não possui a propriedade dos meios de produção, o
administrador profissional administra a organização em nome dos proprietários; é fiel ao cargo e
identifica-se com os objectivos da empresa, o funcionário passa a defender os interesses do seu
cargo e da sua organização.

 Completa previsibilidade do funcionamento:

O modelo burocrático parte do pressuposto de que o comportamento dos membros da


organização é perfeitamente previsível. Os funcionários devem comportar-se de acordo com as
normas e regulamentos da organização; tudo na burocracia é estabelecido no sentido de prever
todas as ocorrências e transformar em rotina sua execução.
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Conclusão

Neste trabalho abordou-se sobre a Teoria Burocrática na Administração Pública, donde conclui-se
que, Max Weber teve uma contribuição de extrema importância para o desenvolvimento da
matéria de administração e para a organização das empresas e instituições que encontramos nos
dias atuais. Weber encontrou problemas nos processos de organização das empresas, e com seu
pensamento visionário contribuiu a com as mesmas fornecendo seu conhecimento avançado.
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Referências Bibliográficas

Chiavenato, I. (2003). Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro.

Maximiano, A. C. (2000). Teoria geral da administração: São Paulo: Atlas.

Weber, M. (1979). Sociologia. São Paulo.

Weber, Max. (2000).Ciência e Política: duas vocações. São Paulo.

Weber, Max. (2004).A ética protestante e o espírito capitalista. São Paulo.

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