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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE ENSINO À DISTANCIA

CENTRO DE RECURSO DE PEMBA

O SISTEMA DE GOVERNO MOÇAMBICANO

Estudante: Atija Mpassar - Código: 708204972

Curso: Licenciatura em Administração Pública


Cadeira: Ciências Políticas e Boa Governação
Ano de frequência: 4º

Pemba, Abril de 2023


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nacional e internacionais
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relevantes na área de
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Conclusão 2.0
práticos
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Aspectos gerais Formatação de letra, paragrafo, 1.0
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Referências
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Bibliográficas
e bibliografia bibliográficas

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Índice

Introdução................................................................................................................................................4

1. Sistema do governo Moçambicano.....................................................................................................5

1.1. Contextualização..............................................................................................................................5

1.2. Eleições e sistemas eleitorais...........................................................................................................6

1.3. Organização do poder político em Moçambique.............................................................................7

1.4. Órgãos de soberania.........................................................................................................................7

1.4.1. Presidente da República................................................................................................................7

1.4.2. Assembleia da República..............................................................................................................8

1.5. Sistema eleitoral de Moçambique....................................................................................................8

Conclusão..............................................................................................................................................10

Bibliografia............................................................................................................................................11

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Introdução

Neste presente trabalho que tem como tema Sistema de Governo Moçambicano, abordarei os
conceitos básicos e fundamentais do tema em alusão, espelhando-me no sistema de Moçambique,
suas características, como são implementados os sistemas de governação, regras e suas vantagens e
desvantagens. Moçambique caracteriza-se no sistema de governo presidencialista, o sistema em que o
Chefe de estado é um órgão decisivo, que exerce poderes importantes, e em que o execute não
responde politicamente perante o Parlamento, pelo menos no que respeita á possibilidade de o
parlamento demitir o Governo. O governo da República de Moçambique é nomeado pelo chefe do
Estado que se torna então, chefe do governo. Isto não acontece nos sistemas semipresidencialistas.
Quer dizer que o governo é eleito, ou seja, é resultado dos os chefes do Estado continuam a gravitar
poderes, mas em dimensão reduzida que nos presidencialistas.

Objectivo geral:

 Conhecer o sistema do governo moçambicano.

Objectivos específicos:

 Perceber o sistema do governo moçambicano;


 Caracterizar o funcionamento do sistema do governo moçambicano.

Metodologia

Quanto a metodologia usada na elaboração deste trabalho foi necessária a consulta de obras
bibliográficas e pesquisas feitas na internet, que consiste na recolha, crítica e interpretação dos dados
cujas referências estão citadas dentro do trabalho e na referência bibliográfica final.

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1. Sistema do governo Moçambicano
1.1. Contextualização

De acordo com a Constituição em vigor, o regime politico em Moçambique e presidencialista, o chefe


do estado e igualmente chefe do governo. No entanto, existe desde 1985 o cargo de primeiro ministro,
que tem o papel de coordenador e pode dirigir as secções do conselho de ministros na ausência do
presidente ou chefe do estado.

Segundo CARVALHO, (2010, p. 58), destaca que na doutrina entre os sistemas de governo
destacam-se em primeira linha dois:

Os sistemas de governo ditatoriais (monocráticos e autocráticos) e democráticos (directos,


semidirectos e representativos). Nos representativos notam-se os de concentração e de separação de
poderes. CARVALHO, (2010, p. 58),

Nos sistemas de governos democráticos de divisão de poderes temos os chamados sistemas


parlamentares, presidencialistas e semi-presidencialistas. Assim que não restam dúvidas que o nosso
sistema de governo é democrático representativo de divisão de poderes.

Sobre isso muitos autores já se debruçaram tanto cá entre nós como fora. Assim que alguns autores
moçambicanos como Nhamissitane, Carrilho, Rui Baltasar, Gilles Cistac afirmam que o nosso
sistema é presidencial com rasgos presidencialistas. Opostamente, Jorge Miranda define o nosso
sistema como presidencialismo democrático reforçado ou “presidencial sui generis”.

TRINDADE, (2003), nos sistemas presidencialistas (como nos EUA) o presidente não responde
politicamente perante a Assembleia da República nem esta perante o Presidente da República. O
responder politicamente aqui está no sentido de um órgão poder ou não dissolver ou provocar a queda
do outro.

Mas bem analisada a nossa Constituição nos artigos 159 e 188, vemos que o PR pode dissolver a AR.
Isto nos leva a concluir que o nosso sistema de governo não é presidencialista. Mas também não
podemos olvidar que nos sistemas presidencialistas sobre o PR gravitam enormes poderes o que é
incontestável que acontece o mesmo com o nosso. Só que isto é insuficiente para concluirmos.

Nestes sistemas (o caso inglês, sistema parlamentarista de gabinete)) as figuras do


chefe de Estado são quase apagadas. Os seus poderes são limitados o que é diferente
dos presidencialistas e semi-presidencialistas. O governo sai do parlamento, a sua

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estabilidade depende da confiança política que o parlamento nele deposita, podendo
assim o parlamento provocar a sua queda na falta desta confiança. (AZEVEDO, 2011,
p. 23).

O governo da República de Moçambique é nomeado pelo chefe do Estado que se torna então, chefe
do governo. Isto não acontece nos sistemas semipresidencialistas. Quer dizer que o governo é eleito,
ou seja, é resultado dos No c hefe do Estado continuam a gravitar poderes, mas em dimensão
reduzida que nos presidencialistas. Deste modo, afirmamos que é boa e relaxante a doutrina que
afirma que o sistema de governo moçambicano é misto. Mas têm um sério inconveniente de poder
atrofiar os pensamentos de quem possa ser mais criativo.

Além disso, segundo a clássica divisão doutrinária dos sistemas de governo democráticos
representativos de divisão de poderes seria uma inovação. Talvez uma classificação sem
enquadramento. Não querendo ser conservadores nem demais progressistas diremos que esta
classificação em nada diz o que é o nosso sistema de governo resultados obtidos em eleições
legislativas.

De outra sorte dizer que ë simplesmente presidencialista seria limitar demais o âmbito de que o nosso
sistema de governo pode caber. Ele é mais do isso. Assim concordamos com os ilustres autores
Nhamissitane, Carrilho, Rui Baltasar, Gilles Cistac na sua classificação de um sistema de governo
presidencial com rasgos presidencialistas.

Moçambique caracteriza-se no sistema de governo presidencialista, o sistema em que o Chefe de


estado é um órgão decisivo, que exerce poderes importantes, e em que o execute não responde
politicamente perante o Parlamento, pelo menos no que respeita á possibilidade de o parlamento
demitir o Governo.

A democracia é o governo do povo. Implica, que a legitimação do poder político, em


palavras mais simples: o governo, deve sair do próprio povo. O número dos habitantes
em Moçambique não permite que todos possam estar presentes numa reunião. Por
isso, os cidadãos elegem representantes com a tarefa de exprimir a vontade do povo e,
deste modo, governar o país. (AZEVEDO, 2011, p. 23).

A Constituição da República prevê que a população elege deputados para a Assembleia da República,
que são representantes do povo. Para a escolha dos representantes, arts. 73º e 135º da Constituição da
República exige eleições transparentes, livres e justas, onde todos os cidadãos maiores de 18 anos têm
o direito de participar (arts. 147 n.º 1 e 170º n.º 1 da Constituição da República de Moçambique).

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1.2. Eleições e sistemas eleitorais

A eleição dos deputados para a Assembleia da República, que exercem o poder político em
representação dos cidadãos, caracteriza a democracia em Moçambique como democracia directa.
Além disso, na Constituição da República consta um elemento da democracia directa, que é o
referendo (arts. 73º e 136º da Constituição da República de Moçambique). O referendo é uma
consulta feita aos cidadãos eleitores sobre uma questão de relevante interesse nacional. (AZEVEDO,
2011, p. 23).

1.3. Organização do poder político em Moçambique

O Estado existe para facilitar a vida dos cidadãos que vivem dentro dele. Para executar a vontade do
povo dentro da democracia em Moçambique, o Estado precisa de órgãos, que trabalham para ele e
implementam aquilo que o povo através dos seus representantes decidiu. Assim como o nosso corpo
humano tem órgãos para lhe servir, o Estado tem órgãos para interagir com terceiros, para actuar para
fora. Portanto, são os órgãos, que vão aos encontros e reuniões, escrevem e respondem cartas etc.

Mas sempre em coordenação com o "corpo", neste caso o povo moçambicano, porque os órgãos só
têm a sua legitimidade da sua existência para facilitar as actividades do Estado, que têm como
elemento mais importante o povo. Assim, os órgãos não podem ultrapassar os limites da autorização
deles. (DINIZ, 1995, p. 23).

Ao mesmo tempo, o povo deve admitir a responsabilidade de dar directivos e controlar os órgãos,
porque isto não é só direito, mas também dever. Se acontecer uma situação ilegal, a pessoa
responsável deve responder no tribunal. O poder político em Moçambique está sendo organizado em
órgãos de soberania e órgãos locais do Estado (arts. 133º e 262º da Constituição da República). Os
órgãos da soberania respondem ao nível central, os órgãos locais ao nível local.

1.4. Órgãos de soberania

São órgãos da soberania o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo, os


Tribunais e o Conselho Constitucional (art. 133º da Constituição da República de Moçambique).

1.4.1. Presidente da República

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O Presidente da República é o chefe do Estado de Moçambique. Ele representa Moçambique
internamente e no estrangeiro. Ele tem a tarefa de controlar o funcionamento correcto dos órgãos do
Estado (art. 146º da Constituição da República de Moçambique). O Presidente da República deve
zelar que as garantias da constituição serão cumpridas.

Segundo, (AZEVEDO, 2011, p. 23), presidente da República é eleito pelo povo. A eleição deve ser
directo, igual, secreto, pessoal e periódico. Eleições têm lugar de cinco em cinco anos. O Presidente
da República só pode ser eleito de novo uma vez (art. 147º da Constituição da República de
Moçambique). Para as demais competências do Presidente da República veja 146º a 163º da
Constituição da República.

1.4.2. Assembleia da República

A Assembleia da República é a assembleia representativa de todos os cidadãos moçambicanos (art.


168º da Constituição da República de Moçambique). A Assembleia da República é o mais alto órgão
legislativo na República de Moçambique. Ela determina as normas que regem o funcionamento do
Estado e a vida económica e social através de leis e deliberações (art. 169º da Constituição da
República de Moçambique).

A Assembleia da República é constituída por 250 deputados. Esses são eleitos em eleições directas,
iguais, secretos, pessoais e periódicos (art. 170º da Constituição da República de Moçambique).

Os deputados são os representantes do povo moçambicano. Eles devem exprimir a vontade dos
cidadãos nas deliberações da Assembleia da República. As leis aprovadas pela Assembleia da
República espelham aquilo que o povo quer. As leis são implementadas pelo governo e pela
administração pública. Pelo cumprimento das leis velam os tribunais. Deste modo, a nossa
constituição consta o controlo mútuo dos poderes dos órgãos da soberania.

1.5. Sistema eleitoral de Moçambique

A constituição da República de Moçambique estipula um sistema presidencialista, no qual o


Presidente da República é o chefe de estado, chefe do governo presidindo o Conselho de Ministros e
comandante chefe das Forças Armadas (artig.146).

O presidente detém uma série de poderes como nomear, exonerar demitir o Primeiro-
Ministro e outros ministros, os governadores provinciais, o Procurador-Geral e o vice
Procurador-Geral da República, nomear o Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal

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Supremo e o Presidente do Conselho Constitucional. Em caso de impedimento ou
ausência, ou na necessidade de uma substituição interina, o Presidente da Assembleia
da República substitui o Presidente da República. O governo é representado a nível
provincial por governadores. (BARROS, 2011).

O poder legislativo é desempenhado pela Assembleia da República com 250 deputados. As


Assembleias Provinciais são um órgão de representação democrático competindo-lhes a função de
aprovar o programa do governo provincial e de supervisionar a sua implementação.

NOGUEIRA, (2001), salienta que a constituição da República de Moçambique estipula uma


democracia multipartidária fundada em eleições periódicas, com mandatos de cinco anos, através de
sufrágio universal, directo, igual e secreto. O presidente da República é eleito quando reúna mais de
metade dos votos expressos maioria absoluta, caso contrário, uma segunda volta das eleições
presidenciais é realizada dentro de 30 dias da data de declaração de resultados pelo conselho
constitucional, na qual participam os dois candidatos mais votados.

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Conclusão

Com base no estudo o tema realizado conclui-se que Moçambique caracteriza-se no sistema de
governo presidencialista, o sistema em que o Chefe de estado é um órgão decisivo, que exerce
poderes importantes, e em que o execute não responde politicamente perante o Parlamento, pelo
menos no que respeita á possibilidade de o parlamento demitir o Governo.

O governo da República de Moçambique é nomeado pelo chefe do Estado que se torna então, chefe
do governo. Isto não acontece nos sistemas semipresidencialistas. Quer dizer que o governo é eleito,
ou seja, é resultado dos No chefe do Estado continuam a gravitar poderes, mas em dimensão reduzida
que nos presidencialistas. Deste modo, afirmamos que é boa e relaxante a doutrina que afirma que o
sistema de governo moçambicano é misto. Mas têm um sério inconveniente de poder atrofiar os
pensamentos de quem possa ser mais criativo.

A Constituição da República prevê que a população elege deputados para a Assembleia da República,
que são representantes do povo. Para a escolha dos representantes, arts. 73º e 135º da Constituição da
República exige eleições transparentes, livres e justas, onde todos os cidadãos maiores de 18 anos têm
o direito de participar (arts. 147 n.º 1 e 170º n.º 1 da Constituição da República de Moçambique).

O primeiro passo para a democracia multipartidária se deu com a elaboração da nova constituição em
1990 que inaugura uma abertura para a liberdade de criação de partidos políticos e concorrer para o
poder político. O segundo passo deu-se com a materialização do estipulado na nova constituição,
quando em 1994 decorrem as primeiras eleições envolvendo vários partidos.

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Bibliografia

AZEVEDO, Elisabete (2011). Trajectórias democráticas dos PALOP – o equilíbrio (ou não) entre
parlamentos e executivos.

BARROS, Ana Flávia. (2001). “Novos Atores, Governança Global e o Direito Internacional
Ambiental”, mimeo

CARVALHO, Manuel Proença de (2010). Manual de Ciência Política e Sistemas Políticos e


Constitucionais. (3ª ed.). Lisboa: Quid júris

DINIZ, Eli. (1995). “Governabilidade, Democracia e Reforma do Estado: Os Desafios da


Construção de uma Nova Ordem no Brasil dos Anos 90”. pp. 385-415.

NOGUEIRA, Marco Aurélio. (2001). Em defesa da política. São Paulo: Ed. Senac

TRINDADE, Antonio Augusto Cançado. (2003). Direito das Organizações Internacionais. (3ª. Ed).
Belo Horizonte: Del Rey

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