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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino a Distância


Centro de Recursos de Nampula
Licenciatura em Administração Pública

Sistemas de Governo e Sistemas Eleitorais Moçambicano

Nome do estudante: Pedro Luís


Codigo: 70822499

Nampula, Setembro de 2023

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino a Distância

Centro de Recursos de Nampula


Licenciatura em Administração Pública

Sistemas de Governo e Sistemas Eleitorais Moçambicano

Nome do estudante: Pedro Luís


Codigo: 70822499

Curso: Lic. Administração Pública,

Disciplina: Teoria de Relações Internacionais

Ano de frequência: 2° Ano

Turma: I

Docente: Dra Francisca Alfredo Joaquim

Nampula, Setembro de 2023


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Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação

Categorias Indicadores Padrões Nota


Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução ......................................................................................................................... 6

Sistema do Governo Moçambicano .................................................................................. 7

Sistemas de Governo ........................................................................................................ 7

Sistema do Governo Moçambicano .................................................................................. 8

Eleições e sistemas eleitorais .......................................................................................... 11

Organização do poder político em Moçambique ............................................................ 11

Órgãos de soberania........................................................................................................ 11

Presidente da República.................................................................................................. 12

Assembleia da República................................................................................................ 12

Conclusão ....................................................................................................................... 13

Bibliografia ..................................................................................................................... 14

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Introdução
Na doutrina entre os sistemas de governo destacam-se em primeira linha dois: Os sistemas de
governo ditatoriais (monocráticos e autocráticos) e democráticos (directos, semidirectos e
representativos). Nos representativos notam-se os de concentração e de separação de poderes
Nos sistemas de governos democráticos de divisão de poderes temos os chamados sistemas
parlamentares, presidencialistas e semi-presidencialistas.

Assim que não restam dúvidas que o nosso sistema de governo é democrático representativo
de divisão de poderes.

No chefe do Estado continuam a gravitar poderes mas em dimensão reduzida que nos
presidencialistas. Deste modo, afirmamos que é boa e relaxante a doutrina que afirma que o
sistema de governo moçambicano é misto. Mas têm um sério inconveniente de poder atrofiar
os pensamentos de quem possa ser mais criativo. Além disso, segundo a clássica divisão
doutrinária dos sistemas de governo democráticos representativos de divisão de poderes seria
uma inovação. Talvez uma classificação sem enquadramento.

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Sistema do Governo Moçambicano
Na doutrina entre os sistemas de governo destacam-se em primeira linha dois: Os sistemas de
governo ditatoriais (monocárpicos e autocráticos) e democráticos (directos, semidirectos e
representativos). Nos representativos notam-se os de concentração e de separação de poderes
Nos sistemas de governos democráticos de divisão de poderes temos os chamados sistemas
parlamentares, presidencialistas e semipresidencialistas.

Assim que não restam dúvidas que o nosso sistema de governo é democrático representativo
de divisão de poderes.

Sistemas de Governo
Nas palavras de José Afonso da Silva apud Martins (2017, p.1183), "são técnicas que regem
as relações entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo no exercício das funções
governamentais". Martins relata quatro tipos de sistema em seu livro:

a) Parlamentarismo

Para Martins (2017, p.1186), as características principais deste sistema são:

 Distinção entre Chefe de Estado e Chefe de Governo;


 Chefia do governo com responsabilidade política;
 Possibilidade de dissolução do parlamento;
 O primeiro-ministro é escolhido pelo Parlamento.

Neste sistema o Chefe de Estado e de Governo são pessoas diferentes. Isto é, existe um
representante que não se envolve em disputas políticas ou de poder, atuando como um norte
quando em tempos de crise ou falta de consenso político. Nesse sistema o Chefe de Governo
permanece em seu cargo enquanto houver suporte parlamentar, isto é, enquanto houver
maioria apoiando seu governo. E por isso, é possível que o Primeiro-Ministro (nomenclatura
normalmente empregada para o cargo de Chefe de Governo) dissolva o parlamento com o
objetivo de buscar uma maioria para apoiar seu governo. Por fim, esse sistema pode ser
empregado em duas formas de governo que serão relatadas em tópico posterior: a república
ou a monarquia.

b) Presidencialismo

Martins (2017, p.1188) entende que as características principais deste sistema são:
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 O Presidente é Chefe de Estado e de Governo;
 O cargo de Presidente é unipessoal;
 O Presidente é eleito pelo povo;
 O Presidente respeita um mandato com tempo determinado para acabar;
 Há possibilidade de responsabilização política;
 O presidente não pode dissolver o parlamento.

Basicamente, ocorre a unificação entre as funções de Chefe de Estado e de Governo. Neste


caso, o Presidente indicará seus assessores, Ministros e demais cargos. E por fim, neste
sistema, o Presidente, para perder o cargo, necessita sofrer um processo de impeachment de
acordo com a lei de seu país.

c) Semipresidencialismo ou Sistema Misto

Neste sistema os poderes entre o Presidente e o Primeiro-Ministro são divididos. O Presidente


possui poderes de dissolver o parlamento, e até indicar o Primeiro-Ministro, à depender da
legislação nacional.

d) Sistema Directorial

Resumidamente, este sistema não é muito utilizado pelas nações, segundo Martins (2017,
1192), este sistema é utilizado pela Suíça e suas características são:

i. Existência de um poder executivo colegiado (diretório) eleito pelos parlamentares por


um período fixo de mandato;
ii. Não existe um Chefe de Estado autónomo. O Presidente da Confederação que tem
esses poderes e tem mandato de um ano.

Sistema do Governo Moçambicano


Na doutrina entre os sistemas de governo destacam-se em primeira linha dois: Os sistemas de
governo ditatoriais (monocráticos e autocráticos) e democráticos (directos, semidirectos e
representativos). Nos representativos notam-se os de concentração e de separação de poderes
Nos sistemas de governos democráticos de divisão de poderes temos os chamados sistemas
parlamentares, presidencialistas e semi-presidencialistas.

Assim que não restam dúvidas que o nosso sistema de governo é democrático representativo
de divisão de poderes.
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O que nos interessa é saber se é democrático representativo de divisão de poderes
parlamentar, presidencialista ou semi-presidencilista.

Sobre isso muitos autores já se debruçaram tanto cá entre nós como fora. Assim que alguns
autores moçambicanos como Nhamissitane, Carrilho, Rui Baltasar, Gilles Cistac afirmam que
o nosso sistema é presidencial com rasgos presidencialistas. Opostamente, Jorge Miranda
define o nosso sistema como presidencialismo democrático reforçado ou “ presidencial
sui generis”.

Ainda Vitalino Canas chama-o simplesmente presidencialista. Alfredo Chambule chama-o de


misto pelo facto de comungar algumas características presidencialistas e semi-
presidencilistas.

É certo que categoricamente não se pode afirmar que o sistema de governo moçambicano é
Presidencialista pelo facto de que:

1. Nos sistemas presidencialistas (como nos EUA) o presidente não responde politicamente
perante a Assembleia da República nem esta perante o Presidente da República. O responder
politicamente aqui está no sentido de um órgão poder ou não dissolver ou provocar a queda
do outro.

Mas bem analisada a nossa Constituição nos artigos 159 e 188, vemos que o PR pode
dissolver a AR. Isto nos leva a concluir que o nosso sistema de governo não é presidencialista.
Mas também não podemos olvidar que nos sistemas presidencialistas sobre o PR gravitam
enormes poderes o que é incontestável que acontece o mesmo com o nosso. Só que isto é
insuficiente para concluirmos. Do mesmo modo que não podemos também afirmar de viva
voz que o nosso sistema de governo é Parlamentar, por simples razões.

Nestes sistemas (o caso inglês, sistema parlamentarista de gabinete)) a figura do chefe de


Estado são quase apagados. Os seus poderes são limitados o que é diferente dos
presidencialistas e semi-presidencialistas.

O governo sai do parlamento, a sua estabilidade depende da confiança política que o


parlamento nele deposita, podendo assim o parlamento provocar a sua queda na falta desta
confiança.

Ainda assim, não podemos ainda afirmar que é semi-presidencialista (no caso típico, o
português) porque:
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O governo da República de Moçambique é nomeado pelo chefe do Estado que se torna então,
chefe do governo. Isto não acontece nos sistemas semipresidencialistas. Quer dizer que o
governo é eleito ou seja é resultado dos resultados obtidos em eleições legislativas.

No chefe do Estado continuam a gravitar poderes mas em dimensão reduzida que nos
presidencialistas. Deste modo, afirmamos que é boa e relaxante a doutrina que afirma que o
sistema de governo moçambicano é misto. Mas têm um sério inconveniente de poder atrofiar
os pensamentos de quem possa ser mais criativo. Além disso, segundo a clássica divisão
doutrinária dos sistemas de governo democráticos representativos de divisão de poderes seria
uma inovação. Talvez uma classificação sem enquadramento.

Não querendo ser conservadores nem demais progressistas diremos que esta classificação em
nada diz o que é o nosso sistema de governo.

De outra sorte dizer que ë simplesmente presidencialista seria limitar demais o âmbito de que
o nosso sistema de governo pode caber. Ele é mais do isso.

Assim concordamos com os ilustres autores Nhamissitane, Carrilho, Rui Baltasar, Gilles
Cistac na sua classificação de um sistema de governo presidencial com rasgos
presidencialistas. Isto porque:

1. Aceitamos que ele é presidencial, não só. Isto não basta,

2. Também confirmamos que tem também inclinações ao presidencialismo. Quer isto dizer
que no chefe do Estado gravitam poderes enormes e em princípio não existe uma dependência
entre este e o parlamento, mas por excepção, este pode dissolver o parlamento se o programa
do governo for rejeitado.

A democracia é o governo do povo. Implica, que a legitimação do poder político, em palavras


mais simples: o governo, deve sair do próprio povo. O número dos habitantes em
Moçambique não permite que todos possam estar presentes numa reunião. Por isso, os
cidadãos elegem representantes com a tarefa de exprimir a vontade do povo e, deste modo,
governar o país. A Constituição da República prevê que a população elege deputados para a
Assembleia da República, que são representantes do povo. Para a escolha dos representantes,
arts. 73º e 135º da Constituição da República exige eleições transparentes, livres e justas,
onde todos os cidadãos maiores de 18 anos têm o direito de participar (arts. 147 n.º 1 e 170º
n.º 1 da Constituição da República de Moçambique).
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Eleições e sistemas eleitorais
A eleição dos deputados para a Assembleia da República, que exercem o poder político em
representação dos cidadãos, caracteriza a democracia em Moçambique como democracia
directa. Além disso, na Constituição da República consta um elemento da democracia directa,
que é o referendo (arts. 73º e 136º da Constituição da República de Moçambique). O
referendo é uma consulta feita aos cidadãos eleitores sobre uma questão de relevante interesse
nacional.

Organização do poder político em Moçambique


O Estado existe para facilitar a vida dos cidadãos que vivem dentro dele. Para executar a
vontade do povo dentro da democracia em Moçambique, o Estado precisa de órgãos, que
trabalham para ele e implementam aquilo que o povo através dos seus representantes decidiu.
Assim como o nosso corpo humano tem órgãos para lhe servir, o Estado tem órgãos para
interagir com terceiros, para actuar para fora. Portanto, são os órgãos, que vão aos encontros e
reuniões, escrevem e respondem cartas etc. Mas sempre em coordenação com o "corpo", neste
caso o povo moçambicano, porque os órgãos só têm a sua legitimidade da sua existência para
facilitar as actividades do Estado, que têm como elemento mais importante o povo. Assim, os
órgãos não podem ultrapassar os limites da autorização deles.

Ao mesmo tempo, o povo deve admitir a responsabilidade de dar directivos e controlar os


órgãos, porque isto não é só direito, mas também dever. Se acontecer uma situação ilegal, a
pessoa responsável deve responder no tribunal. O poder político em Moçambique está sendo
organizado em órgãos de soberania e órgãos locais do Estado (arts. 133º e 262º da
Constituição da República). Os órgãos da soberania respondem ao nível central, os órgãos
locais ao nível local.

Órgãos de soberania
São órgãos da soberania o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo,
os Tribunais e o Conselho Constitucional (art. 133º da Constituição da República de
Moçambique).

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Presidente da República
O Presidente da República é o chefe do Estado de Moçambique. Ele representa Moçambique
internamente e no estrangeiro. Ele tem a tarefa de controlar o funcionamento correcto dos
órgãos do Estado (art. 146º da Constituição da República de Moçambique). O Presidente da
República deve zelar que as garantias da constituição serão cumpridas.

O Presidente da República é eleito pelo povo. A eleição deve ser directo, igual, secreto,
pessoal e periódico. Eleições têm lugar de cinco em cinco anos. O Presidente da República só
pode ser eleito de novo uma vez (art. 147º da Constituição da República de Moçambique).
Para as demais competências do Presidente da República veja 146º a 163º da Constituição da
República.

Assembleia da República
A Assembleia da República é a assembleia representativa de todos os cidadãos moçambicanos
(art. 168º da Constituição da República de Moçambique). A Assembleia da República é o
mais alto órgão legislativo na República de Moçambique. Ela determina as normas que regem
o funcionamento do Estado e a vida económica e social através de leis e deliberações (art.
169º da Constituição da República de Moçambique).

A Assembleia da República é constituída por 250 deputados. Esses são eleitos em eleições
directas, iguais, secretos, pessoais e periódicos (art. 170º da Constituição da República de
Moçambique).

A constituição da República de Moçambique estipula uma democracia multipartidária


fundada em eleições periódicas, com mandatos de cinco anos, através de sufrágio universal,
directo, igual e secreto. O presidente da República é eleito quando reúna mais de metade dos
votos expressos maioria absoluta, caso contrário, uma segunda volta das eleições
presidenciais é realizada dentro de 30 dias da data de declaração de resultados pelo conselho
constitucional, na qual participam os dois candidatos mais votados.

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Conclusão
Conclui-se que o primeiro passo para a democracia multipartidária deu-se com a elaboração
da nova constituição em 1990 que inaugura uma abertura para a liberdade de criação de
partidos políticos e concorrer para o poder político. O segundo passo deu-se com a
materialização do estipulado na nova constituição, quando em 1994 decorrem as primeiras
eleições envolvendo vários partidos.

A eleição dos deputados para a Assembleia da República, que exercem o poder político em
representação dos cidadãos, caracteriza a democracia em Moçambique como democracia
directa. Além disso, na Constituição da República consta um elemento da democracia directa,
que é o referendo (arts. 73º e 136º da Constituição da República de Moçambique). O
referendo é uma consulta feita aos cidadãos eleitores sobre uma questão de relevante interesse
nacional.

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Bibliografia
CARVALHO, M. P. (2010). Manual de Ciência Política e Sistemas Políticos e
Constitucionais. (3ª ed.). Lisboa: Quid júris

AZEVEDO-HARMAN, E. (2011). Trajectórias democráticas dos PALOP – o equilíbrio (ou


não) entre parlamentos e executivos

MARTINS, F. (2017). Curso de Direito Constitucional. Revista dos tribunais. São Paulo.

BOBBIO, N; MATTEUCCI, N; PASQUINO. (1998). Gianfranco. Dicionário de Política,


Vol. I. trad. Carmen C, Varriale et ai.; coord. trad. João Ferreira; rev. geral João
Ferreira e Luís Guerreiro Pinto Cacais. Editora Universidade de Brasília.Brasília,

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