Você está na página 1de 106

1

MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE

GEOGRAFIA

2º Ano

Disciplina: GEOGRAFIA FÍSICA DE MOÇAMBIQUE


Código:
Total Horas/1o Semestre: 125
Créditos (SNATCA): 5
Número de Temas: 5

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA- ISCED


2

Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância


(ISCED), e contém reservado todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução
parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios
(electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de
entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED).

A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos


judiciais em vigor no País.

Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)


Direcção Académica
Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa
Beira - Moçambique
Telefone: +258 23 323501
Cel: +258 82 3055839

Fax: 23323501
E-mail: isced@isced.ac.mz
Website:www.isced.ac.mz
3

Agradecimentos

O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos


seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Autor: Sualé Amade Mestre em Gestão Ambiental

Coordenação Direcção Académica do ISCED

Design Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)

Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED)

Revisão Científica ISCED – BEIRA

Revisão Linguística XXXXX

Ano de Publicação XXXXX

Local de Publicação XXXXX

Edição XXXXX

Tiragem

Gráfica
4

Índice

Visão geral 6
Bem-vindo à Disciplina/Módulo de Geografia Física de Moçambique ............................ 6
Objectivos do Módulo ....................................................................................................... 6
Ícones de actividade .......................................................................................................... 8
Habilidades de estudo ........................................................................................................ 8
Precisa de apoio? ............................................................................................................. 10
Tarefas (avaliação e auto- avaliação) .............................................................................. 11
Avaliação ......................................................................................................................... 11

TEMA – I: INTRODUÇÃO A GEOGRAFIA DE MOÇAMBIQUE 13


UNIDADE Temática 1.1. Localização geográfica e cósmica, limites, extensão e
características da costa moçambicana ............................................................................. 13
Introdução ........................................................................................................................ 13
Sumário............................................................................................................................ 24
UNIDADE Temática 1.2. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das Unidades deste Tema. .. 25
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 25
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 26
EXERCÍCIOS INTEGRADOS NO TEMA. ................................................................... 27

TEMA – II: ESTRUTURA GEOLÓGICA E MINERAIS DE MOÇAMBIQUE 30


UNIDADE Temática 2.1. Estrutura geológica de Moçambique, grandes eras geológicas,
suas subdivisões e localização ......................................................................................... 30
Introdução ........................................................................................................................ 30
Sumário............................................................................................................................ 34
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 34
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 35
UNIDADE Temática 2.2. Principais rochas e suas áreas de ocorrência ......................... 35
Introdução ....................................................................................................................... 35
Sumário............................................................................................................................ 39
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 39
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 40
UNIDADE Temática 2.3. Principais minerais e suas áreas de ocorrência ...................... 41
Introdução ....................................................................................................................... 41
Sumário............................................................................................................................ 46
UNIDADE Temática 2.4. Principais Solos de Moçambique .......................................... 46
Introdução ........................................................................................................................ 46
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 48
UNIDADE Temática 3.1. Clima de Moçambique, caraterísticas gerais do clima .......... 50
Introdução ........................................................................................................................ 50
5

Sumário............................................................................................................................ 54
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 55
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 56
UNIDADE Temática 3.2. Os Factores que Influenciam o Clima de Moҫambique ........ 56
Introdução ....................................................................................................................... 56
Sumário............................................................................................................................ 57
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 58
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 58
UNIDADE Temática 3.3: Hidrogeografia de Moçambique – Classificação e factores .. 59
Introdução ....................................................................................................................... 59
Sumário............................................................................................................................ 68
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 68

TEMA – IV: GEOMORFOLOGIA DE MOÇAMBIQUE 70


UNIDADE Temática 4.1. Geomorfologia de Moçambique, génese e característica ...... 70
Introdução ........................................................................................................................ 70
Sumário............................................................................................................................ 77
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 77
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 77
UNIDADE Temática 4.2. Características das principais formas de relevo de Moçambique
......................................................................................................................................... 78
Introdução ....................................................................................................................... 78
Sumário............................................................................................................................ 83
UNIDADE Temática 4.3. EXERCÍCIOS INTEGRADOS neste Tema.......................... 83
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 83

TEMA – V: BIOGEOGRAFIA DE MOÇAMBIQUE 84


UNIDADE Temática 5.1. A Fitogeografia e Zoogeografia e a sua distribuição geografica
em Moçambique .............................................................................................................. 84
Introdução ........................................................................................................................ 84
Sumário............................................................................................................................ 93
UNIDADE Temática 5.2. Exercícios Integrados das Unidades deste Tema. ................. 93
UNIDADE Temática 5.2 Parques, Reservas e Coutadas de Moçambique ..................... 94
Introdução ........................................................................................................................ 94
Sumário............................................................................................................................ 99
Exercícios de Preparação para Exames ......................................................................... 100

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA 105


6

Visão geral

Bem-vindo à Disciplina/Módulo de Geografia


Física de Moçambique

Objectivos do Módulo

Ao terminar o estudo deste módulo de Geografia Física de Moçambique deverá ser


capaz de: Compreender a estrutura física geográfica de Moçambique.

Ao completar este Módulo, estudante deverá ser capaz de:


 Conhecer a Localização Geográfica e Cósmica de Moçambique;
 Conhecer estrutura geológica e geomorfológica do território
moçambicano;
 Connhecer e analisar os tipos de clima e os respectivos factores
de Moçambique;
Objectivos  Conhecer a Biogeografia e a Hidrografia de Moçambique;
Específicos

Quem deveria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para estudantes do 2º ano do curso de licenciatura em ensino
de Geografia do ISCED. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se
actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não
sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o manual.
Como está estruturado este módulo
Este módulo de Geografia Física de Moçambique, para estudantes do 2º ano do curso de
licenciatura em ensino de Geografia, à semelhança dos restantes do ISCED, está
estruturado como se segue:
7

Páginas introdutórias

Um índice completo.

Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos-chave


que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia
esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como componente de
habilidades de estudos.

Conteúdo desta Disciplina / Módulo

Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade
temática ou do próprio tema, são incorporados antes o sumário,
exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os
exercícios de avaliação.

Outros recursos

A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si,


num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de
dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta
uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você
explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca virtual mais
material de estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou
módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste material físico ou
eletrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma
digital moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus
estudos.
8

Auto - avaliação e Tarefas de avaliação

Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final


de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios
de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro
apresentam exercícios. Segundo, guiões de correcção dos
exercícios que mostram apenas respostas.

Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação


mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo
a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correção e
subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do
módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de
avaliação é uma grande vantagem.

Comentários e sugestões

Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados


aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas.
Pode ser que graças as suas observações, o próximo módulo venha
a ser melhorado.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes
ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem
indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de
actividade, etc.

Habilidades de estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender. Aprender aprende-


se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a aprendizagem e


alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto
é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso
é importante saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com
9

as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos,
procedendo como se segue:

1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura.

2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).

3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos
(ESTUDAR).

4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere


ou não com a dos colegas e com o padrão.

5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de estudo de caso


existam.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respectivamente como,


onde e quando estudar, como foi referido no início deste item, antes de organizar os seus
momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de
tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio
sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora,
etc.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um
determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e
passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior.

Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber
tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com
profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma
hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de
descanso (chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o intervalo
não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias.

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório, pode conduzir ao
efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um
elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando
interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por fim ao perceber que
estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar
injustamente incapaz!
10

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser
estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não estudar apenas para
responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar.

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar
durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar
produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para
o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens
pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que
está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas,
nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com
o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão
do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um
conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar;

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos
impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de
concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas
trocadas ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao
estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, SMS, E-mail, se tiver tempo,
escreva mesmo uma carta participando a preocupação.

Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e Administrativo),
é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância
da comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna incontornável:
entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc.

As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade
de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central
do ISCED indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período pode
apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de estudos a
distância, é muita importância, na medida em que permite-lhe situar, em termos do grau
de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira ficar a saber se precisa
de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos
relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e
unidade temática, no módulo.
11

Tarefas (avaliação e auto- avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e autoavaliação),


contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As
tarefas devem ser entregues duas semanas antes das sessões presenciais seguintes.

Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos
de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente que a nota
dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da
disciplina/módulo.

Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos devem ser
dirigidos ao tutor/docente.

Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem
ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor.

O plágio1 é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es). Uma transcrição à letra de
mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor, sem o citar, é considerado plágio. A
honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autorias devem caracterizar
a realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando eles fisicamente
separados e muito distantes do docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez
seja uma avaliação mais fiável e consistente.

Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 90% do
total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de
contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamento de avaliação.

Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e aprendizagem no campo,


pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames.
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem durante as
sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da
média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas, sem
prévia autorização.
12

Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) trabalhos e 1 (um) (exame).
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de
avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a
apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos
assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o
respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação do ISCED.
13

TEMA – I: INTRODUÇÃO A GEOGRAFIA DE MOÇAMBIQUE

Introdução
Moçambique adquiriu a actual forma geográfica, representada no Mapa 1, em Maio de
1891, altura em que foi assinado o tratado Anglo-Português de partilha das zonas de
influência em África. Tal tratado serviu para legitimar, entre as nações coloniais
europeias, uma ocupação que no caso de Moçambique remonta do século XVI, período
em que Portugal iniciou a ocupação da costa oriental de África.
Moçambique é um país da África Austral que se situa entre a foz do Rio Rovuma e a
República da África do Sul, mais concretamente entre os paralelos 10° 27’ e 26°
52’latitude Sul e os meridianos 30°12’ e 40°51’ longitude Este. Faz fronteira com a
República da Tanzânia, a Norte, Malawi, Zâmbia, África do Sul e Swazilândia, a Ocidente,
República da África do Sul a Sul e é banhado pelo Oceano Índico em toda a sua extensão
a Leste.
A Geografia Física é uma vertente voltada para a análise dos elementos naturais do
espaço terrestre. Ela aborda as características da Terra, sua dinâmica e elementos
naturais, tais como o clima, relevo, geologia, topografia, vegetação, hidrografia, entre
outros. Moçambique é um país com uma grande extensão geográfica (799.380 Km 2) e
caracteriza-se pela ocorrência de uma enorme geodiversidade da qual fazem parte todos
os tipos genéticos de rochas, com idades que vão desde o Arcaico ao Quaternário,
minerais (alguns deles raros), fósseis, lagos interiores, pântanos, zonas marinhas e
continentais, vários tipos de clima (tropical, subtropical, de altitude, semidesértico) e por
altitudes que vão de 0 a mais de 2.000 metros.

UNIDADE Temática 1.1. Localização geográfica e cósmica, limites,


extensão e características da costa moçambicana

Introdução

Moçambique é um país do continente africano, localizado na costa oriental, a sul do


equador, na região da África Austral. A localização cósmica é medida através
das coordenadas de latitude e longitude demarcadas ao longo do globo terrestre. Quanto
à sua localização cósmica, Moçambique encontra-se entre os paralelos 10° 27′ e 26° 52′
de latitude Sul, e entre os meridianos 30° 12′ e 42° 51′ de longitude Este.
14

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer a geografia física de Moçambique


 Conhecer a localização geográfica e cósmica de
Moçambique
Objectivos
 Conhecer os limites, extensao e princiapis acidentes
Específicos
da costa Moçambicana.

1.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E CÓSMICA DE MOÇAMBIQUE

1.1.1 Localização cósmica de Moçambique

Moçambique localiza-se entre os paralelos 10˚27´ e 26˚52’ de latitude Sul e entre os


meridianos 30˚12’ e 40˚51’,de longitude Este (Muchangos, 1999; Barca, 1992). (Veja o
mapa da figura 1 a baixo).
15

Figura 1. Localização geográfica de Moçambique. Mapa cedido pelo CENACARTA


(Setembro de 2006).
16

1.1.2 Localização geográfica

Moçambique localiza-se geograficamente no continente africano a sul do equador na


região da África Austral, banhado pelo oceano Índico. O seu território enquadra-se no
fuso horário 2 (dois), o que lhe confere duas horas de avanço em relação ao Tempo Médio
Universal (Muchangos, 1999). Em termos de paralelos situa – se na zona Intertropical no
Hemisfério Sul, atravessado pelo Trópico de Capricórnio na parte Meridional.

1.1.3 Fusos horários


Um fuso horário é um espaço compreendido entre dois meridianos que distam 15º e é
percorrido pelo sol durante uma hora.
Como a esfera terrestre completa uma rotação em 24 horas, temos que em 1 hora ela
percorre o equivalente a 15º, isto é:
24 horas........................360º
1 hora..........................15º
Cada espaço da terra equivale a 15º de meridianos corresponde a 1 fuso horário e
equivale, em tempo, a 1 hora. Concluímos, portanto, que os 360º de meridianos da esfera
terrestre são suficientes para formarem um total de 24 fusos horários, pois
1 fuso = 15º
24 fusos = 360º
Todos os fusos apresentam horários definidos em relação a Greewich (GMT), isto é, o
Meridiano de Greenwich é o ponto central de partida do sistema fuso horário 0º. Como a
Terra gira de Oeste para Leste, devemos compreender que as localidades situadas a Leste
estarão com horários sempre adiantados em relação àquelas que se encontram a Oeste.
Assim sendo, se uma localidade estiver situada 4 fusos (60º) a Leste de Greenwich, estará
com 4 horas adiantadas em relação ao horário de Greenwich. Convém lembrar que todos
os pontos situados ao longo de um mesmo fuso possuem oficialmente o mesmo horário.
Países de grande extensão territorial em Longitude são definidos vários fusos horários.

1.2 A EXTENSÃO TERRITORIAL E AS FRONTEIRAS DE MOÇAMBIQUE

1.2.1 Limites e fronteiras de Moçambique

Segundo Muanamoha (1995), Moçambique apresenta as seguintes fronteiras:


Norte - Tanzânia
Sul - África do sul
Este – Oceano índico
Oeste - Zimbabwe
Noroeste - Malawi e Zâmbia
Sudoeste - África do Sul e Suazilândia.
17

A Fronteira norte é estabelecida pelo curso do rio Rovuma entre a sua foz e a sua
confluência com o rio Messinge. Deste ponto para o oeste corre uma linha convencional
até um ponto ao meio do lago Niassa.

Fronteira Sul - Vai do rio Maputo até a confluência com o rio Pongolo. Deste ponto em
direcção geral Este corre uma linha convencional até Ponta de Ouro.

Fronteira Este - é banhado pelo oceano Índico até 12 milhas marítimas.

Fronteira Oeste - Moçambique separa-se de 5 países ao longo de 2680 km desde um


ponto ao meio do lago Niassa até junto a fronteiro sul com Suazilândia.

1.2.2 A Extensão Territorial de Moçambique

Moçambique tem uma superfície total de 799380 km2 dos quais 1300Km2 são ocupados
por águas interiores e as restantes 786380Km2 por terra firme (Barca, 1992 & INE, 2003,
p. 5).

1.2.3 Os pontos extremos de Moçambique

A maior largura é de 963,5 km à partir da península de Mossuril até ao marco da fronteira


I, situado na confluência do rio Zambézia na província de Tete em Zumbo.

A menor largura é de 47,5 km o marco da Sivayano na fronteira da Suazilândia em


Namaacha até Alto Farol da Catembe.

1.2.4 Canal de Moçambique


O canal de Moçambique é a porção do Oceano Índico situado entre a costa da África
Oriental e Madagáscar, aproximadamente entre as latitudes 10º e 25º Sul. A sua origem
e desenvolvimento estão relacionados com vulcanismo extensivo ao longo das fronteiras
entre a África, Antárctica e Madagáscar que teve início no Jurássico Médio (Fig. 2).
A temperatura média da água é relativamente elevada, com temperaturas não inferiores
a 18ºC, sendo as mais elevadas de 36ºC registadas em áreas com águas pouco profundas.
Para Muchangos (1999). A principal corrente do Canal de Moçambique (Corrente de
Moçambique), forma-se aproximadamente à latitude de 12º Sul, no noroeste da Ilha de
Madagáscar, como ramo sul da corrente Equatorial sul. No seu percurso norte-sul, junto
ao paralelo de 26º sul, junta-se à corrente de Madagáscar oriental, formando a Corrente
das Agulhas. Por isso a principal corrente de Moçambique é também conhecida por
Moçambique-Agulhas.
A amplitude das marés vária em média entre 0,5 e 4 m, podendo ultrapassar os 6 m
durante as marés vivas na baía de Sofala, devido à grande extensão da plataforma
continental (Muchangos, 1999).
18

Figura 2. Imagem de satélite ilustrando o Canal de Moçambique, entre Moçambique e


Madagáscar. Fonte: Google Earth.

1.3. AS CARACTERÍSTICAS DA ORLA MARÍTIMA MOÇAMBICANA (Os principais acidentes


da costa de Moçambique)

Moçambique apresenta uma costa com recortes, ora com saliências (pontas e cabos) ora
com reentrâncias (baías), praia, areias, associadas com mangais dunas, calcários, rocha,
etc.

Os principais acidentes da costa são: cabos, pontas, baías, ilhas e arquipélagos.


Moçambique tem uma linha da costa de 2515 km desde a foz do rio Rovuma até Ponta
de Ouro.

1.3.2 Cabos

Cabo é um acidente geográfico formado por uma massa de terra que se estende por
um oceano ou mar que lhe está adjacente. Os principais cabos de Moçambique são:
Província de Cabo Delgado
 Cabo Sualfo
 Cabo Paquete
Província de Nampula
19

 Cabo Culumulomo
Província de Inhambane
 Cabo das Correntes
 Cabos São Sebastião
 Cabo Bazaruto
Província de Maputo
 Cabo de Inhaca
 Cabo de Santa Maria

1.3.3 Pontas
Província de Cabo Delgado
 Ponta Maunhane
 Ponta de Diabo
Província de Nampula
 Ponta Nangate
 Ponta Serissa
 Ponta Olinga
 Ponta Bajone
 Ponta Tangalane
 Ponta Macovane

Província de Inhambane
 Ponta da Barra
 Ponta Závora
Província de Maputo
 Ponta do Ouro

1.3.4 Baias
Baía é a menor entrada do mar na costa com uma extensão considerável.

As principais baías de Moçambique são:

Província de Cabo Delgado


 Baia de Pemba
 Baia de Quissanga
 Baia de Lúrio
 Baia Palma
 Baia de Mocímboa da Praia
Província de Nampula
 Baía de Angoche
 Baía de Mossuril
 Baía de Candúcia
 Baía de Nacala
20

 Baía de Memba
Província de Zambézia
 Baía de Quelimane
Província de Sofala
 Baía de Sofala
 Baía de Nhandoze
Província de Inhambane
 Baía de Inhambane
Província de Maputo
 Baía de Maputo

1.3.5 Ilhas e arquipélagos

Uma Ilha é uma porção de terra que se localiza circundada por água em todos os seus
lados. Ao passo que, península é uma porção de terra semelhante a uma ilha mas que se
liga ao continente por um de seus lados. As principais ilhas do territorio Moçambicano
são:

Província de Cabo Delgado

Temos arquipélagos das Quirribas constituído por 16 ilhas nomeadamenteː

 Ibo (a maior)
 Tecomagi
 Queramimbi
 Vamazi
 Metundo
 Quifuqui
 Tambuzi
 Quirimba
 Mefunco
 Quissiro
 Niuni
 Quero
 Midjumbi
 Necaloi
 Matemo

Província de Nampula
 Ilha de Moçambique
 Ilha de Angoche ou ilha Segunda

Província da Zambézia
 Ilha Primeira (ilha do Fogo, Silva e Coroa)
21

Província de Sofala
 Ilha de Chiloane
Província de Inhambane
 Arquipélago de Bazaruto composta por 3 ilhas
 Ilha de Bazaruto, Santa Carolina e Megarugue.

Província de Maputo

 Ilha de Xefina (Grande, Média e Pequena) e ilha dos Elefantes

1.3.6 Praias

Em Moçambique, as praias têm sofrido, ao longo do tempo, uma certa pressão natural e
humana que vem perigando a sua existência e dos organismos que nela habitam. Elas
ocorrem em toda a zona costeira do país (Honguane, 2007). Em Moçambique distinguem-
se os seguintes tipos de praias:
Arenosa, composta sobretudo por areia, são desprovidas de vegetação e a fauna é
também escasso devido a acções antropológicas que estão expostas. A costa Sul do País
(de Bazaruto até a Ponta de Ouro) é composta sobretudo por praias arenosas.
Lodosa, composta sobretudo por lodo, tornando-a mais estável que as praias arenosas.
O lodo fornece substrato para fixação de inúmeros animais como conchas, amêijoas,
caranguejos, camarão e peixes. A costa central do País, entre Angoche e Ilha de Bazaruto,
com cerca de 900 Km, é composta por praias, pântanos e estuários (as praias entre
Pebane e a foz do Zambeze são de areia preta).
Rochosa, composta sobretudo por rochas, estas têm sido afectadas pelo movimento das
areias, devido aos factores naturais e a erosão das dunas, resultando numa acumulação
de areia na praia rochosa, também têm sido afectadas pela remoção das pedras e
destruição de outras para uso na construção de casas, o que periga a estabilidade da
costa.
A parte Norte da costa moçambicana, do rio Rovuma até ao Arquipélago formado das
Ilhas Primeiras e Segundas (província de Nampula), cobrindo cerca de 700 Km, é
composta essencialmente por corais.

1.4 Ecossistemas Costeiros e as Espécies Ameaçadas


Um ecossistema é composto por um meio abiótico ou não vivo (factores climáticos,
edáficos, químicos), cada um integrado por uma série de subfactores – temperatura,
humidade, ciclo do nitrogênio, do carbono, estrutura do solo, etc; e um meio biótico ou
vivo (plantas e animais). O ecossitema é um sistema aberto (FERRETTI: 2010).

E os ecossistemas costeiros do território moçambicano são: os recifes de coral, os


mangais, praias e os tapetes de ervas. Estes ecossistemas são responsáveis pela produção
22

de fitoplâncton, peixe, moluscos, crustáceos. Estes ecossistemas são extremamente


produtivos e para além do que produzem, transformam matéria orgânica que acabam
sendo transferida para os outros ecossistemas, as espécies marinhas são: tartarugas
marinhas e mamíferos marinhos.
Os mangais e os recifes de corais protegem a zona costeira da erosão, funcionado como
filtro das águas.

1.4.1 Recifes de Corais


Os recifes de corais são conjuntos de diminutos animais que formam colónias em zona de
águas muito limpas e pouco produtivas, formando verdadeiras cidades submersas que se
tornam o centro de atracção de milhares de espécies vivas.
As comunidades de corais mais abundantes e duros são: Acropora, montipora e porites,
e os mais leves são: Sinularia, Lobophytum.
Foram já identificadas cerca de 800 espécies de peixes de recife e que a área ocupada
pelos recifes no nosso país, varia entre 1290 – 2500 Km2.
Os recifes de corais constituem formações de reconhecida atracções turística. Constituem
um ecossitema importante no que respeita a biodiversidade. Estima – se que cerca de
60% do pescado artesanal no nosso território têm como base os recifes de corais, bem
representado na região Norte do País.

1.4.2 Os Mangais
Constituem este ecossistema formações com enorme riqueza, tendo um papel
importante na regulação do meio ambiente e o alto valor económico. São dos ambientes
mais específicos e importantes que existem.
O mangal é um ecossistema que tem a função de limpeza da água que é drenada da terra
para o mar (até uma determinada capacidade filtra elementos como toxinas, químicos,
hidrocarbonetos, etc.).
Os mangais são importantes na prevenção da erosão da costa e das margens dos rios, na
redução das cheias e na reprodução das espécies marinhas, como é o caso do camarão.
Também constituem fontes de medicamentos, material de construção, alimento,
combustível lenhoso, etc.
Em Moçambique, constitui uma das formações vegetais mais abundantes, abrangendo
uma área de cerca de 450 mil hectares, encontrando – se com maior relevância nas
províncias de Nampula, Zambézia e Sofala. Cerca de 10 espécies de mangal ocorrem em
Moçambique, destecando – se como principais espécies do mangal, as seguintes: mangal
branco (Alvicennia marina), mangal vermelho (rhizophora mucronata) e mangal negro
(bruguiera gymnorrhisa).

1.4.3 Tapetes de Ervas


As ervas marinhas são únicos grupos de plantas florescentes subaquáticas no ambiente
marinho. Elas desenvolvem – se em habitats costeiros de pouca profundidade. Tal como
as ervas terrestres das quais são originárias, as ervas marinhas possuem ramos rectos
com folhas e raizes.
23

Este ecossitema tem múltiplas funções, a saber: serve de habitats e alimentos para muitas
espécies marinhas, produzem sedimentos e integram com recifes de corais e mangais na
redução das forças das ondas e regula o fluxo da água.

1.4.4 Praias
As praias são bercário de muitas espécies de peixe, crustáceos e moluscos. O território
moçambicano é rico em praias ao longo dos seus 2700 km de costa. A zona Norte do País
(Rovuma a Angoche), é caracterizada por possuir prais rochosas, estas são formadas por
rochas que constituem locais de abrigo para muitas espécies marinhos, não obstante na
estabilização da costa.
A região Centro do País possui praias lodosas, formadas por lodo tornando – as mais
estáveis que as praias arenosas. Enquanto na Região Sul as praias são arenosas com dunas
muito altas e cobertas de vegetação bastante frágil.

1.4.5 As Espécies Marinhas Ameaçadas


1.4.5.1 Tartarugas Marinhas
Existem 8 espécies de tartarugas marinhas no Mundo. Das 5 que ocorrem no Oceano
Índico, todas existem nas praias moçambicanas, a saber: Tartaruga verde (Chelonia
mydas), tartaruga de bico (Eretmochelys Imbricata), tartaruga olivácea (lepidochelys
olivacea), tartaruga coriácea (dermochelys coriacea) e a tartaruga cabeçuda (caretta
caretta). As populações das 3 primeiras espécies estão concentradas a Norte do Rio Save
e as Restantes 2 a Sul do Rio Save.
Por serem espécies migratórias e se encontrarem ameaçadas mundialmente, a protecção
e utilização de tartarugas marinhas é regulada por leis e acordos internacionais, como é
o caso da Convenção Internacional para o Comércio de Espécies (CITES).

1.4.5.2 Mamíferos Marinhos


Na costa moçambicana foram já identificadas 18 espécies de mamíferos (incluindo
baleias, golfinhos e dugongo), das quais 6 são comuns nos ecossistemas litorais em
Moçambique. Das três destas são espécies de baleias migratórias que procriam nas águas
litorais: a baleia minke (balaenoptera acutorostrata), baleia jubarta (balaenoptera
novaeanglliae) e a baleia franca do Sul (eubalema australis) e duas são espécies de
golfinhos: o golfinho focinho de garrafa (tursiops truncatus) e golfinho corcunda (sousa
chinensis), que ocorrem durante todo o ano.
A sexta espécie é o dugongo (dugon dugon), que é também residente e alimenta – se de
ervas marinhas. Uma população de dugongos, estimada em cerca de 130 das populações
ocorre no Arquipélago do Bazaruto. Esta é provalvemente a última população viável de
dugongos na África Oriental. Estas últimas espécies estão intimamente associadas aos
habitantes marítimos costeiros: estuários, corais, tapetes de ervas marinhas e mangais. A
degradação destes habitats afecta consequentemente a conservação dos mamíferos
marinhos.
Os ecossistemas costeiros do território moçambicano são: os recifes de coral, os mangais,
praias e os tapetes de ervas. Estes ecossistemas são responsáveis pela produção de
24

fitoplâncton, peixe, moluscos, crustáceos. São extremamente produtivos e para além do


que produzem, transformam matéria orgânica que acabam sendo transferida para os
outros ecossistemas.
As espécies marinhas são: Tartarugas Marinhas e Mamíferos Marinhos (espécies de
Baleias, Golfinhos e Dugongo). Dada a acção antropogénica sobre a população das
espécies marinhas têm vindo a diminuir em termos numéricos em várias regiões da costa
moçambicana. Devido a esta redução todas as espécies são consideradas em perigo de
extinção e são protegidas.

1.5 Dimensões de Moçambique


A extensa costa leste é banhada pelo Oceano Índico que, através do Canal de
Moçambique (Figura 2), a separa da Ilha de Madagáscar. Tem uma área total de 799.380
Km2 (INE 2008). Esta área corresponde a cerca de 2,6% da superfície do continente
africano que é de aproximadamente 30 milhões de km2
O país está dividido em 11 províncias: Niassa, Cabo Delgado, Nampula (a norte),
Zambézia, Tete, Manica, Sofala (ao centro), Inhambane, Gaza, Maputo e Maputo cidade
(ao sul).
O comprimento máximo, medido em linha recta desde a foz do rio Rovuma no Norte, até
ao rio Maputo ao Sul, é aproximadamente 1.800 km; linha da costa, por seu lado, estima-
se em cerca de 2.515 km de comprimento.
A largura máxima, medida desde a Ponta Janga, na península de Mossuril a Este, até a
intercepção do paralelo de 15º com o rio Aruângua a Oeste, é estimada em 963 km.
A largura mínima de 47,5 km regista-se entre o farol da Catembe a Este e o marco
Sivayana a Oeste.
A altitude máxima de 2.436 m no monte Binga, na cadeia do Chimanimani em Manica é
inferior cerca de três vezes e meia em relação ao ponto mais elevado do Globo, no Monte
Everest (8.840 m) e duas vezes e meia relativamente ao Pico Uhuru (5.895 m), mais
elevado de África.
A maior profundidade continental regista-se no Lago Niassa e é de 706 m abaixo do nível
médio das águas do mar. No Canal de Moçambique a maior profundidade regista-se a
sudeste de Maputo na Fractura de Moçambique com cerca de 5.000 m ou seja menos da
metade da maior profundidade oceânica Mindanau (11.033 m).

Sumário

Nesta unidade temática tratamos sobre a localizaçao geografica de Moçambique e costa


moçambicana. Ao longo dos cerca de 2.500 km de costa existem numerosas ilhas sendo de
destacar o arquipélago das Quirimbas, na província de Cabo Delgado, a Ilha de
Moçambique e as ilhas de Goa e Sena na província de Nampula, o arquipélago de Bazaruto
em Inhambane, as ilhas de Inhaca, Elefantes e Xefina na província de Maputo são as mais
importante em termos turísticos.
25

UNIDADE Temática 1.2. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das Unidades deste


Tema.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Em termos cosmico, Moçambique localiza-se entre os paralelos X de latitude Sul e entre


os meridianos, Y de latitude Este. Os termos X e Y representa respectivamente:
A. 10˚27´ e 26˚52’ S e 30˚12’ e 40˚51’ E
B. 10˚27´ e 26˚52’ E e 30˚12’ e 40˚51’ S
C. 15˚27´ e 26˚52’ S e 30˚12’ e 40˚51’ E
D. 10˚27´ e 26˚52’ E e 31˚12’ e 40˚51’ S
2. Moçambique localiza-se geograficamente no continente africano a sul do equador,
banhado pelo oceano Índico, este pais se encontra na região da:
A. África Central
B. África Austral
C. África Oriental
D. Todas opcões estão erradas

3. Moçambique tem uma superfície total de 799380 km2 dos quais 1300Km2 são ocupados
por águas interiores e as restantes 786380Km2 por terra firme. A menor largura é de:

A. 74,5Km
B. 47,5Km2
C. 47,5 km
D. 74.5 Km2
4. A maior largura de Moçambique é de 963,5 km à partir de Y até ao marco da fronteira
I, situado na confluência do rio Zambézia na província de Tete em Zumbo. A lentra Y
representa:
A. Ilha de Moçambique
B. Baia de Angoche
C. Baixa de Memba
D. península de Mossuril

5. A fronteira que separa Moçambique e Madagascar chama-se:


A. canal de Moçambique
B. Alto Farol da Catembe
C. Península de Mossuril
D. Todas opções estao correctas

Chaves de Respostas: 1-A, 2-B, 3-C, 4-D, 5-A


26

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. Moçambique apresenta uma costa com recortes, ora com saliências ora com
reentrâncias. A província possui mais ilhas é a de:

A. Niassa
B. Nampula
C. Sofala
D. Cabo Delgado

2. Moçambique apresenta uma costa com recortes, como são os casos de ilhas e baias.
Qual das províncias costeiras do nosso país não possui ilhas?
A. Cabo Delgado
B. Nampula
C. Gaza
D. Sofala

3. A extensa da costa leste é banhada pelo Oceano Índico que, através do Canal de
Moçambique a separa da Ilha de Madagáscar. As províncias Moçambicanas que não são
banhado pelo oceano índico são:
A. Niassa e Nampula e Manica
B. Niassa, Tete e Manica
C. Sofala, Gaza e Tete
D. Cabo Delgado e Sofala e Gaza

4. Moçambique está dividido em 3 regiões Norte, Centro e Sul e, é composta no tatal por
11 províncias. Fazem parte da Região centro as seguintes províncias:
A. Zambézia, Tete, Manica, Sofala
B. Sofala, Tete e Manica
C. Sofala, Zambeze e Tete
D. Manica, Tete, Sofala e Imhambane

5. A maior profundidade continental regista-se no lago X e é de 706m abaixo do nível


médio das águas do mar. No esquema da letra X representa o lago:
A. Maniamba-Amaramba
B. Quissico
C. Chiúta
D. Niassa

Chaves de Respostas: 1-D, 2-C, 3-B, 4-A, 5-D


27

EXERCÍCIOS INTEGRADOS NO TEMA.

1. No Canal de Moçambique a maior profundidade regista-se a sudeste de Maputo na


Fractura de Moçambique com cerca de:
A, 500m
B. 700m
C. 5.000m
D. 7000m

2. São desprovidas de vegetação e a fauna é também escasso devido a acções antropológicas


que estão expostas, esses atributos são de praias:

A. Arenosa
B. Argilosa
C. Lodosa
D. Rochosa

3. Esse tipo de praia são mais estável e fornece substrato para fixação de inúmeros animais
como conchas, amêijoas, caranguejos, camarão e peixes, etc. esta-se tratando de praias:
A. Arenosa
B. Argilosa
C. Lodosa
D. Rochosa

4. Estas praias têm sido afectadas pelo movimento das areias, devido aos factores naturais e a
erosão das dunas, resultando numa acumulação de areia, também têm sido afectadas pela
remoção das pedras e destruição de outras para uso na construção de casas, o que deixa instavel
a costa. As caracteristicas aqui apontadas fazem parte de praias:
A. Arenosa
B. Rochosa
C. Lodosa
D. Argilosa

5. Ilhas é uma porção de terra emersa rodeada de água, nos oceanos, mares e lagos. Na
região Sul as ilhas mais importantes para visita dos turistas são:
A. Bazaruto, Goa e Inhaca
B. Bazaruto, xefina e Sena
C. Quirimbas, xefina e Inhaca
D. Bazaruto, xefina e Inhaca
28

6. Conceito de Baias. As duas provincias com maior nr de baias em Moçambique são:


A. Cabo Delgado e Nampula
B. Cabo Delgado e Niassa
C. Zambezia e Nampula
D. Nampula e Inhambane

7. Ponta Závora esta localizada na provincia de:


A. Cabo Delgado
B. Inhambane
C. Zambezia
D. Nampula

8. Cabo é um acidente geográfico formado por uma massa de terra que se estende por
um oceano ou mar que lhe está adjacente. Os Paquete, Bazaruto e Santa Maria encontra-
se respectivamente nas provincias de:
A. Gaza- Maputo e Inhambane
B. Zambezia – Inhambane e Nampula
C. Cabo Delgado – Inhambane e Maputo
D. Nampula – Sofala e Gaza

9. A extensa da costa leste é banhada pelo Oceano Índico que, através do Canal de
Moçambique a separa da Ilha de Madagáscar. As províncias Moçambicanas que não são
banhado pelo oceano índico são:
A. Niassa e Nampula e Manica
B. Cabo Delgado e Sofala e Gaza
C. Sofala, Gaza e Tete
D. Tete, Manica e Niassa,

10. O que são fusos horários:


A. É a distância entre um paralelo e outro.
B. É a distância entre um meridiano e um paralelo.
C. É a distância de espaço compreendido entre meridianos que distam a 20º.
D. É o espaço compreendido entre dois meridianos que distam a 15º.

11. Na totalidade quantos fusos têm a terra:


A. 12 Fusos. B. 24 Fusos. C. 36 Fusos. D. 18 Fusos.

12. Em que fuso se localiza Moçambique:


A. Localiza-se no fuso 2. C. Localiza-se no fuso 3.
B. Localiza-se no fuso 1. D. Localiza-se entre o fuso 2 e 3.
29

13. Qual é o ponto de referência para indicar um fuso:


A. Equador. C. Meridiano de Greenwich.
B. Longitude. D. Polos Norte e Sul

14. Quando foi estabelecido o sistema de tempo padrão:


A. 1884. B. 1880. C. 1890. D. 1885.

15. Qual é a distância de um fuso ao outro:

A. 10º B. 15º C. 20º. D. 25º.

Chaves de Respostas: 1-C, 2-A, 3-C, 4- B, 5-D, 6-A, 7-B, 8-C, 9-D, 10-D, 11-B, 12-A, 13-C, 14-A,
15-B.
30

TEMA – II: ESTRUTURA GEOLÓGICA E MINERAIS DE MOÇAMBIQUE

Introdução
A geologia moçambicana é caracterizada por depósitos sedimentários do Pré-
câmbrico, que ocupam duas bacias principais: a bacia austral que corresponde a zona
centro e sul de Moçambique, e a bacia do Rovuma que ocupa a zona costeira da
Província de Cabo Delgado, tornando-se mais larga na direção norte, desde o rio Lúrio
até ao rio Rovuma, na Província de Cabo Delgado. Esta bacia é constituído por
depósitos sedimentares do mesa-Cenozoico, com idade entre Cretáceos e Meia
plioceno (Kairu and Nyandwi, 1997 citado em Honguane 2007).
A morfologia do litoral é caracterizada por áreas baixas, com altitude que vai até cerca
de 200m acima do Nível Médio do Mar. A linha da costa é caracterizada por extensões
intermitentes de praias arenosas, dunas recentes e lagoas e baias costeiras, na zona
sul; por extensa e densa vegetação e pântanos de mangal, no centro; por recifes de
coral, praias rochosas e ilhas no norte de Moçambique.

UNIDADE Temática 2.1. Estrutura geológica de Moçambique, grandes eras


geológicas, suas subdivisões e localização
UNIDADE Temática 2.2. Principais rochas e suas áreas de ocorrência

UNIDADE Temática 2.3. Principais minerais e suas áreas de ocorrência


UNIDADE Temática 2.4. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema

UNIDADE Temática 2.1. Estrutura geológica de Moçambique, grandes


eras geológicas, suas subdivisões e localização

Introdução

Moçambique é caracterizado pela ocorrência de uma grande diversidade geológica


(geodiversidade), da qual fazem parte locais geológicos com carácter excepcional do
ponto de vista científico, didáctico, turístico Gonçalves (2008) e Cumbe (2007). Devido
à cada vez maior procura de recursos naturais para serem utilizados como matéria-
prima, relacionada com o crescente desenvolvimento económico mundial, a
integridade da geodiversidade está cada vez mais ameaçada a existência.
A geologia de Moçambique é caracterizada pela ocorrência de um soco cristalino com
idade arcaica-câmbrica e por rochas com idade fanerozoica.
O soco cristalino é constituído por paragnaisses supra-crustais metamorfizados,
granulitos e migmatitos, ortognaisses e rochas ígneas (GTK Consortium, 2006).
31

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer a estrutura geológica de Moçambique;


 Descrever as grandes eras geológicas de Moçambique e suas
subdivisões e localização;
Objectivos
 Conhecer a localização geográfica da estrutura geológicas.
específicos

2.1 Estrutura geológica de Moçambique, grandes eras geológicas, suas subdivisões e


localização

A estrutura actual da geologia de Moçambique resultou da conjugação entre os


processos e fenómenos endógenos (magmatismo, metamorfismo, tectonismo e
vulcanismo) e de pressões Exógenos como (meteorização e a segmentação) tendo-se
seguido uma serie de deformações e consequentemente consolidação da crusta
terrestre.
Em Moçambique, de ponto de vista geológica temos duas grandes unidades
geológicas: O Pré-câmbrico e o fanerozoico.
O pré-câmbrico é uma unidade constituída por rochas mais antigas formadas a mais
de 600 milhões de anos. Esta formação ocupa uma superfície de 534000km 2 ou seja
ocupa 2/3 do território nacional.

2.1.1 Localização geográfica das estruturas Geológicas

Pré-câmbrico – é uma unidade geológica constituída por rochas mais antigas formadas
há mais de 600 milhões de anos. Esta formação ocupa uma superfície de 534 000 km2 ,
equivalente a 2/3 do território nacional, apresentando sua maior expressão nas
regiões Centro e Norte de Moçambique.

Em Moçambique o Pré-câmbrico divide-se em duas subunidades: Pré-Câmbrico


inferior ou arcaico (representado pelo cratão rodesiano) e Pré-câmbrico superior ou
Cinturão de Moçambique (Mozambique Belt).

Pré-câmbrico inferior ou arcaico representado pelo cratão rodesiano.


O Pré-câmbrico inferior localiza-se no sistema de Manica e tem uma idade de mais de
600 Milhões de anos, e é constituído pelas formações de Macequece, M’beza e Vengo.
As rochas do Pré-câmbrico inferior são construídas por rochas metamórficas de origem
magmáticas e sedimentares. O sistema de Manica prolonga-se para o interior de
Zimbabwe onde forma cinturão de ouro em Mutare e Odzi.
32

Pré-câmbrico superior – conhecida por cinturão de Moçambique (Mozambique


Belt). São rochas que datam 500 milhões de anos e divide-se em 3 províncias
geológicas: província de Moçambique, província de Niassa e província de Médio-
Zambeze (Vasconcelos 2014).

Fanerozoico

É constituído essencialmente por rochas sedimentares que se formaram entre 300 e


700 milhões de anos. Essas rochas incluem também as formações eruptivas
(magmáticas) como basaltos e riólitos e se podem encontrar junto a fronteira de
Namaacha.

O Fanerozoico ocupa quase na totalidade as províncias de Inhambane, Gaza e Maputo


e vai se estreitando para o norte até ao curso do rio Rovuma ocupando 1/3 do território
nacional. Fazem parte do fanerozoico as seguintes formações (ver a fig. 3 a seguir):

Karroo – localiza-se nas províncias de Cabo Delgado, Niassa, Tete, Manica e Sofala. Os
segmentos de Karroo são caracterizados pela sua origem continental e estão
depositados nas falhas, sobretudo nas províncias de Manica e Tete. Em Moçambique
o karroo tem 3 divisões: indiferenciado, inferior e superior. Possui enormes jazigos de
carvão, germano, perlites, ágatas e bentonites (Paulino et al., 2010).

Jurássico – localiza-se nas províncias de Tete, Nampula e Cabo Delgado, onde forma
enormes bacias carboníferas, dividindo-se em quatro andares: o Dwyka, Ecca, Beanfort
e Stromberg. Estas são ricas em grés calcário e conglomerados.

Cretácico – localiza-se a sudeste da província de Tete em Lupata e é constituído por


rochas sedimentares, com maior enfase para os granitos, sienito, carbonatite e
traquito, que são utilizados na produção do alumínio.

Terciário e quaternário: estas duas formações têm características litológicas


semelhantes. As rochas quaternárias resultam da decomposição e destruição das
rochas do terciário (Vasconcelos & Jamal, 2010). Estas duas rochas dominam o sul do
rio Save quase na totalidade., bem como o litoral de Moçambique. São constituídas
por calcários. Também são compostos de dunas litorais, calcário, lacustres, aluviões,
grés e conglomerados (ver a fig. 3).
33

Figura 3. As grandes divisões geológicas de Moçambique (GTK Consortium, 2006).


34

Sumário

Nesta unidade temática tratamos sobre a estrutura geológicas, as grandes eras geológicas e
suas localizações em território moçambicano, abordamos de igual modo as formações das
grandes eras geológicas e finalmente apresentamos a distribuição de acordo com o sistema do
Rift que atravessa o país.

UNIDADE Temática 2.1. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. A estrutura da geologia de Moçambique resultou da conjugação entre os


processos e fenómenos endógenos, esses fenómenos são:
A. Magmatismo e vulcanismo
B. Meteorização e segmentação
C. Meteorização e vulcanismo
D. Todas opções estão correctas
2. A estrutura da geologia de Moçambique resultou da conjugação entre os
processos e fenómenos exogenoss, esses fenómenos são:
A. Magmatismo e vulcanismo
B. Meteorização e segmentação
C. Meteorização e vulcanismo
D. Todas opções estão correctas

3. Em Moçambique, de ponto de vista geológica temos duas unidades


geológicas:
A. Pré-câmbrico e o paleolítico.
B. paleolítico e o fanerozoico.
C. Pré-câmbrico e o fanerozoico.
D. Pré-câmbrico e o Mozambique Belt.

4. Fanerozoico é constituído essencialmente por rochas sedimentares que se


formaram entre 300 e 700 milhões de anos. Em termos de localização essas
rochas se encontram totalmente nas Províncias de:
A. Niassa, Gaza e Maputo
B. Inhambane, Tete e Maputo
C. Inhambane, Gaza e Zambézia
D. Inhambane, Gaza e Maputo
5. Jurássico localiza-se nas províncias de Tete, Nampula e Cabo Delgado, onde
forma enormes bacias carboníferas (V).
Chaves de Respostas: 1-A, 2-B, 3-C, 4-D, 5-V
35

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. No contexto das grandes eras geológicas e suas localizações em território moçambicano, o


cenozoico faz parte de:
A. quaternário e Jurássico
B. Jurássico e terciário
C. secundário e terciário
D. quaternário e terciário

2. O sistema pré – câmbrico sai de Manica prolonga-se para o interior de Zimbabwe


onde forma cinturão de ouro em Mutare e Odzi. O paleozoico comporta as seguintes
divisões:
A. quaternário e Jurássico
B. Jurássico e terciário
C. Câmbrico e karoo
D. quaternário e terciário

3. Das afirmações que se seguem, marque com “V” as verdeiras “F” as falsas.
3.1. Cretácico localiza-se a sudeste da província de Tete em Lupata e é constituído por
rochas sedimentares.
3.2. As rochas quaternárias resultam da decomposição e destruição das rochas do
Primárias.

5. Faça correspondências da coluna A para coluna B. sobre rocha e sua localização.

A B
Cretácico Província de Tete
Karroo Províncias de Cabo Delgado, Niassa,
Tete, Manica e Sofala
Jurássico Províncias de Tete, Nampula e Cabo
Delgado
Chaves de Respostas: 1-D, 2-C, 3-V, 4-F, 5-Linear

UNIDADE Temática 2.2. Principais rochas e suas áreas de ocorrência

Introdução

Moçambique é um país de grande extensão geográfica (799.380 Km2) e com uma


ampla diversidade geológica, onde estão representadas rochas sedimentares,
magmáticas, metamórficas, e uma larga diversidade de minerais e fósseis. A grande
extensão territorial e a imensa geodiversidade, associada a diversos processos
geológicos, faz com que em Moçambique ocorram vários sítios geológicos
36

excepcionais, do ponto de vista científico, didáctico, cultural, turístico ou outro


(Cumbe 2007).
As rochas do Karoo em Moçambique ocorrem em várias estruturas de rifte do tipo
graben. Estas constituem (de norte a sul) o Graben de Metangula (Província de Niassa),
a Bacia do Rovuma (Província de Cabo Delgado) e o Graben do Médio Zambeze
(Província de Tete).
A zona centro de Moçambique também é caracterizada pela ocorrência de
carbonatitos, rochas alcalinas e metassomáticas associadas, particularmente próximo
do vizinho Malawi, representadas pelas chaminés vulcânicas carbonatíticas do Monte
Salambídua, Monte Lupata, Monte Muambe, Monte Chandava, Monte Cangombe,
Cone Negose, entre outros.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


 Conhecer as principais rochas e sua ocorrência em Moçambique;
 Classificar as principais rochas de Moçambique.

Objectivos  Conhecer a distribuição regional das principais rochas de


Moçambique.
específicos

2.2. Principais rochas e suas áreas de ocorrência


Em Moçambique ocorrem várias matérias-primas contendo alumínio (laterites,
bauxite e sienito nefelínico). O bauxite ocorre no monte da Serra de Moriangane, Serra
Vumba, na área de Chimanimani-Rotanda, Serra Suira (Zuira) e próximo de Catandica
na Província de Manica.
Na província da Zambézia ocorrem várias intrusões de sienito nefelínico, tais como por
exemplo o monte Maúzo, Cargo, Serra Tundo, monte Derre, etc. A mais importante e
mais conhecida ocorrência de bauxite localiza-se no monte Maúzo, a cerca de 46 km
de Milange. O depósito do monte Maúzo é constituído por sienito nefelínico com
aegirina-augite, e é intersectado por diques fonolíticos porfiréticos (Lächelt, 2004).
2.2.1 Bentonite
A bentonite ocorre em Moçambique como produto de meteorização de riólitos e tufos
riolíticos. Os depósitos e ocorrências mais conhecidas e investigadas ocorrem nos
Pequenos Libombos, especialmente em Boane, a cerca de 35 km a sudoeste de
Maputo (Afonso & Marques, 1998; Lächelt, 2004).

2.2.2 Mármore
O mármore ocorre em todas as unidades do Proterozóico de Moçambique. Os
depósitos de mármore mais estudados são os de Montepuez e Netia. Outras
ocorrências de mármore existem em Metolola próximo de Morrumbala-Chire
(província da Zambézia), Matema ao longo do rio Zambeze (província de Tete) e em
Malula a 50 km a norte de Lichinga (província de Niassa). São também de assinalar as
ocorrências de Mazeze, Mesa e Negomano (província de Cabo Delgado), as de
Massanga, Mungári e Madzuire (província de Manica), e as de Chire-Morrumbala
(província da Zambézia) (Afonso & Marques, 1998).
37

2.2.3 Granitos vermelhos e castanhos


Os granitos vermelhos são rochas granulares (granitos e sienitos) de cor vermelha ou
rósea, devido à coloração do feldspato potássico. Os granitos vermelhos ocorrem no
monte Tchonde em Meponda, (província de Niassa).
No monte Morrumbala, a oeste da província da Zambézia, ocorrem granitos vermelhos
de grão médio, sienitos alcalinos e sienitos alcalinos vermelhos. Granitos castanhos
ocorrem em várias províncias, mas principalmente na província de Tete, a norte de
Fíngoè. Estas rochas são de grão médio a grosseira e de cor castanha (Lächelt, 2004).

2.2.4 Granitos negros


São dioritos e gabros de grão fino a médio, de cor cinzenta, cinzenta - escura a verdes
conhecidos em Moçambique por “granitos negros”. Ocorrem frequentemente no soco
Proterozóico em Gôndola (província de Manica), em Memba (província de Nampula) e
em Buzimuana, província de Tete (Lächelt, 2004. Fig. 4).

2.2.5 Anortosito
Estas rochas ocorrem na província de Tete ao longo da linha-férrea que liga Necungas
à Beira (no distrito de Moatize), em Sicarabo e Chipera (Afonso & Marques, 1998). Fig.
14).

2.2.6 Labradorito
O labradorito pode ser encontrado em vários locais dentro da Suite de Tete (antigo
Complexo Gabro-Anortosítico de Tete). Grandes cristais de labradorite ocorrem a
cerca de 20 km a leste de Moatize (Lächelt, 2004; GTK Consortium, 2006).
38

Figura 4. Distribuição regional das rochas em Moçambique (adaptado de Lächelt,


2004).
39

2.2.7 Calcário
Em Moçambique, o calcário tem sido explorado como matéria-prima para a indústria
de construção (produção de cimentos). Cerca de metade dos calcários e calcários
dolomíticos são do Cretácico e Quaternário. Segundo Cílek (1989), nas Formações de
Cheringoma (Eocénico) e de Jofane (Miocénico), a sul de Moçambique, ocorrem
calcários puros. Os depósitos da área de Chire e de Canxixe - Maringué são
reconhecidos como contendo calcários puros de qualidade elevada (Lächelt, 2004).
Em termos genéticos, em Moçambique o calcário ocorre em Bacias sedimentares
meso-cenozóicas (Lächelt, 2004):
 Salamanga, Sábiè e Magude, na província de Maputo;
 Mapulanguene e Massingir, na província de Gaza;
 Inharrime, Morrumbene-Homoíne, Jofane e Vilankulo, na província de
Inhambane;
 Rio Save, nas províncias de Inhambane, Sofala e Manica;
 Búzi e Cheringoma, na província de Sofala;
 Nacala, na província de Nampula;
 Pemba e Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado.

Sumário

Nesta unidade temática abordamos sobre as principais rochas e sua ocorrência em


Moçambique. Trouxemos alguns exemplos de rochas importantes e seu valor a nível
económico e cultural. Apresentamos a distribuição regional das principais rochas que ocorrem
e noutros casos referenciamos a sua utilidade a nível nacional.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Ocorre em Moçambique como produto de meteorização de riólitos e tufos


riolíticos. Os depósitos e ocorrências mais conhecidas ocorrem nos Pequenos
Libombos (Boane). O tipo de rocha que se trata é:

A. Bentonite
B. Mármore
C. Anortosito
D. Labradorito

2. Este tipo de rocha corre em todas as unidades do Proterozóico de Moçambique.


Sua ocorrência são Morrumbala-Chire, Matema, Negomano e Madzuire.

A. Bentonite
B. Mármore
C. Anortosito
D. Labradorito
40

3. Estas rochas ocorrem na província de Tete ao longo da linha-férrea que liga


Necungas no distrito de Moatize. Trata-se de rocha do tipo:

A. Bentonite
B. Mármore
C. Anortosito
D. Labradorito

4. São dioritos e gabros de grão fino e médio, de cor cinzenta, cinzenta - escura a
verdes. Ocorrem frequentemente no soco Proterozóico em Gôndola, Memba e
Buzimuana. São rochas:

A. Bentonite
B. Mármore
C. Anortosito
D. Granitos negros
5. O bauxite ocorre no monte da Serra de Moriangane, Serra Vumba, na área de
Chimanimani-Rotanda, Serra Suira e Catandica.

Chaves de Respostas: 1-A, 2-B, 3-C, 4-D, 5-V

Exercícios de AVALIAÇÃO
1. Em Moçambique, o calcário tem sido explorado como matéria-prima para a
indústria extrativa.
2. O calcário na província de Nampula ocorre no distrito de:
A. Ancgoche
B. Memba
C. Nacala
D. Malema

3. O labradorito pode ser encontrado em vários locais dentro da Suite do antigo


Complexo Gabro-Anortosítico localizada na província de:
A. Tete
B. Manica
C. Nampula
D. Maputo
4. A mais importante e mais conhecida ocorrência de bauxite localiza-se no monte
Maúzo, em Milange.
5. Moçambique é um país de grande extensão geográfica e com uma ampla
diversidade geológica, onde estão representadas rochas sedimentares,
41

magmáticas, metamórficas, e uma larga diversidade de Rochas de origem


Moçambicana.
Chaves de Respostas: 1-F, 2-C, 3-A, 4- V, 5-F

UNIDADE Temática 2.3. Principais minerais e suas áreas de ocorrência

Introdução
Moçambique é caracterizado pela ocorrência de uma grande variedade de minerais e
rochas de vários tipos, com idades que vão desde o Arcaico ao Recente. Algumas das
ocorrências constituem recursos geológicos com interesse económico. Os fósseis
ocorrem em geral na Bacia do Rovuma a norte de Moçambique e, a sul, na Bacia de
Moçambique em rochas sedimentares depositadas durante o desenvolvimento do
Sistema do Rifte da África Oriental.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer as principais rochas de Moçambique e sua


ocorrência;
 Classificar as Rochas de Moçambique.
Objectivos
 Descrever a sua importância na economia de Moçambique.
específicos

3.2. Principais minerais e suas áreas de ocorrência

O nosso país tem uma variedade de minerais que podemos agrupar da seguinte
maneira:

 Minerais energéticos
 Minerais metálicos
 Minerais não metálicos
 Águas minerais-medicinais

Em Moçambique, ocorrem os seguintes tipos de mineralizações de ferro e manganês.


Os Fe-quartzitos das rochas arcaicas de Manica formam jazigos bandeados típicos
(jaspilitos) e são compostos por magnetite, martite e haematite (Lächelt, 2004). Jazigos
bandeados de idade arcaica também ocorrem em Mavita (província de Manica). Nesta
área as ocorrências mais importantes situam-se nas localidades de Tsetserra,
Chepecuto, Mocuba, Xigundo e Mussapa. Os Formações de Ferro Bandeadas (BIFs)
também ocorrem nas províncias de Tete, Nampula, Cabo Delgado e Zambézia. Fe-
quartzitos do Proterozoico ocorrem no Supergrupo de Zâmbuè e Supergrupo de
Fíngoè, na província de Tete.
Jazigos de manganês ocorrem no Grupo de Rushinga, a sudoeste da província de Tete,
na fronteira com o Zimbabwe.
42

Ocorrências de rútilo têm sido exploradas na zona norte de Pemba e o Placers com
baixo teor de Cr2O3 ocorrem em Pebane e Angoche (Lächelt, 2004).
Depósitos de ilmenite e rútilo também ocorrem na zona sul de Moçambique, próximo
de Xai-Xai e Chongoene. O maior depósito de dióxido de titânio do mundo ocorre em
Chibuto, na província de Gaza, sul de Moçambique. Em geral, pode concluir-se que
concentrações de areias pesadas ocorrem ao longo de toda a costa moçambicana. Os
depósitos de areias pesadas mais importantes da zona costeira de Moçambique são os
de Moebase/Mecalonga/Tigen, na província da Zambézia, e de
Congolone/Quinga/Moma, na província de Nampula.
A prata ocorre parcialmente em associação com o ouro nas províncias de Tete e
Manica. Depósitos de ouro também ocorrem nas Províncias de Niassa, Cabo Delgado,
Nampula, Zambézia e Sofala (Lächelt, 2004).

Asbestos
Em Moçambique, depósitos e ocorrências de asbestos crisótilo e antofilite ocorrem em
vários locais (Cílek, 1989; Fig. 5):
 Serra Mangota na Província de Manica;
 Mavita no Grupo de Manica;
 Zona de Fíngoè na Província de Tete;
 Monte Atchiza na Província de Tete;
 Chicôa na Província de Tete próximo à barragem de Cabora Bassa;
 Tsangano na Província de Tete na fronteira com o Malawi;
 Mulevala na Província da Zambézia;
 Mulatala na zona de Nacala na Província de Nampula;
 Pemba-Ancuabe na Província de Cabo Delgado.
As principais jazidas de asbestos são as de Mavita, as da região de Mulevala e as de
Mulatala (Afonso & Marques, 1998).

Berilo
A principal fonte de berilo é o pegmatito do Alto Ligonha, na província da Zambézia
(Cílek, 1989; Afonso & Marques, 1998; Lächelt, 2004). Outras fontes de berilo são
(Cílek, 1989):
 Monapo-Nacala na Província de Nampula;
 Ribauè-Montepuez-Nipepe nas Províncias de Nampula e Niassa;
 Balama-Montepuez-Mueda-rio Rovuma na Província de Cabo Delgado;
 Zumbo-Zâmbuè na Província de Tete.

Grafite
Grafite ou grafita é um mineral cinza escuro, metálico e macio, que ocorre na
natureza em forma de cristais hexagonais com estrutura em camadas. As áreas mais
importantes de ocorrência de grafite são (Lächelt, 2004):
 Zona de Angónia na Província de Tete;
 Estrutura de Monapo na Província de Nampula;
 Zona de Ancuabe na Província de Cabo Delgado;
 Faixa do Lúrio na Província de Cabo Delgado;
 Estrutura de Morrola em Montepuez na Província de Cabo Delgado, etc.
43

Todas estas áreas se situam em zonas de metamorfismo de alto grau de depósitos


metas sedimentares. Na Angónia também podem ser encontradas ocasionalmente
grafites epigenéticas.

Figura 5. Mapa de ocorrência de depósitos de ferro, ferro-titânio e não-ferrosos (Lächelt,


2004).
44

Tabela 1: classificação dos tipos de minerais e sua localização


Recursos Áreas de ocorrência

Minerais Carvão Tete, Manica e Niassa


energéticos
Petróleo Bacias de Rovuma, Zambeze e Save

Gás natural Cabo Delgado e Inhambane

Minerais Ouro Nampula, Manica Tete e Zambézia


metálicos
Ferro Manica e Nampula

Cobre Manica e Tete

Areias pesadas Gaza, Nampula e Zambézia

Minerais não Mármore Cabo delgado (montepuez)


metálicos
Grafite Cabo delgado (Ancuabe ), Tete e
Nampula

Florite

Pedras preciosas e semi- Zambézia, Nampula, Cabo Delgado,


preciosas Niassa e Tete

Alpatite Nampula e Tete

Bentonete Maputo

Bauxite Manica E Zambézia

Calcário Maputo, Sofala e Nampula

Caulina Nampula e Zambézia

Argila Em todo país

Fonte: adaptado pelo autor (2018), a partir de Yager, (2014).


45

Figura 6. Mapa com as principais ocorrências minerais de Moçambique (adaptado em Lächelt,


2004).
46

Sumário
Nesta unidade temática abordamos principais minerais e sua ocorrência. Referimos que
Moçambique é um país muito rico em minério, e a exploração das jazidas de carvão,
ferro e outros metais, pedras preciosas e minerais pesados, está em plena expansão.
Este sector, que tradicionalmente representa a maior parte das exportações do país,
oferece grandes potencialidades de investimento na próxima década.

UNIDADE Temática 2.4. Principais Solos de Moçambique

Introdução
Moçambique com uma enorme diversidade natural, é caracterizado pela ocorrência
de uma grande variedade de solos. O conhecimento dos tipos de solos do nosso país
ajuda nos a compreender as actividades nela desenvolvida e delinear estratégias para
a sua rentabilidade, assim como a sustentabilidade dos mesmos.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer os principais tipos de solos de Moçambique;


 Explicar as características dos solos de Moçambique.
Objectivos
 Descrever a sua importância na economia de Moçambique.
específicos

Em Moçambique existe uma grande variedade de solos que resulta da


combinação de diversos factores, tais como: condições geológicas, climáticas,
entre outras.

2.4.1 Os principais tipos de Solos de Moçambique

No território moçambicano temos solos argilosos vermerlhos e profundos


Solos franco – argiloso – arenoso - avermelhados, Solos franco – argiloso –
acastanhados, evoluidos e fértis, Solos argilosos vermelhos, Solos arenosos de
fertilidade de muito baixa, Solos arenosos avermelhados, Solos arenosos
brancos, Solos fluviais de alta fertilidade, Solos muito pesados, Solos argilosos
mal drenados, Solos fluviais e marinhos e Solos delgados e pouco profundos.
47

Ao longo do território moçambicano, encontramos uma enorme variedade de


solos que, de forma geral encontra-se distribuido da seguinte maneira:

 Na parte meridional é arenoso, avermelhado ou branco, excepto nos vales dos rios, onde
se encontram terras de aluvião, predominam solos arenosos de baixa fertilidade e baixo
poder de retenção de água, sendo intercalados por solos arenosos brancos fluviais e
marinho. Ao longo dos vales dos rios Incomáti e Limpopo encontram – se solos fluviais de
alta fertilidade.
 Na zona central a terra é escura e argilosa, por vezes pantanosa. predominam solos francos
– argilosos – arenosos – avermelhados. No curso médio e inferior do Rio Zambeze
predominam solos fluviais com elevada fertilidade.
 Na região Norte onde predominam rochas do Precâmbrico e com precipitação abundantes,
os solos predominantes são os argilosos variando entre os francos – argiloso –
avermelhados que ocupa a maior área, e os argilosos vermelhos e castanhos profundo com
boa permeabilidade e drenagem. No norte da Zambézia e Nampula, o solo, nos intervalos
das formações montanhosas, é leve e escuro, bastante fértil. Mais a norte até à fronteira
da Tanzânia, aparecem de novo as areias coradas de vermelho pelo óxido de ferro que
estas contêm.

Tipos de Solos de Moçambique Características

Solos argilosos vermelhos e profundos Bem drenados e muito baixa


fertilidade

Solos francos – argiloso – arenoso - Fertilidade baixa a intermédia


avermelhados suscetível á erosão

Solos francos – argiloso – acastanhado, Favorável á agricultura


evoluidos e fértis

Solos argilosos vermelhos Fertilidade intermédia a boa

Solos arenosos de fertilidade de muito Baixa retenção de água


baixa

Solos arenosos avermelhados Fertilidade muito baixa e baixa


retenção de água

Solos arenosos brancos Fertilidade muito baixa e baixa


retenção de água

Solos fluviais de alta fertilidade Excesso de água e salinidade

Solos muito pesados Cor cinzenta e negra, mal drenados e


difícil lavoura
48

Solos argilosos mal drenados Camada superficial mais leve e com


cor pálida, salgado

Solos fluviais e marinhos Mal drenado e muito salgado

Solos delgados e pouco profundos Rochosos e não aptos para a


agricultura

Fonte: Átlas Geográfico Vol. I, pag.13

Unidade Temática 2.5: EXERCÍCIOS INTEGRADOS no tema

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Moçambique é um país de grande extensão geográfica e com uma ampla


diversidade geológica, onde estão representadas rochas sedimentares,
magmáticas, metamórficas, e uma larga diversidade de minerais e fósseis.
2. Jazigos de manganês ocorrem no Grupo de Rushinga, a sudoeste da província de
Tete, na fronteira com a Tanzânia.
3. Grafite é um mineral cinza escuro, metálico e macio, que ocorre na natureza em
forma de cristais hexagonais com estrutura em camadas. Na Zona Centro este
mineral localiza-se na Província de:
A. Tete. B. Manica. C. Zambezia. D. Sofala.

4. A principal fonte de berilo é o pegmatito localizada na província:


A. Tete. B. Manica. C. Zambezia. D.Sofala

5- Faça correspondencias da tabela abaixo

Nr Tipos de Mineiras Localização


6 Carvão Tete, Manica e Niassa
7 Petróleo Bacias de Rovuma, Zambeze e Save
8 Gás natural Cabo Delgado e Inhambane
9 Ouro Nampula, Manica Tete e Zambézia

10 Pedras preciosas e Zambézia, Nampula, Cabo Delgado,


semi-preciosas Niassa e Tete
49

6. Caracterize os solos fluviais de alta fertilidade.

A. Excesso de água e salinidade

B. Cor cinzenta e negra, mal drenados e difícil lavoura

C. Camada superficial mais leve e com cor pálida, salgado

D. Mal drenado e muito salgado

7. Quais são os solos predominantes na região centro do País?

A. Solos arenosos

B. Solos delgados

C. Solos francos argilosos e arenosos avermelhados

D. Solos argilosos com a variação de francos argilosos

8. Quais os tipos de solos mais predominates nas Províncias do Norte

A. Solos argilosos vermelhos e acastanhados. B. Solos arenosos avermelhados

C. Solos arenosos brancos. D. Solos fluviais de alta fertilidade

9. Refira o tipo de solo mais divulgado no Sul do Rio Save.

A. Solos fluviais de alta fertilidade. B. Solos arenosos avermelhados e brancos

C. Solos muito pesados. D. Solos argilosos mal drenados

Chaves de Respostas: 1-V, 2-F, 3-A, 4-C, 5-Linear, 6-A , 7-C, 8-A, 9-B.
50

TEMA – III: CLIMA E HIDROGEOGRAFIA DE MOÇAMBIQUE

Introdução
Os tipos de clima em Moçambique (Figura 7) são determinados pela localização da
zona de baixas pressões equatoriais, das células anticiclónicas tropicais e das frentes
polares do Antárctico (Muchangos, 1999).
O litoral moçambicano sofre influências da corrente quente Moçambique Agulhas e
dos correspondentes ventos dominantes marítimos do quadrante Leste.
Em Moçambique existem duas estações: estação quente e chuvosa e estação seca e
fresca. A estação quente e chuvosa tem início no mês de Outubro e termina em Março.
A estação seca e fresca vai de Abril a Setembro.
Moçambique possui, de uma maneira geral, um clima quente e húmido. As principais
variações climáticas estão relacionadas com os seguintes factores: continentalidade,
altitude, exposição e posição geográfica.
O carácter predominantemente tropical do clima moçambicano, exprime-se
sobretudo pela coincidência entre o período de chuvas e o período quente, e pela
amplitude térmica anual que é, em todo País, inferior à diurna. Segundo Muchangos
(1999), a temperatura média anual é sempre superior a 20oC, excepto nas montanhas
das Províncias de Niassa, Zambézia, Tete e Manica, onde ocorrem temperaturas
inferiores a 16ºC, condicionadas pela altitude (Figura 9). As temperaturas mais
elevadas registam-se entre os meses de Dezembro e Fevereiro, podendo as máximas
atingir 38º e até mesmo 49º C. Os meses mais frios são Junho e Julho.

UNIDADE Temática 3.1. Clima de Moçambique, caraterísticas gerais do clima


UNIDADE temática 3.2: Os factores que influenciam o clima de Moҫambique

UNIDADE temática 3.3: Hidrogeografia de Moçambique – Classificação, factores

UNIDADE temática 3.4: EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema

UNIDADE Temática 3.1. Clima de Moçambique, características gerais


do clima

Introdução

Moçambique é um país que na sua maioria localiza-se na zona intertropical, por isso
o clima é quente. O período das chuvas, que tem início em Outubro, é mais curto que
o período seco, excepto em algumas regiões costeiras onde as chuvas duram
aproximadamente 6 (seis) meses Manhiça (2013).
51

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer clima de Moçambique;


 Apresentar a classificação climática de Moçambique;
 Conhecer a distribuição dos tipos de clima em Moçambique.
Objectivos
específicos  Conhecer os factores que influenciam o clima de Moçambique.

O clima moҫambicano divide-se em quatro (4) tipos (figura 7), nomeadamente:


 Clima tropica húmido;
 Clima tropical seco;
 Clima tropical modificado pela altitude;
 Clima tropical semi-árido.

Clima tropical húmido


Localiza-se clima ocupa quase a totalidade, isto é, maior parte dos territórios do centro
e norte do País, caracterizado por uma época chuvosa mais longa que a seca. A
influência oceânica contribui para uma certa uniformização do clima de toda a zona
litoral, onde as temperaturas médias anuais (TMA) variam entre 24 e 26°C e a
precipitacão vária entre 1000 e 1400mm/ano (Massalonga et al (2012). Como ilustra a
Figura abaixo.

Clima tropical seco


Localiza-se no interior das províncias a Sul do rio Save (Maputo, Gaza e Inhambane),
Norte de Manica e Sul de Tete, caracterizado por uma época de seca mais prolongada
que a época chuvosa. As temperaturas médias anuais (TMA) ultrapassam 26°C e
precipitação é inferior a 800mm/ano.

Clima tropical modificado pela altitude


Localiza-se nas zonas mais altas do país cujas chuvas são mais frequentes sobretudo
nas províncias do Niassa (Planalto de Lichinga), Manica (Cadeia de Chimanimani),
Maputo (Cadeia dos Libombos), Zambézia (Chire-Namúli), Tete nas terras altas de
Marávia e Angónia.
As temperaturas médias anuais (TMA) variam entre 18 e 20°C (fig. 9) e a precipitação
é superior a 1400mm/ano Massalonga et al (2012).

Clima tropical semi-árido


Localiza-se no interior da província de Gaza em Pafúri entre as faixas de Chicualacuala
e Massingir. A pluviosidade é inferior a 400mm/ano. As temperaturas médias anuais
são superiores a 26°C.
52

Figura 7. Distribuição dos tipos de clima em Moçambique. Fonte: INAM, (2010).


53

Figura 8. Distribuição da precipitação média anual em Moçambique. Dados cedidos pelo


INAM (2007).
54

Figura 9. Distribuição das temperaturas médias anuais em Moçambique. Fonte: INAM, (2010)

Sumário
Nesta unidade temática abordamos que clima de Moçambique é predominantemente
tropical húmido, com duas estações: fresca e seca e quente e húmida. Os elementos
do clima são fenómenos atmosféricos que definem e caracterizam o clima. Por
exemplos: a temperatura, a humidade atmosférica, a nebulosidade, a pressão
atmosférica, a precipitação atmosférica, ventos, etc.
55

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Em Moçambique existem duas estações: estação quente e chuvosa e estação seca


e fresca. A estação quente e chuvosa tem início no mês de Janeiro e termina em
Maio.
2. Moçambique é um país que na sua maioria localiza-se na zona intertropical, por
isso o clima é:
A. Quente
B. Frio
C. Modedado
D. altitude
3. A influência oceânica contribui para uma certa uniformização do clima de toda a
zona litoral, onde as temperaturas médias anuais (TMA) variam entre 24 e 26°C e
a precipitacão vária entre 1000 e 1400mm/ano. Trata-se de:
A. tropical seco
B. tropical húmido
C. tropical modificado pela altitude
D. tropical semi-árido
4. Localiza-se no interior das províncias a Sul do rio Save (Maputo, Gaza e
Inhambane), Norte de Manica e Sul de Tete, caracterizado por uma época de seca
mais prolongada que a época chuvosa. Este tipo chama-se de clima:

A. tropical modificado pela altitude


B. tropical húmido
C. tropical seco
D. tropical semi-árido

5- As temperaturas médias anuais (TMA) variam entre 18 e 20°C e a precipitação é


superior a 1400mm/ano. Trata-se de clima:
A. tropical húmido
B. tropical seco
C. tropical semi-árido
D. tropical modificado pela altitude

Chaves de Respostas: 1-F, 2-A, 3-B, 4-C, 5-D


56

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. Localiza-se no interior da província de Gaza em Pafúri entre as faixas de


Chicualacuala e Massingir. A pluviosidade é inferior a 400mm/ano, estamos
perante clima:
A. tropical húmido
B. tropical seco
C. tropical semi-árido
D. tropical modificado pela altitude
2. Clima tropical seco, as temperaturas médias anuais ultrapassam 40°C e
precipitação é inferior a 200mm/ano.
Faça correspondencia das colunas A e B

Nr Tipo de clima Sua localização


3. Tropical seco Sul do rio Save, Norte de Manica e Sul de Tete.
4. Tropical modificado Planalto de Lichinga, Cadeia de Chimanimani, Cadeia
pela altitude dos Libombos, Chire-Namúli, Marávia e Angónia.
5. Tropical semi-árido Pafúri, Chicualacuala e Massingir

Chaves de Respostas: 1-C, 2-F, 3, 4, e 5- Linear

UNIDADE Temática 3.2. Os Factores que Influenciam o Clima de


Moҫambique

Introdução

Os fatores climáticos são os elementos naturais e humanos capazes de influenciar e


alterar as características ou a dinâmica do clima, em escalas temporais e espaciais
diversas. Os factores que influenciam o clima de Moҫambique são: latitude, altitude,
continentalidade, corrente quente do canal de Moҫambique e ventos alíseos ou gerais.

3.2.1 Latitude
A latitude é proximidade ou afastamento do equador. A temperatura vária em função
da latitude, pois verifica-se que á medida que a latitude aumenta a temperatura
diminui, visto que devido á forma esférica da terra, ligeiramente achatados nos pólos,
os raios solares incidem com maior intensidade.
A região Norte de Moçambique é a mais quente que a região Sul. Por isso na região
Norte as chuvas são mais frequentes, daí há predominância do clima tropical húmido.

3.2.2 Altitude
57

Quanto maior for a altitude menor será a temperatura, este fenómeno, chama-se
gradiente térmico. A temperatura diminui á medida que a altitude aumenta. Em cada
1000 metros de altitude a temperatura diminui 0.6º.
Nas zonas montanhosas como Maniamba-amaramba, Chire-Namúli, Marávia-Angónia,
Mueda, Montes Libombos e Manica, as chuvas são mais abundantes e as temperaturas
são baixas devido ao factor relevo.

3.2.3 Continentalidade
Continentalidade é proximidade ou afastamento do mar. O mar possui um efeito
amenizador sobre a variação da temperatura, originando um maior equilíbrio térmico
nos locais que se situam junto ao litoral. Assim, no Porto as temperaturas não são tão
elevadas no Verão e tão baixas no inverno.
As temperaturas e as chuvas variam com a aproximaҫão ou afastamento do mar. As
zonas do litoral de Moçambique apresentam maiores humidades, precipitações e
evaporações.
No interior de Moçambique as chuvas são raras devido ao afastamento em relaҫão ao
mar, sobretudo no interior da zona Sul do Save, Norte de Manica e Sul de Tete, por
serem zonas de planícies.
A medida que se caminha do mar para o interior do país o ar húmido torna-se cada vez
mais seco, por isso o clima é tropical seco.

3.2.4 Corrente quente do canal de Moҫambique


A corrente quente do Canal de Moçambique parte do Equador para o Pólo Sul e
influencia direcra ou indirectamente para a ocorrência de precipitações, elevadas
humidades e evaporações ao longo da costa.

3.2.5 Ventos alíseos ou gerais


São ventos constantes que sopram de Sudeste em direcção ao Equador. Durante a sua
passagem, influenciam para ocorrência de chuvas na região Norte de Moçambique e
sobretudo ao longo da costa.
Entretanto, os ventos alíseos partem do trópico de capricórnio (que atravessa a
província de Inhambane) em direcção ao equador.

Sumário
O clima de Moçambique é influenciado pelas monções do Oceano Índico e pela
corrente quente do Canal de Moçambique, é de uma maneira geral tropical e húmido,
com uma estação seca que, no Centro e Norte, vária de quatro a seis meses enquanto
no Sul, com clima tropical seco, se prolonga por seis a nove meses. As chuvas ocorrem
entre outubro e abril. Nas montanhas, o clima é tropical de altitude. As temperaturas
médias são da ordem do 20º no Sul, enquanto a Norte esse indicador ronda os 26°. As
temperaturas mais elevadas verificam-se na época das chuvas.
Finalmente abordamos que Factores do clima são elementos geográficos que actuam
e modificam o clima de uma região. Por exemplos: A latitude, a altitude, a
continentalidade, as correntes marítimas, massas de ar.
58

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. A temperatura vária em função da latitude, pois verifica-se que á medida que a


latitude aumenta a temperatura diminui.

2. A região Norte de Moçambique é a mais quente que a região Sul. Por isso na região
Norte as chuvas são mais frequentes, daí há predominância do clima tropical seco.
3. Quanto maior for a altitude menor será a temperatura, este fenómeno, chama-
se:
A. gradiente térmico
B. Terminologista
C. efeito amenizador
D. Todas opções estao erradas
4. Nas zonas montanhosas como Maniamba-amaramba, Chire-Namúli, Marávia-
Angónia, Mueda, Montes Libombos e Manica, as chuvas são mais abundantes e as
temperaturas são baixas devido ao factor relevo
5. As zonas do litoral de Moçambique apresentam maiores humidades, precipitações
e evaporações, isto devido ao:
A. gradiente térmico
B. aproximaҫão do Mar
C. afastamento do Mar
D. Todas opções estao erradas

Chaves de Respostas: 1-V, 2-F, 3-A, 4-V, 5-B

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. No interior de Moçambique as chuvas são raras devido ao afastamento em relaҫão


ao mar, sobretudo no interior da zona Sul do Save, Norte de Manica e Sul de Tete,
por serem zonas de Montanhas.
2. A medida que se caminha do mar para o interior do país o ar húmido torna-se cada
vez mais seco, por isso o clima é:

A. Tropical seco
B. Tropical Humido
C. Tropica semi-arido
D. Todas opções estao correctas

3. A corrente quente do Canal de Moçambique parte do Equador para o Pólo Sul e


influencia direcra ou indirectamente para a ocorrência de precipitações.
59

4. São ventos constantes que sopram de Sudeste em direcção ao Equador. Durante a


sua passagem, influenciam para ocorrência de chuvas na região Norte de
Moçambique e sobretudo ao longo da costa. Trata-se de:

A. Tropical seco
B. Tropical Humido
C. Tropica semi-arido
D. Ventos alíseos
5. Factores do clima são elementos geográficos que actuam e modificam o clima de
uma região.

Chaves de Respostas: 1-F, 2-A, 3-V, 4-D, 5-V

UNIDADE Temática 3.3: Hidrogeografia de Moçambique –


Classificação e factores

Introdução

A Hidrogeografia é a ciência que estuda a hidrosfera ou seja as águas continentais (rios,


lagos, lagoas e pântanos), águas subterrâneas e águas marítimas. As características
hidrográficas do território moçambicano encontram-se referidas em Muchangos
(1999), de que se apresenta uma breve síntese.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

Conhecer Hidrogeografia de Moçambique;


Descrever o regime dos rios de Moçambique;
Caracterizar As principais bacias hidrográficas de
Objectivos Moçambique;
Específicos Conhecer os principais logos de Moçambique suas
origens.

3.3.1 Rios de Moçambique


De acordo com Muchangos (1999), norte para sul, as principais bacias hidrográficas
que drenam o país são: Rovuma, Messalo, Montepuez, Lúrio, Monapo, Ligonha,
Licungo, Zambeze, Púnguè, Búzi, Save, Govuro, Inharrime, Limpopo, Incomáti,
Umbelúzi, Tembe e Maputo (Figura 10).
60

Os grandes cursos de água moçambicanos são de abastecimento predominantemente


pluvial, de regime periódico, apesar de a maioria dos seus afluentes serem de regime
ocasional.
A maior parte dos rios de Moçambique corre de oeste para leste, devido à
configuração do relevo, e atravessam sucessivamente montanhas, planaltos e
planícies, desaguando no Oceano Índico.
Os principais rios de Moçambique têm as suas nascentes nos países vizinhos, excepto
os de norte de Moçambique em que a maioria tem a sua bacia hidrográfica totalmente
em Moçambique. As características hidrográficas do território moçambicano foram descritas
por Muchangos (1999).
As oscilações do caudal dos rios ao longo do ano são condicionadas por factores
climáticos, registando os máximos na época das chuvas e os mínimos na estação seca.
Nas terras altas os rios possuem grande capacidade erosiva e constituem cascatas,
limitando por isso a navegabilidade. Nas planícies, formam meandros e depositam as
suas aluviões ou formam lagoas e pântanos.
Para além do relevo, a natureza dos solos também influencia o caudal, a estrutura e o
padrão da rede hidrográfica.
Quanto às bacias hidrográficas, dado que as condições orográficas, atmosféricas,
climáticas e pedológicas exercem grande influência sobre o regime e caudal,
distinguem-se três regiões no que respeita ao comportamento dos rios (Muchangos,
1999): região norte, região entre as bacias dos rios Zambeze e Save, região a sul do rio
Save.
Na parte norte do país, devido à melhor distribuição e frequência das chuvas e à maior
dispersão de rochas magmáticas e metamórficas, as bacias hidrográficas apresentam
predominantemente um padrão dendrítico.

3.3.1.1 Regime dos Rios é a variação do nível de caudal dum rio durante um certo
período, pode ser semana, mês ou mesmo ano. Em Moçambique os rios têm
anualmente um período de estiagem, onde os caudais dos rios reduz-se e até alguns
rios secam e um período que apresentam maiores caudais, isto é, na época chuvosa.
O regime de um rio ou variação do seu caudal depende de vários fatores que são:
 O tipo de clima;
 O tipo do solo (sua permeabilidade);
 O relevo (inclinação do seu leito);
 A existência de vegetação;
 A extensão da bacia hidrografia.

Rios de regime constante ou permanente - são rios que apresentam o mesmo caudal
ao longo do ano por exemplo: os rios Zambeze e Rovuma.
Rios de regime periódico - são rios das zonas tropicais que na época chuvosa
apresentam cheias e na época seca apresentam estiagem por exemplo: os rios
Limpopo, Save, etc.
Rios de regime irregular - são rios das zonas desérticas que durante a época seca o
leito fica completamente seco.
61

3.3.1.2 Principais Rios


Os principais rios de Moçambique são: Rovuma, Lúrio, Zambeze, Búzi, Púnguè, Save,
Limpopo, Incomáti e Umbelúzi (ECL, 2000).
Rio Rovuma
O rio Rovuma nasce na Tanzânia e tem sua foz no Oceano Índico, perto de Palma, em
forma de estuário. Com um total de 760 km de comprimento dos quais 650 km em
Moçambique. Os afluentes da bacia do Rovuma são rio Lugenda (nasce no lago Chiúta)
e os rios Messinge e Lucheringo (ambos nascem no lago Niassa) e Chiulezi. O Rio
Lugenda é o afluente de maior expressão e que tem como tributários o Lautise,
Luambala, Luchimua e Lureco.

Rio Lúrio
Nasce no extremo sul da província do Niassa, a este da cidade de Cuamba, e estabelece
a fronteira administrativa entre a província de Nampula na margem direita e as
províncias do Niassa e de Cabo Delgado, na margem esquerda respectivamente a oeste
e a este. Desagua no Canal de Moçambique, entre as cidades de Pemba e Nacala.

Rio Zambeze
O rio Zambeze nasce perto de Angola, ao longo do seu percurso separa dois países,
Zâmbia e Zimbabwe. Em Moçambique percorre 820 km de Zumbo ao Índico. A bacia
do Zambeze é a maior no nosso país ocupando as províncias de Tete, Manica, Sofala e
Zambézia.

Rio Búzi e Púngue


Esses dois rios nascem no Zimbabwe, atravessam Manica e Sofala até Índico,
percorrendo a mesma distância de 322km, na bacia de Búzi, localiza - se o rio Revue
onde se encontra a Barragem de Chicamba Real na província de Manica. O afluente
principal do rio Búzi é o rio Revué.

Rio Save
Nasce no Zimbabué a sul da capital, Harare, e corre de norte para sul até à confluência
com o Runde, a partir da qual inflete para leste e penetra em território moçambicano.

Rio Limpopo
Segundo maior dos rios africanos que desaguam no Oceano Índico, tem um percurso
característico em arco. Nasce na região noroeste da África do Sul e segue de início para
norte, tendo, nesse troço, o nome de rio dos Crocodilos. Só se designa Limpopo a partir
do ponto em que passa a marcar a fronteira entre a África do Sul e o Botsuana. A bacia
de Limpopo ocupa a maior parte da Província de Gaza e possui os seguintes afluentes:
 Rio dos elefantes onde se localiza a barragem de Massingir; e
 Rio Changane que nasce perto de Chibuto.
A barragem de Macarretane localiza-se no rio Limpopo, distrito de Chókwè.
62

Rio Incomáti
O rio Incomáti nasce na África do Sul e penetra em Moçambique através do Ressano
Garcia até Marracuene, perto da baía de Maputo. Um dos afluentes da bacia do
Incomáti, é o rio Sábie onde se localiza a Barragem de Corumana, no distrito de
Moamba.

Rio Umbelúzi
Nasce na região montanhosa do norte da Suazilândia e, após um percurso
sensivelmente de oeste para leste, e penetra em Moçambique através de posto
administrativo de Goba, desagua na baía do Maputo, em estuário comum a vários rios
Matola, Infulene, Tembe, (Albino 2012). Na zona de maior altitude do seu troço
moçambicano, ao longo do rio Umbelúzi localiza-se a barragem dos Pequenos
Libombos (figura 10) no distrito de Boane Muchangos (1999).

Figura 10. Barragem dos Pequenos Libombos (Comportas). Fonte: ARA – SUL, 2010

3.3.2 Bacias Hidrográficas de Moçambique


De acordo com a Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídricos de Moçambique,
o país possui treze bacias hidrográficas principais a destacar na figura 11:
 Norte: Bacias hidrográficas de Licungo, Ligonha, Lúrio, Messalo e
Rovuma.
 Centro: Bacias hidrográficas de Búzi, Púnguè e Zambeze
 Sul: Bacias dos rios Maputo, Incomáti, Umbelúzi, Limpopo, Save e
Govuro
63

3.3.2.1 Características das principais bacias hidrográficas de Moçambique

A base de todas as bacias é constituída por rochas cristalinas e metamórficas do Pré-


câmbrico (Lopes, 2008).

Bacia de Rovuma
A bacia do Rovuma cobre uma superfície total de cerca de 155 000 km 2. A bacia é
partilhada por três países, nomeadamente, Moçambique, Tanzânia e Malawi. Com
cerca de 65,39% (99,530 km2), Moçambique detém a maior proporção da superfície
da bacia, seguida de Tanzânia com 34,30% e por último Malawi com 0,31%.
Com um caudal médio de 356 m3/s a bacia do Rovuma é considerada a segunda maior
bacia de Moçambique depois da bacia do Zambeze, que tem um caudal acima de (3
558 m3/s). A bacia do Rovuma é também uma zona importante de captação de água
de valor crucial para a conservação da Biodiversidade.
Em Moçambique a bacia está administrativamente localizada na região norte do Pais
cobrindo parcialmente a Província de Cabo Delgado e Província de Niassa.

Bacia de Messalo
A bacia do rio Messalo ocupa grande parte da Província de Cabo Delgado e uma parte
da Província de Niassa.
A bacia de Messalo tem uma área total de 24.436,6 km2. O rio nasce no distrito de
Maua, passando de seguida pelo distrito de Marrupa, ambos na Província de Niassa, e
depois passa para Província de Cabo Delgado, onde o curso principal faz a divisão
geográfica dos distritos de Balama e Montepuez.

Bacia de Montepuez
A bacia hidrográfica do rio Montepuez faz fronteira com a bacia hidrográfica do rio
Messalo a Norte, e pequenas bacias costeiras a nordeste (Muagamula, Sicoro-Lingula,
Messingue e Necumbi), Lúrio, Megaruma, Muaguide e as bacias costeiras (Tara-Quilite,
Meapia e Ridi) a Sul.
Os distritos que ocupam a maior parte do território da bacia são Meluco, com mais de
60%, seguido de Quissanga, com aproximadamente de 40%. A percentagem do
território pertencente ao distrito de Pemba Metuge.

Bacia de Zambeze
A Bacia Hidrográfica do Zambeze nasce na Zâmbia e desagua em Chinde-Oceano Índico
(Moçambique). Ocupa uma área da bacia 1.390.000 km2 e um comprimento de 2.574
km. A bacia é a mais partilhada na África Austral e está entre as quatro maiores bacias
hidrográficas de África, inclusive a dos rios Congo, Nilo e Níger. O Zambeze drena uma
área de quase 1.4 milhões de quilómetros quadrados, estendendo-se por oito países
membros da SADC, nomeadamente, Angola, Botswana, Malawi, Moçambique,
Namíbia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe ARA - Sul (2010).
64

Bacia do Govuro
Com uma área de 11500Km2, é o mais importante rio da região Norte da Província de
Inhambane. Nasce em Mapinhane distrito de Vilanculos e desenvolve-se de Sul para
Norte ao longo de mais de 150Km, percorrendo os distritos de Vilanculos e Inhassoro,
desagua no Oceano Índico na Região de Macovane.

Bacia de Inharrime
Possui uma área de 11850Km2 e um comprimento de 150Km abrangendo total ou
parcialmente os distritos de Panda, Zavala e Inharrime. Nasce na província de Gaza e
desagua na Lagoa Poelela em Inharrime.

Bacia de Mutamba
É um rio com uma área de 748Km2 e um comprimento de 65Km. Nasce perto da Lagoa
Nhangela no distrito de Inharrime, desenvolvendo-se de Oeste a Este e desagua na
Baía de Inhambane.

Bacia de Inhanombe
É um rio com uma área de 443Km2 e um comprimento de 22.5Km. Nasce em
Manhenge no distrito de Massinga e desagua no Oceano Índico em Pomene no mesmo
distrito.

Bacia do Save
O Save é uma bacia internacional partilhada por Zimbabwe e Moçambique,
respectivamente com áreas de drenagem de 83845Km2 e 22575Km2, 79% e 21% da
área total de cerca de 106420Km2.
Tem um comprimento total de 735Km dos quais 330 no território moçambicano e
405Km no território Zimbabwiano. A rede de drenagem é bem distribuída. No
Zimbabwe, junto a fronteira, confluem duas linhas de água principais, os rios Runde e
Save, constituindo naquele país duas bacias hidrográficas independentes.
Nasce na República do Zimbabwe e corre para Este entrando em Moçambique pela
localidade de Mavue distrito de Massangena. No seu percurso, limita as províncias de
Manica e Sofala na região Centro, na zona sul limita as províncias de Gaza e Inhambane
e desagua no Oceano Índico em Nova Mambone distrito de Govuro.

Bacia do Limpopo
O Rio Limpopo com cerca 1461Km de comprimento possui uma bacia com uma área
de 412.000 Km2 de extensão é partilhada por quatro países da região da SADC,
nomeadamente África do Sul, Botswana, Zimbabwe e Moçambique.
Ela localiza-se entre os paralelos 22º e 26º Sul e entre os meridianos 26º e 35º Este.
Em território nacional está enquadrada entre os paralelos 21º e 25º Sul e os meridianos
31º e 35º, e confina a norte com a bacia do Rio Save, a sul com a do Rio Incomáti e a
este com a do Rio Govuro (ARA-Sul 2010).
O rio Limpopo e seus afluentes são considerados como sendo perenes os rios Limpopo
e Elefantes, e intermitentes os rios Changane e Nuanetze.
65

As altitudes médias por sub-bacia são de 75 m para Changane, 700 m para o Limpopo
e 900 m para a sub-bacia do rio dos Elefantes. A bacia do Limpopo em Moçambique,
faz parte da bacia sedimentar da parte Sul do País, é limitada no extremo Oeste por
riólitos e basaltos (Superior do Karoo) da cadeia dos Libombos.

Bacia do Incomáti
A bacia do Incomáti possui uma área de 46.200 Km2, dos quais somente 32% situa-se
em território Moçambicano. Na Swazilândia a área é de 6% e na República da África
do Sul é de 62%. Os principais afluentes são Komati, Crocodilo e Sábiè. O Komati entra
em Moçambique a jusante da afluência dos rios Komati e Crocodilo em Ressano Garcia,
passando a chamar-se Incomáti. O comprimento do rio em Moçambique é de 280Km.
O clima da bacia em Moçambique, varia de tropical húmido de savana, na Costa, a seco
de estepe, nas regiões mais a oeste e centrais. A temperatura média anual varia de
22,4ºC a 23,9ºC (Muchangos 1999).
A precipitação média anual varia de 1073 mm em Calanga na costa, a 509 em
Mapulanguene, perto da fronteira com a África do Sul. A precipitação média anual, na
área moçambicana da bacia, é de cerca de 650mm. Os solos da parte de jusante da
bacia são principalmente aptos para produção de arroz, particularmente perto da foz
e, noutras zonas como os terraços mais elevados de origem marinha.
Existem algumas colinas arenosas, boas para o cultivo de vegetais e bananas. Na parte
central, as deposições fluviais são boas para trigo, milho, cana-de-açúcar e vegetais. A
outra infra -estrutura hidráulica que tem um papel importante a desempenhar é o
açude de Chauali, uma barragem de terra cujo objectivo é aumentar a capacidade
natural de armazenamento do lago Chuali até 200 mm3. Localiza-se no rio
Massimachopes, no distrito da Manhiça.

Bacia do rio Maputo


É uma bacia internacional e possui uma área total de 29030Km2, dos quais 27460Km2
na África do Sul e em Moçambique com 1570Km2. O rio nasce na África do Sul e as suas
elevações encontram-se no extremo sudoeste da bacia atingindo os 2000m, com a
altitude média cerca de 815m. O regime do rio é permanente com um escoamento
médio anual cerca de 28500m3. Desagua na baía do Maputo.
66

Figura 11. Distribuição das bacias hidrográficas de Moçambique. Fonte: MINED, 1986.
67

3.3.3 Lagos de Moçambique

Lagos - são massas de água permanente concentrada em zonas de depressão que não
tem uma comunicação imediata com o mar. Os lagos podem ser naturais ou artificias.
Para além das albufeiras, consideradas lagos artificiais, em Moçambique existe um
elevado número de lagos e lagoas naturais de diferentes origens. Os lagos tectónicos
mais importantes pelas suas dimensões são Niassa, Chiúta, Amaramba e Chirua,
localizados na zona noroeste do país (Muchangos, 1999).
O lago Niassa é o maior lago natural de Moçambique (Figura 12). Localiza-se na parte
ocidental da província do mesmo nome, numa depressão tectónica encaixada entre
rochas cristalinas, constituindo um verdadeiro mar interior. Dos 28.678 km 2 de
extensão, apenas 7.000 km2 pertencem a Moçambique e os restantes ao Malawi. Tem
forma alongada, com encostas predominantemente íngremes e margens retilíneas de
norte para sul, sendo o seu comprimento máximo de cerca de 600 km, dos quais
metade em território moçambicano. A sua largura varia entre 15 e 90 km e o nível
médio das suas águas situa-se a cerca de 472 m acima do nível médio das águas do
mar. A sua profundidade máxima, sensivelmente na parte central do lago, é de 706 m.
No lago Niassa a pesca, o turismo e a recreação são actividades importantes,
oferecendo ainda boas condições de navegabilidade.
Lagos com origem em factores exógenos relacionados com a erosão e a acumulação
de sedimentos ocorrem em todo litoral e na margem dos rios (Muchangos, 1999).
A região mais rica em formações lacustres de origem exógena situa-se no litoral ao sul
do rio Save. Os mais importantes são de norte para sul: Quissico e Poolela (Inharrime),
Nhambavale (Chidenguele), Bilene, Manhali, Zevane, Muanguane, Nhamanene,
Dongane e Piti.

3.3.3.1 Classificação dos Lagos de Moçambique


Quando a origem, em Moçambique existe seguintes tipos de génese dos lagos:
Lagos Externos de origem erosivo ou acumulação de sedimentos: ocorre na maioria
dos lagos que são da região Sul, exemplo: Bilene, Massave, Quissico e Inharrime.

Logos internos de origem tectónicas: são lagos que estão situadas na zona Norte do
País, exemplo: Amaramba, Niassa, Chiúta e Chirua.

Lagos de formação antropogenésicas ou artificial: são as albuferes que estao


localizadas em todo territorio mas que são criadas pela força humana, exemplo:
Albuferas de Cahora-Bassa, Chicaba-real, Massingir, Corrumana e Pequenos Libombos.
68

Figura 12. Imagem de satélite ilustrando o lago Niassa. Fonte: Google Earth.

Sumário

Nesta unidade temática falamos dos principais rios e lagos de Moçambique. Referimos
que esses rios têm as suas nascentes nos países vizinhos, com excepção dos da zona
norte, a maioria dos quais tem a sua bacia hidrográfica em território nacional.
O facto de os principais rios nacionais terem as suas nascentes em países vizinhos,
torna Moçambique dependente em termos de gestão das suas reservas de água e na
prevenção de inundações em períodos de precipitação elevada.

UNIDADE Temática 3.4: EXERCÍCIOS INTEGRADOS no tema

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. Os principais rios de Moçambique têm as suas nascentes nos países vizinhos,


excepto os de norte de Moçambique em que a maioria tem a sua bacia hidrográfica
totalmente em Moçambique.

Nr Rios Nascente
2. Lúrio Niassa
69

3. Rovuma Tanzaânia
4. Zambeze Angola
5. Save Zimbabwé
6. Limpopo África do Sul
7. Umbelúzi Suazilândia
8. Incomáti África do Sul
9. Púngue Zimbabwe
10. Búzi Zimbabwe
Linear

Chaves de Respostas: 1-V.


70

TEMA – IV: GEOMORFOLOGIA DE MOÇAMBIQUE

UNIDADE Temática 4.1. Geomorfologia de Moçambique, génese e característica


UNIDADE Temática 4.2. Características das principais, formas de relevo de
Moçambique
UNIDADE Temática 4.3. Exercícios Integrados das Unidades deste Tema.

UNIDADE Temática 4.1. Geomorfologia de Moçambique, génese e


característica

Introdução

O relevo de Moçambique dispõe-se em forma de anfiteatro onde se distingue uma


zona montanhosa a Oeste, que decresce em degraus aplanados até à planície litoral a
Leste. Assim, de acordo com a altitude, identificam-se em Moçambique, planícies,
planaltos, montanhas (Figura 13) e depressões (Muchangos, 1999). Cerca de metade
(44%) do território moçambicano é constituído por planície, com altitudes até 200
metros.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer a geomorfologia de Moçambique nas


regiões norte, centro e sul;
 Descrever a morfoestruturas da geomorfologia de
Moçambique;
Objectivos
 Diferenciar os processos da estrutura da dinâmica
específicos
da terra.
71

Figura 13. Geomorfologia de Moçambique (adaptado de MINED, 1986).

De acordo com Bondyrev (1983), a geomorfologia de Moçambique pode ser descrita


pelas morfoestruturas que descrevem a seguir:
72

1. Superfícies dos cumes e cristas, de origem intrusivo-tectónica e erosivo -


desnudada
Abaixo apresentamos a sua característica típica:

 “Inselbergs” graníticos
Os “inselbergs” e formas relacionadas ocorrem principalmente nos distritos de
Nampula e de Ruvama-Mavago. Alguns exemplos são os “inselbergs” clássicos de
Murrupula (1.098m), Nambiuca (1.288m) e Maadja (1.182m).

 Maciços erosivos-desnudados
 Relevos graníticos aplanados e em vias de rejuvenescimento
Estas estruturas ocorrem no nordeste de Moçambique, no distrito de Meluco
(província de Cabo Delgado) e entre os rios Metamboa e Mucanha (província de Tete).
Distinguem-se quer pelas altitudes, quer pela própria posição no quadro geral do
relevo. A morfoestrutura de Meluco, por exemplo, é uma elevação que tem aspecto
de mesa, com pequenas elevações de altitude variando entre 550 a 700m.
 Relevos desnudados e parcialmente peneplanizados com cobertura
charnoquítica

 Relevos enrugados bem pronunciados, de origem quartzítica e


xisto-gnaissica
As estruturas deste tipo estão situadas na província de Manica. De grande interesse é
a Serra Sitatonga, constituída por curtas e estreitas serras submeridionais com
altitudes absolutas de 850 até 900 metros e desnivelação relativa de 400 a 450 metros
(Fig. 13).
73

Figura 14. Serra Sitatonga vista em imagem de satélite. Fonte: Google Earth.

 Relevos estruturais altos e compartimentados


Este grupo de morfoestruturas está amplamente representado em todo território de
Moçambique, a norte do rio Save. Fazem parte deste grupo as montanhas mais altas
de Moçambique, tais como, por exemplo, os cumes ocidentais da parte central da
cadeia Chimanimani, representados pelo monte Binga (2.436 m), Mesurucero (2.176
m), Macace (2.134 m), etc (Muchangos, 1999).
74

Figura 15. Monte Binga. Fonte: https://2.bp.blogspot.com/-


gZU3rB8PTyU/WXxF8xrJphI/AAAAAAAAACo/_xcfFbz1mOM7n-nWAixR8r5vqM-
_EFs0QCLcBGAs/s1600/images%5B1%5D%5B2%5D.jpg.

2. Superfícies dos cumes e cristas, de origem intrusivo-tectónica


Apresenta seguintes características:
 Relevos em patamar da zona do rifte
São representados pela elevação de Cheringoma, a leste do maciço de Gorongosa. O
planalto está muito peneplanizado pelo facto de este se situar na intersecção dos
grabens de Chire-Urema e Zambeze. As altitudes variam entre 210 e 220m.
 Relevos de desligamento
 Relevos intrusivos em patamar
 Relevos básicos
 Relevos graníticos
Este tipo de relevo é muito comum em Moçambique e pode ser visto em todo
território, a norte do rio Búzi.

3. Superfícies dos cumes e cristas de origem erosivo-desnudada


As superfícies dos cumes e cristas de origem erosivo-desnudada são caracterizadas
por:
 Relevos esculpidos por desnudação (ruiniformes)
O relevo ruiniforme está bem desenvolvido na província de Nampula, na região de
Ribaué – Lalaua. Os montes afectados pela desnudação criam uma paisagem
absolutamente fantástica, nomeadamente os maciços Ribaué I (1.777 m), Ribaué II
(1.536 m), Norre (1.038 m), Lepe (1.154 m).
75

Algumas formas assemelham-se a torres de fortalezas antigas, outras a dinossáurios,


etc. Estas morfoestruturas são constituídas em granitoides e as suas formas estão
relacionadas com as particularidades da alteração química, expressa na desagregação
esferoidal que apresentam.
Na província de Niassa estas morfoestruturas ocorrem nos arredores de Mauá e no
Maciço Mindje (1.176 m).
 Relevos suaves e compartimentados
As morfoestruturas deste tipo ocorrem em todo o território de Moçambique e
ocorrem nas zonas periféricas dos sistemas montanhosos mais altos, exemplo monte
Binga, Namúli, etc.

Relevos em cúpula de origem sedimentar


O exemplo mais representativo desta morfoestrutura é o planalto de Mueda, em
particular na sua parte periférica, onde os depósitos quaternários foram removidos e
todas as formas principais são constituídas em arenitos. Este tipo de morfoestruturas
também pode ser observado na parte sul do rio Save, constituindo as elevações de
Tome (174m) e Panda (219m).
O carácter e o aspecto destas morfoestruturas foram determinados pela natureza da
sua litologia.
 Relevos suaves nas formações do Karoo
A litologia (arenitos, tilitos, conglomerados, xistos, etc.), determinou uma dissecção
vertical significativa. A desnudação selectiva originou uma paisagem de colinas
grandes, mais características nos vales dos rios Lunho e Messinge (província de Niassa)
e no curso inferior dos rios Panhame, Choe, Impata, Daque, Muze (afluentes da
margem direita do rio Zambeze, província de Tete).
As altitudes na província de Tete variam de 700 a 750m e na província de Niassa de
180 a 250m. As morfoestruturas têm geralmente um aspecto aplanado e côncavo,
relacionado com a tectónica e com as particularidades da sedimentação das rochas do
Karoo no graben de Messinge e do Médio Zambeze.
 Colinas nas zonas de sopé
Em Moçambique, a zona entre os maciços montanhosos e as zonas aplanadas pode
estender-se até 70-80km, chegando num caso a atingir os 200km. Tal fenómeno é
consequência do carácter de plataforma das estruturas principais e das
particularidades da composição litológica. O relevo de colinas estende-se por vastos
espaços, nos quais se elevam por vezes grupos de inselbergs. As colinas raramente
ultrapassam a altitude média de 150-200m, ocupando a zona hipsométrica de 180-
250m de altitude absoluta.
 Cornijas de cuestas
O relevo de cuestas, representado por dobras monoclinais, é característico das regiões
constituídas por rochas sedimentares. Este tipo de relevo está representado, por
exemplo, pelos estreitos cumes de cuestas do complexo sedimentar da margem direita
do rio Zambeze.
Um grupo destas morfoestruturas ocupa uma faixa entre o rio Luenha e a boca de
Lupata. As morfoestruturas estão situadas umas por detrás das outras, descaindo para
o lado do rio Zambeze. As altitudes dos cumes de cuestas são da ordem de 300 a 320m.
76

Há ainda de salientar um grupo de morfoestruturas de cuestas desenvolvidas no


complexo gnaissico - migmatítico, resultantes da alteração selectiva, da erosão fluvial
e da tectónica. Estas morfoestruturas ocupam a região entre Muandina e Chilo (distrito
de Morrumbala).

Processos Endogénicos e Exogénicos


As formas da superfície terrestre, continentais e oceânicas, representam num instante
um determinado o efeito da interação, dos processos endógenos e exógenos sobre a
superfície terrestre. Os processos endógenos pertencem ao âmbito da geodinâmica
interna e os exógenos ao âmbito da geodinâmica externa.
Os processos endógenos ou endogenéticos originam-se no interior da terra e são
geralmente construtivos, na medida em que normalmente conduzem a um
incremento da elevação e do relevo, ao passo que os processos exógenos
(exogenéticos) tendem a reduzir a paisagem terrestre a determinado nível de base,
normalmente o nível do mar.

Processos Endógenos ou Dinâmica Interna


São processos que ocorrem utilizando energia proveniente do interior da Terra,
formando e modificando a composição e a estrutura da crosta, em uma ação mais
construtiva. São processos geológicos endógenos: vulcanismo, terremotos,
plutonismo, orogênese, epirogênese, magmatismo, metamorfismo, etc. Tais processos
não ocorrem isoladamente, eles se interrelacionam da seguinte maneira: Os
sedimentos (areia, cascalho, etc.) quando depositados podem se consolidar formando
as rochas sedimentares. Ocorrendo aumento de pressão e temperatura
(metamorfismo) estas rochas se transformam em rochas metamórficas. Aumentando-
se ainda mais a pressão e temperatura, estas rochas podem se fundir originando um
magma, iniciando-se o magmatismo. No seu movimento no interior da crosta, o
magma pode atingir a superfície (vulcanismo) onde se resfria rapidamente formando
as rochas vulcânicas. Se o magma não atinge a superfície e se resfria no interior da
crosta, tem-se o plutonismo com a consequente formação de rochas plutônicas. As
rochas existentes podem sofrer perturbações, devido a esforços que ocorrem no
interior da crosta, deformando ou quebrando-se, originando dobras e falhas. Tais
esforços ao provocarem reacomodações de partes da crosta produzem vibrações que
se propagam em forma de ondas constituindo os terramotos.

Processos Exógenos ou Dinâmica Externa


São processos que ocorrem usando a energia proveniente do exterior da Terra,
consistindo basicamente da energia solar que atua direta ou indiretamente sobre a
superfície da crosta, em uma ação mais destrutiva. São processos geológicos exógenos:
o intemperismo e a ação das águas superficiais e subterrâneas, do vento, do gelo e dos
organismos. Os processos de desagregação e decomposição de rochas por ação das
águas superficiais e subterrâneas, do vento, do gelo e dos organismos constituem o
intemperismo. O intemperismo e a fotossíntese são dois processos fundamentais para
a vida pois sem o intemperismo não haveria destruição das rochas e a formação dos
77

solos, e sem a fotossíntese não haveria fixação da energia solar, vital ao ciclo de vida
da Terra. A água atua tanto na superfície como na subsuperfície, tendo ação
intempérica – é o principal agente de intemperismo químico – erosiva e
transportadora. Ao percolar, a água transporta (lixívia) solutos para o lençol freático,
atingindo o mar ou outro ambiente de sedimentação, podendo ocorrer aí precipitação
e consequente formação de rochas sedimentares químicas. Ao escoar pela superfície,
transporta sedimentos (erosão), depositando-os com a diminuição de sua energia,
formando depósitos que originarão solos ou rochas sedimentares clásticas. O vento e
o gelo são agentes intempéricos e transportadores. O intemperismo se dá pela ação
abrasiva de partículas por eles transportadas.

Sumário
Nesta unidade temática falamos da geomorfologia de Moçambique, sua origem e suas
características, descrevemos a morfoestruturas em diferentes regiões de Moçambique
apresentamos exemplos elucidativos em cada de região do país. Trouxemos de forma
sumaria os processos endógenos e exógenos para o processo de formação das
morfoestruturas da crosta terrestre.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Os processos endógenos ou endogenéticos originam-se no interior da terra e são


geralmente construtivos.
Faça correspondencia entre coluna A e B
Nr A B
2 Processos Endógenos Dinâmica Interna
3 Processos Exógenos Dinâmica Externa
4 Relevos em cúpula de origem sedimentar Mueda
5 Relevos suaves e compartimentados Monte Binga e Namúli.
Linear

Chaves de Respostas: 1-V.

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. No processo exogeno, se o magma não atinge a superfície e se resfria no


interior da crosta, tem-se o plutonismo com a consequente formação de rochas
plutônicas.
2. Os processos de desagregação e decomposição de rochas por ação das águas
superficiais e subterrâneas, do vento, do gelo e dos organismos constituem o
intemperismo.
78

3. São processos que ocorrem usando a energia proveniente do exterior da Terra,


consistindo basicamente da energia solar que atua direta ou indiretamente
sobre a superfície da crosta, em uma ação mais destrutiva. Estamos perante:
A. Processo endogeno
B. Processo exógenos
C. Intemperismo
D. Vulcanismo

4. Relevos enrugados bem pronunciados, de origem quartzítica e xisto-gnaissica.


As estruturas deste tipo estão situadas na província de Manica.
5. Metade do território moçambicano é constituído por montanhas, com
altitudes até 2000 metros.

Chaves de Respostas: 1-F, 2-V, 3-B, 4-V, 5-F

UNIDADE Temática 4.2. Características das principais formas de


relevo de Moçambique

Introdução
A superfície do território moçambicano apresenta-se de forma desigual. Ela apresenta
zonas altas e outras baixas, como resultado de muitos acontecimentos que se registam
na superfície da Terra e, no interior da Terra.
Tais acontecimentos incluem vulcões, tremores de terra, etc. Sendo assim, o relevo de
Moçambique apresenta-se em forma de escada. A altitude aumenta à medida que
caminhamos do litoral para o interior.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer as formas de relevo de Moçambique;


 Descrever os principais planaltos de Moçambique;
Objectivos  Conhecer as principais cadeias montanhosas de
Moçambique;
específicos

4.2.1 As Formas de relevo de Moçambique


79

4.2.1.1 Planície
É a superfície que se estende em todo litoral, cujas altitudes não ultrapassam os 200
metros. As planícies localizam - se no sul do rio save e ao longo de todo o litoral de
Moçambique. Ocupa cerca de 250 mil km², a sua maior extensão é nas províncias de
Gaza, Inhambane e Sofala.

Ao longo dos vales das principais bacias hidrográficas destacam - se as seguintes


planícies:

 Planície do save, atravessado pelo rio save;


 Planície do Incomáti, atravessado pelo rio Incomáti;
 Planície do Zambeze, atravessado pelo rio Zambeze;
 Planície do Limpopo, atravessado pelo rio Limpopo.

4.2.1.2 Planalto
Um terreno extenso quase plano que apresenta altitudes que variam entre 200 a 1000
metros. A maior extensão dos planaltos encontram - se nas regiões norte e centro do
país. Ocupa dois terços do território nacional, o que corresponde a 500mil km².

Tipos de Planaltos

Morfologicamente, distinguem - se em Moçambique os seguintes planaltos:

 Planaltos médios — com uma altitude compreendida entre 200 - 500m


 Planaltos Altos — com altitude compreendida entre 500 - 1000m

Principais Planaltos de Moçambique


Os principais planaltos encontram-se logo a seguir às planícies e são planaltos a
destacar:
 Planalto Moçambicano — nas províncias de Zambézia e Nampula;
 Planalto de Angónia e Marávia — na província de Tete;
 Planalto da Mueda — na província de Cabo Delgado.
 Planalto de Lichinga – Província de Niassa
 Planalto de Chimoio – Província de Manica

4.2.1.3 Montanhas
Chama-se zonas de montanha aos lugares da superfície terrestre que apresentam
altitudes superiores a 1000 metros.

As Principais cadeias montanhosas


As principais montanhas estão localizadas no centro e norte de Moçambique e as mais
importantes são:
Cadeia montanhosa Maniamba-Amaramba, que está localizada na província de
Niassa, onde a serra Jéci apresenta as maiores altitudes, 1836 metros (Muchangos,
1999).
80

Formações Chire-Namúli, na província da Zambézia, tem como pontos mais elevados


o monte Namúli, 2419 metros e a serra Imago com 1807 metros.
Cadeia de Manica, estende-se ao longo da fronteira entre a província de Manica e o
território zimabweano. Nesta cadeia localiza-se o monte Binga, que é o mais elevado
do país com 2436 metros.
Também nesta cadeia encontramos o Monte Goróngué, com 1887 metros e a serra
Choa com 1844 metros.
A cadeia dos Libombos estende-se ao longo da fronteira com a África de Sul, nas
províncias de Gaza e Maputo. As altitudes desta cadeia não atingem os 1000 metros,
porém no conjunto do relevo do sul de Moçambique, ela destaca-se por ser a única
formação elevada. O ponto mais elevado desta cadeia é o Monte Mponduíne, com 801
metros, e esta localizada no distrito da Namaacha, província de Maputo (figura 15).

Figura. 16 Imagem de satélite ilustrando a cadeia dos Libombos. Fonte: Google Earth.

4.2.1.4 Depressões
Das principais depressões existentes em Moçambique destacam – se os vales dos rios
e as formas de relevo negativas onde se localizam – se os lagos e Pantanos. Estas
depressões interrompem frequentemente a continuidade das planícies; planaltos e
das montanhas.
81

As mais importantes depressões são:

Depressão do vale do rio Zambeze - é a maior não por constituir um dos maiores do
continente africano, como também por atravessar regiões de litologia e tectónica
complicada, ás quais o rio teve se adaptar.

Em alguns pontos do seu percurso o rio Zambeze, dada a resistência de certas


formações rochosas por onde atravessa, escava o seu leito, constituindo gargantas
apertadas e profundas, com grande relevância para a topografia do relevo.

Depressões Chire – Urema e Espungabera - estas formas negativas é resultado de


movimentos grabens tectónicos e representam das superfícies falhadas que
caracterizam a África Oriental.

Depressão do Niassa - onde se localizam os lagos Niassa, Chirua, Chiúta e Amaramba.

Depressão de Chissenga - é prolongamento do afundamento de Urema – Zangué para


Sul; este aberga o curso inferior do Púngué e que se desvia para mar onde continua na
plataforma continental.

Depressão de Funhalouro - constitue um dos mais importantes afundimentos


tectónico á Sul do Rio Save.

Depressão do Xai – Xai - constitue um largo e profundo afundamento que representa


o vale do rio Limpopó.

Depressão das Palmeiras - na província de Maputo, este afundamento é percorrido


pelo rio Incomati, no extremo Sul composta o afundamento tectónico correspondente
a baia de Maputo, etc.
82

Figura 17. Formas de relevo de Moçambique. Fonte: MINED, 1986.


83

Sumário
Nesta unidade temática descrever diferentes formas do relevo de Moçambique,
apresentamos cada um e fizemos a descrição e sua localização. Apresentamos as principais
cadeias montanhosas em região, onde encontramos no norte as cadeias de
Maniamba-Amaramba localizada na província de Niassa, Formações Chire - Namúli, na
província da Zambézia, Cadeia de Manica, província de Manica. Nesta cadeia localiza-
se o monte Binga, que é o mais elevado do país com 2436 metros. A cadeia dos
Libombos nas províncias de Gaza e Maputo.

UNIDADE Temática 4.3. EXERCÍCIOS INTEGRADOS neste Tema.

Exercícios de AVALIAÇÃO

Nr Cadeias Montanhosas Província de Localização


1. serra Jéci Niassa
2. Chire-Namúli Zambézia
3. Monte Goróngué Manica
4. Monte Mponduíne Maputo
5. serra Imago Zambézia

Nr Monte Altitudes (em metros)


6. Serra Jéci 1836
7 Namúli 1807
8 Monte Goróngué 1887
9 Monte Mponduíne 801
10 Choa 1844
11 Serra Imago 1807
84

TEMA – V: BIOGEOGRAFIA DE MOÇAMBIQUE

UNIDADE Temática 5.1. A Fitogeografia e Zoogeografia e a sua distribuição


geografica em Moçambique
UNIDADE temática 5.2 Faunas, Parques, Reservas e Coutadas de Moçambique

UNIDADE Temática 5.3. Exercícios Integrados das Unidades deste Tema.

UNIDADE Temática 5.1. A Fitogeografia e Zoogeografia e a sua


distribuição geográfica em Moçambique

Introdução

Biogeografia é a ciência que estuda os seres vivos (fitogeografia e a zoogeografia). A


fitogeografia estuda a vegetação enquanto a zoogeografia estuda a fauna.
Biogeografia é a área da ciência biológica que estuda a distribuição dos seres vivos no
espaço e através do tempo. Assim, estuda-se a distribuição da vida com base em sua
dinâmica na escala espacial e temporal no planeta Terra.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer as regiões fitogeográficas de Moçambique;


 Diferenciar os conceitos de Fitogeografia e
Zoogeografia;
Objectivos
 Descrever a distribuição da vegetação e fauna de
Específicos
Moçambique.

5.1.1 Fitogeografia( vegetação)


Muchangos (1999) descreve as características da flora moçambicana e sua distribuição
regional. Segundo este autor, Moçambique situa-se na região sudano - zambezíaca, da
qual também fazem parte a Tanzânia, o Malawi, a Zâmbia, o Zimbabwe, o Botswana e
a Swazilândia.
A vegetação natural é constituída por diferentes tipos de formação vegetal devido a
diferenҫa de latitude, altitude, geologia, clima, solos entre outros factores.
De uma forma geral, em Moçambique existe mais de vinte (20) regiões fitogeográficas,
mais importa destacar três(3) regiões.
1. Centro regional de Endeminismo Zambeziano
2. Mozaico regional Zanzibar – Inhambane
3. Mozaico regional Tongoland – Tongoland
A distribuição geográfica da vegetação florística (flora costeira) da África de acordo
com White (1983) engloba as seguintes fitoregiões com elevado valor endémico:
Centro regional de endemismo (Guineo-Congolian, Zambezian, Sudanian, Somalia-
85

Masai, Cape, Karroo-Namib, Mediterranean, Afro-montane archipelago-like regional


centre of endemism), região do extremo de empobrecimento floristico (Afro-alpine
archipelago-like region of extreme floristic impoverishment), zona regional de
transição (Guineo-Congolian/Zambezian, GuineoCongolian/Sudania, Kalahari-
Highveld, Sahel, Sahara, Mediterranean/Sahara) e mosaico regional (Lake Victoria,
Zanzibar-Inhambane e Tongoland-Pondoland).
A Vegetação costeira Moçambicana de acordo com White (1983) localiza-se na zona
regional de mosaico e engloba duas fitoregiões, o mosaico regional de Zanzibar-
Inhambane, que se estende do Rio Rovuma a foz do Rio Limpopo e o mosaico regional
de Tongoland-Pondoland ou zona de transição de Maputaland-Pondoland, que se
estende da foz do Rio Limpopo a Porto Lizabeth. Estas duas regiões são floristicamente
diferentes, mas ambas compreendem uma complexa matriz de floresta. De acordo Van
Wyk (1994) identificou o centro de endemismo do Oceano Índico ou de Maputaland.
Por outro turno, Clarke (2000) classificou esta região a Este da costa oriental da África
como região do centro de endemismo de Swahilian que parte de Somália a norte de
Moçambique e outra adjacente a região de zona de transição de Swahilian-
Maputaland que se estende de centro a sul de Moçambique. A Praia do Bilene situa-
se dentro da ecoregião do mosaico costeiro de Tongoland-Pondoland, abrange um
pouco o centro de endemismo do Oceano Índico.

Tipos de vegetação
Moçambique é rico em flora, terrestre e marítima. A orografia e o clima determinam
três tipos de vegetação: floresta densa nas terras altas do Norte e Centro do País,
floresta aberta e savana no Sul e, na zona costeira, os mangais. Estes ecossistemas
constituem o habitat de espécies selvagens como elefantes, leões, leopardos, chitas,
hipopótamos, antílopes, tartarugas, macacos e grande número de aves. As estas
riquezas associam-se belas paisagens, quer nas zonas altas, quer nas zonas costeiras
De acordo com os factores acima referidos que influenciam no clima do nosso país,
temos os seguintes tipos de vegetação:

Savana
Segundo Barca & Santos (2007), Savana é uma formação vegetal baixa que se
desenvolve nas regiões com fraca precipitação. É uma vegetação constituída por um
conjunto de árvores (vegetação arbustiva e arborea, capim e trepadeiras). Localiza-se
no clima tropical húmido.
Em regiões de relativa fraca pluviosidade, normalmente afastadas da costa, e de solos
secos, ocorre a savana. A savana pode ser arbórea ou arbustiva de acordo com a
predominância de árvores ou arbustos nos respectivos estratos, mas com o estrato
herbáceo sempre presente. De uma maneira geral a savana é uma formação baixa
(plantas de altura até 10m), por vezes degradada, com plantas espinhosas e outras de
folha caduca. As espécies são de porte médio, variando de 10 a 15m, e distribuem-se
a norte da província de Manica, em Gaza, Inhambane e, em geral, nas margens dos
principais cursos de água, onde a pluviosidade não ultrapassa os 600 mm (Fig. 18). A
sua maior área de ocorrência é a parte meridional de Moçambique, excepto as
estreitas faixas de floresta sub - litoral e a floresta de montanha nos Libombos.
86

Figura 18. Distribuição de Floresta de Moçambique. Dados cedidos pela Unidade de Inventário
Florestal – Ministério da Agricultura (Janeiro de 2008).
87

Figura 19. Exemplo vegetação de savana arbustiva e arbórea (Albino 2012).

Figura 19.1 Exemplo vegetação de savana arbustiva e arbórea (Albino 2012).

Estepes
88

É uma vegetação que se localiza no clima tropical seco e semi-árido sobretudo no Sul
da Provincia de Tete e no interior das províncias de Maputo, Gaza e Inhambane. As
estepes são resistentes à escassez de água em periodo de seca prolongada. Exemplo
embondeiros Figura 20.

Figura 20: floresta Estepe de Moçambique

Mangal
De acordo com (Semesi e Howell, 1992, Nonn, 1974 Couto,1993), citado por Baia
(2004) o mangal é uma comunidade vegetal que coloniza as lagoas costeiras, os
estuários e as depressões dos deltas. É uma vegetação costeira que se desenvolve nos
estuários e delta dos rios. O mangal é o viveiro dos animais aquáticos (figura 21).
Segundo Baia, (1998), citado por Luís (2011), as florestas de mangal encontram-se em
áreas relativamente protegidas, entre o continente e o mar, onde a energia das ondas
do mar é reduzida. Os mangais desenvolvem-se melhor em áreas expostas a um
abastecimento contínuo em água doce, como as regiões de elevada pluviosidade,
infiltração de água doce e nos deltas dos rios. O mangal crescem na área entre os níveis
da maré média alta e zoneamento das espécies, esta relacionada com a duração da
inundação pela maré, uma vez que a capacidade de resposta aos níveis de salinidade
vária de espécie para espécie.
89

Figura 21: Floresta Mangal

Florestas tropicais
Localizam-se nos climas tropicais húmido e de altitude nas regiões de centro e norte
de Moçambique.

Floresta de galeria
É uma vegetação que se desenvolve ao longo dos rios com um formato de um túnel
(parecer que estaa a cobrir). Este tipo de floresta apresenta tres formas: herbáceo,
arbustiva e arboreo.

A importância da vegetaҫão
A vegetaҫão é muito importante porque:
 fornece-nos o oxigénio;
 evita a erosão;
 nos dá medicamentos;
 dela se extrai a madeira, resina;
 alimenta os animais;
 dela obtemos lenha e carvão;
 mantém o equilíbrio ecológico;
 fornece frutos.

5.1.2 A zoogeografia( fauna) de Moҫambique


90

O território moçambicano pertence a região Etiópica, abragendo áreas das sub –


regiões Austral e Oriental. Encontra – se aqui uma rica e diversificada fauna,
conhecendo – se muitos milhares de espécies de diferentes grupos zoológicos, cuja
repartição geográfica depende de vários factores dentre eles, os latitudinais,
altitudinais, climáticos e biológicos (Muchangos 1999). Consoante o meio geográfico
da sua repartição e o grau de intervenção humana, a fauna pode subdividir-se em
terrestre, aquática e cultural. Os factores que influenciam na fauna Moçambicana são:
 o clima;
 o solo;
 a geologia;
 a vegetaҫão;
 rede hidrografica;
 altitude;
 latitude, etc.

A influência da latitude e do clima é fundamental tanto no revestimento cutâneo das


espécies como ainda no seu aspecto e está influência faz-se sentir ainda sobre o
desenvolvimento da flora que constitui a base alimentar da maioria das espécies. A
distribuição da fauna moçambicana está ainda com a distribuição das associações
vegetais e com as condições de acesso a água. O factor biológico de combinação dos
tipos faunísticos é fundamental, sobretudo no estabelecimento da cadeia alimentar
em que os herbívoros necessitam da flora para sua alimentação e ao mesmo tempo,
eles mesmos servem de alimento aos carnívoros.
Quanto à fauna aquática, Moçambique dispõe nos seus 120.000 km2 de área oceânica
e cerca de 13.000 km2 de águas interiores de uma enorme variedade de espécies
(Muchangos 1999). A sua distribuição depende das suas exigências de salinidade,
temperatura, profundidade, limpidez e dinâmica das águas. Ela é particularmente
diversificada no Canal de Moçambique onde vivem numerosas espécies de mamíferos,
repteis, peixes, moluscos, artrópodes e protozoários.

Os estudos dos zoogeógrafos são extremamente importantes para a compreensão do


homem sobre a evolução e a localização das espécies no planeta. A importância
económica da fauna sao:
 É uma reserva alimentar
 Pratica-se o ecoturismo
 Pratica-se o turismo de recriaҫão
 Pratica-se o turismo cinergético.
Ecoturismo é o conjunto de actividades turísticas que visam a conservaҫão do meio ambiente
e a conservaҫão do bem estar da comunidade. Ao passo que, turismo cinergético é o
conjunto de actividades turísticas relacionadas com a caҫa, filmagem, fotografias e
complementaҫão de animais selvagens, recreativos ou comerciais.
Turismo é o conjunto de actividades profissionais relacionadas com transporte,
alonjamento, contemplaҫão, e outras ligadas ao lazer dos turistas. O turismo é uma
das actividades da economia moçambicana em franco crescimento, apesar de
enfrentar uma concorrência regional e internacional muito forte, na qual o maior
concorrente na região tem sido a vizinha África do Sul.
91

Tabela 2: Exemplo de locais favoráveis à prática de ecoturismo em Moçambique.


Província Locais favoráveis
Cabo Delgado Quedas do rio Lúrio
Niassa Lago Niassa
Fósseis de troncos silicificados
Monte Cabeça do Velho
Manica Montanhas de Penhalonga
Pinturas Rupestres
Tete Barragem de Cahora Bassa
Monte Zumbo
Fósseis de troncos silicificados
Zambézia Nascentes termais de Morrumbala, Lugela e Gilé
Sofala Serra da Gorongosa
Cavernas do planalto de Cheringoma
Gaza Lagoas interiores
Troncos silicificados de Massingir
Inhambane Grutas de Vilanculos
Lagoas de interesses turísticas
Maputo Diques de Estevel e da Moamba
Cascatas da Namaacha
Afloramento com fósseis de Amonites em Mahúbo
Fonte: Adoptado a partir do autor (2018)
92

Figura 22. Mapa ilustrando as áreas onde ocorrem troncos fossilizados (Ferrara, 2004).
93

Sumário

Nesta unidade temática abordamos a distribuiҫão das diferentes espécies das plantas
dependendo do clima, da topografia, do terreno, solos e do homem. Assim
encontramos vários tipos de vegetaҫão que dependem principalmente da chuva: no
clima tropical húmido desenvolve as florestas abertas, galeria, mangal e a savana
arbórea e arbustiva. No clima tropical seco desenvolve a estepe. A vegetaҫão é muito
importante, porque fornece o oxigénio, madeira, medicamentos, carvão, evita a
erosão e alimenta os animais e homens.

UNIDADE Temática 5.2. Exercícios Integrados das Unidades deste Tema.

1. A Zoogeografia é uma área de estudo que faz parte da chamada biogeografia.


2. É uma vegetação constituída por um conjunto de árvores (vegetação arbustiva e
arborea, capim e trepadeiras).
A. Savana
B. Estepe
C. Mangal
D. Todas opções estão correctas
3. É uma vegetação que se localiza no clima tropical seco e semi-árido sobretudo no
Sul da Provincia de Tete e no interior das províncias de Maputo, Gaza e
Inhambane
A. Savana
B. Estepe
C. Mangal
D. Todas opções estão correctas
4. Crescem na área entre os níveis da maré média alta e zoneamento das espécies,
esta relacionado com a duração da inundação pela maré, uma vez que a
capacidade de resposta aos níveis de salinidade vária de espécie para espécie
A. Savana
B. Estepe
C. Mangal
D. Todas opções estão correctas
5. Florestas tropicais localizam-se nos climas tropicais seco e de altitude nas regiões
de centro e norte de Moçambique.

Chaves de Respostas: 1-V, 2-A, 3-B, 4-C, 5-F


94

1. A vegetaҫão é muito importante, porque fornece o oxigénio, madeira,


medicamentos, carvão, evita a erosão e alimenta os animais e homens.
2. Floresta de galeria é uma vegetação que se desenvolve ao longo dos rios com um
formato de um túnel.

Nr Tipo de vegetação Tipo de clima


3 Savana tropical húmido
4 Estepes tropical seco e semi-árido
5 Florestas tropicais Tropical húmido e de altitude

Chaves de Respostas: 1-V, 2-V. Linear

UNIDADE Temática 5.2 Parques, Reservas e Coutadas de


Moçambique

Introdução

Principais atraccões turísticos de Moçambique são as áreas de conservação ambiental.


Actualmente, cobrem cerca de 12,6% da superfície total do país, e compreendem 6
Parques Nacionais e 6 Reservas Nacionais, que para além de protegerem a
biodiversidade e os ecossistemas frágeis, protegem as espécies animais e vegetação.
Moçambique não é apenas um destino de viagem. O País oferece ao visitante
incontáveis variedades de paisagens deslumbrantes tanto da flora, bem como de
fauna.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Localizar as principais Reservas em Moçambique;


 Conhecer as principais Parques e sua localização em
Moçambique.
Objectivos
 Descrever Coutadas e sua localização em
Específicos
Moçambique

5.2.1 Os principais parques de Moçambique


Parques são áreas de conservação onde é proibido caçar e a entrada dos visitantes é
controlada. São muitas das vezes utilizados como locais de visitas turísticas. Os parques
nacionais são:
95

Parque Nacional de Gorongosa, localizada na província de Sofala, junto da serra da


Gorongosa. É a maior e a mais importante zona de proteção no nosso país. Os animais
que aí existem, são considerados dos mais belos representantes da fauna existentes
na terra. Calcula-se em milhares o número de espécies de animais existentes. São
animais típicos deste parque: pala-palas, zebra, bois - cavalo, leões, elefantes,
leopardos, búfalos, impalas, hipopótamos, crocodilos, macacos, cágados, pássaros,
entre outros.

Parque Nacional do Bazaruto, localizado no arquipélago do Bazaruto, na província de


Inhambane. Engloba uma extensa parte marinha e as 5 ilhas do arquipélago, ocupando
uma área de 1.430km2. Neste parque são protegidas as espécies vegetais e animais
existentes. Destaca-se em especial, os animais marinhos como por exemplo a
tartaruga marinha e o dugongo.

Parque Nacional do Zinave, localizado no distrito de Govuro, na província de


Inhambane, possui certas espécies características como a girafa e o avestruz. Estes
animais estão em perigo de extinção.

Parque Nacional de Banhine, localizado junto às margens do rio Changane, no distrito


de Chicualacuala, na província de Gaza. Possui aproximadamente 6,000km² e assenta
essencialmente na proteção da avestruz, elefante, leão e leopardos como espécies
sujeitas a caça furtiva. Predominam os antílopes e outros herbívoros de tamanho
médio.

Parque Nacional de Limpopo


O Parque Nacional do Limpopo localiza-se no Distrito de Massingir, Província de Gaza,
e constitui, juntamente com os Parques Nacional do Zinave e do Banhine, Kruger
(África do Sul) e Gonarehzou (Zimbabwe), a área de Conservação Transfronteiriça do
Grande Limpopo.

Parque Nacional das Quirimbas


O Parque Nacional das Quirimbas, localizado na Província de Cabo Delgado, Norte de
Moçambique, cobre uma área total de 9.130 km2, dos quais 1.185 km2 constituem a
parte marinha que inclui 11 ilhas (Ibo, Matemo, Quisiwe, e Quirimba, Quipaco,
Mefundvo, Quilalea, Sencar, Quirambo, Fion e Ilha das Rolas), e o Banco de S. Lázaro,
sendo que a parte terrestre cobre 5.984 km2 e abrange parcialmente quatros distritos
(Meluco, Pemba-Metuge, Ancuabe e Macomia) e a totalidade dos distritos de Ibo e
Quissanga (por um total de 13 postos administrativos), uma vez que se considera a
Zona Tampão, que tem uma área de 5.704 km2, é também parcialmente abrangido o
Distrito de Montepuez (postos administrativos de Mirate e Nairoto).
96

Tabela 3. Parques Nacionais de Moçambique.

Localização (província) Nome Área (Km2)

Sofala Parque Nacional de Gorongosa 5.370

Inhambane Parque Nacional do Zinave 6.000

Parque Nacional do Bazaruto 1.600

Gaza Parque Nacional do Banhine 7.000

Parque Nacional do Limpopo 10.000


Cabo Delgado Parque Nacional das Quirimbas 7.500
Fonte: MITUR, 2004.

5.2.2 As principais reservas de Moçambique

Reservas são áreas de proteção ambiental para peservar a vida selvagem, bem como
os ecossistemas fragéis. No territorio Moçambicano existem 5 principais reservas que
ilustramos na tabela abaixo:
Tabela 4 Reservas Nacionais de Moçambique.

Localização (província) Nome Área (Km2)

Sofala Reserva de Marromeu 1500

Inhambane Reserva de Pomene 200

Zambézia Reserva do Gilé 2.100

Niassa Reserva do Niassa 42.200


Maputo Reserva Especial de Maputo 700
Fonte: MITUR, 2004.

5.2.3 Coutadas Oficiais de Moçambique

As Coutadas Oficiais (Figura 23) são áreas delimitadas de domínio público, destinado
para caça desportiva, fomento do turismo cinegético e protecção das espécies, nas
quais o direito de caçar só é reconhecido por via de um contracto de concessão
97

celebrado entre o operador e o Estado (Lei de Florestas e Fauna Bravia nº 10/99 de 07


de Julho, Artigo 1).
A antiga Coutada 16 (veja a figura 10) foi convertida no actual Parque Nacional do
Limpopo, por meio do Decreto 38/2001 de 27 de Novembro. As coutadas 1, 2 e 3 foram
extintas e actualmente fazem parte do Parque Nacional da Gorongosa. Abaixo
apresentamos a tabela que ilustram as coutadas e suas áreas que ocupam.

Tabela 5: Coutadas Oficiais de Moçambique.

Localização (província) Nome Área (Km2)


Manica Coutada nº4 4.300
Sofala Coutada nº5 6.868
Sofala Coutada nº6 4.563
Sofala Coutada nº7 5.408
Sofala Coutada nº8 310
Manica Coutada nº9 4.333
Sofala Coutada nº10 2.008
Sofala Coutada nº11 1.928
Sofala Coutada nº12 2.963
Manica Coutada nº13 5.683
Sofala Coutada nº14 1.353
Manica Coutada nº15 2.300

Fonte: Autor (2018)


98

Figura 23. Parques Nacionais, Reservas Nacionais e Coutadas Oficiais de Moçambique


99

Sumário
Nesta unidade temática abordamos os principais parques, reservas e coutadas de
Moçambique e suas localizações. Apresentamos de forma sumaria os valores
económicos, social e cultural de cada um deles a ilustramos em tabelas as suas
dimensões. Falamos também que a antiga Coutada 16 foi convertida no actual Parque
Nacional do Limpopo e as coutadas 1, 2 e 3 foram extintas fazem parte do Parque
Nacional da Gorongosa.
100

Tema 6. EXERCÍCIOS INTEGRADOS NO MÓDULO

Exercícios de Preparação para Exames

PERGUNTA DE MULTIPLA ESCOLHA


3. Em termos cosmico, Moçambique localiza-se entre os paralelos X de latitude Sul e
entre os meridianos, Y de latitude Este. Os termos X e Y representa
respectivamente:
A. 10˚27´ e 26˚52’ S e 30˚12’ e 40˚51’ E
B. 10˚27´ e 26˚52’ E e 30˚12’ e 40˚51’ S
C. 15˚27´ e 26˚52’ S e 30˚12’ e 40˚51’ E
D. 10˚27´ e 26˚52’ E e 31˚12’ e 40˚51’ S
4. Moçambique localiza-se geograficamente no continente africano do equador,
banhado pelo oceano Índico, este pais se encontra na região da:
A. África Central
B. África Austral
C. África Oriental
D. Todas opcões estão erradas

3. A fronteira que separa Moçambique e Madagascar chama-se:


A. canal de Moçambique
B. Alto Farol da Catembe
C. Península de Mossuril
D. Todas opções estao correctas

4. A extensa da costa leste é banhada pelo Oceano Índico que, através do Canal de
Moçambique a separa da Ilha de Madagáscar. As províncias Moçambicanas que
não são banhado pelo oceano índico são:
A. Niassa e Nampula e Manica
B. Niassa, Tete e Manica
C. Sofala, Gaza e Tete
D. Cabo Delgado e Sofala e Gaza

5. A maior profundidade continental regista-se no lago X e é de 706m abaixo do


nível médio das águas do mar. No esquema da letra X representa o lago:
A. Maniamba-Amaramba
B. Quissico
C. Chiúta
D. Niassa

6. Conceito de Baias. As duas províncias com maior nr de baias em Moçambique são:


A. Cabo Delgado e Nampula
101

B. Cabo Delgado e Niassa


C. Zambezia e Nampula
D. Nampula e Inhambane

7. A extensa da costa leste é banhada pelo Oceano Índico que, através do Canal de
Moçambique a separa da Ilha de Madagáscar. As províncias Moçambicanas que
não são banhado pelo oceano índico são:
A. Niassa e Nampula e Manica
B. Cabo Delgado e Sofala e Gaza
C. Sofala, Gaza e Tete
D. Tete, Manica e Niassa.

8. Em Moçambique, de ponto de vista geológica temos duas unidades geológicas:


A. Pré-câmbrico e o paleolítico.
B. paleolítico e o fanerozoico.
C. Pré-câmbrico e o fanerozoico.
D. Pré-câmbrico e o Mozambique Belt.

9. O sistema pré – câmbrico sai de Manica prolonga-se para o interior de Zimbabwe


onde forma cinturão de ouro em Mutare e Odzi. O paleozoico comporta as
seguintes divisões:

A. quaternário e Jurássico
B. Jurássico e terciário
C. Câmbrico e karoo
D. quaternário e terciário
10. O calcário na província de Nampula ocorre no distrito de:
A. Ancgoche
B. Memba
C. Nacala
D. Malema

11. Grafite é um mineral cinza escuro, metálico e macio, que ocorre na natureza
em forma de cristais hexagonais com estrutura em camadas. Na Zona Centro
este mineral localiza-se na Província de:
A. Tete
B. Manica
C. Zambezia
D. Sofala
12. Moçambique é um país que na sua maioria localiza-se na zona intertropical,
por isso o clima é:
A. Quente
102

B. Frio
C. Modedado
D. altitude
13. Localiza-se no interior das províncias a Sul do rio Save (Maputo, Gaza e
Inhambane), Norte de Manica e Sul de Tete, caracterizado por uma época de
seca mais prolongada que a época chuvosa. Este tipo chama-se de clima:
A. tropical modificado pela altitude
B. tropical húmido
C. tropical seco
D. tropical semi-árido

14. As temperaturas médias anuais (TMA) variam entre 18 e 20°C e a precipitação


é superior a 1400mm/ano. Trata-se de clima:
A. tropical húmido
B. tropical seco
C. tropical semi-árido
D. tropical modificado pela altitude

15. Quanto maior for a altitude menor será a temperatura, este fenómeno, chama-
se:

A. gradiente térmico
B. Terminologista
C. efeito amenizador
D. Todas opções estao erradas

16. A medida que se caminha do mar para o interior do país o ar húmido torna-se
cada vez mais seco, por isso o clima é:

A. Tropical seco
B. Tropical Humido
C. Tropica semi-arido
D. Todas opções estao correctas

17. São ventos constantes que sopram de Sudeste em direcção ao Equador. Durante
a sua passagem, influenciam para ocorrência de chuvas na região Norte de
Moçambique e sobretudo ao longo da costa. Trata-se de:

A. Tropical seco
B. Tropical Humido
C. Tropica semi-arido
D. Ventos alíseos
103

18. São processos que ocorrem usando a energia proveniente do exterior da Terra,
consistindo basicamente da energia solar que atua direta ou indiretamente
sobre a superfície da crosta, em uma ação mais destrutiva. Estamos perante:
A. Processo endogeno
B. Processo exógenos
C. Intemperismo
D. Vulcanismo

19. É uma vegetação que se localiza no clima tropical seco e semi-árido sobretudo
no Sul da Provincia de Tete e no interior das províncias de Maputo, Gaza e
Inhambane
A. Savana
B. Estepe
C. Mangal
D. Todas opções estão correctas
20. O Parque Nacional do Limpopo localiza-se no Distrito de Massingir, Província de
Gaza, e no territorio Moçambicano constitui, juntamente com os Parques
Nacional de:
A. Bazaruto Zinave
B. Zinave e do Banhine
C. Bazaruto e Banhine
D. Quirimbas e Zinave
21. Localizado no distrito de Govuro, na província de Inhambane, possui certas
espécies características como a girafa e o avestruz. Estas caracteristicas diz
respeito ao parque de:
A. Bazaruto
B. Banhine
C. Gorongosa
D. Zinave
PERGUNTA VERDADEIRO/FALSO

22. Moçambique tem uma linha da costa de 2515 km desde a foz do rio Rovuma até
Ponta de Ouro.
23. Jurássico localiza-se nas províncias de Tete, Nampula e Cabo Delgado, onde forma
enormes bacias carboníferas.
24. As rochas quaternárias resultam da decomposição e destruição das rochas do
Primárias.

25. O bauxite ocorre no monte da Serra de Moriangane, Serra Vumba, na área de


Chimanimani-Rotanda, Serra Suira e Catandica.

26. Moçambique é um país de grande extensão geográfica e com uma ampla


diversidade geológica, onde estão representadas rochas sedimentares,
104

magmáticas, metamórficas, e uma larga diversidade de Rochas de origem


Moçambicana.
27. Clima tropical seco, as temperaturas médias anuais ultrapassam 40°C e
precipitação é inferior a 200mm/ano.
28. Factores do clima são elementos geográficos que actuam e modificam o clima de
uma região.
29. Metade do território moçambicano é constituído por planicieis, com altitudes até
200 metros.
30. A distribuição da fauna moçambicana está ainda com a distribuição das
associações vegetais e com as condições de acesso a água.
31. A vegetaҫão é muito importante, porque fornece o oxigénio, madeira,
medicamentos, carvão, evita a erosão e alimenta os animais e homens.
PERGUNTA DE CORRESPONDÊNCIAS
Nr Coutadas Localização

32 Coutada nº4 Manica

33 Coutada nº7 Sofala

Linear
Nr Parques Localização

34 Parque Nacional do Zinave Inhambane

35 Parque Nacional do Banhine Gaza

36 Parque Nacional das Quirimbas Cabo Delgado


Linear
Nr Tipos de Mineiras Localização
37 Carvão Tete, Manica e Niassa
38 Petróleo Bacias de Rovuma, Zambeze e Save
39 Gás natural Cabo Delgado e Inhambane
40 Ouro Nampula, Manica Tete e Zambézia
41 Pedras preciosas e semi- Zambézia, Nampula, Cabo Delgado,
preciosas Niassa e Tete
Linear

Chaves de Respostas: 1-A, 2-B, 3-A, 4-B, 5-D, 6-A, 7-D, 8-C, 9-B, 10-C, 11-A, 12-A,
13-C, 14-D, 15-A, 16-A, 17-D, 18-B, 19-B, 20-B, 21-D, 22-V, 23-V, 24-F, 25-V, 26-F, 27-
F, 28-V, 29-V, 30-V, 31-V.
105

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA

1. Afonso, R. S., Marques, J. M. & Ferrara, M. (1998). A evolução geológica de


Moçambique. Instituto de Investigação Científica Tropical, Lisboa; Direcção
Nacional de Geologia, Maputo.
2. ALBINO, R. J. (2012). Bases Geoambientais para a Gestão da Bacia Hidrográfica do
rio Umbeluzi-Moçambique. Maputo.
3. Baia, A.H.M. (2004). A exploração dos ecossistemas dos mangais enquanto a
apropriação do espaço na cidade de Angoche.
4. Barca, A. (1992). Perfil Físico: Colecção “Conhecer Moçambique 1”. Editora Escolar.
5. BARCA, Alberto da, SANTOS, Tirso dos. (2007). Livro de Geografia da 10ª Classe.
s/d. 3ª ed.
6. Bondyrev, I. V. (1983). Notícia explicativa (provisória) da Carta Geomorfológica de
Moçambique. Ministério dos Recursos Minerais, Instituto Nacional de Geologia,
Maputo.
7. Cílek, V. G. (1989). Industrial Minerals of Mozambique. Geological Survey, Prague.
8. Clarke, G. P. (2000). Defining the Eastern African Coastal Forests. In Coastal Forests
of Eastern Africa. Edited by Burguess, N. D and Clarke G. P. The IUCN Forest
Conservation Programme
9. Cumbe, A. N. (2007). O património geológico de Moçambique: Proposta de
metodologia de inventariação, caracterização e avaliação. Tese de mestrado
inédita, Universidade do Minho, Departamento de Ciências da Terra, Braga,
Portugal.
10. ECL, (2000), The Petroleum Geology and Hydrocarbon Prospectivity of
Mozambique ‘2000’, volume 1, Mozambique, ENH. 144p.
11. Ferrara, M. (2004). Relatório sobre uma breve visita a algumas florestas fossilizadas
na província de Tete: Áreas de Mágoè e de Carangache (relatório inédito), Maputo,
8 p.
12. FERRETTI, Orlando; BELTRAME, Ângela da Veiga. (2010) Análise da gestão e manejo das
Unidades de Conservação (UC) e de outras áreas protegidas e a criação da Reserva da
Biosfera em ambiente urbano (RBAU) na Ilha de SC. Anais do XVI Encontro Nacional de
Geógrafos. Porto Alegre.
13. GTK Consortium (2006). Notícia Explicativa da Carta Geológica 1:250.000. Direcção
Nacional de Geologia, Volume 4, Maputo.
14. Hoguane, António Mubango. (2007). Perfil Diagnóstico da Zona Costeira de
Moçambique, Quelimane.
15. Honguane A. M (2007) Diagnostico da Zona Costeira de Moçambique. Revista de
Gestão Costeira Integrada.
16. INAM Instituto Nacional de Meteorologia. (2010). Maputo, Moçambique, 2006.
17. INE (2004). Anuário Estatístico 2004 província de Maputo. Instituto Nacional de
Estatística, Maputo, Moçambique.
18. INE (2006). Retrato de Maputo Província 2006. Instituto Nacional de Estatística,
Delegação Provincial, Maputo, Moçambique.
19. Lächelt, S., (2004). Geology and Mineral Resources of Mozambique. Ministério dos
Recursos Minerais e Energia, Direção Nacional de Geologia, Maputo, Moçambique.
106

20. Lopes, F.C., (2008). Regiões sismogénicas de Moçambique: contextos e desafios.


In: As Geociências no Desenvolvimento das Comunidades Lusófonas – Conferência
Internacional, Coimbra, 13 e 14 de Out. 2008). Memórias e Notícias, Universidade
de Coimbra, 3 (Nova Série), 207-216.
21. Luís, A. dos. A. (2011) Aplicação dos Sistemas de Informação Geográfica e Detenção
Remota no Monitoramento do Mangal: UCM.
22. MANHICA, Hermenegildo António. (2013). Solos e Climas de Moçambique.
23. MASSALONGA, Bernardo Filipe et al, (2012). Material de Estudo da Geografia 10ª
Classe. Maputo, IEDA.
24. MINED (1986). Atlas geográfico. Ministério da Educação, Esselte Map Service AB,
Vol. 1, 2ª edição, revista actualizada, Estocolmo, Suécia.
25. MITUR (2004). Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo em
Moçambique (2004-2013). Ministério do Turismo, Maputo, Moçambique, 88 p.
26. Muchangos, A. dos. (1999). Moçambique, Paisagens e Regiões Naturais. Edição: do
Autor.
27. Paulino, F., Vasconcelos, L., Marques, J., (2010). Estratigrafia do Karoo em
Moçambique. Novas Unidades. In: Flores, D., Marques, M., (Eds.), Memórias nº14,
XVI Semana de Geoquímica/X Congresso de Geoquímica dos Países de Língua
Portuguesa, Porto, 1285-1294.
28. Van Wyk, A. E. (1994). Maputaland-Pondoland region. South Africa, Swaziland and
Mozambique. In: Davis, S. D., Heywood V. H. & Hamilton (eds) A. C. Centres of plant
diversity - A guide and strategy for their conservation. Cambridge, IUCN Publication
Unit. 227– 235p.
29. Vasconcelos, L. (2014). Breve apresentação sobre os recursos geológicos de
Moçambique. IX Comunicações Geológicas, Porto.
30. Vasconcelos, L., Jamal, D., 2010. A nova geologia de Moçambique. In: D. Flores, M.
Marques, (Eds). X Congresso de Geoquímica dos Países de Língua Portuguesa,
Universidade do Porto, Porto, Portugal. Memória, 14, 53-66.
31. White, F. (1983). The Vegetation of Africa. A descriptive memoir to accompany the
UNESCO/AETFAT/ UNESCO vegetation map of Africa. UNESCO. 356p.
32. Yager, T. (2014). The mineral industry of Mozambique. 2012 Minerals Yearbook.

Você também pode gostar