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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:
Sistema de Governo Moçambicano

Nome: Quisito Leonardo Código: 708190819

Curso: Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: Ciências Politicas
Ano de frequência: 4o ano

Pemba, Julho de 2022

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gerais
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Referências Normas APA · Rigor e coerência
Bibliográfica 6ª edição em das 4.0
s citações e citações/referência
1
bibliografia s bibliográficas

Índice

Introdução...................................................................................................................................3

1.Sistema do Governo Moçambicano.........................................................................................3

1.1.Eleições e sistemas eleitorais................................................................................................6

1.2.Organização do poder político em Moçambique..................................................................6

1.3.Órgãos de soberania..............................................................................................................7

1.3.1.Presidente da República.....................................................................................................7

1.3.2.Assembleia da República...................................................................................................7

1.3.3.O Governo..........................................................................................................................8

1.4.Sistema eleitoral de Moçambique.........................................................................................8

Conclusão..................................................................................................................................10

Referências bibliográficas.........................................................................................................11

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Introdução

Em ciência política, o sistema de governo é a maneira pela qual o poder político é dividido e
exercido no âmbito de um Estado. O sistema de governo varia de acordo com o grau de
separação dos poderes, indo desde a separação estrita entre os poderes legislativo e executivo,
o sistema presidencialista de que é exemplo o sistema de governo dos Estados Unidos da
América, até a dependência completa do governo junto ao legislativo (parlamentarismo), caso
do sistema de governo do Reino Unido.

Por um lado, neste trabalho tem como tema Sistema de Governo Moçambicano, abordarei os
conceitos básicos e fundamentais do tema em alusão, espelhando-me no sistema de
Moçambique, suas características, como são implementados os sistemas de governação,
regras e suas vantagens e desvantagens.

Objectivo geral:

 Conhecer o Sistema de Governo Moçambicano;

Objectivo específico:

 Descrever o Sistema de Governo Moçambicano;


 Identificar o Sistema de Governo Moçambicano;
 Explicar o Sistema de Governo Moçambicano.

Por outro, para que fosse possível a realização do trabalho, teve como metodologia de
trabalho a consulta bibliográfica. No que diz respeito, o trabalho obedece a seguinte
estruturação: introdução, desenvolvimento, conclusão e a respectiva referência bibliográfica,
que desde já deseja-se uma boa leitura e esperançosos das observações e criticas para o seu
enriquecimento.

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1. Sistema do Governo Moçambicano

Na doutrina entre os sistemas de governo destacam-se em primeira linha dois: Os sistemas de


governo ditatoriais (monocráticos e autocráticos) e democráticos (directos, semidirectos e
representativos). Nos representativos notam-se os de concentração e de separação de poderes.
Nos sistemas de governos democráticos de divisão de poderes temos os chamados sistemas
parlamentares, presidencialistas e semi-presidencialistas. Assim que não restam dúvidas que o
nosso sistema de governo é democrático representativo de divisão de poderes, (Carvalho,
2010).

No entanto, o que interessa é saber se é democrático representativo de divisão de poderes


parlamentar, presidencialista ou semi-presidencilista. Sobre isso muitos autores já se
debruçaram tanto cá entre nós como fora. Assim que alguns autores moçambicanos como
Nhamissitane, Carrilho, Rui Baltasar, Gilles Cistac afirmam que o nosso sistema é
presidencial com rasgos presidencialistas.

Opostamente, Jorge Miranda define o nosso sistema como presidencialismo democrático


reforçado ou “presidencial sui generis”. Ainda Vitalino Canas chama-o simplesmente
presidencialista. Alfredo Chambule chama-o de misto pelo facto de comungar algumas
características presidencialistas e semipresidencialistas, (Carvalho, 2010).

É certo que categoricamente não se pode afirmar que o sistema de governo moçambicano é
Presidencialista pelo facto de que:

 Nos sistemas presidencialistas (como nos EUA) o presidente não responde


politicamente perante a Assembleia da República nem esta perante o Presidente da
República. O responder politicamente aqui está no sentido de um órgão poder ou não
dissolver ou provocar a queda do outro.
 Mas bem analisada a nossa Constituição nos artigos 159 e 188, vemos que o PR pode
dissolver a AR. Isto leva a concluir que o nosso sistema de governo não é
presidencialista. Mas também não podemos esquecer que nos sistemas
presidencialistas sobre o PR gravitam enormes poderes o que é incontestável que
acontece o mesmo com o nosso. Só que isto é insuficiente para concluirmos. Do
mesmo modo que não pode-se também afirmar de viva voz que o nosso sistema de
governo é Parlamentar (Azevedo-Harman, 2011), por simples razões:

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Nestes sistemas (o caso inglês, sistema parlamentarista de gabinete) a figura do chefe de
Estado são quase apagados. Os seus poderes são limitados o que é diferente dos
presidencialistas e semipresidencialistas. O governo sai do parlamento, a sua estabilidade
depende da confiança política que o parlamento nele deposita, podendo assim o parlamento
provocar a sua queda na falta desta confiança, (Azevedo-Harman, 2011).

Ainda assim, não pode-se ainda afirmar que é semipresidencialista (no caso típico, o
português) porque: O governo da República de Moçambique é nomeado pelo chefe do Estado
que se torna então, chefe do governo. Isto não acontece nos sistemas semipresidencialistas.
Quer dizer que o governo é eleito ou seja é resultado dos resultados obtidos em eleições
legislativas.

Neste contexto, o chefe do Estado continuam a gravitar poderes mas em dimensão reduzida
que nos presidencialistas. Deste modo, afirma-se que é boa e relaxante a doutrina que afirma
que o sistema de governo moçambicano é misto. Mas têm um sério inconveniente de poder
atrofiar os pensamentos de quem possa ser mais criativo. Além disso, segundo a clássica
divisão doutrinária dos sistemas de governo democráticos representativos de divisão de
poderes seria uma inovação. Talvez uma classificação sem enquadramento. Não querendo ser
conservador nem demais progressista esta classificação em nada diz o que é o nosso sistema
de governo, (Simango, 1999).

De outra sorte dizer que é simplesmente presidencialista seria limitar demais o âmbito de que
o nosso sistema de governo pode caber. Ele é mais do que isso. Assim concorda-se com os
ilustres autores Nhamissitane, Carrilho, Rui Baltasar, Gilles Cistac na sua classificação de um
sistema de governo presidencial com rasgos presidencialistas, (Carvalho, 2010). Isto porque:

 Aceitamos que ele é presidencial, não só. Isto não basta;


 Também confirmamos que tem inclinações ao presidencialismo. Quer isto dizer que
no chefe do Estado gravitam poderes enormes e em princípio não existe uma
dependência entre este e o parlamento, mas por excepção, este pode dissolver o
parlamento se o programa do governo for rejeitado.

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Por um lado, Moçambique caracteriza-se no sistema de governo presidencialista, o sistema
em que o Chefe de estado é um órgão decisivo, que exerce poderes importantes, e em que o
execute não responde politicamente perante o Parlamento, pelo menos no que respeita á
possibilidade de o parlamento demitir o Governo, (Afrimap & Osisa, 2009).

Não só, a democracia é o governo do povo. Isso implica, que a legitimação do poder político,
em palavras mais simples: o governo, deve sair do próprio povo. O número dos habitantes em
Moçambique não permite que todos possam estar presentes numa reunião. Por isso, os
cidadãos elegem representantes com a tarefa de exprimir a vontade do povo e, deste modo,
governar o país. A Constituição da República prevê que a população elege deputados para a
Assembleia da República, que são representantes do povo. Para a escolha dos representantes,
arts. 73º e 135º da Constituição da República exige eleições transparentes, livres e justas,
onde todos os cidadãos maiores de 18 anos têm o direito de participar (arts. 147 n.º 1 e 170º
n.º 1 da Constituição da República de Moçambique).

1.1. Eleições e sistemas eleitorais

Para Mazula (1995) refere que, a eleição dos deputados para a Assembleia da República, que
exercem o poder político em representação dos cidadãos, caracteriza a democracia em
Moçambique como democracia directa. Além disso, na Constituição da República consta um
elemento da democracia directa, que é o referendo (arts. 73º e 136º da Constituição da
República de Moçambique). O referendo é uma consulta feita aos cidadãos eleitores sobre
uma questão de relevante interesse nacional.

1.2. Organização do poder político em Moçambique

O Estado existe para facilitar a vida dos cidadãos que vivem dentro dele. Para executar a
vontade do povo dentro da democracia em Moçambique, o Estado precisa de órgãos, que
trabalham para ele e implementam aquilo que o povo através dos seus representantes decidiu.
Assim como o nosso corpo humano tem órgãos para lhe servir, o Estado tem órgãos para
interagir com terceiros, para actuar para fora. Portanto, são os órgãos, que vão aos encontros e
reuniões, escrevem e respondem cartas etc. Mas sempre em coordenação com o "corpo", neste
caso o povo moçambicano, porque os órgãos só têm a sua legitimidade da sua existência para
facilitar as actividades do Estado, que têm como elemento mais importante o povo. Assim, os
órgãos não podem ultrapassar os limites da autorização deles, (Mazula, 1995).
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No entanto, ao mesmo tempo, o povo deve admitir a responsabilidade de dar directivos e
controlar os órgãos, porque isto não é só direito, mas também dever. Se acontecer uma
situação ilegal, a pessoa responsável deve responder no tribunal. O poder político em
Moçambique está sendo organizado em órgãos de soberania e órgãos locais do Estado (arts.
133º e 262º da Constituição da República). Os órgãos da soberania respondem ao nível
central, os órgãos locais ao nível local.

1.3. Órgãos de soberania

São órgãos da soberania o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo,


os Tribunais e o Conselho Constitucional (art. 133º da Constituição da República de
Moçambique).

1.3.1. Presidente da República

O Presidente da República é o chefe do Estado de Moçambique. Ele representa Moçambique


internamente e no estrangeiro. Ele tem a tarefa de controlar o funcionamento correcto dos
órgãos do Estado (art. 146º da Constituição da República de Moçambique). O Presidente da
República deve zelar que as garantias da constituição serão cumpridas. O Presidente da
República é eleito pelo povo, (Hunguana, 2006).

Além disso, a eleição deve ser directo, igual, secreto, pessoal e periódico. Eleições têm lugar
de cinco em cinco anos. O Presidente da República só pode ser eleito de novo uma vez (art.
147º da Constituição da República de Moçambique). Para as demais competências do
Presidente da República veja 146º a 163º da Constituição da República.

1.3.2. Assembleia da República

A Assembleia da República é a assembleia representativa de todos os cidadãos moçambicanos


(art. 168º da Constituição da República de Moçambique). A Assembleia da República é o
mais alto órgão legislativo na República de Moçambique. Ela determina as normas que regem
o funcionamento do Estado e a vida económica e social através de leis e deliberações (art.
169º da Constituição da República de Moçambique). A Assembleia da República é
constituída por 250 deputados. Esses são eleitos em eleições directas, iguais, secretos,
pessoais e periódicos (art. 170º da Constituição da República de Moçambique).

Não só, os deputados são os representantes do povo moçambicano. Eles devem exprimir a
vontade dos cidadãos nas deliberações da Assembleia da República. As leis aprovadas pela
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Assembleia da República espelham aquilo que o povo quer. As leis são implementadas pelo
governo e pela administração pública. Pelo cumprimento das leis velam os tribunais. Deste
modo, a nossa constituição consta o controlo mútuo dos poderes dos órgãos da soberania,
(Hunguana, 2006).

1.3.3. O Governo

O Governo de Moçambique é o Conselho de Ministros (art. 200º da Constituição da


República). Esse é composto pelo Presidente da República, Primeiro/a Ministro/a e pelos
Ministros (art. 201º da Constituição da República de Moçambique). Certamente já ouvimos
falar do Primeiro/a Ministro/a, do Ministro/a da Educação, da Agricultura, das Obras Públicas
e Habitação, do Trabalho, do Interior, da Justiça, e outros. Estes compõem o governo de
Moçambique chefiados pelo Presidente da República, (Mazula, 1995). A função principal do
Conselho de Ministros é assegurar a administração do país (veja art. 203º da Constituição da
República de Moçambique para mais funções). O Conselho de Ministros observa as decisões
do Presidente da República e as deliberações da Assembleia da República (art. 202º da
Constituição da República de Moçambique).

1.4. Sistema eleitoral de Moçambique

A constituição da República de Moçambique estipula um sistema presidencialista, no qual o


Presidente da República é o chefe de estado, chefe do governo presidindo o Conselho de
Ministros e comandante chefe das Forças Armadas (artig.146). O presidente detém uma série
de poderes como nomear, exonerar demitir o Primeiro Ministro e outros ministros, os
governadores provinciais, o Procurador-Geral e o vice Procurador-Geral da República,
nomear o Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Supremo e o Presidente do Conselho
Constitucional. Em caso de impedimento ou ausência, ou na necessidade de uma substituição
interina, o Presidente da Assembleia da República substitui o Presidente da República. O
governo é representado a nível provincial por governadores. O poder legislativo é
desempenhado pela Assembleia da República com 250 deputados. As Assembleias
Provinciais são um órgão de representação democrático competindo-lhes a função de aprovar
o programa do governo provincial e de supervisionar a sua implementação, (Mazula, 1995).

A constituição da República de Moçambique estipula uma democracia multipartidária


fundada em eleições periódicas, com mandatos de cinco anos, através de sufrágio universal,
directo, igual e secreto. O presidente da República é eleito quando reúna mais de metade dos
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votos expressos maioria absoluta, caso contrário, uma segunda volta das eleições
presidenciais é realizada dentro de 30 dias da data de declaração de resultados pelo conselho
constitucional, na qual participam os dois candidatos mais votados.

Em síntese, indo mais ao cerne da questão do sistema de governo Moçambicano podemos


dizer que este é um sistema misto, isto porque encontramos uma separação de poderes nítida,
mas em contrapartida vemo-nos numa situação do presidente ter o poder de devolver e
reprovar uma lei aprovada pelo parlamento, mas doutro lado da moeda verifica-se que o
mesmo parlamento mesmo com a devolução da lei o mesmo tem o poder de a tornar publica e
a mesma vigorar sem que o presidente a aprove característica esta que peculiar ao sistemas
parlamentaristas, (Mazula, 1995).

Não só, também encontramos uma característica do semipresidencialista em que o chefe do


estado e do governo compartilha o poder executivo, logo só estes aspectos trazem–nos a
compreensão da existência de um sistema misto logo é nos trazido no Artigo 137 nos seus
capitulo 1,2 e 3 na constituição da república uma imensidão de incompatibilidades de cargos
“Os cargos de Presidente da República, Presidente da Assembleia da República, Primeiro-
Ministro, Presidente do Tribunal Supremo, Presidente do Conselho Constitucional, Presidente
do Tribunal Administrativo, Procurador-Geral da República, Provedor de Justiça, Vice-
Presidente do Tribunal Supremo, Vice-Procurador Geral da República, Deputado, Vice-
Ministro, Secretário de Estado, Governador Provincial, Administrador Distrital e Militar no
activo são incompatíveis entre si. A qualidade de membro do Governo é igualmente
incompatível com os cargos referidos no número anterior, exceptuando-se o de Presidente da
República e o Primeiro-ministro”.

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Conclusão

Em suma, o trabalho em menção, tem por referência as abordagens acima citadas, com intuito
de transmitir as informações acerca da matéria em estudo que é sistema de governo
Moçambicano, onde o nosso pais caracteriza-se no sistema de governo presidencialista, o
sistema em que o Chefe de estado é um órgão decisivo, que exerce poderes importantes, e em
que o execute não responde politicamente perante o Parlamento, pelo menos no que respeita á
possibilidade de o parlamento demitir o Governo.

Por outro lado, o sistema de governo Moçambicano podemos dizer que este é um sistema
misto, isto porque encontramos uma separação de poderes nítida, mas em contrapartida vemo-
nos numa situação do presidente ter o poder de devolver e reprovar uma lei aprovada pelo
parlamento, mas doutro lado da moeda verifica-se que o mesmo parlamento mesmo com a
devolução da lei o mesmo tem o poder de a tornar publica e a mesma vigorar sem que o
presidente a aprove característica esta que peculiar ao sistemas parlamentaristas.

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Referências bibliográficas

Afrimap & OSISA. (2009). Moçambique: Democracia e Participação Política. OPEN


SOCIETY INSTITUTE NETWORK. Londres. W6 OLE, Reino Unido.

Azevedo-Harman, Elisabete. (2011). Trajectórias democráticas dos PALOP – o equilíbrio (ou


não) entre parlamentos e executivos.

Carvalho, Manuel Proença de (2010). Manual de Ciência Política e Sistemas Políticos e


Constitucionais. (3ª ed.). Lisboa: Quid júris.

Hunguana, Teodato (2006) Gestão e Administração do Processo Eleitoral: Reflexão Jurídica.


In: Observatório Eleitoral, Moçambique: Eleições Gerais 2004. Imprensa Universitária,
Maputo.

Mazula, Brazão (1995). As Eleições Moçambicanas: uma trajectória de Paz e da Democracia,


In: Mazula, Eleições, Democracia e Desenvolvimento. Elo Gráfico Lda. Maputo.

Simango, Américo. (1999). Introdução a Constituição moçambicana, Associação Académica


da Faculdade de Direito de Lisboa, Lisboa.

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