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Manual de Curso de licenciatura em Ensino de

Geografia – 2o ano

Geomorfologia
G0202

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino a Distância
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Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância
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Moçambique  Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a


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Agradecimentos
A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e o autor do presente manual,
dr. Arlindo Cesário, gostariam de agradecer a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na
elaboração deste manual:

Pela maquetização e revisão final dr. Heitor Simão Mafanela Simão

Elaborado Por: dr. Arlindo Cesário

Licenciado em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica – Beira


Colaborador do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia no CED
Mestrando em Ensino de Geografia e Gestão Ambiental

Coordenação, Maquetização e Revisão Final: dr. Heitor Simão Mafanela Simão

Licenciado em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica – Beira


Mestrando em Ciências e Sistemas de Informação Geográfica
Coordenador do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia no CED
Índice
Visão geral 1
Bem-vindo a Geomorfologia.............................................................................................1
Objectivos do curso...........................................................................................................1
Quem deveria estudar este módulo....................................................................................2
Como está estruturado este módulo...................................................................................3
Ícones de actividade...........................................................................................................3
Acerca dos ícones...........................................................................................4
Habilidades de estudo........................................................................................................4
Precisa de apoio?...............................................................................................................4
Tarefas (avaliação e auto-avaliação).................................................................................5
Avaliação...........................................................................................................................6

Unidade I 7
Geomorfologia Estrutural..................................................................................................7
Introdução................................................................................................................7
Sumário............................................................................................................................15
Exercício..........................................................................................................................16

Unidade II 17
Métodos e Técnicas da Geomorfologia...........................................................................17
Introdução..............................................................................................................17
Sumário............................................................................................................................23
Exercícios........................................................................................................................24

Unidade III 25
Os Princípios de análise do relevo...................................................................................25
Introdução..............................................................................................................25
Sumário............................................................................................................................38
Exercícios........................................................................................................................38

Unidade IV 39
Sistemas Geomorfológicos..............................................................................................39
Introdução..............................................................................................................39
Sumário............................................................................................................................42
Exercícios........................................................................................................................42

Unidade V 43
O Relevo Terrestre...........................................................................................................43
Introdução..............................................................................................................43
Geomorfologia ii

Sumário............................................................................................................................49
Exercícios........................................................................................................................49

Unidade VI 50
As formas de relevo.........................................................................................................50
Introdução..............................................................................................................50
Sumário............................................................................................................................56
Exercícios........................................................................................................................56

Unidade VII 57
As grandes unidades estruturais do mundo.....................................................................57
Introdução..............................................................................................................57
Sumário............................................................................................................................59
Exercícios........................................................................................................................59

Unidade VIII 60
Introdução a cartografia geomorfológica.........................................................................60
Introdução..............................................................................................................60
Sumário............................................................................................................................70
Exercícios........................................................................................................................71

Unidade IX 72
A erosão...........................................................................................................................72
Introdução..............................................................................................................72
Sumário............................................................................................................................91
Exercícios........................................................................................................................91

Unidade X 92
Erosão Hídrica.................................................................................................................92
Introdução..............................................................................................................92
Sumário............................................................................................................................98
Exercícios........................................................................................................................98

Unidade XI 99
Erosão dos Solos..............................................................................................................99
Introdução..............................................................................................................99
Sumário..........................................................................................................................109
Exercícios......................................................................................................................109

Unidade XII 110


A dinâmica da Erosão....................................................................................................110
Introdução............................................................................................................110
Geomorfologia iii

Sumário..........................................................................................................................122
Exercícios......................................................................................................................122

Unidade XIII 123


Os Lagos........................................................................................................................123
Introdução............................................................................................................123
Sumário..........................................................................................................................134
Exercícios......................................................................................................................135

Unidade XIV 136


Geomorfologia Litorrânea e Oceanográfica..................................................................136
Introdução............................................................................................................136
Sumário..........................................................................................................................141
Exercícios......................................................................................................................141

Unidade XV 142
As configurações da Costa............................................................................................142
Introdução............................................................................................................142
Sumário..........................................................................................................................156
Exercícios......................................................................................................................156

Unidade XVI 157


Revolução dos estudos cenográficos, instrumentos e métodos.....................................157
Introdução............................................................................................................157
Sumário..........................................................................................................................162
Exercícios......................................................................................................................162

Unidade XVII 163


Bacias oceânicas............................................................................................................163
Introdução............................................................................................................163
Sumário..........................................................................................................................165
Exercícios......................................................................................................................165

Unidade XVIII 166


Aspecto geral da morfologia litorrânea.........................................................................166
Introdução............................................................................................................166
Geomorfologia iv

Sumário..........................................................................................................................168
Exercícios......................................................................................................................168

Unidade XIX 169


Aplicações dos estudos de geomorfologia.....................................................................169
Sumário..........................................................................................................................182
Exercícios......................................................................................................................182

Unidade XX 183
As colinas e relevo colinoso..........................................................................................183
Introdução............................................................................................................183
Sumário..........................................................................................................................188
Exercícios......................................................................................................................188

Unidade XXI 189


As elevações montanhosas............................................................................................189
Introdução............................................................................................................189
Sumário..........................................................................................................................199
Exercícios......................................................................................................................200

Unidade XXII 201


As formas de relevo negativo........................................................................................201
Introdução............................................................................................................201
Sumário..........................................................................................................................207
Exercícios......................................................................................................................208

Unidade XXIII 209


Dinâmica ambiental costeira..........................................................................................209
Introdução............................................................................................................209
Sumário..........................................................................................................................216
Exercícios......................................................................................................................216
Visão geral
Bem-vindo a Geomorfologia

O presente Módulo de Geomorfologia, constitui um instrumento


imprescindível para os estudantes do curso de licenciatura em
ensino de Geografia, tendo em conta a natureza da cadeira no
processo de ensino e aprendizagem.

Para esta cadeira o estudante terá a oportunidade de compreender


os aspectos específicos da cadeira, e simultaneamente a
interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade tendo várias
oportunidades de abertura do horizonte Geomorfologico.

Os estudantes farão o estudo integral da origem e transformações


históricas da superfície da Terra, evolução das principais formas da
Terra, suas alterações no processo da geodinâmica interna e
externa.

Com este material os estudantes terão uma visão clara e abrangente


da superfície da terra, e participarão de forma activa no que
concerne a interpretação de vários fenómenos e factos físicos
geográficos.

Objectivos do curso
Quando terminar o estudo de Geomorfologia será capaz de:

 Dominar os principais conceitos de Geomorfologia;


 Dispor de capacidades que os permitam intervir em matérias
de Geomorfologia e ordenamento do território;
Objectivos  Esclarecer detalhadamente as formas do relevo;
 Interpretar os conceitos básicos em Geomorfologia;
 Destacar os principais métodos e técnicas de Geomorfologia;
 Caracterizar os sistemas Geomorfologicos;
 Caracterizar o relevo terrestre;
 Destacar os principais agentes modeladores do relevo;
 Destacar as principais unidades estruturais do mundo;
 Interpretar as diferentes transformações que ocorrem no
relevo terrestre;
 Explicar a influência da ciência e tecnologia na gestão
sustentável dos recursos naturais;
 Reconhecer a importância do estudo da Geomorfologia na
integração da ciência e tecnologia no estudo da gestão dos
recursos naturais;
 Identificar os elementos da Geomorfologia cartográfica
 Explicar a Revolução dos estudos Cenográficos;

 Conhecer as Bacias Oceânicas;

 Dominar as Propriedades físicas das águas do mar;

 Distinguir o aspecto Geral da morfologia Oceânica;

 Conhecer as aplicações dos estudos de Geomorfologia;

 Identificar as formas de relevo negativo;

 Conhecer a dinâmica ambiental Costeira.

Quem deveria estudar este módulo


Este Módulo foi concebido para todos aqueles estudantes que queiram ser
professores da disciplina de Geografia, que estão a frequentar o curso de
Licenciatura em Ensino de Geografia, do Centro de Ensino a Distância na
UCM. Estendese a todos que queiram consolidar os seus conhecimentos
sobre a Geomorfologia.
Como está estruturado este módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos por Universidade Católica de
Moçambique - Centro de Ensino a Distância encontram-se estruturados
da seguinte maneira:

Páginas introdutórias
 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.

Conteúdo do curso / módulo


O curso está estruturado em unidades. Cada unidade ncluirá uma
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, um summary da unidade e uma ou mais
actividades para auto-avaliação.

Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista
de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir
livros, artigos ou sites na internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação


Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do módulo.

Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo.

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Acerca dos ícones


Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia.
Habilidades de estudo
Durante a formação, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores
resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os
bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficazes e por isso é
importante saber como estudar. Apresento algumas sugestões para que
possa maximizar o tempo dedicado aos estudos:
Antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente
de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de
tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com
música/num sítio sossegado/num sítio barulhento? Preciso de um intervalo
de 30 em 30 minutos/de hora a hora/de duas em duas horas/sem
interrupção?
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da
matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já
domina bem o anterior. É preferível saber bem algumas partes da matéria
do que saber pouco sobre muitas partes.
Deve evitar-se estudar muitas horas seguidas antes das avaliações, porque,
devido à falta de tempo e consequentes ansiedade e insegurança, começa a
ter-se dificuldades de concentração e de memorização para organizar toda
a informação estudada. Para isso torna-se necessário que: Organize na sua
agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar
durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o
utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo
e a outras actividades.
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma
necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A
colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de
modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode
escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode
também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados
com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a
seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
desconhece;

Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra situação, o
material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza,
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de
clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone,
escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor,
contacteo pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interacção, em caso de
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase
posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for de natureza
geral. Contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.
Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de
expediente.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem
a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode
apresentar duvidas, tratar questões administrativas, entre outras.
O estudo em grupo com os colegas é uma forma a ter em conta, busque
apoio com os colegas, discutam juntos, apoiemse mutuamente, reflictam
sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o seu
próprio saber e desenvolva suas competências.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)


O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes do
período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.
Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser
dirigidos ao tutor\docentes.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os
mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do
autor.
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito)
palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade,
humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais devem marcar a
realização dos trabalhos.

Avaliação
Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com
base no chamado regulamento de avaliação.
Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo individual,
concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira.
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões
presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da média de
frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar 3 (três) trabalhos, 2 (dois) testes
e 1 (exame).
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como
ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade,
a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das
referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual.
consulteos.
Unidade I
Geomorfologia Estrutural
Introdução
A geomorfologia estrutural, faz parte de um conhecimento
específico, sistematizado, que tem por objectivo analisar,
conceituar, explicando a natureza da disciplina assim como o seu
objecto de estudo e as relações que tem com outras disciplinas, as
formas do relevo, buscando compreender os processos pretéritos e
actuais. A Importância da Geomorfologia e de permitir que o
Homem obtenha conhecimentos profundos sobre a génese, causas e
efeitos dos agentes que participam na formação do relevo.

Ao completar esta unidade / lição:

 Pretende-se que o estudante adquira conhecimento sobre a


gemorfologia no concernente da natureza, o objecto de estudo bem
como a ralação de interdependência existentes com outras ciências.
Objectivos

Geomorfologia Estrutural

A Geomorfologia Estrutural foi, durante muitas décadas do século


XX, a parte da Geomorfologia que recebeu a maior atenção dos
pesquisadores, mas, actualmente, vem recebendo um peso menos
nas matrizes curriculares dos cursos de Geografia, infelizmente.
Esse importante ramo da Geomorfologia analisa a participação da
estrutura geológica na definição de alguns compartimentos de
relevo sob dois aspectos básicos. Em primeiro lugar, ela examina
os elementos fundamentais do arcabouço estrutural, como por
exemplo a constituição do globo terrestre, a estrutura e a dinâmica
da crosta terrestre, as rochas e os grandes conjuntos estruturais,
constituindo, assim, uma abordagem eminentemente geológica. Em
segundo lugar, volta-se para aspectos mais exclusivamente
geomorfológicos, tais como as diferenças litológicas numa
paisagem e seus efeitos morfológicos ou o modelado do relevo em
litomassas específicas

(calcário, por exemplo), ou ainda as morfoestruturas em áreas de


colisão de placas litosféricas etc.

Conceito de Geomorfologia

O termo Geomorfologia (do latim geo = terra, morfo = forma,


logos = estudo) também é erudito e recente, designando o ramo do
conhecimento das Ciências da Natureza que estuda as formas dos
relevos.

Ou a Geomorfologia é uma geociência que estuda, de forma


racional e sistemática, as formas de relevo, tomando por base as
leis que determinam a gênese e a evolução dessas formas.

Natureza da Geomorfologia

A geomorfologia é uma ciência de conhecimentos


vhsistematizados, virado para o estudo da superfície da
crosta terrestre. O estudo é apresentando de uma forma
específica de análise relevo. A análise incorpora o
necessário conhecimento do jogo de forças antagônicas,
sistematizadas pelas actividades endógenas e exógenos,
responsáveis pelas formas estruturais de relevo observado.

Partindo do princípio de que tanto os factores endógenos, como os


exógenos, são “forças vivas'', cujas evidências demonstram grandes
transformações ao longo do tempo geológico, necessário se faz
entender que o relevo terrestre não foi sempre o mesmo e que
continuará evoluindo. Portanto, a análise geomorfológica de uma
determinada área implica obrigatoriamente o conhecimento da
evolução que o relevo apresenta, o que é possível se obter através
do estudo das formas e das sucessivas deposições de materiais
preservadas, resultantes dos diferentes processos morfogenético a
que foi submetido.

O relevo assume importância fundamental no processo de ocupação


do espaço, factor que inclui as propriedades de suporte ou recurso,
cujas formas ou modalidades de apropriação respondem pelo
comportamento da paisagem e suas consequências.

Ao se apresentar um estudo integral do relevo, deve-se levar em


consideração os três níveis de abordagem sistematizados por
Ab'Saber (1969), e que individualizam o campo de estudo da
geomorfologia: a compartimentação morfológica, o levantamento
da estrutura superficial e o estudo da fisiologia da paisagem.

A compartimentação morfológica inclui observações relativas aos


diferentes níveis topográficos e características do relevo, que
apresentam uma importância directa no processo de ocupação.
Nesse aspecto a geomorfologia assume importância ao definir os
diferentes graus de risco que uma área possui, oferecendo subsídios
ou recomendações quanto à forma de ocupação e uso.

A estrutura superficial, ou depósitos correlativos se constitui


importante elemento na definição do grau de fragilidade do terreno,
sendo responsável pelo entendimento histórico da sua evolução,
como se pode comprovar através dos paleopavimentos. Sabendo
das características específicas dos diferentes tipos de depósitos que
ocorrem em diferentes condições climáticas, torna-se possível
compreender a dinâmica evolutiva comandada pelos elementos do
clima considerando sua posição em relação aos níveis de base
actuais, vinculados ou não a ajustamentos tectônicos.

A fisiologia da paisagem, terceiro nível de abordagem, tem por


objectivo compreender a acção dos processos morfodinâmicos
actuais, inserindo-se na análise o homem como sujeito modificador.
A presença humana normalmente tem respondido pela aceleração
dos processos morfogenéticos, como as formações denominadas de
tectogênicas, abreviando a atividade evolutiva do modelado.
Mesmo a acção indirecta do homem, ao eliminar a interface
representada pela cobertura vegetal, altera de forma substancial as
relações entre as forças de acção (processos morfogenéticos ou
morfodinâmicos) e de reacção da formação superficial, gerando
desequilíbrios morfológicos ou impactos geoambientais como os
movimentos de massa, boçorocamento, assoreamento, dentre
outros, chegando a resultados catastróficos, a exemplo dos
deslizamentos em áreas topograficamente movimentadas.

No estudo desses níveis, do primeiro em relação ao terceiro, os


processos evoluem de uma escala de tempo geológica para uma
escala de tempo histórica ou humana, incorporando gradativamente
novas variáveis analíticas, como relacionadas a derivações
antropogênicas, e exigindo maior controle de campo, o que implica
emprego de técnicas, como o uso de miras graduadas para controle
de processos erosivos, podendo chegar a níveis elevados de
sofisticação análises específicas.

O estudo das formas do relevo deriva substancialmente das


concepções geológicas do século XVIII, que representaram a
tendência naturalista, voltada aos interesses do sistema de
produção, tendo o “utilitarismo” como princípio. Em torno de 1850
a geologia havia chegado a grandes interpretações de conjunto da
crosta terrestre, contando com um corpo teórico ordenado. A partir
de então se registaram as primeiras contribuições dos geólogos nos
estudos do relevo, dentre os quais se destacam os trabalhos de A.
Surell, expondo esquema clássico da erosão torrencial, de Jean L.
Agassiz, estabelecendo as bases da morfologia glacial, de W.
Jukes, apresentando os primeiros conceitos sobre o traçado dos
rios, de Andrew Ramsay e Grove K. Gilbert, evidenciando a
capacidade de aplainamento pelas águas correntes, de John W.
Powell e Clarence E. Dutton, calculando os ritmos de arraste e
deposição dos sedimentos, dentre outros (Mendonza et al, 1982).

No final do mesmo século, William M. Davis, dando


prosseguimento aos estudos de G. K. Gilbert e J.W. Powell
apresenta proposta de uma geomorfologia fundamentada na
tendência escolástica da época, representada pelo evolucionismo.
Como se sabe, a influência do darwinismo como forma de
substituição do modelo mecanicista influenciou significativamente
o conhecimento científico geral. A escola geomorfológica alemã,
por outro lado, encabeçada por Albrecht Penck e Walther Penck,
defensora de uma concepção integradora dos elementos que
compõem a superfície terrestre, se contrapôs às ideias de W. Davis,
fundamentada na noção de ciclo, tida como “finalista”.

Evidencia-se, portanto, o nascimento de duas escolas


geomorfológicas distintas, que serão consideradas a seguir, e cuja
sistematização fundamentou-se em estudos desenvolvidos por
Leuzinger (1948) e Abreu (1982 e 1983).

Objecto de Estudo

A geomorfologia é uma ciência que tem por objectivo analisar as


formas do relevo, buscando compreender as relações processuais
pretéritas e actuais.

Seu objecto de estudo é a superfície da crosta terrestre, a qual no


entanto, não se restringe à ciência geomorfológica, que possui sua
forma específica de análise do relevo.

O trabalho geomorfológico, que pressupõe do pesquisador uma


série de conhecimentos de outras ciências, implica nas seguintes
actividades: descrição, localização e dimensionamento dos diversos
compartimentos e feições de relevo verificados na epigeoesfera.
Além dessas preocupações, a Geomorfologia volta-se,
principalmente, à gênese e à evolução do relevo terrestre. A
Geomorfologia é, portanto, uma ciência descritiva e genética

Lugar da geomorfologia no contexto das ciências

Será a Geomorfologia uma ciência geológica, geográfica ou


geofísica? Onde se situa, portanto, a Geomorfologia no quadro
geral das ciências da Terra

O geocentrista francês, Jean Goguel, apresentou uma classificação


das geociências, bastante simples, que pode servir para subsidiar a
resposta à questão anteriormente apresentada. Para este autor, as
ciências da Terra podem ser agrupadas em três categorias distintas:

a) Ciências da Geofísicas, que são as aquelas que tratam de


fenômenos terrestres, de natureza física, mas sob a óptica da Física.
A Sismologia, a Meteorologia e a Hidrologia Fluvial exemplificam
esse grupo de ciências

b) Ciências Geológicas, são aquelas que se propõem à


reconstituição da história física do planeta Terra, tal como ela pode
ser vista ou lida nos diversos estratos rochosos presentes na
epigeoesfera. As ciências geofísicas, em geral, prendem-se ao
aspecto actual dos fenômenos físicos, quer os que têm uma
evolução rápida, tais como os envoltórios fluidos e alguns factos da
litosfera, a exemplo dos abalos sísmicos e o magnetismo terrestre,
quer os de carácter permanente, como a aceleração da gravidade

Podem ser mencionados diversos exemplos de Ciências


Geológicas, algumas das quais mantêm estreitos vínculos com a
Geomorfologia. A Geotectónica, a Geologia Estrutural, a
Paleontologia, a Sedimentológica e a Estratigrafia são os exemplos
mais notáveis. A ciência geológica, quando se dedicam à descrição
da natureza dos terrenos e ao estudo das distribuições da litomassa,
fá-lo com vistas à interpretação de fenômenos passados, que são
reconstituídos por métodos geohistóricos.

A Geologia, quando investiga a história da Terra, desempenha essa


tarefa através, sobretudo, de uma analogia com o que a observação
dos factos naturais, feita de forma directa, pode proporcionar. Por
exemplo, ao se constatar que no presente determinadas causas
produzem tais efeitos, efeitos análogos pressupõem as mesmas
causas.

A Geomorfologia estuda o passado para compreender o presente. A


Geologia faz exactamente o inverso. A Geomorfologia procura
explicar as formas actuais de relevo, que podem ser facilmente
divisadas na paisagem, por sua gênese, por seu passado, às vezes
muito distante. Porém, a exemplo da Geologia, a Geomorfologia
não pode avançar, a não ser a partir de uma raciocínio analógico,
que parte do presente. Essas ideias, na verdade, estão contidas no
célebre Princípio do Actualismo, examinado mais adiante nestas
Notas.

c) Ciências Geográficas As Ciências Geográficas têm como objecto


de estudo o facto geográfico. Assim ensina a Geografia Clássica. O
facto geográfico é algo que possui uma estrutura extremamente
complexa e resulta da combinação de elementos e factores
solidários (Andrade, 1965).

São três as escalas de complexidades da combinação geográfica:


físicas, combinações químico-biológicas e físico-biológico-
humanas.

O relevo terrestre, abstraindo-se a cobertura vegetal, é um bom


exemplo da complexidade das combinações físicas. Estrutura
geológica, condições climáticas actuais ou pretéritas e os processos
erosivos materializam tais combinações.
A estrutura geológica compreende, dentre outros aspectos, as forças
tectônicas, a natureza das rochas, a disposição das camadas
rochosas e os graus de resistência da litomassa aos processos de
meteorização e de erosão.

As condições climáticas determinam os efeitos da meteorização


mecânica ou química e os processos morfoclimáticos
esculturadores das paisagens geomorfológicas continentais. Tais
processos definirão os vários sistemas de erosão encontrados na
superfície terrestre.

A Geomorfologia no quadro geral das Ciências da Terra

Se situa na interface existente entre as Ciências Geológicas e as


Ciências Geográficas, segundo a classificação de Goguel. Essa
ciência mantém profundos vínculos, já assinalados, com a
Geologia. Mas é também essencialmente geográfica, na medida em
que depende dos conhecimentos de Climatologia, Paleogeografia,
Fitogeografia, Pedologia e Hidrografia e se fornece substanciais
informações necessárias ao entendimento da produção do espaço
geográfico.

Segundo Kostenko (1975), a Geomorfologia funciona como uma


ponte entre a Geografia e a Geologia, e estuda uma série de
problemas complexos e heterogêneos, alguns dos quais resolvem-se
através de métodos fisico-geográficos e outros mediante a
aplicação de métodos geológicos.

Relação da geomorfologia com outras Ciências

A geomorfologia estuda o relevo. Assim, ela se relaciona


intimamente com a geologia e a geografia. Enquanto a primeira
fornece vários conhecimentos relativos às rochas e aos minerais, ao
tectonismo, ao vulcanismo, às estruturas geológicas; a Segunda
fornece subsídios importantes sobre o clima e suas relações com as
formas e evolução do relevo, a ocupação humana, a produção do
espaço geográfico e suas consequências ambientais, entre outros.

Importância da Geomorfologia
É Importante estudar a geomorfologia porque permite que o
Homem obter conhecimentos profundos sobre a génese, causas e
efeitos dos agentes que participam na formação do relevo.

Procura investigar, com base em teorias, princípios e leis o


entendimento das relações entre os solos e relevos, passando pela
compreensão dos processos dinâmicos (intemperismo) que agem na
parte superficial da crosta, responsáveis pela elaboração dos
relevos e gênese dos solos, isto é, morfogênese (entendida como
processos erosivos) e da pedogênese (entendida como processos
bioquímicos relacionados à alteração das rochasa compreensão das
relações entre os solos e os relevos.

Sumário
A Geomorfologia estrutural, mostra a importancia do estuda da
disciplina, as relacoes que existem com outras ciencias, o seu
objecto de estudo e principalmente fornece vários
conhecimentos relativos às rochas e aos minerais, ao
tectonismo, ao vulcanismo, às estruturas geológicas; bem como
os subsídios importantes sobre o clima e suas relações com as
formas e evolução do relevo, a ocupação humana, os processos
erosivos.
Exercício

1. O que entende por geomorfologia.

2. Onde se situa a Geomorfologia no quadro geral das ciências


da Terra.

3. Demonstre a inter-relação existente entre a geomorfologia,


geografia e Geologia.
Unidade II
Métodos e Técnicas da
Geomorfologia
Introdução
Para o estudo da Geomorfogia, Recorre se a diversos métodos
assim como técnicas, as técnicas fundamentais utilizadas no
processo de investigação é a observação, Método cartografico
assim como o método estatistico em qualquer uma das formas em
que se processe. Quer a observação assume uma dimensão mais ou
menos estruturada, Os Métodos funcionam como um conjunto de
regras básicas para um cientista desenvolver uma experiência
controlada para o bem da ciência Forma de pensar para se chegar à
natureza de um determinado problema, quer seja para estudá-lo ou
explicá-lo Ferramenta utilizada na ciência para aquisição e
construção do conhecimento É de fundamental importância pois:
Permite reproduzir a pesquisa científica Possibilita a validação dos
resultados.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Explicar os metodos e tecnicas de Geomorfologia;

 Reconhecer a importância do estudo dos metodos e tecnicas


Objectivos Geomorfogicas.

Metodo de Observação

Uma das técnicas fundamentais utilizadas no processo de


investigação é a observação, em qualquer uma das formas em que
se processe. Quer a observação assuma uma dimensão mais ou
menos estruturada, ou mais ou menos participante, ela pretende
sobretudo, observar e registar dados para futura análise (Bell,
1997).

A importância da observação pode ser verificada pela descrição


que dela fazem Quivy e Campenhoudt (1998: 196) quando afirma
que «constituem os únicos métodos de investigação social que
captam os comportamentos no momento em que eles se
produzem». Daí a vantagem na observação e registo de afirmações
não verbais, de prácticas físicos naturais, bem como da interacção
social verificada (Quivy e Campenhoudt, 1998). Elementos de
informação que, segundo Costa (1999: 141) «passam despercebidos
à consciência explícita dos actores sociais».

Uma espécie de espinha dorsal do trabalho de investigação; ou de


primado da observação metódica (Deshaies, 1997; Costa, 1999).
Por estas ideias se verifica que a observação obriga a uma presença
sistemática e organizada do investigador no local de pesquisa, de
forma a obter dados para posterior análise, tentando, neste processo
não criar modificações na dinâmica social ou mesmo induzir
alterações no comportamento dos actores em presença (Peretz,
2000). Reafirmando esta ideia Peretz (2000: 24-26) refere que «a
observação directa consiste em ser testemunha dos
comportamentos e transformações Geomorfologicas, nos próprios
locais das suas actividades ou residências sem lhes alterar o seu
ritmo normal».

Para caracterizar as dimensões da observação Deshaies (1997:


296) fala «de observação do tipo sistemático ou voluntário, isto é,
organizada, pretendida e deliberada». E separa-a em observação
directa e indirecta, dividindo ainda a primeira em observação
intensiva e observação extensiva. Por outro lado os acontecimentos
especiais e ainda por outro os acontecimentos observáveis».
E isso que a observação permite fazer, pois, permite ler para além
das representações dos actores que são habitualmente verbalizadas.
E isso é possível quando o investigador revela familiaridade
metodológica com o contexto de forma a obviar potenciais
interferências no processo. Como diz Costa (1999: 135) «a
interferência não é, pois, simplesmente, um obstáculo ao
conhecimento sociológico mas também um veículo desse
conhecimento». É claro que tudo isto pode implicar uma dimensão
mais participante do investigador, como contraponto à sua
distanciação (Costa, 1999).

Método Cartográfico

El Método Cartográfico de Investigación consiste en la aplicación


de mapas para la descripción, el análisis y el estudio de los
fenómenos, con el objetivo de obtener nuevos conocimientos,
características e investigación de sus interrelaciones espaciales y su
predicción.O Metodo Cartográfico envolve a aplicação de mapas
para a descrição, análise e estudo dos fenómenos, a fim de obter
novos conhecimentos e características da investigação de suas
relações espaciais e sua previsão. La aplicación práctica y científica
de los mapas cumple cinco funciones: comunicativa, operativa,
constructiva, cognoscitiva y pronóstica. A aplicação prática e
científica dos mapas é de cinco funções:

 Comunicação,

 Operacional,

 Construtiva,

 Cognitiva

 Prognóstico.
Este método de  investigación está basado en el análisis de mapas,
como los modelos temporales-espaciales de la realidad.Este método
de pesquisa é baseado na análise dos mapas, tais como modelos de
espaço-temporal da realidade. Para el estudio de los fenómenos
representados en los mapas se aplican diferentes tipos de análisis:
visuales, cartométricos, gráficos y matemáticos. Para o estudo dos
fenómenos em mapas de aplicar diferentes tipos de análise: visual,
cartometrica, gráficos e matemáticos. El método Cartográfico de
Investigación utiliza diferentes opciones del uso de mapas: análisis
directo de mapas independientes, análisis comparativo de mapas de
diferentes temáticas para un solo territorio, análisis comparativo de
mapas de diferentes épocas para el mismo territorio, estudio
comparativo de Mapas-Análogos, análisis relacionado con la
transformación de la representación cartográfica, desintegración de
la representación cartográfica en los componentes.

Método Cartográfico utiliza mapas diferentes opções de uso:


análise directa de mapas separados, a análise comparativa de
diferentes mapas temáticos para um único território, a análise
comparativa dos mapas de horários diferentes para o mesmo
território, estudo comparativo entre o Mapa-análogos, análises
relacionadas à transformação da representação cartográfica, a
desintegração da representação cartográfica dos componentes. Lo
anterior sirve para la mejor comprensión y el estudio de diferentes
fenómenos naturales y socioeconómicos en diversas
investigaciones científicas, teniendo en cuenta que los mapas son
los modelos temporales y espaciales de la realidad. Isso serve para
melhor compreender o estudo de diferentes fenômenos naturais e
sócio-econômicos em pesquisas científicas diversas, tendo em
conta que os mapas são os modelos temporal e espacial da
realidade.

Funções de mapas e prática científica.


 Según KASalishev la aplicación práctica y científica de los
mapas cumple cinco funciones:Segundo KASalishev - a
aplicação prática científica dos mapas é de cinco funções:

 Comunicativa: conservación y transmisión de la


información esContacto- conservação e comunicação da
informação espacial.
2) Operativa: relacionada directamente con la solución de
tareas practicas (navegación, planificación rural, etc.).

 Operacional- conectado directamente à solução de tarefas


práticas (navegação, planeamento rural, etc).
3) Constructiva: para la elaboración y realización de
diferentes proyectos económicos y sociales.

 Construtiva - para o desenvolvimento e implementação de


vários projectos económicos e sociais.
4) Cognoscitiva: para las investigaciones temporales-
espaciales de los fenómenos naturales y sociales.

 Cognitiva- a investigações temporal e espacial dos


fenômenos naturais e sociais.
5) Pronóstica: para predecir los fenómenos, su distribución,
cambios en el tiempo y sus futuros estados.

 Previsão - prever os fenômenos, a distribuição, as


mudanças ao longo do tempo e os seus estados futuros

Método Estatístico de Pesquisa

A Pesquisa mostra que a estatística é um método que se aplica ao


estudo dos fenômenos aleatórios e, praticamente, todos os
fenômenos que ocorrem na natureza são aleatórios, como as
pessoas, o divórcio, um rebanho de gado, a actividade profissional,
um bairro residencial, os produtos electrodomésticos, a opinião
pública etc.
Os fenômenos aleatórios se destacam porque eles se repetem e
estão associados a uma variabilidade. Após a ocorrência de um
fenômeno aleatório, é impossível prever com precisão o resultado
de nova ocorrência. Verifica-se também na repetição de um
fenômeno aleatório, que os resultados se distribuem com certa
regularidade, geralmente acentuada em termos de frequência.

Esse método se fundamenta nos conjuntos de procedimentos


apoiados na teoria da amostragem. E, como tal, é indispensável no
estudo de certos aspectos da realidade social, onde quer que se
pretendam medir o grau de correlação entre dois ou mais
fenômenos.

A primordial função desse método é a representação e explicação


sistemática das observações quantitativas numéricas relativas a
factores oriundos das Ciências Sociais, como padrão cultural,
comportamental, condições ambientais, físicas, psicológicas,
econômicas etc., que ocorrem em determinada sociedade, ou de
fenômenos de diversas naturezas pertencentes a outras ciências,
como na Física.

Para o emprego desse método, necessariamente, o pesquisador deve


ter conhecimento das noções básicas de estatística e saber como
aplicá-la.

O método Estatístico fundamenta-se na aplicação da teoria


estatística da probabilidade e constitui importante auxílio para a
investigação. Porém, as explicações obtidas mediante a utilização
do método estatístico não podem ser consideradas absolutamente
verdadeiras, mas dotadas de boa probabilidade de serem
verdadeiras.

Mediante a utilização de testes estatísticos, torna-se possível


determinar, em termos numéricos, a probabilidade de acerto de
determinada conclusão, bem como a margem de erro de um valor
obtido. Portanto, o método estatístico passa a caracterizar-se por
razoável grau de precisão, o que a torna bastante aceito por parte
dos pesquisadores com preocupação de ordem quantitativa.

Os procedimentos estatísticos fornecem considerável reforço às


conclusões obtidas, sobretudo mediante a experimentação, a
observação, análise e prova.

Abrange o universo dos elementos ou uma amostra. Uma boa


amostra deve ser pelo menos de 20% do universo. Os métodos e
técnicas de amostragem, quando bem empregados, dão condições
para se chegar a conclusões válidas e a previsões muito próximas
da realidade, com pequena margem de erro.

Fases do Método Estatístico

Podemos distinguir no método estatístico as seguintes fases:

 Colecta de Dados
 Crítica dos Dados
 Apurarão dos Dados
 Exposição ou Apresentação dos Dados

Análise dos resultados estatística computacional

O crescimento rápido e sustentados no poder de processamento dos


computadores a partir da segunda metade do século XX teve um
forte impacto na prática da estatística. Os modelos estatísticos mais
antigos eram quase sempre lineares, mas os computadores
modernos junto com algoritmos numéricos apropriados, causaram
um aumento do interesse nos modelos não-lineares (especialmente
redes neurais e árvores de decisão) assim como na criação de novos
tipos, como o modelo linear generalizado e o modelo multi-nível.
O aumento na capacidade de computação também tem levado à
popularização de métodos que demandam muitos cálculos baseados
em reamostragem, como testes de permutação e bootstrap,
enquanto técnicas como a amostragem de Gibbs tem feito com que
os métodos de Bayes fiquem mais fáceis. A revolução informática
também tem levado a um aumento na ênfase na estatística
experimental e "empírica.

Sumário
Os métodos são elementos chaves e pretendem sobretudo, observar
e registar dados para futura análise. A importância da observação
pode ser verificada pela descrição e tem a finalidade de avaliar o
ambiente no local, tendo em conta a natureza dos aspectos e
fenómenos em estudo, o método cartográfico utiliza mapas de
diferentes opções de uso: análise directa de mapas separados, a
análise comparativa de diferentes mapas temáticos para um estudo
comparativo de território, análise de mapas de diferentes épocas
para o mesmo estudo comparativo assim como a transformação da
representação cartográfica, a desintegração da representação
cartográfica, enquanto que o método estatístico faz a descrição
dos dados colectados e devem ser apresentados apresentados em
gráficos assim como tabelas e ou relatórios e serve tanto a
prospecção de uma ou mais variáveis para posterior aplicação ou
não de testes estatísticos bem como a apresentação de resultados de
delineamentos experimentais.

Exercícios
1. Mencione as principais vantagens do método Cartográfico
2. Elabore uma ficha de Leitura que fala de Sismos e faa o uso
dos métodos em estudo dando exemplos concretos.
3. Fale das Principais desvantagens do método estatistico
Unidade III
Os Princípios de análise do relevo
Introdução
Pretende-se que o estudante tenha conhecimentos no âmbito da
fisiologia da paisagem que tem por objectivo entender os processos
de análise dos relevos com destaque para vertentes e declive.
Refere-se, portanto, ao estudo da situação do relevo, fruto das
relações morfodinâmicas resultantes da consonância entre os
factores intrínsecos, ou seja, inerentes ao próprio relevo, e os
factores extrínsecos, dando ênfase ao uso e ocupação do modelado
enquanto interface das forças antagónicas.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Apresentar os componentes da vertente a partir dos


conceitos estabelecidos pela Comissão da UGI, O
trabalho do Tricart;
Objectivos
 Evidenciar o significado dos processos pluvioerosivos na
evolução das vertentes intertropicais;
 Mostrar a apropriação espontânea das vertentes e os
principais impactos decorrentes das mudanças

Para entender o significado das abordagens precedentes é


necessário admitir que a conformação actual do relevo, ou da
vertente enquanto categoria deste, resulta das relações processuais
ao longo do tempo, considerando uma determinada situação
topomorfológica e suas características estruturais. Insere na
abordagem da fisiologia da paisagem informações sobre os
depósitos correlativos, os quais encontram-se associados aos
mecanismos morfogenético pretéritos e actuais.
Estes, além de oferecerem subsídios cronológicos à reconstituição
da evolução do relevo, se constituem em importantes elementos das
formações superficiais e das relações morfopedogênicas vigentes. É
natural que a apropriação do relevo pelo homem, como recurso ou
suporte, implique transformações substanciais, tanto na “anulação”
dos processos morfodinâmicos, a exemplo da impermeabilização
de superfícies, como na aceleração destes, considerando o próprio
desmatamento, produzindo modificações em curto espaço de
tempo.

Embora a fisiologia da paisagem centre atenção no momento


histórico actual, não deixa de levar em consideração os resultados
dos mecanismos associados ao tempo geológico, responsável pela
evolução do relevo, expresso na compartimentação topográfica e
nos depósitos correlativos à estrutura superficial. Assim, o
desenvolvimento do terceiro nível de abordagem do relevo
pressupõe conhecimento dos dois níveis antecedentes.
O estudo do estágio actual dos processos erosivos deve levar em
consideração a evolução histórico-geomorfológica do relevo.
O estudo da fisiologia da paisagem reveste-se de grande
importância na análise do relevo por incorporar conhecimentos
envolvendo factos de interesses diversos e actuais. Por inserir o
homem na análise dos processos, assume relevância enquanto
temática de interesse geográfico. A apropriação do relevo pelo
homem, como recurso ou suporte, é responsável por alterações
substanciais do seu estado natural, como a implementação de
cultivos que ocasionam desmatamento, modificando radicalmente
as relações processuais: do predomínio da infiltração para o
domínio do fluxo por terra; o desenvolvimento da morfogênese em
detrimento da pedogênese; as actividades erosivas em relação ao
comportamento biostásico relativo ao estágio precedente; as perdas
de recursos para adopção de medidas correctivas em detrimento de
investimentos que poderiam ser destinados a benefícios sociais.
A metodologia de estudo da fisiologia da paisagem pressupõe uma
preocupação com uma série de componentes, como a intensidade e
frequência das chuvas em uma vertente, além das abordagens
relacionadas aos níveis considerados anteriormente –
compartimentação topográfica e estrutura superficial. No estudo da
fisiologia da paisagem necessário se faz dar ênfase aos
componentes que integram a morfodinâmica do relevo, como os
processos morfogenético comandados pelos elementos do clima,
considerando o significado da interface representada pela cobertura
vegetal, a forma de uso e ocupação da vertente, dentre outros
parâmetros.

O estudo da fisiologia da paisagem pressupõe um bom


entendimento da compartimentação topográfica e da estrutura
superficial. Mas para se entender melhor os processos, é
fundamental enfocar ainda, os principais elementos do clima (suas
intensidades e frequências), a situação da cobertura vegetal e a
modalidade de uso do solo. Portanto, além dos requisitos atinentes
aos aspectos morfométricos e morfográficos do relevo,
considerados na compartimentação topográfica, ou ainda os
factores cronodeposicionais, evidenciados.

A vertente como categoria para o estudo da fisiologia da


paisagem
O conceito de vertente foi consagrado por Dylik (1968), sendo
genericamente entendida como “toda superfície terrestre inclinada,
muito extensa ou distintamente limitada, subordinada às leis gerais
da gravidade”.
A vertente se caracteriza como a mais básica de todas as formas de
relevo, razão pela qual assume importância fundamental para os
geógrafos físicos. Essa importância pode ser justificada sob dois
ângulos de abordagem: um, por permitir o entendimento do
processo evolutivo do relevo em diferentes circunstâncias, o que
leva à possibilidade de reconstituição do modelado como um todo
(conceito de geomorfologia “integral” de Hamelim, 1964), e outro
por sintetizar as diferentes formas do relevo tratadas pela
geomorfologia, encontrando-se directamente alterada pelo homem
e suas actividades (conceito de geomorfologia “funcional” do
referido autor).

Uma vertente contém subsídios importantes para a compreensão


dos mecanismo morfogenético responsável pela elaboração do
relevo na escala de tempo geológico (propriedades geoecológicas),
permitindo entender as mudanças processuais recentes (processos
morfodinâmicos), na escala de tempo histórico, se individualizando
como palco de transformações sóciorreprodutoras.
O conceito de vertente é essencialmente dinâmico, uma vez que
permite delimitar um espaço de relações processuais de natureza
geomorfológica, incorporando os mais diferentes tipos de variáveis.
Cruz (1982) observa que “o estudo geomorfológico da evolução
actual das vertentes é extremamente importante quanto ao
entendimento espaço temporal dos mecanismos morfodinâmicos
actuais e passados. Os estudos morfodinâmicos mais actuais levam
ao cerne do estudo geomorfológico por excelência, ajudando o
entendimento das paisagens geográficas”. Ressalta ainda que “são
eles que mostram os mecanismos dessa evolução e levam ao
melhor entendimento dos estudos morfogenético de épocas
passadas”.

O estudo da vertente, enquanto categoria do relevo, assume


importância acadêmico-institucional a partir da década de 50 do
século passado, com o trabalho de Tricart (1957), quando afirma
ser a vertente “o elemento dominante do relevo na maior parte das
regiões, apresentando-se portanto, como forma de relevo mais
importante para o homem. Tanto a agricultura quanto os demais
trabalhos de construções estão interessados na evolução das
vertentes que acabam comandando, por exemplo, a perenidade –
directa e indirecta – dos cursos d'água, pela acção geomorfológica”.

Dylik (1968) observa que as vertentes ocupam um dos mais


importantes lugares da geomorfologia actual. Destaca, nesse
sentido, dois importantes eventos a respeito. Primeiro, o simpósio
sobre a contribuição de W. Penck (1924), organizado pela
Associação dos Geógrafos Americanos (1940) e depois, a criação
da Comissão para o Estudo das Vertentes da União Geográfica
Internacional, no transcorrer do Congresso Internacional de
Geografia realizado em Washington (1952). Ele considera a
vertente como um dos problemas-chave da moderna
geomorfologia, compreendendo todos os aspectos da Geografia
Física e incluindo um certo número de questões relativas à
Geografia Humana. Fundamentando-se nas ideias de Gilbert
(1877), a vertente, num sentido geral, seria um todo dinamicamente
ligado aos processos fluviais; num sentido restrito, seria
caracterizada por processos denudacionais, intrínsecos à própria
vertente. A vertente incorpora o curso d'água, nível de base
responsável pelo grau de participação dos elementos aureolares da
vertente . Assim, regula a intensidade dos fenómenos aureolares
tendo como referência o nível de base local caracterizado pelo
talvegue Já a vertente encontra-se limitada pelas relações
morfodinâmicas aureolares, definida pela extensão delimitada pelo
umbral de “destacamento” (onde as actividades processuais têm
início), até o umbral de “parada” (onde as actividades processuais
denudacionais são substituídas pelas fluviais).

De acordo com o modelo de Penck (1924), o ajustamento tectónico


de um curso d'água condiciona o arranjo dos processos areolares e
consequente evolução da vertente. Da mesma forma, qualquer
alteração climática influi no limiar ou no umbral de processos de
uma vertente stricto sensu e, por conseguinte, na evolução do
modelado como um todo (vertente lato sensu ).
A noção de “umbral” aparece nos trabalhos de A.N. Strahler
(1952), sendo definido por Tricart (1957) como o limite referente
ao início e fim dos processos específicos de uma vertente stricto
sensu , em substituição a outros incorporados no conceito de
vertente lato sensu , como o fluxo fluvial. Para o autor, “em
condições dadas de litologia, de clima e de vegetação, cada
processo de abrasão e transporte pode afectar as vertentes que
possuem um declive mínimo. É o declive mínimo que constitui o
‘umbral de funcionamento' dos processos em questão”. Tricart
(1957) considera ainda que “os processos simples e elementares
dos detritos de gravidade, colocam em destaque a existência de
dois umbrais: um umbral de ‘destacamento', de colocação em
movimento e um umbral de ‘parada', de estabilização”.

Dylik (1968), ao tratar dos elementos da definição de uma vertente,


observa que são os processos morfogenético que determinam a
natureza da vertente, e que estes diferem dos demais. “A vertente,
no sentido morfogenético, corresponde à parte das formas do
terreno que são modeladas pelos processos de denudação stricto
sensu , ou seja, pelos movimentos de massa e pelo escoamento,
tanto no presente como no passado” (Dylik, 1968). Como exemplo,
nas regiões intertropicais, os processos morfogenético evidenciados
em uma vertente stricto sensu encontram-se caracterizados
principalmente pelas diferentes formas de fluxo, de superfície e
subsuperfície, bem como pelos movimentos de massa, diferindo,
portanto, dos processos fluviais que integram o conceito de vertente
lato sensu.
O limite superior de uma vertente é mais difícil de se traçar ou de
ser definido em relação ao inferior, não correspondendo sempre à
linha de divisão de águas. Nem mesmo os métodos morfográficos
são suficientes para definir o limite, restando a possibilidade de
fundamentar-se nos critérios dinâmicos. “O limite superior de uma
vertente indica o entendimento de uma superfície mais alongada e
mais alta, de onde provém o material sólido transportado para a
base da erosão” (Dylik, 1968). O limite em questão se orienta,
genericamente, de forma paralela ao talvegue, embora existam
frequentes desvios da linha recta. A base da erosão é estritamente
ligada à noção de vertente. Corresponde à faixa onde os processos
de vertente stricto sensu se extinguem, dando lugar a outros
agentes ou formas de transporte, como as águas correntes, os
glaciais, ou mesmo níveis de base correspondentes à abrasão
marinha ou lacustre.

Partindo do princípio de que os processos de vertente se


diferenciam em função do clima ou de efeitos de natureza
tectônica, tem-se que o limite do umbral de funcionamento de uma
vertente acaba sofrendo alterações, sobretudo na escala de tempo
geológico, susceptível a eventuais mudanças. Para Tricart (1957), o
limite superior das vertentes na região temperada, por ocasião das
fases glaciais pleistocênicas, acontecia em declive próximo ao
comandado pelo processo de solifluxão, associado à fusão de
geleiras. Com o recuo dos glaciais no Holoceno, os processos de
vertente actuais passam a ser observados em condições de
declividade mais elevada. Assim, a vertente deve ser analisada
numa perspectiva de quatro dimensões, onde o factor temporal
assume relevância para a compreensão do processo evolutivo.

As relações processuais em uma vertente dependem de factores


como declive, litologia e condições climáticas. O movimento de
massa, por exemplo, tem possibilidade de ocorrer em declive
moderado, desde que a presença de água e de argila seja suficiente
para reduzir o atrito do material intemperizado em relação à
estrutura subjacente. Assim, tanto o umbral de destacamento
quanto o de parada, para uma vertente stricto sensu , variam em
função das condições climáticas, do material proveniente (ou não)
da rocha subjacente, e da própria declividade.
A noção de frequência processual “permite colocar em destaque o
jogo dos factores que comandam o afeiçoamento das vertentes:
intensidade da dissecação, estrutura e clima” (Tricart, 1957). A
intensidade de dissecação normalmente encontra-se associada à
evolução dos talvegues, que se constituem em nível de base do
afeiçoamento das vertentes, o que pode estar relacionado tanto a
mudanças climáticas, como às oscilações glácioeustáticas
pleistocênicas, como os efeitos de natureza tectônica. Assim, um
ajustamento tectônico como o epirogenético positivo, gera
ajustamento do talvegue, com aumento da declividade da vertente,
determinando o aumento da intensidade dos processos erosivos. Os
factores morfoclimáticos “intervêm através das modalidades de
meteorização e pedogênese e da natureza dos processos de
afeiçoamento das vertentes”. Já as influências litológicas intervêm
de várias maneiras: na forma do perfil da vertente, na sua
declividade média, na velocidade do recuo, dentre outras.
Clark & Small (1982) apresentam esquema procurando mostrar as
relações processuais em uma vertente, considerando sua forma.

Os processos em uma vertente se individualizam pelos factores


exógenos e endógenos. Os exógenos são comandados pelo clima,
os endógenos pela estrutura geológica e tectônica. Como agentes de
intemperização destacam-se a temperatura e a precipitação, que em
função do comportamento da interface, como a vegetação,
proporcionam maior escoamento (fluxo de subsuperfície,
movimento de massa e fluxo por terra) ou infiltração, com
consequentes efeitos no comportamento da vertente. A acção
processual também depende dos factores endógenos, que reagem
em função da composição química, do grau de permeabilidade, e
consequente intemperização, com produção do regolito.

Tricart (1957) demonstra que o balanço morfogenético de uma


vertente é comandado principalmente pelo valor do declive, pela
natureza da rocha e pelo clima:
a) Valor do declive: de forma geral quanto maior o declive da
vertente, maior a intensificação da componente paralela, reduzindo
a acção da componente perpendicular. Assim, com o escoamento
mais intenso, tem-se o acréscimo do transporte de detritos,
adelgaçando o solo ou o material intemperizado. Da mesma forma
que a tectônica ou a resistência litológica podem provocar aumento
do declive, a estreita correspondência com a intensidade dos
processos pode provocar uma condição de “equilíbrio dinâmico”,
desde que a relação energia (processos incidentes) e matéria
(substrato da vertente) esteja balanceada, independentemente das
condições topográficas.

Além do factor declive como elemento de indução morfogenética,


inclui-se ainda o comprimento e a forma geométrica da vertente.
Pesquisas realizadas no Instituto Agronômico de Campinas
(Bertoni et al, 1972) mostram que, quadruplicando o comprimento
da vertente, quase são triplicadas as perdas de terra por erosão,
diminuindo em mais da metade as perdas de água (redução do
escoamento por aumento da superfície de infiltração).

Bloom (1970), utilizando-se dos modelos geométricos de vertente


de Troeh (1965), divide os quatro principais tipos de encostas em
dois grupos:
a) “Colectoras de água”, com contornos côncavos;
b) “Distribuidoras de água”, com contornos convexos;
A litologia também intervém na forma do perfil da vertente, como
no domínio dos quartzitos da região intertropical, onde
normalmente são responsáveis por declives acentuados, dado o
grau de macividade elevado, originando cornijas estruturais ( free
faces ), que muitas vezes protegem as rochas tenras subjacentes.

Clima : o clima se caracteriza como elemento morfogenético da


maior importância, intervindo directa ou indirectamente na
vertente. Nas regiões desérticas ou glaciais ele age directamente, e
onde a cobertura vegetal e o solo se fazem presentes, actua
indirectamente na vertente, promovendo o desenvolvimento tanto
da componente perpendicular como da paralela. Nos climas
tropicais húmidos, sob floresta densa, a componente perpendicular
é intensa, produzindo forte e rápida alteração das rochas, por meio
do processo de pedogenização, o que explica o crescente
espessamento dos solos. Ao contrário, nas zonas semi-áridas, a
baixa precipitação restringe o desenvolvimento de solos, e as
eventuais torrrencialidades pluviométricas respondem pelo
transporte de detritos resultantes da morfogênese mecânica; a
exposição da rocha se torna uma constante, permitindo a acção
directa dos elementos do clima.

Assim, o clima se constitui no grande responsável pela dinâmica


processual, desde a elaboração pedogenética (componente
perpendicular), comandada principalmente pelos intemperismos
químicos, até a acção erosiva (componente paralela), representada
pelos agentes da meteorização (movimentos do regolito e demais
processos morfogenético, como os pluvioerosivos nas regiões
intertropicais).
A importância do factor morfoclimático é portanto traduzida pela
existência de verdadeiras famílias de formas:
•  Nas zonas tropicais húmidas, há o domínio das florestas, com
predominância da convexidade geral do perfil, com declives
médios elevados; o modelado é comandado pela alteração química
com processos mecânicos subordinados (reptarão,
escorregamento).
•  Nas zonas tropicais secas, como no domínio dos cerrados, as
formas são menos convexas.

Relação Vertente-Sistema Hidrográfico


O conceito de vertente lato sensu trata das relações entre os
processos inerentes à vertente stricto sensu e suas relações com o
sistema hidrográfico, correspondente ao nível de base local. Assim,
ao mesmo tempo em que qualquer alteração no nível de base
produz modificações nos processos erosivos sobre a vertente
stricto sensu , também estes podem gerar consequências no nível
de base ou até mesmo no sistema hidrográfico. No primeiro caso,
os ajustamentos tectônicos e as alterações climáticas geram
alterações processuais, a exemplo do provável soerguimento
ocorrido entre o final do Pleistoceno e início do Holoceno,
responsável pelo alçamento de terraços fluviais, que por sua vez
activaram os processos erosivos locais.

As oscilações climáticas pleistocênicas ora responderam pelo


entulhamento de talvegues, em função do recuo paralelo de
vertentes em condições de semi-aridez, ora intensificaram a
retirada do material depositado dada a reorganização do sistema
hidrográfico com o retorno do clima húmido. O entulhamento
mencionado produzia alterações morfogenéticas (aceleração
denudacional) alterando as relações processuais na vertente stricto
sensu (redução denudacional) . No segundo caso há de se
considerar as derivações antropogênicas nas vertentes, que após
desmatamento sofre aceleração das actividades erosivas, com
perdas de solo, levando ao assoreamento de canais (elevação do
nível de base).
Essa relação pode ser evidenciada no sistema de referência de
Penck (1924), quando afirma que a vertente evolui em função da
disposição do talvegue, correspondente ao nível de base para o
comportamento dos processos morfogenéticos. Também pode ser
considerada na teoria biorresistásica de Erhart (1956), tanto na
condição de biostasia quanto na de resistasia. Na condição de
biostasia, a cobertura vegetal é responsável pelo domínio da
componente perpendicular, responsável pela pedogenização. Essa,
por sua vez, permite o armazenamento de grande potencial hídrico,
que por efluência abastecerá o curso d´água que deverá ser perene.
Na condição de resistência associada à ocupação humana da
vertente, os processos se alteram.

O aumento da erosão laminar e da concentração promove o


assoreamento do sistema de drenagem, podendo colocar em risco a
vida útil de barragens e açudes e provocar problemas em todo o
sistema fluvial. Além disso, a deficiência hídrica do solo apresenta
reflexos na perenidade dos cursos d´água. Os agentes do
intemperismo, representados principalmente pelo escoamento
superficial (erosão laminar e concentrada), além de responder por
assoreamento do sistema de drenagem, promovem deficiência
hídrica no solo, com reflexos na intermitência ou efemeridade dos
canais fluviais.

Em condições de agravamento de impactos gerando desequilíbrio


biostásico, tem se registado a implementação de medidas lineares
ou pontuais, quando o problema é de natureza areolar ou zonal.
Como exemplo, o assoreamento nas áreas urbanas tem sido
combatido com a dragagem de canais, uma interferência exclusiva
no sistema linear (no próprio leito do rio) quando as causas
correspondem a uma dimensão areolar (a vertente como um todo).
Uma das mais sérias consequências provocadas pelo assoreamento
dos cursos d'água e de reservatórios é a disritmia quanto à
recorrência de enchentes e a perda de capacidade de
armazenamento d'água, gerando problemas de abastecimento e de
produção de energia.

Exemplo de alterações processuais por intervenção antrópica


na vertente
Dentre os principais problemas relacionados ao processo de
ocupação de vertentes destacam-se as actividades erosivas,
geralmente determinadas pelas seguintes causas (IPT, 1991):
•  Remoção da vegetação
•  Concentração de águas pluviais
•  Exposição de terras susceptíveis à erosão
•  Execução inadequada de aterros

Sumário
Os processos em uma vertente se individualizam pelos factores
exógenos e endógenos, sendo que os factores exógenos são
comandados pelo clima, os endógenos pela estrutura geológica e
tectónica, Partindo do princípio de que praticamente toda superfície
tenha sido apropriada de alguma forma pelo homem, o referido
nível necessariamente incorpora as transformações produzidas e
consequentes intervenções nos mecanismos morfodinâmicos, como
a alteração na intensidade do fluxo por terra, reflectindo
directamente no comportamento do relevo.

Exercícios
1. Aponte as principais características de uma vertente
2. Explique a relação entre Vertente e o Sistema Hidrográfico;
3. Dê exemplos de vertentes e declive em Moçambique e
caracterize.
Unidade IV
Sistemas Geomorfológicos
Introdução
Todo sistema possui uma estrutura que é constituída por elementos.
Para compreendermos melhor a noção de sistema, é interessante
saber o que é um elemento, nesta unidade apresenta se a
classificação do sistema e as suas principais características.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Pretende-se que o aluno seja capaz de identificar e


caracterizar os diferentes sistemas geomorfologicos;
 Explicar a influência dos elementos em cada sistema.
Objectivos

Um sistema, segundo o autor, pode ser definido como o conjunto


dos elementos e das relações entre si e entre seus atributos.”
(CRISTOFOLETTI, 1974, p.1). A aplicação desta teoria de
sistemas aos estudos da Geomorfologia, tem sido utilizado para
focalizar melhor as pesquisas e delinear com mais exactidão os
estudos desta ciência.

Todo sistema possui uma estrutura que é constituída por elementos.


Para compreendermos melhor a noção de sistema, é interessante
saber o que é um elemento, que para o autor unidade básica do
sistema. O problema da escala é importante quando se quer
caracterizar os elementos de determinado sistema. Um rio é
elemento no sistema hidrográfico (CRISTOFOLETTI, 1974, p.2),
por exemplo.

A estrutura de um sistema possui, geralmente três características


que são: tamanho – número de componentes; correlação – a
maneira como os elementos se interagem; e forma – arranjos dos
componentes.

Classificação dos sistemas em geomorfologia, Conforme sua


complexidade estrutura:

a) Isolados: que, por serem isolados, não sofrem mais nenhuma


perda nem recebem energia ou matéria do ambiente que os
circundam. Ex. com um soerguimento tem uma energia inicial
livre que vai perdendo força até chegar a uniformidade da área,
em que a energia é diminuta;

b) Sistemas não-isolados: possuem relações com os outros


sistemas do universo, sendo:

     -fechado-quando há permuta de energia mas não de matéria.


Ex.A Terra, que recebe energia solar, mas não recebe nem
fornece quase nada de matéria para outros astros;

-abertos: ocorrem constantes trocas de energia e matéria, tanto


recebendo quanto perdendo. Ex: bacia hidrografia, cidade;
c) Morfológicos: compostos somente pela associação das
propriedades físicas dos fenômenos (geometria, composição,
etc.), sendo os sistemas menos complexos das estruturas
naturais. Ex: as vertentes, as redes de drenagem, os canais
fluviais que podem distinguir, medir e correlacionar as
variáveis geométricas e as de composição;

d) Em sequência: compostos por cadeia de subsistemas, possuindo


tanto magnitude espacial quanto localização geográficas, que
são dinamicamente relacionados por uma cascata de matéria ou
energia. Ex: no subsistema vertente, a água recebida pode ser
armazenada nos poros das rochas ou transferida para os rios
(escoamento superficial) ou para o lençol subterrâneo;

e) Processos-respostas: são formados pela combinação de sistemas


morfológicos (forma) e sistemas em sequência (processo). Ex:
aumentando a capacidade de infiltração de determinada área,
haverá diminuição no escoamento superficial e na drenagem, o
que reflecte na diminuição da declividade das vertentes, que
facilita a capacidade de infiltração e o escoamento superficial,
este mecanismo é chamado de retro alimentação;

     -retroalimentação directa: relacionamento directo entre ida e


volta da acção entre duas variáveis;

-retroalimentação em circuito: quando envolve mais de duas


variáveis;

-retroalimentação negativa: quando uma variação


extremamente produzida, estabilizando o efeito da mudança
original;

      -retroalimentação positiva: quando os circuitos entre as variáveis


reforçam o efeito da acção, acção em “ bola de neve”.

Ex. desmatamento-escoamento...rocha...sistema destruído;


f) Controlados: são aqueles que apresentam a actuação do
homem sobre os sistemas de processos-respostas;

O sistema geomorfológico é formado pelos seguintes sistemas


antecedentes:

  a)  Sistema climático – através do calor, humidade e movimentos


atmosféricos sustenta e mantém o dinamismo dos processos.

b) Sistema biogeográfico – representado pela cobertura vegetal e


pela vida animal: actua como factor de diferenciação na
modalidade e intensidade dos processos, assim como fornecendo e
retirando energia.

c)  Sistema geológico - através da disposição e variação litológica,


constitui o fator passivo sobre o qual actuam os processos.

d) Sistema antrópico – é a acção humana o factor responsável por


mudanças na distribuição da matéria e energia dentro dos sistemas;
modifica o equilíbrio dos mesmos.

Esses quatro são tidos como os controladores mais importantes do


sistema geomorfológico, porém, através do mecanismo da
retroalimentação, o próprio sistema geomorfológico actua sobre
eles.

Sumário
Os sistemas geomorfogicos, possui geralmente três características
que são: tamanho – número de componentes; correlação e a
maneira como os elementos se interagem; e forma e arranjos dos
componentes, O sistema geomorfológico é formado por sistemas
antecedentes.
Exercícios
1. O que entende por sistema.
2. Caracterize o sistema processos-respostas.
3. Idealize um fluxograma, mostrando um sistema aberto.
Unidade V
O Relevo Terrestre
Introdução
O resultado da actuação de varias forças ao longo de milhões de
anos, que são provocadas principalmente pela acção dos agentes
internos e externos, conhecidos como agentes moderadores do
relevo.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Obter conhecimentos o Relevo terrestre


 Identificar os agentes modeladores do relevo
 Caracterizar os agentes modeladores do relevo
Objectivos

Relevo Terrestre
O relevo terrestre é o resultado da acção de forças que agiram no
decorrer de milhões de anos. Essas forças são chamadas agentes do
relevo. Quando essas forças ou agentes agem de dentro para fora da
Terra, são denominados agentes internos, como o tectonismo, o
vulcanismo e os abalos sísmicos.

Importa dizer que o relevo formado pelos agentes internos sofre a


acção dos agentes externos, como a chuva, o vento, os mares, os
organismos vivos e o intemperismo. São os escultores do relevo,
que fazem um duplo trabalho: a erosão ou destruição e a
acumulação ou construção

Agentes internos modificadores do relevo


São as forças internas do planeta, causadas pelas pressões e altas
temperaturas das camadas mais profundas. Geralmente essas
manifestações são violentas e rápidas, como é o caso dos
terremotos e vulcões. Esses movimentos são construtores e
modificadores do relevo terrestre, podendo levar milhões de anos
ou apenas um dia.

a)      Tectonismo

Também denominado diastrofismo (distorção), caracteriza-se por


movimentos lentos e prolongados que acontecem no interior da
crosta terrestre, produzindo deformações nas rochas. Esses
movimentos podem ocorrer na forma vertical (epirogênese) ou na
horizontal (orogênese).

A epirogênese ou falhamento consiste em movimentos verticais


que provocam pressão sobre as camadas rochosas resistentes e de
pouca plasticidade, causando rebaixamentos ou soerguimentos da
crosta continental. São movimentos lentos que não podem ser
observados de forma directa, pois requerem milhares de ano para
que ocorram.

A orogênese ou dobramento caracteriza-se por movimentos


horizontais de grande intensidade que correspondem aos
deslocamentos da crosta terrestre. Quando tais pressões são
exercidas em rochas maleáveis, surgem os dobramentos, que dão
origem às cordilheiras. Os Alpes e o Himalaia, dentre outras,
originaram-se dos movimentos orogénicos.

 
ver a Fig

b)      Vulcanismo

Vulcão é uma elevação cônica terminada em cratera, formada por


uma fenda na crosta terrestre, por meio da qual massas rochosas em
fusão e gases procedentes do interior da Terra atingem a superfície
do planeta, por um condutor ou canal denominado chaminé.

Os vulcões são comuns em zonas de encontro das placas tectônicas.


Existem, no planeta, duas áreas onde se concentram: uma é a região
do Círculo de Fogo do Pacífico (da Cordilheira dos Andes às
Filipinas); a outra, o Círculo de Fogo do Atlântico (da América
Central, passando pelas Antilhas, até Açores e Cabo Verde).

Quando um vulcão entra em erupção, ele expele lavas, gases e


material piroclástico.

Lava é a massa de rocha fundida à temperatura média de 600 a


1000ºC. A emissão de gases é uma forma encontrada pela natureza
para aliviar as fortes pressões internas.

Os materiais piroclásticos compõem-se de fragmentos de rochas


lançados a centenas de metros de altura. Principais tipos:

-          Cinzas: de aspecto arenoso, podem permanecer suspensas na


atmosfera por longo tempo. Ao depositarem-se sobre a superfície
terrestre, tornam o solo muito fértil.

-          Lapílis: fragmentos de lava que podem chegar à superfície


na forma sólida ou pastosa.
-          Bombas vulcânicas: grandes blocos de lava que solidificam
no ar.

A maioria dos vulcões da Terra está concentrada em duas áreas


principais:
 Círculo de Fogo do Pacífico: desde a Cordilheira dos
Andes até as Filipinas, onde se concentram 80% dos
vulcões da superfície.
 Círculo de Fogo do Atlântico: América Central, Antilhas,
Açores, Cabo Verde, Mediterrâneo e Cáucaso

c)       Abalos sísmicos

São movimentos vibratórios provocados pelos desmoronamentos


internos da crosta terrestre e propagam-se em todas as direcções em
forma de ondas sísmicas, que chegam à superfície e podem ser
registadas pelos sismógrafos.

Nos últimos anos, os cientistas voltaram sua atenção para


localidades assoladas por terremotos que causaram grandes danos
materiais, além de numerosas vítimas. Terremotos ou sismos são
catástrofes naturais ante as quais não se tem defesa ou protecção.

O ponto do interior da Terra onde se origina o terremoto denomina-


se hipocentro ou foco, e o ponto na superfície terrestre onde ele
alcança maior intensidade, epicentro.

Se o epicentro estiver no fundo do mar, forma-se um tsunami,


nome japonês dado às ondas gigantescas (maremotos), que
chegam a atingir 30 metros de altura, propagando-se a grandes
velocidades e arrasando zonas litorâneas. Esses fenômenos são
freqüentes na costa asiática do Pacífico.

No decorrer de um ano, registaram-se milhões de abalos sísmicos;


aproximadamente 5.000 são percebidos pelo homem. Os efeitos
dos tremores são variados: abrem fracturas no solo, desviam as
correntezas dos rios, destroem parcial ou totalmente cidades,
contorcem as vias-férreas. No entanto, o efeito mais terrível é a
perda de vidas humanas.

A intensidade de um terremoto é medida por uma escala numérica


crescente. A mais utilizada é a escala de Richter, com graus de
intensidade que variam de 1 a 9. Do ponto de vista científico, um
ponto na escala Richter é imperceptível, não causando danos nem é
sentido, entretanto a intensidade de 9 graus pode provocar uma
catástrofe sem precedentes.

Agentes externos ou exógenos

Existem agentes externos, na superfície terrestre, que modificam o


relevo, não tão rapidamente como os vulcões ou terremotos, mas
sua acção contínua transforma lenta e ininterruptamente todas as
paisagens da Terra. A acção dos ventos, do intemperismo e da água
sobre a crosta terrestre determinam a erosão.

A intensidade da erosão é determinada pela resistência das rochas e


pela acção e energia do agente erosivo. Assim, por exemplo, certas
regiões desérticas são submetidas a enormes diferenças de
temperatura. Durante o dia ela chega a alcançar mais de 40ºC e à
noite, devido à perda de calor, menos de 0ºC. Essas mudanças
bruscas produzem finas aberturas nas rochas, que pouco a pouco,
dividem-se em partes e destroem-se.

Nas zonas frias, a água que se infiltra na rachadura das rochas


pode congelar, se dilatar e partir a rocha, num processo
denominado gelivação.

   
Ver a fig:

O vento é outro agente de erosão. Sua acção engloba três fases: a de


desgaste da rocha (erosão), determinando curiosas formas nas paisagens;
a de transporte de materiais resultantes dessa erosão e, por fim, a
deposição desses sedimentos, dando origem a outra forma de relevo.

O vento desprende as partículas soltas das rochas e vai polindo-as


até transformá-las em grãos de areia.

A erosão eólica tem dois mecanismos diferentes:

-A deflação, que é a acção directa do vento sobre as rochas,


retirando delas as partículas soltas.

-A corrosão, que é o ataque do vento carregado de partículas em


suspensão, desgastando não só as rochas como as próprias
partículas.
O trabalho de movimentação eólica carrega a areia até depositá-la
nas praias e nos desertos, onde pode formar grandes acumulações
móveis conhecidas como dunas. São enormes montes de areia
acumulada pelo vento e que mudam frequentemente de lugar.

A água, em seus estados líquidos e sólido, actua sobre o relevo. As


águas da chuva e do degelo, ao deslizarem pelo solo, assumem
grande importância ao transformarem-se em rios torrenciais.

A acção erosiva de um rio é extremamente destrutiva em seu curso


superior, pois aí se encontram os maiores declives. O desgaste diminui à
medida que se vai aproximando das planícies.
Abrasão marinha
A acção contínua das ondas do mar ataca a base, os paredões
rochosos do litoral, causando o desmoronamento de blocos de
rochas e o consequente afastamento do paredão.
Esse processo dá
origem a costas altas
denominadas
falésias.

Ver a fig:

Sumário
No âmbito desta unidade visa demonstrar como os agentes
externo e interno exercem influencia sobre modelagem diferentes
formas de relevo terrestre, principalmente agentes com impactos
palpáveis como o tectonismo, assim como o processo da erosivo.

Exercícios
1. Diga que diferença existe entre os agentes modeladores do
relevo.
2. Aponte e caracterize os dois mecanismos da erosão eólica.
Unidade VI
As formas de relevo
Introdução
Ao abordar sobre a evolução das formas de relevo, deve se ter em
conta as alterações que deram origem a diferentes formas de relevo,
sendo a destacar as planícies, planaltos, montanhas e depressões,
assim como algumas estruturas.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Pretende-se que o estudante seja capaz de identificar e


caracterizar as diferentes formas do relevo;
 Entender como as forcas externas e interna influenciam na
Objectivos
modelagem de diferentes estruturas do globo.

Evolução das formas de Relevo

O relevo não se caracteriza apenas pela sua altitude mas também


pelo seu aspecto. Ao longo de milénios a superfície da Terra foi-se
alterando e dando origem a diferentes formas de relevo. na
superfície terrestre as forma do relevo são muito variadas, no
entanto destacamos quatro principais: planície, planalto, depressão
e montanha.

  

As formas de relevo

 a)      Planície

Relevo plano, de poucos declives e altura, a planície corresponde a


uma bacia de sedimentação que se acumulou no passado, e
continua se acumulando pelos depósitos sedimentares deixado
pelos rios, mares e ventos. Essa forma de relevo é encontrada ao
longo dos rios, e próximo a lagos e mares, onde o trabalho de
erosão é mais intenso. Sua altitude aproximada é de 0 a 200 m
acima do nível domar. A planície é o tipo de relevo preferido pelo
homem para viver - 96% da população da Terra habitam regiões
planas.

As planícies podem ser:

-Costeiras, quando resultam do levantamento da plataforma


costeira

-Aluvionais quando resulta da acumulação de sedimentos

-De Piomente, quando e formada na parte baixa entre as


montanhas.

b)      Planalto

O planalto apresenta relevo de altitudes elevadas, superfície quase


plana e altura variada, onde o processo de erosão supera o de
sedimentação. Pode surgir entre cadeias montanhosas. Para essa
forma de relevo, geralmente se considera um mínimo de 500 m de
altitude. As bordas dos planaltos podem apresentar-se sob forma de
paredões abruptos (escarpas) ou rampas suaves. No Brasil, os
planaltos têm altura modesta.

Muitas culturas, como as dos incas e astecas, se desenvolveram em


planaltos. Nas zonas tropicais e equatoriais, o homem busca esse
tipo de relevo para sua moradia, pois ali encontra boas condições
climáticas determinadas pela altura. São bons exemplos a Cidade
do México, a 2.276m, e Quito (Equador), a 2.800m de altitude.

O planalto é resultado de processos erosivos. Nas bordas dos


planaltos geralmente aprecem as escarpas que são chamadas de
serras

c)  Montanha
É uma grande elevação da crosta terrestre. Semelhante a um cone.
Montanhas em série formam cadeias ou cordilheiras. As maiores
cordilheiras são as dos Andes e do Himalaia. Por sua formação
geológica recente, apresentam alturas elevadas e cumes
pontiagudos.

As montanhas sempre despertaram o espírito ousado e curioso do


homem, que tentou conquistá-las, muitas vezes com esforços sobre
humanos. A conquista do Everest, a mais alta montanha da cadeia
do Himalaia, com 8.848m de altitude, foi conseguida, pela primeira
vez, por Sir Edmund Hillary, 1953.

As montanhas podem ser recentes e apresentarem as seguintes


características:

 - Grandes altitudes; picos abruptos; actividade vulcânica intensa,


datam geralmente do período Terciário da Era cenozóica;

As montanhas velhas apresentam características como:

 - Pequenas altitudes; formas arredondadas, formadas na Era


Arqueozóica, Proterozóica ou Paleozóica

d) Depressão

Relevo situado abaixo do nível do mar ou de terras circundantes.


As depressões podem ser relativas ou absolutas. Consideram-se
depressões absolutas as áreas continentais abaixo do nível do mar.
As relativas encontram-se acima do nível do mar, porém a uma
altura inferior à da superfície vizinha. Exemplo os vales , definidas
como depressões alongadas e estreitas, situadas entre montanhas,
normalmente resultantes da acção de um rio ou de um glaciar.

 
Fig.4A: Vale fluvial (rio Douro)                      Fig.4B: Vale glacial (rio
Zêzere)

 Além desses acidentes existem outros menores: as chapadas, as


cuestas e as depressões periféricas.

- As cuestas são formas de relevo tabular, onde escarpas íngremes


limitam um topo plano, formado por terras de maiores altitudes,
que se contrapõem a terras mais baixas e de vertentes suaves.

- Chapadas
são formações rochosas elevadas acima de 600 metros que
possuem uma porção bem plana na parte superior. A causa pela
qual a superfície da chapada seja plana é a erosão. Naturalmente
são terrenos de superfície bastante plana, cuja altitude se destaca
das áreas ao redor. Aparece na região Centro-Oeste e no Nordeste.

Tipos de estruturas

No que concerne à
deformação da crusta terrestre provocada pelos movimentos e
forças causadores da alteração da disposição ou arranjo que as
rochas possuíam inicialmente, o qual se designa por Tectónica.
Sempre que uma rocha é submetida a pressões muito elevadas,
pode dobrar-se ou fracturar-se. Daí resultam as dobras e fracturas
(falhas quando os blocos sofrem deslocamentos relativos). O tipo
de estrutura resultante depende das propriedades físicas das rochas
e do meio em que se produzem as deformações.

Dobras são estruturas cujas superfícies primárias de referência


ficaram abauladas, curvadas ou alteradas sem perca de
continuidade.

Há vários tipos de dobras. Por exemplo, de acordo com a geometria


podemos distinguir três variedades de dobras:

 Anticlinais (dobras cujos lados ou flancos inclinam-se em


sentidos divergentes), sinclinais (dobras cujos flancos
inclinam-se em sentidos convergentes) e monoclinais
(consistem numa flexão, em que as camadas mais ou menos
horizontais, assumem, localmente, uma inclinação em
determinada direcção).

fig: dobras associadas em Anticlinal=A fig.: mostrando uma dobra deitada

(flancos=fl inclinam-se em sentidos divergentes - ver setas) Sinclinal=S (flancos=fl inclinam-se em sentidos convergentes - ver setas).

Há dobras de escala microscópica até dobras com dezenas e


centenas de Kilómetros. Uma dobra raras vezes se encontra isolada,
e quase todas elas contribuem para a constituição de um Sistema de
Dobras. Os sistemas de dobras mais extensos e espectaculares
desenvolveram-se nas chamadas cinturas de montanhas dobradas
ou orogénicas

Falhas são fracturas mediante as quais as rochas se deslocam, de


forma que perdem a sua continuidade original. Existe um
movimento relativo, em qualquer direcção, dos blocos de rochas,
ao longo do plano de falha (a superfície de fractura ao longo da
qual teve lugar o movimento relativo).

fig.: falha (traço do


plano de falha=F- F1)

Associada a dobras do tipo anticlinal=DA e sinclinais. Existem três


tipos básicos de falhas tectónicas: normais, inversas e de
desligamento.

Quando o movimento dos dois blocos adjacentes à falha se


processa na horizontal e paralelamente ao traço da falha, o
movimento é dito de desligamento. É neste
caso necessário precisar sobre o sentido
relativo do movimento entre os dois blocos.
Se esse movimento for tal que um
observador baseado num dos lados da falha
tem a percepção de que o outro se moveu para a sua direita, a falha
é do tipo desligamento direito ou dextrógira. Se a percepção for de
que o movimento foi para a esquerda, a falha é do tipo
desligamento esquerdo ou sinistrógira.
Nas falhas normais e inversas também há deslizamento ao longo do
plano de falha, mas a direcção do movimento tem
agora uma componente vertical. Quando o
movimento se dá de modo a que o bloco superior
desliza ao longo do declive no sentido
descendente, em relação ao bloco inferior, diz-se
que temos uma falha normal.

Quando a situação se inverte, ou seja, quando o


bloco superior sobe ao longo do declive,
"cavalgando" o bloco inferior, diz-se que temos
uma falha inversa ou de cavalgamento

Sumário
A Terra é constituída por camadas concêntricas e de diferentes
materiais, Ao longo de milénios a superfície da Terra foi-se
alterando e dando origem a diferentes formas de relevo. No âmbito
desta unidade haverá contributo para que o aluno seja capaz
conhecer a influencia realizada por agentes internos e externo na
formação e modificação das formas do relevo bem como condições
de formação .

Exercícios
1. Identifique e caracterize as principais formas do relevo;
2. Conceitualiza e classifique as falhas.
Unidade VII
As grandes unidades estruturais do
mundo
Introdução
A presente unidade temática apresenta as principais características
das grandes unidades estruturais do mundo, sendo os escudos
antigos, as bacias sedimentares e as cadeias e dobramentos
modernos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Obter conhecimentos sobre as grandes unidades estruturais


do globo
 Identificar as unidades estruturais
Objectivos
 Caracterizar as unidades estruturais

As Grandes Unidades Estrurais do Globo 

-  Escudos antigos: constituem a porção mais rígida da crosta,


formada de rochas ígneas de consolidação intrusiva (pré-cambriana
ou mesmo paleozóico), metamorfizados e incorporados aos escudos
de antiga consolidação. São materiais que sofreram dobaremos,
falhamentos e soerguimentos várias vezes (cristalinos e
cristalofilianos-escudo canadense, escudo das Guianas e brasileiro,
ocidental australiano e Decan; sedimentares ou metamórficos-
montanhas Apalaches, maciço Hercínio na Alemanha, maciço
central francês e Sinoinsulíndio);

-Bacias sedimentares: são depressões relativas, preenchidas por


detritos ou sedimentos de áreas próximas. Este processo se deu nas
eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica, contudo ainda ocorrem
nos dias actuais. Associam-se à presença de petróleo, carvão, xisto
e gás natural. O Brasil possui 6.430.000 km² de bacias
sedimentares, dos quais 4.880.000 km² em terra e 1.550.000 km²
em plataforma continental que corresponde a 64% do território,
constituindo grandes bacias como a Amazônica, a do Parnaíba, a do
Paraná, a São-franciscana e a do Pantanal Mato-grossense e outras
pequenas bacias

-    Cadeias dobradas ou Dobramentos Modernos: São


estruturas formadas por rochas magmáticas e sedimentares pouco
resistentes; foram afectadas por forças tectônicas durante o
Terciário provocando o enrugamento e originando as cadeias
montanhosas ou cordilheiras. Em regiões como os Andes, as
Montanhas Rochosas, os Alpes, o Atlas e o Himalaia, são
frequentes os terremotos e as atividades vulcânicas. Apresentam
também as maiores elevações da superfície terrestre. Os
dobramentos resultam de forças laterais ou horizontais ocorridas
em uma estrutura sedimentar que forma as cordilheiras. As falhas
resultam de forças, pressões verticais ou inclinadas, provocando o
desnivelamento das rochas resistentes

Os dobramentos modernos ocorridos no Terciário, resultam do


choque de placas com soerguimento dos sedimentos que vinham se
acumulando desde o Ordoviciano, em ambiente marinho. Na
América do Sul destacam-se os dobramentos Andinos. A colisão de
placas gerou uma série de manifestações tectônicas na crosta, como
os dobramentos, novos falhamentos e reativação de antigas falhas.
Concomitantemente, movimentos epirogenéticos provocaram
soerguimentos na parte oriental do Brasil, estimulando nova fase de
entalhamento da rede de drenagem, responsável pela dissecação da
paisagem. Na faixa pré-andina, falhamentos de grande dimensão
originaram o Pantanal Mato-grossense.
Sumário
No âmbito das grandes unidades estruturais do Mundo, destaca se
os escudos antigos que constituem a porção mais rígida da crosta,
formada de rochas ígneas de consolidação intrusiva (pré-cambriana
ou mesmo paleozóico), metamorfizados e incorporados aos escudos
de antiga consolidação, por outro lado têm as depressões
preenchidas por detritos ou sedimentos de áreas próximas. Este
processo se deu nas eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica,
contudo ainda ocorrem nos dias actuais.

Exercícios
1. Aponte as grandes unidades estrturais do globo
2. Caracterize Cadeias dobradas ou Dobramentos Modernos
Unidade VIII
Introdução a cartografia
geomorfológica
Introdução
A geomorfologia oferece subsídios de interesse geográfico, Para o
entendimento da cartografia Geomorfologica, recorre aos trabalhos
soviéticos, desenvolvidos principalmente após a Segunda Guerra
Mundial, voltados à análise de grandes e médios espaços,
utilizando fundamentalmente o método cartográfico assim como a
análise morfoestrutural, que tem suas raízes firmemente plantadas
na obra de Penck (1924).

O conceito de morfotectura, morfoestrutura e morfoescultura


fundamentam-se na medida que oferece subsídios de interesse
geográfico. Ressalta, contudo, que o problema da escala apresenta
significância principalmente na definição do encaminhamento
metodológico, na escolha dos instrumentos de investigação e no
nível de resolução gráfica do tratamento cartográfico.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Pretende-se que o estudante seja capaz de identificar e


caracterizar as diferentes formas de representação
Geomorfogica;
Objectivos
 Entender e interpretar os diferentes conceitos sobre a
Cartografia geomorfologica;

 Interpretar Proposta de Tricart sobre a Parte de legenda


(dados estruturais)

A Cartografia Geomorfológica
Constitui um importante instrumento na espacialização dos factos
geomorfológicos, permitindo representar a génese das formas do
relevo e suas relações com a estrutura e processos, bem como com
a própria dinâmica dos processos, considerando suas
particularidades.

Para Tricart (1965), o mapa geomorfológico refere-se à base da


pesquisa e não à concretização gráfica da pesquisa realizada, o que
demonstra seu significado para melhor compreensão das relações
espaciais, sintetizadas através dos compartimentos, permitindo
abordagens de interesse geográfico como a vulnerabilidade e a
potencialidade dos recursos do relevo.

Ao se elaborar uma carta geomorfológica devem-se fornecer


elementos de descrição do relevo, identificar a natureza
geomorfológica de todos os elementos do terreno e datar as formas
(Ross, 1996). Muitas são as propostas existentes para a
representação do relevo. A maior unanimidade entre elas refere-se
à questão do conteúdo geral dos mapas, independentemente da
maneira de representação gráfica, que geralmente provoca
divergência entre as diversas tendências.

Portanto, o que parece mais problemático é a questão relativa à


padronização ou uniformização da representação cartográfica, pois
ao contrário de outros tipos de mapas temáticos, não se conseguiu
chegar a um modelo de representação que satisfaça os diferentes
interesses dos estudos geomorfológicos (Ross, 1990).

Abreu (1982) procura destacar o problema da classificação dos


factos geomorfológicos, na medida que isto é um dado fundamental
para o processo de análise. Para tal, considera procedente deslocar
o eixo de abordagem do problema da escala para o problema da
essência dos fenômenos que interessa ao estudo do georrelevo.
Destaca a forma como síntese metodológica, procurando obter dela
as informações necessárias para a compreensão da essência de sua
dinâmica e das propriedades adquiridas.

Com base nessa premissa, Abreu (1982) recorre aos trabalhos


soviéticos, desenvolvidos principalmente após a Segunda Guerra
Mundial, voltados à análise de grandes e médios espaços,
utilizando fundamentalmente o método cartográfico.

Para o autor, a denominada análise morfoestrutural, que deveria


ser chamada simplesmente de geomorfológica, tem suas raízes
firmemente plantadas na obra de Penck (1924) e teve como
pioneiro Gerasimov, que propôs, em 1946, os conceitos de
geotextura1, morfoestrutura e morfoescultura (Gerasimov &
Mescherikov, 1968), os quais se equivalem aos conceitos de:

 Morfotectura,
 Morfoestrutura
 Morfoescultura

O conceito de morfotectura, morfoestrutura e morfoescultura


fundamentam-se na premissa penckiana do jogo de forças, internas
e externas, que através de um conjunto de processos responde pela
génese do modelado do relevo terrestre. A identificação e a
classificação das formas do relevo, necessariamente implicam
considerar a gênese, a idade ou ainda os processos morfogenéticos
actuantes (Ross, 1990).

A questão da escala de tratamento ou de representação se constitui


na premissa básica para o grau de detalhamento ou de
generalização da informação.

Segundo Demek citando Avansi, (1982) propõe o seguinte


encadeamento de operações para o mapeamento de
morfoestruturas:
a) Análise das cartas geológicas e tectônicas de áreas em estudo
(em escalas pequenas e grandes), com a transferência dos principais
falhamentos para uma determinada base;

b) Análise de cartas topográficas, em iguais escala, com o objectivo


de se elaborar uma carta das rupturas tectônicas e das formas de
relevo lineares, e uma carta dos elementos do relevo segundo seus
atributos morfográficos e morfométricos;

c) Elaboração de perfis geológico-geomorfológicos, com a intenção


de se definirem níveis regionais e elaboração de uma estratigrafia
das formas;

d) Interpretação de fotografias aéreas procurando especificar a


gênese dos elementos do relevo;

e) Levantamento de campo para teste e correcção das


interpretações, valorizando-se itinerários previamente definidos e
utilizando-se, eventualmente, de sobrevoos no caso de áreas de
difícil acesso. Nesta fase pode-se incluir colecta de materiais para
posterior análise laboratorial;

f) Integração da informação obtida em campo. A carta das formas


de relevo resultante, considerando seus aspectos morfográficos e
morfométricos, é revista, assumindo um carácter genético, dada a
existência de elementos importantes para explicar a origem das
formas e esculturação do modelado.

Tricart (1965), ao tratar da concepção e princípios de realização da


Carta Geomorfológica ressalta as diferentes categorias de
fenômenos representados segundo a escala adoptada. Como
exemplo, as cartas em pequena escala, como 1:1.000.000,
1:500.000, se orientam essencialmente para os fenômenos
morfoestruturais, mostrando as anticlinais resultantes de
dobramentos, seus montes, ou ainda os horsts e os grabens de um
processo de falhamento.

Portanto, a escala da representação é que permitirá definir o grau de


complexidade do fenômeno observado. Com base nas
recomendações da Sub-Comissão de Cartas Geomorfológicas da
UGI (União Geográfica Internacional), a carta geomorfológica de
detalhe, em escala grande, deve comportar quatro tipos de dados:

 Morfométricos
 Morfográficos
 Morfogenéticos
 Cronológicos

a) Morfométricos :

Correspondem às informações métricas importantes, apoiadas em


cartas topográficas ou outras formas de levantamento. Geralmente
as informações métricas são intrínsecas aos sinais ou símbolos para
a representação das formas do relevo, a exemplo de extensão de
terraços ou escarpas erosivas, declividade de vertentes, dentre
outras. Para se evitar a sobrecarga de informações na carta
geomorfológica, dificultando sua leitura, os dados morfométricos,
como a declividade das vertentes, a hierarquização da rede
hidrográfica, dentre outros, podem ser apresentados à parte, em
uma representação cartográfica específica

b) Morfográficos :

Correspondem a formas de relevo resultantes do processo


evolutivo, sendo sintetizadas como formas de agradação e de
degradação. Como formas de degradação destacam-se as formas de
erosão diferencial, as escarpas de falha ou erosivas, ravinas e
boçorocas. Como formas de agradação destacam-se depósitos
aluviais em planícies de inundação, concentração de colúvios
pedogenizados ou pedimentos detríticos inumados. Os aspectos
morfográficos encontram-se estreitamente ligados aos
morfogenéticos, ou seja, as formas geralmente expressam as
respectivas gêneses. Quanto às formas de relevo, o Projecto
Radambrasil utiliza formas estruturais, sugere maiores
especificidades para representações morfográficas em escala
grande, como formas tectônicas e estruturais, formas influenciadas
pela litologia e estrutura, formas de agradação e degradação, dentre
outras;

c) Morfogenéticos :

Referem-se aos processos responsáveis pela elaboração das formas


representadas. Assim, na representação cartográfica do relevo, as
diversas formas devem figurar de tal maneira que sua origem ou
sua gênese sejam directamente inteligíveis. Como exemplo, as
superfícies erosivas associadas a processo de aplainamento devem
conter referências ao processo de pediplanação, identificando a
génese ligada ao recuo paralelo de vertentes em condição climática
seca, podendo incorporar referenciais de natureza cronológica,
associados ao período de formação, adicionando termos como de
cimeira (mais antigo) ou intermontanas (mais recente).

d) Cronológicos:

Correspondem ao período de formação ou elaboração de formas ou


feições. A representação cronológica pode ser expressa através de
cores, que mesmo que adoptadas com outro sentido, podem
oferecer subsídios dessa natureza. Exemplo são os mapas
geomorfológicos ao milionésimo, onde a cor representa os relevos
conservados e as tonalidades os relevos dissecados. Partindo desse
princípio, as formas estruturais e as formas erosivas, associadas a
relevos conservados, encontram-se relacionadas a processos
morfogenético ou morfoclimáticos bem mais antigo em relação aos
modelados pós-pliocênicos referentes aos relevos dissecados

As tonalidades adoptadas para deposições de materiais, como os


terraços e planícies, que podem ocorrer tanto nos relevos
conservados como nos dissecados, mantêm relações genético-
processuais pleisto-holocênicas.

Muitas vezes as informações morfocronológicas são incorporadas


na própria legenda, a exemplo das superfícies de aplainamento
terciárias, planície de várzeas holocênicas, pleistocênicos
coluvionados, dentre outros. Nas representações geológicas as
cores convencionadas expressam relações cronológicas das
estruturas litoestratigráficas, dispostas inclusive de forma
cronológica na legenda.

Quanto aos princípios da representação da carta geomorfológica,


Tricart (1965) considera, como primeiro passo, a necessidade de
uma base cartográfica. A adição de curvas de nível nos mapas
geomorfológicos, extraídas das cartas topográficas, pode se
constituir em alternativa para suprir a ausência de informações
morfométricas, desde que não sobrecarreguem os limites da
lisibilidade.

A base topográfica pode ser proporcionada ainda a adição de


outras informações morfométricas, como a adopção de duas ou três
classes de declividade na representação.

Outro aspecto para o qual o autor chama atenção refere-se à


importância dos dados estruturais na representação
geomorfológica, o que não representa uma opinião unânime entre
os especialistas. Os ingleses, por exemplo, limitam a
geomorfologia a uma cronologia da dissecação, sem se ocuparem
da estrutura dos processos.

Proposta de Tricart sobre a Parte de legenda (dados


estruturais)

Demek (1967) propõe a utilização de três unidades taxonômicas


básicas nas cartas geomorfológicas, representadas pelas superfícies
geneticamente homogêneas, formas do relevo e tipos de relevo.

Portanto, nas superfícies geneticamente homogéneas, como no


domínio dos chapadões tropicais interiores com Cerrados e Floresta
de Galeria (Ab'Sáber, 1965), tem-se a presença de formas de relevo
representadas por processo de pediplanação (plainos e cimeira e
plainos intermontanos, pedimentos escalonados, onde se constatam
tipos de relevo caracterizados por vertentes com discreta
convexização.

Para o autor, a menor unidade taxonômica é a superfície


geneticamente homogênea, que resulta de um determinado
processo ou de um complexo de processos geomorfológicos. Essa
unidade taxonómica é condicionada por processos de três origens:

 Os endógenos
 Os exógenos
 Atróficos.

Exemplos de mapeamentos geomorfológicos em diferentes


escalas

Procurando evidenciar os níveis de informação usualmente


contidos nas diferentes escalas de representação cartográfica do
relevo, foram selecionados três exemplos para análise:

O primeiro refere-se a uma representação em pequena escala


(1:1.000.000), os outros dois últimos referem-se a representações
em escalas média a grande (escalas 1:50.000, produzidas por
Tricart, 1978 e 1:40.000, elaboradas por Nascimento et al, 1991),
procurando evidenciar as diferenças de níveis de informações
geomorfológicas, considerando as respectivas aplicações.

Os Domínios Morfoestruturais, também denominados de Unidades


Morfoestruturais na classificação de Ross (1992), correspondem
aos três grandes conjuntos estruturais do globo. Os Domínios
Morfoestruturais apresentam características geológicas
prevalecentes, tais como direcções estruturais que se reflectem no
direcionamento geral do relevo ou no controle da drenagem
principal (IBGE, 1995).

Ordem de grandeza das formas de dissecação

Com relação aos componentes da representação geomorfológica


recomendados pela União Geográfica Internacional entende-se que
o exemplo escolhido possui uma boa correspondência, apesar das
naturais limitações da escala (1:1.000.000). Alguns parâmetros
encontram-se contidos de forma directa ou indirecta na
representação, como:

a) Morfométrico:

que pode ser inferido pela tonalidade, onde a mais forte


corresponde às superfícies mais elevadas (relevo conservado
como o reverso da crusta) e o mais claro às mais baixas (como
o relevo dissecado correspondente ao nível rebaixado e
desdobrado), dando assim a sensação hipsometria à
representação. Também algumas simbologias lineares
expressam unidades métricas, como fronte de crusta , que no
exemplo encontra-se como portadora de desnível acima dos
150 metros

b) Morfográfico:
Marcado por manchas de modelados de relevo específicos,
como os tabulares, os convexos ou os aguçados nas formas de
dissecação;

c) Morfogenético:

Que embora implícito na morfologia representada, pode ser


inferido através de formas específicas, como as planícies
fluviais, superfícies pediplanadas, ou mesmo as diferentes
formas de dissecação vinculadas aos processos lineares e
areolares;

d) Cronológico:

Que também pode ser inferido através de formas específicas,


como a presença de terraços fluviais, sempre ligados a processos
climáticos ou paleoclimáticos, sobretudo pleistocênicos, ou
planícies fluviais, associadas às superfícies alveolares holocênicas.
Representações geomofológicas em escalas média a grande Os
dois exemplos de mapeamentos geomorfológicos selecionados,
correspondentes às escalas de 1:50.000 e 1:40.000, têm por
objetivo evidenciar a diferenciação de parâmetros empregados,
considerando as respectivas especificidades

O componente cronológico pode ser inferido através das formas


representadas, com alguma informação complementar, quanto ao
período de ocorrência, como rebordos de terraços antigos e actuais,
que permitem correlações temporais. A representação procura
incorporar ainda informações de interesse directo, assumindo a
carta geomorfológica importância como subsídio aos eventuais
riscos associados ao uso e ocupação do relevo.
No presente caso, Tricart (1978), fundamentado no conceito de
ecodinâmica, incorpora informações baseadas nas limitações
físicas, imprescindíveis ao ordenamento territorial.

Geotextura corresponde às grandes feições da crosta, associadas às


manifestações de processos a elas associados. Centre de
Géographie Appliquée.

Demek (1967) Superfícies geneticamente homogêneas são áreas de


geometria relativamente planas, sem apresentar quebras de relevo.
Resultam de curtos estágios na evolução do relevo decorrentes de
um ou mais processos agindo em uma certa direcção (variam entre
algumas dezenas de metros/alguns quilômetros quadrados); Formas
de relevo são constituídas pela junção de superfícies geneticamente
homogêneas, resultantes de um mesmo processo, mas
correspondendo a estágios mais longos no desenvolvimento do
relevo (alcançam algumas centenas m 2 / km 2 ; Tipos de relevo
correspondem a complexo de formas, em uma área limitada de
forma relativamente distinta, com a mesma altitude, mesma gênese
dependendo da morfoestrutura, originada dos mesmos processos
morfogenéticos numa mesma história evolutiva.

Sumário
A Cartografia geomorfologica faz uma abordagem da
representação geomorfológica nos aspectos: morfométrico,
morfográfico, morfogenético e morfocronológico, Deve se
Considerar a representação geomorfológica segundo escalas
taxonómicas, chamando atenção para aspectos ligados à
geomorfologia funcional. e teve como pioneiro Gerasimov, que
propôs, em 1946, os conceitos de geotextura, morfoestrutura, os
quais se equivalem aos conceitos de morfotectura, morfoestrutura e
morfoescultura empregados por Mescerjakov (1968). O conceito de
morfotectura, morfoestrutura e morfoescultura fundamentam-se na
medida que oferece subsídios de interesse geográfico.
Exercícios
1.Identifique a origem dos processos taxonómicos.

2.Mencione os dados em que uma carta geomorfológica de detalhe,


em escala grande, deve comportar.

3.Explique com dois exemplos a importância do estudo da


cartografia geomorfologica.

4. Conceitualize a cartografia geomorfogica.


Unidade IX
A erosão
Introdução
A erosão é o processo de desprendimento e arraste acelerado das
partículas do solo causado pela água e pelo vento. A erosão do solo
constitui, sem dúvida, a principal causa da degradação acelerada
das terras. As enxurradas, provenientes das águas de chuva que não
ficaram retidas sobre a superfície, ou não se infiltraram,
transportam partículas de solo e nutrientes em suspensão. Outras
vezes, esse transporte de partículas de solo se verifica, também por
acção do vento.

O efeito do vento na erosão é ocasionado pela abrasão


proporcionada pela areia e partículas mais finas em movimento. A
água é o mais importante agente de erosão; chuva, córregos, rios,
todos carregam solo, as ondas erodem as costas dos continentes e
lagos, de fato, onde há água em movimento, ela está erodindo os
seus limites.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir a erosão;

 Identificar os tipos de erosão;


Objectivos
 Reconhecer a importância do intemperismo na
desagregação das rochas.

A erosão é um processo natural de desagregação, decomposição,


transporte e deposição de materiais de rochas e solos que vem
agindo sobre a superfície terrestre desde os seus princípios.
Contudo, a acção humana sobre o meio ambiente contribui
exageradamente para a aceleração do processo, trazendo como
consequências, a perda de solos férteis, a poluição da água, o
assoreamento dos cursos de água e reservatórios e a degradação e
redução da produtividade global dos ecossistemas terrestres e
aquáticos.

Os processos erosivos são condicionados basicamente por


alterações do meio ambiente, provocadas pelo uso do solo nas suas
várias formas, desde o desmatamento e a agricultura, até obras
urbanas e viárias, que, de alguma forma, propiciam a concentração
das águas de escoamento superficial.

Segundo OLIVEIRA et al (1987), este fenômeno de erosão vem


acarretando, através da degradação dos solos e, por consequência,
das águas, um pesado ónus à sociedade, pois além de danos
ambientais irreversíveis, produz também prejuízos econômicos e
sociais, diminuindo a produtividade agrícola, provocando a redução
da produção de energia eléctrica e do volume de água para
abastecimento urbano devido ao assoreamento de reservatórios,
além de uma série de transtornos aos demais sectores produtivos da
economia.

A quebra do equilíbrio natural entre o solo e o ambiente (remoção


da vegetação), muitas vezes promovida e acelerada pelo homem
conforme já exposto, expõe o solo a formas menos perceptíveis de
erosão, que promovem a remoção da camada superficial deixando o
subsolo (geralmente de menor resistência) sujeito à intensa
remoção de partículas, o que culmina com o surgimento de
voçorocas (SILVA, 1990).

Quando as voçorocas não são controladas ou estabilizadas, além de


inutilizar áreas aptas à agricultura, podem ameaçar obras viárias,
áreas urbanas, assorear rios, lagos e reservatórios, comprometendo
por exemplo o abastecimento das cidades, projectos de irrigação e
até a geração de energia eléctrica.
Torna-se, portanto, importante a identificação das áreas cujos solos
sejam susceptíveis a esse tipo de erosão, sobretudo, em regiões
onde não existem planos de conservação (PARZANESE, G.A.C.,
1991), bem como o estudo dos factores e processos que possam
agravar este fenômeno, visando a obtenção de uma metodologia de
controlo do mesmo.

VASCONCELOS SOBRINHO (1978), considera que existe uma


corrida entre a explosão demográfica e o desgaste das terras,
operando em sentido oposto, porém somando-se os efeitos, pois,
como consequência da própria explosão demográfica, a pressão
populacional sobre as áreas já ocupadas, conduzem-nas à
deterioração cada vez mais rápida.

Os processos erosivos se iniciam pela retirada da cobertura vegetal,


seguido pela adopção e concentração das águas pluviais na
implantação de obras civis (saída de colectores de drenagem em
estradas, arruamento urbano, barramento de águas pluviais pela
construção de estradas forçando sua concentração nas linhas de
drenagem), estradas vicinais, ferrovias, trilhas de gado, uso e
manejo inadequado das áreas agrícolas.

A urbanização, forma mais drástica do uso do solo, impõe a


adopção de estruturas pouco permeáveis, fazendo com que ocorra
diminuição da infiltração e aumento da quantidade e da velocidade
de escoamento das águas superficiais.

A erosão acelerada (acção antrópica) pode ser laminar ou em


lençol, quando causada por escoamento difuso das águas das
chuvas resultante na remoção progressiva dos horizontes
superficiais do solo; e erosão linear, quando causada por
concentração das linhas de fluxo das águas de escoamento
superficial, resultando em incisões na superfície do terreno na
forma de sulcos, ravinas e voçorocas (OLIVEIRA, 1994).

A voçoroca é a feição mais flagrante da erosão antrópica, podendo


ser formada através de uma passagem gradual da erosão laminar
para erosão em sulcos e ravinas cada vez mais profundas, ou então,
directamente a partir de um ponto de elevada concentração de
águas pluviais (IPT, 1986).

Segundo LIMA (1987), o estabelecimento de qualquer processo


erosivo requer, antes de tudo, um agente (água ou vento) e o
material (solo), sobre o qual agirá, desprendendo e desagregando as
partículas e transportando-as. A interacção entre material e agente
consiste na busca de um estado de maior equilíbrio, antes desfeito
de forma natural ou devido a efeitos antrópicos.

Os processos erosivos iniciam-se pelo impacto da massa aquosa


com o terreno, desagregando suas partículas. Esta primeira acção
do impacto é complementada pela acção do escoamento superficial,
a partir do acúmulo de água em volume suficiente para propiciar o
arraste das partículas liberadas (IPT, 1991).

Erosão eólica

É provocada pelo vento, encontra-se, principalmente na face do


rochedo, cavidades arredondadas (alvéolos) produzidas pelo
movimento circular (redemoinhos) de partículas arenosas
transportadas pelo vento. O fato destes alvéolos estarem
preferencialmente no lado oeste indica que é deste lado que vem o
vento predominante. A acumulação dos sedimentos originados pela
erosão eólica forma Loess, duna e Ergs.

Erosão marinha ou abrasão

O embate das ondas é capaz de desgastar as rochas, ocorrendo


intemperismo devido à energia dissipada e às partículas de areia
transportadas em suspensão pela água. As correntes marinhas
litorâneas distribuem o material erodido ao longo da crosta.
Variações sazonais nos movimentos destas correntes podem levar
ao retrabalhamento de sedimentos já depositado nas praias. Outros
tipos de esculturas produzidas pela abrasão são as falésias. A acção
do mar pode produzir dois tipos de crostas:

 De submersão: quando o nível do mar sobe em relação ao


continente.

 De emersão: quando o nível do mar diminui em relação ao


continente. A erosão produzida pela abrasão pode ser
classificada, ainda, em: costas altas (quando o solo é
sedimentar) e falésias (quando o solo é cristalino).

Erosão pluvial

É através das chuvas que essa erosão acontece. Apesar de demorar


muitos anos para essa mudança ser notada, a chuva é um agente da
erosão.

Erosão fluvial

Ocorre através dos rios.Com o percurso que o rio tem, o solo vai se
modificando como modelo do rio. Este também é um processo
muito lento. Erosão glacial

A Erosão Glacial é realizada através da neve (que é água também


mas em outro estado) ou gelo. A erosão forma fiordes, enquanto a
acumulação desta forma as morainas ou também chamadas
morenas.

Erosão antrópica
Erosão causada pelos Seres Humanos. Não é uma erosão natural,
Nós temos consciência e controle desse tipo de erosão.

Intemperismo

Por definição, intemperismo é diferente de erosão. Intemperismo


envolve somente a desagregação da rocha enquanto a erosão
envolve a remoção dos detritos produzidos pelo intemperismo. Na
realidade o intemperismo e a erosão estão intimamente
relacionados. O intemperismo desagrega a rocha sólida produzindo
fragmentos soltos. A erosão remove os detritos e expõe a rocha são
novamente, a qual será intemperizada, continuando assim o ciclo.

Dois tipos principais de intemperismo são reconhecidos

a) Intemperismo físico;

b) Intemperismo químico.

O intemperismo físico quebra a rocha em partículas menores. Um


processo estritamente físico não envolvendo mudanças na
composição química. O intemperismo químico altera a rocha por
reacções químicas entre elementos da atmosfera e aqueles da rocha.
Muitos geólogos acreditam que o intemperismo químico é o mais
importante em termos do total de rocha envolvida (sujeita a este
intemperismo), mas geralmente os dois processos trabalham juntos,
cada um facilitando o outro, assim o produto final, resulta da
combinação dos dois processos.

É um pouco difícil enfatizar a importância do intemperismo para a


humanidade. Ele é a base de nossa economia, e nossa existência
depende dele. Sem o intemperismo a Terra seria inabitável. Os
continentes seriam compostos apenas por rochas frescas (sã), sem
cobertura de solo; consequentemente, a Terra seria desprovida de
plantas e animais. Além do solo, o intemperismo também produz
alguns produtos úteis como as areias e depósitos de argilas.
Praticamente todo o minério de alumínio e a maior parte do ferro
são formados e concentrados pelo intemperismo.

Intemperismo Mecânico ou Físico

O intemperismo físico consiste no quebramento da rocha por


processos físicos sem envolver mudanças na composição química
da rocha. Os tipos mais importantes de intemperismo mecânico
são: expansão do gelo (congelação); alívio de pressão (carga) ou
sheeting.

O intemperismo físico é um processo estritamente físico sem


envolver mudanças na composição química da rocha. Nenhum
elemento químico é adicionado ou subtraído da rocha. A rocha
simplesmente quebra em fragmentos menores devido a uma série
de stress (esforços - tensões). Os tipos mais importantes de
desintegração física são:

a) Congelamento (expansão do gelo) - a água se congela e se


volume expande em cera de 9% em fracturas, planos de
acamadamento, foliações ou poros quebrando a rocha

b) Alívio de carga (sheeting) - uma série de fraturas é produzido na


rocha como resultado da remoção da cobertura pela erosão
(fracturas de alívio de carga)

Congelação

A água da chuva ou de derretimento, facilmente penetra em


fracturas ou em planos diversos existentes nas rochas. Quando
congela, ela expande seu volume em cerca de 9% exercendo uma
grande pressão nas paredes das rochas que as contém.
Eventualmente, os blocos fracturados e/ou planos são destacados
do corpo rochoso. O stress (tensão) produzido cada vez que a água
congela é de cerca de 110 kg/cm2, equivalente ao produzido por
uma bola de ferro deixada cair de uma altura de 3 metros.

Este intemperismo ocorre sob as seguintes condições: a) quando


existe rochas fracturas, com poros ou qualquer tipo de abertura por
onde a água possa penetrar; b) locais onde a temperatura varie o
suficiente para congelar e descongelar a água. A flutuação da
temperatura é importante devido a pressão que é exercida em cada
congelamento.

Em áreas onde o congelamento e derretimento ocorrem várias


vezes ao ano, o intemperismo é mais eficiente do que em áreas
onde a água é permanentemente congelada.

Este tipo de intemperismo ocorre em regiões com inverno rigoroso


(temperaturas abaixo de 0°C) e verão relativamente quente.

Alívio de carga (sheeting)

Algumas rochas são formadas nas profundezas da crosta terrestre


sob uma pressão confinante muito elevada. Conforme a camada
sobreposta vai sendo removida pela erosão, a pressão confinante é
liberada e a rocha tende a se expandir. A tensão interna aumentada
devido a expansão pode gerar uma série de grandes fracturas ou
juntas de extensão, paralelas a superfície da topográfica do terreno.

O resultado do processo é o chamado sheeting. Na realidade,


formam-se uma série de lascas. Assim que a lasca mais superficial
se desprende, outra se forma logo abaixo.

O mesmo processo ocorre em minas e túneis. Também pode


ocorrer em paredes de vales em escavações para escavações para
rodovias, etc.
Outros tipos de intemperismo mecânico

Animais e plantas podem causar uma série de processos


intempéricos menos importantes. Animais como os roedores,
formigas, capins e minhocas misturam mecanicamente o solo e
soltam partículas de rochas, processo este que facilita a penetração
de água e gases e como consequência o ataque químico.

A pressão exercida por raízes de árvores também contribui para o


quebramento das rochas. Líquenes podem viver na superfície das
rochas e extrair nutrientes dos minerais pela troca de íons. O
resultado é a alteração física e química do mineral. Esse processo
pode parecer trivial mais o trabalho de inúmeras plantas e animais
durante um longo período de tempo ajuda de forma significativa a
desintegração da rocha.

A contracção e expansão termal da rocha causada pela variação


diária ou sazonal da temperatura é um processo bastante efectivo
do intemperismo físico. A ideia é plausível mas experimentos
mostram que o stress desenvolvido por aquecimento e resfriamento
por um longo período é insignificante em comparação com a
capacidade elástica da rocha. Mesmo na Lua onde a variação da
temperatura é muito maior do que a da Terra, o efeito da expansão
termal das rochas é incerto.

O produto do intemperismo físico pode ser melhor visualizado nas


grandes cordilheiras onde predomina o congelamento e é produzido
um grande volume de fragmentos angulares de rocha. Esse material
se acumula em pilhas com formato de cone na base da montanha de
onde foi produzido (cones de talus).
Intemperismo Químico

A decomposição química consiste na desintegração da rocha pela


alteração química de seus constituintes. Ela envolve umas séries
importantes de reacções químicas entre elementos da atmosfera e
aqueles dos minerais. São três os grupos principais de reacções
químicas:

a) Hidrólise;

b) Dissolução;

c) Oxidação.

Durante a decomposição química as rochas são decompostas, a


estrutura interna dos minerais é destruída e novos minerais são
criados. Assim, ocorrem mudanças significativas na composição
química e na aparência física da rocha.

A água é o agente mais importante do intemperismo químico. Ela


toma parte directamente nas reacções químicas actuando como
meio de transporte de elementos da atmosfera para os minerais,
onde a reacção ocorre, e remove o produto do intemperismo
deixando exposta a rocha fresca. A taxa e o grau do intemperismo
químico são influenciados pela temperatura.

Nenhuma área da Terra é completamente seca, Assim o


intemperismo químico é um processo global. Todavia é menos
efectivo nos desertos e nas regiões polares.

Hidrólise
A união química da água com um mineral é chamada de hidrólise.
O processo envolve não somente a absorção da água, como uma
esponja, mas uma troca química específica na qual um novo
mineral é criado. Na hidrólise, íons derivados de um mineral
reagem com o H+ ou OH- da água para produzir um mineral
diferente.

Um bom exemplo da hidrólise é o intemperismo químico do


feldspato. Este mineral é muito abundante na crosta terrestre. Dessa
forma, torna-se importante entender como o feldspato se
intemperiza e decompõe originando as argilas que são muito
abundantes na superfície da Terra.

Duas substâncias são essenciais para o intemperismo do feldspato:


o dióxido de carbono e a água.

A atmosfera e o solo contêm dióxido de carbono, o qual se


transforma, em contacto com a água, em ácido carbônico. Se o
feldspato entrar em contacto com o ácido carbônico, ocorrem as
seguintes reacções:

2KAlSi3O8 + H2CO3 + H20 ® K2CO3 + Al2Si2O5 (OH) 4 + 4SiO2

Feldspato ácido carbônico carbonato de K argila quartzo

O hidrogênio do íon H2CO3 desloca o potássio do feldspato e assim


quebra a estrutura cristalina e então se combina com o alumino-
silicato do feldspato para formar um mineral de argila. O potássio
associado com o íon carbonato origina um sal solúvel. A sílica
também é solta mas se mantém em solução. O novo mineral não
contém potássio que estava presente no feldspato original. O novo
mineral também contém uma estrutura cristalina nova.

Dissolução
A dissolução é um processo onde material rochoso passa
directamente para soluções como o sal na água. Quantitativamente,
os minerais mais importantes neste processo são os carbonatos. A
dissolução ocorre pois a água é um dos melhores solventes
conhecidos. A estrutura molecular da água requer dois hidrogénios
que se posicionam do mesmo lado de um átomo de oxigénio. A
molécula então tem uma concentração de carga positiva de um lado
balanceado pela carga negativa do outro lado. Como resultado, a
molécula da água é polar e se comporta como um imã. Devido a
essa polaridade da molécula da água todos os minerais são solúveis
em água em maior ou menor proporção.

Alguns tipos de rochas podem ser completamente dissolvidas e


carregadas pela água. As rochas com sais diversos (evaporitos) são
talvez os melhores exemplos. Elas são extremamente solúveis
sobrevivendo na superfície terrestre apenas em regiões áridas. O
gipso é menos solúvel do que as rochas a base de sal mas também
dissolve com facilidade.

Margas e calcários também são dissolvidos em água,


principalmente se a água conter dióxido de carbono. Em regiões
húmidas os calcários formam vales, mas em regiões áridas dão
origem a altos topográficos.

Análises químicas das águas dos rios ilustram a eficácia da


dissolução no intemperismo das rochas. A água da chuva contém
relativamente, poucos minerais dissolvidos, mas a água de
escoamento superficial logo dissolve os minerais mais solúveis das
rochas e os transporta em solução. A cada ano, os rios carregam
cerca de 3,9 milhões de metros cúbicos de minerais dissolvidos
para os oceanos. Não é surpresa então que a água do mar contenha
3,5 % em seu peso de sais dissolvidos, muitos trazidos dos
continentes pela água das chuvas.
Oxidação

É a combinação do oxigénio da atmosfera com um mineral


produzindo um óxido. O processo é essencialmente importante no
intemperismo de minerais que contém grande quantidade de ferro,
tais como a olivina, piroxênio e anfibólios. O ferro nos silicatos se
une com o oxigênio formando a hematite (Fe2O3) ou limonita
(FeO(OH)).

Como em muitas reacções químicas, a taxa de intemperismo


químico aumenta com o aumento da temperatura. A decomposição
química é mais importante em regiões quentes e húmidas (regiões
tropicais).

Plantas e bactérias também são agentes importantes no


intemperismo químico pois produzem ácidos orgânicos e outros
compostos. A água quando atinge esses compostos orgânicos,
aumenta sua acides se tornando em um agente de intemperismo
mais eficaz.

Os intemperismos físico e químico foram trabalhados


separadamente, como processos individuais. Na natureza esses
processos não podem ser separados porque muitos deles estão
intimamente ligados e envolvidos. O fraturamento mecânico de
uma rocha aumenta a área de superfície onde a acção química
acontece e permite uma penetração mais profunda dos reagentes
para a decomposição química.

O decaimento químico facilita a desintegração mecânica. Um


processo pode dominar em uma área qualquer, dependendo do
clima e da composição das rochas envolvidas, mas os intemperismo
físico e químico geralmente atacam a rocha ao mesmo tempo.
A importância do fraturamento no intemperismo

Praticamente todas as rochas apresentam sistemas de fracturas


(juntas). As juntas resultaram do strain que ocorre quando as
rochas são levantadas, dobradas, rebaixadas ou fracturadas por
forças tectônicas; ou ainda pelo alívio de pressão confinante
quando o material situado imediatamente acima é removido pela
erosão; e da acção da contracção produzida pelo congelamento
(solidificação) da lava. As juntas influenciam grandemente o
intemperismo de rochas em duas maneiras:

- Elas efectivamente cortam grandes blocos de rocha em pedaços


menores que aumentam a área superficial onde as reacções
químicas ocorrem;

 Elas actuam como canais nos quais a água pode penetrar


para atacar a rocha em profundidade.

Características do Intemperismo nos Principais tipos de rochas

O intemperismo é influência do por tantos factores que é difícil


fazer generalizações quanto ao intemperismo de um tipo de rocha
específico. Calcários por exemplo, devem intemperizr e erodir
gerando vales em clima húmido e quente enquanto que a mesma
rocha em clima árido pode gerar um elevação. Da mesma forma,
um arenito puro pode ser extremamente resistente ao intemperismo
enquanto um arenito argiloso é facilmente erodível.

A composição mineralógica é de suma importância. Alguns


minerais, tais como o quartzo, são muitos estáveis, permanecendo
inalterados por longos períodos. Outros, como as olivinas e os
feldspatos, são muito instáveis se decompondo quase que
directamente. A textura da rocha também é muito importante pois
influencia a porosidade e a permeabilidade que governam a
facilidade com que a água pode penetrar nos poros da rocha e
atacar os minerais. Os controlos climáticos (temperaturas e
precipitação) também são importantes. O intemperismo será
influenciado não somente pela precipitação total anual, mas
também pela distribuição da precipitação através do tempo, pela
percentagem de escoamento e pela taxa de evaporação. Assim, uma
rocha qualquer vai responder ao intemperismo de forma variada,
todavia, em geral os principais grupos de rochas seguem um
padrão.

Granito: é uma rocha homogênea composta por feldspatos quartzo


e mica com pequenas quantidades de uma série de outros minerais.
É formado em profundidades razoáveis na crosta e sob uma grande
pressão, estando fora do equilíbrio na superfície terrestre. O
relaxamento (alívio) da pressão confinante devido à erosão das
rochas sobrepostas, produz juntas de expansão que culminam com
o desenvolvimento de uma esfoliação. Pela composição
mineralógica, o intemperismo químico é bastante eficaz.

O feldspatos se intemperiza rapidamente por reacções químicas


com a água e se altera para vários minerais de argila. Plagioclásio
cálcio e menso resistente, seguido pelo plagioclásio sódico. Os
feldspatos potássicos são mais resistentes, entretanto todos os
feldspatos se alteram para argilas.

A mica se intemperiza um pouco mais lentamente que os


feldspatos, mas é facilmente atacada pela água ao longo de seus
planos de clivagens, e a troca iónica é comum. As micas se alteram
com uma pequena troca na estrutura originando clorita e minerais
de argila.

O quartzo é muito resistente ao intemperismo.


Basalto: é uma rocha de grã muito fina composta
predominantemente por feldspatos, olivina e piroxênio. A
superfície do fluxo basáltico é geralmente vesicular e muito porosa.
O interior do corpo é comummente fracturado em um sistema
colunar de juntas. No geral, devido a fracturas e vesículas, são
rochas permeáveis sendo facilmente decompostas. O quartzo não
está presente nos basaltos, assim a maioria dos minerais dessa
rocha são eventualmente convertidos em argilas ou em óxidos de
ferro. O produto final é um solo avermelhado (terra roxa).

Arenito: são compostos por grãos de quartzo, com quantidades


variáveis de pequenos fragmentos líticos, feldspatos e argilas. O
quartzo é altamente resistente ao intemperismo químico, assim o
ataque químico fica restrito no cimento da rocha.

Calcário: é composto principalmente por calcita contendo ainda


argila e outras impurezas. É uma rocha extremamente solúvel,
excepto em climas secos. A dissolução é o processo dominante. Em
água pura a calcita não é muito solúvel, mas se dióxido de carbono
está presente na água, formando o ácido carbônico, o qual é capaz
de dissolver muito mais calcita do que a água pura. A formação do
ácido carbônico na água é expressa pela seguinte reacção:

H2O + CO2 ® H2CO3

Esse ácido vai reagir com a calcita formando o bicarbonato de


cálcio, que se mantém em solução sendo removido pela água de
subsolo.

H2CO3 + CaCO3 ® Ca(HC3)2

Em muitos calcários e similares de regiões húmidas, a dissolução é


muito activa alargando juntas e outros planos de descontinuidade
gerando uma malha de grutas e cavernas.
Folhelho: é facilmente intemperizado até mais rápido do que outras
rochas, pois possui grão muito fina e a habilidade de absorver água
e também de expelir grandes quantidades de água.

Intemperismo diferencial: como pode ser visto anteriormente,


diferentes rochas ou diferentes porções de uma mesma rocha
podem ter taxas diferentes de intemperismo. Tal fato é conhecido
como intemperismo diferencial.

Produtos do Intemperismo (Regolito e Solo)

O resultado do intemperismo pode ser observado em todos os


lugares do globo terrestre. O produto mais evidente do
intemperismo é um manto de material inconsolidado proveniente
de rochas decompostas. Este manto é conhecido como regolito. O
regolito forma uma capa (cobertura) contínua sobre as rochas sãs
situadas em uma maior profundidade. Além disso exite uma
tendência universal dos processos de intemperismo de gerar formas
arredondadas ou esféricas durante os ataques químicos e físicos.

Regolito e solo

O termo regolito vem do grego rego = coberto. É uma camada de


material rochoso, macio e desagregado formado no local pela
decomposição e desintegração das rochas situadas em
profundidades. A espessura do regolito vai desde poucos
centímetros a até centenas de metros, dependendo do clima, tipo de
rocha e tempo de actuação dos processos intempéricos. Mutas
vezes em cortes de rodovias podem observar a passagem do
regolito para a rocha sã.
Muitos sedimentos depositados pelo vento, água e geleiras são
algumas vezes chamados de regolito transportado para distinguir
daqueles regolitos residuais produzidos pelo intemperismo.

A primeira camada do regolito é o solo. O solo é composto por


pequenas partículas de rochas e minerais adicionados de matéria
orgânica. O solo é tão amplamente distribuído e tão importante
economicamente que adquiriu uma série de definições (por ex: para
engenheiros, geólogos, agrônomos, fazendeiros, etc.).

A transição da superfície do solo até a rocha inalterada é chamada


de perfil do solo, o qual mostra uma sequência de camadas ou
horizontes, que são distintos pela composição, cor e textura. O
horizonte A é a camada de solo superior e é frequentemente
dividida em:

- A0 - é a superfície fina onde predomina a matéria orgânica


(facilmente visível em florestas);

- A1 - trata-se de um horizonte escuro rico em húmus;

- A2 - horizonte mais claro.

O horizonte B é abaixo do A e contém argilas finas e colidis


trazidos do horizonte A. É uma zona de acumulação e
comummente possui cores avermelhadas. O horizonte C é uma
zona composta por fragmentos líticos parcialmente decompostos.
Os fragmentos da rocha apresentam-se intemperizados e
normalmente são arredondados. O horizonte C grada para uma
zona de rocha inalterada.

O tipo e a espessura do solo dependem de um número de factores


sendo o mais importante o clima, tipo de rocha e topografia. O
clima é sem sombra de dúvida o mais importante pois a
temperatura e precipitação anual e trocas de estações afectam
directamente o desenvolvimento do solo.
Por exemplo, em desertos, regiões áridas, em montanhas muito
altas predomina o intemperismo físico, a quantidade de matéria
orgânica é mínima. O resultado é que o solo será compostos
principalmente por fragmentos rochosos.

Em regiões, equatoriais, quentes e húmidas os processos químicos


dominam e o solo é espesso e se desenvolve rapidamente. O perfil
do solo pode atingir 60 metros ou até mais de 150 metros.

A composição mineralógica de rocha sã influencia fortemente o


tipo de solo pois ela irá fornecer elementos e grãos minerais para o
desenvolvimento do solo. Quartzito puro, que contém 99% de SiO2,
origina um solo estéril e fino (pouco espesso).

A topografia afecta o desenvolvimento do solo devido a sua


influência na taxa de erosão e na natureza da drenagem. Terras
baixas, planas e com poucas drenagens desenvolvem solos ricos em
vegetação decomposta e saturado em água, enquanto inclinações
muito irregulares permitem a rápida remoção do regolito inibindo a
acumulação de material intemperizado.

O tempo de actuação dos agentes intempéricos é importante no


desenvolvimento do solo

Esfoliação esferoidal (acebolamento)

Existe uma tendência universal observado no intemperismo que é


geração de formas esferoidais. Essas formas se originam pois o
intemperismo atacam uma rocha por todos os lados ao mesmo
tempo. Dessa forma a decomposição é mais rápida nas arestas e
cantos. A esfera é uma forma geométrica que tem a menro
superfície de área por volume.
A decomposição esferoidal ocorre tanto nas rochas como em
crosntruções (p. ex:. pirâmides do Egipto).

Na natureza a decomposição esferoidal ocorre tanto na superfície


como há alguns metros no interior do solo.

A esfoliação esferoidal é um tipo especial de decomposição


esferoidal. A rocha se quebra em uma série de planos concêntricos
e paralelos entre si. Uma comparação pode ser feita da esfoliação
com a cebola (por este motivo este processo também é chamado de
acebolamento). Neste caso actuam tanto o intemperismo físico
como o químico.

O intemperismo físico tipo sheeting pode ser especialmente


importante principalmente em rochas gravíticas.

Sumário

Exercícios
1. Conceptualize a erosão

2. Identifique e caracterize os tipos de erosão

3. Explique a influência do intemperismo na desagregação das


rochas
Unidade X
Erosão Hídrica
Introdução
A Unidade temática faz menção sobre a erosão hídrica,
principalmente nos seguintes aspectos a erosão pluvial, as
principais formas de erosão pluvial, com destaque para erosão
laminar a erosão marinha.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer os processos de modelação do relevo.


 Explicar a acção das chuvas sobre o relevo.
 Explicar a acção da água do mar sobre o relevo.
Objectivos
 Explicar a acção das águas dos rios sobre o relevo

Erosao Hidrica

A Superfície da terra é permanentemente alterada pela acção dos


agentes erosivos, também chamados agentes modeladores do
relevo, como por exemplo a água das chuvas, o mar, os rios, o
vento, o gelo, a temperatura, etc. Estes diferentes agentes exercem
várias formas de erosão.

Regra geral a acção destes agentes pode englobar três fases: 

a) O desgaste -  consiste no arranque dos materiais.


b) O transporte - que consiste no transporte, por arrastamento, dos
materiais arrancados para fase de desgaste. Os materiais
transportados recebem a designação de sedimentos.
C) A acumulação - consiste na deposição dos materiais
transportados em áreas de fraca altitude.

A Erosão pluvial

É provocada pelo arranque  e transporte de material da parte superficial


do solo pelas águas de chuva. Esta acção é mais intensa quando a água
das chuvas encontra o solo desprotegido de vegetação.

As principais formas de erosão pluvial são:

a) Erosão laminar: quando a água corre uniformemente pela


superfície como um todo, transportando as partículas sem
formar canais definidos. Apesar de ser uma forma mais
amena de erosão, é responsável por grandes prejuízos na
actividade agrícola e por transportar grande quantidade de
sedimentos que vão assorear os rios

fig1: Erosão
laminar

b) Erosão em sulcos de escorrência: quando a água se


concentra em determinados sulcos do terreno, atinge grande
volume de fluxo e pode transportar maior quantidade de
partículas formando ravinas na superfície. Estas ravinas
podem rapidamente atingir a alguns metros de
profundidade.

        

   

Fig.2 Sulco Fig.3 - Ravinas

A Erosão Marinha

A erosão provocada pelas águas do mar designa-se por erosão


marinha ou abrasão marinha. As águas do mar actuam sobre os
materiais do litoral (linha de costa) desgastando-os através da sua
acção química e da sua acção mecânica. O aspecto da linha de
costa é variável de acordo com a natureza dos materiais rochosos
que a constituem. De um modo em geral podemos detectar dois
tipos de costa; a costa de arriba - de natureza alta e escarpada - e a
costa de praia - baixa e arenosa.
                                                     

Fig. 4 - A
costa de arriba
(Cabo S, Vicente)
Fig. 5 - A costa de praia ( Praia de Cacela - Algarve)

A água do mar reage quimicamente com alguns materiais rochosos


desgastando-os. A acção mecânica das águas faz-se sentir quando o
mar atira contra a costa rochas de dimensões variáveis originando
fracturas nas rochas do litoral.

A acção que o mar exerce sobre os continentes faz-se sentir aos


seguintes níveis desgaste, transporte e deposição. A acção de
desgaste está condicionada pelos seguintes factores:
a)reacções químicas entre a água e os materiais;
b)acção mecânica da água;
c)força e direcção das ondas;
d) natureza das rochas - dureza, constituição química e coesão.

O desgaste origina materiais soltos, de dimensões muito variáveis


que as correntes marítimas transportam, por vezes, a grandes
distâncias. Quando a velocidade e força das correntes diminuem os
materiais transportados são depositados.

As correntes marítimas transportam materiais resultantes do


desgaste da costa ou trazidos pelos cursos de água ( rios que
desaguam no litoral) que depositam quando a velocidade das águas
diminui devido à baixa profundidade  formando cordões litorais,
também, designados por Lido - fig. 6.

Fig. 6 -

entre o litoral e uma ilha próxima. No caso dos manterias


acumulados emergirem a ilha fica ligada ao continente por uma
faixa arenosa a que damos o nome de Tômbolo - fig. 7.

Fig. 7 -

Quando o mar contacta o litoral em zona de costas de arriba dão-se


fenómenos de recuo da arriba, como ilustra a figura 8.
Fig. 8 - Evolução e recuo de uma arriba

As ondas escavam a base da arriba esta torna-se instável devido à


perda da sua base de sustentação. Essa instabilidade origina a
fragmentação e queda de blocos. Os fragmentos originam a
plataforma de abrasão (faixa entre o mar e a arriba).
Quando as ondas batem na face da arriba, exercem, também, uma
força compressiva que actua perpendicularmente à arriba. Se a
arriba tem fissuras, o ar situado nessas fissuras é comprimido.
Quando a onda recua, dá-se um processo de descompressão. Desta
forma os interstícios da rocha são alargados e a rocha vai-se
fragmentando.

O aspecto do litoral pode revelar, também, a acção dos movimentos


da crosta terrestres e de significativas alterações climáticas através
de movimentos de transgressão e regressão.
Aquando do degelo da última glaciação o mar subiu o seu nível
médio tendo invadido as áreas continentais (Transgressão
marinha), esta é uma situação que nos deixa de prevenção pois
com o aumento da temperatura média global, corremos o risco
do degelo das regiões polares e dos glaciares de montanha e a
consequente subida do nível médio do mar.
Pode acontecer que se verifique uma situação de regressão marinha
através da emersão de terras originando o recuo do mar.
Sumário
A unidade faz uma abordagem da influência em que os agentes
modeladores do relevo agem sobre uma determinada forma de
relevo bem como a os processos de modelação principalmente a
erosão provocada pelas águas.

Exercícios
1. Classifica e caracterize os agentes modeladores do Relevo

2. Diga como se processa a erosão eólica


3. Porque que o homem e considerado como o agente externo
que mais transforma o relevo duma região
Unidade XI
Erosão dos Solos
Introdução
Nesta unidade temática, a erosão dos solos faz menção da origem e
processo da erosão nos seus diferentes tipos, como a Erosão
pluvial, eólica, fluvial, os movimentos de Massa, o processo da
Erodibilidade, assim como as Principais feições morfológicas
associadas ao fluxo por terra.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Obter conhecimentos sobre a erosão dos solos;


 Apontar e caracterizar as principais causas da erosão dos
solos.
Objectivos

Erosão dos Solos


A Erosão é a destruição do solo e seu transporte em geral feito pela
água da chuva, pelo vento ou, ainda, pela acção do gelo, quando
este actua expandindo o material no qual se infiltra a água
congelada. A erosão destrói as estruturas (areias, argilas, óxidos e
húmus) que compõem o solo. Estas são transportados para as partes
mais baixas dos relevos e em geral vão assorear cursos d'água.

A erosão destrói os solos e as águas e é um problema muito sério


em todo o mundo. Devem ser adaptadas práticas de conservação de
solo para minimizar o problema. Em solos cobertos por floresta a
erosão é muito pequena e quase inexistente, mas é um processo
natural sempre presente e importante para a formação dos relevos.
O problema ocorre quando o homem destrói as florestas, para uso
agrícola e deixa o solo exposto, porque a erosão torna-se severa, e
pode levar a desertificação.

Erosão acelerada

Erosão eólica: é provocada pelo vento. Durante o seu trajecto, os


grãos de areia agem como uma lixa sobre as rochas que se
encontram pelo caminho, desgastando-as e alterando as suas
formas e transportando-as para lugares distentes.

A erosão eólica
Para proceder necessita de correntes constantes de ar e de partículas
soltas que possam ser transportadas e servirem como projécteis na
desagregação da rocha. Esta combinação de factores é comum em
ambientes áridos e secos, onde a cobertura vegetal do solo é
pequena ou nenhuma.
Nas regiões litorâneas como é o caso da área de estudo, estas
condições normalmente estão presentes, e resultam da acção
combinada de dois fenómenos:
 De um lado a desagregação da superfície das rochas
devido à cristalização de sais nas microfracturas e,
 De outro a presença constante do vento na forma de brisas
marinhas.

Dependendo do tamanho da partícula e da força da corrente de


vento, o transporte eólico pode se dar por: Arrastamento,
Transporte por Saltação.

Erosao eolica

Erosão pluvial
A erosão pluvial é provocada pela retirada de material da parte
superficial do solo pelas águas de chuva. Esta acção é acelerada
quando a água encontra o solo desprotegido de vegetação. A
primeira acção da chuva se dá através do impacto das gotas de água
sobre o solo. Este é capaz de provocar a desagregação dos torrões e
agregados do solo, lançando o material mais fino para cima e para
longe, fenómeno conhecido como salpicamento.

A força do impacto também força o material mais fino para abaixo


da superfície, o que provoca a obstrução da porosidade do solo,
aumentando o fluxo superficial e a erosão. Dependendo, da
disposição de relevo, a acção das chuvas tem causado problemas
sérios e em algumas comunidades este facto é alarmante na medida
em que as chuvas estão abrindo crateras durante o seu movimento.
Erosão pluvial

Movimentos de Massa
Carson & Kirkby (1972) classificam os processos relacionados ao
movimento de massas quanto à velocidade do movimento (de
rápido a lento) e condições de humidade do material (de seco a
húmido). O resultado é sintetizado por três tipos de movimentos de
massa: o escorregamento, o fluxo e a expansão (térmica ou por
alívio de carga).
As formas de escorregamentos, representadas principalmente pelos
deslizamentos de rochas e de solos, encontram-se caracterizadas
por movimentos rápidos associados a ambientes secos; as formas
de fluxo, identificadas pelo fluxo de terra, fluxo de lama e fluxo
fluvial, também se referem a movimentos rápidos, contudo
associados a ambiente húmido; por último a forma de expansão,
individualizada pelo crepe de solo sazonal, refere-se a movimento
lento em condição ambiental indistinta.

Em condição transicional destacam-se o talus-creep, relacionado a


um clima seco, e a solifluxão, correspondente a um clima mais
húmido.
Oliveira (1999) enumera outras formas de escoamento superficial
que originam processos erosivos:
a) por queda d'água, correspondente à água de escoamento
superficial, que desemboca no interior de incisões erosivas, tipo
cascata, onde a evulsão promove a escavação de depressão na
seccão imediata ou no nível de base local (formas conhecidas por
“marmitas” ou “caldeirões”, também observadas ao longo de
corredeiras fluviais);
b) Solapamento da e quempor sua base de taludes, correspondente
a filetes subverticais de escoamento superficial (Oliveira et al,
1995);
c) Liquefacção de materiais de solo, quando os materiais
inconsolidados se comportam como fluido, estando presentes dois
mecanismos que se integram: a fluidização e a liquefacção.

Principais feições morfológicas associadas ao fluxo por terra


a) Fluxo difuso O fluxo difuso relaciona-se ao escoamento em
superfícies rugosas, onde obstáculos, como a presença de cobertura
morta ou serapilheira, vegetação de sub-bosque ou gramíneas,
dificultam o fluxo por terra, mesmo que se registe um certo
superavit da água escoada em relação à água infiltrada. Geralmente
não deixa marcas ou feições significativas no modelado. Esse fato
leva a deduzir que, embora momentaneamente haja um excedente
de água escoada decorrente do limite de infiltração, os efeitos dos
dissipadores naturais induzem uma percolação retardada,
principalmente quando as condições topográficas, como bacias de
decantação, favorecem o represamento da água proveniente do
fluxo difuso.

b) Fluxo laminar
O fluxo laminar é responsável por uma erosão oculta, podendo
ocorrer de forma relativamente continuada, sem contudo deixar
marcas empiricamente observáveis na vertente. Casseti (1983),
trabalhando com parcelas experimentais no Planalto de Goiânia,
obteve resultados significativos de perdas de solo em áreas de
cultivo relacionadas ao fluxo laminar.
A perda de solos por erosão laminar acelerada, desencadeada pela
ocupação humana, depende de factores naturais que podem ser
agrupados em três conjuntos:

a) Ligados à natureza do solo, envolvendo principalmente as suas


características físicas e morfológicas, tais como: textura, estrutura,
permeabilidade, dentre outras;

b) Ligadas à morfologia do terreno, envolvendo a conformação da


encosta, no que se refere principalmente à declividade e
comprimento da encosta; e

c) Ligados ao clima, envolvendo essencialmente a quantidade de


água que atinge a superfície do terreno, causando remoção do solo
através de chuvas. A EUPS (Equação Universal de Perda de Solos)
de Wischmeier & Smith, (1978) tem sido uma das mais
importantes referências para o cálculo de perda de solo associado à
erosão laminar. A equação é expressa pela seguinte relação:

A=R.K.LS.C.P
onde:
A = perda de solo - (t.ha.ano)
R = erosividade (poder erosivo das chuvas) - (Mj.mm/ha.h.ano)
K = erodibilidade do solo (susceptibilidade dos solos à erosão) -
(t.h. /Mj.mm)
LS = factor topográfico - declividade e comprimento da vertente
(adimensional)
C = factor uso/cobertura vegetal e manejo (adimensional)
P = factor práticas conservacionistas (adimensional)

Para Salomão et al. (1990), a perda de solos por erosão laminar


acelerada, desencadeada pela ocupação humana (erosão antrópica),
depende de factores naturais que podem ser agrupados em três
conjuntos:
•  Ligados à natureza do solo, envolvendo principalmente as suas
características físicas e morfológicas, tais como: textura, estrutura,
permeabilidade, etc. (a erodibilidade - K);
•  Ligados à morfologia do terreno, envolvendo a conformação da
encosta, no que se refere principalmente à declividade e
comprimento da encosta (o factor topográfico - LS);
•  Ligados ao clima, envolvendo essencialmente a quantidade de
água que atinge a superfície do terreno, causando remoção do solo
através de chuvas (a erosividade - R).
Primeiramente serão explicitados os factores que compõem esses
três conjuntos naturais. Em seguida, os factores C (uso/cobertura
vegetal e manejo) e P (práticas conservacionistas que constituem os
factores antrópicos).

Erosividade (R)
O factor erosividade (R) é um índice numérico que expressa a
capacidade da chuva em causar erosão em uma área sem protecção
(Bertoni & Lombardi Neto, 1990). É a influência da chuva sobre as
perdas de solo, desde que todas as outras variáveis permaneçam
constantes, ou seja, a erosividade é a capacidade potencial da chuva
em causar erosão ao solo (Stein et al.,1987).

Erodibilidade (K)
A erodibilidade refere-se às propriedades inerentes ao solo (textura,
estrutura, porosidade e profundidade) e reflecte a sua
susceptibilidade à erosão.

•  Erosão associada ao escoamento de subsuperfície


O escoamento de subsuperfície pode carrear quantidade variável de
grãos de solo, partículas de argila e outros colóides, além de
material em solução iónica. Algumas mudanças de estado se dão
durante o transporte, tornando-se impraticável a distinção rígida
entre dissolução e transporte em suspensão.
Dentre os factores que geram fluxo de subsuperfície podem se
considerar as descontinuidades de horizontes pedogênicos e os
contactos litoestratigráficos diferenciados por factores texturais. No
primeiro caso destacam-se os solos com horizonte B textural (Bt),
como os Podzólicos, Brunizéns, dentre outros, que em função da
elevada concentração da argila no horizonte aluvial, proporciona
fluxo de subsuperfície paralelo à camada menos permeável.

Nos contactos litoestratigráficos, como das estruturas sedimentares


portadoras de texturas diferenciadas, a exemplo dos patamares da
serra da Portaria (Paraúna-GO), entre camadas arenosas e silto-
argilosas, o confinamento da água percolada implica gênese de
fontes de camada e aluição de material associado ao piping . O
fenômeno pode se dar também nos casos de litologia subjacente
impermeável, como dos basaltos portadores de maior macividade,
responsáveis pelo armazenamento da água percolada, implicando
fluxo de subsuperfície. Nos exemplos apresentados registaram-se
forças de acção de natureza física e química no material
intemperizado. As forças físicas se manifestam através da
viscosidade ao longo das margens do fluxo, cuja magnitude
encontra-se relacionada à porosidade da secção. Forças
electroquímicas assumem maior importância sob pequenas
partículas, partículas coloidais e partículas moleculares.

Dentre os processos que aparecem em tais circunstâncias


evidencia-se o piping, comummente relacionado às diferenças
texturais de sequências litoestratigráficas ou de horizontes
pedológicos estruturais que respondem por escoamento de
subsuperfície, podendo ser acompanhado pela solução química de
certos componentes minerais. O processo evolutivo de formas
associadas ao piping responde pela origem de sistema de cavernas
ou dutos. Na área de saída do fluxo confinado pode-se ter a
presença de alvéolos nas paredes, também denominados de
“alcovas de regressão”, por encontrarem-se associadas. A acção
coloidal se constitui na principal forma de erosão associada à água
de subsuperfície.

Para Hurst (1975). “os sistemas coloidais importantes para o


intemperismo são notadamente as suspensões nas quais a fase
dispersa é matéria orgânica ou mineral e o meio dispersante é água
ou solução aquosa”. As partículas do tamanho de colóide podem
naturalmente resultar de precipitação, dissolução, degeneração
bacteriológica ou trituração física (pulverização). Como exemplo
de mobilidade dos elementos coloidais tem-se os silicatos, que se
quebram em solução variada e reacções de troca iónica; os íons que
estão dissolvidos ou fixos aos colóides dispersos podem ser
transportados pela água subterrânea para longe do seu ponto de
origem. Produtos de decomposição menos solúveis ou absorvidos

Desabamento: têm sua principal ocorrência em terrenos arenosos,


regossóis em particular. Sulcos deixados pelas chuvas sofrem
novos atritos de correntes água vindo a desmoronar, aumentando
suas dimensões com o passar do tempo, formando voçorocas.

Deslizamentos e desmoronamentos
Correspondem ao deslocamento de massa do regolito sobre o
embasamento saturado de água. “A função de nível de
deslizamento pode ser dada por uma rocha sã ou por um horizonte
do regolito possuidor de maior quantidade de elementos finos, de
siltes ou argilas, favorecendo atingir de modo mais rápido o limite
de plasticidade e o de fluidez” (Christofoletti, 1980, p.29).

Setembrino Petri, prefaciando o trabalho de Bloom (1970),


exemplifica o fenômeno de desmoronamento através dos episódios
registados na Serra do Mar, região de Santos, como os de 1928 e
1956, e o episódio registado em Caraguatatuba, em 1967. Para
Bloom (1970) a superfície de ruptura de um bloco desmoronado,
possui forma de colher, estando o bloco desmoronado
frequentemente adernado para trás em função da rotação que sofre,
à medida que a parte inferior move-se para baixo ou para fora. Tais
processos também são denominados de escorregamentos.

“A geometria destes movimentos pode ser circular, planar ou em


cunha, em função da existência ou não de estruturas ou planos de
fraqueza dos materiais movimentados, que condicionem a
formação de superfícies de ruptura” (IPT, 1991, p19).

O tipo de escorregamento comum em encostas ocupadas é o


induzido, ou seja, potencializado pela acção antrópica, muitas
vezes mobilizando materiais produzidos pela própria ocupação
(depósitos tecnogênicos representados por aterro, entulho, lixo,
dentre outros). “Os desmoronamentos poderão ser causados por
rios ou ondas cortando a base de uma encosta. São comummente,
também, resultados de projectos de engenharia falhos, cortando
aterros”. (Bloom, 1970).

Splash ( rainsplash transport)


De acordo com Guerra (1999), “a acção do splash , também
conhecido por erosão por salpicamento (Guerra & Guerra, 1997),
em português, é o estágio mais inicial do processo erosivo, pois
prepara as partículas que compõem o solo, para serem
transportadas pelo escoamento superficial”. Trabalhos
experimentais têm demonstrado o significado da acção
morfogenético do pingo da chuva, responsável pela desagregação
do material, sobretudo quando a superfície da vertente encontra-se
desprotegida. Carson & Kirkby (1972) citam deslocamento de
partículas desde curtas distâncias, da ordem de alguns milímetros,
até maiores distâncias, podendo atingir o raio de 10 centímetros em
relação ao ponto de impacto. Da mesma forma, o splash move
directamente detritos em torno de 10 mm de diâmetro, e
indirectamente pode deslocar fragmentos de maiores dimensões.

Guerra (1999) chama atenção ainda para a formação de crostas


superficiais que provocam a selagem dos solos: “o papel do splash
varia não só com a resistência do solo ao impacto das gotas de
água, mas também com a própria energia cinética das gotas de
chuva. Dependendo da energia impactada sobre o solo, vai ocorrer,
com maior ou com menor facilidade, a ruptura dos agregados,
formando as crostas que provocam a selagem dos solos”. A
compactação resultante do impacto de gotas de chuva cria uma
crosta superficial de 0,1 a 3,0 mm de espessura (Farres, 1978), que
pode implicar redução da capacidade de infiltração superior a 50%,
dependendo das características do solo (Morin et al, 1981).

Sumário
O estudo da erosão é importante porque tem impactos ao nível
locais e globais, onde podemos apontar os seguintes: O
desabamento e perda de infra-estruturas e habitats, o derrube de
árvores, a alteração e redução da biodiversidade e ecossistemas, o
transporte de grandes quantidades de solos para os rios nas épocas
chuvosas tornando-os turvos perigando os ecossistemas aquáticos,
a perca da fertilidade dos solos devido a remoção das camadas
superficiais ricas em nutrientes.

Exercícios
1. De forma resumida das principais causas da erosão dos
solos;
2. Em que consiste a Erodibilidade;
3. Apresente as semelhanças e diferenças da erosão pluvial e
marinha.
Unidade XII
A dinâmica da Erosão
Introdução
A unidade temática, a dinâmica da erosão com destaque para a
teoria de Davis, apresenta o ciclo completo assim como o estágio
da erosão, referenciando as características do ciclo regressivo e
progressivo.

As paisagens não se desenvolvem casualmente, mas através de


uma série de estágios, como as correntes de água lentamente
desgastam os canais nos declives e como os vales foram
progressivamente alargados e aprofundados.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Obter conhecimentos sobre o ciclo de erosão


 Apontar e caracterizar as diferentes teorias da dinâmica
erosiva
Objectivos
 Caracterizar a teoria de Davis

Ciclo de erosão normal

Designa-se também por ciclo de erosão normal a sequência de


alterações numa paisagem, desde que se inicia a sua erosão por
águas correntes, ondas, correntes marítimas ou glaciares, até à sua
redução ao nível de base de erosão, que limita a acção dos agentes
erosivos.

Designação estabelecida pelo geólogo americano W. M. Davis para


a evolução teórica do relevo que se inicia por uma erosão que acaba
por criar condições idênticas às do ponto de partida. Assim, numa
região de relevo acentuado, os rios que nela têm a sua bacia
hidrográfica provocam a sua erosão, acabando o relevo por se
atenuar e tornar insignificante se o trabalho erosivo persistir
durante tempo suficiente e sem interrupção. Chegada a este estádio
de evolução, a região pode ser bruscamente elevada ou enrugada,
por ocorrer uma descida do nível do mar ou uma alteração
climática que devolvam o poder erosivo dos rios. Inicia-se nova
erosão e o relevo renova-se.

A Evolução geomorfológica de uma ampla área continental,


soerguida por orogênese ou por epirogênese, que se inicia por
rápida e forte erosão das áreas elevadas (relevo jovem),
concomitantemente e após os soerguimentos crustais, e que se
finaliza, à medida que ocorre a estabilização cratônica, com o
aplainamento ou peneplanação completo do terreno rebaixado pela
erosão (relevo maduro).

Noção de Peneplanicie

De acordo com as teorias evolucionistas para a origem das


paisagens, as planícies elevadas teriam sido rapidamente entalhadas
pela erosão e teriam sofrido um sistema desenvolvido de drenagem,
em apenas alguns poucos milhões de anos. As superfícies elevadas,
de baixo-relevo portanto, seriam evidências de um estágio “jovem”
da evolução da planície, enquanto as superfícies baixas, de baixo-
relevo (as “peneplanícies”) indicariam o estágio de “velhice”.

As paleoplanícies constituem parte importante de muitas paisagens


contemporâneas, em diversas partes do mundo, Algumas dessas
paleoplanícies elevadas são colocadas em era “jurássicas”, ou até
mesmo “triássica” aproximadamente 200 milhões de anos nos
cálculos uniformitário-evolucionistas do tempo. Exemplos de
paleoplanícies elevadas incluem a enorme Superfície Gondwana do
sul da África, uma grande parte da qual foi colocada na era cretácea
e diversas paleoplanícies da Austrália central e ocidental, algumas
das quais foram colocadas na era triássica.

Considera se que essas paleoplanícies foram formadas pela erosão,


devido a lençóis de água da superfície a idéia de "pediplanícies"
Actualmente estão sendo destruídas pela erosão redutiva nos canais
de água.

O que é espantoso, é que essas planícies sobreviveram sem


importantes erosões de canais de água. Twidale diz: "A
sobrevivência dessas paleoformas constitui, até certo grau, um
embaraço para todos os modelos comumente aceitos de
desenvolvimento de paisagens."

Ele observa que a teoria de Davis não oferece "nenhuma


possibilidade teórica para a sobrevivência das paleoformas," e se
maravilha diante do extenso tempo, para que os aspectos muito
antigos, preservados na actual paisagem, fossem erradicados
diversas vezes.

Os peneplanos ou superfícies de aplainamento assim formados


desenvolvem-se, muitas vezes, em mais de um ciclo na mesma área
e as altitudes deles, formando patamares de peneplanos parciais,
registaram os eventos epirogenéticos de oscilações isostáticas
positivas do craton e ou de períodos longos de uma variação
eustática (variação do nível do mar).

Em períodos glaciais, com eustasia negativa, são impostos ciclos


erosivos mundiais por rebaixamento do nível do mar, em uma
evolução análoga à do soerguimento epirogenético ou orogenético,
mas com a crusta expondo-se à erosão pronunciada pelo
rebaixamento do nível base de erosão global. Em período
interglaciais com efeitos de estufa, ocorre o contrário: o nível dos
mares  sobe (eustasia positiva) pelo derretimento do gelo e as terras
são inundadas, diminuindo o poder erosivo de forma mundial.

Os Efeitos estáticos e isostáticos podem se contrapor ou se somar


no desenvolvimento geomorfológico do ciclo erosivo de
determinadas regiões terrestres, estes classificam se em :

 Ciclo regressivo: ciclo de erosão e deposição originada


pela descida generalizada do nível dos oceanos,
provocando a exposição e continentalização das regiões
oceânica submersas.
 Ciclo transgressivo: ciclo de erosão e deposição
originado pela subida generalizada do nível dos
oceanos, provocando a inundação de regiões costeiras.

Teoria do ciclo geográfico (Willian Morris Davis)

A teoria proposta por William Morris Davis apresenta uma


concepção finalista sistematizada na sucessão das formas de um
ciclo ideal conforme descreve Christofoletti (1998). Este
modelo teórico se apóia na elaboração de três fases no processo
de evolução do modelado terrestre: a juventude, maturidade e
senilidade, podendo retornar novamente a uma fase de
juventude através de movimentos epirogenéticos caracterizando
um processo de rejuvenescimento do relevo. Esta visão baseia-
se nas áreas temperadas húmidas que se desenvolve sobre as
chamadas fases antropomórficas comparando a evolução do
relevo aos estágios da vida humana.

Na teoria de Davis a evolução dos relevos tem como factor


principal a actividade dos cursos de água.

A teoria formulada cerca de cem anos atrás por William Morris


Davis, um geólogo de Harvard. Ele supunha que as paisagens
não se desenvolviam casualmente, mas através de uma série de
estágios, como as correntes de água lentamente desgastaram os
canais nos declives e como os vales foram progressivamente
alargados e aprofundados. De acordo com Davis, no estágio
jovem da evolução da paisagem, é seguida imediatamente por
elevações e é caracterizada pelo escoamento deficiente, e vales
estreitos em forma de "V" entre linhas divisórias de largas
correntes de águas. Depois de alguns milhares de anos de
erosão, o estágio máximo do relevo "maduro" seria alcançado
com o escoamento bem integrado das correntes de água, com
vales profundos e largos entre linhas divisórias de águas,
estreitas e arredondadas.

Finalmente, se a erosão continuasse ininterrupta, a paisagem


poderia entrar no estágio da "velhice", em que a superfície se
transforma em uma peneplanície mal drenada, com correntes de
água de cursos de baixo declive, sobre extensas planícies
aluviais em elevações apenas acima do nível do mar.

Embora tenha havido dúvidas ocasionais quanto à teoria de


Davis, os geomorfologistas têm manifestado intensa fascinação
para com a noção da evolução das paisagens. Ela satisfaz
alguma evidente necessidade de alguns cientistas. O sistema de
Davis segue os conceitos do desenvolvimento orgânico, que
também empolgou a comunidade científica no final do século
dezanove (os estágios da "mocidade", "maturidade" e "velhice"
correspondem maravilhosamente à evolução orgânica!).

Além disso a simplicidade e os atractivos do sistema, se


adaptam bem ao ensino. O Manual de laboratório mais popular,
actualmente usado nos cursos de geologia, nas escolas
secundárias em muitas partes do mundo apresenta apenas a
idéia de Davis da evolução das paisagens.

A questão básica crucial, para avaliar os méritos das teorias


evolucionistas, para a origem das paisagens é: se as formas
paisagísticas que observamos actualmente tiveram alguma
permanência. De acordo com a teoria de Davis (e outras teorias
semelhantes), toda a superfície da terra mudou a sua forma,
lenta e continuamente, através de longos períodos de tempo.

Davis, por exemplo, supunha que o ângulo de um declive


diminuiria, conforme uma área elevada sofresse uma lenta
erosão, com a forma da terra mudando de aparência, até que
uma planície de baixo-relevo, ao nível do mar, fosse produzida.

Resumindo, o ponto de vista de Davis é que as paisagens são


aspectos transitórios sem permanência; elas evoluíram. Todos
os aspectos da superfície da terra são vistos pelo sistema de
Davis, como estando em diversos estágios, ao longo de uma
contínua mudança.

O inicio do ciclo, no estado de juventude, começa com a


primeira acção da erosão nos relevos fortes e vigorosos. A
passagem à maturidade ocorre quando todos os traços da
superfície inicial desaparecem.

A fase senil é caracterizada pela aplanação generalizada do


relevo designada por peneplanície, completando o ciclo de
erosão.

Peneplanície pode ser interpretada como quase um plano,


representando o conjunto de talvegues e interflúvios, com
declives muito reduzidos permitindo pouca acção aos agentes
erosivos.

O conceito de peneplanície está fortemente relacionado com os


climas temperados.

Os processos principais deste ciclo apresentam-se através do


desenvolvimento das seguintes etapas:

 Processo denudacional iniciado pela emersão e


surgimento de massas continentais.
 Actuação do sistema fluvial no entalhamento dos
talvegues originando diversos canyons.
 A partir do entalhamento do talvegue o rio caminha
rumo a um perfil de equilíbrio, caminhando orientado
pelo nível de base onde a drenagem não erode nem
deposita.

O entalhamento produz nas vertentes desmoronamentos e


ravinamentos surgindo uma topografia de colinas.

Vale ressaltar que, uma das lacunas deixadas por essa teoria
reside exactamente na consideração do sistema fluvial como
agente determinante, sem considerar outros factores como
decisivos na evolução e gênese do relevo.

Todo este processo desenvolve-se por meio da erosão


remotante que consiste no trabalho de desgaste feito de jusante
para montante, ou seja, da foz para a cabeceira do rio (Guerra,
1989, p.159).

Após este processo temos o período da maturidade que se


caracteriza por uma estabilidade tectônica. Diminuindo o ritmo
da erosão linear as vertentes se alargam e a declividade diminui
(Christofoletti, 1980). neste momento ocorre uma
horizontalização topográfica.

Na fase da senilidade temos a sucessão de colinas rebaixadas,


cobertas por um manto contínuo de detritos intemperizados e
separados por vales com fundo largo (Christofoletti, 1980,
p.162), formando o que denomina-se de peneplanícies, termo
que designa uma superfície aplainada com leves ondulações
originária de áreas temperadas húmidas. Isso demonstra um
período onde o relevo apresenta formas predominantemente
aplainadas, pronto para a execução de um novo ciclo a partir de
um movimento epirogenético e a consequente quebra da
estabilidade tectónica.

Teoria da pediplanação (Lester King)

De acordo com Ross (1991) a teoria da pediplanação, se baseia


no principio da actividade erosiva desencadeada por processos
de ambientes áridos e semi-áridos com a participação dos
efeitos tectónicos, elaboradas ao longo do tempo em diferentes
níveis. Nesta teoria, os soerguimentos de carácter
epirogenéticos são decisivos.

Diferentemente da visão davisiana os estudos de King


desenvolveram-se apoiados em áreas de clima árido e semi-
árido.

Essa interpretação apoia-se na teoria de que nas áreas tropicais


e subtropicais os climas alteram-se de áridos e semi-áridos para
quentes e húmidos em contraposição ás áreas e periglaciais em
que os climas alteram-se em períodos glaciais e interglaciais
húmidos . (Ross, 1991, p.26)

Oprincipal ponto desta teoria geomorfológica repousa na


formulação do chamado recuo paralelo das vertentes, conceito
que se contrapõe a visão de Davis, pois afirma que o processo
de erosão ocasiona o recuo das vertentes sem que haja perda de
sua declividade ou inclinação.

Conforme (Casseti, 1994, p.42), o processo que envolve o


recuo das vertentes é acompanhado de um ajuste isostático:

Como se sabe, a crosta interna é constituída de silicatos de


magnésio, razão pela qual é conhecida como sima, ao passo que
externa, de densidade inferior, é representada por silicatos de
alumínio sial. O sial flutua sobre o sima, reflectindo numa
acomodação operada em profundidade. Assim a parte elevada,
submetida à erosão, sofre um alívio de carga, que é contrastado
pela subsidência gerada pelo material depositado. Essa
diferença resulta em acomodação isostática, que por sua vez
origina degraus topográficos.

Este processo cria depósitos de sedimentos correlativos que


geram pediplanos embutidos.

O modelo de King não estabelece um nível de base geral, ao


contrário, propõem um nível de base local ou regional sem que
necessariamente seja o nível marítimo, o que desconsidera os
períodos glaciais e inter-glaciais no tocante à sua actuação e
participação no processo de elevação do nível do mar. Na visão
davisiana este processo interferiria bastante nos níveis de
erosão local.

Perfil de Equilíbrio (Surrel)

Dentre as várias contribuições que auxiliaram na evolução nas


discussões a respeito das teorias geomorfológicas, temos o
postulado de Surrel, que definiu o perfil de equilíbrio das
drenagens. De acordo com Surrel o perfil de equilíbrio consiste
no ponto máximo da acção erosiva.

Na visão davisiana, o nível de base consiste no ponto limite


abaixo do qual a erosão das águas correntes não pode trabalhar,
constituindo o ponto mais baixo a que o rio pode chegar, O
nível de geral de todos os rios é o nível do mar. (Guerra, 1989,
p.303). base

Contrapondo-se a visão do ciclo geográfico, o princípio da


pediplanação de King apresenta níveis de bases locais e
regionais sem necessariamente acoplá-lo a um nível geral,
relacionado ao nível do mar. Isto opõe a visão de Davis quando
o próprio afirma que, ao longo da história geológica os períodos
de oscilações climáticas interferiam directamente na acção
erosiva devido a oscilação marinha, já que o perfil de equilíbrio
caminha rumo a acção máxima erosiva baseada no nível de
base.

Outra contribuição importante é a de Gilbert, que definiu


princípios como: declividade (as maiores declividades são
encontradas próximas ao topo, estando directamente ligada a
inclinação da vertente), estrutura (dureza da rocha) e divisores.
Estes princípios nortearam muitos pensamentos ulteriores,
contribuindo para definição das mais variadas teorias no campo
de estudo da Geomorfologia.

Voltados a este aspecto, apresentam-se os estudos da escola


alemã iniciados por Humboldt e Richthofen, os quais tiveram
uma contribuição substancial para as formulações de W. Penck.
Esta visão apoia-se em três elementos: os processos
exogenéticos, endogenéticos e os processos decorrentes dos
anteriores, que podem ser chamados de feições actuais da
morfologia.

Neste aspecto, a Geomorfologia Climática estuda a relação da


zonalidade climática e o relevo, estabelecendo assim as zonas
ou domínios morfoclimáticos sem desconsiderar os outros
factores.
Muitos estudos feitos, baseando-se nesta visão, determinou os
domínios morfoclimáticos, tendo este, grande influencia
davisiana. De modo que, as influências litológicas são pouco
consideradas, ocasionando uma lacuna vazia em suas análises.

Percebe-se assim, que a tónica da interpretação


geomorfológica passa a ser a correlação da tipologia do
modelado com os processos denudacionais influenciados pelos
diferentes tipos climáticos e coberturas vegetais, onde se
combinam os factores ligados à alteração físico-química das
rochas de um lado e o desgaste erosivo das águas correntes,
geleiras, oceanos e ventos, de outro (Ross, 1991, p. 24)

Pode-se dizer que esta interpretação resume-se em:

 Tipos de relevos,
 Tipos climáticos
 Cobertura vegetal alterados pelas acções físicos
químicas e o consequente desgaste erosivo pelos
factores externos.

A teoria do equilíbrio dinâmico (Hack)

Proposta por Hack, chamada de Teoria do equilíbrio dinâmico


baseia-se inteiramente na concepção sistémica do meio
ambiente, tendo como principio básico o entendimento de que o
ambiente natural encontra-se em estado de equilíbrio, porém
não estático, graças ao mecanismo de funcionamento dos
diversos componentes do sistema, sendo, portanto entendida
pela funcionalidade na entrada de fluxo de energia no sistema
que produz determinado trabalho . (Ross, 1991, p.26).

Conforme Christofoletti (1980), a teoria do equilíbrio dinâmico


baseia-se num comportamento balanceado entre os processos
morfogenéticos e a resistência das rochas, e também leva em
consideração as influencias diástroficas na região.

Críticas à teoria de Davis

O conceito de peneplanície, embora válido, deve ser adoptado


com restrições.

São efectivamente raras as paisagens a que verdadeiramente se


pode aplicar o termo peneplanície. Factores como:

 o controle litológico e estrutural particularmente em


regiões de actividade tectónica activa) e
 o tempo são muito relevantes.

Para que um relevo seja considerado uma peneplanície são


necessários alguns milhares de anos de arrasamento, o que
torna as peneplanícies recentes (do Terciário por exemplo)
muito pouco prováveis.

Para além destes factores também o clima deve ser tido em


conta pois as Alterações climáticas podem, através da
modificação da cobertura vegetal ou de um eventual degelo,
alterar o decorrer do ciclo. Uma região num estado Senil pode
rejuvenescer por descida do nível de base ou subida do
continente, Aumentando a actividade fluvial e rejuvenescendo a
região.

Foram muitos os autores que se opuseram à teoria de Davis


(Gilluly, Hack, Bucher) mas de entre todos conta-se o alemão
Walter Peck que considera o ciclo de Davis como um caso
particular e raramente encontrado, uma vez que ele considerava
pouco provável o desenvolvimento cíclico das formas de relevo
a partir da estabilidade da crusta.

Walter Penck consegue demonstrar que as superfícies de erosão


podem ocorrer durante as fases de movimento tectónico, ao
contrário de Davis que as suponha períodos de estabilidade.

Sumário
O estudo da erosão é importante porque ajudam nos a explicar As
diferentes teorias sobre as paisagens da terra e a sua evolução, até a
actual configuração. Pelo contrário, parece mais razoável acreditar
que uma catástrofe deu origem às paisagens. Poderiam as formas
da terra incluir muitos aspectos relacionados com um dilúvio e uma
glaciação parece mais natural, assim como dos agentes externos.

A Dinâmica da erosão, assenta se principalmente no ciclo que


começa com o estágio jovem da evolução da paisagem, é seguida
imediatamente por elevações e é caracterizada pelo escoamento
deficiente, e vales estreitos em forma de "V" entre linhas divisórias
de largas correntes de águas. Depois de alguns milhares de anos de
erosão, o estágio máximo do relevo maduro.

Exercícios
1. Apresente as ideias principais da teoria de Davis.

2. Aponte os principais ciclos da erosão.

3. Mencione algumas lacunas na teoria de Davis.

4. Facas críticas com base em exemplos concretos da teoria de


Davis.
Unidade XIII
Os Lagos
Introdução
A unidade temática, faz menção sobre os processos de formação de
lagos, isto e a origem dos lagos, sua classificação quanto a
alimentação, sabe se que a quantidade de água que um lago contém
depende do clima regional. As dimensões dos lagos são muito
variáveis, desde alguns metros até várias centenas de quilómetros.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Obter conhecimento sobre os lagos


 Caracterizar a origem dos lagos
 Classificar os lagos quanto a alimentação
Objectivos

Os lagos

De tamanho muitas vezes impressionante, os lagos constituem, no


entanto, fenômenos de pequena duração na escala do tempo
geológico, por serem áreas onde domina o processo de
sedimentação que gradualmente os torna cada vez menores e mais
rasos.

Lago é o nome genérico dado a toda massa de água que se acumula


de forma natural numa depressão topográfica, totalmente cercada
por terra. Os lagos podem ser de água doce, salobra ou salgada e
variam grandemente em forma, tamanho e profundidade. Os de
menor superfície são por vezes chamados lagoa, enquanto os
maiores -- como o Cáspio, por exemplo -- recebem o nome de mar.
Exibem os mesmos movimentos das águas oceânicas, como ondas,
marés e correntes.

Embora seja mais abundantes nas latitudes mais altas ou em regiões


montanhosas, onde a acção da glaciação pleistocênica escavou
profundas depressões, os lagos se distribuem por diversas regiões
geográficas. No Sul de Moçambique, são mais comuns os lagos
litorâneos, denominados lagunas, em geral de águas salgadas e
pouco profundas, separadas do mar por restingas, bancos de areia,
ilhas ou recifes de coral. Uma ou mais aberturas permitem a livre
circulação das águas marinhas.

Um lago é uma depressão natural na superfície da Terra que


contém permanentemente uma quantidade variável de água. Essa
água pode ser proveniente da chuva, duma nascente local, ou de
cursos de água, como rios e glaciares (geleiras) que desaguam
nessa depressão. Por outro lado, São massas de águas confinadas,
mais ou menos tranquilas e profundas.

A quantidade de água que um lago contém depende do clima


regional. As dimensões dos lagos são muito variáveis, desde alguns
metros até várias centenas de quilómetros, como são os Grandes
Lagos da América do Norte ou os Grandes lagos Africanos. A sua
profundidade também varia desde alguns centímetros até várias
centenas de metros - o Lago Baikal, na Sibéria, é o mais profundo
do mundo, com 1743 metros.

Lagoa - é uma porção de água cercada por terra. Segundo outras


definições, lagoa é um lago pouco extenso, no entanto há várias
lagoas maiores do que muitos chamados "lagos"

Lagunas Caracterizam-se como um ambiente de águas paradas,


separadas do mar por uma barreira, Recebem ao mesmo tempo
águas doces dos rios e águas salgadas quando ocorre a ingressão
das marés. Todas as lagunas têm uma ou mais entradas, ou seja,
uma conexão com o mar.

As águas de uma laguna podem variar entre doce, salobra (água de


salinidade inferior à da água do mar) e salgada. Isso irá depender
do tamanho das entradas e da quantidade de água doce trazida
pelos rios, Raras espécies de animais ou vegetais, que suportam as
alterações constantes das águas de uma laguna, vivem nesses
locais.

Um mar é uma larga extensão de água salgada conectada com um


oceano. O termo também é usado para grandes lagos salinos que
não tem saída natural, como o Mar Cáspio e o Mar da Galileia. O
termo é usado num sentido menos geográfico para designar uma
parte do oceano, como mar tropical ou água do mar se referindo às
águas oceânicas.
A água do mar é transparente. Mas, quando olhamos o mar, ele
parece azul, verde ou até cinzento. A cor muda de acordo com a cor
do céu, que se reflecte nele. Também depende da cor da terra ou
das algas transportadas pelas suas águas. A partir de uma certa
profundidade, as cores começam a sumir do fundo do mar. A
primeira cor a desaparecer é a vermelha, aos seis metros. Depois,
aos quinze, some a amarela. Até chegar a um ponto em que só se
verá o azul.
Durante milhões de anos, a chuva formou cursos de água que iam
dissolvendo lentamente rochas de todos os períodos geológicos, nas
quais o sal comum é encontrado em abundância (esse sal se soltava
das rochas, evidente). Esses cursos de água desembocavam no mar.
Como todos os rios correm para o mar, ele ficou com quase todo o
sal.

Os lagos podem apresentar tamanhos e profundidades variados,


grandes ou muito pequenos, rasos ou extremamente profundos.
Existem lagos que possuem água salgada; há também os que não
são naturais, constituídos a partir da construção humana, servem
como reservatório de água.

A formação de lagos se dá pela sedimentação acumulada, que


impede o escoamento da água, e também pelas rochas que, em
geral, são impermeáveis e impossibilitam a absorção pelo lençol
freático.

Os rios apresentam disparidades entre eles, a configuração de um


rio depende do relevo (montanhas, planaltos, planícies, depressões)
no qual o mesmo percorre, além de ser influenciado

Os lagos naturais da Terra são geralmente encontrados em áreas


montanhosas, riftes, e áreas com glaciação em andamento ou
recente. Outros lagos são encontrados em bacias endorreicas ou ao
longo do curso de rios maduros. Em algumas partes do mundo, há
muitos lagos por causa do caótico padrão de drenagem deixado
pela última Era do Gelo. Todos os lagos são temporários em
relação a escalas geológicas de tempo, pois eles são lentamente
preenchidos com sedimentos ou são liberados da bacia que os
contém.

Limnologia

A ciência que estuda as características físicas, químicas e


biológicas das águas lacustres se chama limnologia. Seu fundador
foi o naturalista suíço François-Alphonse Forel, que realizou
estudos sobre a fauna do lago Leman, em Genebra, Suíça. Nos
Estados Unidos, os estudos limnológicos foram iniciados por
Edward Asahel Birge. Com o tempo, a limnologia passou a
abranger o estudo de todas as águas continentais, inclusive os rios.
A quantidade de água que um lago contém depende do clima
regional. As dimensões dos lagos são muito variáveis, desde alguns
metros até várias centenas de quilómetros, como são os Grandes
Lagos da América do Norte ou os Grandes lagos Africanos. A sua
profundidade também varia desde alguns centímetros até várias
centenas de metros - o Lago Baikal, na Sibéria, é o mais profundo
do mundo, com 1743 metros.

Lago Victoria

Origem dos lagos

Distinguem-se vários processos de formação lacustre, que podem


actuar isoladamente ou em conjunto. Os lagos podem ter origem
em influências tectônicas, litorâneas, fluviais, actividades
vulcânicas e glaciárias, entre outras.

Os vários tipos de actividades tectônicas originam lagos grandes e


profundos. Movimentos epirogenéticos ocasionaram o isolamento
de porções litorâneas, como no caso dos mares Cáspio e de Aral.
Na África Oriental, o Kioga é um exemplo de lago formado em
consequência de arqueamentos de superfícies, que reverteram a
drenagem das águas. Arqueamentos suaves e marginais originaram
bacias centrais ocupadas pelas águas, como ocorreu no lago
Vitória. Dobramentos originaram depressões como o Titicaca, na
fronteira entre o Peru e a Bolívia, e alguns da África oriental, como
o Kioga, o Vitória, o Niassa etc. De origem tectônica, esses lagos
estão entre os maiores do mundo, ao lado do Baikal e do
Tanganica.

As caldeiras, crateras e barragens formadas pelo escoamento de


lava vulcânica são responsáveis pela formação de inúmeros lagos,
como o da Cratera, o do Oregon e o Yellowstone nos Estados
Unido), o de Bolsena na Itália e os lagos Kivu e Bunyoni na África
oriental.

A acção erosiva da glaciação pleistocênica em montanhas e placas


continentais deu origem ao maior número de lagos existente na
superfície terrestre, especialmente na América do Norte, na
Escandinávia e na Sibéria. Entre os lagos glaciários continentais
citam-se os grandes lagos dos Estados Unidos, além dos
canadenses Winnipeg, Atabasca, Grande Urso e o dos Escravos.

Há muitos lagos glaciários de montanha nos Alpes, nas montanhas


Rochosas e na Nova Zelândia, Outras causas são: o
estrangulamento das curvas dos rios em conseqüência da
acumulação de sedimentos; o fechamento de vales em virtude de
deslizamentos de terras ou corridas de lava; a dissolução de
terrenos calcários, que formam depressões ocupadas por
sedimentos argilosos impermeáveis, como é o caso de alguns lagos
da península de Yucatán, no México; e o impacto de grandes
meteoritos, como o que deu origem ao lago Chubb, em Quebec, no
Canadá.

As variações do nível marinho nas zonas litorâneas também


influem na formação dos lagos, que nesse caso se chamam lagunas.
A formação de restingas cordões arenosos que gradualmente
fecham partes do litoral é um dos processos mais comuns de
formação de lagunas na faixa litorânea.

Geralmente a água dos lagos é doce, mas existem importantes lagos


salgados. Geologicamente, a maior parte dos lagos da Terra é
recente e, quanto a sua origem, os lagos podem ser formados por:

Influências tectônicas: águas acumuladas nas deformações da


crosta terrestre; resultam na formação de lagos grandes e
profundos.

Atividades vulcânicas: águas que ocupam antigas crateras ou


barragens efectuadas pelo escoamento de lavas de vulcões extintos.

Influência fluvial: ao longo de cursos de água onde os rios


apresentam meandros, é comum o aparecimento de lagos.

Atividades glaciárias: tem sua origem relacionada com a acção das


geleiras continentais e de montanhas.

Influência litorânea: associada ao surgimento de cordões arenosos


que vão fechando reentrâncias que acabam por separar e
enclausurar massas de água salgada residuais do mar aberto.

Atividades mistas: resultante da combinação de diversos fatores


capazes de represar certa quantidade de água.

Biologia lacustre.
Até uma profundidade de cem metros, as águas superficiais -- bem
servidas de luz, calor, oxigênio e elementos nutritivos - costumam
apresentar grande riqueza de plâncton, enquanto em águas
profundas predominam as bactérias. As zonas marginais
apresentam vegetação submersa ou semi-submersa, A fauna
geralmente se adapta às condições climáticas, à salinidade e às
correntes.

A civilização moderna tem trazido graves transtornos aos


ecossistemas de muitos lagos. O uso de águas lacustres - para
irrigação, produção de energia, transporte e recreação - em geral é
feito sem a preocupação de preservar a riqueza biológica. Os lagos
podem ser contaminados em razão do lançamento de resíduos
industriais, lixo, esgoto e detergentes, do uso de pesticidas em
águas para irrigação, da elevação da temperatura da água em
virtude de seu emprego na refrigeração de centrais nucleares e até
por eventuais vazamentos radioactivos, ao nível trófico classificam
se em:

Lagoas oligotróficas - contêm concentrações muito baixas dos


nutrientes necessários para o crescimento da planta e, assim, a
produtividade global destes lagos é baixa. Apenas uma pequena
quantidade de matéria orgânica cresce em um lago oligotrófico, o
fitoplâncton, o zooplâncton, as algas em anexo, as macrófitas
plantas aquáticas, as bactérias, e os peixes estão todos presentes em
pequenas populações, É como o plantio de milho em solo arenoso,
não muito crescimento. Pode haver muitas espécies de plâncton e
de muitos tipos diferentes de outros organismos, mas não muitos de
cada espécie ou tipo. Pode haver algum peixe grande, mas não
muitos deles. Com pouca produção, de forma de matéria orgânica,
há pouca acumulação de sedimentos muito orgânica no fundo dos
lagos oligotróficos. E assim, com alimentos orgânicos pouco,
encontramos apenas pequenas populações de bactérias. Além
disso, com apenas pequenas quantidades de plâncton e das
bactérias, temos muito pouco consumo de oxigênio, desde as águas
mais profundas. Uma medida típica de um lago oligotrófico é que
tem lotes de oxigênio da superfície para baixo. Outras medidas são
a clareza da água boa (um disco de Secchi leitura profunda, com
uma média de cerca de 10 metros ou 33 pés), as algas suspensas
poucos, o fitoplâncton, que as leituras de clorofila baixo
rendimento (média de cerca de 1,7 mg/m3), e baixos nutrientes,
caracterizado por fósforo (média de cerca de 8,0 mg/m3). Existem
outras características químicas, mas estes são os mais citados. O
fundo dos lagos oligotróficos são na maioria das vezes arenosos e
rochosos e, geralmente, as suas bacias hidrográficas são os
mesmos, resultando em poucos nutrientes que entram no lago.
Lagos oligotróficos têm água limpa e bonita, sem problemas com
ervas daninhas e pesca pobres. Eles são frequentemente profundos
com água fria. Eles raramente são em áreas povoadas - muitas
pessoas eo uso pesado tende a, eventualmente, mudá-los para fora
da categoria de oligotrófico. Eles raramente são boas em áreas
agrícolas, solos ricos necessários para a agricultura não permitem a
drenagem de águas pobres em nutrientes necessários para o lago
oligotrófico. Nós encontramos a maioria dos nossos lagos
oligotróficos em Michigan na península superior e no terço
superior da nossa península mais baixa

Lagos eutróficos são o contraste geral para os lagos oligotróficos


e estão no outro extremo do continuum. Eles são ricos em
nutrientes para as plantas e, assim, sua produtividade é alta. Eles
produzem um elevado número de fitoplâncton (algas em
suspensão), que muitas vezes a nuvem de água de modo que temos
pobres leituras disco de Secchi (em média cerca de 2,5 metros ou
8,0 metros). Estes lagos também produzem um elevado número de
zooplâncton e pequenos peixes e peixinhos de outros que se
alimentam de zooplâncton. Estes peixes pequenos, por sua vez
servem de alimento para o crescimento de peixes maiores. Tudo
somado, há uma alta produção de matéria orgânica, como o milho
plantado em solo rico. Muita desta deriva da matéria orgânica no
fundo e forma uma profundidade considerável de sedimentos
orgânicos. Este sedimento por sua vez, fornece o alimento para o
elevado número de bactérias. s. O plâncton descendente e as
bactérias, através da sua respiração, pode usar-se muito ou todo o
oxigênio do profundezas destes lagos. Assim, uma característica
de lagos eutrofizados é a depleção de Verão de oxigênio das águas
mais baixas (abaixo da termoclina - geralmente abaixo de cerca de
5,5 metros ou 18 pés durante os meses de Verão). Por causa de
tudo o fitoplâncton produzido, o lago eutrófico muitas vezes tem
concentrações de clorofila em média cerca de 14 mg/m3 ou
superior. A concentração de fósforo algo médias de 80 mg/m3.
Lagos eutróficos são relativamente rasos e muitas vezes têm camas
de plantas daninhas. Os canteiros de ervas daninhas são comuns
por causa da disponibilidade de nutrientes e luz para as partes rasas
dos lagos, mas também porque a orgânica nos sedimentos
acumulados fornecer o "solo" para as suas raízes; Pesca é
geralmente muito bom em lagos eutróficos a alta produtividade
plâncton e bentônicos (fundo) de organismos em águas rasas prever
um número relativamente elevado de peixes com taxas de
crescimento relativamente bom. A maioria dos lagos eutróficos de
Michigan está na parte inferior de dois terços da Península Inferior.

Assim, o lagos oligotróficos e eutróficos são contraste


extremidades do continuum eutróficos. Mas a natureza humana
tem intensificado nos, e descobrimos que muitas vezes dizemos que
um lago é realmente um pouco além oligotrófico ou não é bastante
eutrófico. Em outras palavras, racionalizar (reconhecer ou criar)
uma fase de transição entre o oligotrófico e as classes eutrófica.
Afinal, como as idades lago oligotrófico, gradualmente se acumula
nutrientes e sedimentos, e se move em direcção e, eventualmente,
para o estágio eutrófico.
Este processo de eutrofização natural normalmente leva milhares
de anos e envolve tanto o desenvolvimento físico de enchimento do
lago e químicas de enriquecimento da água do lago. Cultural da
eutrofização, que pode ocorrer em uma geração humana ou dois,
envolve o enriquecimento químico da água do lago por actividades
humanas na bacia de drenagem do lago. A fase de transição entre
as condições oligotrófico e eutrófico tem sido chamado de um lago
mesotrófico.

Classificação quanto a Alimentação

Muitos lagos são alimentados directamente por rios, aos quais se dá


o nome de afluentes. Fontes, neves, geleiras e chuvas também
alimentam lagos.

O escoamento das águas pode ser feito por meio de rios chamados
emissários; por infiltração ou drenagem subterrânea, como nos
lagos localizados em terrenos de rocha calcária; e ainda por
evaporação. Nas zonas áridas e semi-áridas, onde é comum haver
lagos sem qualquer saída para o mar, o nível das águas tende a
diminuir até a completa dessecação. Durante esse processo a
concentração de sais na água aumenta progressivamente e, por fim,
uma camada salina se deposita no fundo do lago dessecado.

O lago são efêmeros do ponto de vista geológico porque já no


momento em que se formam inicia-se o processo de sua destruição.
Os afluentes que os nutrem tendem a entulhar seu fundo com
sedimentos, o que, com o tempo, provoca desbordamentos da bacia
e consequente perda de profundidade. Ao mesmo tempo, os rios
emissários escavam fendas profundas nas margens da bacia, que
com isso tende a desaguar cada vez mais depressa e secar. Por
último, o desenvolvimento de vegetação aquática em lagos pouco
profundos favorece a formação de pântanos nas margens, o que
leva à gradual dessecação. Os lagos mais duradouros são os que
ocupam grandes e profundas fossas tectônicas, como o Baikal, na
Sibéria, e o Tanganica, na África.

Há lagos que foram mais extensos em épocas passadas, o que se


comprova pela presença de terraços (vestígios da antiga massa
sedimentar acumulada), como o Grande Lago Salgado, nos Estados
Unidos, cuja origem foi o lago Bonneville, dez vezes maior. As
bacias sedimentares onde hoje se alojam as cidades de São Paulo e
Curitiba são antigas áreas lacustres.

As variações do nível da água dependem de vários factores chuvas,


evaporação, infiltração, mas sobretudo do tamanho da bacia
hidrográfica - quanto maior for sua extensão, mais água recebe, e
com maior regularidade.

Nas zonas áridas e nas montanhas, essas variações são mais


frequentes. A temperatura das águas lacustres em geral varia de
acordo com a profundidade. Águas profundas têm temperatura
mais baixa que as superficiais, salvo em regiões de clima frio, onde
a camada superior se congela no inverno

Sumário
A unidade é importante porque vai dar grandes contributos para a
compreensão da origem dos lagos, a classificação quanto a
alimentação, bem como a biologia lacustre e a limnologia.

Por outro lado, muitos lagos são alimentados directamente por rios,
aos quais se dá o nome de afluentes. Fontes, neves, geleiras e
chuvas também alimentam lago, O escoamento das águas pode ser
feito por meio de rios chamados emissários; por infiltração ou
drenagem subterrânea, como nos lagos localizados em terrenos de
rocha calcária; e ainda por evaporação.

Exercícios
1. Faça a classificação da biologia lacustre.
2. Classifique os lagos quanto a alimentação.

3. Identifique as semelhanças e diferença entre os lagos,


lagoas e rios.
Unidade XIV
Geomorfologia Litorrânea e
Oceanográfica
Introdução
No estudo da Geomorfologia litoranea e oceanografia apresenta se
as principais características básicas dos oceanos, assim como as
respectivas áreas e profundidades.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conceitualizar os oceanos
 Obter conhecimentos sobre a geomorfologia oceanografia e
Litoranea
Objectivos
 Apontar os diferentes oceanos e as suas respectivas áreas e
profundidades

Geomorfologia Litorânea

 Estuda a zona de contacto entre o continente e o oceano, que é o


litoral, onde também se observa a acção dos agentes climáticos.
Estuda a acção erosiva do mar (abrasão), formando diversos tipos
de costas, como as de acumulação, ou praias, as fissuras causadas
nas falésias, ou costas altas, plataformas de desmoronamentos;
perfil das costas, suas medidas de profundidade, a estrutura
regional do relevo o tetanismo, as zonas lituânias e a acção
humana.

A Oceanografia é uma ciência relativamente recente, com pouco


mais de cem anos. Porém o seu conceito é bem mais antigo. A
primeira ocorrência da palavra oceanografia é de 1584, no francês
oceanografia, porém teve vida curta. Só em 1880 ela retorna no
alemão oceanografia. Nessa mesma época surgem os correlatos
em outra línguas: oceanógrafa, no inglês; oceanografia, no
espanhol. Na língua portuguesa, a palavra oceanografia aparece no
final do século XIX.

Quase três quartos (71%) da superfície da Terra é coberta pelo


oceano (Cerca de 61% do Hemisfério Norte e de 81% do
Hemisfério Sul). Este corpo de água global interconectado de água
salgada é dividido pelos continentes e grandes arquipélagos em
cinco oceanos.

Os Oceanos

Existem no globo os seguintes oceanos:

 Oceano Pacífico

 Oceano Atlântico

 Oceano Índico

 Oceano Glacial Árctico

Oceano Glacial Antárctico - definido em 2000 pela Organização


Hidrográfica Internacional, (A primeira Comissão sobre a
hidrografia internacional foi criada em 1921, porém o seu status
para organização internacional mudou somente em 1970, com a
Organização Hidrográfica Internacional. Sua sede permanente é
em Mónaco. Actualmente a organização conta com 74 Estados
marítimos. A função da organização é incentivar a segurança na
navegação e a protecção do ambiente marítimo da qual Brasil e
Portugal são membros.)
As fronteiras entre os oceanos são estabelecidas pela Organização
Hidrográfica Internacional. Regiões menores dos oceanos são
conhecidas como mares, golfos, estreitos, etc.

Características básicas dos oceanos

O Oceano Pacífico é a maior massa marítima do globo, situada


entre a América, a leste, a Ásia e a Austrália, a oeste, e a
Antárctida, ao sul. Com 180 milhões de km², o Pacífico cobre
quase um terço da superfície do planeta e corresponde a quase
metade da superfície e do volume dos oceanos.

Tem 707,5 km de fossas, e 87,8% de sua área apresenta


profundidades superiores a 3.000 m; é o oceano com maior
profundidade média (-4.282 m) e onde se localizam as maiores
fossas submarinas (fossa das Marianas, com -10,912 m)].

Sua forma grosseiramente circular é delimitada por margens


continentais activas (que correspondem ao círculo de fogo do
Pacífico) sob as quais se afunda uma crusta oceânica em rápida
expansão.

Descoberto pelos europeus em 1513 (Balboa) e transposto pela


primeira vez em 1520 (Fernão de Magalhães), o Pacífico tem
assistido a um crescimento de sua importância como via de
ligação entre algumas das regiões de maior dinamismo económico
da actualidade (Extremo Oriente e costa ocidental da América do
Norte).

O Oceano Atlântico é o segundo maior oceano em extensão, com


uma área de aproximadamente 106.200.000 km², cerca de um
quinto da superfície da Terra. É o oceano que separa a Europa e a
África a Leste, da América, a Oeste. Seu nome deriva-se de Atlas,
uma divindade da mitologia grega. É por isso que às vezes o
oceano Atlântico é referido como "Mar de Atlas". A menção mais
antiga sobre seu nome é encontrada em Histórias, de Heródoto,
por volta de 450 a.C. Antes dos europeus descobrirem outros
oceanos, o termo "oceano" foi sinónimo de todas as águas que
circundam a Europa Ocidental que agora é conhecido como
Atlântico e que os gregos acreditavam ser um grande rio que
circundava toda a Terra.

O Oceano Atlântico apresenta uma forma semelhante a um "S".


Sendo uma divisão das águas marítimas terrestres, o Atlântico é
ligado ao Oceano Árctico (que em algumas vezes é referido como
sendo apenas um mar do Atlântico), a Norte, ao oceano Pacífico, a
Sudoeste, e ao Oceano Índico, a Sudeste, e ao oceano Antárctico,
a Sul. (Alternativamente, ao invés do oceano Atlântico ligar-se
com o oceano Antárctico, pode-se estabelecer a Antárctida como
limite sul do oceano, sob outro ponto de vista). A linha do
Equador divide o oceano em Atlântico Norte e Atlântico Sul. Com
um terço das águas oceânicas mundiais, o Atlântico inclui mares
como o Mar Mediterrâneo, o Mar do Norte e o Mar das Caraíbas
(Caribe).

O Oceano Índico, que se distingue por suas dimensões


relativamente reduzidas em comparação com as do Oceano
Pacífico ou do Oceano Atlântico, estende-se em sua maior parte
em hemisfério Austral e é fechado ao norte pela Ásia. Largamente
aberto ao sul, sob influência da monção asiática, tem a forma de
um triângulo, cujas linhas medianas são formadas por dorsais
oceânicas, dispostas em Y invertido. A sua profundidade média é
de 3.897 m e a máxima, de 7.455 m (fossa de Java

O Oceano Árctico (br.) ou Oceano Árctico (pt.) estende-se sobre


o Árctico, a região setentrional do globo, a qual é coberta em
grande parte pela banquisa: 13 milhões de km². Os grandes fundos
(a mais de quatro quilómetros de profundidade) formam duas
bacias separadas por uma longa crista submarina, a cadeia de
Lomonossov, que se prolonga da ilha de Novaia Zembla até a
Terra de Ellesmere. As costas escandinavas e russas são
precedidas por uma larga plataforma continental, bem mais
estreita diante da América do Norte.

Apesar de cientificamente ser considerado um dos cinco oceanos


da Terra, também é chamado de Mar Glacial Árctico

A borda do Oceano Glacial Árctico está repartida entre diversos


mares secundários, separados por arquipélagos costeiros; da
Escandinávia à Rússia e à América do Norte sucedem-se: o Mar
de Barents, o Mar de Kara, o Mar de Laptev, o Mar da Sibéria
Oriental, o Mar de Chukchi, o Mar de Beaufort e o Mar de
Lincoln, ao norte da América. Limitado por soleira de pequena
profundidade, o Oceano glacial Árctico realiza pouquíssimas
trocas com as águas dos outros oceanos

O oceano está situado na zona de clima polar, em que as


temperaturas mínimas podem descer abaixo de -50°C, existindo
frio permanente e pouca variabilidade sazonal. Os Invernos são
caracterizados por escuridão contínua e condições estáveis com
céu limpo; os Verões pelo Sol da meia-noite, céu nublado e
ciclones com neve ou chuva, embora de fraca intensidade

O Oceano Antárctico Também conhecido por Oceano Austral é o


conjunto das águas que banham o Continente Antárctico, mas que
em realidade constituem o prolongamento meridional do Oceano
Atlântico, Oceano Pacífico e Oceano Índico. Muitos cientistas,
oceanógrafos e geógrafos, não reconhecem a existência do Oceano
Antárctico, considerando-o como uma junção de partes dos outros
oceanos.

O Oceano Antárctico é o único a rodear o globo de forma


completa, e circula completamente a Antártida. Tem uma
superfície de 20.327.000 km², uma cifra que compreende aos
mares periféricos: o Mar de Amundsen, o Mar de Bellingshausen,
parte da Passagem de Drake, o Mar de Ross e o Mar de Weddell.
A terra firme é visível sobre o oceano com 17.968 km de costa

O Oceano Antárctico, com uma profundidade geralmente


compreendida entre os 4.000 e 5.000 metros, é um oceano
profundo com poucas zonas estreitas de águas pouco profundas. A
plataforma continental antárctica é estreita e relativamente
profunda em relação às outras: dos 400 aos 800 metros, contra
uma média mundial de 133 metros.

Sumário
Pretende-se que o estudante tenha conhecimentos no âmbito de a
geomorfologia litorânea, e oceanográficas de forma que tenha
domínio dos conceitos inerentes ao tema , os instrumentos usados
e a compreensão de diferentes fenómenos observados ao longo do
litoral e nos oceanos.

Exercícios
1. Conceitue a geomorfologia oceanográfica
2. Aponte e cauterize os diferentes oceanos
Unidade XV
As configurações da Costa
Introdução
Alguns factores externos, como mudanças do nível do mar ou a
construção de obras de engenharia que interrompam o transporte
litorâneo de sedimentos, podem modificar sensivelmente o balanço
sedimentar, consequentemente

A região costeira está situada na fronteira dos dois maiores


ambientes do planeta: continente e oceano. É uma região de
numerosas interacções biológicas, químicas, físicas, geológicas e
meteorológicas

O equilíbrio de uma praia depende da relação entre o aporte de


sedimentos e a capacidade de transporte litorâneo. Se uma
quantidade de areia maior que aquela que pode ser transportada
pelas ondas é levada até a costa, a praia tenderá a acumular areia.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Caracterizar os processos costeiros;


 Identificar os factores do desenvolvimento costeiros;
Objectivos  Reforçar conhecimentos sobre processos de dinâmica
superficial, tais como: erosão, movimentos de massa,
subsidências/colapsos e processos costeiros.

Processos costeiros

As áreas costeiras vêm, ao longo da história, sendo ocupadas de


forma bastante rápida e desordenada, tornando constante a
ocorrência de problemas ambientais, com elevadas consequências
sócio-econômicas. Um dado que demonstra a intensificação do
crescimento humano em zonas costeiras é a presença de 2/3 da
população mundial vivendo ao longo da costa, sendo que em
Moçambique a maior parte da população situam-se nessas áreas
(Souza & Suguio, 1986 apud Suguio, 1999).

Portanto, os estudos ambientais dos processos costeiros vêm


actualmente ganhando grande enfoque, principalmente porque
permitem caracterizar as áreas costeiras e possibilitar um adequado
planeamento do uso do solo, de modo que tais áreas possam abrigar
as grandes demandas de turismo, urbanização e industrialização.

Infanti Jr & Fornasari Filho (1998) consideram complexos e


dinâmicos os processos geomorfológicos costeiros, sendo constante
a ocorrência de modificações na configuração da zona costeira,
devido a actuação de processos erosivos, de transporte e
sedimentação. Os referidos autores ainda colocam que "o estudo
dos processos costeiros exige o registo e a observação de um
grande número de variáveis (pressão barométrica, temperatura,
humidade, direcção e intensidade dos ventos, direcção e
velocidades das correntes marinhas, geometria das ondas,
natureza e distribuição dos sedimentos, entre outras), durante um
longo período de tempo (o mínimo dois anos, caso se disponha de
dados históricos de alguns parâmetros mais representativos) ".

Em Moçambique, os estudos adequados de áreas costeiras são


ainda incipientes. Esta é uma área que deverá apresentar grande
demanda nos próximos anos, dadas as características do país.

As fotos a seguir apresentam alguns exemplos da força e da energia


dos processos costeiros, que em muitos casos causam problemas
econômicos às populações locais (Proin/Capes & Unesp/IGCE,
1999).
f
ig.
1:

Praia de ponta gea-Beira,Mocambique

Fig 2: Região norte Moçambique-Nacala

 A figura abaixo apresenta as nomenclaturas mais comuns


utilizadas para se referir às zonas costeiras (modificada de Infanti Jr
& Fornasari Filho, 1998; organizada por Fábio Reis).
Com base na figura anterior, veremos a seguir alguns conceitos das
morfologias costeiras mais encontradas no litoral brasileiro (Infanti
Jr & Fornasari Filho, 1998).

Praias: são formadas por sedimentos soltos, de granulometria


variada, compostos principalmente de quartzo, contendo ainda
feldspatos, fragmentos de rochas, entre outros minerais. As praias
são bastante dinâmicas, apresentando mudanças de sua
configuração dependendo do aporte de sedimentos. Se esse aporte
for maior do que a saída de sedimentos, ocorre a expansão da linha
de costa e, se a entrada de sedimentos for menor que a saída, a
praia encontra-se em processo de recuo da linha de costa.

Dunas: constituem-se de feições formadas de sedimentos arenosos


que são transportados pela acção dos ventos. Nas zonas costeiras as
dunas, ou as denominadas dunas frontais ou ante-dunas, muitas
vezes, tem o papel de diminuir a energia das ondas, principalmente
durante a ocorrência de ressacas. As dunas apresentam uma
dinâmica bastante complexa, sendo suas migrações influenciadas
pela direcção dos ventos predominantes, que por sua vez depende
da conformação costeira.

Mangues: morfologia costeira desenvolvida em regiões baixas e


abrigadas do litoral, de declividade muito suave, inundadas
periodicamente, onde ocorre deposição de sedimentos finos, sendo
áreas parcialmente recobertas por vegetação característica
(halófitas). Constituem-se verdadeiros berçários para muitas
espécies do litoral. Os mangues são extremamente influenciados
pelo delicado equilíbrio dinâmico entre as variações dos níveis de
maré, o aporte fluvial e as taxas de deposição/erosão.

Restingas: são definidas como cordões arenosos paralelos e de


pequena elevação, que protegem costas baixas ou fecham pequenas
enseadas, estando sua origem ligada ao recuo do mar. Apresentam
vegetação característica.

lagunas: correspondem a corpos de água pouco profundos,


alongados paralelamente à linha de costa, sendo separados do mar
por uma barra móvel de areia ou cascalho. A comunicação com o
mar é muito dinâmica, podendo ser temporária ou permanente,
sendo feita por aberturas nas barras.

Falésias: são formadas pela acção erosiva das ondas sobre a rochas
de uma encosta continental. Seu desenvolvimento está associado à
escavação causada por pulsões de pressão devido à quebra de
ondas, golpes de aríete ou compressão do ar em fracturas, que
removem os fragmentos rochosos da base da falésia,
desestabilizando-as e ocasionando o desmoronamento pela acção
de seu próprio peso.

 
A seguir veremos informações sobre algumas consequências
negativas da interacção entre o Homem e os processos naturais.

Região Costeira

A região costeira está situada na fronteira dos dois


maiores ambientes do planeta: continente e oceano.
É uma região de numerosas interacções biológicas,
químicas, físicas, geológicas e meteorológicas.

Este ambiente é uma região de mudança, no qual o


mar actua alterando a forma e a configuração do
continente. Algumas vezes ocorrem alterações
bastante rápidas; outras vezes, lentas a ponto de não
serem percebidas por uma pessoa durante toda a sua
vida; mas do ponto de vista do tempo geológico,
estas lentas alterações tornam-se muito expressivas.

Na verdade são vários os factores que determinam a


evolução de cada uma das regiões litorâneas. Estes
factores apresentam variações temporais e espaciais
distintas e vão desde factores climáticos até
fenômenos tectônicos de escala global.

Características das Praias

Para a maior parte das pessoas, praia é a região mais


familiar em se tratando do ambiente marinho.
Mesmo o visitante mais ocasional percebe que a
região não é estática ao reparar que as vezes a praia
se encontra muito larga, outras vezes estreita, com
uma inclinação maior que o normal, ou que dunas de
areia na região posterior podem desaparecer.
Realmente, assim ela é: um ambiente muito
dinâmico!

As praias são formadas por sedimentos


inconsolidados, delimitadas de um lado pela região
onde a passagem das ondas não mais movimenta os
sedimentos do assoalho marinho, profundidade esta
denominada base da onda e do outro, também onde,
de modo geral, não ocorre movimentação de areia,
região denominada berma (veja definiçào mais
adiante), ou ainda por alguma feição do relevo como
uma falésia, por exemplo.

Uma praia pode ainda ser subdividida em três


regiões: face praial, ante praia (também chamada de
estirâncio ou estirão) e pós-praia, de acordo com sua
localização em relação às alturas das marés.

A face praial compreende a região que vai do nível


de maré baixa até além da zona de arrebentação, em
geral, até a base da onda.

Antepraia é a região entre marés, ou seja, entre o


nível da maré baixa e o da maré alta. É, portanto, a
porção da praia que sofre normalmente a acção das
marés e os efeitos do espraiamento e refluxo da
água.

A região pós-praia localiza-se fora do alcance das


ondas e mares normais, e somente é alcançada pela
água quando da ocorrência de marés muito altas ou
tempestades. Nestas regiões formam-se terraços
denominadas bermas, que apresentam uma secção
transversal triangular, com a superfície de topo
horizontal ou em suave mergulho em direcção ao
continente e a superfície frontal com mergulho
acentuado em direcção ao mar.

Figura 4 : Praia arenosa, mostrando


a localização da berma.

Na pós-praia pode ainda aparecer uma região com


maior inclinação, denominada escarpa praial,
causada pela acção de ondas normais de maré alta
que cortam a praia, originando essa abrupta mudança
em sua inclinação. A berma e a escarpa não se
formam na ante praia devido à contínua passagem
das ondas, não permitindo assim qualquer feição
permanente.

Figura 5: Praia arenosa, mostrando a


localização da escarpa praial
 

A praia é constituída por 3 elementos: o material,


uma área costeira na qual este material se move e
uma fonte de energia para movimentá-lo.

 As areias da praias litorâneas são geralmente


originárias dos rios que erodem os continentes e
transportam seus fragmentos até o litoral, onde o mar
encarrega-se de distribuí-los pela costa. Pode-se
também encontrar-se praias formadas por conchas ou
outros materiais, bastando que tenham um tamanho,
densidade e quantidade suficientes para tanto. Em
certos casos, pode ocorrer a deposição de
determinados minerais úteis ao homem, como o caso
das concentrações de monazita.

Os materiais que compõem uma praia podem


também ser de várias cores. Nas ilhas do Havai
(EUA), por exemplo, há praias de areia branca,
compostas de esqueletos de corais, e praias de areias
pretas, nas quais o material é derivado de lava
vulcânica. Pode-se encontrar praias de coloração
amarela, verde ou rosa, dependendo do material
específico ou dos tipos de conchas dominantes no
material depositado.

A principal fonte de energia para a movimentação da


areia é proveniente das ondas, que por sua vez se
originam devido à acção de ventos sobre a superfície
do mar. Quanto mais forte for o vento, maior a
duração e maior a área na qual ele actua, maiores
serão as ondas que chegam à costa. Quando ocorre
um temporal próximo a região costeira, as ondas
serão fortemente escarpadas, podendo mudar
rapidamente a configuração de uma praia.

Há forte correlação entre a altura média das ondas, a


inclinação da praia e a granulometria (tamanho do
grão do sedimento). Quando as ondas são grandes,
removem os grãos menores deixando somente os
maiores e mais difíceis de carregar. Restando apenas
os grãos maiores, a praia tende tornar-se mais
inclinada (fig. 5), pois as ondas ao se quebrarem na
praia, rapidamente penetram pela areia, já que
aumentam o espaço entre os grãos (espaço
intersticial). Assim, a onda deixa maior quantidade
de grãos de areia do que carrega de volta.

Figura 6: Diâmetro médio dos grãos


de areia em função da inclinação da
antepraia. A unidade da abcissa
(inclinação da antepraia) está em
termos de distância vertical em
relação a distância horizontal
percorrida (Stowe, Essencials of
Ocean Science. New York, John
Wiley & Sons, 1987. 353p.).

O mecanismo pelo qual as ondas modificam as


praias baseia-se na ascensão dos grãos de areia pela
turbulência que acompanha a passagem de uma
onda, e a queda destes mesmos grãos sobre o fundo,
quando a onda não exerce mais força ascensional
sobre eles. Cada vez que um grão é erguido do
substrato, vai ocupar posição diferente. Levando-se
em conta que incontáveis milhões de grãos de areia
estão sendo continuamente removidos e recolocados,
a praia tem sua configuração alterada.

Movimentação Sazonal de Areia

Grande parte do movimento de material de uma


praia ocorre entre as barras submarinas, também
chamadas de bancos de areia ou cristas, e a berma.
Estas barras são produtos de erosão, pois a acção
violenta das ondas corta a parte anterior da berma e
deposita tal material a certa distância da costa.

As barras se formam em condições tempestuosas,


portanto, características do perfil de inverno de uma
praia (fig. 6), estação em que as tempestades são
mais comuns tornando as ondas maiores. Quanto
menor a inclinação da praia, maior o número de
barras. Não se conhece exactamente como se
formam, mas sabe-se estarem relacionadas com a
altura e o comprimento das ondas que chegam à
praia (em tanques de experimentação formam-se
quanto a relação entre altura e o comprimento da
onda é maior que 0,03).

Figura 7: Perfis de verão e inverno


de uma praia, mostrando que no
inverno há remoção de areia da
berma que é depositada nas barras e
no verão ocorre a reconstrução da
berma (Bascom, 1960. Scientific
American, 203(2):80-94.).

As barras submarinas têm profundo efeito nas ondas


que chegam a praia, as ondas maiores se quebram na
barra mais extensa, se refazem na depressão entre
esta e a próxima, prosseguindo até a costa como
ondas menores que se rompem nas barras interiores
ou na superfície da praia. Assim, as barras agem
como um filtro de ondas, rompendo e reduzindo as
mais altas e permitindo a passagem das menores. Em
praias com pequena inclinação e com uma série de
barras, as ondas rompem-se e se refazem
repetidamente, originando zonas de arrebentação de
até 1,5 quilómetros.

Depois da estação de tempestades as ondas


diminuem, devolvendo à areia das barras à praia; o
material das barras exteriores preenche as depressões
entre elas, emigrando também para a berma,
reconstruindo-a em direcção ao mar. Grandes
tempestades ocasionais ou tsunamis (ondas muito
grandes causadas por distúrbios sísmicos que podem
retirar toda a areia de uma praia e transportá-la para
profundidades tão grandes, que as ondas normais não
podem mais alcançá-la e pouco devolvê-la a praia.

Correntes de deriva litorânea

Os maiores problemas na manutenção de uma praia


não são produzidos pelo movimento sazonal de areia
da berma para as barras submarinas e vice-versa,
mas pelo movimento de areia paralelo à costa.

As ondas geralmente se aproximam da orla marinha


formando um ângulo, e tendem a ser refractadas ou
dobradas pelos contornos submarinos, que fazem a
linha das ondas tornar-se paralela à linha da costa.
As ondas, porém, geralmente não são totalmente
refractadas, ocasionando com isso uma corrente
denominada de deriva litorânea, que surge apenas na
região de arrebentação.
Esta corrente é demasiadamente lenta para
transportar os grãos de areia por si mesma, mas tem
tal acção facilitada pela região de arrebentação das
ondas, que mantém a areia em suspensão. O
mecanismo é simples: na superfície da praia, as
partículas de areia transportadas pela água que chega
descrevem um movimento de vai e vem na mesma
direcção da corrente de deriva litorânea, de tal modo
que cada onda as movimenta em um pequeno trecho
ao longo da praia.

Assim esta corrente de pouca velocidade é capaz de


transportar grandes quantidades de material ao longo
da costa, frequentemente atingindo cifras que
superam 1000 metros cúbicos por dia, valor
equivalente a cerca de 100 grandes caminhões
carregados de areia, passando através de um ponto
da praia a cada dia, ou caminhão de areia a cada 15
minutos.

Figura 8: Itinerário dos grãos de


areia na superfície de uma praia e
debaixo da água, causadas pela
corrente de deriva litorânea
(Bascom, 1960. Scientific American,
203(2):80-94.).
A corrente de deriva litorânea pode também voltar-se
em direcção ao mar, devido a presença de cânions
submarinos na plataforma e talude continental
adjacente. Isso faz com que a praia possa terminar
bruscamente, pois todo o sedimento que seria
transportado por essa corrente ao longo da praia,
pode acabar desviado para esse cânion, onde os
sedimentos ficarão depositados no leito da bacia
oceânica a muitas centenas de metros de
profundidade.

Como toda a região litorânea é muito dinâmica,


deve-se ter cautela com quaisquer tipos de
construções que bloqueiam a movimentação de areia.
Assim, construções como piers ou molhes devem ser
acompanhadas por estudos oceanográficos que
assegurem o não impedimento dos fluxos de água e
areia na região. Muro para bloquear a invasão de
água nas marés altas em edificações costeiras pode
alterar também profundamente a praia na qual esse
muro foi erguido.

A retirada de areia de uma praia para a construção


civil, pode também causar danos às praias da região.
A construção de barragens hidro-eléctricas nos rios
contribui para que haja redução do volume de areia
que chega ao mar, podendo acarretar diminuição ou
mesmo desaparecimento de praias em regiões
dependentes dessa areia para a sua conservação.

Ao longo da costa brasileira não se observa um


padrão definido na movimentação de areia. O
sentido da deriva da corrente litorânea varia de
região para região. Nas costas do Brasil encontra-se
exemplos catastróficos de construções próximo das
praias, que acabaram por impedir o transporte de
sedimentos ao longo da costa devido à interrupção
do fluxo das correntes de deriva litorânea.

Corrente de Retorno

Outro tipo de movimentação de água verificado com


frequência em praias é a chamada corrente de
retorno (fig. 9). Uma das principais causas para a
ocorrência desta é a convergência de duas correntes
de deriva litorânea em um ponto ao longo da praia,
que, quando ocorrem, se encontram e fluem em
direcção ao mar, na forma de uma corrente estreita e
forte.

Figura 9: Exemplo da corrente


retorno.

Outra causa para a existência da corrente de retorno


ocorre quando ondas mais altas que a média se
rompem em sucessão rápida e elevam o nível da
água dentro de uma barra submarina; á agua pode
voltar tão energeticamente ao mar que, algumas
vezes, rompe a barra em um lugar estreito,
produzindo a corrente em sentido oposto à praia.

A existência desta corrente pode depender da


topologia do fundo além da altura e período das
ondas. Pode ser perigosa para os banhistas, por fluir,
algumas vezes, com velocidade superior a 4 nós
(mais de 7 quilômetros por hora). O banhista, caso
encontre uma corrente deste tipo, não deve nadar em
direcção a praia, mas paralelamente a ela, para então,
ao sair da corrente de retorno, nadar naquela
direcção.

Sumário
A região costeira está situada na fronteira dos dois maiores
ambientes do planeta: continente e oceano. É uma região de
numerosas interacções biológicas, químicas, físicas, geológicas e
meteorológicas

Se uma quantidade de areia maior que aquela que pode ser


transportada pelas ondas é levada até a costa, a praia tenderá a
acumular areia.

Exercícios
1. Caracterize os processos costeiros.
2. Identifique os factores de desenvolvimento costeiros;
3. Refira-se sobre processos de dinâmica superficial, tais
como: erosão, movimentos de massa,
subsidências/colapsos e processos costeiros.
Unidade XVI
Revolução dos estudos
cenográficos, instrumentos e
métodos
Introdução
Esta unidade temática, apresenta os principais instrumentos usados
nos estudos oceanográficos assim como os metodos que participam
na revolução dos estudos Oceanográficos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Explicar a influência dos instrumentos nos estudos


Oceanográficos
 Reconhecer a importância da revolução dos estudos
Objectivos
Oceanográficos na sociedade
 Apontar e caracterizar os diferentes métodos usados no
estudos da oceanografia

Revolução dos estudos cenográficos, instrumentos e método

Os registos históricos de conhecimentos sobre os oceanos, feitos na


antiguidade, se relacionaram com as qualidades visíveis dos
oceanos, isto é, forma, salinidade, temperatura, correntes, ondas,
mares, organismos vivos, sedimentos, entre outros, que são
parâmetros naturalmente nominados, entre os tópicos estudados
modernamente, como linhas de pesquisa. As causas utilizadas para
explicar os fenómenos descritos seguiam os modelos aceitos da
época. Quanto à forma, o oceano era plano e terminava
abruptamente em algum lugar e a variação semi-diurna do nível do
mar (mares) era devida à respiração de um grande monstro a
habitar as profundezas marinhas. A variação térmica, as ondas, os
sedimentos tinham o sol, os ventos, os sedimentos transportados da
terra ao mar como os responsáveis. os valores salinos e as correntes
eram mais difíceis de entender, enquanto os peixes, muito bem
utilizados na alimentação e no comércio, eram explicados como
postos a serviço da sobrevivência humana.

A partir do Renascimento a forma dos oceanos foi conhecida


(continentes e pólos), a lei da gravitação universal permitiu a
explicação do fenómeno das marés, as correntes e ondas foram
explicadas a partir das equações da dinâmica, a salinidade foi
explicada da mesma forma que os sedimentos marinhos e a teoria
da evolução dos organismos vivos, desenvolvida a partir dos
resultados da viagem de circum-navegação da Terra, do navio de
pesquisas Challenger, em 1872/76, deu nova interpretação a
existência dos peixes, mamíferos e outros habitantes dos oceanos.

Depois da viagem do Challenger, a descrição dos fenómenos


físicos oceânicos consagrou o nome Geografia Física Marinha para
a disciplina que estuda a distribuição geográfica das características
físicas dos oceanos e a extensão dessa descrição às demais
disciplinas básicas oceânicas, que também se estabeleciam, deu
origem ao nome que se firma até hoje no cenário das ciências dos
oceanos: a Oceanografia.

Na virada do século 20, os campos magnéticos, eléctrico e


gravitacional haviam sido descritos, o elétron, e outras partículas
constituintes da matéria, descobertas, juntamente com a
verificação da constância da velocidade da luz, em qualquer
sistema de referência do nosso Universo. O elétron, o átomo, a
molécula, a célula, o sistema genético foram rapidamente
incorporados à linguagem da ciência que se desenvolvia, na
descrição dos processos oceânicos, nos quais pontificava o
fenómeno da turbulência, e a forma desordenada com que agem
os fluidos na condução da energia.
Incorporando também desenvolvimentos tecnológicos, resultantes
do conhecimento científico alcançado, foram construídos os
batiscafos para a observação do oceano profundo, em decorrência
das duas grandes guerras mundiais, que ocorreram no século XX
em 1914/18 e 1939/45 e, dessa forma, a terceira dimensão dos
oceanos pode também ser objecto do método científico, através da
observação directa.

2.1 Instrumentos e métodos de estudo

Até a década de 20, as investigações oceanográficas dependiam de


aparelhos mecânicos para serem executadas. Medições de
profundidade, por exemplo, eram feitas com cabos e pesos, o que
implicava em um tempo demasiadamente longo para determinação
da profundidade no centro das bacias oceânicas. Em função disso, a
morfologia do fundo submarino era muito pouco conhecida. Com o
advento da electrónica e do ecobatímetro sondagens remotas
passaram a ser feitas, e uma grande quantidade de dados poderá
então ser colectadas em um espaço de tempo relativamente curto. O
conhecimento da geometria do fundo oceânico (profundidade, área e
volume), bem como das suas várias províncias morfológicas (na
figura abaixo) é então muito recente

Sonda de peso perdido destinada às medições das profundidades


oceânicas e à colheita de amostras dos depósitos submarinos. Estas
pesquisas, entretanto, tinham forte carácter prático, de apoio a
trabalhos de engenharia, e restritos apenas aos locais onde os cabos
seriam instalados.

Ecossonda Ele consiste em um aparelho electrónico que emite


pulsos de sons em alta frequência, que se reflectem em qualquer
objecto sólido. Microfones sensíveis captam o som que retorna.
Calculando-se o tempo percorrido entre a emissão dos pulso e sua
captação é possível determinar com precisão a profundidade, e
mesmo montar mapas do fundo oceânico.

Esquema de uma ecossonda

O advento dessa nova tecnologia causou um grande impacto nas


pesquisas oceanográficas, iniciando uma nova era, permitindo o
surgimento da Batimetria, a técnica de medição da profundidade do
oceano, elemento básico para a determinação do relevo submarino.
O significado disso deve ser entendido tendo-se em conta que o
método anterior de medida da profundidade envolvia o lançamento,
ao lado do navio, de um pesado cabo de comprimento conhecido.
Cansativo e frequentemente impreciso, esse método fornecia a
medida da profundidade de apenas um ponto, tornando a
elaboração de mapas do relevo submarino uma tarefa
extremamente demorada, desgastante e cara. Na verdade,
praticamente impossível. A ecossonda, por outro lado, funciona
com o navio em movimento, medindo a profundidade com grande
precisão e de uma forma contínua.
O desenvolvimento da ecossonda conduziu ao do sonar, que
revolucionou a guerra naval.

O fato marcante que inaugurou a Era das Pesquisas Batimétricas foi


o início da Expedição Meteor (1925-1927), o primeiro esforço
sistemático de estudo batimétrico extensivo do solo oceânico. Ela
foi realizada pelo navio-oceanográfico alemão Meteor, que
concentrou sua atenção no Atlântico Sul. A Expedição Meteor
revelou, pela primeira vez, a existência da Cordilheira Meso-
Atlântica. Depois, outras cordilheiras submarinas foram
encontradas em todos os oceanos aparelho de mergulho autónomo,
também conhecido como aqualung. Esse toque final para tornar o
aqualung um instrumento prático foi dado pelo oficial da marinha
francesa Jacques-Yves Cousteau em parceria com o engenheiro
Émile Gagnan, da Société de Air Liquide, de Paris, que em tempo
de guerra procurava uma improvisação para adaptar os motores dos
automóveis, permitindo o seu funcionamento com gás de cozinha
na falta de gasolina. Isso resultou em um novo regulador de pressão
que podia ser usado para mergulho.

Ainda que o uso inicial e imediato do aqualung tenha sido em


operações militares navais, os estudos de Oceanografia Biológica
tiveram um imenso avanço com essa invenção. Graças ao
aqualung, os cientistas passaram a permanecer mais tempo
mergulhados em observações submarinas e ganharam liberdade de
movimento dentro da água, podendo até mesmo acompanhar as
espécies estudadas.

A invenção e aprimoramento do aqualung deu um grande impulso à


Biologia Marinha e sua popularização. Com ele, a visita a muitos
ambientes marinhos deixou de ser privilégio de poucos cientistas e
ficou ao alcance de inúmeros esportistas. Mergulhos até 40 metros
de profundidade com esse equipamento não exigem especial
treinamento.
Fig: câmaras fotográficas e

Sumário
O estudo dos oceanos é importante porque só assim que se pode
saber sobre a morfologia dos fundos oceânicos bem como a
composição química e física das águas, assim como das rochas.
Estes conhecimentos contribuíram para uma melhor gestão dos
recursos existentes, tendo sempre a sua sustentabilidade para o
futuro.

Exercícios
1. De forma resumida fale da revolução do estudo da
oceanografia
2. Aponte os métodos e instrumentos usados
Unidade XVII
Bacias oceânicas
Introdução
A Unidade Faz menção sobre as bacias oceânicas, mostrando o
processo da circulação em bacias semi-fechadas, caracterizadas por
uma restrita comunicação com o oceano.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Obter conhecimento sobre as bacias oceânicas


 Caracterizar as bacias oceânicas

Objectivos

Bacias oceânicas

O conceito de bacia oceânica reside, de certa forma, na presença de


uma crosta basáltica subjacente. No entanto, do ponto de vista
sedimentológico, uma bacia é uma região semi fechada com
circulação relativamente restrita, e sendo assim as bacias oceânicas
se distinguem de outros tipos de bacias apenas por serem maior
(Friedman et al 1992). Várias bacias sedimentares com
características morfológicas semelhantes às planícies abissais são
encontradas em mares interiores, como o Mar Negro e Mar Báltico,
em lagos continentais como o Mar Cáspio, ou em regiões
localmente muito deprimidas do fundo marinho como a bacia de
Cariaco (Golfo do México)  . O que difere a sedimentação nestes
locais é a provável existência de condições químicas particulares,
decorrentes da estagnação de parte da massa de água resultante de
particularidades na circulação.
No Mar Mediterrâneo, por exemplo, a água marinha proveniente do
Atlântico aumenta gradativamente a salinidade, devido à
evaporação, e à medida que se desloca para o oeste torna-se mais
densa. A água mais densa flui para fora da bacia junto ao fundo
(Figura 7), como em um estuário invertido. Já no mar Negro, onde,
à semelhança do Mar Mediterrâneo, a comunicação com o mar
exterior é restrita devido à uma elevação submarina, o fluxo
relativamente elevado de água doce bloqueia a entrada da água
salgada e a ventilação da água mais profunda (Figura 7). Com isso,
a taxa de consumo de oxigénio dissolvido pela oxidação da matéria
orgânica é maior que a taxa de introdução de oxigénio, e condições
anóxicas ou pouco oxidantes ocorrem junto ao fundo.

Em bacias semi-fechadas com limitada comunicação com águas


exteriores, a coloração dos sedimentos é acinzentada. Já em bacias
completamente anóxicas os sedimentos são de coloração escura
com teores de matéria orgânica de até 35% (em oposição a um
máximo de 2,5% em ambientes oxidantes) (Friedman et al 1992).
Em bacias localizadas em regiões áridas e quentes, os depósitos de
fundo podem ser evaporíticos, desde que não haja condições
anóxicas no fundo. Não é conhecido nenhum exemplo actual de
formação de evaporitos (Friedman et al 1992), sendo hipotética a
deposição sugerida na Figura 7.

 
 Figura : - Esquema da circulação em bacias semi-fechadas, caracterizadas por uma restrita
comunicação com o oceano. No desenho à esquerda ocorre o gradativo aumento da salinidade
para dentro da bacia devido à evaporação, com a consequente mudança na composição dos
precipitados (indicado no topo da figura).

Sumário
Unidade faz referência sobre as principais características das
bacias, em climas diferentes, isto e em clima árido e em bacias
semi fechado com agua de fundo anoxica.

Exercícios
1. Faça a classificação das bacias oceânicas
2. Explique o processo da evaporação da
água no oceano atlântico
Unidade XVIII
Aspecto geral da morfologia
litorrânea
Introdução
Na abordagem sobre o aspecto geral da morfologia litoranea,
encontramos ao nível do domínio litoraneo, assim como continental
alguns elementos morfológicos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Obter conhecimento sobre morfologia litorânea.


 Apontar os elementos morfológicos.
 Descrever os elementos morfológicos litorâneos.
Objectivos

Aspecto geral da morfologia litorânea

A crosta oceânica forma o fundo dos grandes oceanos e difere da


crosta continental essencialmente pela sua pouca espessura. Das
áreas cobertas pelas águas oceânicas pode-se considerar um
domínio continental e um domínio oceânico.

No domínio continental englobam-se os seguintes elementos


morfológicos:

 Plataforma continental – zona circundante da maior parte


das costas, ligeiramente inclinada, coberta por sedimentos
continentais, que corresponde às zonas marginais imersas
dos continentes; zona que prolonga o continente para o mar
até a uma profundidade de 200 m

 Talude continental (ou vertente continental): – nesta zona,


o declive acentuado, corresponde a porção intermediária
recoberta por sedimentos finos e oceânicos propriamente
dito. é, muitas vezes, sulcado por desfiladeiros,
representando o limite da parte imersa do domínio
continental; a zona imersa estende-se até profundidades de
4000m.

No domínio oceânico englobam-se os seguintes elementos


morfológicos:

 Planícies abissais – zona plana que ocupa grande extensão


do fundo dos oceanos e que ocorre às profundidades de
aproximadamente, 5000 metros em média. São superfícies
quase planas que representam o tecto da crosta oceânica não
perturbada, oculta por uma camada de sedimentos
pelágicos, de um modo geral pouco espessa. Os relevos que
perturbam esta planície são normalmente de origem
vulcânica, mas dividem-se em dois grupos consoante são,
ou não sismicamente activos.

 Dorsais médio-oceânicas – são relevos vulcânicos dos


fundos oceânicos que se situam geralmente na parte média
ou nos bordos dos oceanos, formadas por alinhamentos de
cadeias montanhosas separadas por riftes; elevam-se a 3000
m acima dos fundos das bacias e estendem-se por uma
largura se cerca de 1000 km.

 Fossas oceânicas – zonas profundamente entalhadas no


fundo oceânico, onde se verifica a convergência de placas
tectónicas; localizam-se perto dos arcos vulcânicos ou na
base do talude continental, nas proximidades de cadeias
montanhosas que ocorrem nas margens dos continentes.

 Bacias oceânicas – nascem, evoluem e morrem com


relativa rapidez, pelo que os seus fundos são essencialmente
constituídos por rochas relativamente recentes.
Sumário
Esta unidade é importante porque vai fornecer conhecimento sobre
a constituição morfológica do fundo oceânico. Com base deste
conhecimento o estudante vai estar em condições de fazer uma
classificação dos elementos morfológico no domínio continental e
oceânico.

Exercícios

1. Esquematize a morfologia oceânica e mostre os diferentes


domínios.

2. Diferencie a talude Continental com a plataforma continental


Unidade XIX
Aplicações dos estudos de
geomorfologia

Na presente unidade desenvolve-se algumas considerações que


permitam compreender a dinâmica subjacente aos riscos
Geomorfologicos e processos de inundação, em particular sobre
sua incidência em áreas urbanas. Além disso, procura-se ressaltar
alguns aspectos que envolvem a concepção de risco ambiental
associado a este tipo de evento, incide também sobre as cheias e
inundações inicia com uma apresentação da dinâmica desses
processos enquanto eventos naturais.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Obter conhecimentos sobre as aplicações dos estudos


geomorfogicos;
 Conceptualizar os riscos geomorfogicos;
Objectivos
 Caracterizar a instabilidade das vertentes;
 Compreender os elementos que constituem o modelo
conceptual do risco.

Aplicações dos estudos de Geomorfologia

O risco se refere à probabilidade de ocorrência de eventos naturais


e sua intensidade em uma determinada área. As áreas que se
apresentam maior possibilidade de processos naturais que podem
afectar a população são os chamados murros ou encostas, ocupadas
por grande parte da população nas grandes metrópoles.
Estas apresentam clima, condições naturais e ocupação
desordenada que aumentam a probabilidade de riscos
geomorfológicos. Grande parte dessas cidades não foi ocupada de
forma organizada e que atendesse a um zoneamento integrado em
que se leve em conta as características naturais e possibilidades de
uso da terra.

Os riscos geomorfológicos acontecem principalmente por


dinâmicas de encostas relacionadas aos processos erosivos,
principalmente devido a retirada da cobertura vegetal e por
ocupação indevida dessas localidades. As chuvas e a força de
gravidade impulsionam os processos erosivos, como
deslizamentos, movimentos de massas, entre outros. O que ocorre
nas encostas acaba por produzir problemas em outras áreas quando
há o fluxo de águas correntes e sedimentos que inundam riachos e
canais construídos para dar vazão ao fluxo de água. Isso gera
entulhos de lixo e de sedimentos, como areia, argila e silte,
provocando perdas e danos.

Percepção social do risco

Embora o conceito de acção antrópica permita estabelecer uma


relação genérica de causalidade, ele é insuficiente para caracterizar
uma problemática ambiental. A noção de risco ambiental implica
que se definam os grupos populacionais expostos aos riscos, a
percepção e capacidade que os mesmos dispõem para reconhecer e
enfrentar situações de risco. Como ressalta ( TORRES, p.59) a
exposição a essas situações remete a uma questão distributiva: "os
indivíduos não são iguais perante os riscos ambientais. Ambientais
são distribuídos desigualmente, assim como a renda e o acesso a
serviços públicos"

Neste sentido, quando se menciona os efeitos da urbanização sobre


a dinâmica de um processo natural, há que se considerar que a
urbanização, como destaca HARVEY, é um processo social no
qual a ampla gama de actores e interesses sociais se relacionam
"através de uma configuração específica de práticas espaciais
interligadas" (HARVEY, p. 51). Embora nem todas as práticas
espaciais adquiram uma conotação de classe, este autor destaca que
no capitalismo essas práticas tendem a apresentar esse carácter,
pois estão associadas às condições de realização do capital e à
reprodução e controle da força de trabalho.

MATTEDI ao referir-se à problemática das enchentes destaca que


esse fenômeno vem adquirindo maior amplitude nas últimas
décadas, implicando a reformulação do entendimento que se tem
acerca do mesmo; as enchentes deixam de ser percebidas como
fenômenos ocasionais ou acidentais, Consolida-se a hipótese de
que "na base dos condicionamentos estruturais que desencadeiam
esse problema encontram-se opções por modalidades de
desenvolvimento sócio-econômico ".

Para o caso das enchentes urbanas, este autor recorre ao conceito


de situação de emergência enquanto referência a fenômenos
recorrentes, onde as relações entre sociedade e natureza são
apreendidas através da dupla dimensão envolvida por tais
fenômenos: enquanto eventos e por seu impacto.

O primeiro aspecto remete basicamente aos condicionantes


decorrentes da dinâmica da natureza, enquanto o segundo
relaciona-se de modo acentuado com a organização social, no
sentido em que esta condiciona as formas de apropriação da
natureza.
O risco geomorfologico ao nível social procura evidenciar a
importância do estudo dos processos erosivos para a arquitectura,
na medida em que os edifícios são construídos sobre um terreno
real e que tem uma modelagem geomorfológica específico fruto,
entre outros aspectos, da acção das águas pluviais sobre a
superfície do solo, gerando um processo que não se interrompe
com a conclusão das obras.

É proposto aqui que o estudo e a caracterização desta modelagem,


sejam acrescentados aos parâmetros usuais considerados na
elaboração do projecto arquitectónico tais como orientação (factor
decisivo para o direccionamento das fachadas), direcção e
intensidade dos ventos, variação térmica local, etc.

A Geomorfologia do terreno, raramente é considerada pelo


projectista, à excepção dos casos considerados extremos –
acidentes topográficos excepcionais como linhas de talvegue,
cumeadas e afloramentos rochosos significativos.

Assim, a topografia do terreno – especialmente a declividade,


tornam-se decisivos na elaboração da primeira prancha do projecto:

A implantação do projecto arquitectónico. O que nos permite


deduzir que, em termos gerais, os processos erosivos estabelecidos
pela acção das águas de chuva não existem para o arquitecto, ou
melhor, tais eventos não são relevantes para o projecto.

A excepção notável é constituída pelos projectos em encostas que,


por força de lei, são objecto do projecto de geotécnica que discute,
principalmente, os riscos de movimento de massa.

Essa dicotomia artificial entre a natureza e a acção antrópica,


resulta de uma visão conceitual incompleta, que não considera o
dinamismo do relevo e tem um denominador comum no processo
de erosão causado pelas águas da chuva: para desespero dos
modelistas, chove e choverá sempre e, portanto será inevitável
considerar a acção das águas das chuvas sobre o sistema edifício-
terreno, um sistema mesológico, um denominador comum entre a
natureza e a realização humana.
Torna-se impossível então prosseguir com essa separação
conceitual – edifício e terreno – procedimento algo semelhante às
visões antigas que separavam o ambiente natural do cultural, um
equívoco que esconde o fato de a própria natureza ser uma
interpretação cultural humana.

De facto, a poluição, a degradação ambiental e os desequilíbrios se


estabelecem em cada uma das instâncias porque são faces da
mesma moeda, do mesmo contexto ambiental.

Processos erosivos e o edifício: algumas referências conceituais


e metodológicas

Para efeito da presente reflexão devem ser destacados cinco


conceitos básicos: em primeiro lugar, este ensaio se fundamenta na
construção e seus parâmetros (uso, dimensionamento, programa,
ocupação) e no estudo da forma do terreno (suporte e sistema
natural), uma pequena parcela da superfície terrestre a
geomorfologia local.

Em segundo lugar, a água – tanto a subsuperficial quanto a


superficial e, em especial, a da chuva – é um elemento modelador
da superfície terrestre. E, por conseguinte, ela é um dos principais
agentes responsáveis pela geomorfologia do terreno e esculpe o
mesmo através de um processo.

Exceptuando-se a acção antrópica, a água é o elemento que


apresenta maior velocidade de actuação sobre a superfície do solo e
das edificações, o que estabelece a necessidade de, em estudos de
casos urbanos, a necessidade de ser investigado o inter-
relacionamento entre as variáveis:

descarga líquida, carga sedimentar, declive, área e comprimento da


encosta, velocidade do fluxo, o tipo e a rugosidade dos pavimentos
se considerarmos que o relevo urbano foi alterado artificialmente
(taludes, pavimentos industriais e outros elementos da circulação
horizontal e vertical).

Neste particular, deve ser considerado o volume e a velocidade de


transporte de sedimentos de solo, acrescido do volume e do
montante de resíduos sólidos produzidos e transportado pela acção
das águas da chuva e que podem ser tipificados.

Em áreas urbanas, estes sedimentos se constituem de resíduos


sólidos captados pela rede de águas pluviais e ainda, no meio
urbano, devem se constituir de resíduos diversos e não
exclusivamente pedológicos.

Instabilidade das vertentes

A nível de riscos naturais, as áreas de terraços são afectadas


principalmente por movimentos de vertente (fluxos de detritos, de
lama e desabamentos). São vários os registos históricos de
jornalistas, populares e escritores de quedas de muros e
“enxurradas” após precipitações intensas abundantes, causadoras
de grandes prejuízos materiais (Bateira, et al, 2004).

Nas áreas dos Vales são mais afectada por episódios chuvosos que,
embora esporádicos, se caracterizam por uma intensidade bastante
forte. Estes episódios, associados a períodos mais prolongados de
precipitação, são responsáveis por uma forte dinâmica de vertentes,
como a que se observou no verão de 2000, altura em que, em
resultado de um período excepcionalmente pluvioso, ocorreram
diversos movimentos de vertente através do levantamento de
campo nas zonas piloto, registaram-se vestígios de instabilidade em
vertentes (quedas de muros, muros reconstruídos, alinhamentos de
quedas de muros e cicatrizes de fluxos), testemunhos de episódios
de instabilidade anterior. Para além disso, as formações superficiais
existentes são também um importante indício dessa instabilidade.
Apesar da menor frequência de ocorrência, estes processos marcam
de forma indelével a paisagem de muitas regiões.
Na elaboração de cartografia da susceptibilidade a movimentos de
vertente ponderaram-se os seguintes critérios: formações
superficiais, declive, rede hidrográfica, registos de instabilidade,
fracturarão e presença de muros de suporte, tendo em conta a
litologia e processos geomorfológicos dominantes.

Na área de metassedimentos (Bacia Hidrográfica da Meia Légua)


se registaram cerca de 400 situações de instabilidade em terraços
agrícolas com muro de suporte (principalmente desabamentos).
Enquanto na área de granitóides o número de ocorrências é muito
menor, encontrando-se pequenos desabamentos, deslizamentos,
cicatrizes e depósitos de antigos fluxos.

Verificámos por exemplo que na bacia do Zambeze, os valores


mais elevados de concentração do fluxo, de declive e vertentes
côncavas apresentam uma elevada coincidência com as áreas onde
se observaram maiores indícios de instabilidade nos muros de
suporte. Por isso, concluir-se que estes factores contribuem de
forma determinante para a instabilidade das vertentes organizadas
em terraços agrícolas.

organizadas com taludes em terra têm o mesmo comportamento de


vertentes organizadas em terraços com muros de pedra, ou seja, se
em termos de funcionamento hídrico se verificam respostas
semelhantes às dos terraços com muros de pedra.

Uma vez que a precipitação é o principal factor desencadeante


destes movimentos de vertente, partiu-se das conclusões do
trabalho para elaborar um esquema interpretativo da estabilidade de
vertentes.

Nos granitos, o factor de estabilidade das vertentes vai diminuindo


progressivamente quando há períodos secos curtos entre os
episódios de precipitação e este factor diminui quando as
precipitações têm maior intensidade e intervalos mais reduzidos. Se
o período seco aumentar, para além dos 15 dias, o factor de
estabilidade aumenta (Figura A).

Nos metassedimentos, o factor de estabilidade das vertentes nas


fases de precipitação, diminui em função da sua intensidade, mas
depois do episódio o factor de estabilidade volta para o nível
anterior (Figura B).

Esquema interpretativo da estabilidade de vertentes em granitos (A) e metassedimentos (B)

Processos de Inundação e situação de Risco Ambiental

Desenvolve-se neste trabalho algumas considerações que permitam


compreender a dinâmica subjacente a processos de inundação, em
particular sobre sua incidência em áreas urbanas. Além disso,
procura-se ressaltar alguns aspectos que envolvem a concepção de
risco ambiental associado a este tipo de evento.

Dinâmica dos processos de inundações

A ocorrência de inundações está associada à conjugação de factores


de ordem meteorológica e hidrológica, relacionados aos
movimentos e mudanças de estado da água na baixa atmosfera, na
superfície e subsolo, os quais (evaporação, evapotranspiração,
condensação, precipitação, interceptação pela vegetação,
infiltração, escoamento superficial e subsuperficial) compõem o
ciclo hidrológico.

Os factores de ordem meteorológica apresentam maior dificuldade


de previsão, devido ao seu grande número e à interdependência de
processos a que a atmosfera está sujeita. Entretanto, destacam-se a
temperatura e os deslocamentos de massas de ar como factores
fundamentais na determinação dos tipos de precipitação, sendo que
alguns desses são mais propícios às inundações.

As precipitações (chuvas) apresentam variação quanto às suas


características, destacando-se as variações de volume, de
distribuição temporal (regimes sazonais ou diários) e de intensidade
(relação entre volume e duração). São essas variáveis, associadas
aos factores temperatura e correntes de ar, que permitem a
definição dos tipos de precipitação - convectiva, orográfica e
frontal.

Os dois primeiros tipos - convectivo e orográfico - se referem a


precipitações de abrangência localizada, enquanto as precipitações
frontais são de abrangência regional.

As convectivas resultam do aquecimento de camadas de ar húmido,


nas proximidades do solo, devido às diferenças de temperatura em
relação às porções mais altas da baixa atmosfera, ocasionando um
movimento brusco de ascensão do ar menos denso, com
consequentes processos de condensação e formação de nuvens e,
muitas vezes, precipitação.

Ocorrem principalmente em regiões temperadas e durante o verão,


sob a forma de tempestades violentas, São chuvas de grande
intensidade e pequena duração, podendo ocasionar inundações em
pequenas bacias.
Massas de ar quente provenientes do oceano, ao se depararem com
obstáculos montanhosos, sofrem processos de ascensão e
resfriamento, com formação de nuvens, dando origem às
precipitações de tipo orográficas. Estas são de menor intensidade e
maior duração

O tipo frontal de precipitação decorre da convergência entre


grandes massas polares e massas de ar quente e húmido. Esses
choques ocasionam, no verão, chuvas intensas e de menor duração,
e, no inverno, chuvas mais longas e de menor intensidade, As
inundações associadas a este tipo de precipitação ocorrem em
grandes bacias hidrográficas.

O mecanismo convectivo e orográfico podem se sobrepor aos


efeitos das precipitações frontais, e a eles se devem as principais
variações quantitativas das chuvas que ocorrem num determinado
local.

Além desses factores meteorológicos, há outras condições que


podem interferir sobre a possibilidade de ocorrências de
inundações, as quais estão compreendidas num determinado tipo de
sistema - a bacia de drenagem. Segundo COELHO NETTO, a bacia
de drenagem corresponde a "uma área da superfície terrestre que
drena água, sedimentos e materiais dissolvidos para uma saída
comum, num determinado ponto de um canal fluvial".

Neste sentido, ela é composta por várias unidades espaciais que


servem de condutos à água: encostas, topos, fundos de vale, canais,
corpos de água subterrânea, áreas irrigadas, sistemas de drenagem
urbana, entre outras. Da água precipitada sobre uma bacia de
drenagem, uma parcela retorna à atmosfera através de processos de
evaporação da água superficial, ainda durante a chuva, e de
evapotranspiração do solo e plantas. O restante participará do
escoamento fluvial, por meio do escoamento superficial e da
infiltração no solo.
A quantidade de água em cada um desses vectores - evaporação,
escoamento e infiltração, varia conforme o clima, tipo de solo, de
rocha, declividade, cobertura vegetal, entre outros elementos.

A vegetação exerce várias funções, entre as quais se destaca a de


interceptação de parte da precipitação. Ela retém água
principalmente nas copas arbóreas e arbustivas, dando tempo para
efectivação do processo de evapotranspiração. A capacidade de
interceptação está relacionada às características da cobertura
vegetal, como tipo, forma e densidade, e é inversa ao volume e
duração das chuvas - quanto mais intensas e ou mais longas as
chuvas, menor a capacidade relativa de interceptação. Assim,
apesar de se constituir em importante factor de equilíbrio
hidrológico, durante as cheias a interceptação pouco influencia.

Embora a proporção entre água infiltrada e escoada


superficialmente seja variável, a infiltração tem uma participação
acentuada no equilíbrio hidrológico.

CHRISTOFOLETTI cita uma estimativa de que sete oitavos da


quantidade anual de água que escoa para o mar se infiltram, pelo
menos momentaneamente. Parte da água infiltrada é perdida para a
atmosfera por evapotranspiração e devido à absorção pelas plantas.
A outra parcela se destina a reservatórios subsuperficiais e
subterrâneos, onde permanece armazenada e ou converge
lentamente para os fluxos fluviais (exfiltração).

A capacidade de infiltração está relacionada às características da


chuva (principalmente a intensidade), da cobertura vegetal (quanto
mais densa, maior a infiltração), do solo (solos profundos, com boa
drenagem, textura grosseira e grande quantidade de matéria
orgânica, favorecem a infiltração) e de actividades biogénicas
(formação de bioporos decorrentes de enraizamento vegetal e da
acção da fauna escavadora). Ela varia durante o período da
precipitação, decrescendo rapidamente no período inicial e
tendendo a se estabilizar após certo tempo de chuva.

Por fim, há o escoamento superficial constituído pela parcela de


água que excede à capacidade de infiltração. O escoamento
superficial é o principal responsável pela alimentação dos fluxos
fluviais, durante e imediatamente após as chuvas. Essas águas
alcançam mais rapidamente os canais de drenagem e, também,
saem rapidamente da bacia; a alimentação dos fluxos fluviais passa
então a depender, durante a estiagem, dos depósitos subterrâneos.

A própria definição de escoamento superficial como contrapartida


da capacidade de infiltração, indica que sobre ele actua os mesmos
factores que definem esta última, com a ressalva de que tais
factores actuam em sentido contrário. Assim, por exemplo,
enquanto uma vertente com pequena inclinação favorece a
infiltração, a maior declividade favorece o aumento do escoamento
superficial.

A urbanização pode também acarretar modificações no microclima


que, embora a longo prazo, poderão ter impactos hidrológicos,
afectando a qualidade da água das chuvas, diminuindo as vazões
mínimas, etc.

Mas o aspecto de maior visibilidade quanto à relação entre


inundações e acção antrópica, se refere a ocupação do solo em
áreas de várzeas (as planícies de inundação ou, na tipologia de
CHRISTOFOLETTI, os leitos excepcionais). Em termos
hidrológicos, essa ocupação se dá em áreas de armazenamento
temporário da água excedente dos canais fluviais, constituindo-se,
portanto, nas áreas de maior risco.

Há certo consenso no meio técnico que o controle possível não é


sobre a cheia, mas sim visando atenuar os danos sobre a população.
Isto decorre da alta imprevisibilidade quanto à magnitude e
frequência das inundações. Assim, o grau de protecção desejável e
os custos a ele associados implicam em decisões que extrapolam o
carácter técnico e assumem uma dimensão política.

Além disso, advoga-se hoje que as acções de controlo não devem


se restringir a medidas de carácter estrutural. Define-se como
estrutural as acções que afectam as condições hidrológicas numa
bacia hidrográfica. E por não-estrutural aquelas que procuram
adaptar a ocupação humana aos riscos de inundações.

Entre as medidas estruturais, listam-se: controle da cobertura


vegetal, controle da erosão dos solos, construção de diques ou
polders, modificações nos canais de drenagem, construção de
reservatórios.

As não-estruturais envolvem medidas de regulamentação do uso do


solo e ou zoneamento das áreas de risco, definição de padrões de
construção à prova de enchentes, seguros e acções de defesa civil.
Sumário
As aplicações dos estudos geomorfogicos são de extrema
importância, visto que ao falarmos de riscos geomorfológicos, estes
acontecem principalmente por dinâmicas de encostas relacionadas
aos processos erosivos, principalmente devido a retirada da
cobertura vegetal e por ocupação indevida dessas localidades. As
chuvas e a força de gravidade impulsionam os processos erosivos,
como deslizamentos, movimentos de massas, entre outros, Por
outro lado temos a vegetação como alternativa de mitigação, visto
que exerce várias funções, entre as quais se destaca a de
interceptação de parte da precipitação. Ela retém água
principalmente nas copas arbóreas e arbustivas, dando tempo para
efectivação do processo de evapotranspiração.

Exercícios
1. De forma resumida fale dos riscos geomorfologicos em
Moçambique
2. Aponte as principais causas da instabilidade das vertentes
3. Aponte algumas medidas para minimizar as cheias e
inundações
Unidade XX
As colinas e relevo colinoso
Introdução
No estudo do relevo colinoso deatacam se as Colinas médias que
predominam interlúvios com áreas de 1 a , topos planos, vertentes
com perfis convexos à retilíneos. Colinas Pequenas Com Espigões
Locais - Predomina interflúvios sem orientação, com sua área
inferior a 1, topos planos e arredondados Colinas Pequenas
Isoladas, Existem superfícies extensas e onduladas, onde se
localizam colinas baixas de 20 a 40 metros de tamanho, com
vertentes suaves de perfis retilíneos. Drenagem de baixa densidade,
padrão dentrítico, vales abertos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conceitualizar o relevo Colinoso;

 Caracterizar o relevo Colinoso;


Objectivos  Reconhecer a importância do estudo do relevo colinoso;

Em topografia e orografia, a proeminência topográfica, que


também se pode denominar factor primário, altura relativa ou
altura autónoma é um conceito usado para a classificação de
colinas e montanhas. Define-se como o desnível mínimo que há
que descer desde o cume de uma colina ou montanha para chegar a
outra qualquer, desde que seja mais alta, isto é, tenha maior
altitude. Quanto maior proeminência topográfica tem uma
montanha, mais se destaca entre as que a rodeiam,
independentemente da sua altitude. A proeminência, tal como a
altitude, é um valor absoluto para uma montanha, já que depende
unicamente do ponto mais baixo que une uma montanha com
qualquer outra mais alta que ela.

O Monte McKinley, no Alasca, é um dos de maior proeminência no


mundo (altitude: 6.194m, proeminência: 6.138m)

Uma região de convergência de cabeceiras em anfiteatro é


caracterizada por apresentar topografia mais baixa, propícia para a
perfuração de poços em ambientes áridos, semi-áridos ou áreas
com rios intermitentes.

A água obtida através desses poços sustenta os agricultores, tanto


para a irrigação como para o consumo humano por consideráveis
períodos de estiagem.

Relevo colinoso

Fig 2: Relevo colinoso e as cabeceiras em anfiteatro na regiao de


Tarita
Uma região de convergência de cabeceiras em anfiteatro é
caracterizada por apresentar topografia mais baixa, propícia para a
perfuração de poços em ambientes áridos, semi-áridos ou áreas
com rios intermitentes.

A água obtida através desses poços sustenta os agricultores, tanto


para a irrigação como para o consumo humano por consideráveis
períodos de estiagem.

Relevo Colinoso (Relevos de degradação, em planaltos


dissecados)

Colinas Médias -Predominam interlúvios com áreas de topos


planos, vertentes com perfis convexos à retilíneos. Drenagem de
média, padrão subretangular, vales fechados e abertos, planícies
aluviais com presença de alagamento. Presença eventual de lagoas
perenes ou inacabáveis.

Colinas Pequenas Com Espigões Locais- Predomina interflúvios


sem orientação, com sua área inferior a 1 , topos planos e
arredondados, águas caracterizantes por possuírem pequenas
erosões na encosta do rio chamadas ravinas, mudando seu fluxo de
água . Vertentes ravinadas com perfis convexos a retilíneos.
Drenagem de média a baixa densidade, padrão suloparalelo à
dentrítico, vales fechados , planícies aluviais às vezes com
inundações.
Colinas Pequenas Isoladas- Existem superfícies extensas e
onduladas, onde se localizam colinas baixas de 20 a 40 metros de
tamanho, com vertentes suaves de perfis retilíneos. Drenagem de
baixa densidade, padrão dentrítico, vales abertos.
Relevo de Morrotes

Morrotes Baixos- Possuem relevo ondulado, onde existem


tamanhos menores de 50 metros de altura. Topos arredondados ,
vertentes com perfis convexos a retilíneos. Drenagem de alta
densidade, padrão em treliça, vales abertos e fechados, planícies
aluviais com alagamentos permanentes. Presença de colinas nas
cabeceiras dos cursos d’água principais.

Morrotes Alongados Paralelos- Se caracterizam por Ter topos


arredondados, vertentes com perfis retilíneos à convexos.
Drenagem de alta densidade, padrão paralelo à treliça, vale
fechados.
Morrotes Em Meia Laranja- Possui seu relevo levemente
ondulado, de topos redondos, vertentes com perfis retilíneos à
convexos e presença local de serras. Drenagem de média a alta
densidade, padrão subparalelo à subretangular, vales aberto e
localmente fechados, planícies aluviais com constante alargamento.

Morrotes Alongados e Espigões- Predomina interflúvios sem um


trajeto único, topos angulosos e achatados, vertentes ravinadas com
perfis retilíneos. Drenagem de média a alta densidade, padrão
dendrítico, vales fechados.

Relevo de Morros

Morros de Topos Achatados- Se caracteriza por possuir topos


arredondados e achatados, vertentes com perfis retilíneos a
convexos. Drenagem de média densidade, padrão subparalelo,
vales fechados.

Mar de Morros- Possui topos arredondados, vertentes com perfis


retilíneos. Drenagem de alta densidade, padrão dendrítico a
retangular, vales fechados e abertos, planícies aluviais com
presença constante de alagamento. Constitui geralmente um
conjunto de formas em “meia laranja”.

Morros Paralelos- Possuem topos arredondados, vertentes com


perfis retilíneos a convexos. Drenagem de alta densidade, padrão
em treliça a subdendrítica, vale abertos e fechados, planícies
aluviais com presença de alargamento.

Morros Com Serras Restritas- Existem topos de morros


arredondados, vertentes com perfis retilíneos, por vezes abruptas,
presença de serras restritas. Drenagem de alta densidade, padrão
dentrítico a pinulado, vales fechados, planícies aluviais com
presença de alagamento.

Morros Isolados- Se caracterizam por Ter topos arredondados,


vertentes ravinadas de perfis convexos a retilíneos. Drenagem de
média a alta densidade, padrão dendrítico, vales fechados. Ocorrem
isolados nas planícies costeiras.

Relevo Montanhoso

Serras Alongadas- Possuem topos angulosos, vertentes ravinadas


com perfis retilíneos, por vezes abruptas. Drenagem de alta
densidade, padrão paralelo pinulado, vales fechados.

Escarpas Testonadas- Existem topos angulosos, vertentes com


perfis retilíneos. Drenagem de alta densidade, padrão subparalelo a
dentrítico, vales fechados.

Escarpas Com Espigões Digitados- São compostas por grande


espigões lineares subparalelos, topos angulosos, vertentes com
perfis retilíneos. Drenagem de alta densidade, padrão paralelo
pinulado, vale fechados.
Colinas Pequenas Com Espigões Locais- Predomina interflúvios
sem orientação, com sua área inferior a 1 , topos planos e
arredondados, águas caracterizantes por possuírem pequenas
erosões na encosta do rio chamadas ravinas, mudando seu fluxo de
água . Vertentes ravinadas.

Sumário

Exercícios
1. Caracterize o relevo colinoso
2. Mencione os tipos de relevo colinoso
Unidade XXI
As elevações montanhosas
Introdução
A Montanha ou monte é um acidente geográfico. A superfície do
planeta Terra é de 24% montanhosa; 10% da população mundial
vive em terreno montanhoso. Saiba que a maior parte dos grandes
rios nascem em montanhas.

Elas se destacam por apresentar altitudes superiores às das regiões


vizinhas. As montanhas mais elevadas resultam de dobramentos,
isto é, de forças internas que provocaram enormes dobras nas
rochas.

Tanto nos continentes como nos oceanos, existem montanhas de


dobramentos. São as montanhas jovens ou típicas, que se formaram
no período Terciário. Podemos citar como montanhas de
dobramentos: os Alpes, na Europa, os Andes, na América do Sul,
as montanhas rochosas da América do Norte e o Himalaia, na Ásia.
As montanhas mais velhas e mais baixas também são resultados de
dobramentos, mas foram muito erodidas e, consequente rebaixadas
ao longo dos anos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

4. Definir uma montanha;


5. Identificar os principais tipos de montanha;
6. Reconhecer a importância do estudo das montanhas.
Objectivos
As Elevações Montanhosas

As montanhas são formas de relevo da superfície da Terra que,


normalmente, se elevam para um topo estreito em forma de cume,
originando escarpas. São vastas elevações e depressões. Podem
apresentar-se segundo extensos alinhamentos de relevo, ou sob a
forma de Montanhas Isoladas, estas normalmente associadas a
fenómenos vulcânicos. Vamos procurar dar algumas explicações,
tendo sempre em conta o conhecimento actual, para a formação
das montanhas. Na Terra os extensos alinhamentos de relevo que
cruzam oceanos e continentes têm uma origem, directa ou
indirectamente, ligada ao movimento das grandes placas
litosféricas terrestres. De entre estas estruturas, as cadeias de
montanhas são as que melhor se conhecem e as que, com certeza,
foram objecto das mais antigas investigações científicas. Vejamos
a figura, abaixo, que nos mostra as cadeias de montanhas
continentais dos Andes, Montanhas Rochosas, Apalaches, Atlas,
Pirenéus, Alpes, Cárpatos e os Himalaias.

Mapa mundi mostrando as grandes cadeias de montanhas


continentais e o respectivo alinhamento.

As montanhas formam-se através de diversos processos


geológicos. Assim, podemos considerar quatro tipos diferentes de
montanhas: vulcânicas, erodidas, falhadas, e dobradas.

Montanhas vulcânicas, também conhecidas como vulcões,


Apresentam, na maioria dos casos, uma parte emersa que por sua
vez faz parte de uma sucessão de grandes vulcões. Uma região
com uma sucessão de vulcões é o Havai. O Mauna Kea (4.205 m)
é um exemplo típico de uma montanha vulcânica a Cadeia
Havaiana.

Montanhas erodidas são formadas pelo fenómeno da erosão,


particularmente, nas Rochas Sedimentares. As águas, os ventos,
as variações de temperatura e os seres vivos causam o desgaste das
rochas. Em simultâneo dá-se o fenómeno do transporte dos
materiais desagregados.

Quando existem, na mesma região, rochas resistentes à erosão e


rochas facilmente erodidas, dá-se o fenómeno de erosão
diferencial, acontecendo que as rochas resistentes à erosão acabam
por formar um grande relevo terrestre, isto é, uma montanha. O
Cume Do Lança (4,301 m ) é um exemplo de uma montanha
erodida. O Cume Do Lança é uma grande massa de granito que
tem resistido à erosão de milhões de anos.

Montanhas de falha são formadas pela vertical criada ao longo de


grandes planos de falha, originando grandes massas de blocos
escarpados. Este tipo de montanhas é comum nos Estados Unidos
Ocidentais, tal como acontece na Serra Nevada. Vales de falha são
também formados desta maneira.

Montanhas dobradas são as mais típicas e frequentes, razão


porque, a seguir, iremos examinar, com algum pormenor, a
formação destas montanhas. Foram originadas pelo lento
movimento das placas litosféricas convergentes, isto é, colisões
entre massas continentais ao longo do Tempo Geológico unindo-as
e originando cadeias montanhosas, as imagens abaixo são
exemplos de montanhas dobradas.
A Geomorfología Estrutural foi, durante muitas décadas do século
XX, a arte da Geomorfologia que recebeu a maior atenção dos
pesquisadores, mas, actualmente. Esse importante ramo da
Geomorfologia analisa a participação da estrutura geológica na
definição de alguns compartimentos de relevo sob dois aspectos
básicos. Em primeiro lugar, ela examina os elementos
fundamentais do arcabouço estrutural, como por exemplo a
constituição do globo terrestre, a estrutura e a dinâmica da crosta
terrestre, as rochas e os grandes conjuntos estruturais, constituindo,
assim, uma abordagem eminentemente geológica. Em segundo
lugar, volta-se para aspectos mais exclusivamente
geomorfológicos, tais como as diferenças litológicas numa
paisagem e seus efeitos morfológicos ou o modelado do relevo em
litomassas específicas ( calcário, por exemplo) , ou ainda as
morfoestruturas em áreas de colisão de placas litosféricas etc.

Pierre Birot (1976) considerava que a explicação do relevo terrestre


reduzia-se a dois princípios básicos:

a) "toda região deprimida é composta de rochas tenras ou


rebaixadas por esforços tectônicos,

b) toda região elevada se compõe de rochas mais resistentes ou


foram levantadas por processos tectônicos".

A estrutura geológica compreende, portanto, entre outros, os


seguintes aspectos:

- Diferenças de dureza das rochas;

- Disposição das camadas rochosas;


- Movimentos crustais;

- Falhas;

-Fracturas;

-Dobras;

-Litomassas específicas.

As diferenças de dureza das rochas vão desempenhar um papel


fundamental num proceso geomorfológico destacado, que é a
erosão diferencial. A erosão diferencial é um processo erosivo
eminentemente selectivo. Ela faz-se mais enérgica em rochas
frágeis e mas "suave" em rochas mais resistentes. Essa modalidade
de erosão selectiva tem como principal mérito ressaltar as
diferenças de dureza do material rochoso.

A erosão diferencial depende dos seguintes fatores:

a) a consistência da rocha mais ou menos compacta e de sua


textura. Por exemplo, os calcários e as argilas são mais facilmente
desagregáveis pelos filetes d’água do que os granitos;

b) do estado de fraturamento da rocha; o sistema de diaclasamento


facilita uma concentração da rede de drenagem e da infiltração das
águas;

c) o grau de permeabilidade da rocha.

As camadas rochosas, sobretudo as sedimentares, dispõem-se nas


paisagens geomorfológicas horizontalmente ou de forma
subhorizontal a inclinada. Na periferia de uma sinéclise, que não
foi arqueada, as camadas são mais inclinadas do que no centro.
Neste, as camadas são mais horizontais. Esse facto , de natureza
estrutural, contribui para a existência de cuestas, na periferia da
bacia sedimentar e de chapadas e chapadões no centro. Há notáveis
exemplos dessa influência estrutural na bacia sedimentar do Meio
Norte.
As áreas intensamente fracturadas, quando situadas nas imediações
de corpos rochosos não fraturados, respondem, em geral, como
áreas deprimidas. O intenso fraturamento colabora para que haja
uma maior infiltração das águas e, conseqüentemente, uma maior
intemperização química dos materiais rochosos. Esses materiais,
assim alterados, tornam-se presa fácil para os processos erosivos
subseqüentes.

Os quartzitos, rochas decorrentes da metamorfização do arenito,


são, na maioria dos casos, mais resistentes ao intemperismo e à
erosão do que diversas outras rochas. No caso de quartzitos mais
homogêneos e fortemente cimentados pela cristalização da sílica, o
relevo resultante é quase sempre representado por cristas elevadas e
alongadas, segundo a orientação tectônica. Se esses quartzitos são
friáveis, podem ocupar posição de vales ou regiões rebaixadas. E ,
no caso de se acharem dispostos de maneira horizontal, podem dar
relevos tabulares. Os dois casos podem ser visualizados na Região
Nordeste da Bolivia.

Os diques de diabásio e de andesito, dependendo da qualidade das


rochas encaixantes, possuem comportamentos geomorfológicos
distintos. Se as rochas encaixantes são mais resistentes, os diques
condicionam a formação de vales, em decorrência da remoção
efetiva das rochas ígneas básicas. Se, por outro lado, as rochas
encaixantes são menos resistentes e passíveis de desgaste rápido, os
diques constituem elevações que se dispõem de forma
grosseiramente paralela .

A superimposição de um rio sobre um núcleo de determinadas


rochas, sem seguir alinhamentos tectônicos, é um indicador de
movimento epirogenético ( soerguimento de massa continental).
Os fatores estruturais do relevo podem ser, de forma bastante
sintética, agrupados em duas grandes categorias: fatores tectônicos
e fatores litológicos.

Os factores tectônicos correspondem às forças tectônicas, de


caráter endógeno, que edificam o relevo mediante deformação da
litomassa. Ocasionam intensos dobramentos, falhamentos,
subsidências, basculamentos e exaltações. Para compreender esses
fatores, faz-se necessário um conhecimento dos grandes traços da
teoria da Tectônica de Placas, um dos mais importantes paradigmas
da moderna Geologia.

Para a teoria da Tectônica de Placas, a litosfera encontras-se


subdivida em fragmentos, que se movem entre si, denominados
placas litosféricas. A zona de interação entre as placas litosféricas
definem-se por convergência litosférica, divergência litosféricas e
falhas de transformação.

As zonas de convergência são as áreas onde se dá a colisão de


placas. Nestas áreas configuram-se morfoestruturas do tipo
trincheira oceânica e/ou sistemas orogenéticos.

As zonas de divergência são aqueles limites onde se dá a separação


de placas litosféricas. Exemplificam-na as morfoestruturas
chamadas dorsais oceânicas, cujo exemplo mais próximo é a Dorsal
do Atlântico.

As zonas de falha de transformação são os limites ao longo dos


quais as placas "deslizam". No Oeste dos Estados Unidos, a falha
de Santo André é um bom exemplo desse limite de placas
litosféricas.

Os factores litológicos resultam da maior ou menor resistência dos


corpos rochosos aos processos erosivos, conforme foi
anteriormente assinalado. Esses factores podem determinar
plataformas estruturais de relevo, como por exemplo o bordo de
uma camada mais dura, destacada pela erosão diferencial. Na
Figura 4, mostram-se esquemas ilustrativos de escarpas litológicas.

Algumas Definições Básicas Para O estudo da Unidade

Serão apresentadas, a seguir, de forma bastante sintética, algumas


definições e conceitos que consideramos necessários a uma melhor
compreensão de vários assuntos que comumente são abordados na
análise morfoestrutural as paisagens.

1-Antéclise- estrutura de plataforma, tipo arco, com configuração


assimétrica, composta de rochas sedimentares estendidas a partir de
um centro.

2- Sinéclise- grande estrutura negativa dos crátons. As camadas


sedimentares possuem inclinações suaves para o centro da bacia.
(Sinônimo- bacia sedimentar, bacia tectônica). Na parte central das
sinéclise afloram os sedimentos mais jovens, nas margens, os mais
antigos..

3- Anticlinório- "Grandes conjuntos de estruturas anticlinais.


Originam-se por dobramentos regionais.

4-Astenosfera- Camada viscosa e plástica do manto superior.


Localiza-se sob os continentes a uma profundidade de mais ou
menos 100 km. É a fonte dos movimentos crustais.

5- Arco Insular- Sistema montanhoso submarino cujos cumes


elevam-se sobre o nível do mar, formando cadeia de ilhas em arco.
Associam-se às trincheiras oceânicas.

6- Batólito- grande corpo intrusivo com contatos bruscos e uma


grande espessura. Possui uma área superior a 100 km2. Tem
composição granitóide. Aflora em decorrência de fases erosivas.

7-Cinturão Ativo- maior elemento estrutural da tectonosfera que


se estende no interior dos continentes e oceanos. Apresenta uma
notável atividade tectônica. Exemplificam-no: dorsais oceânicas,
sistemas orogênicos e as trincheiras submarinas.

8-Correntes de Convecção do Manto-Circulação lenta de massas


do manto da Terra.

9- Cráton-elemento básico da estrutura dos continentes. Apresenta


um regime tectônico estável. Possui a seguinte estrutura: piso
inferior, com rochas ígneas e metamórficas; piso superior com
rochas sedimentares e vulcânicas. Nos crátons a atividade
vulcânica é muito fraca. Nos crátons predominam relevos
relativamente planos e montanhas erodidas. " Todas as plataformas
continentais, ou seja, crátons, surgiram no lugar dos geossinclinais
de idade mais antiga. As rochas originadas durante a pré-história
geossinclinal das plataformas integram seu embasamento dobrado
ou escudo. Como regra geral, são intensamente dobrados e mais ou
menos metamorfizados; em sua composição tomam parte essencial
as formações magmáticas, tanto efusivas como intrusivas; entre
estas últimas são específicos os granitos. . No caso de
predominância, no embasamento, de rochas altamente
metamorfizadas- gnaisses, xistos cristalinos- o embasamento
denomina-se cristalino. Este caso é comum nas plataformas antigas.
O embasamento está recoberto de massas rochosas não
metamorfizadas sedimentares e em alguns trechos vulcânicas, em
geral fracamente alteradas, dispostas quase que horizontalmente.
"(JAIN, V.E. Geotectónica general, 1)

10- Dorsais - Conjunto de sistemas montanhosos submarinos na


zona axial. Apresentam depressões conhecidas como "rifts".

11- Escudos - a maior estrutura positiva dos crátons. Apresentam


vastos afloramentos de rochas pré-cambrianas e forte
metamorfismo, granitização e rochas dobradas e intensamente
falhadas.
12- Fossa Tectônica - zona de afundamento tectônico, delimitada
por falhas paralelas. Essa expressão é, algumas vezes empregada
como sinônimo: "graben".

13- Litosfera- é a camada rígida externa da Terra. E´ a mais rígida


do planeta. É limitada na parte inferior por uma zona de baixa
velocidade, que vem sendo definida, convencionalmente, por uma
superfície isotérmica de 1300- 1400°C. A litosfera é má condutora
de calor. Transmite o calor recebido pela astenosfera, através da
convecção, por condução e irradiação.

14- Sistema Montanhoso- série de elevações mais ou menos


extensas, unidas em grupos montanhosos separados por depressões
intermontanas e vales fluviais. AB’SÁBER (1975) classifica as
montanhas, segundo a origem em: montanhas de dobramento,
montanhas dômicas, montanhas de blocos falhados, montanhas
vulcânicas, escarpas de falha, escarpas de erosão e minimontanhas.
Eis as definições apresentadas pelo autor (op. cit, p. 30 e 31) para
essas formas de relevo:

Montanhas de dobramentos: cordilheiras oriundas do


dobramento de camadas originalmente depositadas no fundo dos
mares. Após os dobramentos, as camadas dobradas são soerguidas
a milhares de metros de altura, sulcadas pelos rios e, às vezes, por
geleiras de altitude (exemplo: Andes , Alpes, Himalaia).

Montanhas dômicas: são camadas deformadas em forma de


abóbadas. Após a ação de demorados processos erosivos, os domos
podem dar origem a montanhas semicirculares, com cristas
serrilhadas e abruptas para o interior das depressões dômicas e
encostas suaves inclinadas para o exterior da antiga abóbada. Nas
porções centrais de alguns domos foram descobertas jazidas de
petróleo em profundidade.
Montanhas de blocos falhados: porções da crosta terrestre
soerguidas em blocos, a diferentes alturas (exemplo: Mantiqueira,
Bocaina).

Montanhas vulcânicas: cones vulcânicos, extintos ou ativos,


formados pelo acúmulo de lavas e cinzas em torno de crateras de
vulcões.

Minimontanhas: área de pequena altitude relativa, porém com


forte grau de acidentação.

15- Relevos controlados por subsidência: essas morfoestruturas


sofrem uma notável influência da tectônica extensional e, também,
da tectônica plástica.. São encontradas, nesse grupo, as seguintes
morfoestruturas: relevos planos de bacias sinclinais, grabens, fossas
intermontanas ou de piemonte.

16- Rifts: são morfoestruturas de caráter tectônico, relativamente


estreitas e com grande extensão. Têm origem a partir de uma
tectônica extensional ou por fenômenos de natureza termotectônica.
Um grande rift e´encontrado na África Oriental, mais
especificamente na região dos grandes lagos africanos.

Sumário
Para o entendimento da origem das montanhas, é fundamental o
conhecimento da Orogênese que pode ser entendida como o
conjunto de processos que levam à formação ou rejuvenescimento
de montanhas ou cadeias de montanhas produzido principalmente
pelo diastrofismo (dobramentos, falhas ou a combinação dos dois),
ou seja, pela deformação compressiva da litosfera continental;
assim como a Epirogênese os movimentos da crosta terrestre cujo
sentido é ascendente ou descendente, atingindo vastas áreas
continentais, porém de forma lenta, inclusive ocasionando
regressões e transgressões marinhas.

Quando as pressões são verticais, os blocos continentais sofrem


levantamentos, abaixamentos ou sofrem fraturas ou falhas. Quando
as pressões são horizontais, são formados dobramentos ou
enrugamentos que dão origem às montanhas.

Exercícios
1. Mencione os principias tipos de montanhas

2. Explique a origen das montanhas


Unidade XXII
As formas de relevo negativo
Introdução
A unidade vai contribuir para que os estudantes entendam a origem
das formas de relevo negativo agem sobre uma determinada região
bem como a os processos de modelação com destaque para as
depressões, por outro lado, Pretende-se que o estudante adquira
conhecimento sobre as formas negativas do relevo, sua origem e
principais características, com destaque para as depressões.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Caracterizar as formas de relevo negativo;

 Mencionar os tipos de depressões.


Objectivos
 Identifique e caracterize a maior depressão da superfície
terrestre.

As formas de relevo negativos

Segundo Stewart & Hancock (1994), estruturas expostas em áreas


de falhamentos e dobramentos neotectônicos, embora reflectindo
processos mais profundos, registam mecanismos de deformação que
actuam de um a dois quilómetros de profundidade na porção
superior da crosta.

A identificação desse tipo de estrutura através das formas de relevo


é um dos objectivos da análise morfoestrutural, metodologia
empregada pela escola francesa, tanto em áreas emersas quanto
submersas (Naudin & Proud'Homme, 1971; Proud'Homme, 1972),
que foi aplicada com s Geomorfologia estuda as formas do relevo,
considerando sua origem, estrutura, tipos de rochas, clima da
região, as diferentes formas endógenas e exógenas que actuaram
sobre o relevo. Estuda o relevo ucesso em sectores específicos da
margem continental em muitos continentes (Corrêa, 1990; Lima,
2004; Silva Filho, 2004).

Análise de Relevo

A análise morfoestrutural visa identificar as relações entre


fenómenos litosféricos rasos e fenômenos exógenos na
determinação da morfologia superficial, com a utilização de
produtos que representam a superfície terrestre, como mapas
topográficos e batimétricos (Naudin & Proud'Homme, 1971;
Proud'Homme, 1972; Corrêa, 1990).

Recentemente, também têm sido utilizados modelos digitais de


terreno (Lima, 2004; Silva Filho, 2004). Para a identificação de tais
relações, podem ser evidenciados nos produtos dois grandes grupos
de feições:

 Os relevos, convexidades, interflúvios ou partes altas que


definem as superfícies, e;
 Os vales, concavidades, talvegues ou entalhes que são partes
baixas.

A análise de anomalias de relevo, feições positivas ou negativas que


são evidenciadas a partir da comparação entre o modelo batimétrico
e uma superfície teórica regional, a qual representa uma superfície
simples modelada em um material isotrópico por uma actividade
erosiva hipotética, segundo a direcção de maior declividade
(Corrêa, 1990).
As anomalias assim evidenciadas representam desvios do modelo
teórico regional, apresentando características importantes como:

 Carácter positivo ou negativo;


 Amplitude;
 Geometria em planta;
 Descontinuidades.

Estas últimas são feições lineares que controlam a distribuição e,


principalmente, a alternância de anomalias positivas e negativas, as
quais podem representar a expressão superficial de
descontinuidades crustais, como falhas, realçadas ou não por
entalhes fluviais.

As anomalias de relevo podem ser relacionadas a diferentes


heranças. Em geral, os elementos geométricos das anomalias de
relevo apresentam um paralelismo com as curvas da superfície
teórica regional quando têm sua origem relacionada a episódios de
estabilização do nível do mar. Também pode ocorrer uma relação
geométrica com as direcções de acção de agentes hidrodinâmicos
(Corrêa, 1994). Desta forma, serão os processos de deposição e
erosão na superfície submarina que influenciarão as anomalias de
relevo.

Depressões

A depressão é uma forma de relevo mais plana que o planalto e


sem irregularidades, que tem leve inclinação e altitude que pode ir
de 100 a 500 metros. As depressões, podem ser formadas tanto de
rochas cristalinas quanto de rochas sedimentares. Podem também
ser encontradas baixas colinas. Um exemplo geral de depressão é
crateras. Também pode se entender como sendo uma parte do
relevo mais plana que o planalto, com uma inclinação suave e
altitude entre 100 e 500 metros.

Depressões são formas de relevo que apresentam altitudes mais


baixas do que as áreas ao redor. Geralmente apresentam superfícies
planas, por conta do desgaste sofrido por causa da acção do vento e
da água (intemperismo).

De uma maneira geral, as depressões são regiões geográficas mais


baixas do que as áreas em sua volta. Quando esta região situa-se
numa altitude abaixo do nível do mar, ela é chamada de depressão
absoluta. Quando são apenas mais baixas do que as áreas ao redor,
são chamadas de depressões relativas. As crateras de vulcões
desactivados são consideradas depressões. É comum a formação de
lagos nas depressões.

Exemplo: Depressão Sul Amazónica

No entanto, Existem dois tipos de depressão:

 Depressão Absoluta - Região abaixo do nível do mar.

 Depressão Relativa – Região acima do nível do mar.

Tipos de depressões

Nas áreas de contacto entre os planaltos e as depressões, costumam


surgir escarpas quase verticais, demonstrando o efeito da erosão
diferencial. Os sedimentos erodidos constituem a estrutura
aplanada das depressões enquanto as rochas resistentes à erosão
constituem os planaltos. Na superfície terrestre existem muitas
depressões e divide-se em três grupos a saber:
Depressão Periférica - estabelecidas nas regiões de contacto entre
estruturas sedimentares e cristalinas.

Depressão Interplanáltica- estabelecidas em áreas mais baixas em


relação aos planaltos que as circundam.

Depressão Marginal- margeiam as bordas de bacias sedimentares,


esculpidas em alguns casos em estruturas cristalinas.
Nas depressões a altitude da superfície é mais baixa que as formas
de relevo que as circundam. Em geral, as depressões relativas
decorrem de intensos processos erosivos ocorridos nas bordas de
planaltos. A região em que se encontra o mar Morto é um exemplo
de depressão absoluta. Um vale em um planalto ou entre
montanhas constitui uma depressão relativa de forma alongada.

Mar Morto - Depressão

Esta é uma ilustração de uma das principais características do Mar


Morto, a maior depressão da superfície terrestre, onde as águas do
Jordão são despejadas, são cerca de 426 metros abaixo do nível do
mar.
O Mar Morto

Com uma superfície de aproximadamente 1050 km2,


correspondente a um comprimento máximo de 80 quilómetros e a
uma largura de máxima de 18 km, é alimentado pelo Rio Jordão e
banha a Jordânia, Israel e a Cisjordânia.

Nos últimos 50 anos, o Mar Morto perdeu um terço da sua


superfície, em grande parte por causa da exploração excessiva de
seu afluente, única fonte de água doce da região, para além da
natural evaporação das suas águas. Contudo, os especialistas são de
opinião que, dentro de alguns anos, esta perda tenderá a estabilizar
paralelamente à estudos que levem à sua conservação e
preservação, portanto, o desaparecimento do Mar Morto não
aconteceria, segundo estes, nem hoje nem no futuro.
Actualmente, a contínua perda das suas águas causa uma contínua
redução em sua área e profundidade, relativamente ao nível médio
das águas do Mar Mediterrâneo. No ano de 2004, este nível estava
próximo de 417 m abaixo do nível médio do Mar Mediterrâneo, o
que faz com que seja a maior depressão do mundo, e a tendência é
o aumento deste desnível durante o século XXI.

O Mar Morto tem esse nome devido a grande quantidade de sal por
ele apresentada, dez vezes superior à dos demais oceanos, o que
torna impossível qualquer forma de vida - flora ou fauna em suas
águas. Qualquer peixe que seja transportado pelo Rio Jordão morre
imediatamente, assim que desagua neste lago de água salgada. A
sua água é composta por vários tipos de sais, alguns dos quais só
podem ser encontrados nesta região do mundo.

Em termos de concentração, e em comparação com a concentração


média dos restantes oceanos em que o teor de sal, por 100 ml de
água, não passa de 3 g, no Mar Morto essa taxa é de 30 a 35 g de
sal por 100 ml de água, ou seja, dez vezes superior.

A designação de Mar Morto só passou a ser utilizada a partir do


século II da era cristã. Ao longo dos séculos anteriores, vários
foram os nomes pelos quais era conhecido, entre outras fontes, a
Bíblia Sagrada, concretamente alguns dos Livros do Antigo
Testamento. Assim, nos Livros Genesis 14,3 e Josué 3,16 aparece
com o nome de Mar Salgado. Com o nome de Mar de Arabá
aparece em Deuteronómio 3,17 e em II Reis 14,25. Já em Joel 2,20
e Zacarias 14,8 surge como Mar Oriental. Fora da Bíblia Sagrada,
Flávio Josefo chamou-lhe Lago de Asfalto e o Talmude designou-o
por Mar de Sodoma, Mar de Lot entre outros nomes que ele
recebeu.

O Mar Morto contém a água mais salgada do mundo. Essa grande


quantidade de Sal aumenta sua flutuabilidade, e os banhistas bóiam
facilmente.
Sumário
A Geomorfologia estuda as formas do relevo, considerando sua
origem, estrutura, tipos de rochas, clima da região, as diferentes
formas endógenas e exógenas que actuaram sobre o relevo. Pode-se
dizer que o relevo é toda forma assumida pelo terreno (montanhas,
planaltos, planícies, serras, depressões, etc.) que sofreu mudanças
com os agentes internos e externos sobre a crosta terrestre. Os
agentes externos são chamados também de agentes erosivos
(chuva, vento, rios, etc.)

Os processos actuam sobre as formas definidas pelos agentes


internos. As forças tectónicas (movimentos orogénicos, terramotos
e vulcanismo) que se originam do movimento das placas tectónicas
são os agentes internos, nesta unidade vamos incidir principalmente
sobre as formas de relevo negativo no que concerne as depressões.

Exercícios
1. O que entende por depressões.

2. Mencione os tipos de depressões.

3. Identifique e caracterize a maior depressão da superfície


terrestre.
Unidade XXIII
Dinâmica ambiental costeira
Introdução
A dinâmica ambiental costeira, consiste principalmente em
referenciar a controvérsia sobre a erosão costeira, tendo em conta a
influência antropica assim como natural como principais agentes
neste processo.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Mostra como diferentes fenómenos influencia na dinâmica


costeira;
 Apontar e caracterizar as formas de acumulação e erosão
Objectivos
ocasionada pela acção dos mares;
 Consciencializar sobre a erosão na zona costeira.

Dinâmica Ambiental Costeira

As marés são ciclos regulares de subida e descida do nível das


águas do mar. Esta variação do nível das águas do mar é
consequência da atracção gravitacional da Lua e, em menor grau,
do Sol. A atracção gravitacional leva a que a água dos oceanos
tenda a ser atraída para o lado da Terra virado para a Lua. No lado
oposto da Terra, a inércia criada pela rotação do planeta, leva à
existência de umas maré alta, mas em direcção oposta. O resultado
é visível em duas protuberâncias de maré, uma em cada lado da
Terra. Sempre que uma massa de terra encontra uma destas
protuberâncias, o nível das águas ao longo da costa sobe. Em
consequência do movimento de rotação da Terra, a maré vai
subindo e a costa passa pelo ponto mais alto da protuberância,
originando a maré alta e começando a descer a partir desse ponto.
O movimento de rotação da Terra obriga a que qualquer ponto da
Terra passe, obrigatoriamente, pelas duas protuberâncias de maré, o
que explica a ocorrência diária de duas marés altas e duas marés
baixas.

 As correntes oceânicas As correntes superficiais oceânicas


são longas massas de água, movendo-se com pouco ímpeto numa
determinada direcção. Estas correntes são mantidas em movimento
pelos ventos dominantes superficiais. O ar que corre na superfície
da água empurra a água ligeiramente para a frente, criando uma
corrente de água que, raramente, ultrapassa os 50 a 100 metros de
profundidade.

 Ao longo da maioria das margens continentais, o fluxo


predominante das correntes de água é paralelo à costa.

 As ondas oceânicas Tal como as correntes marítimas


superficiais, também as ondas oceânicas recebem a sua energia do
vento. O tamanho de uma onda depende da velocidade do vento, do
tamanho da corrente de vento que atinge a superfície e do tempo
durante o qual exerce a sua acção.
 Acção do mar sobre zonas costeira: erosão, transporte
de sedimentos e deposição  A maior parte da erosão ao longo da
costa oceânica é produzida pelas ondas. A energia trazida pelas
ondas é dissipada não só contra as rochas, mas também na
turbulência e fricção causada no fundo e no movimento de
sedimentos que, desde o fundo são colocados em suspensão.

Os sedimentos, quer sejam produzidos pelas ondas batendo contra


as rochas, quer sejam trazidos pelos rios para o mar, são
redistribuídos pelas correntes que constroem diferentes tipos de
praia.

A maioria das ondas atinge a praia num ângulo oblíquo. O curso da


onda pode ser decomposto em duas componentes direccionais:
uma, com orientação perpendicular, e outra, com orientação
paralela à praia. A primeira produz erosão de impacto e a segunda
produz uma corrente de transporte de sedimentos ao longo da costa.
Quanto maior for o ângulo de incidência da onda, em relação à
linha perpendicular à costa, maior será o transporte de sedimentos
ao longo da costa; daí a designação de deriva da praia para este
fenómeno.

  O resultado final da constante inter-relação entre forças erosiva e


forças disposicionais é uma grande variedade de linhas de costa e
formas costeiras.

Formas de erosão e formas de acumulação

Alguns autores tendem a agrupar as formas do litoral em dois


grandes conjuntos: formas de erosão e formas de acumulação.

Formas de acumulação o movimento dos sedimentos ao longo do


litoral e a sua deposição, podem originar as seguintes formas
geológicas:
Praias – Maior ou menor acumulação de areia na faixa litoral.

Restingas – acumulações de areia enraizadas na faixa litoral por


uma das suas extremidades e com o outro livre; a extremidade
encurvada cresce no sentido dominante da corrente longitudinal.

Ilhas barreira – acumulações de areia paralelas à costa e delas


separadas por uma laguna.

Tômbolos – acumulações de areia que ligam uma praia a uma ilha;


podem gerar-se pelo crescimento de uma praia em ponta.

Formas de erosão

Embora existam fenómenos de alteração química das rochas por


dissolução, a acção erosiva do mar é sobretudo mecânica. Os
efeitos da erosão são particularmente nítidos quando as costas são
altas e escarpadas. Os principais elementos topográficos deste tipo
de costa são a arriba, a superfície de abrasão e o terraço submarino.
A acção da onda vai escavando a base da arriba, sendo os detritos,
numa primeira fase, depositados na superfície de abrasão e, mais
tarde, arrastados para construir o terraço submarino. O forte e
contínuo trabalho das ondas sobre a arriba leva ao seu desgaste e
colapso e, consequentemente, ao seu recuo.
Principais causas para o aumento da erosão costeira

 - Diminuição, em cerca de 80% , do fluxo de sedimentos


transportados pelos rios, que ficam retidos nas albufeiras das
barragens.

- Excessiva exploração de areias nos estuários dos principais rios


portugueses.

 - Destruição sistemática das dunas litorais.

 - Modificação sensível do regime de ondulação costeira, pela


construção de obras portuárias sem um estudo exaustivo de
avaliação do impacto ambiental.

Protecção da linha da costa

 No sentido de minimizar os efeitos da erosão costeira e de


estabilizar a linha da costa, podem ser tomadas diversas medidas.
As medidas leves, consideradas actualmente mais desejáveis que as
medidas estruturais pesadas, passam pela protecção e estabilização
das dunas, utilizando plantas e estruturas de estacas e pela
dragagem de areias no alto mar e sua deposição nas praias.

O inconveniente deste tipo de intervenção prende-se com o seu


elevado custo, uma vez que precisa de ser repetido periodicamente.

Em termos de estabilização pesada, existem estruturas paralelas e


estruturas perpendiculares à costa.

As estruturas paralelas à costa consistem em enrocamentos, grande


quantidade de enormes blocos rochosos dispostos junto à costa,
protegendo-a, e os quebra-mar, que mais não são que autênticos
muros dispostos no mar paralelamente à costa. O inconveniente dos
enrocamentos é o seu elevado custo e a necessidade de ser
renovado, aproximadamente, de 4 em 4 anos. O quebra-mar
provoca a deflação da energia das ondas, provocando um
estreitamento da praia e eventualmente o seu desaparecimento.

Exemplo de um enrocamento.

Nas estruturas perpendiculares à praia, encontramos os esporões,


estruturas muito abundantes nas nossas costas.
Os esporões, apesar de provocarem um acumular de areia a
montante, provocam uma acentuada erosão a jusante da corrente ao
longo da costa.

Exemplo de um esporão.

A controvérsia sobre erosão costeira.

Apesar de existirem por todo o mundo exemplos de intervenção


humana com recurso a obras pesadas de engenharia, são cada vez
mais os adeptos de que se deve deixar o mar seguir o seu caminho
e, se acaso existirem construções junto às praias, as pessoas devem
deixá-las e ir embora. Isto porque já há muito se tornou evidente
que as medidas de protecção da linha da costa podem ser eficazes
na protecção de construções, mas raramente o são na preservação
das praias.

 
Efeitos de crescimento e erosão de praias, pela construção de
esporões.

Sumário
A unidade da grandes subsídios sobre o comportamento das mares
bem com a influência exercida sobre a dinâmica costeira. Com
estes conhecimentos o estudante poderá de forma clara diferenciar
os feitos ocasionados por uma erosão e acumulação, bem como a
necessidade de protecção da linha da costa.

Exercícios
1. Diga como a acção do mar influi na zona costeira
2. Diga quais são as principais causas para o aumento da
erosão costeira
Bibliografia
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geomorfology, 1992, second editin, Cambrige University
press; Oakleigh; Victoria: Australia

 Christofoletti, A. (1980): “ Geomorfologia “, Univ. São


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 Riser, Jean (1995): “Erosão e Paisagens Naturais”,
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 Strahler, A. & A. Strahler (2002): “Physical Geography –
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 Thornbury, Willian D. (1969): “Principles of
Geomorphology”, 2nd edition, John Wiley & Sons, Inc.,
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 Tricart, Jean (1965): “ Principes et Methodes de la
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 Tricart, Jean (1968): “Précis de Geomorphologie”, tome I,
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 Viers, G. (1967): “ Eléments de Geomorphologie”, Nathan
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 WEB: http://www.thomoson rights.com

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