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Manual de Biogeografia………………

Biogeografia
Biogeografia

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino a Distância
Direitos de autor (copyright)
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância
(CED) e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no
seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Católica de
Moçambique  Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a
processos judiciais.

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino à Distância - CED
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Moçambique - Beira
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Agradecimentos
A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e o autor do presente manual,
dr. Carlos M. Pires, gostariam de agradecer a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na
elaboração deste manual:

Pela maquetização e revisão final dr. José Olímpio Dombe

Elaborado Por: dr. Carlos M. Pires

Licenciada em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica - Beira


Docente/Colaboradora do CED - UCM

Coordenação, Maquetização e Revisão Final: dr. José Olímpio Dombe

Licenciado em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica – Beira


Assistente Coordenador do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia no CED
Biogeografia i

Índice
Visão geral 1
Benvindo a Inserir título do curso/Módulo aqui Inserir sub-título aqui ........................... 1
Objectivos do curso ....................................................................................................... 2
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................ 3
Como está estruturado este módulo................................................................................ 3
Ícones de actividade ...................................................................................................... 4
Acerca dos ícones ........................................................................................ 4
Habilidades de estudo .................................................................................................... 4
Precisa de apoio? ........................................................................................................... 5
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .............................................................................. 6
Avaliação ...................................................................................................................... 6

Unidade Inserir aqui no. da unidade 7


Inserir aqui o título da unidade ...................................... Erro! Marcador não definido.
Introdução ............................................................................................................ 7
Sumário ....................................................................................................................... 11
Exercícios.................................................................................................................... 11
Biogeografia 1

Visão geral
Bem-vindo ao módulo de
Biogeografia
O Módulo da Cadeira de Biogeografia contém 24 unidades. Em cada
unidade apresentamos os conteúdos detalhados, objectivos e exercícios de
aplicação de modo que o estudante ao longo do estudo de cada unidade
saiba quais os objectivos se pretende alcançar, ou seja o que o docente
espera que o estudante assimile em cada unidade temática. Este Módulo
da Cadeira de Biogeografia começa com: a introdução da Biogeografia;
As grandes regiões Biogeográficas do Planeta; As grandes divisões da
Biogeografia; Conceito da Biosfera; Ciclos Biogeoquímicos; Dinâmica e
evolução das comunidades; Origem e Evolução da Vida – Suas Teorias;
Conceito de Flora, Fauna Biodiversidade; Factores da Dispersão e
manuseio da biodiversidade – Legislação sobre a Biodiversidade; Os
grandes Biomas; As grandes regiões Biogeográficas aquáticas Ecologia
marinha, Sistemática dos organismos, entre outros conteúdos
minuciosamente trabalhados e que estão contidos no módulo de maneira
que o caro estudante tenha um vasto leque de informações com relação a
cadeira. Urge a necessidade de apresentarmos um breve historial da
evolução da biogeografia como ciência. No século XV, quando
começaram as explorações por todo o mundo, os primeiros naturalistas
europeus percorreram as terras recém-descobertas para estudarem sua
fauna e flora. Um deles foi Alexander Humboldt que, no final do século
XVII tinha colectado vários dados sobre a distribuição das plantas na
América. Outro naturalista importante foi o inglês Charles Darwin, cuja
teoria de origem da vida mudou a visão da época na qual acreditava-se
que as espécies eram imutáveis, e produto da criação divina. Depois de
suas viagens, Darwin reuniu informações sobre a distribuição dos
organismos. Surpreso pelas semelhanças e diferenças entre as várias
espécies, assim como com os restos fósseis dos organismos que
habitaram a Terra, desenvolveu a “Teoria da Evolução das Espécies”, em
1859. Nessa teoria, Darwin sugeria que a selecção natural era o principal
mecanismo para a troca das espécies através do tempo. Ao mesmo tempo,
Biogeografia 2

Wallace viajou pelo sudeste asiático estudando sua fauna e sua flora e
chegou às mesmas conclusões que Darwin. Assim, foi atribuída a ambos
a formulação da Teoria da Evolução. Além disso, Wallace escreveu em
1876 um dos primeiros e mais importantes trabalhos sobre biogeografia:
“A distribuição geográfica dos animais”. Através de seus trabalhos,
Wallace estabeleceu os conceitos básicos da biogeografia, que ainda são
vigentes. Por esses motivos Wallace é considerado o pai da biogeografia.

Objectivos do curso

 Definir a Biogeografia; Conhecer as suas grandes divisões e o


que cada uma dessas estuda

 Explicar o significado de todos aspectos que elucidam melhor os


processos da origem e evolução da vida na terra
Objectivos
 Explicar as condições edáficas, climáticas que influenciam na na
distribuição dos seres vivos, bem como as causas das suas
adaptações; Explicar o funcionamento dos ciclos biogeoquimicos

 Conhecer o relacionamento dos seres vivos entre sí e estes com o


ambiente; Explicar a importância da Biodiversidade para o
equilíbrio do Planeta

 Caracterizar as grandes regiões biogeográficas

 Explicar como funciona os factores de dispersão das espécies

 Caracterizar os grandes Biomas do Planeta


Biogeografia 3

Quem deveria estudar este


módulo
Este Módulo foi concebido para todos aqueles estudantes que
queiram ser professores da disciplina de Geografia, que estão a
frequentar o curso de Licenciatura em Ensino de Geografia, do
Centro de Ensino a Distância na UCM. Estendese a todos que
queiram consolidar os seus conhecimentos sobre a Didáctica de
Geografia

Como está estruturado este


módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos pela Universidade Católica de
Moçambique – Centro de Ensino à Distância, encontram-se estruturados
da seguinte maneira:

Páginas introdutórias
 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.

Conteúdo do curso / módulo


O curso está estruturado em unidades. Cada unidade ncluirá uma
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, um summary da unidade e uma ou mais
actividades para auto-avaliação.

Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista
de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir
livros, artigos ou sites na internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação


Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do modulo.
Biogeografia 4

Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo.

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Acerca dos ícones


Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia.
Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada
um com uma descrição do seu significado e da forma como nós
interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao
longo deste curso / módulo.

Habilidades de estudo
Durante a formação, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores
resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os
bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficazes e por isso é
importante saber como estudar. Apresento algumas sugestões para que
possa maximizar o tempo dedicado aos estudos:
Antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente
de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de
tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com
música/num sítio sossegado/num sítio barulhento? Preciso de um intervalo
de 30 em 30 minutos/de hora a hora/de duas em duas horas/sem
interrupção?
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da
matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já
domina bem o anterior. É preferível saber bem algumas partes da matéria
do que saber pouco sobre muitas partes.
Deve evitar-se estudar muitas horas seguidas antes das avaliações, porque,
devido à falta de tempo e consequentes ansiedade e insegurança, começa a
Biogeografia 5

ter-se dificuldades de concentração e de memorização para organizar toda


a informação estudada. Para isso torna-se necessário que: Organize na sua
agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar
durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o
utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e
a outras actividades.
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma
necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A
colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de
modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode
escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode
também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados
com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a
seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
desconhece;

Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra situação, o
material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza,
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de
clareza conteudística, etc.). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone,
escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor,
contacteo pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interacção, em caso de
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase
posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for de natureza
geral. Contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.
Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de
expediente.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem
a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode
apresentar duvidas, tratar questões administrativas, entre outras.
O estudo em grupo com os colegas é uma forma a ter em conta, busque
apoio com os colegas, discutam juntos, apoiemse mutuamente, reflictam
sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o seu
próprio saber e desenvolva suas competências.
Biogeografia 6

Tarefas (avaliação e auto-


avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes do
período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.
Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser
dirigidos ao tutor/docentes.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os
mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do
autor.
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito)
palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade,
humildade científica e o respeito pelos direitos autorais devem marcar a
realização dos trabalhos.

Avaliação
Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com
base no chamado regulamento de avaliação.
Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo individual,
concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira.
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões
presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da média de
frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar 3 (três) trabalhos, 2 (dois) testes
e 1 (exame).
Biogeografia 7

Unidade I.
INTRODUÇÃO À BIOGEOGRAFIA

Introdução
Nesta Unidade abordaremos vários conceitos da Biogeografia na óptica de
alguns autores e destes analisaremos os seus pontos comuns e divergentes,
falaremos ainda do seu objecto de estudo, tarefas e o seu relacionamento
com outras ciências. A Biogeogrfia é portanto uma das ciências privilegiadas
que estuda os espaços físicos-geográficos e a vida – seres vivos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir a Biogeografia

 Conhecer o seu objecto de estudo

Objectivos  Explicar o lugar da cadeira dentro do sistema das ciências


geográficas

 Explicar como ela se relaciona com as demais disciplinas

 Identificar as grandes divisões da Biogeografia

 Caracterizar cada uma dessas divisões

A palavra Biogeografia é formada por:

Bio = Vida Geo = Terra; Grafia = Descrição


Biogeografia 8

"Descrição da vida na Terra"

Biogeografia

A Biogeografia, é a ciência que estuda a distribuição geográfica dos seres


vivos no espaço através do tempo, procurando entender padrões de
organização espacial e processos que resultaram em tais padrões. É uma
ciência multidisciplinar que relaciona informações de diversas outras
ciências como geografia, biologia, climatologia, geologia, ecologia e
evolução. É descritiva na primeira etapa e interpretativa na etapa seguinte.
Os métodos biogeográficos históricos podem ser utilizados como
ferramentas para a escolha de áreas com o propósito da conservação.

Biogeografia é a área da ciência biológica que estuda a distribuição dos seres


vivos no espaço e através do tempo. Assim, estuda-se a distribuição da vida
com base em sua dinâmica na escala espacial e temporal no planeta Terra.

Biogeografia (também conhecida como Geoecologia) é a ciência que estuda


a distribuição geográfica dos seres vivos, procurando entender padrões de
organização espacial e processos que resultaram em tais padrões. É uma
ciência multidisciplinar que relaciona informações de diversas ciências como
geografia, biologia, climatologia, geologia, ecologia e evolução. É
essencialmente descritiva, pois as escalas temporais e espaciais de
abordagem tornam a prática experimental inviável.
Esta disciplina científica teve origem em grande parte a partir do trabalho de
Alfred Russel Wallace no Arquipélago Malaio. Wallace descreveu muitas
espécies deste arquipélago e notou que a norte de uma determinada zona, as
espécies eram relacionadas com espécies do continente asiático enquanto a
sul dessa linha estreita, as espécies eram mais relacionadas com as espécies
australianas. Esta linha foi baptizada de Linha de Wallace em honra do seu
descobridor.

Entender como os organismos estão distribuídos

Biogeografia Estuda o padrão da distribuição

Porquê os organismos estão onde estão?


Biogeografia 9

Alguns fundamentos em biogeografia são:

Evolução; Extinção; Dispersão; Regiões biogeográficas

Objecto de Estudo

É a área que recai o estudo da nossa ciência, nesse caso o objecto de estudo
da Biogeografia é a Biosfera e os fenómenos que nela ocorrem.

Objectivos da Biogeografia

 Fornecer as bases teóricas da diversidade da biosfera;


 Explicar o significado de todos aspectos que elucidam melhor os
processos da evolução biológica;
 Explicar as condições climáticas, edáficas que influenciam na
distribuição dos seres vivos bem como as causa das suas adaptações;
 Explicar a acção do isolamento geográfico e da selecção natural
sobre os organismos vivos;
 Conhecer o relacionamento dos organismos com o ambiente;
 Explicar com é que as causas históricas e actuais influenciam na
distribuição das espécies;
 Conhecer as relações intra – especificas e inter – específicas;
 Conhecer os factores que regulam os quantitativos de plantas e
animais;
 Conhecer os mecanismos evolutivos que presidem nos fenómenos
ecológicos;

Tarefas da Biogeografia

 Caracterizar os continentes, oceanos quanto a diversidade das


espécies animais e vegetais;
 Estudar a composição do mundo orgânico;
 Estudar as relações existentes entre organismos vivos e entre estes e
o meio ambiente.

O Lugar da Biogeografia – encontra – se no subsistema das ciências físico


– geográficas como um dos seus ramos.

Relações da Biogeografia com outras Ciências

A Biogeografia tem relações com a Ecologia, Química, Zoologia, Botânica,


Biologia, Sociologia, Antropologia, Etologia, Geologia, etc…Há por vezes
Biogeografia 10

certa confusão quando se tenta relacionar a Ecologia, a Biogeografia e


definir as características e o limite das duas cadeiras. Há quem considera a
Ecologia incluída na Biogeografia e outros o inverso. Isto tem pouca
importância sem dúvidas, a diferença é mais de quantidade do que de
natureza de base convencional. Podemos dizer que a Ecologia é a ciência dos
pequenos ambientes enquanto a Biogeografia respeita a Ecologia dos
grandes espaços ou então que a primeira trabalha num nível micro -
geográfico por oposição da segunda que pode designar – se como macro -
geográfico.

A distribuição dos animais (Micro ou macro – geográfico) tem uma base


ecológica, sem dúvida e são diferença de perspectiva e de problemática que
justifica a separação da Ecologia da Biogeografia.

A Etologia (Ciência dos costumes e comportamento dos organismos no seu


ambiente) e a Sociologia animal e humana dependem em grande medida da
Ecologia e dela recebe fundamental contribuição os subsídios dessas duas
Ciências vão enriquecer a Biogeografia no seu estudo da distribuição das
espécies pelo globo. A Ecologia humana é um campo de pesquisa em
constante progresso tanto mais importante quanto é certo que as alterações
provocadas no ambiente físico - social são resultantes da actividade humana
e para que a Biogeografia encontre respostas para os diversos problemas que
estão a ocorrer com as diversas espécies têm de conhecer a inter – relação
que o homem têm com o seu meio e o seu impacto para com o mesmo e
estes subsídio a Biogeografia vai buscar na Ecologia humana. A
Antropologia por exemplo estuda a cultura, hábitos, costumes crenças dos
homens e estas atitudes influenciam o homem no seu contacto,
manuseamento das espécies vegetais e animais alterando deste modo a
conjuntura da biosfera e para que se faça um estudo mais aprofundando da
dispersão, desertificação dos espaços geográficos a Biogeografia deve
recorrer a Antropologia para ter esses conhecimentos comportamentais do
homem que influi na s suas atitudes. A Pedogeografia estuda os solos que
influi na vegetação – Plantas hidrófilas, Xerófilas, porquê nesta região
abunda este tipo de planta a Biogeografia recorre a esta ciência para
encontrar resposta do seu estudo.
Biogeografia 11

Sumário
A palavra Biogeografia é formada por: Bio = Vida; Geo = Terra; Grafia =
Descrição.

A Biogeografia, é a ciência que estuda a distribuição geográfica dos seres


vivos no espaço através do tempo, procurando entender padrões de
organização espacial e processos que resultaram em tais padrões. Ela se
relaciona com outras ciências como a Ecologia, Química, Zoologia,
Botânica, Biologia, Sociologia, Antropologia, Etologia Geologia, etc.

Exercícios

1.Apresente 02 conceitos de Biogeografia e mostre nestes os seus pontos


comuns.

Auto-avaliação 2. Explica como a Biogeografia pode ter relação de


interdisciplinaridade com a Ética e Antropologia.

3. Muitos dos aspectos abordados nesta disciplina é estudada na


Biologia. Há razões de existir a Biogeografia? Porquê?

4. Porquê houve a necessidade dela se subdividir-se em outros ramos?


Biogeografia 12

Unidade II.
AS GRANDES REGIÕES
BIOGEOGRÁFICAS DO PLANETA

Introdução
Nesta Unidade identificaremos as grandes regiões Biogeográficas,
apresentar-se-á o conceito da Bioregião. Para além de apresentar critérios
usados para a divisão das regiões Biogeográficas. Mas adiante far-se-á
caracterização de cada região, desde a localização geográfica, passando
pela fauna e flora, sem deixar de parte a distribuição geográficas dessas
regiões biogeoráficas

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir as regiões biogeográficas


 Identificar as regiões biogeográficas
Objectivos
 Localizar-os no mapa-mundo
 Conhecer as regiões biogeográficas marinhas
 Ser capaz de enquadrar Moçambique numa dessas
regiões biogeográficas
Biogeografia 13

Regiões Biogeográficas

A biogeografia divide a Terra em oito grandes regiões biogeográficas:


Bioregião ou região biogeográfica é uma área geográfica em que suas
"fronteiras naturais" são definidas pela natureza (não pelo ser humano) e
que se distingue de outras áreas por sua flora, fauna, clima, rochas, solos,
morfologia do terreno e outros factores.

O termo bioregião é igualmente utilizado por um movimento


ecologista denominado bioregionalismo.

Região Paleárctica - Europa, norte de África até ao Deserto do Sahara,


norte da Península Arábica, e Ásia a norte dos Himalaias até à China e
Japão.

Região Neárctica - América do Norte, incluindo Gronelândia, até ao


centro do México, Região Neotropical - desde o centro do México até ao
sul da América.

Região Afro-tropical ou Etiópica - África a sul do Sahara e sul da


Península Arábica.

Região Indo malaia – Sub-continente indiano, sul da China, Indochina,


Filipinas e Indonésia ocidental.

Região Australiana - Indonésia oriental, Nova Guiné, Austrália e Nova


Zelândia Região Oceânica - o Oceano Pacífico.

Região Antárctica - o continente e o oceano com o mesmo nome

O conjunto da região paleártica e neoártica constitui a região holárctica


ou o holárctico.
Biogeografia 14

Mapa das Regioes Biogeográficas

Regiões biogeográficas marinhas

As regiões biogeográficas marinhas são delimitadas por zonas climáticas


e por correntes oceânicas, que podem servir de fronteiras para vários
tipos de seres vivos.

Os biociclos aquáticos Talassociclo ( biociclo marinho)


Limnociclo ( biocclo da água doce)

O talassociclo (marinho) / Importância

O biociclo marinho representa os mares e oceanos que correspondem a


3/4 da biosfera.
Os factores abióticos do ambiente marinho: luz, temperatura,
concentração de sal, e pressão dos líquidos.
Luz
Quanto maior a profundidade, menor será a iluminação. Devido à isso,
Biogeografia 15

são encontradas regiões distintas, que são divididas em: eufótica,


disfótica e afótica.

1) Zona eufótica: é a área com mais luminosidade, podendo atingir até


100 metros.
2) Zona disfótica: nesta área a luminosidade chega com mais
dificuldade, podendo atingir até 300 metros.
3) Zona afótica: esta área não recebe a luz, totalmente escura, ficando
abaixo dos 300 metros.
Temperatura
A temperatura da água do mar varia de acordo com a intensidade solar.
Salinidade

Os oceanos abertos possuem uma média de 37% de salinidade em suas


superfícies. As variações ocorrem devido à evaporação da água nos
trópicos e a liquefacção dos gelos em zonas polares.
Pressão Hidrostática
A cada 10 metros de profundidade aumenta de 1 atmosfera.
O meio biótico
Os seres do meio aquático são classificados em três grupos distintos:
plâncton, nécton e bentos.
Plâncton
Designa o conjunto de seres vivos que se locomovem na superfície da
água através dos movimentos dela, ou seja, são seres flutuantes.

Divisão dos Plâncton

- Fito plâncton : conjunto formado pelos seres auto tróficos, representados –algas.
-Zooplâncton: conjunto formado pelos seres heterotróficos - protozoários, peixes.

Bentos :Trata-se de seres que vivem se arrastando ou fixos nas


profundezas do mar. Os seres que vivem fixos no fundo do mar são
denominados sésseis e são representados pelas algas vermelhas, corais,
espongiários, etc. Já os seres que se locomovem nas profundezas são
representados pelos moluscos e equinodermos.
Biogeografia 16

Nécton -São os seres que nadam livremente pelos mares e oceanos,


representados por polvos, tartarugas, peixes e mamíferos marinhos.

As Divisões do Ambiente Marinho


Os biociclos marinhos são divididos em: província bentônica (fundo do
oceano) e província pelágica (massa de água).
Província bentônica : A Província bentônica é dividida em quatro zonas:
litorânea, nerítica, batial e abissal.
Zona litorânea: presos em rochas os mexilhões, as algas e os cracas são
viventes em uma zona atingida pela maré.
Zona nerítica: os cardumes e os peixes, os plânctones e os néctons
grandes riquezas económicas, são viventes a 200 metros nas profundezas
do mar, na denominada plataforma continental.
Zona batial: é a região denominada como talude continental, atingindo
até 2 000 metros de profundidade, onde não há a presença de vegetais
pela falta de luz, e os animais são raríssimos
Zona abissal: nesta área encontram-se organismos adaptados às
condições do ambiente, que não tem recursos para a sobrevivência como
luz, calor, frio, alimentos, podendo atingir mais de 2 000 metros de
profundidade. Estas adaptações trazem transformações nas espécies, ou
seja, sua boca e seus dentes são maiores que o normal para a captura de
suas presas, e uma maior sensibilidade à luz.·

Sumário
A região biogeográfica é uma área geográfica em que suas fronteiras
naturais são defenidas pela natureza. Critérios da divisão: solos,
clima, flora, fauna
Biogeografia 17

Exercícios
1. Defina regiões biogeográficas

2. Faça um planisfério e localize as regiões biogeográficas


3. Enquadre Moçambique numa dessas regiões biogeográficas
4. Quais são os critérios usados para a delimitação duma região biogeográfica
Auto-avaliação

Unidade III.
AS GRANDES DIVISÕES DA
BIOGEOGRAFIA

Introdução
Havendo necessidade de se aprofundar e dar maior precisão ao estudos
dos seres vivos na Terra a Biogeografia viu-se obrigada a se subdivider-
se e é o que nesta unidade abordar-se as grandes divisões da
Biogeografia, Conceito da biogeogrfia ecológica, histórica e o que cada
uma delas estuda, o funcionamento da biogeografia histórica, processos
espaços-temporais dos seres vivos

Ao completer esta unidade / lição, você será capaz de:


Biogeografia 18

 Conhecer as grandes divisões da biogeografia

 Explicar as diferenças entre a biogeografia ecológica e

Objectivos histórica

 Explicar como funciona os processos espaços – temporais dos


seres vivos

 Caracterizar o funcionamento da biogeografia histórica e


ecológica

As grandes divisões da Biogeográfica


De acordo com o botânico DE CANDOLLE (1820), a Biogeografia se
divide em duas sub-áreas á saber: Biogeografia Ecológica e Biogeografia
Histórica

Biogeografia Ecológica

Estuda como os processos ecológicos que ocorrem a curto prazo actuam


sobre o padrão de distribuição dos organismos; Analisa a distribuição dos
seres vivos em função de suas adaptações às condições actuais do meio.

Biogeografia Histórica

Estuda como os processos ecológicos que ocorrem a longo prazo actuam


sobre o padrão de distribuição dos organismos; Explica a distribuição dos
seres vivos em função de factores históricos. O objectivo principal da
biogeografia histórica é estudar a distribuição dos táxons na tentativa de
estabelecer as relações entre as áreas e qual a sua origem.

Biogeografia Ecológica vs. Histórica: uma divisão necessária?


Biogeografia 19

Entretanto, como "ecologia" e "história" têm desempenhado papéis lado


a lado desde sempre, é óbvio que elas estão indissoluvelmente
"amarradas" uma à outra. Sendo assim, tal divisão (e oposição) tem
imposto mais obstáculos que benefícios ao desenvolvimento da ciência
biogeográfica (Morrone, 1993, 2004; Crisci, 2001).

Diversos são os factores que influenciaram e têm influenciado o modo


como os organismos estão distribuídos no planeta: tectônica de placas,
soerguimentos, estreitamento/ alargamento do leito de um rio,
glaciações, fisionomias vegetacionais, clima, humidade, correntes
marinhas, etc. Sendo assim, torna-se extremamente difícil estabelecer
uma linha divisória entre o que seria um factor "ecológico"ou "histórico".

Como funciona (científicamente) a Biogeografia Histórica

LEÓN CROIZAT (Pai da Biogeografia Vicariante)


Biogeografia 20

Este excêntrico botânico e biogeógrafo cunhou as bases para o que nós


entendemos hoje como Biogeografia Vicariante. Disse uma das mais
célebres frases já proferidas na Biogeografia: "life and earth evolve
together" (Croizat, 1964). Este italiano, que se erradicou na Venezuela
onde viveu até o fim de sua vida, quis mostrar ao mundo que a vida e o
planeta são co-relacionados em sua história. Ou seja, a história geológica
pode ajudar-nos a compreender a história dos organismos, assim como a
história dos organismos pode ajudar-nos a entender a história de nosso
planeta. Antes mesmo do conhecimento da deriva continental e tectônica
de placas, Croizat já dva mostras, pelo seus estudos de padrão de
distribuição de plantas, que os continentes se movimentavam. Chegou a
concluir que os oceanos Atlântico, Índico e Pacífico já foram mais
próximos entre si no passado do que da forma como são hoje conhecidos.

A partir dos preceitos de Croizat surge o pensamento vicariante,


contraposto diretamente ao pensamento dispersalista, paradigma
dominante à época. Para compreender o padrão de distribuição dos
organismos é preciso estar consciente de que este padrão decorre da
interação de dois tipos de processos. Estes são os processos espaço-
temporais dos organismos vivos (bióticos) e do planeta (abióticos); são
processos que ocorrem diversamente no espaço ao longo do tempo.

Processos espaço-temporais dos seres vivos.

Há vários tipos de processos espaço-temporais que podemos citar, como:


tectônica de placas, alterações no nível do mar, ciclos glaciais, etc. No
quadro abaixo, está exemplificado a movimentação das grandes massas
continentais ao longo do tempo.

Componente histórico-temporal
Biogeografia 21

Segundo o Prof. Dr. Gustavo Augusto S. de Melo, do Museu de Zoologia


Universidade de São Paulo, a Biogeografia não pode se resumir ao
estudo actual da distribuição das espécies. Tem que proceder
historicamente. Tem sempre que existir um componente histórico, já que
tem que explicar como era a distribuição no passado geológico, e de que
modo as espécies estudadas alcançaram a distribuição actual.
Exemplificando, o citado professor informa que na Zoogeografia
marinha, sua especialidade, que estuda a distribuição dos animais nos
mares e oceanos e as causas dessa distribuição no espaço e no tempo,
quais seriam os espaços e o que significaria o tempo?

Espaço : todas as chamadas regiões marinhas, como por exemplo, praias,


entremarés, plataforma continental, zona abissal, etc.

Tempo: sucessão de eventos geológicos, como por exemplo, o


levantamento do ístmo do Panamá, no fim do Plioceno ou início do
Pleistoceno, fechando a ligação entre os Oceanos Atlântico e Pacífico,
separando essas duas faunas, que até então formavam uma única fauna.
Essa separação, com o decorrer do tempo geológico (milhões de anos),
fez com que essas duas faunas (Atlântica e Pacífica) fossem adquirindo
características próprias, isto é, foram ficando progressivamente menos
homogêneas, já que um dos principais factores que influi na
diferenciação de espécies, gêneros, famílias, ou mesmo faunas, é o seu
isolamento.

Diz, ainda, que o exemplo acima é apenas um dos inúmeros aspectos


abordados pela Zoogeografia Marinha. Entre esses estudos pode-se citar:
noções sobre mares e oceanos, diversidade no mar, composição da fauna
marinha, barreiras ou limites biogeográficos, ecologia e evolução no mar,
origem da fauna marinha, importância da temperatura na distribuição dos
animais, províncias bióticas, padrões distribucionais, e inúmeros outros
assuntos.

Também segundo Helmut Troppmair, na biogeografia o componente


espacial sempre está presente. Veja o gráfico abaixo :
Biogeografia 22

Sumário
A biogeografia Ecológica estuda a distribuição dos seres vivos em
função das adaptações as condições do meio á histórica estuda a
distribuição dos seres vivos de acordo com as condições

Exercícios
1. Qual a diferença entre a biogeografa ecológica e histórica
2. A Ecologia e a História estão indissoluvelmente ‘’amarradas’’
comente
3. Quais são os principais processos espaços – temporais dos
seres vivos
4. O que significa espaço e tempo na zoogeografia marinha

Auto-avaliação
Biogeografia 23

Unidade IV.
AS GRANDES DIVISÕES DA
BIOGEOGRAFIA

QUANTO AOS SERES VIVOS

Introdução
Havendo necessidade de se aprofundar e dar maior precisão ao estudos
dos seres vivos na Terra a Biogeografia viu-se obrigada a subdividir-se e
é o que nesta unidade abordar-se-á: As grandes divisões da Biogeografia,
quanto aos seres vivos. da Fitogeografia, Zoogeografia. Serão
apresentados conceitos desses dois termos e minunciosamente explicar-
se-á o que cada ramo da biogeografia vai estudar. Teremos ainda por
apresentar a classificação das plantas de acordo, para além de abordar-se
a importância da Zoogeografia e a fitogeografia

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:


 Conhecer as divisões da biogeografia quanto aos seres vivos
Objectivos
Biogeografia 24

 Definir Fitogeografia e Zoogeografia


 Classificar as plantas de acordo com a Fitogeografia
 Explicar a importância do estudo da Fitogeografia bem como
da Zoogeografia

Divisão da Biogeografia tendo em conta os seres vivos

Levando-se em conta a divisão da Biogeografia quanto aos seres vivos,


ela subdivide-se em:

Fitogeografia distribuição das Plantas Terrestres

Biogeografia Zoogeografia distribuição dos Animais aquáticos

Zoogeografia é o ramo da biogeografia que estuda a distribuição


geográfica das espécies animais. Além de mapear a distribuição actual
das espécies, os zoogeógrafos formulam teorias para explicar essa
distribuição, baseada em informações sobre geografia, fisiografia, clima,
e história geológica, assim como o conhecimento da história evolutiva
dos animais e as relações entre eles.

Um dos pioneiros dos estudos zoogeográficos foi Alfred Russel Wallace,


que em 1860 tratou da distribuição dos animais na Malásia e na
Austrália, em estudo que deu origem à obra "The Geographical
Distribution of Animals" (1875; "A distribuição geográfica dos
animais"), depois complementada em "Island Life" (1880; "Vida das
ilhas"). A divisão do globo em regiões faunísticas proposta por Wallace,
com pequenas alterações e ampliações, ainda é aceita na actualidade.

Importância da zoogeografia
Biogeografia 25

O interesse dos estudos zoogeográficos depende em grande parte da


influência indirecta que os animais exercem sobre as actividades
humanas. Assim, por exemplo, o conhecimento das áreas de caça serve
não só para a obtenção de alimentos, como para o aproveitamento
comercial das peles, e o conhecimento da distribuição da fauna da
plataforma continental, para fins de pesca.

No rol dos prejuízos que os animais acarretam à vida humana, incluem-


se as doenças transmitidas principalmente por insectos -- doença do
sono, febre-amarela, malária, dengue -- e a perda de lavouras que sofrem
o ataque de pragas como os gafanhotos. A acção humana também tem
sido destrutiva em muitos casos, produzindo não só migrações em massa,
mas também a quase extinção de algumas espécies. É o caso da aranha-
azul e do Mico-leão-dourado, por exemplo. Para preservar algumas
espécies raras, mantendo-as em seu ambiente normal, têm sido criados,
em vários países, parques nacionais e reservas.

O povoamento zoológico das diversas regiões do planeta coincide com


alguns dos principais tipos de vegetação conhecidos. Estes, por sua vez,
têm suas características determinadas, em grande parte por factores de
ordem climática. Existem seis ou sete regiões faunísticas definidas pelos
zoogeógrafos. A maioria delas coincide com uma massa continental
separada de outras regiões por oceanos, cadeias de montanhas ou
desertos. Denominam-se paleoártica (Europa, norte da África e norte da
Ásia); etíope (África subsaariana); oriental; australiana; neoártica
(América do Norte e Groenlândia); neotropical (América do Sul,
América Central e México central) e antárctica. As regiões paleoártica e
neoártica são muitas vezes combinadas numa só, chamada holártica.
Alguns autores consideram as regiões neotropical, australiana e
antárctica tão específicas que as elevam à condição de unidades maiores,
denominadas reinos, hierarquicamente equivalentes à combinação das
outras. Os reinos seriam então neogéia (neotropical), notogéia
(australiana), metagéia (holártica, oriental e etíope) e antártica.
Biogeografia 26

Fitogeografia

A fitogeografia é um ramo da biogeografia responsável por estudar a


origem, distribuição, adaptação e associação das plantas de acordo com a
localização geográfica e sua evolução.

Também chamada de geobotânica, geografia das plantas e geografia


botânica, a fitogeografia nasceu de uma mudança na maneira de se
estudar as plantas que, até o século XIX, quando Alexander Von
Humboldt e Aimé Bonpland publicaram “Essai sur la géographie des
plantes”, em 1805 (ou “Ensaio sobre a geografia das plantas”), era
encarado do ponto de vista essencialmente botânico. Sendo, até então,
dada pouca importância à localização geográfica na configuração e
distribuição das vegetações.

A fitogeografia abrange conhecimentos relacionados à taxonomia,


climatologia, ecologia, morfologia e fisiologia, além da fitossociologia
para considerar qual a interferência do meio nas formações vegetais.
Análise que chegou a ser esboçada ainda antes de Humboldt por Lineu
em seu “Flora lapponica”, de 1737. Porém foi a obra de Humboldt que
marcou o início do estudo das plantas com relação a sua localização
geográfica, sendo Humboldt por isso, considerado o pai da fitogeografia.

 Através dos estudos realizados pelos fitogeográfos foi possível


compreender a relacção dos factores climáticos (como os ventos,
a humidade e a temperatura), fisiográficos (altitude, exposição e
declividade), e de iluminação (fototropismo, fotoperiodismo) no
crescimento e desenvolvimento das plantas que nos fazem
compreender porque diferentes regiões apresentam tipos de
Biogeografia 27

vegetações tão variadas. De acordo com a fitogeografia as


plantas podem ser classificadas da seguinte forma:

Quanto à luz

 heliófilas, quando preferem lugares com muito sol;


 esciófilas, quando preferem a sombra;
 intermediárias, quando preferem insolação intermediária;
 indiferentes, quando a exposição à luz não causa grandes
reacções;

Quanto à tolerância a variação da luz

 eurifóticas, quando a tolerância é grande;


 estenofóticas, quando a tolerância é baixa;

Quanto à temperatura

 microtermos, plantas adaptadas ao frio;


 mesotermos, plantas adaptadas às temperaturas moderadas;
 megatermos, plantas adaptadas ao calor;

Quanto à tolerância a variação da temperatura

 euritermos, grande tolerância;


 estenotermos, baixa tolerância;

Quanto à humidade

 aquáticas, que vivem apenas na água;


 higrófilas, que preferem lugares com muita humidade;
 mesófilas, que preferem locais com humidade média;
 xerófilas, adaptadas a locais com baixa humidade

Quanto à tolerância a variação da humidade


Biogeografia 28

 eurígricas, grande tolerância;


 estenoígricas, baixa tolerância

Quanto à altitude

 de planície; de montanha; subalpino; alpino; nival;

Quanto à acidez do solo

 acidófilos, preferem meios ácidos;


 basófilos, preferem meio básicos;
 neutrófilos, preferem meios neutros;

Sumário
A Fitogeografia estuda as plantas e a Zoogeogrfia estuda os animais. Um
dos primeiros que estudou a Zoogeografia foi Wallace em 1860.A
importância do estudo da Zoogeogrfia reside na influência indirecta que
os animais exercem sobre os homens. As plantas podem ser classificadas
de acordo com: á luz, temperatura, humidade, altitude, e acidez do solo.

Exercícios

Auto-avaliação

1. Existe diferença entre Fitogeogrfia e Botânica.Qual é?


2. Quais regiões zoogeográficas faunisticas conheces?
3. Como nasce a Fitogeografia
4. Classifica algumas plantas do nosso país de acordo com a
fitogeografia
5. Defina espaço e tempo no contexto fitogeográfico
Biogeografia 29

Unidade V.
Origem e Evolução da Vida na
Terra
Introdução
Até ao século XIX prevaleceram as ideias fixistas, segundo as quais as
espécies são imutáveis, surgindo por geração espontânea ou por um acto
criador (criacionismo). Ao contrário do fixismo, as ideias transformistas
contestam esta visão estática do mundo, sugerindo que as espécies
sofrem modificações ao longo do tempo. Sendo assim abordaremos as
teorias de geração espontânea e a teoria fixista para explicar a origem e
evolução da vida

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:


Biogeografia 30

 Conhecer as diferentes teorias interpretativas da origem e


evolução da vida na Terra
Objectivos
 Explicar a essência da Teoria fixista

 Distinguir a diferença entre a teoria abiogénese da Criacionista

Teorias Interpretativas da Origem das Espécies

Até ao século XIX prevaleceram as ideias fixistas, segundo as quais as


espécies são imutáveis, surgindo por geração espontânea ou por um acto
criador (criacionismo). Ao contrário do fixismo, as ideias transformistas
contestam esta visão estática do mundo, sugerindo que as espécies
sofrem modificações ao longo do tempo. Os trabalhos desenvolvidos no
âmbito da geologia, em especial a paleontologia, com o estudo dos
fósseis, foram os primeiros a porem em causa o fixismo, abrindo
caminho para o aparecimento de ideias evolucionistas. De acordo com
Lamarck (1809), cujas ideias evolucionistas viriam a ser conhecidas por
lamarckismo, as mudanças ambientais determinam nos seres vivos a
necessidade de estes se adaptarem de forma a poderem sobreviver em
novos contextos ambientais. O ambiente é assim responsável pelo início
do processo de evolução, cujos mecanismos se encontram enunciados na
lei do uso e do desuso e na lei da transmissão dos caracteres adquiridos.
Para Darwin, a selecção natural é o processo que permite a evolução das
espécies, sendo o ambiente o agente desse processo, determinando quais
são os seres que sobrevivem e os que são eliminados num dado
Biogeografia 31

momento, pelo facto de estarem mais ou menos aptos para enfrentar


situações específicas. Apesar de não explicar a variabilidade existente
entre os seres vivos que pertencem à mesma espécie, Darwin salienta a
sua importância como causa dos diferentes níveis de adaptação. O
avanço dos conhecimentos científicos, nomeadamente nas áreas da
anatomia, embriologia, citologia e bioquímica, forneceu dados e
conclusões que sustentam a argumentação a favor do evolucionismo. O
neodarwinismo, baseando-se sobretudo em argumentos genéticos,
esclarece que a origem da variabilidade existente entre os seres vivos é
fruto de vários fenómenos intrínsecos à reprodução sexuada e de
alterações do material genético. Através da recombinação genética, da
fecundação e das mutações surgem novas combinações de genes que
conduzem a uma maior diversidade fenotípica, sobre a qual o ambiente
actual de forma selectiva. Os principais factores que, actuando sobre as
populações, conduzem à alteração dos respectivos fundos genéticos,
obrigando-as a evoluir. São eles:

 a selecção natural; as mutações; as migrações; os cruzamentos


não ao acaso; e a deriva continental

Teoria Fixista

Teoria que acreditava que os seres vivos haviam sido criados tal e qual se
apresenta actualmente. Admitia que as espécies não se modificassem no
decorrer do tempo, Teoria Fixista ou Criacionista esta ligada ao poder
divino / sobre natural. O seu principal defensor Cuvier, sustentando que,
as formas vivas são unidas estáticas criadas por uma entidade soberana
total, não podendo modificar e originar novas espécies.

Geração Expontânea ou Abiogénese

Sustenta que os seres vivos teriam sido originados a partir da matéria


sem vida; defendida por Aristoteles. Para ele as moscas, mosquitos
teriam surgido do lodo, os peixes a partir das algas em decomposição os
ratos da terra húmida. Em suma do nada surge a vida.
Biogeografia 32

Sumário
Para explicar a origem e evolução da vida na Terra várias foram as
teorias que tentaram explicar dentre as quais destacamos a fixista que
defende que os seres vivos haviam sidos criados tal qual se apresentam
actualmente. Seu grande defensor foi Cuvier. A teoria Abiogénese
defende que os seres vivos teriam sido originados do nada.

Exercícios

Auto-avaliação

1. Há diferença entre teoria fixista e abiogénese. Explica


2. Para te como teria surgido a vida na Terra

Unidade VI.
TEORIAS DA EVOLUÇÃO DA VIDA
Introdução

Várias foram as teorias que tentaram explicar a origem da vida na Terra?


Donde vem a Vida? Fomos criados? Somos produto da evolução? Estas e
outras perguntas sempre inquietaram o homem e é para entendermos e
respondermos a essas perguntas que apresentamos nesta unidade algumas
teorias como: Abiogénese; Biogènese, fixista. Para entendermos a
evolução apresentaremos as leis de Darwin e Lamarck
Biogeografia 33

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer a origem da vida na Terra


 Explicar a formação e composição da atmosfera primitiva
Objectivos
 Explicar as teorias de Darwin e Lamarck sobre a evolução da
vida na Terra

 Distinguir os conceitos origem e evolução

Origem e Evolução da Vida na Terra


 Várias foram as teorias que tentaram explicar a origem da vida
na Terra :
 Donde vem a Vida?
 Fomos criados?
 Somos produto da evolução?

A Origem da Vida

O que diz, em linhas gerais, a teoria da geração espontânea (ou da


abiogênese)? A vida teria surgido a partir da matéria bruta (sem vida), na
qual existiria um princípio activo., isto é, uma capacidade. de produzir a
vida. Essas ideias vinham desde Aristóteles, até meados do século XVII,
quando começaram a ser experimentalmente combatidas por Francisco
Redi.

Teoria da biogênese
Biogeografia 34

A vida só pode ser originada por outra vida preexistente, ou seja, pela
reprodução de seus genitores. Essa demonstração ocorreu por volta de
1860, através de Louis Pasteur, numa série de experimentos, entre os ais
o do frasco com pescoço de cisne. A Teoria Biogênese diz que a solução
desse problema passa necessariamente pelo recuo no tempo de um dos
seres vivos para outro pré – existentes e conduzir ao problema da origem
dos 1ºs seres vivos na Terra (para esta teoria não existe geração
espontânea), defendem que depois de se formarem os primeiros animais
e plantas os outros apareceram por multiplicação, defendem que um ser
vivo aparece dum outro pré – existente. Esta teoria foi defendida por um
naturalista italiano de nome Francisco Redi.

Constituição da atmosfera primária da Terra

Ao atingirem um certo tamanho, os planetas em formação passaram a


atrair, por gravidade, os gases hélio e hidrogénio. Essa atmosfera, no
entanto, logo desapareceu, varrida pelos fortes ventos de energia solar.
Como se formou e de que era constituída a atmosfera secundária da Terra
primitiva? Que ocorrências se seguiram? Uma atmosfera secundária
formou-se lentamente pelo cúmulo de gases liberados do interior do
próprio planeta: NH3 (amónia), H2 (hidrogénio), CH4 (metano) e H2O
(vapor de água). À medida que a crosta terrestre foi se esfriando, ocorreu
condensação do vapor de água, formando-se chuvas. Nas rochas, a
temperatura ainda elevada, provocava evaporação dessa água de chuva,
num processo cíclico, acompanhado por descargas eléctricas.

Além disso, não existindo O3 (ozónio), as radiações ultravioletas


chegavam à superfície sem obstáculos. Descargas eléctricas e radiação
ultravioleta agindo sobre CH4, NH3, H2 e H2O, desfizeram ligações,
permitindo que os átomos se combinassem de outras maneiras. Assim,
aparecem na atmosfera substâncias orgânicas, entre as quais
aminoácidos, arrastados pelas chuvas através da crosta. Os aminoácidos
combinam entre si, formando moléculas maiores, assemelhadas a
proteínas, levadas aos oceanos em formação. Num passo seguinte as
moléculas de proteínas se juntaram na água, formando pequenos
agregados, chamados coacervados.
Biogeografia 35

Devido às constantes modificações químicas, alguns coacervados


puderam adquirir uma complexidade molecular crescente, até chegar a
um estágio no qual surgisse a capacidade de duplicação: estava-se diante
de um ser vivo extremamente primitivo, porém capaz de reprodução. Por
que motivo se acredita hoje que os primeiros seres vivos foram
heterótrofos? Para preservar sua organização e se duplicar, o primeiro ser
vivo necessitaria energia, que provavelmente foi extraída do alimento,
pela fragmentação de moléculas orgânicas, como os carbohidratos. O
equipamento bioquímico de um heterótrofo é mais simples do que o de
um autótrofo. Então, é pouco provável que o autótrofo tivesse aparecido
antes, pois seria admitir que a estrutura mais complexa tenha surgido
antes da mais simples. De acordo com a hipótese heterotrófica, a
inexistência de O2 na atmosfera fez com que processos anaeróbicos,
como a fermentação, fossem os únicos possíveis (heterótrofos 1
anaeróbios). Enquanto os heterótrofos fermentadores se reproduziam,
aumentando rapidamente em número, gastavam velozmente o stock de
alimentos acumulados nos mares. Por outro lado, os fermentadores
modificaram seu ambiente, liberando CO2 gradualmente. Esses seres
vivos, sujeitos ao mecanismo de evolução sofreram mutações, resultando
em variedades que foram submetidas à selecção ambientais da época. A
presença exclusiva dos heterótrofos terminaria por esgotar o stock de
alimento; é provável que, antes de isso ocorrer, por evolução, surgiram
os primeiros autótrofos, capazes de realizar fotossíntese. O material
orgânico foi regenerado com rapidez pelos autótrofos, além de
modificarem a atmosfera, pela liberação de O2, que foi se acumulando.
Se, por evolução, surgissem seres que usassem o O2, para degradação do
alimento (heterótrofos aeróbios), eles teriam todas as condições para ser
bem sucedidos. Apareceu assim a respiração aeróbica, método bem mais
eficiente do que a fermentação. A sobra de energia permitiu então que os
organismos crescessem e se reproduzissem com maior rapidez. Teorias
de Evolução Biológica

A lei do uso e desuso, formulada por Lamarck lamarckismo - Teoria


de J. B. lamarck, baseava-se em duas leis:
Biogeografia 36

1. Lei do uso e desuso - Quanto mais uma parte do corpo é usada, mais
se desenvolve; por outro lado, as partes que não são usadas enfraquecem
gradativamente, podendo atrofiar-se com o tempo ou mesmo desaparecer

2. Lei da herança de caracteres adquiridos - Tudo que o animal


adquire, em função do uso e desuso, ou seja, caracteres perdidos ou
adquiridos, é transmitido de geração em geração Exemplo: Segundo essa
lei, características adquiridas pelos pais poderiam ser passadas aos seus
filhos, assim um jogador de futebol daria origem a crianças com a
musculatura das pernas bem desenvolvidas, pois seu pai, ao jogar
futebol, exercitou demais esses músculos que hipertrofiaram. Como
vimos, Lamarck, apesar de errado em vários pontos de sua teoria, tem
um grande valor, pois foi o primeiro a falar de adaptação, mesmo tendo
errado os meios pelos quais esta ocorria.

Darwinismo - No seu livro A Origem das Espécies, publicado em 1859,


Charles Darwin explicou a evolução por meio da selecção natural. A
teoria proposta por Darwin (Darwinismo) propõe, em resumo, que, na
luta pela sobrevivência, os indivíduos portadores de variações
(características) adaptativas às condições ambientais levam vantagem
competitiva sobre os indivíduos que não as possuem. Os adaptados
deixam mais descendentes, e os não adaptados são eliminados. A essa
eliminação diferencial dos indivíduos de uma espécie, Darwin
denominou selecção natural. A selecção natural, actuando continuamente
sobre uma espécie, pode modificá-la gradualmente, a ponto de originar
uma nova espécie.

As ideias de Darwin podem ser assim resumidas:

1. Os organismos vivos têm grande capacidade de reprodução. Apesar


disso, já que o suprimento alimentar é reduzido, poucos indivíduos
chegam à idade de procriação. Disso decorre que os organismos com as
mesmas exigências alimentares competem entre si, "lutando"
constantemente pela existência.

2. Os organismos apresentam variações hereditárias e, portanto,


transmissíveis. Algumas variações são mais favoráveis à existência do
que outras, num determinado ambiente. Disso decorre que os organismos
Biogeografia 37

com as variações mais favoráveis num determinado ambiente estarão


mais capacitados a sobreviver e a se reproduzir nele do que os que
possuem variações desfavoráveis. Assim, cada geração sucessiva fica
melhor adaptada ao ambiente. Darwin só não foi mais completo porque
não soube explicar a razão pela qual existiam tantas variações em
indivíduos pertencentes à mesma espécie. Mais tarde com a aceitação
dos cientistas em relação as teorias genéticas de Mendel o porque destas
variações veio à tona. Análise de um caso de evolução segundo as teorias
de Darwin e Lamarck:

Teoria sintética da evolução

A moderna teoria da evolução, conhecida como neodarwinismo ou teoria


sintética da evolução, faz a síntese entre as ideias de Darwin e os novos
conhecimentos científicos, particularmente no campo da Genética.

Essa teoria reconhece como principais factores evolutivos a mutação


genica, a recombinação genica e a selecção natural. Mutação e
recombinação provocam variações que diferem no seu valor adaptativo,
sendo, por isso, submetidas ao crivo da selecção natural. Se estas
variações novas forem mais eficientes do que as que existiam, são
mantidas, e aquelas, progressivamente vão sendo eliminadas. Atenção:
Qualquer erro na duplicação do gene produz uma nova forma genética. A
isso se denomina mutação genica. Essas modificações ocorrem
espontaneamente, porém, também podem ser provocadas por diversos
agentes físicos e químicos (agentes mutagênicos): variados tipos de
radiações, tais como raio-X, as ultravioletas (UV) e os raios-gama. Da
mesma forma, diversas substâncias químicas são mutagênicas, isto é,
responsáveis por aumentos nas taxas de mutações dos genes: poluentes
ambientais; gás mostarda (arma química utilizada na 1.a Guerra Mundial.
causava queimaduras severas); ácido nitroso; formol (formaldeído a
40%); colchicina (induz a duplicação do número cromossômico da
célula); talidomida (sedativo receitado às gestantes na década de 60
defeitos de formação nos membros superiores e inferiores); aditivos
alimentares (corantes, antioxidantes, estabilizantes, aromatizantes,
adoçantes artificiais).
Biogeografia 38

Adaptação dos Seres vivos aos Factores Ambientais

Desde o tempo dos filósofos gregos, passando pelos pensadores do


século passado, a adaptação dos seres vivos aos seus ambientes de vida é
um fato incontestável. A origem da adaptação, porém, é que sempre foi
discutida. Desde a Antiguidade se acreditava que essa harmonia seria o
resultado de uma criação especial, a obra de um criador que teria
planejado todas as espécies, adequando-as aos diferentes ambientes. Com
o advento do cristianismo, ficou mais fácil admitir que as espécies,
criadas por Deus, seriam fixas e imutáveis. Os defensores dessa ideia,
chamados de fixistas ou criacionistas, propunham que a extinção de
muitas espécies seria devida a eventos especiais como, por exemplo,
muitas catástrofes que exterminaram grupos inteiros de seres vivos.

Lentamente, no entanto, a partir do século XIX, uma série de pensadores


passou a admitir a ideia da substituição gradual de espécies por outras
através de adaptações a ambientes em contínuo processo de mudança.
Essa corrente de pensamento, transformista, que vagarosamente foi
ganhando adeptos, explicava a adaptação como um processo dinâmico,
ao contrário do que propunham os fixistas. Para o transformismo, a
adaptação é conseguida através de mudanças. À medida que muda o
meio, muda a espécie. Os adaptados ao ambiente em mudança
sobrevivem. Essa ideia deu origem ao evolucionismo. Evolução
biológica é a adaptação das espécies a meios continuamente em
mudança. Essa mudança das espécies nem sempre implica
aperfeiçoamento ou melhora. Muitas vezes leva a uma simplificação.

“A evolução pode ser vista como um processo contínuo em que o


material biológico que constitui as populações e que apresenta uma
determinada variabilidade genética é submetido a um conjunto de
pressões selectivas.” BERNARDO (1995, p. 14)

Uma das evidências mais importantes da ocorrência de Evolução


biológica é dada pelos fósseis.

O Darwinismo e o Lamarckismo
Biogeografia 39

Darwin e a selecção natural

A partir da ideia de adaptação de populações a seus ambientes, fica fácil


entender as propostas de Charles Darwin (1809-1882), inglês, autor da
teoria da Selecção Natural. Imaginando-se dois ratos, um cinzento e
outro albino, é provável que em muitos tipos de ambientes o cinzento
leve vantagem sobre o albino. Se isto realmente acontecer, é sinal de que
o ambiente em questão favorece a sobrevivência de indivíduos cinzentos
ao permitir que, por exemplo, eles fiquem camuflados entre as folhagens
de uma mata. Os albinos, sendo mais visíveis, são mais atacados por
predadores. Com o tempo, a população de ratos cinzentos, menos visada
pelos atacantes, começa a aumentar, o que denota seu sucesso. É como se
o ambiente tivesse escolhido, dentre os ratos, aqueles que dispunham de
mais recursos para enfrentar os problemas oferecidos pelo meio. A esse
processo de escolha, Darwin chamou Selecção Natural. Note que a
escolha pressupõe a existência de uma variabilidade entre organismos da
mesma espécie.

Lamarck acreditava que, por exemplo, mudanças das circunstâncias do


ambiente de um animal provocariam modificações suas necessidades,
fazendo que ele passasse a adoptar novos hábitos de vida para satisfazê-
las. Com isso o animal passaria a utilizar mais frequentemente certas
partes do corpo, que cresceriam e se desenvolveriam, enquanto outras
partes não seriam solicitadas, ficando mais reduzidas, até se atrofiarem.
Assim, o ambiente seria o responsável directo pelas modificações nos
seres vivos, que transmitiriam essas mudanças aos seus descendentes,
produzindo um aperfeiçoamento da espécie ao longo das gerações.

Com base nessa premissa, postulou duas leis. A primeira, chamada Lei
do Uso e desuso, afirmava que, se para viver em determinado ambiente
fosse necessário certo órgão, os seres vivos dessa espécie tenderiam a
valorizá-lo cada vez mais, utilizando-o com maior frequência, o que o
levaria a hipertrofiar. Ao contrário, o não uso de determinado órgão
levaria à sua atrofia e desaparecimento completo ao longo de algum
tempo.
Biogeografia 40

A segunda lei, Lamarck chamou de Lei da Herança dos Caracteres


Adquiridos. Através dela postulou que qualquer aquisição benéfica
durante a vida dos seres vivos seria transmitida aos descendentes, que
passariam a tê-la, transmitindo-a, por sua vez, às gerações seguintes, até
que ocorresse sua estabilização.

Tipos de adaptações

As adaptações são caracteres que ajustam ou adequam melhor as


espécies às suas condições de vida ou ao seu meio ambiente e que
resultam de mutações ocorridas no passado em ancestrais dessas
espécies.

“Pode, pois, considerar-se que o tempo e a reprodução diferencial das


formas favorecidas em relação às menos aptas produzem mudanças nas
espécies existentes, conduzindo a formação de novas espécies” SILVA
(2005, p. 135)

Podemos classificar as adaptações em dois tipos fundamentais:

Morfológicas e fisiológicas.

As adaptações morfológicas consistem em modificações na forma ou


na estrutura da espécie. Exemplo as barbatanas das baleias e as asas dos
morcegos e aves.
Biogeografia 41

Adaptações morfológicas

As adaptações fisiológicas consistem numa adequação funcional do


organismo ao tipo de ambiente em que vive. Um peixe de água doce e
um de água salgada são exteriormente semelhantes, porém seus
organismos funcionam de forma diferente para controlar a diferença da
concentração salina da água onde vivem.

Camuflagem e Mimetismo são adaptações morfológicas que oferecem


às espécies melhores condições de defesa ou de ataque. Quando a espécie
revela a mesma cor ou possui uma forma que se confunde com coisas do
ambiente, está manifestando uma adaptação chamada de camuflagem. É
o caso do camaleão.

. Camuflagem do
Camaleão

Quando os indivíduos de uma espécie se assemelham bastante aos de


outra espécie, levando vantagem com essa semelhança, o fenómeno é
Biogeografia 42

chamado de mimetismo. Temos como exemplo a falsa-coral, cobra não


venenosa.

Cobra coral verdadeira Falsa cobra coral


Biogeografia 43

Sumário
A teoria da geração espontânea (ou da abiogênese)? A vida teria
surgido a partir da matéria bruta (sem vida). Teoria da biogênese A vida
só pode ser originada por outra vida preexistente, ou seja, pela
reprodução de seus genitores. Darwin fala da selecção natural realizada
pela natureza sobrevivência do mais apto, permitindo que eles gerem
maior número de descendentes (teoria da selecção natural). Lamarck
formulou a Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos e de Uso e desuso

Exercícios

Auto-avaliação

1. Donde vêm a vida? Fomos criados? Somos produtos da Evolução.


Explica

2. O que diz a teoria da selecção natural. Concordas com a teoria?


Demonstre com exemplos concretos.

3. Concordas com a teoria de Lamarck? Porquê?


Biogeografia 44

Unidade VII.
A BIOSFERA
Introdução
Falar da vida é falar da biosfera e é nesta unidade onde apresentaremos o
conceito da biosfera, seus limites, propriedades, composição níveis
tróficos, a circulação da matéria – energia nas cadeias e teias alimentares.
Para além de falarmos das pirâmides ecológicas

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir a Biosfera
 Explicar a diferença entre uma teia alimentar e uma cadeia
Objectivos alimentar
 Identificar os limites da biosfera
 Conhecer a composição da Biosfera
 Explicar o funcionamento dum nível trófico
Biogeografia 45

A Biosfera

A Biosfera é a parte da Terra onde se encontram os seres vivos. Ela


compreende a superfície terrestre e a parte inferior da atmosfera e
prolonga-se até o fundo
dos oceanos. O estudo da
Biosfera é principalmente
o estudo dos seres vivos e
sua distribuição pela
superfície terrestre. De
recordar que a Biosfera
contém inúmeros
ecossistemas.

O Ecossistema é, portanto, o conjunto formado pelos animais e pelos


vegetais em harmonia com os outros elementos naturais.

Conforme já estudamos, todo e qualquer Ecossistema, é constituído por


florestas, rios, oceanos, etc., e apresenta componentes bióticos e
substâncias abióticas que compõem o meio. Há grande diversidade de

ecossistemas: Ecossistemas naturais (ambientes naturais) - bosques,


florestas, desertos, prados, rios, oceanos, etc.
Ecossistema natural

Ecossistemas artificiais - construídos pelo Homem:


açudes, aquários, plantações, etc.
Biogeografia 46

Em qualquer ambiente natural, terrestre ou


aquático, os seres vivos, são influenciados
pelo meio ambiente e mantêm relações entre
si. O habitat é o "lar" das plantas e dos
animais. Nicho é a função de uma planta ou de
um animal no ecossistema. Os seres que
vivem na superfície terrestre dependem uns dos outros e mantêm relação
com as condições do ambiente.

Com excepção do homem que consegue fixar-se e viver em quase todos


os lugares do planeta devido ao alto grau de adaptabilidade que lhe é
natural — cada ser vivo tem um ambiente em que se adapta melhor
quando à temperatura, à humidade, às condições do solo, entre outros.
Esse ambiente ideal para cada ser vivo constitui o seu habitat.

A Biosfera é o conjunto de todos os ecossistemas da Terra. O termo foi


introduzido em 1875 pelo geólogo austríaco Eduard Suess. Foi criado
por analogia com outros conceitos que já existiam para nomear partes da
estrutura interna da Terra, tais como litosfera (o conjunto dos sólidos da
Terra), atmosfera (o conjunto dos gases da Terra) e hidrosfera (o
conjunto das águas da Terra). Seguindo a mesma lógica, o termo biosfera
designa o conjunto dos seres vivos da Terra e seus habitats.

Conceito de biosfera pode ser interpretado como o conjunto formado


pelos diferentes ecossistemas. Tendo em vista a abrangência dessa
conceituação, costuma-se dividir a biosfera nos chamados biociclos, que
representam conjuntos de ecossistemas dentro da biosfera. Os biociclos,
por sua vez, são divididos em biócoros que podem se dividir em biomas.
Existem três tipos de biociclos: epinociclo, talassociclo e limnociclo.

O homem, como ser vivo faz parte da biosfera, interage com os outros
seres vivos mantendo relações ecológicas com eles, algumas vezes de
forma harmónica mas na maioria das outras vezes de forma desarmónica,
com isso causando constantes prejuízos para a vida da biosfera em geral.
A devastação de até biomas inteiros, a pesca abusiva, a substituição dos
ecossistemas naturais por áreas destinadas a monoculturas e pecuária, o
Biogeografia 47

agro negócio em geral. Os seres vivos não domesticados dependem uns


dos outros nos ecossistemas e mantêm relações específicas entre uns e
outros e todos eles também interagindo com o meio ambiente onde
vivem, se o meio ambiente desaparece para ceder lugar ao agro negócio
humanos todos aqueles seres vivos endémicos daquela região, são
extintos. O homem moderno e civilizado é adaptado apenas para viver
em sociedade e dentro das cidades, ele consegue viajar e acampar
temporariamente em quase todos os lugares do planeta mas, não
consegue mais se adaptar à vida dos indígenas, ficou impossível para o
homem moderno voltar a viver nú na natureza. Cada ser vivo tem um
ambiente em que se adapta melhor e se o ecossistema em que ele vive for
modificado pelo homem, a sobrevivência desses seres vivos fica
ameaçada porque eles são dependentes desses ecossistemas que foram
montados e organizados em teias alimentares estabelecidas durante
milhões de gerações que fizeram a história da evolução genética dessas
espécies que vivem por lá há milhões de anos, sendo por isso
ecossistemas muito complexos dos quais pouco sabemos como
funcionam realmente. Por isso, o homem tem uma responsabilidade
acrescida na saúde da biosfera e compreender quão complexas e
intrincadas são essas teias alimentares que demoraram milhões de anos
em evolução para serem o que são hoje em dia, serem da forma como
nós avistamos esses seres vivos que lutam pela sobrevivência nessas
florestas e nesses oceanos cheios de vida mas que é uma vida frágil
perante ao avanço do homem no afã de conquistar mais territórios para si
mesmo sobre esses ecossistemas naturais e com isso causando a
destruição deles.

Neste sentido, a UNESCO lançou, em 1971, o programa internacional "O


Homem e a Biosfera" para incentivar a cooperação entre os países no
sentido de conhecer e encontrar formas de evitar a degradação da
biosfera.
Biogeografia 48

Quando umas
conjuntas de
células, com as
mesmas funções
estão reunidas,
temos um tecido.
Vários tecidos
formam um
órgão e um
conjunto de
órgãos formam
um sistema. Todos os sistemas reunidos dão origem a um organismo.
Quando vários organismos da mesma espécie estão reunidos numa
mesma região, temos uma população. Várias populações num mesmo
local formam uma comunidade.

Limites da Biosfera

O Conceito da Biosfera não se satisfaz somente com una definição tão


simplista de ser camada mais exterior do planeta onde existe vida.
Embora com maior realce se diz que é a parte superficial da superfície
da Litosfera, a biosfera ocupa também grandes partes da Atmosfera, da
Hidrosfera e da Litosfera. Na parte superior o seu limite é a camada de
ozono e o seu limite inferior vai até 5 mil metros de profundidade
definidos pelos poços de petróleo.

Propriedades da Biosfera

Complexa

A Biosfera é Autónoma

Diversificada
Biogeografia 49

O estudo dos seres vivos na natureza revela a existência de conjuntos de


organismos interdependentes de complexidade variável e com limites
mais ou menos definidos em relação a outros conjuntos.

 A Biosfera é Complexa

É complexa porque ocorrem processos de formação e de


desaparecimento de espécies como resultado das modificações das
condições naturais, quer dizer a sua evolução ocorre sobre forma de
ciclos (passagem de rochas magmáticas para sedimentares e destas para
metamórficas), ciclos biogeográficos (passagens de elementos minerais
dos solos para organismos vivos e destes para atmosfera), ciclos
bioquímicos, ciclos climáticos.

 A Biosfera é Autónoma

É autónoma porque defende – se por perturbações exteriores, defende –


se da perda de água através do ciclo hidrológico, defende – se do manto e
das mudanças da parte sólida da crusta terrestre. A sua composição
garante a conservação de energia através do efeito de estufa.

 A Biosfera é Diversificada

É diversificada porque seus elementos e objectos são de natureza e níveis


diferentes, quer dizer diversidade de ambientes ou organismos,
ambienteis distribuídos em faixas contínuas ao longo do solo cuja as
características reflecte a combinação de humidade e do calor. Este é o
caso da zonalidade geográfica: Horizontal (latitude), vertical (altitude),
transversal (mar, continente).

Composição da Biosfera

Composição Substâncias Inorgânicas Factores


Abióticos

da Biosfera
Substâncias orgânicas s Factores
Bióticos

Níveis Trophe - alimento


Biogeografia 50

Tróficos - termos Autotrófico – que se alimenta por sí

usados Heterotrófico – que se alimenta por outro.

Nos ecossistemas ou ambientes conhecem – se níveis energéticos ou


tróficos / cadeia alimentar. Assim teremos:

Produtor : que alimentarão os consumidores de vários tipos


(consumidor da 1ª,2ª,3ª,4ª ordem), assim sucessivamente.

Existe outro grupo que em vez de ingerir outros seres vivos decompõem
os restos orgânicos e absorvem em seguida as substâncias necessárias
para a sua alimentação (são decompositores : bactérias ,fungos ),

Outros transformam os compostos inorgânicos em formas apropriadas


para servir de novo como matéria nutritiva – Plantas fotossintéticas
(transformadores). Assim a energia fixada pelas plantas através da
fotossíntese vai sendo transformada dos auto tróficos para heterotróficos,
quer dizer das plantas para herbívoros, carnívoros, de compositores,
transformador, representando níveis tróficos ou cadeias alimentares que
dependem sucessivamente uns dos outros.

Níveis Tróficos

O nível trófico é o nível de nutrição a que pertence um indivíduo ou uma


espécie, que indica a passagem de energia entre os seres vivos num
ecossistema.

Existem três níveis tróficos principais


Biogeografia 51

 Produtores: reúnem todos os seres capazes de autotrofia.


 Consumidores: são organismos que consomem produtores e
outros consumidores, geralmente são heterótrofos. Estes podem
ser:

1. Consumidores de primeira ordem: alimentam-se de produtores.


2. Consumidores de segunda ordem: alimentam-se de
consumidores de primeira ordem.
3. Consumidores de terceira ordem: alimentam-se de consumidores
de segunda ordem.

 Decompositores: Consomem os restos de plantas e animais.


Responsáveis pela devolução de minerais e nutrientes para o
ambiente, que servirão para produtores mais uma vez,
fechando o ciclo.

Cadeia Alimentar

A Cadeia Alimentar é o sistema no qual se processa a transferência de


energia de organismos vegetais para uma série de organismos animais,
por intermédio da alimentação, e através de reacções bioquímicas; cada
elo alimenta-se do organismo precedente e, por sua vez sustenta o
seguinte:

Consumidores

Este grupo é representado pelos organismos heterotróficos, também


chamados de macroconsumidores. Trata-se de seres incapazes de
produzir sua própria energia, sendo obrigados, para sua sobrevivência, a
retirar a matéria e a energia de outros organismos. Conforme a posição
que ocupam na cadeia alimentar são chamados de consumidores
Biogeografia 52

primários, secundários, terciários ou quaternários. Denominação dos


grupos consumidores de acordocom seu hábito alimentar e o tipo de
alimento consumido. Consumidores Primários (produtores - os
primeiros da cadeia alimentar)
Na cadeia alimentar, os consumidores primários são os primeiros
organismosa alimentarem-se dos produtores (vegetais).

Como exemplo de consumidores


primários podemos citar os insectos e os mamíferos em geral, os
chamados autotróficos. Numa área de campo, verifica-se que os animais
domésticos, bovinos e ovinos procuram o seu alimento a partir da massa
verde produzida pelos vegetais.

Consumidores Secundários

Quando um animal
carnívoro alimenta-se de
um animal herbívoro, na
cadeia alimentar ele passa a
ser denominado
consumidor secundário. Na
sequência ao lado, visualiza-se um exemplo de uma cadeia
alimentar formada por um consumidor primário, secundário e
terciário.
Biogeografia 53

Consumidores Terciários / Quaternários

Quando um animal carnívoro se alimenta


de consumidores secundários, este é chamado de consumidor terciário.

Finalmente, o consumidor terciário constituiu-se em alimento para os


consumidores quaternários que se encontram no topo da cadeia
alimentar.

Decompositores ou Microconsumidores

Os decompositores actuam em qualquer nível da cadeia alimentar


também são chamados de sapróbios ou saprófitas. Trata-se de
organismos heterotróficos representados principalmente pelas bactérias e
Biogeografia 54

fungos. Tais organismos são de fundamental importância na reciclagem


da matéria que compõe os diferentes ecossistemas. Estes
microconsumidores para conseguirem energia degradam a matéria
orgânica, transformando-a em compostos simples e inorgânicos que são
novamente utilizáveis pelos produtores. Nesta imagem observa-se a
acção dos fungos na decomposição da matéria orgânica.

Teia Alimentar

Resumindo, verificamos que a Cadeia Alimentar é a sequência


linear de
alimentação desde
os produtores até os
diversos tipos de
consumidores. É
pela cadeia que a
energia e a matéria
passam aos
diferentes seres
vivos. Porém as
relações alimentares
Biogeografia 55

de um ecossistema não são simples cadeias alimentares.

Cada nível trófico é representado por diversas espécies, podendo cada


qual alimentar-se de organismos pertencentes a dois ou mais níveis
tróficos, estabelecendo-se assim teias alimentares. Teia Alimentar é,
portanto, o conjunto das relações alimentares entre populações de um
Ecossistema. Sua representação demonstra a complexidade das
transferências de matéria e energia.

Cadeias e Teias
alimentares

Cadeia alimentar / Teia Alimentar

Passarinho

Abutre

Serpente Rato

Coelho
Biogeografia 56

Leopardo

Sapo

Erva Gazela

Exemplo prático duma Teia alimentar na natureza


Biogeografia 57

Reacção da Fotossíntese

luz

6CO2 + 6H2O C6H12O + 6O2

clorofila

Gliocose

Reacção de Respiração

A Fotossíntese é o fenómeno através do qual as plantas verdes


produzem substâncias orgânicas a partir das substâncias inorgânicas na
presença de clorofila e de energia luminosa. É a transformação de
energia luminosa em energia química que vai ficar contida nas
substâncias orgânicas, sintetizadas nos cloroplastos. A fotossíntese é o
principal processo responsável pela manutenção do oxigénio na
atmosfera. Ela repõe o que é constantemente retirado, principalmente,
pelo processo da respiração. A fotossíntese transforma dióxido de
carbono e água em oxigénio e açúcar.

6CO2 + 12H2O + energia → C6H12O6 + 6H2O + 6O2

Um processo adicional de oxigénio é a fotólise, onde energia proveniente


de radiação ultravioleta decompõe água atmosférica e óxido de azoto.

2H2O + energia → 4H + O2

2N2O + energia → 4N + O2

O principal processo de remoção de oxigénio da atmosfera é a


respiração.

C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + energia


Biogeografia 58

Também no processo de decomposição, animais e bactérias


consomem oxigénio e libertam dióxido de carbono. É possível
verificar que a maior troca entre o stock terrestre e stock
atmosférico resulta dos processos da fotossíntese e da respiração.
Nos dias de Primavera e Verão as plantas absorvem a luz solar e o
CO2 da atmosfera e, paralelamente, os animais, plantas e
micróbios, através da respiração devolvem o CO2. Quando a
temperatura ou humidade é muito baixa, por exemplo no Inverno
ou em desertos, a fotossíntese e a respiração reduz-se ou cessa,
assim como o fluxo de carbono entre a superfície terrestre e a
atmosfera.

Pirâmides Ecológicas

Pirâmide Ecológica é a representação gráfica das cadeias alimenteres por


diagramas. Estas podem ser por : números de indivíduos que a compõe.
Esta pirâmide foi idealizada por Elton em 1927.

Pirâmide de Biomassa: indica-nos a quantidade da matéria viva


existente num dado nível trófico.

Pirâmide de energia é o modo de representação mais correcta, pois cada


nível trófico é representado por um rectângulo de comprimento
proporcional á energia acumulada por unidade de tempo e de superfície
desse nível

Sumário
A Biosfera é até hoje considerada a única região onde existe condições
da existência da vida no Planeta. Os seres vivos são parte da biosfera
bem como são também criadoras da mesma. A Biosfera é complexa,
autónoma e diversificada. Ela é composta por substâncias orgânicas:
Factores bióticos e inorgânicos. Factores abióticos Num nível trófico
temos: Produtor, Consumidor e Decompositor
Biogeografia 59

Exercícios

1. Defina: Nível trófico; cadeia alimentar; teia alimentar

2. Porquê se diz que a Biosfera é autónoma e complexa


Auto-avaliação
3. Explica a importância das plantas fotossintéticas e das bactérias no
nível trófico

4. O que faz da Terra um Planeta Vivo

5. Como funciona um nível trófico

6. Quais as condições permitem a existência da vida no Planeta

Unidade VIII.
NOCÇÕES DE CICLOS
BIOGEOQUÍMICOS
Introdução
Nesta unidade apresentar-se-ão vários ciclos biogeoquímicos, antes
porém dar-se-á conceito desses ciclos para mais tarde falar do seu
funcionamento na natureza. Como ocorre a troca da matéria na natureza
entre os seres vivos e não vivos. Qual a importância desses ciclos para a
existência da vida no Planeta. Apresentaremos ciclos biogeoquímicos do
carbono e oxigénio.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:


Biogeografia 60

 Definir ciclo biogeoquimico


 Explicar o funcionamento do ciclo do Carbono na natureza
Objectivos
 Explicar o funcionamento do ciclo do Oxigénio na
natureza

 Explicar a importância desses ciclos para a vida na ter

Ciclos biogeoquímicos

Um ciclo biogeoquímico é o percurso realizado no meio ambiente por


um elemento químico essencial à vida. Ao longo do ciclo, cada elemento
é absorvido e reciclado por componentes bióticos (seres vivos) e
abióticos (ar, água, solo) da biosfera e, às vezes, pode se acumular
durante um longo período de tempo em um mesmo lugar. É por meio dos
ciclos biogeoquímicos que os elementos químicos e compostos químicos
são transferidos entre os organismos e entre diferentes partes do planeta.
Os mais importantes são os ciclos da água, oxigénio, carbono, nitrogénio
e fósforo.

Tipos de Ciclos biogeoquímicos

Ciclo de Nitrogénio

Ciclos Bio Ciclo da Água

Geoquímicos Ciclo do Carbono

Ciclo do Fósforo

 O ciclo do nitrogénio é a transformação dos compostos contendo


nitrogénio na natureza.
Biogeografia 61

 O ciclo da água, é o contínuo movimento da água na, sobre e


abaixo da superfície da Terra. A água pode mudar de estado
entre líquido, vapor e gelo em suas várias etapas.
 O ciclo do carbono é o ciclo biogeoquímico no qual o carbono é
passado entre a biosfera, pedosfera, geosfera, hidrosfera e a
atmosfera.
 O ciclo do oxigénio é o movimento do oxigénio dentro e entre os
três maiores reservatórios: a atmosfera, a biosfera e a litosfera. O
principal factor do ciclo do oxigénio é a fotossíntese, que é
responsável pela composição atmosférica e pela vida na Terra.
 O ciclo do fósforo é o movimento do fósforo pela litosfera,
hidrosfera e biosfera. A atmosfera não possui um papel
significativo no movimento do fósforo porque o fósforo e
componentes fosfóricos são normalmente sólidos nos níveis mais
comuns de temperatura e pressão na Terra.

O Ciclo do Carbono

A biogeografia estuda o ciclo do Carbono do ponto de vista


biológico. Estima-se que a renovação do carbono atmosférico ocorre
a cada 20 anos. Através do processo da fotossíntese, as plantas
absorvem a energia solar e CO2 da atmosfera, produzindo oxigénio e
hidratos de carbono (açucares como a glicose), que servem de base
para o crescimento das plantas. Os animais e as plantas utilizam os
Biogeografia 62

hidratos de carbono pelo processo de respiração, utilizando a energia


contida nos hidratos de carbono e emitindo CO2. Juntamente com a
decomposição orgânica (forma de respiração das bactérias e fungos),
a respiração devolve o carbono, biologicamente fixado nos stocks
terrestres (nos tecidos da biota, na camada de solo e na turfa), para a
atmosfera.

Ciclo do Oxigénio

Este ciclo é mantido por processos geológicos, físicos, hidrológicos e


biológicos, que movem diferentes elementos de um depósito a outro.
O oxigénio molecular (O2) compõe cerca de 21% da atmosfera
terrestre. Este oxigénio satisfaz as necessidades de todos os
organismos terrestres que o respiram no seu metabolismo. O
oxigénio também tem um ciclo entre a biosfera e a litosfera. Os
organismos marinhos na biosfera criam conchas de carbonato de
cálcio (CaCO3) que é rico em oxigénio. Quando o organismo morre,
a sua concha é depositada no chão do mar e enterrado ao longo do
tempo para criar a rocha na litosfera. As plantas e animais extraem
nutrientes minerais das rochas e libertam oxigénio durante o
processo.
Biogeografia 63
Biogeografia 64

Sumário
Ciclo biogeoquímico é um percurso realizado no meio ambiente por um
elemento químico essencial a vida. Ao longo do percurso cada elemento
é absorvido e reciclado por componentes bióticos (seres vivos) e
abióticos (ar, água, solo)

Exercícios
1. Defina Ciclo Biogeoquímico
Oxigénio na natureza
3. Porquê é que o Oxigénio realiza um ciclo
4. Qual a importância dos ciclos biogeoquímicos para a existência da
vida no Planeta
Biogeografia 65

Unidade IX.
Ciclos Biogeoquímicos da
Água, Nitrogénio e Fósforo

Introdução
Nesta unidade apresentar-se-ão vários ciclos biogeoquímicos, antes
porém dar-se-á conceito desses ciclos para mais tarde falar do seu
funcionamento na natureza. Como ocorre a troca da matéria na natureza
entre os seres vivos e não vivos. Qual a importância desses ciclos para a
existência da vida no Planeta. Apresentaremos ciclos biogeoquímicos do
Nitrogénio, Fósforo e água, para além de falarmos da interferência
humana na circulação dos ciclos biogeoquímicos

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Caracterizar os ciclos biogeoquímicos: água, fósforo e


nitrogénio
Objectivos  Explicar o funcionamento dum ciclo da água na natureza
 Explicar a interferência do Homem na circulação dos ciclos
biogeoquímicos
Biogeografia 66

Sumário
O Homem com as suas actividades em muito interfere na circulação dos
ciclos biogeoquímicos alterando a composição dos elementos abióticos
por usos de fertilizantes, poluentes, queima dos combustíveis fósseis que
emanam para atmosfera vários gases como S03 que associado à água
provoca chuvas ácidas que afecta o ciclo dos nutrientes.

Exercícios

Auto-avaliação

1. Descreva o ciclo da água na natureza


2. Explica a interferência do Homem nos ciclos Biogeoquímicos
3. Descreva o ciclo de nitrogénio
3. Qual a importância dum ciclo biogeoquímico na natureza
Biogeografia 67

Unidade X.
DINÂMICA E EVOLUÇÃO
DAS COMUNIDADES
Introdução
As comunidades nunca foram estáticas sendo assim nesta unidade
apresentará a evolução e dinâmica desta. Falaremos da Sucessão
ecológica, classificação dos processos sucessionais, tipos de sucessões,
noção de areal e tipos de areal

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir Sucessão ecológica e Areal


 Explicar o processo duma sucessão ecológica
Objectivos
 Identificar as fases duma sucessão ecológica
 Identificar os diferentes tipos de areais
 Caracterizar os diferentes tipos de areais.

Sucessão Ecológica: Alterações graduais, ordenadas e progressivas no


ecossistema resultante da acção contínua dos factores ambientais sobre
os organismos e da reacção destes últimos sobre o ambiente.
Biogeografia 68

Classificação dos processos sucessionais

1.Comunidade Pioneira

Há três fases numa 2.Comunidade intermediária ou séries

sucessão: 3.Comunidade Clímax

As espécies de cada etapa podem ser diferentes, ou podem conviver em


estratos diferentes na comunidade clímax.

Existem quatro tipos de sucessões:

 Primárias, quando a evolução se dá a partir da rocha nua ou


solo desprovido de organismos,
 Secundárias, quando estas se dão após um desastre
ambiental, como por exemplo um desabamento,
derramamento de lava, uma inundação ou por acção
antrópica.
 Autotróficas, quando um ambiente, oferecendo componentes
abióticos necessários; sais minerais; água, sedia o
desenvolvimento de comunidades autotróficas.
 Heterotróficas, quando um ambiente, oferecendo
componentes bióticos necessários; matéria orgânica, sedia o
desenvolvimento de comunidades heterotróficas.

Numa sucessão, temos inicialmente as comunidades pioneiras (primeiros


seres vivos a ocuparem um substrato), seguido por comunidades
intermediárias que apresentam um nível maior de diversificação e,
Biogeografia 69

finalmente a comunidade clímax, quando a comunidade atinge seu grau


máximo de desenvolvimento e equilíbrio. Inicialmente, temos um
predomínio de seres autótrofos e espécies de pequeno porte e de fácil
dispersão. Ao atingir o clímax, já temos uma presença de seres autótrofos
e heterótrofos, com predomínio de espécies mais complexas e exigentes.

Como exemplo de uma sucessão primária, podemos supor a formação de


uma ilha vulcânica. Inicialmente esta ilha será formada apenas por
rochas, não apresentando condições para a instalação de um ecossistema
maduro. Entretanto, com o passar do tempo, será possível identificar o
estabelecimento de seres vivos pioneiros, geralmente autótrofos, como os
líquenes (associação entre fungos e algas fotossintetizantes), que
necessitam de poucos recursos do meio ambiente, e modificarão a
superfície das rochas (auxiliando na formação e espessamento do solo),
permitindo a chegada de outros seres vivos, primeiro vegetais de maior
porte, e pequenos animais. Cada comunidade estabelecida neste ambiente
modificará as condições físicas, e será modificada ou substituída
sucessivamente, até a formação da comunidade clímax, um ecossistema
completo.

Noções de Areais

Areais - são zonas ou áreas da superfície terrestre onde as espécies


habitam.

Cosmopolita

Tipos de Endémica

Areais Disjuntivas

Vicariantes

As alterações tectónicas, climáticas, hidrológicas, que a terra sofreu


desde a sua formação exerce influência sobre organismos vivos
principalmente sua distribuição. De acordo com as características dos
areais as espécies são agrupadas em:
Biogeografia 70

1º Cosmopolitas, 2º Espécie Endémica, 3º Disjuntiva, 4º Vicariantes

No processo da deriva dos continentes, animais e plantas foram


separadas e evoluíram em condições diferentes e ao mesmo tempo de
menor área de dispersão, ficando completamente isoladas dos outros
continentes, constituindo actualmente as espécies endémicas.

As áreas de distribuição geográficas das espécies podem ser pequenas ou


grandes conforme os factores de multiplicação e disseminação, por ex: o
Homem, mosca, vivem em todas as latitudes – essas são cosmopolitas.

As vicariantes são as que durante o processo do seu desenvolvimento


foram substituídas por outras de constituição vizinha.

As disjuntivas são restritas a certas áreas porque se conservaram durante


muito tempo, ou introduzidas recentemente constituindo bolsas dentro
dum conjunto maior. As suas respectivas áreas chamam – se de areais
disjuntivas.

Sumário
Sucessão ecológica é a alteração gradual e progressiva no ecossistema
resultante da acção contínua dos factores ambientais sobre os organismos
e da reacção destes sobre o ambiente. Numa sucessão ecológica temos 03
fases: 1ª Comunidade Pioneira; 2ª comunidade intermédia; 3ª
comunidade do Clímax. Areais são áreas da superfície onde as espécies
habitam. Nisso temos as espécies cosmopolitas, endémicas, disjuntivas e
vicariantes.
Biogeografia 71

Exercícios

1. Defina: Sucessão ecológica e Areal

2. Como se classificam os processos sucessionais


Auto-avaliação
3. Caracterize os diferentes tipos de sucessão ecológica

4. Dê exemplo de 02 espécies cá do nosso país: endémicas, disjuntivas e


cosmopolita.

Unidade XI.
A Ecologia

Introdução
Não se pode falar dos Ecossistemas sem falar da Ecologia que é uma das
unidades deste módulo, onde daremos nesta unidade seu conceito, suas
divisões, abordaremos os factores do meio ecológico, acções desses
factores sobre os seres vivos para além de falarmos dos factores bióticos
e abióticos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer o conceito ecologia


 Identificar os diferentes ramos da ecologia
Objectivos
 Caracterizar os diferentes ramos da ecologia
 Distinguir os factores bióticos de abióticos
 Explicar o funcionamento dos factores bióticos de abióticos
Biogeografia 72

A Ecologia

É a ciência que estuda os ecossistemas, ou seja é o estudo científico da


distribuição e abundância dos seres vivos e das interacções que
determinam a sua distribuição. As interacções podem ser entre seres
vivos e/ou com o meio ambiente. A palavra Ecologia tem origem no
grego “oikos", que significa casa, e "logos", estudo, reflexão. Logo, por
extensão seria o estudo da casa, ou de forma mais genérica, does lugar
onde se vive. Foi o cientista alemão Ernst Haeckel, em 1869, quem
primeiro usou este termo para designar a parte da Biologia que estuda as
relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem, além da
distribuição e abundância dos seres vivos no planeta.

Divisões da Ecologia

A Ecologia pode ser dividida em Auto - ecologia, Demo ecologia e


Sinecologia. Entretanto, diversos ramos têm surgido utilizando diversas
áreas do conhecimento: Biologia da Conservação, Ecologia da
Restauração, Ecologia Numérica, Ecologia Quantitativa, Ecologia
Teórica, Macro ecologia, Eco fisiologia, Agro ecologia, Ecologia da
Paisagem. Ainda pode-se dividir a Ecologia em Ecologia Vegetal e
Animal e ainda em Ecologia Terrestre e Aquática.

O meio ambiente afecta os seres vivos não só pelo espaço necessário à


sua sobrevivência e reprodução, mas também às suas funções vitais,
Biogeografia 73

incluindo o seu comportamento, através do metabolismo. Por essa razão,


o meio ambiente, e a sua qualidade, determinam o número de indivíduos
e de espécies que podem viver no mesmo habitat. Por outro lado, os seres
vivos também alteram permanentemente o meio ambiente em que vivem.
O exemplo mais dramático de alteração do meio ambiente por
organismos é a construção dos recifes de coral por minúsculos
invertebrados, os pólipos coralinos.

As relações entre os diversos seres vivos existentes num ecossistema


também influenciam na distribuição e abundância deles próprios. Como
exemplo, incluem a competição pelo espaço, pelo alimento ou por
parceiros para a reprodução, a privação de organismos por outros, a
simbiose entre diferentes espécies que cooperam para a sua mútua
sobrevivência, o comensalismo, o parasitismo e outras.

Com a maior compreensão dos conceitos ecológicos e da verificação das


alterações de vários ecossistemas pelo homem, levou ao conceito da
Ecologia Humana que estuda as relações entre o Homem e a Biosfera,
principalmente do ponto de vista da manutenção da sua saúde, não só
física, mas também social. Com o passar do tempo surgiram também os
conceitos de conservação que se impuseram na actuação dos governos,
quer através das acções de regulamentação do uso do ambiente natural e
das suas espécies, quer através de várias organizações ambientalistas que
promovem a disseminação do conhecimento sobre estas interacções entre
o homem e a biosfera.

Factores do meio Ecológico

ABIÓTICO (A = ausente, BIO = vida) - factores ausentes da presença


de seres vivos ou suas relações, mas sim pelas propriedades físicas e
químicas da biosfera (factores ambientais

BIÓTICO (BIO = vida) - factores ocasionados pela presença de seres


vivos ou suas relações.

Factor ecológico

É todo elemento do meio susceptível de agir directamente sobre os seres


vivos, ao menos durante uma fase do seu ciclo de vida.
Biogeografia 74

Factores Bióticos: são os seres vivos e sua influência directa ou


indirecta, ex: parasitas, predadores, etc.

Factores Abióticos: Temperatura, Luz, Vento, Relevo, Água, Solo, etc.

Os factores abióticos que maior


influência tem sobre o ser vivo,
são a luz, a temperatura, a
pluviosidade, humidade e o
substrato sobre o qual se
deslocam – água e subsolo.

Luz

A luz é uma manifestação de energia, cuja principal fonte


é o Sol. É indispensável ao desenvolvimento das plantas.
De facto, os vegetais produzem a matéria de que o seu
organismo é formado através de um processo
- a fotossíntese - realizado a partir da
captação da energia luminosa. Praticamente
todos os animais necessitam de luz para
sobreviver. São excepção algumas espécies
que vivem em cavernas - espécies cavernoso - e as espécies que vivem
no meio aquático a grande profundidade - espécies abissais.
Certos animais como, por exemplo, as borboletas necessitam de
elevada intensidade luminosa, pelo que são designadas por
espécies lucífilas. Por
oposição, seres como o
caracol e a minhoca não
necessitam de muita luz, evitando-
Biogeografia 75

a, pelo que são denominadas espécies lucífugas. A luz influência o


comportamento e a distribuição dos seres vivos e, também, as suas
características morfológicas.

Exemplo a esquerda temos a Toupeira que não precisa muita


luz.
Toupeira não necessita de muita luz

 Temperatura

Cada espécie só consegue sobreviver entre certos limites de temperatura,


o que confere a este factor uma grande
importância. Cada ser sobrevive entre
certos limites de temperatura - amplitude
térmica de existência -, não existindo
acima de um determinado valor -
temperatura máxima - nem abaixo de
outro - temperatura mínima. Cada espécie
possui uma temperatura óptima para a realização das suas actividades
vitais.

A Temperatura e as Características dos Animais

Ao longo do ano, certas plantas sofrem alterações no seu aspecto,


provocadas pelas variações de temperatura. Os
animais também apresentam características
próprias de adaptação aos diferentes valores de
temperatura. Por exemplo, os que vivem em
regiões muito frias apresentam, geralmente,
pelagem longa e uma camada de gordura sob a
pele.

Há animais de temperatura variável


(crocodilo) e de temperatura
Biogeografia 76

constante, como por exemplo, o coelho.

 Pluviosidade

É a quantidade de chuva que cai numa dada região, num determinado


período de tempo.

Os índices de precipitação elevados possibilitam a existência de uma


grande e maior diversidade de seres vivos. Quando não existe chuva ou
se existe é pouca, origina regiões áridas e desérticas.

 Humidade

A humidade é a quantidade de água que existe na atmosfera ou no solo.

Há necessidade de água, os seres vivos classificam-se em:

Hidrófilos (habitam permanentemente na água)

 Higrófilos ou aquáticos (vivem em locais muito húmidos)


Biogeografia 77

Mesofilos (necessitam moderadamente de

água

 Xerófilos (necessitam de pouca água e baixa humidade


atmosférica)

Cacto: Xerófila

Sumário
Ecologia é a ciência que estuda os ecossistemas. Factores do meio
Ecológico: abiótico (A = ausente, BIO = vida) - Factores biótico (BIO
= vida) - factores ocasionados pela presença de seres vivos ou suas
relações.
Biogeografia 78

Exercícios
1. Há diferença entre factores ecológicos e factores bióticos / abióticos
2. Como funciona o relacionamento entre os factores bióticos e
abióticos na natureza

3. As relações entre os diversos seres vivos existentes num ecossistema


também influenciam na distribuição e abundância deles próprios.
Comente

Unidade XII.
Princípois referentes a
tolerância e limites
Introdução
Cada ser vivo apresenta em função dos diversos factores ecológicos
limites de tolerância. Sendo assim nesta unidade falaremos da lei do
mínimo, lei da tolerância, alguns princípios de tolerância, valência
ecológica, factores de dispersão das espécies e ou organismos, para além
da dispersão biológica.
Biogeografia 79

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer a lei do mínimo e da tolerância

Objectivos  Ser capaz de explicar como funciona essas leis na dispersão e


existência das espécies

 Identificar os factores reguladores

 Caracterizar os factores da dispersão das espécies

 Explicar os diferentes tipos dispersão

 Definir valência Ecológica

Factores limitantes; Lei do mínimo; Lei da Tolerância; Factores


reguladores; Indicadores ecológicos

Lei do mínimo: ‘’ requisito mínimo em relação a qualquer factor é o


determinante final que controla a distribuição ou sobrevivência de uma
espécie’’

Lei do mínimo de Liebig:

Liebig (1890). Enunciou ‘’a lei do mínimo ‘’ estudando o crescimento


das plantas. ‘’ o crescimento dos vegetais e limitado pelo elemento cuja
concentração é inferior a um valor mínimo, abaixo do qual as sínteses
não podem mais fazer – se’’

Ex: O boro é geralmente raro no solo, uma vez esgotado as plantas já não
mais crescem mesmo que seja acrescentado outro elemento.
Biogeografia 80

Tolerância: a distribuição dum organismo é limitada por sua tolerância á


flutuação dum único factor.

Compensação e moderação de Schwerdffeger : diz que ‘‘ O factor de


limitação raramente actua de forma isolada, porém é influenciada pela
acção simultânea de outros factores’’. Esta lei foi ampliada e hoje fala-se
do ‘’ Factor limitante’’Um factor ecológico desempenha um papel de
factor limitante quando esta ausente ou reduzido, abaixo de um mínimo
critico ou se excede o nível máximo tolerável.

Lei da Tolerância de Shelford


“Cada ser vivo apresenta em função dos diversos factores ecológicos,
Limites de Tolerância, entre os quais situa-se seu óptimo ecológico”.
Shelford (1911)

Lei da Tolerância (= Lei de Shelford):


Para cada espécie, existem amplitudes de tolerância (com limites
mínimos e máximos) aos factores ecológicos, dentro das quais sua
existência é possível.

Amplitudes de tolerância: Terminologia


Biogeografia 81

·
Esteno- = estreito·
. Euri- = amploestenotérmico/euritérmico; estenohídrico/eurihídrico
estenohalino/eurihalino; estenoécio/euriéci; (estenoeco/eurieco)
Sobrevivem entre limites estreitos de temperatura - seres estenotérmicos.

Lagarto estenotérmico Lobo eurotérmico


Factores Reguladores
Condições de existência como factores reguladores:
o
Factores ecológicos importantes C no ambiente terrestre; - H2O (chuva)
o
e Luz Factores ecológicos importantes no ambiente marinho; - T C e
Salinidade.

Em todos a natureza química e a ciclagem dos nutrientes minerais


básicos têm importância primordial

Factores limitantes e/ou reguladores: tanto no sentido prejudicial quanto


benéfico. Os organismos adaptados respondem de forma tal que a
comunidade alcança o máximo grau de homeostase possível.

Os organismos adaptam ao ambiente físico de acordo com a tolerância e


utilizam-se da periodicidade natural para regular seu relógio biológico,
de modo a beneficiar-se das condições favoráveis. ex.: regulação das
Biogeografia 82

actividades nas zonas temperadas = duração do dia foto período é


sempre o mesmo para um disparador crono métrico que determina a
estação e localidade acciona sequências fisiológicas que produzem:
crescimento e floração das plantas; mudas de penas; depósito de gordura;
migração; período de reprodução em peixes, aves, mamíferos; dia pausa
(insectos); hibernação; estivacção.

Valência ecológica
Valência ecológica: é a capacidade genética de se estabelecer com
sucessos em ambientes distintos, traduzindo – se pela menor ou maior
amplitude das condições de vida sobre as quais um organismo pode
viver, assim os organismos podem ser:

Eurência – a espécie de grande valência ecológica; Estenoência – a


espécie de pequena valência ecológica

As valências ecológicas regulam as possibilidades de expansão das


espécies que podem ser divididas em:
Euritópicas – espécie com ampla distribuição
Estenotópicas – espécie estritamente localizada, com pequena
distribuição
Factores da distribuição das Espécies
É a tendência de propagação para novos ambientes, uma tentativa de
conquista de novas áreas e de alargamento dos próprios domínios, mais
notável nos animais, ocorrem também nos vegetais.

Dispersão activa
Factores da distribuição das espécies : Dispersão passiva
Dispersão Biológica

A dispersão das espécies é a tentativa de propagação que cada espécie


animal ou vegetal realiza com o objectivo de alargar seus domínios e
conquistar novas áreas.

Tipos

Dispersão passiva: (corias) Realizada principalmente pelos vegetais Faz-


se às custas da participação de factores alheios à espécie como: o vento
(anemocoria), a água (hidrocoria) ou mesmo outras espécies (biocoria).
Biogeografia 83

Dispersão activa: depende principalmente dos recursos próprios de


locomoção da espécie. Realizada intensamente pelos animais. Pode
ocorrer por migração ou por nomadismo.

Dispersão biológica

Em biologia chama-se dispersão ao conjunto dos processos que


possibilitam a fixação de indivíduos de uma espécie num local diferente
daquele onde viviam os seus progenitores. Estes processos permitem que
a espécie continue a aumentar a sua abundância sem estar dependente
dos recursos existentes na sua área e determinam a biogeografia do
mundo.

Entre os processos que asseguram a dispersão das espécies contam-se:


as migrações; a dispersão de esporos e sementes; o parasitismo;
A dispersão de sementes pode ser feita através de 4 (quatro) mecanismos,
são eles:
zoocoria (dispersão pelos animais); anemocoria (dispersão pelo vento)
hidrocoria (dispersão pela água); barocoria (dispersão pela gravidade)
Dispersão Vegetal

O modo de dispersão das plantas e a relação entre seus frutos e os


animais tem grande importância uma vez que é necessário que ocorra
uma identificação entre estes para que o fenómeno aconteça. No entanto,
é importante compreender que os animais inicialmente alimentam-se da
produção das árvores para depois realizar a dispersão.

• Durante o processo de desenvolvimento dos frutos e sementes, as


plantas produzem compostos secundários que funcionam como
repelentes ou protectores até a completa maturação.

•Afastam os predadores e os dispersores até o momento em que as


sementes estejam em condições de dispersão, o índice bioquímico com
seus componentes é que vão definir a interacção entre a planta e seu
dispersor, através do paladar que confere aos frutos de cada espécie,
assim, os agentes dispersores são atraídos pelas características que os
frutos e sementes apresentam, utilizando-os como fonte de alimentação.
Biogeografia 84

Dispersão Vegetal - As principais características que as plantas


apresentam para atrair os animais baseiam-se no acesso desses até os
frutos.

• A cor, o peso, o tamanho, a palatabilidade e o conteúdo de nutrientes


nos frutos

• São adaptações que as plantas possuem para determinar a escolha do


tipo de frutos pelos animais.

• Frutos grandes, pesados e ricos em polpas caem ao solo,


sendo apreciados pelos roedores e outros animais que os transportam
para grandes distâncias da planta mãe, propiciando a regeneração da
espécie, já os frutos pequenos, como os de pinheiro bravo Podocarpus
lambertii, quando maduros são muito atractivos pelo arilo das sementes,
sendo, por isso, transportados pelos seus dispersores, no estudo da
dispersão de sementes e frutos, um aspecto importante a ser considerado
é a fenologia, também conhecida como ritmo de frutificação das
espécies.

Em florestas tropicais e subtropicais, pode-se encontrar espécies


frutificando durante o ano todo, esses fenómenos são causados pelos
factores ambientais, como: precipitação, temperatura e luz, enquanto os
factores bióticos, como animais dispersores, predadores de frutos e
sementes, também podem influenciar no ritmo de frutificação das
espécies

Frutos zoocóricos - fazem parte do grande grupo de espécies, cuja


dispersão é realizada pelos animais, como aves e mamíferos. Como
exemplo desse grupo temos a pitanga-preta, Eugenia brasiliensis, e
guabiju, Myrciantes pungens. Este tipo de dispersão, em muitos casos, é
conhecido por endozoocórica, ou seja, o animal ingere o fruto e depois
defeca as sementes que estão em condições de germinarem.

Dispersão Vegetal
• Os frutos e as sementes estão em condições de serem dispersados
quando ocorre a frutificação; Acontece através dos processos fisiológicos
das plantas e compreende: 1. fecundação através da polinização; 2. o
crescimento, o amadurecimento dos frutos e 3. apresentação desses para
Biogeografia 85

os dispersores. Inicialmente ocorre, por parte dos animais, a predação ou


pré-dispersão pode ser causada tanto por alguns peixes, que também se
alimentam de frutos, por anfíbios, répteis, insectos, aves e mamíferos
que, após sua refeição, movimentam-se e carregam as sementes,
distribuindo-as ao acaso.

Dispersão dos Vegetais

• Frutos autocóricos – são aqueles não adaptados para dispersão pelo


vento ou pelos animais. Sua distribuição ocorre por: gravidade, caso da
Araucaria angustifolia, que embora seja dispersa pela gralha azul,
apresenta regeneração natural à sombra da árvore mãe.

Sumário
Liebig (1890), enunciou ‘’a lei do mínimo –a concentração é inferior a
um valor mínimo, abaixo do qual as sínteses não podem mais fazer – se.
Compensação e moderação de Schwerdffeger : diz que ‘‘ O factor de
limitação raramente actua de forma isolada, porém é influenciada pela
acção simultânea de outros factores.’’Valência ecológica : é a
capacidade genética de se estabelecer com sucessos em ambientes
distintos. A dispersão das espécies é a tentativa de propagação que cada
espécie animal ou vegetal realiza com o objectivo de alargar seus
domínios e conquistar novas áreas, ela pode ser activa e ou passiva.

Exercícios
1. O que diz a lei do mínimo e da tolerância
2. Explica 03 princípios da lei de tolerância dando exemplos concretos
3. O que é valência ecológica

4. Caracterize a dispersão biológica


Biogeografia 86

Unidade XIII.
SISTEMÁTICA DOS
ORGANISMOS
Relacções entre os seres Vivos

Introdução
Os seres vivos numa comunidade mantêm constantemente relações entre
sí e com o ambiente. Daí que nesta unidade abordaremos as relações
entre os seres vivos, relações inter-especificas e intra-especificas,
harmónicas e desarmónicas,

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Distinguir uma relação intra-especifica da inter-especifica


 Identificar as relações harmónicas inter-especificas
Objectivos
 Identificar as relações harmónicas intra-especificas
 Identificar as relações desarmónicas inter-especificas
 Identificar as relações desarmónicas intra-especificas
Biogeografia 87

Relacções entre os seres Vivos

Na natureza, existem diversos tipos de relações entre os seres vivos,


sendo algumas benéficas e outras prejudiciais para cada um dos
envolvidos. Essas relações são classificadas como positivas, quando há
ganho para um dos envolvidos ou para ambos, e como negativas, quando
há prejuízo pelo menos para um dos envolvidos. Quando ocorrem entre
indivíduos da mesma espécie, as relações são denominadas intra-
específicas e, quando são de espécies diferentes chamamos de
interespecífica. Vamos observar mais detalhadamente essas relações,
começando com os casos de relação intra-específica.

Comensalismo

“No comensalismo, um dos associados compartilha alimento com o


outro, ou é transportado ou albergado por ele, ou retira alimento sem
causar prejuízo ao primeiro (hóspede), e em certos casos havendo
benefícios para ambos.” SACARRÃO (1991, p. 45)

Nestas relações umas das espécies, denominadas comensais, beneficia-se


da outra, sem prejudicá-la, em termos de alimento, espaço, de protecção
ou abrigo, de suporte e transporte.

Comensalismo: peixes miúdos que acompanham a Raia e alimentam-


se dos seus restos
Biogeografia 88

A espécie que se beneficia normalmente habita em ecossistemas onde


existe o seu hospedeiro a quem acompanha, de onde obtém os recursos
de que necessita para sobreviver sem incomodá-lo.

Nas plantas temos como exemplo certas plantas que suportam outras de
menor porte que se juntam a elas pelas características do seu substrato.

Comensalismo: Tronco de uma árvore no interior de uma mata,


contendo uma bromélia como inquilino

Nos animais podemos falar dos organismos que vivem no tubo digestivo
do hospedeiro (dado, cavalo, entre outros) e beneficiam-se dos restos
metabólicos, água e do microclima deste, sem em nenhum momento
causar-lhe prejuízos.

Um outro exemplo refere-se a Garça-boeira que acompanha sempre ao


Gado, vivendo dos seus ectoparasitas. Neste caso observamos um
benefício mútuo em que a Garça alimenta-se e o Boi livra-se dos
parasitas. Os abutres constantemente seguem os carnívoros e comem os
restos por estes abandonados.

Mutualismo

É umas das formas mais evidentes da cooperação em que as espécies


relacionadas saem todas beneficiadas. Temos como exemplo os líquenes
que são a associação simbiótica de duas plantas, nomeadamente uma
alga e um fungo, onde se nota a interdependência destes na garantia da
sobrevivência. A Alga obtém como ganhos nesse intercâmbio a
Biogeografia 89

protecção, a obtenção de água e a resistência a secura e o fungo por sua


vez beneficia-se das substâncias orgânicas sintetizadas pela alga.

“No mutualismo, os dois organismos associados recolhem ambos

benefícios da ligação” SACARRÃO (1991, p. 45)

Mutualismo: pássaros alimentando-se dos parasitas do Rinoceronte

O Rinoceronte sai beneficiado pois é retirado do seu corpo os parasitas


que servem de alimentos aos pássaros, notando-se as vantagens de ambas
partes.

Enquadra-se neste tipo de relação a interacção entre os insectos


polinizadores e as plantas por si visitadas. Podemos observar as
vantagens mútuas da seguinte maneira: os insectos alimentam-se e
colhem o pólen e o néctar das flores e posteriormente contribuem para a
sua disseminação (polinização), contribuindo para a divulgação da
espécie.
Biogeografia 90

Mutualismo: abelha alimentando-se do néctar e colhendo o pólem que


posteriormente disseminará em outras flores

Os insectos e aves (beija-flor) polinizadores tiveram que adaptar a sua


fisionomia a morfologia da planta e vice-versa, com vista a facilitação do
processo de colecta e polinização.

Certas espécies de peixes quando estão infectados por parasitas permitem


que o peixe limpador entre nas suas cavidades para retirar o incómodo.
Dessa maneira o peixe parasitado vê-se livre do parasita e o peixe
limpador alimenta-se.

Parasitismo

No parasitismo um dos organismos, geralmente de tamanho menor, vive


basicamente acoplado a outro (hospedeiro), tanto no interior como na
superfície, donde obtém alimentos, transporte, protecção, causando um
efeito negativo na outra espécie, podendo por vezes provocar-lhe a
morte.

“Um dos associados, parasita, vive durante parte ou todo o seu ciclo de
vida noutro organismo (o hospedeiro), em regra em conexão com os seus
tecidos, e do que retira alimento e a quem geralmente provoca maior ou
menor nocividade, mas que em regra não mata ...”. SACARRÃO (1991,
p. 46)
Biogeografia 91

. Parasitismo: o parasita (vulgarmente conhecido por caraça) sugando


o hospedeiro.

Normalmente no parasitismo o parasita preserva o hospedeiro pois este é


a base da sua sobrevivência, logo a morte do hospedeiro implicaria a
curto prazo a morte do parasita. A morte do hospedeiro ocorre nos casos
em que os parasitas atingem uma densidade elevada, o nível letal.

Temos o parasitismo obrigatório que é aquele em que o parasita em


todas as fases do seu ciclo de vida está totalmente dependente do
hospedeiro para sobreviver, e o parasitismo facultativo em que o
organismo pode viver sem o hospedeiro ou então associar-se a ele em
determinadas fases do seu ciclo.

Herbivorismo

Está relação é de vital importância para a manutenção do ecossistema,


manifesta-se pelo consumo de plantas por animais, pois segundo
SACARRÃO (1991, p. 58) “é um nível trófico fundamental na estrutura
dos ecossistemas, de que dependem estreitamente os níveis de carnívoros
e comedores de cadáveres, e todos os organismos que utilizam os excreta
e os restos em decomposição.”
Biogeografia 92

Herbivorismo: facoeiros (herbívoros) alimentando-se de plantas


(produtores)

O herbovorismo permite a passagem de energia e matéria dos produtores


(plantas) para o nível trófico subsequente, os herbívoros, que
posteriormente servirão de alimento aos próximos níveis, permitindo
dessa maneira o funcionamento da cadeia alimentar.

A disponibilidade de plantas (que servem de alimento) condiciona o


número de herbívoros e vice-versa, pois quanto maior for a população
vegetal maior será o índice de reprodução dos herbívoros e quando o
número de herbívoros é elevado maior quantidade de plantas é
consumida contribuindo para a redução da cobertura vegetal.

Predação

Na predação, “um animal, o predador, captura e consome outro animal, a


presa, sendo o primeiro, em regra, fisicamente mais poderoso e o
segundo fisicamente mais fraco e/ou de menores dimensões”
SACARRÃO (1991, p. 48)
Biogeografia 93

Predação: o predador (leoa) alimentando-se da presa (zebra)

Este tipo de relação influencia bastante na evolução dos predadores e das


presas, pois os predadores necessitam de diferenciações evolutivas mais
elaboradas para conseguir dominar a presa e esta por sua vez é impelida
a adoptar constantemente novas estratégias para se proteger. A predação
desempenha um papel limitante dos quantitativos dos organismos da
comunidade, pois condiciona a abundância dos herbívoros e
consequentemente permite o desenvolvimento equilibrado da vegetação.

Nas comunidades bióticas quando se verificam flutuações no número de


predadores, podemos observar alteração na quantidade de herbívoros e
na vegetação que lhe serve de alimento. A relação que se estabelece entre
o predador e a presa é recíproca na medida em que quando o número de
presas aumenta o número de predadores também aumenta devido a
disponibilidade de alimento e mais tarde o número de presas diminui,
logo os predadores verão o seu efectivo reduzido devido a escassez de
alimento, o que implicaria destes uma adaptabilidade a vários regimes, a
múltiplas preferências.

Competição

Segundo SACARRÃO (1991, p. 48) a competição entende-se como “um


processo em que dois ou mais organismos do mesmo nível trófico
manifestam as mesmas exigências activas relativamente aos mesmos
recursos limitados do ambiente, e sempre que essas exigências excedem
as disponibilidades existentes.”Normalmente ocorre a competição
quando os recursos disponíveis não estão em quantidade suficiente para
satisfazer as necessidades alimentares e de território dos organismos
envolvidos.

As plantas que ocupam o mesmo espaço tendem a competir pela


humidade do solo, pelo espaço e pela captação da luz solar. A
competição só se efectiva em relação a determinados factores do meio
que são limitados e que condicionam a sobrevivência dos organismos
competidores.
Biogeografia 94

Aquando da competição uma das espécies pode eliminar a outra caso


eles ocupam o mesmo nicho ecológico, mas em caso da presa diminuir o
predador poderá optar por uma outra fonte de alimentação, permitindo
dessa maneira o repovoamento da presa .Uma grande densidade
populacional não apenas desencadeia uma luta pelo alimento como
também facilita a difusão de agentes patogénicos, por contágio, causando
morte no seio da espécie e a diminuição do efectivo até atingir-se a
densidade adequada para o espaço.

Quando duas espécies competem tendem a se esforçar para se adaptarem


melhor que as outras e poderem obter maiores benefícios do recurso em
disputa, influenciando dessa maneira no processo de evolução.

Competição: luta pela fêmea

Antibiose

“A antibiose pode ser definida como o processo segundo o qual uma


espécie prejudica ou elimina outra espécie por intermédio da secreção de
substâncias químicas.” SACARRÃO (1991, p. 48)
Biogeografia 95

Antibiose: libertação de substâncias nocivas entre fungos e bactérias

Este fenómeno é frequente na relação entre bactérias e fungos, em certas


espécies vegetais e animais com um objectivo defensivo ou inibidor do
crescimento de outra espécie, por vezes culmina com a morte da espécie
competidora. Podemos recorrer ao exemplo de Germano Sacarão: o
fungo Penicillium gera uma substância bactericida que inibe o
crescimento de microrganismos competidores no meio, facto que
conduziu à descoberta da penicilina.

Outro exemplo, a reacção dos hospedeiros quando notam a presença de


parasitas, libertam certas substâncias que afugentam ou eliminam a
espécie parasita. Certas plantas libertam substâncias químicas nocivas
aos herbívoros e que também actuam como mecanismos de defesa contra
os insectos, podendo dessa maneira se desenvolver normalmente.

Outras plantas emitem secreções químicas que dificultam o crescimento


de outras espécies vegetais. Ex: a nogueira, durante as chuvas permite
que as águas arrastem dos seus troncos um composto químico que inibi o
crescimento saudável de vegetais ao seu redor.

Neutralismo

“é um tipo de associação no qual qualquer das espécies associadas não é


afectada de nenhum modo pela presença de outra espécie.” SACARRÃO
(1991, p. 48)
Biogeografia 96

Nessa relação as espécies convivem de forma pacífica e não há efeitos


positivos nem negativos na sobrevivência destas. Por exemplo quando
espécies diferentes aglomeram-se junto a correntes ou bacias de água e o
recurso necessitado encontra-se em quantidade suficiente.

O inquilinismo, nenhum dos seres vivos envolvidos retira nada do outro.


O exemplo clássico é o das plantas epífitas (orquídeas e bromélias) que
aderem aos troncos das árvores. Isso garante que consigam maior
luminosidade e, portanto, tenham condições de realizar a fotossíntese
para produzir seu alimento. Para as árvores, a presença dessas plantas é
inofensiva.

Canibalismo - Neste tipo de relação os organismos da mesma espécie


alimentam-se entre si, ocorre por exemplo quando a densidade da
população animal é elevada e verifica-se a escassez de alimentos.

UrsoPolar alimennta-se
dum Urso Aranha femea alimentando-se do macho apos o acasalamento

Colonia ou Sociedade: Os recifes de corais são formados por vários


indivíduos unidos que, normalmente, trabalham em conjunto. Essa
relação é denominada colónia. A união de diversos seres vivos da mesma
Biogeografia 97

espécie também ocorre de uma outra maneira, quando seus integrantes


são extremamente organizados e desempenham funções diferenciadas, e
não estão apenas unidos como é o caso das colónias. Chamamos de
sociedade a essa relação e ela ocorre, por exemplo, entre abelhas,
formigas e cupins.
Em uma colmeia, a organização é perfeita, pois existe a rainha,
responsável pela reprodução, o zangão, cuja função é fecundar a rainha, e
as operárias que são estéreis e desempenham as mais variadas funções,
como por exemplo, proteger e limpar a colmeia, colectar o mel, fabricar
os favos, etc.

Abelhas na colmeia

Relações harmônicas intra-específicas : Colónia e Sociedade

Harmônicas inter-específicas: Mutualismo, inquilinismo, comensalismo

Desarmônicas intra-específica : Canibalismo, Competição

Desarmônicas inter-específicas : Predatismo,parasitismo, Competição, Amensalsmo


Biogeografia 98

Sumário
RELAÇÕES ECOLÓGICAS

Podemos classificar as relações entre seres vivos inicialmente em dois


grupos: as intra-específicas, que ocorrem entre seres da mesma espécie, e
as interespecíficas. Relações harmónicas ou positivas e desarmónicas ou
negativas. Relacções inter específicas harmónicas são: mutualismo,
protocooperação, inquilinismo e comensalismo. As desarmónicas são:
amensalismo, sinfilia, predatismo, parasitismo e competição.

Exercícios

Auto-avaliação

1. Diferencie uma relação harmónica da desarmónica


2. Dê exemplo de 02 seres vivos dentro dum ecossistema numa relação
harónica

3. Dê exemplo de 02 seres vivos dentro dum ecossistema numa relação


Desarmónica

4. Existem 02 modalidades de competição: uma inter-especifica e outra


intra-especifica. Como é que elas ocorrem? Dê exemplos concretos
Biogeografia 99
Biogeografia 100

Unidade XIV.
Ecologia Marinha e Naufrágios

Introdução
Quando você chama alguém, ou acena, ou fala no celular ou deixa um
bilhete, você está usando as principais formas de comunicação entre os
seres humanos: a voz - audição (comunicação sonora), e a visão
(comunicação visual). Estas duas formas empregam, antes de tudo,
sistemas físicos ondulatórios: o som consiste de ondas mecânicas que se
propagam pela vibração do ar, e ver as coisas que vemos é fruto ou de
reflexões nos objectos das ondas luminosas de uma fonte externa, ou as
próprias emissões dessas ondas Já quando você quer comunicar que um
caderno é seu, você coloca uma marca sua nele, tal como uma etiqueta
com o seu nome (comunicação visual), não é? Pois é. O cachorro, e
outros animais, como os grandes felinos (tigre, leão, etc.) fazem a mesma
coisa. Só que, é claro, eles não etiquetam cadernos, mas marcam, ou
melhor, demarcam territórios urinando em determinados locais desse
território; o cachorro, no poste, por exemplo. Sendo assim nesta unidade
abordaremos os conteúdos relacionados com a comunicação química
bioluminiscência, seu significado, efeito de grupo e de massa, biota das
ilhas, teoria do equilíbrio da biogeografia das ilhas.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definer : bioluminiscência, efeito de grupo e de massa


 Explicar o significado da bioluminiscência
Objectivos
 Compreender a importância do efeito de grupo
 Explicar a teoria do equilíbrio da biogeografia das ilhas
 Compreender como funciona a comunicação química nos seres
vivos
Biogeografia 101

A Bioluminiscência
A bioluminiscência é a propriedade de certos seres vivos que se
manifesta pela produção da luz, quer em casos mais complicados, quer
em casos mais simples. Ou seja é a produção da luz de certos organismos
vivos.

A bioluminiscência existe em numerosos organismos unicelulares,


bactérias, fungos, insectos e em grandes números de vertebrados de vida
marinha como crustáceos, cefalópodes e nos peixes. A bioluminiscência
adquire todo seu significado em espécies marinhas, para além de que
certos animais terrestres são capazes de produzir luz, mas este fenómeno
esta ausente em plantas verdes, nos anfíbios, répteis, aves e mamiferos.

Segundo o fisiólogo americano E. Newton Harvey, sabe – se que a luz


dos seres vivos é produto duma reacção química em que uma substância
chamada luciferina é oxidada na presença do oxigénio. O maior número
de organismos luminescentes é marinho. Entre os produtores terrestre a
que destacar os Pirilampos.

Significado da bioluminiscência

De acordo com Sacarrão a bioluminiscência significa a utilidade


adaptativa que consiste no seguinte :

- Reconhecimento do ambiente familiar


Significado - Fuga aos predadores
da Biolu
miniscência - Facilitação na reprodução
- A grande importância é que ela ocorre como uma
forma
de compensar a luz solar que não atinge a
profundidade.
Biogeografia 102

Efeito de Grupo e de Massa

Efeito de grupo é a modificação que ocorre quando os animais da mesma


espécie são agrupados em conjunto de dois ou mais indivíduos. Ex:
bando de aves, nuvem de insectos, cardume de peixes. Geralmente se
manifesta pela velocidade de crescimento da população. As suas
vantagens manifestam – se: pela procura de alimentos, luta pela
sobrevivência contra os predadores, defesa da colónia.

O efeito de massa

O efeito de massa se observa acima de uma determinada densidade,


quando a qualidade do meio piora. Geralmente a longevidade dos
indivíduos, a fecundidade das fêmeas diminuem com o aumento da
densidade (número de indivíduos por áreas).

Biota da Ilhas
Comunidades insulares tendem a ser pobres em diversidade de espécies
quando comparadas a comunidades continentais. Isoladas, pequenas,
com diversidade limitada de habitats e recursos, tem baixa diversidade de
espécies – baixas taxas de imigração e capacidade limitadas para suportar
populações.

Relação espécie x área, é a pedra fundamental da biogeografia das ilhas,


pois quando a área aumenta, aumenta o número de espécies.

Modelo matemático

– S = cAz

• linearizando log(S) = log(c) + z log(A)

• onde, S = número de espécies, A = área da ilha,

c e z = constantes de ajuste

Teoria de equilíbrio de biogeografia de ilhas

Segundo MacArthur & Wilson (1976), defendem que o balanço entre


imigração e extinção das espécies habitando uma ilha representa um
equilíbrio dinâmico entre taxas opostas de imigração e extinção.
Biogeografia 103

O número de espécies em uma ilha deveria se tornar constante ao longo


do tempo, essa constância deve ser resultado de uma substituição de
espécies, com algumas se tornando extintas e outras imigrando. Ilhas
maiores suportam mais espécies que ilha pequenas, o número de
espécies deve diminuir com a distância da ilha para o continente.

Distância para colonização depende do organismo e da barreira física


ou química

Biota incomum em ilhas

 Peixes de água doce; Anfíbios; Insectos ápteros;


Gastrópodes terrestres sem conchas; Plantas dispersas
pelo vento ou água

Biotas Comuns em Ilhas


 Morcegos; Aves; Insectos com asas; Gastrópodes terrestres com
concha; Plantas dispersas por Animais

Comunicação Quimica
Química dos Mecanismos de Comunicação e Defesa dos Seres Vivos

Começarei este tema com esta pequena brincadeira para melhor entender
este processo nos animais irracionais.

Quando você chama alguém, ou acena, ou fala no celular ou deixa um


bilhete, você está usando as principais formas de comunicação entre os
seres humanos: a voz-audição (comunicação sonora), e a visão
(comunicação visual). Estas duas formas empregam, antes de tudo,
sistemas físicos ondulatórios: o som consiste de ondas mecânicas que se
propagam pela vibração do ar, e ver as coisas que vemos é fruto ou de
reflexões nos objectos das ondas luminosas de uma fonte externa, ou as
próprias emissões dessas ondas

Já quando você quer comunicar que um caderno é seu, você coloca uma
marca sua nele, tal como uma etiqueta com o seu nome (comunicação
visual), não é? Pois é. O cachorro, e outros animais, como os grandes
felinos (tigre, leão, etc.) fazem a mesma coisa. Só que, é claro, eles não
etiquetam cadernos, mas marcam, ou melhor, demarcam territórios
Biogeografia 104

urinando em determinados locais desse território; o cachorro, no poste,


por exemplo. Além disso, a etiqueta no caderno, apesar de ter a função
principal de encaminhar este ao dono em caso de perda, também é um
aviso implícito de que outro aluno não deve escrever naquele caderno.
Um território demarcado, da mesma forma, contém o aviso a outro
animal de que o território tem um dono, e que ele não pode utilizá-lo
livremente. Como um cachorro sempre cheira um poste antes de fazer
xixi nele, podemos concluir que esta comunicação não é visual, ou
sonora, e vamos chamá-la de “comunicação olfactiva”, por enquanto.
Mais adiante vamos entender porque é mais apropriado denominá-la de
“comunicação química”.

Leia esta outra história, tudo isto faço para o amigo estudante entender
melhor como este processo ocorre:

Imagine uma formiga


convidando suas amigas para
um almoço num lugarzinho
especial que ela acabou de
descobrir. Ou então, algumas
mariposas preparando-se para sair à noite, atraídas por sexo e vôos
mais altos.
Ou cupins correndo e gritando em pânico, avisando que o
tamanduá assassino está rondando a vizinhança e vai atacar
novamente.
Como as formigas reconhecem qual o caminho até o alimento e a
volta para o formigueiro? Porquê após um marimbando aferroar
sua vítima vários outros marimbandos aparecem "enfurecidos" e
prontos a atacar? Qual o momento certo para os besouros
copularem?

Todos os seres vivos mantêm profundas interacções com o meio


em que vivem, assegurando-lhes oportunidades de sobrevivência
Biogeografia 105

(através da disponibilidade de alimentos e defesa contra


predadores) e de preservação da espécie (a partir da reprodução e
geração de descendentes). Ao longo da evolução, insectos e outros
animais desenvolveram uma comunicação química característica,
utilizada para a transferência de informações entre indivíduos da
mesma espécie ou entre espécies diferentes. De um modo geral,
esta comunicação funciona a partir da emissão de substâncias
químicas produzidas por um indivíduo (p. ex., um insecto),
seguido da detecção por outro indivíduo (outro insecto), através de
sensores ou receptores moleculares (pequenos "narizes",
normalmente localizados nas antenas dos insectos).

Feromônios [do grego pherein (= transferência) + hormon


(=excitar)] são substâncias excretadas por organismos vivos e
detectadas por outros indivíduos da mesma espécie, produzindo
mudanças de comportamento específicas. Estes compostos,
portanto, actuam na comunicação intra-específica (entre membros
de uma mesma espécie). Como exemplos, podem ser citados os
feromônios sexuais (provocam a atracção entre macho e fêmea), os
feromônios de alarme (produzem estado de alerta pela
aproximação de algum predador natural) e os feromônios de trilha
e oviposição (demarcam, respectivamente, o caminho até uma
fonte de alimentos e o local onde os ovos foram depositados).
Já as substâncias químicas empregadas na comunicação entre
espécies diferentes (interespecíficas) são chamadas de
aleloquímicos e são divididos em alomônios (favorecem a espécie
emissora), cairomônios (favorecem a espécie receptora) e
sinomônios (ambas são favorecidas). Os alomônios geralmente são
compostos utilizados para a defesa da espécie, enquanto os
cairomônios são as substâncias produzidas por uma presa e que são
percebidas pelo predador. Estas substâncias químicas utilizadas
para a comunicação (feromônios, alomônios, cairomônios, etc.)
Biogeografia 106

são denominadas genericamente por semioquímicos [do grego


semion (= marca ou sinal)].

Sumário
A bioluminiscência é a propriedade de certos seres vivos que se
manifesta pela produção da luz. Bioluminiscência significa a
utilidade adaptativa que consiste no seguinte: Reconhecimento do
ambiente familiar; Fuga aos predadores; Facilitação na
reprodução. A grande importância é que ela ocorre como uma
forma de compensar a luz solar que não atinge a profundidade. A
comunicação funciona a partir da emissão de substâncias químicas
produzidas por um indivíduo Feromônios [do grego pherein (=
transferência) + hormon (=excitar)] são substâncias excretadas por
organismos vivos e detectadas por outros indivíduos da mesma
espécie, produzindo mudanças de comportamento específicas.
Estes compostos, portanto, actuam na comunicação intra-específica
(entre membros de uma mesma espécie

Exercícios

1. Qual a importância da comunicação química dentro dum


escossistema

Auto-avaliação 2. Qual o significado da bioluminiscência

3. Qual o papel dos feronómios na comunicação quimica

4.Caracterize biota das ilhas


Biogeografia 107

5. Explica o mecanismo do funcionamento do efeito de grupo e de


massa dentro dum ecossistema

Unidade XV.
Sistemática dos Organismos

Introdução
São vários os critérios usados para classificar os seres vivos:
Morfológicos, Paleontológicos, Relativos ao modo de nutrição, Por
ingestão – digestão intracorporal, Cariológicos, Etológicos. Nesta
unidade para além desse critério falaremos da taxonomia, nomenclatura
dos seres vivos, categoria dos grupos

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer a nomenclatura e Taxonomia


 Identifiacar os critérios de classificação dos seres vivos
 Explicar o prcesso de nomenclatura dos seres vivos
Objectivos
 Caracterizar os seres vivos de acordo com o seu reino
 Classificar os organismos de acordo com o seu reino
Biogeografia 108

Sistemática dos organismos

Sistema de Classificação dos organismos

Critérios Utilizados para Classificar os seres vivos

Morfológicos – devem ser usados cuidadosamente devido ao


polimorfismo e às metamorfoses: Homologias, Analogias, Simetria
corporal, Polimorfismo Metamorfoses. Paleontológicos:
Classificação de organismo já extintos, estabelecimento de relações
de parentesco. Relativos ao modo de nutrição Fotoautotróficos,
Quimioautotróficos, Fotoeterotróficos. Por ingestão – digestão
intracorporal : Digestão intracelular, Digestão extracelular.
Cariológicos: Importante no estabelecimento de relações entre seres
vivos, Número de cromossomas e outros aspectos são úteis.
Etológicos : Diferenças encontradas em padrões de comportamento
de grupos semelhantes, etc...
Biogeografia 109

Taxonomia

Taxonomia: ramo da ciência que trata da ordenação (classificação) e


denominação (nomenclatura) dos seres vivos, agrupando-os de
acordo com o seu grau de semelhança. Tem dois objectivos
principais: considerar organismos estruturalmente relacionados e
separá-los pelas respectivas espécies, descrevendo as características
que distinguem uma espécie da outra; e ordenar as espécies, por
categorias taxonómicas do género ao reino.

Nomenclatura: atribuição da designação científica aos grupos


taxonómicos de acordo com as regras universalmente estabelecidas.

Sistemática: Utiliza os dados de diversos ramos do conhecimento


para agrupar os seres vivos de acordo com o seu grau de parentesco e
a sua história evolutiva. O seu objectivo é procurar as relações
evolutivas entre os organismos e expressar essas relações em sistemas
taxonómicos.

Categorias de Grupos

Categorias taxonómicas: espécie, género, família, ordem,


classe, filo e reino.

Espécie: nomenclatura binominal – Canis familiaris (Lineu, 1758) –


designação em latim, em itálico ou sublinhada (cada um dos nomes
Canis familiaris), primeiro nome (o do género) começando com
maiúscula e o segundo (restritivo específico) com minúsculas, entre
parêntesis nome de quem primeiro classificou a espécie e a data se for
espécie ou sub-espécie.

Sub-espécie: nomenclatura trinominal – Oryctolagus cuniculus


algirus
Biogeografia 110

# Quero aqui recordar ao estudante que:

Apesar da grande variedade de sistemas de classificação nenhum


deles é perfeito. O conhecimento científico encontra-se em constante
evolução pelo que nenhum sistema de classificação é definitivo.

Classificação dos seres vivos \5 Reinos:

 Reino Animalia: todos os animais desde as esponjas até os


mamíferos
 Reino Plantae: desde algas pluricelulares até angiospermas
 Reino Fungi: todos os fungos
 Reino Protista: algas unicelulares e protozoários
 Reino Monera: bactérias e cianobactérias

O sistema dos 5 Reinos foi proposto em 1969 pelo Biólogo norte-


americano R. H. Wittaker e é o utilizado actualmente.

 Nomenclatura dos seres vivos


 Se você consultar um dicionário verificará que o fruto conhecido
como ABÓBORA também pode ser chamado de jerimum,
jerimu, jurumum, zapolo e zapolito-de-tronco.
 É provável que você não conheça todos esses nomes.
 Se em uma única língua de um único País existem tantos nomes
para um mesmo organismo, calcule, então, como seria confuso
se considerarmos todas as línguas e dialetos que existem no
mundo!
 Para facilitar a comunicação entre pessoas de diferentes
nacionalidades, que falam diferentes idiomas, e entre pessoas de
diferentes regiões geográficas de um mesmo país, são utilizados
nomes científicos para designar as várias espécies de seres vivos.
 O sistema atual de nomenclatura segue proposta de Linnaeus:
 é binomial, isto é, composto por dois nomes escritos em latim,
ou latinizados;
 o primeiro nome refere-se ao gênero e deve ter a inicial com letra
maiúscula, ex.: Canis
Biogeografia 111

 o segundo nome é o epíteto específico e deve ser escrito com


inicial minúscula, ex.: familiaris
 Os dois juntos formam o nome da espécie, ex.: Canis familiaris,
que é o cão doméstico.
 Os nomes científicos devem ter grafia diferenciada no texto. Se
este for manuscrito, deve-se passar um único traço embaixo do
nome. Se for impresso pode-se, por exemplo, deixar a letra em
itálico.

Sumário
Taxonomia: ramo da ciência que trata da ordenação (classificação) e
denominação (nomenclatura) dos seres vivos, agrupando-os de
acordo com o seu grau de semelhança. Sistemática: Utiliza os dados
de diversos ramos do conhecimento para agrupar os seres vivos de
acordo com o seu grau de parentesco e a sua história evolutiva. O seu
objectivo é procurar as relações evolutivas entre os organismos e
expressar essas relações em sistemas taxonómicos. Categorias
taxonómicas: espécie, género, família, ordem, classe, filo e
reino.
Biogeografia 112

1. Define Taxonomia
Auto-avaliação
2. Apresente 03 espécies de seres vivos para cada reino

3. Quis foram os critérios usados por Lineu na classificação dos seres


vivos.

Unidade 16. Os Biomas

Introdução
Nesta unidade abordaremos os principais biomas do Planeta como :
Savana, Pradaria, Desertos, Floresta de coníferas, Tundra, Floresta
Biogeografia 113

caducifolea e logo em seguida caracterizaremos. Cada um desses biomas


naturais.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer os diferentes biomas do mundo


 Localizar no mapa esses biomas
 Caracterizar cada um desses biomas
Objectivos

Insira aqui a terminologia nova que vai ser introduzida nesta unidade /
lição. Este elemento é completamente opcional. Se não quiser utilizar,
seleccione a tabela e faça: Table / Delete / Table a partir do menu
principal.
Terminologia

Os Biomas

A forte interacção entre clima, vegetação e solo tende a formar regiões


homogéneas conhecidas como : Bioma.

Biomas é uma comunidade biológica, ou seja, fauna e flora, interacções


entre si e com o ambiente físico: solo, água e ar. É um conjunto de
ecossistemas terrestres com vegetação característica e fisionomia típica,
onde predomina certo tipo de clima. Regiões da Terra com latitudes
coincidentes, em que prevalecem condições climáticas parecidas,
apresentam ecossistemas semelhantes e mesmos tipos de
bioma.Exemplo: Florestas tropicais pluviais na faixa equatorial:
América, África, sudeste da Ásia e Oceania; Savana: Brasil central,
África e Oceania.

Área biótica ou biótopo é a área geográfica ocupada por um bioma. O


bioma da Terra compreende a biosfera. Um bioma pode ter uma ou mais
Biogeografia 114

vegetações predominantes. É influenciado pelo macroclima, tipo de solo,


condição do substrato e outros factores físicos), não havendo barreiras
geográficas; ou seja, independente do continente, há semelhanças das
paisagens, apesar de poderem ter diferentes animais e plantas, devido à
convergência evolutiva.

Um bioma é composto da comunidade clímax e todas as subclímax


associadas ou degradadas, pela estratificação vertical ou pela adaptação
da vegetação.

1. Terrestres ou continentais

São divididos

2. Aquáticos

Biomas Globais

A distribuição dos biomas apresentam uma lógica ligadas as paisagens


naturais como : Clima, latitude, longitude.
Biogeografia 115

Tundra
Situa-se nas regiões próximas ao Pólo Árctico, norte do Canadá, da Europa e da Ásia.
A neve cobre o solo durante quase todo ano, excepto no verão (10°C). Somente superfície
do solo descongela, poucos centímetros abaixo permanece congelado, impedindo a
drenagem do degelo, levando formação de pântanos. Mais ao norte única vegetação é
musgos e líquenes. Mais ao sul gramíneas e pequenos arbustos. Animais típicos são: rena,
caribu e boi almiscarado, aves migratórias aquáticas e pernaltas, alguns insectos que
hibernam.

Taiga (Floresta de Coníferas)


Biogeografia 116

Situa-se no hemisfério norte ocorre ao sul das tundras; no hemisfério sul ocorre onde o
clima é muito frio. A vegetação típica é as coníferas (pinheiros e abetos), também têm
musgos e líquenes. A fauna é composta por: alces, ursos, lobos, visons, martas e esquilos.

Floresta Temperada decídua

Típico de certas regiões da Europa e América do Norte, onde o clima é temperado e as


quatro estações são bem definidas. Predominam árvores que perdem as folhas no
fim do Outono e as readquirem na primavera (adaptação ao Inverno rigoroso). As árvores
mais características são Carvalhos e faias. Na fauna são encontrados: javalis, veados,
raposas doninhas, esquilos, vários tipos de pássaros, corujas e várias espécies de insectos.

Florestas Tropicais

Localizadas nas regiões de clima quente e com alto índice fluviométrico, na faixa
equatorial da Terra. Norte da América do Sul (Bacia Amazónica), América Central,
África, Ásia e Austrália. A vegetação é exuberante e com árvores de grande porte. Ocorre
estratificação vertical desde o topo das grandes árvores até à vegetação rasteira. A
estratificação origina diversos microclimas (diferentes graus de luminosidade e
humidade). Reciclagem da matéria orgânica é muito rápida, forma-se um solo escuro rico
em matéria orgânica (húmus). Há grande diversidade de habitats, o que permite a
existência de fauna rica e variada tanto em vertebrados como em invertebrados.
Biogeografia 117

Savana

Caracterizado por apresentar arbustos e árvores de pequeno porte e muitas gramíneas.


Encontrado na África, na Ásia, na Austrália e nas Américas. Savana africana tem fauna
com herbívoros de grande porte (girafas, elefantes, rinoceronte, zebra) e grandes
carnívoros (leões, leopardos e guepardos), rica avifauna (pássaros, gaviões, avestruz),
muitos répteis (lagartos e serpentes), anfíbios e rica fauna de invertebrados (insectos,

aracnídeos).

Pradaria

Vegetação constituída basicamente por gramíneas. Ocorrem períodos marcadamente


secos tanto na América do Sul como na do Norte. Os pampas gaúchos é o exemplo no
Brasil. A fauna formado por roedores, lobos, coiotes, raposa, muitas aves (algumas
Biogeografia 118

migratórias) e também muitos insectos.

Deserto
Regiões de pouca humidade, com vegetação rala e espaçada (gramíneas, cactos e
pequenos arbustos) ocupando locais onde tem pouca água. Paisagem dominada por dunas
de areia e montanhas pedregosas desnudadas. Os maiores desertos são o Sahara na África
e o deserto de Gobi na Ásia. Também ocorrem na Austrália, América
do Sul e do Norte. A fauna é composta por roedores, répteis (serpentes e lagartos),
insectos e aracnídeos. Os seres vivos do deserto têm marcada adaptação a falta de água.
Maioria doa animais com hábitos nocturnos.
Biogeografia 119

Sumário
Os Biomas: A forte interacção entre clima, vegetação e solo tende a formar regiões
homogéneas conhecidas como : Bioma. Principais biomas : Savana, Tundra, Deserto;
floresta caducifólea, floresta de coníferas, taigas, floresta equatorial.

Exercícios

Auto-avaliação

1. Defina biomas
2. Caracterize savanas e floresta equatorial
3. Qual a importância de se preservar os biomas
4. Diferencie uma floresta equatorial da tropical
Biogeografia 120

Unidade XVII.
Conceito Flora e Biodiversidade
Introdução
Biodiversida3

de ou diversidade biológica é a diversidade da natureza viva, Nesta unidade vamos falar


da Flora e da Biodiversidade Universal. A espécie humana explora cerca de 1% das
espécies de plantas que existem na Natureza. A alimentação humana está dependente de
cerca de 20 espécies de plantas. Há oito cereais de que a população mundial depende
essencialmente: o arroz; trigo; milho; estes três cereais só por si perfazem, directa ou
indirectamente, cerca de 50% das necessidades da nossa alimentação, a aveia; o milho-
miúdo; a cevada; o centeio e o sorgo. No entanto, há algo de perigoso com esta
superprodução. As culturas estão altamente seleccionadas e uniformes sob o ponto de vista
genético.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definer Flora
 Definir Biodiversidade
Objectivos
 Conhecer as regiões de maior biodiversidade no Planeta
 Explicar a importância da Biodiversidade
Biogeografia 121

Conceito da Flora e Biodiversidade

Flora

Conjunto das espécies vegetais de uma determinada localidade. É também um


conjunto de plantas que servem para um determinado fim.

Florestas
húmidas são um exemplo de biodiversidade do planeta e, normalmente, possuem uma
grande biodiversidade de espécies. Este é o rio Gâmbia, no Parque Nacional
Niokolokoba, no Senegal.

Biodiversidade

Biodiversidade ou diversidade biológica é a diversidade da natureza viva. Desde 1986, o


conceito tem adquirido largo uso entre biólogos, ambientalistas, líderes políticos e
cidadãos informados no mundo todo. Este uso coincidiu com o aumento da preocupação
com a extinção, observado nas últimas décadas do século XX.

Pode ser definida como a variedade e a variabilidade existente entre os organismos vivos e
as complexidades ecológicas nas quais elas ocorrem. Ela pode ser entendida como uma
associação de vários componentes hierárquicos: ecossistema, comunidade, espécies,
populações e genes em uma área definida. A biodiversidade varia com as diferentes
regiões ecológicas, sendo maior nas regiões tropicais do que nos climas temperados.
Biogeografia 122

Refere-se, portanto, à variedade de vida no planeta Terra, incluindo a variedade genética


dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna, de fungos
macroscópicos e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas
pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, hábitats e ecossistemas
formados pelos organismos.

A biodiversidade refere-se tanto ao número (riqueza) de diferentes categorias biológicas


quanto à abundância relativa (equitatividade) dessas categorias. E inclui variabilidade ao
nível local (alfa diversidade), complementaridade biológica entre habitats (beta
diversidade) e variabilidade entre paisagens (gama diversidade). Ela inclui, assim, a
totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e dos recursos genéticos, e seus
componentes.

A espécie humana depende da biodiversidade para a sua sobrevivência.

Não há uma definição consensual de biodiversidade. Uma definição é: "medida da


diversidade relativa entre organismos presentes em diferentes ecossistemas". Esta
definição inclui diversidade dentro da espécie, entre espécies e diversidade comparativa
entre ecossistemas.

Outra definição, mais desafiante, é "totalidade dos genes, espécies e ecossistemas de uma
região". Esta definição unifica os três níveis tradicionais de diversidade entre seres vivos:

Diversidade genética - diversidade dos genes em uma espécie.

Diversidade de espécies - diversidade entre espécies.

Diversidade de ecossistemas - diversidade em um nível mais alto de organização,


incluindo todos os níveis de variação desde o genético.

A diversidade de espécies é a mais fácil de estudar, mas há uma tendência da ciência


oficial em reduzir

Biodiversidade Universal

Neste início de milénio é necessário um grande esforço comum para evitar que a crise
biológica atinja proporções inimagináveis. É necessário aumentar e proteger os parques
naturais; as plantas ancestrais, aquelas que foram domesticadas para a nossa agricultura,
deverão ser altamente protegidas no seu centro de origem; a agricultura dever caminhar
cada vez mais para a produção integrada. As convenções internacionais deverão ser
Biogeografia 123

respeitadas; a actual mentalidade excessivamente economicista, em que a principal


preocupação e produzir mais, com maior rapidez e mais barato, reflecte-se no consumo de
produtos alimentares. Estes são cada vez menos diversificados, alguns casos de pior
qualidade, apesar de mais atraentes, e poluídos.
A espécie humana explora cerca de 1% das espécies de plantas que existem na Natureza.
A alimentação humana está dependente de cerca de 20 espécies de plantas. Há oito cereais
de que a população mundial depende essencialmente: o arroz; trigo; milho; estes três
cereais só por si perfazem, directa ou indirectamente, cerca de 50% das necessidades da
nossa alimentação, a aveia; o milho-miúdo; a cevada; o centeio e o sorgo. No entanto, há
algo de perigoso com esta superprodução. As culturas estão altamente seleccionadas e
uniformes sob o ponto de vista genético.

A bardana, o parsnipo, algumas variedades de feijão ou lentilha, já estão praticamente


excluídos da alimentação corrente. Outrora a alimentação humana baseava-se em 7 mil
diferentes espécies de plantas, no mercado alimentar actual houve um desaparecimento de
cerca de 95% das variedades de plantas. No que diz respeito à produção animal, algo de
semelhante ocorre com a pecuária intensiva, há uma excessiva selecção de animais, a
diversidade genética tem sido progressivamente erodida, o que tem como consequência
que os animais sejam muito mais sensíveis a doenças.
Na agricultura tradicional quem trabalha com a terra sabe quão importante são as estirpes
selvagens, é a partir delas que se fazem os porta-enxertos ou o enriquecimento do solo
para a cultura principal. Daí a razão da necessidade da preservação dos “Bancos de genes”
e “Bancos de sementes”. O melhoramento genético de muitas espécies será inviável sem
as estirpes selvagens. As explorações agro-florestais recentes tem tendência a serem mono
específicas, este tipo de explorações, além de conduzirem a uma redução da
biodiversidade, tanto a nível de fauna como de flora, são constituídos por elementos de
elevada homogeneidade genética.

Factores que Afectam a Conservação da Biodiversidade em fragmentos


florestais

Os principais factores que afectam a dinâmica de fragmentos florestais são:


tamanho, forma, grau de isolamento, tipo de vizinhança e histórico de perturbações
(Viana et al., 1992). Esses factores apresentam relações com fenómenos biológicos
Biogeografia 124

que afectam a natalidade e a mortalidade de plantas como, por exemplo, o efeito de


borda, a deriva genética e as interacções entre plantas e animais. A análise desses
factores é fundamental para identificar estratégias conservacionistas e prioridades
para a pesquisa. Portanto, esse artigo analisa individualmente esses factores.
Tamanho de fragmentos. A relação entre a área dos fragmentos e seus atributos
ecológicos, especialmente a diversidade de espécies, é um elemento central da
teoria de biogeografia de ilhas (MacArthur e Wilson, 1967).

A floresta
Amazônica apresenta uma vegetação riquíssima. E a variedade de animais
também é enorme. Calcula-se que em uma única árvore da floresta
Amazônica podem ser encontradas mais de mil espécies diferentes de
insectos.

Sumário
Flora: Conjunto das espécies vegetais de uma determinada localidade. É também um
conjunto de plantas que servem para um determinado fim. Diversidade genética,
diversidade de espécies, diversidade de ecossistemas - diversidade em um nível mais alto
de organização, incluindo todos os níveis de variação desde o genético.

Exercícios

Auto-avaliação
Biogeografia 125

1. Apresente 03 conceitos de Biodiversidade


2. Como proteger a biodiversidade universal
3. Qual a importância da biodiversidade nos ecossistemas

Unidade XVIII.
Factor da Diversidade de Espécies de
Flora

Introdução
Os factores que podem influenciar a diversidade das espécies de flora são vários. A
diversidade das espécies da flora esta relacionada com a dispersão vegetal das plantas e a
relação entre seus frutos e os animais que tem grande importância uma vez que é
necessário que ocorra uma identificação entre estes para que o fenómeno aconteça. Assim
sendo nesta unidade abordaremos: Factores naturais e antropogénicos

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer os diferentes factores que influenciam a diversidade


das espécies de flora
Objectivos
 Explicar como cada factor influência da diversidade das
Biogeografia 126

espécies de flora

 Explicar o impacto do factor antropogénico na diversidade da


flora

 Explicar como a geologia influi na diversidade da flora

Factor da diversidade de espécies de Flora

A diversidade das espécies da flora está relacionada com a dispersão vegetal das plantas e
a relação entre seus frutos e os animais que tem grande importância uma vez que é
necessário que ocorra uma identificação entre estes para que o fenómeno aconteça. No
entanto, é importante compreender que os animais inicialmente alimentam-se da produção
das árvores para depois realizar a dispersão, é neste contexto que se vão disseminando
novas plantas em novos territórios.

Aqui há que realçar a actividade humana como um factor de diversidade das espécies das
plantas na medida em que ele movimenta essas espécies dum lugar para outro, não só com
também com o advento da tecnologia hoje o homem pode fazer crescer certas plantas
típicas dum a região tropical numa região temperada.

O cruzamento das sementes em laboratórios podem dar origem as outras espécies de


plantas que se vão adaptando pelo mundo fora.

Tectónica de Placas

Ao expandir ou reduzir os continentes ocorre a extinção ou diversificação das espécies,


criando ou destruindo as bacias oceânicas intercontinentais ou ainda formando barreiras.
Quer dizer a medida em que derivam os continentes os ambientes também são
modificados, variam os números e aparecem a diversidade das espécies da flora, isto é, o
Biogeografia 127

continente derivando para o norte ou sul, implicam mudanças de latitude e isto altera o
sistema climático e depois conduz ao aparecimento de novas espécies.

A flora Glossopteris aparece em quase todas as regiões do hemisfério sul, América do Sul,
África, Índia, Japão, Austrália e Antárctica. Um réptil terrestre extinto do Triássico, o
Cinognatus, aparece na América do Sul e na África e o Lystrosaurus, existe na África,
Índia e Antárctica. O mesmo acontece com outros répteis de água doce que,
evidentemente, não poderiam ter nadado entre os continentes. Se estes fósseis existem em
vários continentes distintos que hoje estão separados por milhares de quilómetros de
oceano, os continentes deveriam estar unidos, pelo menos durante o período Triássico. A
hipótese alternativa para estas evidências seria uma hipotética ligação entre os continentes
(pontes de terra) que actualmente estariam submersas.

Factor económico
A diversidade das espécies da flora está ligada a fonte de alimentação, o homem e outros
seres que habitam a terra tem de se alimentar é nesta ordem que o homem se preocupa em
criar condições de diversificar as espécies das plantas, não só para alimentação, como
também para fins medicinais e económicos como são os casos da madeira.

Sumário
Aqui há que realçar a actividade humana como um factor de diversidade das espécies das
plantas na medida em que ele movimenta essas espécies dum lugar para outro, não só com
também com o advento da tecnologia hoje o homem pode fazer crescer certas plantas
típicas duma região tropical numa região temperada. A diversidade das espécies da flora
está ligada a fonte de alimentação, o homem e outros seres que habitam a terra tem de se
alimentar é nesta ordem que o homem se preocupa em criar condições de diversificar as
espécies das plantas
Biogeografia 128

Exercícios

Auto-avaliação

1. Identifica os factores que influenciam na diversidade da flora

2. Como o factor antropogénico pode influenciar na diversidade da flora

3. Como a deriva continental influenciou na diversidade da flora


Biogeografia 129

Unidade XIX.
Conceito da Fauna e Biodiversidade

Introdução
Zoólogos e paleontólogos geralmente usam o termo fauna para se referir a uma colecção
de animais tipicamente encontrados em um período específico ou lugar específico. Para
entendermos melhor estes temas nesta unidade daremos conceito de fauna, biodiversidade
faunística, distribuição da biodiversidade faunística.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir fauna

Objectivos  Conhecer a biodiversidade faunistica

 Caracterizar a biodiversidade faunistica

 Explicar a importância dessa biodiversidade faunística para o


ecossistema
Biogeografia 130

Fauna e Biodiversidade

Fauna

Fauna é o termo colectivo para a vida animal de uma determinada região ou período de
tempo. O termo correspondente para plantas é flora. Flora, fauna e outras formas de vida
como os fungos são colectivamente chamados de biota

Zoólogos e paleontólogos geralmente usam o termo fauna para se referir a uma colecção
de animais tipicamente encontrados em um período específico ou lugar específico, por
exemplo a "Fauna do Deserto de Sonora" ou "a fauna de Burgess shale".

Paleontólogos se referem a uma sequência de cerca de 80 estágios de fauna, que são séries
de rochas contendo fósseis similares. O nome vem da Romana Fauna, deusa da terra e da
fertilidade. Fauna é também o nome dado aos livros que catalogam animais. O termo foi
usado pela primeira vez por Lineu como título de sua obra de 1746 Fauna Sueca.

Biodiversidade faunística

Segundo um estudo feito num campo agrícola constatou – se que a biodiversidade


explicitada pelas riquezas Totais dos habitats indicam uma capacidade suporte
considerável dos usos agrícolas para fauna selvagem. Os números absolutos variaram
entre 38 espécies para as áreas de cafeicultura e 106 espécies nas pastagens, seguida por
89 espécies nas áreas de cana-de-açúcar em sistema de produção orgânico (tabela 6). O
resultado é bastante surpreendente para o caso do café e a cana orgânica, pois são habitats
com menor expressão espacial dentro da área de estudo, mas a cafeicultura sendo o
ambiente de menor biodiversidade e os sistemas de cana orgânica com segundo
povoamento de vertebrados selvagens mais rico em espécies. As pastagens são o habitat
mais rico, mas possuem também grande dimensão espacial, além de ocorrerem em
praticamente todos os níveis hipsométricos e realizarem interface com todos os outros
tipos de habitats e cursos de água. As áreas de fruticultura com 65 espécies, seguidas pela
silvicultura com 64 espécies e finalmente pelas culturas anuais com 53 espécies de
vertebrados foram os habitats com riquezas totais bastante próximas, apesar das culturas
anuais possuírem uma estrutura espacial muito diferenciada da oferecida pela fruticultura
e silvicultura. Os dois tipos de sistema de produção cana vieira mostraram resultados
Biogeografia 131

diferenciados, pois a cana convencional que ocupa a maior área de cultura dentro do
território estudado apresentou riqueza específica menor que a cana orgânica que ocupa
uma área exígua e é 20 % mais rica em espécies de vertebrados selvagens. Apesar de
variável, outros tipos de ambientes de transição (habitat 8) e diferenciados em relação aos
sete anteriores apresentaram riqueza total da ordem de 41 espécies e a exclusiva com 14
espécies.

Distribuição da biodiversidade faunística

Para se compreender melhor esta distribuição divide – se o planeta em seis regiões


faunísticas diferentes, sendo que cada uma delas apresenta uma fauna típica, endémica.

Tais regiões são separadas entre si por barreiras climáticas e topográficas. Sclater (1858)
utilizou um sistema de regiões por determinadas famílias de aves (foi ele quem também
descreveu o Ocapi). Wallace (1876) modificou o modelo de Sclater e o aplicou aos
vertebrados, dividindo os continentes em 6 regiões.

Estes domínios estão separados por barreiras oceânicas e por cinturões de temperatura. As
regiões faunísticas são as seguintes:

– Região Neártica: compreende a América do Norte e a Groenlândia, com animais como


caribu, urso, alce, lince, bisão-americano, coiote, lebre, lobo etc.

– Região Neotropical: compreende as Américas Central e do Sul, com anta, macaco,


vicunha, lhama, preguiça, tatu, tamanduá, onça, lobo-guará, jaguatirica etc.

– Região Paleártica: compreende a Europa, Norte da África e quase toda a Ásia (exceto a
Índia e Sudeste Asiático e parte norte da Polinésia), animais como camelo e dromedário,
rena, raposa-ártica, urso-polar, veado, porco-espinho, topeira etc.
Biogeografia 132

– Região Etiópica: compreende o Continente Africano (exceto a região norte), tendo


exemplares como girafa, ocapi, elefante-africano, leão, leopardo, zebra, gnu, gorila,
chimpanzé, rinoceronte, hipopótamo, hiena, antílope, entre muitos outros.

– Região Oriental: compreende a região da Índia, do sudeste asiático e o norte da


Polinésia, com tigre, elefante-asiático, orangotango, búfalo, rinoceronte-indiano etc.

– Região Australiana: compreende a Oceânia (Austrália e Nova Zelândia) e algumas ilhas


do sul da Polinésia, com animais marsupiais como canguru e coala, kiwi, diabo-da-
tasmânia, tigre-tasmâniano, papagaio-kea e as duas únicas espécies sobreviventes de
monotremados, o equidna e o ornitorrinco.
Biogeografia 133

Sumário
O nome vem da Romana Fauna, deusa da terra e da fertilidade. Fauna é também o nome
dado aos livros que catalogam animais. O termo foi usado pela primeira vez por Lineu
como título de sua obra de 1746 Fauna Sueca. Distribuição da biodiversidade faunística.
Para se compreender melhor esta distribuição divide – se o planeta em seis regiões
faunísticas diferentes, sendo que cada uma delas apresenta uma fauna típica, endémica.

Auto-avaliação

1. Explica como o factor estabilidade económico influi na


biodiversidade da fauna

2. Enumere 03 regiões biogeográficas e a sua respectiva fauna

3. Explica a importância dessa biodiversidade no ecossistema


Biogeografia 134

Unidade XX.
Factores da diversidade das espécies
faunísticas

Introdução
A diversidade das espécies faunísticas é influenciada por vários factores como
apresentaremos nesta unidade: Factores: naturais e antropogénicos.

Onde abordaremos a tectónica de placas a estabilidade das fontes de alimentação como


factores que em muito influi na diversidade da fauna

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer os factores que podem influenciar a diversidade da


fauna
 Explicar como o factor estabilidade das fontes de alimentação
Objectivos podem influenciar na diversidade da fauna
 Explicar a influência do homem nesta diversidade da fauna

Factor da diversidade das espécies Faunísticas

A diversidade das espécies faunísticas são influenciadas por vários factores como :
naturais e antropogénicos.

Factor natural
Biogeografia 135

Tectónica de Placas: ao expandir ou reduzir os continentes ocorre a extinção ou


diversificação das espécies, criando ou destruindo as bacias oceânicas intercontinentais ou
ainda formando barreiras. Quer dizer a medida em que derivam os continentes os
ambientes também são modificados, variam os números e aparecem a diversidade das
espécies da fauna, isto é, o continente derivando para o norte ou sul, implicam mudanças
de latitude e isto altera o sistema climático e depois conduz ao aparecimento de novas
espécies.

O povoamento zoológico das diversas regiões do planeta coincide com alguns dos
principais tipos de vegetação conhecidos. Estes, por sua vez, têm suas características
determinadas, em grande parte por factores de ordem climática. Existem seis ou sete
regiões faunísticas definidas pelos zoogeógrafos. A maioria delas coincide com uma
massa continental separada de outras regiões por oceanos, cadeias de montanhas ou
desertos. Denominam-se paleoártica (Europa, norte da África e norte da Ásia); etíope
(África subsaariana); oriental; australiana; neoártica (América do Norte e Groenlândia);
neotropical (América do Sul, América Central e México central) e antárctica. As regiões
paleoártica e neoártica são muitas vezes combinadas numa só, chamada holártica. Alguns
autores consideram as regiões neotropical, australiana e antárctica tão específicas que as
elevam à condição de unidades maiores, denominadas reinos

Estabilidade das fontes alimentares

O alimento é um factor importante porque influencia a fecundidade, o desenvolvimento, a


longevidade, e a mortalidade.

A presença ou ausência de alimentos pode provocar a diversidade excessiva das espécies


da fauna. A abundância alimentar cria uma gama de diferentes espécies faunísticos na
medida em que esses animais vão se alimentando bem, procriando – se, incentivando deste
modo a predação, putrefacção das carcaças dando origem a micro – organismos e estes a
novas espécies faunísticas.

Factor antropogénico / O Homem

O homem pode e tem influenciado na diversidade das espécies ao fazer cruzamento de


várias espécies para originar uma outra de maior produtividade e longividade.

Ao transportar animais dum habitat para outro pode contribuir para a sua diversidade.
Biogeografia 136

Ao se criarem parques Nacionais, reservas tudo isto está na perspectiva de manter e


aumentar a diversidade das espécies faunísticas.

Sumário
As diversidades das espécies faunísticas são influenciadas por factores como: naturais e
antropogénicos. A presença ou ausência de alimentos pode provocar a diversidade
excessiva das espécies da fauna.

Exercícios

1. Será que a presença do homem só influencia negativamente nos


ecossistemas?

Auto-avaliação 2. De que depende a diversidade faunística?

3. A Biodiversidade faunística está ameaçada? Demonstre com


exemplos concretos.
Biogeografia 137

Unidade XXI.
O Manuseio da Biodiversidade

Introdução
A ameaça da biodiversidade biológica leva-nos a pensar na conservação, protecção dessa
biodiversidade, é assim que nesta unidade abordaremos as técnicas do manuseio da
biodiversidade ao trabalhamos os conteúdos como biodiversidade biológica,
biodiversidade no tempo e espaço, como medir a biodiversidade, inventário das espécies e
preservação e protecção das espécies.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir: Protecção, Preservação, Conservação

 Mostrar qual a diferença de cada termo


Objectivos  Explicar a relação tempo-espaço na biodiversidade

 Identificar os diferentes métodos de preservação e conservação


da biodiversidade

O Manuseio da Biodiversidade

Manuseio da biodiversidade: conservação, preservação e protecção


Biogeografia 138

A conservação da biodiversidade biológica tornou-se uma preocupação global. Apesar de


não haver consenso quanto ao tamanho e ao significado da extinção actual, muitos
consideram a biodiversidade essencial.

Há basicamente dois tipos principais de opções de conservação, conservação in-situ e


conservação ex-situ. A in-situ é geralmente vista como uma estratégia de conservação
elementar. Entretanto, sua implementação é às vezes impossível. Por exemplo, a
destruição de habitats de espécies raras ou ameaçadas de extinção às vezes requer um
esforço de conservação ex-situ. Além disso, a conservação ex-situ pode dar uma solução
reserva para projectos de conservação in-situ. Alguns acham que ambos os tipos de
conservação são necessários para assegurar uma preservação apropriada.

Um exemplo de um esforço de conservação in-situ é a construção de áreas de protecção.


Um exemplo de um esforço de conservação ex-situ, ao contrário, seria a plantação de
germoplasma em bancos de sementes. Tais esforços permitem a preservação de grandes
populações de plantas com o mínimo de erosão genética.

A ameaça da biodiversidade biológica estava entre os tópicos mais importantes discutidos


na Conferência Mundial da ONU para o desenvolvimento sustentável, na esperança de ver
a fundação da Global Conservation Trust para ajudar a manter as colecções de plantas.

Biodiversidade: tempo e espaço

A biodiversidade não é estática. É um sistema em constante evolução tanto do ponto de


vista das espécies como também de um só organismo. A meia-vida média de uma espécie
é de um milhão de anos e 99% das espécies que já viveram na Terra estão hoje extintas.

A biodiversidade não é distribuída igualmente na Terra. Ela é, sem dúvida, maior nos
trópicos. Quanto maior a latitude, menor é o número de espécies, contudo, as populações
tendem a ter maiores áreas de ocorrência. Este efeito que envolve disponibilidade
energética, mudanças climáticas em regiões de alta latitude é conhecido como efeito
Rapoport.

Existem regiões do globo onde há mais espécies que outras. A riqueza de espécies tendem
a variar de acordo com a disponibilidade energética, hídrica (clima, altitude) e também
pelas suas histórias evolutivas.

A maioria das pessoas vê a biodiversidade como um reservatório de recursos que


devem ser utilizados para a produção de produtos alimentícios, farmacêuticos e
Biogeografia 139

cosméticos. Este conceito do gerenciamento de recursos biológicos provavelmente explica


a maior parte do medo de se perderem estes recursos devido à redução da Biodiversidade.
Entretanto, isso é também a origem de novos conflitos envolvendo a negociação da
divisão e apropriação dos recursos naturais.

Mas afinal o que é Biodiversidade: Biodiversidade – ou diversidade biológica – é a


variedade de vida no planeta terra. Incluem-se a variedade genética dentro das populações
e espécies; a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos; a variedade de
funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de
comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos. Biodiversidade refere-
se tanto ao número de diferentes categorias biológicas quanto à abundância relativa dessas
categorias.

Como medir a biodiversidade

Do ponto de vista previamente definido, nenhuma medida objectiva isolada de


biodiversidade é possível, apenas medidas relacionadas com propósitos particulares ou
aplicações.

Para os conservacionistas práticos, essa medida deveria quantificar um valor que é, ao


mesmo tempo, altamente compartilhado entre as pessoas localmente afectadas.

Para outros, uma definição mais abrangente e mais defensável economicamente, é aquela
cujas medidas deveriam permitir a assegurar possibilidades continuadas tanto para a
adaptação quanto para o uso futuro pelas pessoas, assegurando uma sustentabilidade
ambiental. Como consequência, os biólogos argumentaram que essa medida é
possivelmente associada à variedade de genes. Uma vez que não se pode dizer sempre
quais genes são mais prováveis de serem mais benéficos, a melhor escolha para a
conservação é assegurar a persistência do maior número possível de genes.

Para os ecólogos, essa abordagem às vezes é considerada inadequada e muito restrita.

Inventário de espécies

A Sistemática mede a biodiversidade simplesmente pela distinção entre espécies. Pelo


menos 1,75 milhões de espécies foram descritas; entretanto, a estimativa do verdadeiro
número de espécies existentes varia de 3,6 para mais de 100 milhões. Diz-se que o
conhecimento das espécies e das famílias tornou-se insuficiente e deve ser suplementado
Biogeografia 140

por uma maior compreensão das funções, interações e comunidades. Além disso, as trocas
de genes que ocorrem entre as espécies tendem a adicionar complexidade ao inventário.

A biodiversidade está ameaçada

Durante as últimas décadas, uma erosão da biodiversidade foi observada. A maioria dos
biólogos acredita que uma extinção em massa está a caminho. Apesar de divididos a
respeito dos números, muitos cientistas acreditam que a taxa de perda de espécies é maior
agora do que em qualquer outra época da história da Terra.

Alguns estudos mostram que cerca de 12,5% das espécies de plantas conhecidas estão sob
ameaça de extinção. Alguns dizem que cerca de 20% de todas as espécies viventes podem
desaparecer em 30 anos. Quase todos dizem que as perdas são decorrentes das actividades
humanas, em particular a destruição dos habitats de plantas e animais.

Alguns justificam a situação não tanto pelo sobre uso das espécies ou pela degradação do
ecossistema quanto pela conversão deles em ecossistemas muito padronizados (ex.:
monocultura seguida de desmatamento). Antes de 1992, outros mostraram que nenhum
direito de propriedade ou nenhuma regulamentação de acesso aos recursos
necessariamente leva à diminuição dos processos de degradação, a menos que haja apoio
da comunidade.

Entre os dissidentes, alguns argumentam que não há dados suficientes para apoiar a visão
de extinção em massa, e dizem que extrapolações abusivas são responsáveis pela
destruição global de florestas tropicais, recifes de corais, mangues e outros habitats ricos.

A domesticação de animais e plantas em larga escala é um factor histórico de degradação


da biodiversidade, gerando a selecção artificial de espécies, onde alguns seres vivos são
seleccionados e protegidos pelo homem em detrimento de outros.

A preservação da Biodiversidade

A preservação estabelece práticas que asseguram a protecção integral dos recursos


naturais. Na actualidade há toda uma necessidade de se preservar a biodiversidade que é
uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade
dos ecossistemas. As funções ecológicas desempenhadas pela biodiversidade são ainda
pouco compreendidas, muito embora considere-se que ela seja responsável pelos
processos naturais e produtos fornecidos pelos ecossistemas e espécies que sustentam
Biogeografia 141

outras formas de vida e modificam a biosfera, tornando-a apropriada e segura para a vida.
A diversidade biológica possui, além de seu valor intrínseco, valor ecológico, genético,
social, económico, científico, educacional, cultural, recreativo e estético. Com tamanha
importância, é preciso evitar a perda da biodiversidade e cada vez mais preservá-la. É por
estas e outras razões que o WWF, através da sua rede internacional, empenha-se na
preservação e conservação da biodiversidade, como forma de garantir a continuidade da
vida no planeta.

Sumário
Há basicamente dois tipos principais de opções de conservação, conservação in-situ e
conservação ex-situ. A biodiversidade não é estática. É um sistema em constante evolução
tanto do ponto de vista das espécies como também de um só organismo. A biodiversidade
não é distribuída igualmente na Terra. Apesar de divididos a respeito dos números, muitos
cientistas acreditam que a taxa de perda de espécies é maior agora do que em qualquer
outra época da história da Terra.

Exercícios

1. Qual a diferença entre os termos: protecção, preservação e


conservação

Auto-avaliação 2. Como se mede a biodiversidade

3. Qual a relação espaço-tempo na biodiversidade


Biogeografia 142

Unidade XXII.
A Legislação sobre a
Biodiversidade

Introdução
A Organização das Nações Unidas proclamou 22 de Maio o Dia Internacional da
Diversidade, como uma forma para sensibilizar e aumentar a compreensão sobre as
questões da biodiversidade. Nesta unidade abordaremos as principais convenções sobre

a biodiversidade, estatuto jurídico sobre a biodiversidade de modo que cada governo se vê


na obrigação de proteger as espécies faunísticas bem como da flora sob perigo de pôr a
própria humanidade em extinção.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer o dia mundial da biodiversidade

 Explicar quais as razões de se instituir esse dia


Objectivos
 Conhecer várias convenções sobre a protecção, conservação e
preservação da fauna e flora

 Conhecer o estatuto jurídico sobre a biodiversidade

Dia mundial da biodiversidade

A Organização das Nações Unidas proclamou 22 de Maio o Dia Internacional da


Diversidade, como uma forma para sensibilizar e aumentar a compreensão sobre as
questões da biodiversidade. Quando criada pela Segunda Comissão da Assembleia
Geral da ONU a 29 de Dezembro de 1993 (data da entrada em vigor da Convenção
Biogeografia 143

da Diversidade Biológica), foi designado Dia Internacional da Diversidade


Biológica.

Em Dezembro de 2000, a Assembleia Geral da ONU aprovou 22 de Maio como o


Dia Internacional da Biodiversidade, para comemorar a aprovação do texto da
Convenção em 22 de Maio de 1992 pelo “Nairobi Final Act of the Conference for
the Adoption of the Agreed Text of the Convention on Biological Diversity”.

Esta data representa um grande ganho para o WWF, uma vez que encoraja a
sociedade no geral, tanto de forma individual ou colectiva, a se engajar mais em
acções de conservação, o que vem fortalecer as actividades que o WWF vem
desenvolvendo em todo o mundo, tendentes a manter um “planeta vivo” onde o ser
humano viva em harmonia com a natureza.

A transferência de 29 de Dezembro para 22 de Maio deveu-se ao facto de a


primeira data coincidir com um período de muitos feriados em vários países, o que
não permitia que muitos países planeassem actividades para essa data.

Convenção sobre Diversidade Biológica

A Convenção Sobre Diversidade Biológica (CBD) estabelece normas e princípios que


devem reger o uso e a protecção da diversidade biológica em cada país signatário.

Em linhas gerais, a Convenção da Diversidade Biológica - CDB propõe regras para


assegurar a conservação da biodiversidade, o seu uso sustentável e a justa repartição dos
benefícios provenientes do uso económico dos recursos genéticos, respeitada a soberania
de cada nação sobre o património existente em seu território.

A Convenção Sobre Diversidade Biológica (CBD) já foi assinada por 175 países (em 1992
durante a Eco-92), dos quais 168 a ratificaram, incluindo o Brasil (Decreto Nº 2.519 de 16
de Março de 1998).
Biogeografia 144

Um dos conflitos entre a CDB e o tratado internacional TRIPS é que, enquanto a CDB,
estabelece princípios de repartição justa e equitativa dos benefícios, valorização dos
conhecimentos tradicionais entre outros, o sistema de patentes do TRIPs protege, assegura
monopólio e propriedade àquele que detém e desenvolve novas tecnologias e produtos,
inclusive os oriundos da biodiversidade acessada por meio de conhecimento tradicional.

As propostas sobre a implementação dos princípios da CDB entre os países mega-


biodiversos e aqueles detentores de tecnologia não avançam em função de que alguns
países, como é o caso dos EUA, não ratificaram esse tratado multilateral. Portanto, não
são obrigados a respeitar (e não respeitam) os princípios da Convenção.

Estatuto jurídico da biodiversidade

A biodiversidade deve ser avaliada e sua evolução, analisada (através de observações,


inventários, conservação…) que devem ser levada em consideração nas decisões políticas.
Está começando a receber uma direcção jurídica.

 A relação "Leis e ecossistema" são muito antigas e tem consequências na


biodiversidade. Está relacionada aos direitos de propriedade pública e privada.
Pode definir a protecção de ecossistemas ameaçados, mas também alguns direitos
e deveres (por exemplo, direitos de pesca, direitos de caça).
 "Leis e espécies" é um tópico mais recente. Define espécies que devem ser
protegidas por causa da ameaça de extinção. Algumas pessoas questionam a
aplicação dessas leis.
 "Lei e genes" têm apenas um século. Enquanto a abordagem genética não é nova
(domesticação, métodos tradicionais de selecção de plantas), o progresso realizado
no campo da genética nos últimos 20 anos leva à obrigação de leis mais rígidas.
Com as novas tecnologias da genética e da engenharia genética, as pessoas estão
pensando sobre o patenteamento de genes, processos de patenteamento, e um
conceito totalmente novo sobre o recurso genético. Um debate muito caloroso,
hoje em dia, procura definir se o recurso é o gene, o organismo, o DNA ou os
processos.

A convenção de 1972 da UNESCO estabeleceu que os recursos biológicos, tais como


plantas, eram uma herança comum da humanidade. Essas regras provavelmente inspiraram
Biogeografia 145

a criação de grandes bancos públicos de recursos genéticos, localizados fora dos países-
recursos.

Novos acordos globais (Convenção sobre Diversidade Biológica), dá agora direito


nacional soberano sobre os recursos biológicos (não propriedade). A ideia de conservação
estática da biodiversidade está desaparecendo e sendo substituída pela ideia de uma
conservação dinâmica, através da noção de recurso e inovação.

Os novos acordos estabelecem que os países devem conservar a biodiversidade,


desenvolver recursos para sustentabilidade e partilhar os benefícios resultantes de seu uso.
Sob essas novas regras, é esperado que o Bioprospecto ou colecção de produtos naturais
tem que ser permitido pelo país rico em biodiversidade, em troca da divisão dos
benefícios.

Princípios soberanos podem depender do que é melhor conhecido como Access and
Benefit Sharing Agreements (ABAs). O espírito da Convenção sobre Biodiversidade
implica num consenso informado prévio entre o país fonte e o colector, a fim de
estabelecer qual recurso será usado e para quê, e para decidir um acordo amigável sobre a
divisão de benefícios. O bioprospecto pode vir a se tornar um tipo de Biopirataria quando
esses princípios não são respeitados.

Decisão 93/626/CEE do Conselho, de 25 de Outubro de 1993, relativa à celebração da


Convenção sobre a diversidade biológica.

A Convenção sobre a diversidade biológica (CDB) (EN) foi assinada pela Comunidade e
por todos os seus Estados-Membros na Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e
Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de Junho de 1992. A decisão
referida adopta a convenção em nome da Comunidade Europeia.

Desde há várias décadas que se observa uma considerável redução da diversidade


biológica à escala mundial e europeia como consequência de determinadas actividades
humanas (poluição, desflorestação, etc.). Segundo um relatório do Programa das Nações
Unidas para o Ambiente (PNUA), em alguns países europeus, já se encontram extintas,
em percentagens que atingem os 24%, espécies de determinados grupos, como borboletas,
aves e mamíferos.
Biogeografia 146

Esta situação é preocupante. Com efeito, uma diversidade biológica adequada limita os
efeitos de determinados riscos ambientais como as alterações climáticas e as invasões de
parasitas. A diversidade é essencial para a viabilidade a longo prazo das actividades
agrícolas e haliêuticas, constituindo a base de vários processos industriais e da produção
de novos medicamentos. A conservação e a utilização sustentável da diversidade biológica
são indispensáveis para alcançar um desenvolvimento sustentável, bem como os
objectivos de desenvolvimento do milénio no tocante à pobreza, à saúde e ao ambiente.
Em 2002, na cimeira mundial sobre o desenvolvimento sustentável de Joanesburgo, os
chefes de Estado do mundo inteiro acordaram na necessidade de reduzir de forma
significativa a taxa de perda da diversidade biológica até 2010. A CDB foi reconhecida
como instrumento principal nesta matéria. Em 2001, o Conselho Europeu de Göteborg
aprovou o objectivo de deter a perda de diversidade biológica na União até 2010.

Os Estados são responsáveis pela conservação da sua diversidade biológica e pela


utilização sustentável dos seus recursos biológicos.

As informações e os conhecimentos relativos à diversidade biológica são, geralmente,


insuficientes. É, por conseguinte, necessário desenvolver capacidades científicas, técnicas
e institucionais que proporcionem um conhecimento básico que permita conceber e aplicar
medidas adequadas com o objectivo de manter a diversidade biológica.

A CDB tem por objectivo a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável


dos seus componentes e a partilha justa e equitativa dos benefícios que advêm da
utilização dos recursos genéticos, inclusivamente através do acesso adequado a esses
recursos e da transferência apropriada das tecnologias relevantes, tendo em conta todos os
direitos sobre esses recursos e tecnologias, bem como através de um financiamento
adequado.

De acordo com a Carta dos Nações Unidas e com os princípios do direito internacional, os
Estados têm o direito soberano de explorar os seus próprios recursos na aplicação da sua
própria política ambiental e a responsabilidade de assegurar que as actividades sob a sua
jurisdição ou controlo não prejudiquem o ambiente de outros Estados ou de áreas situadas
fora dos limites da sua jurisdição.
Biogeografia 147

Sob reserva dos direitos dos outros Estados e salvo disposição expressa em contrário na
convenção, as disposições da convenção aplicam-se em relação a cada parte contratante:

 No caso de componentes da diversidade biológica, em áreas


situadas dentro dos limites da sua jurisdição nacional;
 No caso de processos e actividades realizadas sob sua
jurisdição ou controlo, e independentemente de onde se
manifestem os seus efeitos, dentro ou fora dos limites da sua
jurisdição nacional.

Cada parte contratante deverá, na medida do possível, cooperar directamente com outras
partes contratantes ou, quando apropriado, através das organizações internacionais
competentes, relativamente a áreas fora da sua jurisdição e em outras questões de interesse
mútuo para a conservação e a utilização sustentável da diversidade biológica.

Cada parte contratante deverá, de acordo com as suas condições e capacidades


particulares:

 Desenvolver estratégias, planos e programas nacionais para a


conservação e a utilização sustentável da diversidade biológica ou
adaptar para este fim as estratégias, planos ou programas
existentes;
 Integrar, na medida do possível, a conservação e a utilização
sustentável da diversidade biológica nos planos, programas e
políticas sectoriais ou intersectoriais.

Cada parte contratante deverá, na medida do possível:

 Identificar os componentes da diversidade biológica importantes


para a sua conservação e utilização sustentável, tendo em
consideração a lista indicativa de categorias estabelecida no anexo
I;
 Monitorizar, mediante amostragem e outras técnicas, os
componentes da diversidade biológica identificados, prestando
especial atenção aos que requerem a adopção de medidas urgentes
Biogeografia 148

de conservação e aos que oferecem o maior potencial para a


utilização sustentável;
 Identificar os processos e categorias de actividades que tenham, ou
seja provável que tenham, impactes adversos na conservação e
utilização sustentável da diversidade biológica e monitorizar os
seus efeitos, mediante amostragem e outras técnicas;
 Manter e organizar, mediante qualquer mecanismo, os dados
provenientes das actividades de identificação e monitorização, em
conformidade com os pontos anteriormente referidos.

Cada parte contratante deverá, na medida do possível, adoptar medidas económica e


socialmente correctas que actuem como incentivos para a conservação e a utilização
sustentável dos componentes da diversidade biológica.

A convenção prevê:

 O estabelecimento e a continuação dos programas de educação e de


formação científica e técnica para identificação, conservação e
utilização sustentável da diversidade biológica e seus componentes,
bem como a prestação de apoio para tal fim de acordo com as
necessidades específicas dos países em desenvolvimento;
 O incentivo da investigação que contribua para a conservação e a
utilização sustentável da diversidade biológica, particularmente nos
países em desenvolvimento;
 O incentivo da utilização dos progressos científicos em matéria de
investigação sobre diversidade biológica tendo em vista o
desenvolvimento de métodos de conservação e utilização
sustentável dos recursos biológicos, bem como a promoção de uma
cooperação para esse efeito.
Biogeografia 149

Sumário
A Convenção Sobre Diversidade Biológica (CBD) estabelece normas e princípios que
devem reger o uso e a protecção da diversidade biológica em cada país signatário. De
acordo com a Carta dos Nações Unidas e com os princípios do direito internacional, os
Estados têm o direito soberano de explorar os seus próprios recursos na aplicação da sua
própria política ambiental e a responsabilidade de assegurar que as actividades sob a sua
jurisdição ou controlo não prejudiquem o ambiente de outros Estados ou de áreas situadas
fora dos limites da sua jurisdição.

Exercícios

Auto-avaliação

1. Achas justo a humanidade se preocupar com a biodiversidade. Porquê

2. Enumere 05 leis moçambicanas que abordam a defesa ambiental

3. Defina o termo uso sustentável

4. Temos que estar refém do desenvolvimento em prol da defesa da biodiversidade.


Comente
Biogeografia 150

Unidade XXIII.
As Grandes Regiões Biogeográficas

Introdução
Nesta unidade faremos uma abordagem profunda das regiões biogeográficas começando
com : A região Paleárctica, Região Neoárctica, Região Afro-tropical, e Região
Paleotropical. Far-se-á a localização geográfica e a caracterização da fauna e flora de cada
região.

Ao completer esta unidade / lição, você será capaz de:

 Caracterizar cada uma dessas regiões

Objectivos  Localizar geograficamente cada uma dessas regiões


biogeográficas no mapa

 Enquadrar Moçambique numa dessas regiões biogeográficas


Biogeografia 151

As grandes regiões biogeográficas

A Região Paleártica - Localiza – se : na Europa, norte de África até ao Deserto do


Sahara, norte da Península Arábica, e toda a Ásia, a norte dos Himalaias até à China e
Japão. Região Paleárctica / holárctica também chamada boreal, é a região que inclui
toda a terra existente ao norte de uma linha que passa pelas zonas desérticas do
México, pelo Sahara e pela cordilheira do Himalaia. Envolve ainda uma sub-região
árctica, situada no extremo norte e nas proximidades do círculo polar árctico. Nesta
faixa, a terra encontra-se quase permanentemente coberta de gelo e apenas durante o
rápido verão ocorre o crescimento de ervas, musgos, líquenes e alguns arbustos que
constituem a vegetação característica da tundra. Na parte meridional, não existem
árvores de alto porte: apenas bétulas e sabugueiros. Entre seus animais peculiares
estão o urso polar, a raposa árctica, o lemingo (Lemmus lemmus), a rena, a lebre
árctica, as focas e os leões-marinhos. Convivem também ali algumas espécies de aves
e insectos. Ao sul da sub-região árctica estende-se um cinturão florestal de coníferas
que ocupa a maior extensão da região holárctica. Esse tipo de mata denomina-se taiga
e é integrado por árvores como o pinheiro, o abeto ou o cedro, bem como por arbustos
e líquenes. Seus animais adaptam-se à vida arbórea. Observam-se entre os mais
característicos o lince, o castor, o arminho, o esquilo, o pica-pau e o bico-cruzado.
Alguns dos grandes mamíferos peculiares à paisagem são o cervo canadense e a rena
da taiga. No terço meridional da região holártica estendem-se matas caducifólias e, na
parte centro-asiática, as estepes. A elevação das temperaturas suscita, no extremo sul,
o aparecimento de paisagens como a da floresta mediterrânea europeia, composta
basicamente de azinheiros, carvalhos e diversos arbustos. Nesses pontos mais
meridionais da região holártica, existe um maior número de espécies de anfíbios,
répteis e peixes. Alguns dos animais característicos são o camelo, o veado, o urso
pardo, a camurça, o texugo, a perdiz e o pintarroxo.
Biogeografia 152

Região Neoártica - Localiza – se na: América do Norte, incluindo Groenlândia, até ao


centro do México. Na sub-região neártica, algumas espécies é considerada oriundas da
região neotropical, como o tatu e o gambá. Observa-se na região neotropical grande
diversidade de ambientes, desde os picos andinos até as florestas tropicais das
planícies e planaltos. São espécies autóctonas o tatu, o porco-espinho, o tamanduá-
bandeira, a lhama, a cutia, a chinchila, a sucuri, numerosos macacos e aves

Região afro-tropical ou Etiópica - Localiza – se : na África a sul do Saara e sul da


Península Arábica. Distingue-se uma grande variedade de ambientes: bosques
húmidos, estepes e savanas, em que se registra a mais elevada densidade populacional
de mamíferos em todo o globo. São representativas dessa região espécies como o leão,
o rinoceronte, os antílopes, a girafa, o gorila, o chimpanzé, o elefante, a zebra e
hipopótamo.
A Região afro-tropical ou região etiópica é uma região biogeográfica separada da
parte paleártica pelo deserto do Saara). Inclui metade da península Arábica. O deserto
do Sahara serve como barreira física impedindo que espécies cheguem até outras
localidades (África do Norte, Europa e Ásia), mantendo-se assim o continente
africano, ou boa parte que cabe a região afro-tropical, com características distintas das
demais regiões biogeográficas no quesito de fauna e flora.Porém é notório que certas
espécies que se apresentem na região etiópica tenham-se em demais biogeografias.
Um bom exemplo e o caso da presença de elefantes na região indo-malaio ou oriental,
apesar das diferenças, pelo fato do elefante-africano ser maior e não conter tantos
pelos quanto seu primo asiático que, além disso, e menor e sua orelha lembrando o
formato do mapa da Índia. Isso serve como indicador de que tiveram a mesma origem
obviamente e hoje se encontram em pontos distintos da biogeografia.Há também
características de felinos como a onça-pintada (Panthera onca) presente na região
neotropical, com o leopardo (Panthera pardus).

Região paleotropical - Dentro da região paleotropical, a sub-região oriental apresenta


savanas no planalto central da Índia, florestas tropicais de montanha em sua parte sul-
ocidental e florestas úmidas na zona limítrofe com o Himalaia. Representam bem essa
região o elefante asiático, o tigre, a anta malaia, o rinoceronte asiático, o orangotango,
várias espécies de outros macacos e de morcegos. Outro de seus traços peculiares é a
grande variedade de répteis.
Biogeografia 153

Sumário

A Região Paleártica - Localiza – se : na Europa, norte de África até ao Deserto do Saara,


norte da Península Arábica, e toda a Ásia, a norte do Himalaia até à China e Japão. Região
Neoártica - Localiza – se na : América do Norte, incluindo Groenlândia, até ao centro do
México. Região paleotropical - Dentro da região paleotropical, a sub-região oriental
apresenta savanas no planalto central da Índia. Região afro-tropical ou Etiópica - Localiza
– se : na África a sul do Sahara e sul da Península Arábica

Exercícios

1. Caracterize as regiões Afro-Tropical e Paleoárctica

2. Enquadre Moçambique numa dessas regiões e diga porquê aí o


Auto-avaliação enquadraste.

3. Faça um esboço de planisfério e localize essas regiões pintando as


mesmas em cores diferentes.
Biogeografia 154

Unidade XXIV.
As Regiões biogeográficas marinhas e
as grandes regiões biogeográficas do
sul

Introdução
Nesta unidade daremos continuidade ao estudo das regiões biogeográfica mas desta feita
as da região do Hemisfério Sul como : Região Australiana, região Antárctica, região Indo
– Malaia, regiões biogeográficas aquáticas onde realçaremos os ambiente das águas doces
e ambientes marinhos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer as regiões biogeográficas do hemisfério sul

Objectivos  Caracterizar as regiões biogeográficas desta região


 Conhecer as regiões biogeográficas aquáticas
 Caracterizar a fauna dessas regiões
Biogeografia 155

Regiões biogeográficas marinhas

As regiões biogeográficas marinhas são delimitadas por zonas climáticas e por


correntes oceânicas, que podem servir de fronteiras para vários tipos de seres vivos.
Estas grandes regiões podem ainda ser subdivididas e recentemente usa-se o conceito
de grande ecossistema marinho como a unidade de estudo e conservação das espécies
marinhas

As grandes regiões biogeográficas que se localizam principalmente no hemisfério


sul

A região Australiana – esta região Australiana que na verdade deveria denominar-se


oceânica, possui uma fauna muito particular, composta de marsupiais e
monotremados, grupo a que pertence o conhecido ornitorrinco.

Região Antárctica - Por estar a região antárctica permanentemente coberta de gelo, torna-
se difícil ali o desenvolvimento das condições adequadas à vida. A maior parte dos
animais dessa área habita as faixas litorâneas, em que vivem pinguins, albatrozes, focas e
alguns insectos. A vegetação é semelhante à da tundra em algumas ilhas subantárticas.
O limite entre a região neotropical e a sub-região neártica encontra-se aproximadamente
sobre a latitude do estado mexicano de Sonora. Considera-se que, do ponto de vista
evolutivo, a união entre as duas zonas ocorreu em época relativamente recente, motivo
pelo qual a primeira desenvolveu uma fauna tão peculiar como a australiana.
Região Indo – malaia - Dentro da região paleotropical, a sub-região oriental apresenta
Biogeografia 156

savanas no planalto central da Índia, florestas tropicais de montanha em sua parte sul-
ocidental e florestas úmidas na zona limítrofe com o Himalaia. Representam bem essa
região o elefante asiático, o tigre, a anta malaia, o rinoceronte asiático, o orangotango,
várias espécies de outros macacos e de morcegos. Outro de seus traços peculiares é a
grande variedade de répteis.

As grandes regiões biogeográficas que se localizam principalmente no hemisfério sul

A região Australiana – esta região Australiana que na verdade deveria denominar-se


oceânica, possui uma fauna muito particular, composta de marsupiais e monotremados,
grupo a que pertence o conhecido ornitorrinco.

Região Antárctica - Por estar a região antárctica permanentemente coberta de gelo, torna-
se difícil ali o desenvolvimento das condições adequadas à vida. A maior parte dos
animais dessa área habita as faixas litorâneas, em que vivem pinguins, albatrozes, focas e
alguns insectos. A vegetação é semelhante à da tundra em algumas ilhas subantárticas.
O limite entre a região neotropical e a sub-região neártica encontra-se aproximadamente
sobre a latitude do estado mexicano de Sonora. Considera-se que, do ponto de vista
evolutivo, a união entre as duas zonas ocorreu em época relativamente recente, motivo
pelo qual a primeira desenvolveu uma fauna tão peculiar como a australiana.
Região Indo – malaia - Dentro da região paleotropical, a sub-região oriental apresenta
savanas no planalto central da Índia, florestas tropicais de montanha em sua parte sul-
ocidental e florestas húmidas na zona limítrofe com os Himalaias. Representam bem essa
região o elefante asiático, o tigre, a anta malaia, o rinoceronte asiático, o orangotango,
várias espécies de outros macacos e de morcegos. Outro de seus traços peculiares é a
grande variedade de répteis.

Sumário

As regiões biogeográficas marinhas são delimitadas por zonas climáticas e por


correntes oceânicas, que podem servir de fronteiras para vários tipos de seres vivos. A
região Australiana – esta região Australiana que na verdade deveria denominar-se
oceânica, possui uma fauna muito particular, composta de marsupiais e
monotremados, grupo a que pertence o conhecido ornitorrinco. Região Antárctica Por
Biogeografia 157

estar a região antárctica permanentemente coberta de gelo, torna-se difícil ali o


desenvolvimento das condições adequadas à vida. A maior parte dos animais dessa
área habita as faixas litorâneas, em que vivem pinguins, albatrozes, focas e alguns
insectos.
Biogeografia 158

1. Caracterize o ambiente aquático da água doce

Auto-avaliação

2. Como proteger o ambiente aquático da água doce e marinha.


Demonstre com exemplos concretos
Biogeografia 159

ACÇÃO - A acção é o efeito exercido pelo biótopo pela biocenose.

ÁCIDO ÚRICO - Produto de excreção eliminado por répteis e aves.

ACLIMAÇÃO OU ACLIMATAÇÃO - Adaptação dos organismos a condições de


ambiente diversas das habituais anteriores.

ADAPTAÇÃO - Acomodação de um organismo a condições adversas.

ADAPTAÇÃO CONVERGENTE - Ocorre entre animais pertencentes a grupos diferentes


que vivem no mesmo habitat. Ex. rã (anfíbio), jacaré (réptil) e hipopótamo (mamífero),
animais de habitat aquático, nos quais olhos e orifícios nasais ficam sempre acima da linha
de água.

ADUBOS - Substâncias essenciais ao perfeito desenvolvimento das plantas.

AERAÇÃO DO SOLO - A porosidade do solo regula a circulação de água, do ar e de


muitos animais. Um solo compacto e pouco poroso pode impedir as imigrações verticais
dos animais sensíveis à temperatura e à humidade, impedindo, deste modo, a existência
deles.

ÁGUAS LÊNTICAS - Águas paradas, ou estagnadas. Águas de lagos, lagoas e represas.

ÁGUAS LÓTICAS - Águas correntes, ou seja dos rios.

ALOPÁTRICA - Duas espécies vizinhas são alopátricas quando suas áreas de distribuição
são distintas, seus nichos ecológicos podem ser separados ou então sobrepor-se
parcialmente.

AMENSALISMO - Relação que consiste na inibição do crescimento de uma espécie,


chamada amensal, por produtos de secreção de outra espécie.

AMÔNIA (NH3) - Substância muito tóxica excretada pelos peixes ósseos.

ANÁDROMA - Migração de certos peixes (salmão, por exemplo) do mar para os rios.

ANEMOCORIA - Dispersão da semente por acção do vento.

ANTAGONISMO – quando uma espécie impede pela sua presença o desenvolvimento da


outra

ASSOCIAÇÃO - As associações são agrupamentos de espécies mais localizados e capazes


de serem definidos com precisão.
Biogeografia 160

AUTÓTROFOS - organismos que conseguem sintetizar substância orgânica a partir de


substância inorgânica.

BACTÉRIAS DENITRIFICANTES - São bactérias encontradas no solo e que a partir de


nitratos produzem o nitrogénio livre que volta para atmosfera.

BACTÉRIORRIZA - Mutualismo encontrado entre bactérias do género Rhizobium e


raízes de leguminosas.

BANQUISA - Águas em estado sólido sobre as águas oceânicas.

BENTOS - Compreende organismos fixados no fundo (bentos sésseis) e organismos


móveis (bentos vagantes) que só se deslocam nas vizinhanças imediatas.

BIOCENOSE - Colectividade de animais e vegetais dentro de um mesmo biótipo, cujos


membros formam, em dependência recíproca, um equilíbrio biológico dinâmico.

BIOCENÓTICA - o mesmo que sinecologia.

BIOCÓRION - É a unidade do biótipo com distribuição horizontal, como por exemplo,


um tronco de árvore abatida, um montão de pedras, um cadáver de mamífero.

BIOCICLO - Parte da biosfera com características próprias.

BIOCORA - Parte do bio ciclo com características próprias.

BIOGEOCENOSE - Sinónimo de ecossistema.

BIOGEOGRAFIA - Ciência que estuda a distribuição dos seres vivos na natureza.

BIOMA - Comunidade biótica que se caracteriza pela uniformidade fisionómica da flora e


da fauna que a formam e se influenciam mutuamente.

BIOTA - Flora e fauna de uma região

BIÓTOPO - Espaço limitado onde vive uma biocenose.

BIOSFERA - Espaço ambiental terrestre em que existe vida.

BIÓTOPO - Termo designativo de organismos com idêntica constituição genética.

CADEIA ALIMENTAR - É uma sequência de seres vivos, na qual uns comem aqueles
que os precedem na cadeia, antes de serem comidos por aqueles que os seguem.
Biogeografia 161

CADUCIFOLIA - Planta que perde as folhas em épocas desfavoráveis.

CAMÉFITOS - Também chamados vegetais anãos, têm seus brotos acima do solo, porém,
a menos de 50 cm, o que lhes permite ser protegidos pela neve do inverno.

CAMPO - Bioma com distribuição geográfica variada: centro da América do Norte,


Centro-leste da Europa, parte da América do Sul. De dia, a temperatura é alta, mas cai ã
noite. Muita luz, muito vento e pouca humidade. Recobertos por único estrato de
vegetação, predominando as gramíneas. A massa de vegetação por unidade de área é
menor por problema de água, por condições oligominerais e porque nos campos existem
muitos consumidores primários: insectos, roedores, ungulados. Acompanham predadores:
cobras, aves de rapina, carnívoras. Distinguem-se um campo limpo (pampa, estepe),
muito uniforme e um campo sujo (cerrado, savana), com vegetação arbórea e arbustiva e
espaçamento entre grupos dos mesmos.

CATÁDROMA - Migração de peixes de água doce para o mar (Exemplo: enguia).

CENÓBIO - Colónia que se origina a partir de um só indivíduo.

CICLO BIOGEOQUÍMICO - Transporte de matéria nos ecossistemas, no qual os


diversos elementos são constantemente reciclados.

CLIMATOGRAMA - É uma maneira clássica de representação do clima de uma região.


Coloca-se geralmente a temperatura em ordenadas e a pluviosidade em abcissas.

CLÍMAX - Na chamada sucessão ,o fim da evolução da série é representado por uma


biocenose ou comunidade estável, em equilíbrio com o meio, denominada clímax.

CLONE - Conjunto de seres originados de um mesmo indivíduo.

COAÇÃO - É a influência que os organismo exercem uns sobre os outros.

COMENSALISMO - Associação em que uma das espécies se beneficia, usando restos


alimentares de outra espécie, que não é prejudicado.

COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA - Relação entre indivíduos de espécies diferentes,


que concorrem pelos mesmos factores do ambiente.

COMPETIÇÃO INTRAESPECÍFICA - Relação entre indivíduos da mesma espécies,


que concorrem pelos mesmos factores do ambiente.

COMUNIDADE - O mesmo que biocenose.

CONSUMIDORES - Organismos que não conseguem sintetizar a substância orgânica a


partir de substâncias inorgânicas. Estão na dependência dos produtores, são heterotrófos.

COOPERAÇÃO - Ocorre quando as duas espécies formam uma associação, mas esta não
é indispensável, podendo cada qual viver isoladamente, mas a associação traz vantagens
para ambas.
Biogeografia 162

CRESCIMENTO DE POPULAÇÕES - O crescimento de uma população é devido


essencialmente a dois fenómenos opostos, a natalidade e a mortalidade, as quais é possível
acrescentar a emigração e a imigração.

CRIPTÓFITO - São as ”planta escondidas” que não têm órgãos vestigiais visíveis durante
a má estação.

DECOMPOSITOR - Tipo especial de consumidor. Alimenta-se de substâncias orgânicas


em decomposição e tem grande importância na reciclagem da matéria na natureza.

DENSIDADE DAS POPULAÇÕES - A densidade de uma população é o número de


indivíduos presentes por unidade de superfície ou volume.

DESERTO - Bioma encontrado na Austrália, Arábia, Atacada (Chile), Sahara (África).


Maior parte do solo descoberta; pouca vegetação, solo muito árido. Pouca chuva e muito
irregular: fortes, de pequena duração, sem infiltração. Dias muito quente e noite muito
frias. Pouca humidade. Ventos fortes. Plantas de crescimento rápido; raízes longas e
horizontais; capacidade de armazenamento de água (cetáceas).

Em desertos nos Estados Unidos, encontram-se arbustos separados por intervalos


regulares: é auto-regulação, em que as folhas eliminam hormônios que inibem o
desenvolvimento dos vizinhos (amensalismos).

Predominam roedores: vivem em tocas de dia e saem ã noite; retiram água das sementes
que comem ou do orvalho. Répteis, aves e insectos. Escorpiões. Camelo (adaptação ao
calor excessivo). Os mamíferos do deserto têm adaptações para conseguir sobreviver ao
calor e à secura: ausência ou redução do número de glândulas sudoríferas. urina
concentrada, fezes concentrada e suportar falta de água pela suspensão do metabolismo.

DETRITÍVOROS - Em um certo número de casos, as cadeias alimentares começam pela


matéria orgânica morta e os consumidores primários são denominados detritívoros.

DISPERSÃO -Processo em que o indivíduo é passivamente transportado para outras


áreas. Ocorre principalmente com frutos e sementes.

ECESIS - É a capacidade de uma espécie pioneira se reproduzir numa área nova.

ECOLOGIA - Estudo das relações entre os seres vivos e o meio ambiente

ECOSSISTEMA - A biocenose e seu biótopo constituem dois elementos inseparáveis que


reagem um sobre o outro, para produzir um sistema mais ou menos estável que recebem o
nome de ecossistema.

ECÓTONE - É a região de transição entre duas biocenoses.

EDÁFICO - Relativo ou pertencente ao solo.

EMIGRAÇÃO - Saída de indivíduos de uma população.


Biogeografia 163

ENDEMIA - Doença infecciosa que se refere a uma determinada região.

EPIDEMIA - Doença infecciosa que se refere a uma determinada região.

EPILÍMNIO - Zona superficial de um lago, agitada pelo vento, rica em oxigénio


dissolvido e em fito plâncton, bem iluminada, e na qual a temperatura declina lentamente
com a profundidade.

EPINOCICLO - O mesmo que bio ciclo terrestre.

ESPÉCIES ALOPÁTRICAS - Espécies que possuem distintas áreas de distribuição.

ESQUIÁFILA - Planta de sombra, o mesmo que umbriófila.

ESTENOALINO - Organismo que não suporta grande variação de salinidade.

ESTENOBÁRICO - Organismo que não suporta uma grande variação de pressão.

ESTENOÉCIA - É a espécie que só pode suportar uma grande variação de pressão.

ESTENOTERMO - Organismo que não suporta uma grande variação de temperatura.

ESTRATIFICAÇÃO - Distribuição de indivíduos de uma biocenose no plano vertical. A


unidade com distribuição vertical é o estrato.

ETOLOGIA - Estudo do comportamento dos seres vivos.

EVAPOTRANSPIRAÇÃO – é a evaporação da água para atmosfera por transpiração das


plantas, animais

EURIALINO - Organismo que suporta uma grande variação de salinidade.

EURIBÁRICO - Organismo que suporta uma grande variação de pressão.

EURIÉCIA - Espécie capaz de suportar grandes variações de factores ecológicos e


povoar meios muito diferentes.

EURITÉRMICO - Organismo que suporta uma grande variação de temperatura.

FANERÓFITO - Vegetal com rebentos a mais de 50 cm do solo. É o caso de árvores.

FITOPLÂNCTON - Plantas microscópicas flutuantes.

FLORESTA TEMPERADA - ( = decídua ou caducifólia). Ocorre no leste dos Estados


Unidos, Europa Ocidental, China, Manchúria, Japão e Coréia. Recebe mais energia ainda.
Precipitação ainda pequena (110 cm/ano), mas o ano todo. Quatro estações bem definidas.
Estação de crescimento mais longa. As folhas caem das árvores e arbustos no outono
Biogeografia 164

(dicotiledônea caducofólias), como defesa contra a seca fisiológica. Muitos animais que
migram, adaptam-se ou hibernam no inverno.

EXTRATIVISMO - Extracção das riquezas naturais, vegetais, animais e minerais, com


finalidades económicas e sem a preocupação com o seu cultivo prévio ou a sua reposição

FLORESTA TROPICAL - ( = pluvial ou latifoliada). Fica entre os trópicos. Amazónia,


Índias Orientais, Congo. Grande suprimento de energia, com baixa pressão.

Chuvas regulares e abundantes (330 cm/ano). Floresta luxuriante e de crescimento rápido.


Nítida estratificação em andares (microclimas), vertical:

a) - Superiores (= topo) - mais de 40 m de altura. Recebe muita energia de dia, aquece-se


e à noite perde calor por irradiação, de que modo que a humidade varia, mas de modo
geral é quente e seco. As copas são arredondadas, as folhas são largas e de cutícula fina,
eliminando excesso de água. Relativamente pobre em fauna.

b) - Médio - de 5 a 25 metros de altura. Como a luz dificilmente penetra pelo topo, este
estrato ( = esta sinúsia) é escuro; e quente e húmido. Muito rico. São favorecido os cipós e
um intenso epifitismo (musgos, líquenes, samambais, orquídeas, bromélias). Insectos:
dípteros, coleópteros, himenopteros, lepidopteros. Aves: verde-cinzentas (homocronia).
Mamíferos: platirrinos, morcegos, roedores, ouriço, serelepe, xernartros: - preguiça e
tamanduá (só na América do Sul), gamba, coati. Repteis: jibóia, lagartos.

c) Inferior - escuro, quente, húmido; pouca vegetação rasteira pela falte de luz, retida nos
outros andares, mas aparece muita matéria vegetal em decomposição.

FLUTUAÇÃO - Grande variação que sofre uma população.

FORESIA - Hábito de um animal se fazer transportar por outro, sem haver parasitismo.

GREGÁRIO - Que vive em bando

GELOS OCEÂNICOS - Icebergs

HABITAT - Lugar onde vive uma espécie.

HALÓFITA - Planta que vive em solo salgado.

HELIÓFILO - Planta de sol.

HELIOTÉRMICO - Animal pecilotermo que se aquece ao sol, tomando posições que os


fazem aproveitar ao máximo os raios solares

HEMICRIPTÓFITA- Planta com brotos invernais situados rente ao solo e envolvidos


por uma roseta de folhas quase sempre persistentes ou por escamas protectoras.
Biogeografia 165

HETERÓTROFO - Organismo incapaz de sintetizar as substâncias orgânicas de seu


corpo a partir de substâncias minerais e que, portanto, tem de absorver substâncias
orgânicas do meio. São heterótrofos animal e vegetais aclorofilados.

HIDROCORIA - Disseminação de frutos e sementes através da água.

HIBERNAÇÃO - Parada no desenvolvimento provocada por baixa temperatura.

HIGRÓFILOS - Organismos que só podem viver em meios muito húmido,


frequentemente saturados ou próximos da saturação.

HIPOLÍMIO - Zona profunda de um lago, pouco iluminada ou mesmo inteiramente


escura, pobre em fito plâncton e cuja temperatura varia pouco durante o ano.

HOMEOSTASIA - Tendência à estabilidade de um ecossistema, isto é, uma


interdependência cada vez mais acentuada com relação às perturbações de origem externa.

HÚMUS - Terra rica em organismos em decomposição.

IMIGRAÇÃO - Entrada de indivíduos na população.

INDIVÍDUO - Unidade da população.

INFECÇÃO - Doença causada por um organismo unicelular.

INFESTAÇÃO - Doença causada por um organismo pluricelular.

INVERSÃO TÉRMICA - Pouco antes do pôr-do-sol, produz-se o fenómeno da inversão


térmica, em virtude do qual o ar se torna cada vez mais frio, quando nos aproximamos do
solo. Um solo bom condutor de calor aquece-se muito durante o dia e resfria-se muito
durante a noite.

LIXIVIAÇÃO - Lavagem do solo pela água das chuvas.

LÍQUEN - Associação mutualista entre alga e fungo.

LIMNOCICLO - O bio ciclo da água doce.

LENÇOL FREÁTICO - Lençol de água subterrânea situada sobre uma camada de


terreno impermeável, geralmente argila.

LEI DO MÍNIMO - Deve-se a Liebig (1840) o enunciado da “Lei do Mínimo”: o


crescimento dos vegetais é limitado pelo elemento cuja concentração é inferior ao valor
mínimo, abaixo do qual as sínteses não podem mais fazer-se.

LAGO OLIGOTRÓFICO - São lagos profundos, tendo um importante hipolímnio. Em


sua zona profunda, de baixa temperatura, o teor de oxigénio é elevado, a produção é fraca,
é lenta a decomposição dos cadáveres de animais e vegetais.
Biogeografia 166

LAGO EUTRÓFICO - São lagos pouco profundos e suas águas, nas proximidades do
fundo, tem temperatura mais elevada que no caso dos lagos oligotróficos. A produtividade
é importante, os fenómenos de decomposição bacteriana são intensos e as águas são
verdes.

LAGO DISTRÓFICO - Lagos ricos em ácidos húmicos que tornam as águas ácidas e de
cor escura. Neles a vegetação é rara.

MUTUALISMO Associação necessária à sobrevivência de duas espécies que se


beneficiam mutuamente. Cada espécie só pode sobreviver, crescer e reproduzir-se na
presença de outra.

MORTALIDADE - Número de mortes ocorrida em um determinado tempo, em


determinada área.

MONÓFAGA - Espécie de parasita que só subsiste a custa de um único hospedeiro.

MIMETISMO - Semelhança externa, na forma ou na cor, entre uma espécie e outra, ou


entre uma espécie e o meio ambiente; tal semelhança protege os miméticos contra os
predadores.

MIGRAÇÃO - Corrente de indivíduos que deixa de participar de uma população e passa


a pertencer à outra população.

MICROCLIMA - Corresponde ao clima da escala e no nível do organismo. Seu estudo


deve colocar em evidência a importância do meio.

MICORRIZA - Tipo de mutualismo encontrado entre fungos e raízes vegetais.

MESOIDISMO - Mimetismo simultâneo por homocromia e homotipia.

MESÓFILOS - Organismos que têm moderadas necessidades de água ou de humidade


atmosférica e suportam as alternâncias das estações seca e húmida.

MESOCLIMA - O macro clima sofre localmente modificações em vários de seus


elementos, o que determina um mesoclima (clima local). O clima de uma floresta, de um
vertente são mesoclimas.

MACROCLIMA - Também chamado clima original é o resultado da situação geográfica


e orográfica.

NATALIDADE - Número de nascimentos ocorrido num determinado tempo, em


determinada área.

NÉCTON - É o conjunto das espécies capazes de viver em plena água e se deslocar


activamente contra as correntes marinhas.

NEUTRALISMO - As duas espécies são independentes, não tendo qualquer influência


uma sobre a outra.
Biogeografia 167

NICHO ECOLÓGICO - É o papel que o organismo desempenha no ecossistema. O


conhecimento de nicho ecológico permite responder às seguintes questões: como, onde e à
custa de quem a espécie se alimenta, por quem é comida, como e onde descansa e se
reproduz.

NITRAÇÃO - Formação de nitrato a partir de nitritos. É feita por bactérias (Nitrobracter).

NITRIFICAÇÃO - Passagem de amónia para nitrito e deste para nitrato. São reacções
realizadas por bactérias.

NITROBACER - Bactérias importantes no fenómeno da nitracção.

NITROZAÇÃO - Formação de nitrito a partir de amónia. É uma transformação feita por


bactérias (Nitrosomonas).

NITROSOMAS - Bactérias importantes no fenómeno da nitrozação.

NÍVEL TRÓFICO - Diz-se que os organismos pertencem ao nível trófico quando são
separados pelo mesmo número de etapas. Os vegetais clorofilinos na cadeia alimentar pelo
mesmo número de etapas. Os vegetais clorofilinos constituem por definição o primeiro
nível trófico.

OLÍFAGAS - Espécies que vivem às expensas de algumas espécies frequentemente


vizinhas umas das outras.

OSCILAÇÃO - Pequena variação.

PANDEMIA - doença infecciosa que atinge 100% da população.

PARASITISMO - Associação onde uma espécie (parasita) vive dentro ou sobre outra
(hospedeiro), tirando proveito para si, e prejudicando o hospedeiro.

PARASITISMO FITOFÍTICO - Aquele em que um vegetal parasita outro vegetal

PARASITA INTERMITENTE - Parasita que só exerce a acção parasitária em certa fase


do desenvolvimento.

PARASITISMO ZOOFÍTICO - Parasitismo em que um animal parasita um vegetal.

PEDOLOGIA - Ciência que estuda o solo.

PELÁGICO - Relativo ao mar aberto.

PEGADA ECOLÓGICA - É um importante instrumento de avaliação dos impactos


antrópicos no meio natural. Usada como indicador de sustentabilidade ambiental. Mede e
gerencia o uso de recursos naturais, como terra e água, por exemplo, necessários para
sustentar as gerações actuais, tendo em conta os recursos materiais e energéticos gastos
por uma determinada população. A pegada contrasta o consumo dos recursos naturais
pelas actividades do homem com a capacidade de suporte da natureza e mostra se os
Biogeografia 168

impactos são sustentáveis a longo prazo. Possibilita também que se façam comparações
entre indivíduos, cidades e nações. Calcula em hectares a área necessária para produzir o
que o ser humano consome e para absorver os resíduos desses processos durante um ano.
A conta é feita considerando toda a quantidade de água e de espaço físico necessário para
o plantio, pastagem, pesca etc. É conhecida em inglês pela expressão “ecological
footprint”.

PIONEIROS - São os primeiros organismos a se instalarem em um meio que está em


processo de sucessão ecológica.

PIRÂMIDES DAS BIOMASSAS - Representação da cadeia onde cada degrau indica,


para cada nível trófico, a quantidade de matéria viva presente.

PIRÂMIDES DAS ENERGIAS - Representação de cadeia alimentar onde cada nível


trófico é representado por um triângulo, cujo comprimento é proporcional ao número de
indivíduos presentes em cada nível trófico.

PIRÂMIDES DOS NÚMEROS - Representação gráfica da cadeia alimentar onde cada


degrau é um rectângulo, onde o comprimento é proporcional ao número de indivíduos
presentes em cada nível trófico.

PLÂNCTON - Compreende o conjunto de organismos

POLÍFAGO - Espécies que atacam grande número de espécies.

POPULAÇÃO - É o conjunto dos indivíduos da mesma espécie que vivem em um


território, cujos limites são geralmente os da biocenose da qual esta espécie faz parte.

POTENCIAL BIÓTICO - É a capacidade natural de crescimento da população.

PREDATISMO - Predador é o organismo que procura alimento vivo, animal ou vegetal.

PRODUTORES - São os vegetais clorofilinos, isto é, os organismos capazes de fabricar e


acumular energia potencial sob forma de energia química, presente nas matérias orgânicas
sintetizadas.

PRODUTIVIDADE BRUTA - A quantidade de matéria viva produzida durante a


unidade de tempo por um nível trófico determinado ou por um de seus constituintes.

PRODUTIVIDADE LÍQUIDA - É a produtividade bruta menos a quantidade de matéria


viva degradada pelos fenómenos respiratórios.

PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA - É a produtividade dos seres auto tróficos.

PLANTAS UMBRÓFITAS- são plantas que necessitam de fraca intensidade luminosa,


desenvolvem-se nas sombras

PLANTAS HELIÓFITAS – aquelas que se desenvolvem nos lugares de forte


Biogeografia 169

PESTICIDAS - Designa-se pelo nome de pesticidas ou defensivos o conjunto dos


produtos químicos destinados a lutar contra os animais e os vegetais considerados nocivos.

QUIMIOSSÍNTESE - Processo que consiste na síntese de substância orgânica com


energia obtida por um processo químico.

QUIMIOTÉRMICO - Animal pecilotérmico que pode aumentar a temperatura, graças a


uma intensa actividade muscular.

RADIAÇÃO ADAPTATIVA - Devido à actuação da selecção natural só subsistem as


formas melhor adaptadas. para designar este fenómeno emprega-se o termo radiação
adaptativa.

REAÇÃO - Designa-se por este nome a influência exercida por uma biocenose sobre seu
biótopo.

REDE ALIMENTAR - Desde que um mesmo animal ou um vegetal pode servir de


alimento a carnívoros ou a herbívoros variados, as diversas cadeias alimentares
entrelaçam-se muitas vezes entre si e constituem assim uma rede alimentar.

SAPRÓFORO - O mesmo que decompositor.

SIMBIOSE - qualquer tipo de relação existente entre organismos.

SIMPÁTRICAS - Duas espécies são simpátricas quando coabitam em uma área mais ou
menos vasta, seus nichos ecológicos podem sobrepor-se parcialmente, ou então um pode
estar totalmente incluído no outro.

SINECOLOGIA - É a parte da ecologia que analisa as relações entre os indivíduos


pertencentes às diversas espécies de um grupo e seu meio.

SINUSIA - São comunidades muito restritas que nem por isso deixam de ser bem
definidas e delimitadas no espaço. Exemplo: um tronco de árvore morta, um cadáver em
decomposição.

SUCESSÃO ECOLÓGICA - É uma série de estágios do desenvolvimento de uma


comunidade estável.

SUCESSÕES PRIMÁRIAS - Correspondem à instalação dos seres vivos em um meio


que nunca tinha sido povoado.

SUCESSÕES SECUNDÁRIAS - Aparecem em um meio que já foi povoado, mas do


qual foram eliminados os seres vivos por modificações climáticas, geológicas ou por
intervenção do homem.

TAIGA - É a floresta das coníferas, aciculifoliada ou ainda boreal. Fica entre o Círculo
Polar Árctico e 60 de latitude norte e também não existe no hemisfério sul; abrange parte
da Sibéria, do norte, da Europa e do Canadá. Pouca energia solar, embora mais do que na
Tundra. só duas estações, mas o verão é mais longo (3 meses). Temperatura mais amena.
Biogeografia 170

Pouca chuva (30 mm/ano). árvores e florestas de coníferas (abetos, pinheiro e cedro) que
cobrem o solo, dando em consequência pouca vegetação rasteira. Três meses de
crescimento. Seca fisiológica. Folhas de área pequena, com forma de agulha (floresta
aciculifoliada), xerofítica. Aves e mamíferos. hibernação parcial (urso). Alce, lobo, marta,
lince, roedores e o caribu que desce da Tundra.

TALASSOCICLO - Biociclo marinho.

TEIA ALIMENTAR - entrelaçamento de cadeias alimentares.

TERMOCLINO - Zona de transição (intermediária de um lago, onde a temperatura


decresce rapidamente de um grau pelo menos por metro.

TUNDRA - fica na região circumpolar norte; não existe no hemisfério sul. Pouca energia
solar. Alta pressão. Pouca precipitação (10 cm/ano). Só duas estações: Inverno longo e
frio e verão curto (dois meses). neve e solo gelado; a camada superior do solo degela no
verão, mas o subsolo permanece congelado. Os organismos estão adaptados a uma curta
estação de degelo e pouca humidade. Poucas espécies. Vegetação rasteira. líquenes e
musgos; plantas com períodos curtos de crescimento e floração. No verão: moscas,
mosquitos, aves marinhas, roedores e seus predadores. No Inverno, roedores que
conseguem sobreviver em baixo da neve; esquilos hibernantes; aves, caribu e rena
(ungulados) migrantes; lobos que conservam a actividade; homocromia por
embranquecimento (raposas, lebres, perdiz, etc.).

UMBRÓFILO - Vegetal que se desenvolve na sombra.

XERÓFILAS - Espécies que vivem em meios secos, onde é acentuado o déficit de água,
tanto no ar, quanto no solo.

XERÓFITA - Planta que se desenvolve em região árida.

XEROMORFISMO - Refere-se a características apresentadas pelos vegetais xerófitos.

XEROMORFO - Vegetal com caracteres morfológicos que evidenciam sua adaptação à


seca.

XEROSERE - Sucessão cujo estágio inicial ocorre em local seco.

ZONA ABISSAL - É o ambiente marinho que se estende desde 2000 metros até maiores
profundidades.

ZONA AFÓTICA - Zona marinha abaixo de 400 metros; não apresenta luz.

ZONA BATIAL - é o meio marinho com profundidades de 200 até 2000 metros. Tem
escassez de animais.

ZONA DISFÓTICA - Região marinha com luz difusa; situa-se entre 100 a 400 metros

ZONA EUFÓTICA - Tem boa penetração de luz e vai até 100 metros de profundidade.
Biogeografia 171

ZONA LITORÂNEA - É a zona afetada pelas marés. Apresenta abundância de luz,


oxigênio e alimento.

ZONA NERÍTICA - É o ambiente marinho situado abaixo do nível das marés, indo até
200 metros de profundidade. Apresenta grande importância econômica pela riqueza de
plâncton e nécton.

ZOOCORIA - Disseminação de frutos e sementes por animais.


Biogeografia 172

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