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Nampula
2022
Índice
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Introdução..........................................................................................................................4
Na antiguidade...................................................................................................................5
No período grego...............................................................................................................7
No período romano..........................................................................................................9
Conclusão........................................................................................................................17
Bibliografia......................................................................................................................18
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Introdução
O presente trabalho tem como o tema falar da história do pensamento geográfico, a
História do Pensamento Geográfico é um ramo da disciplina geográfica, onde se estuda
os postulados, pensamentos e correntes dos autores que contribuíram para a
sistematização da geografia como disciplina académica no século XIX. Na época em
que o Império
Romano teve seu auge, a geografia dará a sua contribuição com quantidade superior a
uma gama de conhecimentos, como por exemplo o que se chamava de "périplo", ou
seja, o trabalho de descrever portos, rotas e escalas à disposição dos navegantes daquele
longínquo tempo para a realização da actividade comercial, de grande necessidade para
funcionar o Império, e também, por outro lado, dando garantia à eficácia de sua
protecção militar.
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Evolução do Pensamento Geográfico
Todo o conhecimento científico evolui acompanhando o desenvolvimento geral da
sociedade, da tecnologia e do progresso económico-social.
No primeiro período não se pode falar de uma verdadeira Geografia científica, mas sim,
de um pensamento com incidências geográficas, resultado das influências de
conhecimentos acumuladas nas diferentes épocas históricas.
O segundo período inicia-se com o grande salto qualitativo pela Geografia a partir do
século XIX com a institucionalização da Geografia em 1870, graças aos trabalhos de
cientistas alemães, particularmente o A. V. Humboldt, C. Ritter, os principais
modeladores da Geografia moderna.
Na antiguidade
A Geografia nasceu na Grécia antiga, tal como a História, a Matemática e outras
ciências. De facto, foram os gregos que criaram a palavra Geografia, os primeiros a
reunir e sistematizar informações geográficas que colhiam nas viagens de navegadores e
aventureiros, particularmente na bacia de Mediterrâneo, nas terras do norte de África,
no sul da Europa, ocidente do mar Vermelho e oceano índico.
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muito importantes os aspectos de objetivação, ordenação, selecção e compilação dos
conhecimentos adquiridos.
Dedicando-se a actividades de guerra e caça, moviam-se continuamente no espaço,
querendo saber a direcção e a distância percorrida, práticas de vital importância para a
sobrevivência. O conhecimento geográfico desse período pode ser interpretado como
uma preocupação sobre o “onde”.
A representação dos caminhos já era feita antes mesmo de os povos utilizarem a escrita.
Suas informações eram registradas por mapas, que auxiliavam exploradores e viajantes
no processo de expansão do horizonte geográfico.
O legado deixado pelos orientais foi muito utilizado pelos gregos, que possuem uma das
colaborações mais importantes na construção da ciência moderna.
Para além disso surgiram noções de latitude e longitude, erosão, formação dos deltas,
estudos sobre rios e oceanos, e o início da relação do meio físico com o homem.
Pensamento Geográfico na Antiguidade Clássica
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No período grego
O surgimento da Geografia na Grécia, e não noutro sítio, não ocorreu por acaso. Como
resultado de um longo processo de reformas iniciado no século VIII a.n.e., a Grécia no
início do século V, gozava da hegemonia militar, económica e tinha-se tornado na
capital das ciências e centro de negócios ligados à navegação marítima.
No seguimento dos seus estudos, estes cientistas elaboraram périplos, que eram cartas
ou mapas, indicando as costas marítimas, desenhadas por viajantes, instrumentos
valiosos para a navegação da época. O périplo mais famoso é o de Hannon, elaborado
por Eratóstenes.
Um dos factores que contribuíram largamente para que os gregos da antiguidade
clássica se impusessem foi sua localização geográfica privilegiada no mundo, o que
permitiu a sua expansão política, militar e comercial para outros territórios.
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A via descritiva, regional: que assenta nas características das paisagens, nas
particularidades dos habitantes e nas respectivas civilizações;
A via matemática: que se baseia na localização precisa dos lugares e que conduziu à
produção de cartas geográficas e à busca de explicações para a influência que a forma
da terra exerça nos diferentes climas.
Heródoto (484-424 a.C.) – não foi apenas o pai da Historia. Foi provavelmente o
primeiro a arriscar a existência de relações deterministas entre o meio e o Homem, ao
escrever num discurso: “as Terras risonhas produzem Homens efeminados, não
podendo por isso produzir frutos saborosos e guerreiros valorosos”.
Hipócrates (460-377 a.C.) – foi um famoso médico da antiguidade; na sua obra mais
famosa “dos ares, das águas, dos lugares”, trata da influência do meio sobre o Homem,
exagerando a sua visão determinista pois estabeleceu a distinção entre os habitantes das
montanhas e os das planícies: “aqueles por influência das terras altas, húmidas, batidas
pelos ventos seriam de estrutura alta e bravos. Estes por influência das formas leves,
descobertas, desprovidas de água com bruscas variações de temperatura seriam secos,
nervosos e arrogantes”.
Alexandre (334-323 a.C.) – mandou fazer por províncias, um cadastro do seu império,
feito por uma legião de topógrafos. Legião esta que o acompanhou e revelou não só aos
gregos mais também a todo o mundo Ocidental, ate ao século XIV a Geografia do
Oriente.
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possibilitou escrever valiosas obras, cujos títulos foi enunciado por Estrabão “Memoria
Geográfica” e “Medição da Terra” e foi director da biblioteca de Alexandria no Egipto.
Estudou também toda a documentação recolhida durante a expedição de Alexandre
Magno.
No período romano
Neste contexto, foram elaborados itinerários (cartas simples, sem escala, representando
as terras e principais caminhos concêntricos cidade de Roma). Tratava-se, pois de
mapas concebidos para responder as exigências militares e comerciais do império.
Orientando-se pelos objectivos descritos, os romanos desprezaram os métodos
matemáticos e cartográficos dos gregos que têm na tábua Peutinger um dos exemplos
mais notáveis e cuja cópia se mantém até hoje no museu.
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Nome e Tempo Obra ou Contributo
• Discípulo de Tales de Mileto, filósofo e astrónomo.
• Iniciou a Geografia Matemática.
• Elaborou o 1o. mapa da Terra.
Anaximandro de • Defensor do Geocentrismo; para ele a Terra era um cilindro.
Mileto (611 - 547 • Inventou o Gnomon, que permitia determinar os movimentos
a.C.) da Terra.
• Deixou relatos das suas viagens.
• Considerou a Terra um corpo celeste isolado, de forma
cilíndrica e habitada na parte superior.
Hecateu de Mileto • Continuador dos trabalhos iniciados por Anaximandro,
(560 - 480 a.C.) historiador grego.
• Defendeu que a Terra era um disco com água à sua volta.
• Descreveu os povos e a zona Mediterrânica.
Parménides • Foi o primeiro a admitir a forma esférica da Terra, com base
(510 – 450 a.C.) em ideias filosóficas.
• Filósofo eminente.
• Fundador da Geografia descritiva.
• Viajante, conheceu grande parte do mundo até então
Heródoto desconhecido, tendo feito importantes descrições.
(484 – 424 a.C.) • Pai da História; elaborou muitas descrições geográficas.
• Publicou obras importantes de Geografia e História.
• Deu a génese das ideias deterministas.
• Foi astrónomo, matemático e viajante com muitas anotações.
Piteias de Marselha • Foi o primeiro a empregar a expressão «Ilhas Britânicas».
(Séc. IV a.C.) • Repetiu o périplo de Himilcão.
Hipócrates • Médico, defendeu ideias deterministas em que o clima e o
(460 – 377 a.C.) relevo influenciam o desenvolvimento físico, intelectual e
psicológico dos seres vivos.
Aristóteles • Filósofo, elaborou obras em 14 volumes.
(384 – 322 a.C.) • Provou a esfericidade da Terra, já defendida por Parménides
(510-450 a.C.).
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• Utilizou o termo meteorologia para descrever o que citam ou
o termo «ciência da natureza», que incluía a atmosfera e os
aspectos hídricos.
• Monarca da Macedónia morreu muito jovem depois de
Alexandre Magno expedições e conquistas.
(356 – 323 a.C.) • A expedição para o Próximo Oriente foi acompanhada por
cart6grafos, topógrafos que produziram trabalhos mais tarde
depositados na biblioteca de Alexandria.
Dicearco • Pode-se considerar fundador das coordenadas latitude e
(326 – 296 a.C.) longitude.
• Construiu um mapa-mundo com sistema de coordenadas.
• Trabalhou na redacção dos catálogos da biblioteca de
Alexandria; acreditava na esfericidade da Terra.
• Considerado o primeiro geógrafo a questionar o
Eratóstenes posicionamento, a forma, a dimensão e a representação.
(256 – 196 a.C.) • Aperfeiçoou o mapa de Dicarco.
• Preocupou-se com a localização absoluta dos lugares.
• Dividiu a Terra em meridianos e paralelos e às áreas
rectangulares deu o nome de Eufrágides.
• Grande astrónomo da antiguidade.
• Aperfeiçoou o sistema de coordenadas de Eratóstenes.
• Definiu climas, reduzindo-os a espaços entre paralelos: com
Hiparco 11 paralelos e 11 meridianos.
(190 – 125 a.C.) • Projectou a esfera terrestre no Plano.
• Dividiu a circunferência em 360 oC e 1º elemento da
Geometria.
• Determinou a distância Terra/Sol/Lua.
• Preocupou-se com a medição da Terra e estudou as marés.
Posidónio • Estudou os fenómenos do mar e a influência da Lua sobre o
(Séc. II a.C.) Mar.
• Desenvolveu teorias sobre os sismos e vulcanismo.
• Considerado o pai da Geografia e também historiador.
• Elaborou e publicou 1 7 volumes de Geografia Descritiva e
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Estrabão Regional.
(64 – 21 d.C.) • Viajante, com descrições dos lugares visitados, incluindo
informações de geógrafos anteriores.
• Deu carácter selectivo e regional as suas descrições.
• Foi o último geógrafo da antiguidade sob o domínio romano,
autor da obra de composição matemática, «O almagesto»,
sobre a concepção geocêntrica da Terra.
Ptolomeu • Condensou grande parte do material científico conhecido até
(90 – 168 d.C.) ao seu tempo.
• Elaborou o primeiro mapa-mundo, acompanhado por 26
mapas detalhados (veja Fig. 26).
• Dividiu a Terra em zonas não dando destaque aos aspectos
físicos e humanos.
Por outro lado, as invasões criaram no império um clima de caos e de vazio de poder
que criou condições para a implantação do Cristianismo no ocidente e a afirmação do
pensamento cristão como forma de pensamento dominante.
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A idade medieval é, portanto, dominada pelo Teocentrismo, isto é, a visão do mundo luz
de Deus. A religião sobrepõe-se à ciência. A bíblia passou a dar resposta as
interrogações do Homem relacionadas com os fenómenos da Natureza.
No que concerne à Geografia, a época medieval foi marcada por um certo retrocesso,
pois a cartografia perdeu o carácter científico alcançado na idade grega, enquanto o
mapa-mundo passou a ser uma espécie de disco circular, com o nome de mapa T em O
onde Jerusalém; o principal Pólo da cristandade, ocupava o centro e o T separava os três
(3) continentes até então conhecidos: Ásia, África e Europa.
Mas a Idade Média registou igualmente alguns progressos como o aumento do horizonte
geográfico graças à expansão árabe a partir do século VIII e a divulgação das obras
geográficas helenísticas-Romanas no vasto império árabe, do Afeganistão ao Atlântico.
Por outro lado, melhorou o conhecimento geográfico e cartográfico movido pelos
interesses económicos, políticos e religiosos dos árabes.
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Outra contribuição importante dada pela Geografia na época medieval foram os relatos
descritivos das viagens de Marco Polo (1271-1291), incidindo sobre a cultura, o
comércio, os produtos do solo, desenvolvimento industrial e as rotas a seguir.
Esta obra, conhecida como o livro das maravilhas, contribuiu para o alargamento do
conhecimento do mundo dado que estas viagens permitiram aos europeus conhecer
novos espaços culturais e povos.
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Protagonistas das descobertas
Cristóvão Colombo — Viajante, marinheiro genovês ao serviço dos reis católicos da
Espanha parte em 1492 em busca da rota para a Índia, descobrindo, em vez da Índia, as
ilhas Bahamas, Cuba e Hispaniola, na América Central. Uma vez na América, Colombo
julgou ter alcançado a Índia, uma convicção que manteve até à sua morte.
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Entre as principais criações cartográficas desta época destacam-se as Cartas -
Portulanos, que diferentemente dos mapas antigos, apresentam detalhes dos contornos
do litoral, (importantes para os navegadores), vários acidentes geográficos, direcção dos
ventos, etc. Foram, igualmente, produzidos Atlas e reproduzidas muitas obras com
ajuda da invenção da imprensa por Gutemberg em 1440.
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Conclusão
Conclui-se que O período que compreende os séculos XV-XVIII marca uma viragem no
desenvolvimento do pensamento geográfico. Há uma espécie de renascer da geografia
grega que ao longo de aproximadamente 10 séculos foi sendo substituída por uma
geografia teocêntrica ou teológica. Esta importante mudança no pensamento geográfico
esteve ligada à influência dos árabes, bem como às expedições europeias para a Asia,
África e América que permitiram Europa o acesso a novas informações e criaram
rupturas no pensamento fechado.
Vasco da Gama, Cristóvão Colombo e Fernão de Magalhães contam-se entre os
principais responsáveis dos progressos da Geografia na época moderna.
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Bibliografia
WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo,
2017.
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