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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

UNIDADE ORGÂNICA DE CHIMOIO

LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA E TURISMO

Tema: Ensino de Geografia no período colonial e pós-colonial

Cadeira: Didáctica de Geografia

2º Ano/ I - Semestre

Chimoio, Março 2022

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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA
UNIDADE ORGÂNICA DE CHIMOIO

LICENCIATURA EM GEOGRAFIA E TURISMO

Tema: Ensino de Geografia no período colonial e pós-colonial

Cadeira: Didáctica de Geografia

2º Ano/I- Semestre

Discente:
 Aida Lemos António Chalula
 Domingos Esmael António
 Albino Manuel Dramane
 Florinda Isabel Castigo

Docente: dr. Evaristo Samuel

Chimoio, Março 2023


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Índice
1. Introdução......................................................................................................................1

1.1. Objectivos......................................................................................................................2

1.1.2. Específicos..................................................................................................................2

1.2. Metodologia...................................................................................................................2

2. Contextualização............................................................................................................3

2.1. Definição dos Conceitos................................................................................................3

2.2. Sistematização e Institucionalização da Geografia como ciência..................................3

2.3.1. Determinismo Geográfico..........................................................................................4

2.3.2. Geografia regional......................................................................................................4

2.3.3. Revolução Quantitativa..............................................................................................4

2.4. A Geografia no contexto actual......................................................................................5

2.5. O Ensino da Geografia em Moçambique.......................................................................5

2.5.1. Período Colonial.........................................................................................................6

2.5.2. Período Pós-colonial...................................................................................................6

2.6. Desafios que o ensino de Geografia enfrenta em Moçambique.....................................7

2.7. Contribuição da Geografia para a Melhoria do Ensino..................................................8

3. Conclusão.......................................................................................................................9

4. Referência bibliográfica...............................................................................................10

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1. Introdução

O presente trabalho espelha em torno do ensino da Geografia no período colonial e pós colonial
em Moçambique, portanto as primeiras abordagens da Geografia no currículo escolar, a partir do
século XIX, foram desenvolvidas à volta da discussão do seu conteúdo e, actualmente, apesar de
ainda prevalecer essa discussão, as análises da aprendizagem geográfica centram-se na
preocupação do seu ensino, conforme está planeado e o modo como ela é ensinada, considerando
a qualificação de uma educação efectivamente geográfica.

É nesta perspectiva que se pretende descrever o caminho de uma evolução lenta na área do ensino
da disciplina de Geografia em Moçambique a partir dos aspectos mais marcantes do seu percurso,
que, de uma forma geral, acompanhou o processo de implementação dos sistemas de ensino
vigentes no país em vários momentos.

Considerando a organização do currículo por disciplinas e os diversos elementos constituintes


para a leccionação dos conteúdos, este estudo centra-se na preocupação, discussão e exploração
do processo de ensino/aprendizagem da disciplina de Geografia,

O processo de implementação da disciplina de Geografia nos planos curriculares em


Moçambique viveu vários momentos para tornar significativo o ensino desta disciplina sobre as
crianças e jovens, que no campo administrativo se tornou concreto com a introdução do Sistema
Nacional de Educação, pela Lei 4/83, de 23 de Março e revisto em 1992, pela Lei 6/92, de 6 de
Maio. Estas mudanças permitem perceber a influência que cada currículo exerceu em cada época
e como a sua posição ideológica contribui para os modos de aprendizagem e para a selecção dos
conteúdos de ensino.

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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Conhecer ensino de Geografia no período colonial e pós-colonial

1.1.2. Específicos
 Conceitualizar aspectos ligados a geografia;
 Descrever as fases de Evolução da Geografia como ciência;
 Descrever o Ensino da Geografia em Moçambique.

1.2. Metodologia

Para a materialização do presente trabalho aplicou se o método bibliográfico.

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2. Contextualização
2.1. Definição dos Conceitos
 Geografia

Segundo Dias (2012, p.10), a palavra Geografia provem das palavras Gregas ´´Geo´´ e
´´Graphos´´ que significam Terra e Descrever respectivamente.

Contudo, Geografia é uma ciência que dedica-se á Descrição da Terra.

 Ensino

De acordo com Pilett (2004, p.26), a palavra ensinar provem do latim signare, que signigica
colocar dentro, gravar no Espírito. De acordo com este contexto, ensinar é gravar ideias na
cabeça do aluno.

Porém, este contexto teve diversas críticas pois o aluno passa a ser um agente passivo. Contudo,
Ensino é o processo de instrução e mediação de conhecimentos.

2.2. Sistematização e Institucionalização da Geografia como ciência

Foi no século XIX, na Alemanha que a Geografia foi institucionalizada como ciência, com
contribuições de dois estudiosos germânicos Karl Ritter (1779-1859) e Alexander Von Humboldt
(1769-1859) o considerado pai da Geografia, por ter escrito um livro de 3 volumes intitulado
Quadros da Natureza e Cosmos, publicado no início do século XIX.

E neste período e nesta região onde surgiram as primeiras sociedades de Geografia (Paris 1821,
Berlim 1828, Londres 1830), e as primeiras cátedras de Geografia nas Universidades (Silva, Jesus
& Rodrigues, 2012, p.53).

Alguns historiadores desta ciência tomam como data importante o ano de 1871, quando foi
organizado o primeiro Congresso Internacional de Geografia, em Anvers (Bélgica).

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2.3. Fases de Evolução da Geografia como ciência

De acordo com (Silva, Jesus & Rodrigues, 2012, p.53), durante os séculos XIX e XX, a Ciência
da Geografia enquanto disciplina passou por quatro fases importantes:

 Determinismo geográfico;

 Geografia regional;

 Revolução quantitativa e;

 Geografia radical.

2.3.1. Determinismo Geográfico

O Determinismo geográfico pregava que as características dos povos se devem à influência do


meio natural.

Esta fase tem como expoentes: Carl Ritter, Ellen Churchill Semple e Ellsworth Huntington.
Nesta fase eram comuns, hipóteses populares como “o calor torna os habitantes dos trópicos
preguiçosos” e “mudanças frequentes na pressão barométrica tornam os habitantes das latitudes
médias mais inteligentes”.

2.3.2. Geografia regional

A Geografia Regional representou a reafirmação de que os aspectos próprios da Geografia eram o


espaço e os lugares. Os geógrafos regionais se dedicaram a recolher informação descritiva sobre
lugares e os métodos mais adequados para dividir a Terra em regiões.

Suas bases filosóficas foram desenvolvidas por Vidal de La Blache e Richard Hartshorne.

2.3.3. Revolução Quantitativa

A revolução quantitativa foi a tentativa se redefinir a Ciência da Geografia, no renascer do


interesse que se seguiu ao lançamento do Sputnik, expedição que enviou o primeiro satélite
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artificial da Terra. Os revolucionários quantitativos ou “cadetes espaciais”, diziam que o fim da
Geografia era o de testar as leis gerais do arranjo espacial dos fenómenos. Estes, Adoptaram a
filosofia do positivismo das ciências naturais e se voltaram para a Matemática como uma forma
de provar hipóteses.

2.3.4. A Geografia Radical

A Geografia Radical surgiu como uma crítica ao positivismo. O primeiro sinal do surgimento da
Geografia Radical foi a Geografia Humanista. Mais influente foi a Geografia Marxista, que
aplicou as teorias sociais de Karl Marx e de seus seguidores aos fenómenos geográficos.

Contudo vistas as 4 fases, importa referenciar o olhar geográfico actual

2.4. A Geografia no contexto actual

A Geografia abrange, actualmente grande complexidade de aspectos em decorrência do


desenvolvimento do meio técnico científico informacional. Pode-se dizer que o desenvolvimento
da ciência geográfica passou por diferentes momentos, gerando reflexões distintas acerca dos
objectos e métodos do fazer geográfico, essas reflexões influenciaram e ainda influenciam o
pensamento geográfico da actualidade.

Sabe-se que com a sistematização da geografia como ciência esta foi institucionalizada em
diversos cantos do mundo, porem em momentos distintos. Aliando se a isto, não faria nenhum
sentido, sendo Moçambicano falar da evolução e institucionalização da Geografia no mundo sem
invocar a institucionalização da geografia em Moçambique, bem como sua evolução.

2.5. O Ensino da Geografia em Moçambique

Para se compreender a Geografia hoje é preciso saber um pouco de sua história, desde o início da
ocupação humana na Terra (Boudou & Jean, 2012, p.2).

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Segundo Januário (p.106), A evolução da Geografia e seu ensino no contexto Moçambicano,
encontra-se em dois períodos, a saber:

 Período Colonial;

 Período Pós-colonial.

2.5.1. Período Colonial

No período colonial, o principal objectivo do Ensino secundário era o de desvio geográfico, isto
é, desvirtuar a atenção para as belezas de Portugal e da Europa, apresentando-o como continente
de maravilhas (Januário p.106).

A Geografia em Moçambique nasce do berço da Escola Francesa. O ensino de Geografia em


Moçambique data em 1969, quando a Universidade Lourenço Marques (Actualmente
Universidade Eduardo Mondlane), abriu o primeiro curso de Bacharelato em Geografia através
do Decreto-Lei 49072 de Junho (Langa, 2017, p. 82).

Para Araújo e Raimundo (2002), a Geografia em Moçambique iniciou, nesta altura, com as duas
geógrafas, vindo da Universidade de Lisboa, a saber: Maria Eugénia Correia e Celeste Coelho,
as quais depois se juntou Clara Mendes. Geógrafas formadas em Portugal nos anos de 1960,
tempo em que a Geografia na Europa, particularmente em Portugal, estava marcada pela Escola
da Geografia Regional de Vidal de La Blache, que tinha seu principal precursor em Orlando
Ribeiro.

Portanto, não se pode falar das origens da Geografia em Moçambique sem se ter em consideração
o trabalho empreendido por estes dois geógrafos (La Blache e Ribeiro).

2.5.2. Período Pós-colonial


Neste período a Geografia e o seu ensino veio a contribuir para a formação da consciência do
território Moçambicano e da sua valorização (Januário, p.132).
Sabe se que o conhecimento do território Moçambicano, a partir da localidade, tem permitido
uma maior divulgação sobre as suas potencialidades Geográficas.
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2.6. Desafios que o ensino de Geografia enfrenta em Moçambique

Como visto acima a geografia teve seu percurso até chegar se aos momentos actuais, porem com
objectivos e desafios distintos.

Como frisa Santos e Anusse (2016, p.8), torna-se importante mencionar os actuais desafios desta
vasta ciência designada Geografia, a saber:

 O ensino de Geografia, tanto no campo, quanto na cidade precisa ir além da troca de


materiais e manuais didáctico pedagógicos. É preciso obter informações que permitam
compreender as crianças nos aspectos relativos à educação na cidade e no campo e,
principalmente, sobre o seu desenvolvimento cognitivo, psicológico, percepção do espaço
e padrão de linguagem;

 O conhecimento do conteúdo geográfico precisa ser repassado de forma apropriada, de


maneira que reproduza os conhecimentos construídos culturalmente pela humanidade,
redefinindo possibilidades de reconstrução contínua pelo aluno e pelo professor, no
quotidiano da sala de aula;

 Ao profissional da área de Geografia cabe o entendimento de que os problemas relativos


ao espaço escolar estão ligados aos problemas do homem na sociedade, tentando
estabelecer uma relação directa entre o que se ensina e o que se aprende, e reafirmando a
função social da ciência;

 O mundo tem mudado rapidamente e com ele devem mudar também o ensino que nela se
faz. O contexto cultural do mundo audiovisual na era da informática, da electrónica e dos
meios de comunicação, leva a uma profunda reflexão educacional;

 Os alunos devem adotar uma postura cívica, encarar, analisar, pensar e agir como se
vivessem de facto em uma sociedade democrática que lhes desse oportunidade do
exercício político de sua condição de cidadão;

 Ao professor de Geografia, cabe a tarefa de desenvolver uma prática que seja aberta a
possibilidade de questionar o que se faz, de incorporar de facto os interesses dos alunos, e

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de ser capaz de produzir a capacidade de pensar, agindo com criatividade e autoria do seu
pensamento, etc.

2.7. Contribuição da Geografia para a Melhoria do Ensino

Com o desenvolvimento do conhecimento geográfico houve diversos avanços no ensino bem


como em diversas áreas do conhecimento.

De acordo com Sotaria et al. (2019, p.210), a geografia contribui na melhoria do ensino, pois:

 A Geografia escolar contribui, na formação da cidadania, ou seja, estimula o aluno para a


formação do espírito crítico e reflexivo da realidade em que vive, sendo um actor activo e
não um mero espectador dos processos da construção e de reconstrução do espaço
geográfico;

A Geografia escolar permite a relação entre os diversos saberes e em diferentes escalas: do local
ao global, pois o seu objecto de estudo constitui a superfície terrestre, na qual ocorrem fenómenos
multidimensionais: físico-naturais, socioeconómicos e socioculturais. Conteúdos abordados na
Geografia escolar como erosão costeira, poluição do ar, conservação e defesa dos recursos
florestais e faunísticos e saúde e higiene e resíduos sólidos são problemáticas em Moçambique,
sendo um aspecto importante na aproximação entre o conteúdo programático e

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3. Conclusão

Diante do estudo desenvolvido conclui-se que:

Durante o acompanhamento do sistema educacional colonial, onde a aprendizagem foi


caracterizada por um ensino altamente racista e selectivo para a população, a matéria de ensino
de Geografia era fortemente dominada pelos aspectos referentes à metrópole, na sua qualidade de
eixo central do estudo geográfico, onde a realidade mais próxima do aluno no estudo geográfico
era descurada.

Num período caracterizado ainda pelo sistema colonial, a matéria de ensino de geografia, incluía
“Noções de Geografia de Portugal” até a 4ª classe, e os conteúdos mais gerais, tais como Noções
de Cosmografia; Estudo de Continentes e Oceanos, Noções de Geografia Física e Económica e
Geografia Regional e mais alguns aspectos de estudo seleccionado de países e monografias sobre
produtos do Ultramar.

Constatou-se também que os desafios do ensino desta ciência em diversos estágios da sua
institucionalização em Moçambique eram divergentes, e actualmente faz parte de um dos
desafios desta ciência, a aproximação total e completa do educando á realidade e contexto actual.

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4. Referência bibliográfica.
 Anusse, R. & Santos, A. (2016). Desafios da Geografia Escolar em Moçambique e o seu
Curriculum Nacional. Moçambique, Nampula.
 Boudou, C. & Jean, C. (2012). Aula 3: História da Geografia. Brasil.
 Langa, J. M. C. (2014). Iniciando um Estudo sobre Geografia de Moçambique. VII
Congresso Brasileiro de Geógrafos.
 Língua, J. (2006). O Nexo entre concepções e Práticas de Ensino de Geografia em
Moçambique: Estudo de caso. São Paulo.
 Piletti, C. (2004). Didáctica Geral (23a ed.). Editora Ática, São Paulo.
 Silva, J. A. B., Jesus, A.S. & Rodrigues, A.J. Uma Breve História da Formação da Ciência
Geográfica.
 Sotaria, et al. (2019). Contribuição da Geografia Escolar na Percepção dos Problemas
Ambientais Urbanos: Um Estudo Exploratório na Cidade da Beira, Moçambique. UP,
Moçambique.

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