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CURSO DE LICENCIATURA EM

ENSINO DE GEOGRAFIA

MANUAL DE GEOGRAFIA DOS SOLOS

ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO 2022


CURSO DE LICENCIATURA EM
ENSINO DE GEOGRAFIA

MANUAL DE GEOGRAFIA DOS SOLOS

2º ANO

CÓDIGO

TOTAL HORAS/2º SEMESTRE 125

CRÉDITOS (SNATCA) 5

NÚMERO DE TEMAS 4
Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e


Educação a Distância (ISCED), e contém reservado todos os direitos. É
proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual,
sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos,
mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de
entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação a
Distância (ISCED).
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a
aplicação de processos judiciais em vigor no país.

Universidade Aberta (ISCED)


Vice-reitoria Académica
Rua Paiva Couceiro, Macuti
Beira - Moçambique
Telefone: +258 23 323501
Cel: +258 82 3055839

Fax: 23323501
E-mail: suporte@unisced.edu.mz
Website: www.isced.ac.mz.ac.mz
Agradecimentos

O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)


agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições
na elaboração deste manual:

Sualé Amade, Mestre em Gestão


Autor
Ambiental
Coordenação Vice-reitoria Académica do ISCED
Design Universidade Aberta (UnISCED)
Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distância (IAPED)
Revisão Científica
Revisão Linguística XXXXX
Ano de Publicação 2019
Ano de Publicação 2022
ISCED – BEIRA
Local de Publicação
Indice

Índice
Objectivos do Módulo ....................................................................................................... 1
Quem deveria estudar este módulo.................................................................................... 1
Como está estruturado este módulo ................................................................................... 2
Ícones de actividade .......................................................................................................... 3
Habilidades de estudo ........................................................................................................ 3
Precisa de apoio? ............................................................................................................... 5
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................. 6
Avaliação ........................................................................................................................... 7

TEMA – I: INTRODUÇÃO A GEOGRAFIA DOS SOLOS 9


UNIDADE Temática 1.1. Conceito, objecto de estudo da Geografia dos solos ............. 10
Sumário............................................................................................................................ 14
Unidade Temática 1.3. Exercícios Integrados deste Tema.............................................. 15
TEMA – II: FACTORES DE FORMAÇÃO DE SOLOS............................................... 17
UNIDADE Temática 2.1. Factores de Formação de Solos ............................................. 17
Introdução ........................................................................................................................ 17
Factores de Formação de Solos ....................................................................................... 18
Sumário............................................................................................................................ 26
UNIDADE Temática 2.5. Exercícios integrados das unidades temáticas deste tema ..... 27
TEMA – III: FORMAÇÃO DE PERFIS DE SOLO ....................................................... 29
UNIDADE Temática 3.1. Formação de Perfis de Solo ................................................... 29
Introdução ........................................................................................................................ 29
Sumário............................................................................................................................ 42
UNIDADE Temática 3.3. Exercícios Integrados da Unidade deste Tema. ..................... 43
TEMA – IV: PROPRIEDADES FÍSICAS, QUÍMICAS E BIOLÓGICAS DO SOLO . 45
UNIDADE Temática 4.1. Propriedades Físicas, Químicas e Biológicas do Solo .......... 45
Introdução ........................................................................................................................ 45
Sumário............................................................................................................................ 49
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 50
Exercícios de AVALIAÇÃO ........................................................................................... 50
UNIDADE Temática 4.2. Características Morfológicas, Físicas e Químicas do solo .... 51
Sumário............................................................................................................................ 57
Unidade Temática 4.4. Exercicios integrados das unidades tematicas deste tema ......... 58
TEMA – V: CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS ................................................................. 60
UNIDADE Temática 5.1. Classificação de solos ............................................................ 60
Introdução ........................................................................................................................ 60
Sumário............................................................................................................................ 65
Unidade Temática 5.3. Exercícios integrados das unidades temáticas deste tema ......... 66
TEMA – VI: GEOGRAFIA DOS SOLOS DO MUNDO E DE MOÇAMBIQUE ........ 68
UNIDADE TEMÁTICA 6.1. Geografia dos Solos do Mundo e de Moçambique.......... 68
Introdução ........................................................................................................................ 68
Sumário............................................................................................................................ 79
Exercícios de Auto – AVALIAÇÃO ............................................................................... 79
Exercícios de AVALIAÇÃO ........................................................................................... 81
UNIDADE Temática 6.2. Degradação dos solos, a Fertilidade dos Solos e Erosão do
Solo .................................................................................................................................. 81
Introdução ........................................................................................................................ 81
Sumário............................................................................................................................ 91
Exercícios de fim do Módulo .......................................................................................... 93
Grelha de soluções de Exercícios do fim do Modulo ...................................................... 98
GLOSSÁRIO --------------------------------------------------------------------------------------------------------105
UnISCED CURSO DE LIC. ENSINO DE GEOGRAFIA 2º ANO Disciplina/Módulo de Geografia dos Solos
__________________________________________________________________________________________________

Visão geral
Bem-vindo à Disciplina/Módulo de Geografia dos Solos

Ao terminar o estudo deste módulo de Geografia dos Solos deverá ser capaz de:
Compreender a processo de formação dos solos, propriedades, bem como sua
classificação.

Objectivos do Módulo

Ao completar este Módulo, estudante deverá ser capaz de:

• Definir o que é solo;


• Conhecer os fatores de formação do solo e seus processos
de formação;
• Identificar os constituintes do solo e as propriedades dos
Objectivos
solos
Específicos
• Entender o perfil do solo e os horizontes;
• Compreender o sistema de classificação dos solos em
Moçambique;
• Conhecer os diferentes tipos de solos;
• Características Morfológica do solo e suas propriedades
Físicas e químicas.

Quem deveria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para estudantes do 2º ano do curso


de licenciatura em Geografia do ISCED. Poderá ocorrer,
contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e
consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão
bem-vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas
poderá adquirir o manual.
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Como está estruturado este módulo

Este módulo de Geografia dos Solos, para estudantes do 2º


ano do curso de licenciatura em Ensino de Geografia, à
semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado como se
segue:

Páginas introdutórias

▪ Um índice completo

▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,


resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como
componente de habilidades de estudos.

Conteúdo desta Disciplina / Módulo


Este módulo está estruturado em 6 Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade
temática ou do próprio tema, são incorporados antes o sumário,
exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os
exercícios de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as
seguintes características: Exercícios fechadas que serve para
preparação para exames.

Presente módulo contém no fim um glossário constituído pelos


conceitos técnicos em Pedogeografia e suas respectivas
definições.

Outros recursos
A equipa dos académicos e pedagogos da ISCED, pensando em si,
num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio
de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem,
apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu
módulo para você explorar. Para tal a ISCED disponibiliza na
biblioteca virtual mais material de estudos relacionado com o seu
curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além
deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode
ter acesso a Plataforma Digital Moodle para alargar mais ainda as
possibilidades dos seus estudos.
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Auto-avaliação e Tarefas de avaliação


Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características:
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes, falso ou
verdadeiro. Segundo, exercícios que mostram variam opções de
respostas, mas apenas uma é que é correcta (de múltipla escolha
as respostas estão nas letras A, B, C e D onde apenas uma está
correcta). No fim de cada capítulo (tema) são apresentados
exercícios versando matérias de todas as unidades temáticas.
Também no fim do Módulo são apresentados exercícios versando
todos os temas dos estudos de caso.

Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação,


mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de
campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de
correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame
do fim do módulo. Pelo que, caro estudante fazer todos os
exercícios de avaliação é uma grande vantagem.

Comentários e sugestões
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
Pedagógica, etc., sobre como deveriam ser ou estar apresentadas.
Pode ser que as suas observações ajudem na melhoria do próximo
módulo.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas


margens das folhas. Estes ícones servem para identificar
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem
indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade
ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Habilidades de estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a


aprender. Aprender aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para


facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados,
implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os
bons resultados apenas se conseguem com estratégias
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eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde e


quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as
quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o
tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue:
1. Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto
domínio de leitura.
2. Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).
3. Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).
4. Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar
se a sua aprendizagem confere ou não com a dos
colegas e com o padrão.
5. Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades
práticas ou as de estudo de caso existam.
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-
tempo, respectivamente como, onde e quando estudar, como
foi referido no início deste item, antes de organizar os seus
momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que
seria ideal para si: Estudo melhor em
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de
manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo
melhor com música/num sítio sossegado/num sítio
barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada
hora, etc.
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido
estudado durante um determinado período de tempo; Deve
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao
seguinte quando achar que já domina bem o anterior.
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder
ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor
opção é juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade
todos conteúdos de cada tema, no módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente


por tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma
hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de
descanso (chama-se descanso à mudança de actividades). Ou
seja que durante o intervalo não se continuar a tratar dos
mesmos assuntos das actividades obrigatórias.

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual


obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o
rendimento da aprendizagem. Porque o estudante acumula um
elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco
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tempo, criando interferência entre os conhecimentos, perda a


sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas
não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por
se achar injustamente incapaz!

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma


avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder a
questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida,
sobre tudo, estude pensando na sua utilidade como futuro
profissional, na área em que está a se formar.

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e


que matérias deve estudar durante a semana; face ao tempo
livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente,
decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras
actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois


será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: a colocação de notas nas margens pode
ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil
identificar as partes que está a estudar e pode escrever
conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes,
pode também utilizar a margem para colocar comentários
seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para
sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e
não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário
sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou
não lhe é familiar;

Precisa de apoio?

Caro estudante: temos a certeza que por uma ou por outra


razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar
algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de
concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza,
fraca visibilidade, página trocada ou invertidas, etc.). Nestes
casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao
estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, SMS,
Correio electrónico, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta
participando a preocupação.

Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes


(Pedagógico e Administrativo) é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Daí a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC
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se torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,


estudante – CR, etc.

As sessões presenciais são um momento em que você caro


estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com
staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do
ISCED indicada para acompanhar as suas sessões presenciais.
Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de
natureza pedagógica e/ou administrativa.

O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de


30% do tempo de estudos a distância, é muita importância, na
medida em que permite-lhe situar, em termos do grau de
aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira
ficar a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos
colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados
com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes
temas e unidade temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios,


actividades e autoavaliação), contudo nem todas deverão ser
entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas
devem ser entregues duas semanas antes das sessões
presenciais seguintes.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação
do estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos
de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final
da disciplina/módulo.
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR)
ou submetido na plataforma e os mesmos devem ser dirigidos
ao tutor/docente.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es).
Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de
um autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade,
humildade científica e o respeito pelos direitos autorias devem

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas,
sem prévia autorização.
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caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor (estudante


do ISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à


distância, estando eles fisicamente separados e muito distantes
do docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez
seja uma avaliação mais fiável e consistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam
com um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de
estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de
contacto presencial conta com um máximo de 10% do total de
tempo do módulo. A avaliação do estudante consta detalhada
do regulamento de avaliação.
1. Avaliação formativa: Serão observados os trabalhos de
campo e as participações nos fóruns de discussões. Para cada
actividade a média pesa em 40% sobre a avaliação final.
2. Avaliação sumativa: Ao final do semestre haverá uma prova
presencial de avaliação e o valor da prova pesa 60% da
pontuação total. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de
conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 3 (três)
avaliações e 1 (um) (exame).
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão
utilizados como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter
em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento
de Sistema de Avaliação da UnISCED.
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TEMA – I: INTRODUÇÃO A GEOGRAFIA DOS SOLOS

A pedologia, uma ciência relativamente recente (tem pouco mais de um


século), estuda o solo tendo como base o seu perfil. O perfil do solo é
uma secção vertical que contém horizontes ou camadas sobrejacentes ao
material de origem. O solo é parte integrante da paisagem, e um dos
principais mecanismos da manutenção do equilíbrio de ecossistemas,
sendo, portanto, base de todo desenvolvimento da vida. A concepção do
solo como corpo dinâmico e naturalmente organizado foi reconhecida
por volta de 1877, pelo naturalista russo Dokouchaiev.
Sendo a geografia a ciência que estuda o espaço e as múltiplas relações
entre o homem e o meio, o objectivo da ciência do solo, nos estudos da
geografia, deve estar centrado, principalmente, na gênese, evolução,
mapeamento dos solos e na relação deste componente da paisagem com
os demais fenômenos que ocorrem no espaço geográfico Lepsch (2011).
Segundo Ross (2011) o campo de estudo da pedologia dentro da análise
geográfica ambiental deve preocupar-se:

[...] com a caracterização morfológica, física, química e


mineralógica dos solos ao mesmo tempo que executa o
mapeamento e classificação dos tipos de solos. Os estudos dos
solos devem atender dois objetivos – o de avaliar a aptidão ou a
capacidade agropecuária do uso das terras e subsidiar com
informações das características texturais, estruturais e químicas
para a análise da dinâmica do relevo, da fragilidade e da
funcionalidade dos sistemas ambientais onde cada tipo
dominante de solo ocorre. (p. 69)

A PEDOLOGIA NA CIÊNCIA GEOGRÁFICA

A geografia é a ciência que estuda as relações entre os sistemas naturais,


áreas geográficas, sociedade, culturas e a interdependência desses
sistemas entre eles e sobre o espaço geográfico (CHRISTOPHERSON,
2012).
É nesta perspectiva que o professor de Geografia deve possuir
ferramentas e possibilidades para construir um pensamento crítico sobre
o espaço e as relações que se estabelece nele, respeitando suas
particularidades e características. Assim, a ciência geográfica ao estudar
as relações sociedade e natureza, e a partir de pressupostos formularem
os princípios da organização espacial, que definem nela camadas
específicas e interligadas, que cabe a Geografia Física: geomorfologia,
climatologia, hidrologia, biogeografia e a pedologia (COLTRINARI, 1999).
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Ou seja, a geografia física é a análise espacial de todos os elementos e


processos físicos que compõem o meio ambiente: energia, água, tempo,
clima, acidentes geográficos, animais, plantas, micro-organismos, solos e
a própria Terra (CHRISTOPHERSON, 2012).

Em relação à pedologia, ciência que estuda a origem, classificação,


distribuição e descrição do solo, pode-se perceber que este recurso
natural é de extrema relevância na dinâmica dos geossistemas,
configurando a importância de seu estudo no desenvolvimento das
análises geográficas (CHRISTOPHERSON, 2012).

Segundo Ruellan (1990), embora a importância do solo seja


incontestável, este ainda possui tratamento secundário, percebemos essa
situação tanto nos estudos científicos destinados ao ensino, como
também por aqueles que utilizam este recurso cotidianamente.

Da mesma maneira, nota-se que vários estudiosos que atuam na


Geografia ainda não compreendem o solo como elemento fundamental
nos estudos geográficos, segundo CHRISTOPHERSON (2012) esta ideia
pode estar relacionada ao facto da pedologia/ciência do solo ser uma
ciência interdisciplinar, que envolve outros ramos da ciência, como a
Física, Biologia, Mineralogia, Hidrologia, Climatologia, Cartografia e
demais.

Mas, segundo Christopherson (2012), a geografia é uma ciência


integradora e que é adequada ao estudo dos solos.

UNIDADE Temática 1.1. Introdução a Geografia dos Solos


Unidade Temática 1.3. Exercícios Integrados das Unidades deste tema.

UNIDADE Temática 1.1. Conceito, objecto de estudo da Geografia dos solos

Historial da Ciência dos Solos


Ao longo da história da humanidade, o homem sempre conviveu
intimamente com o solo.
Inicialmente, colhendo da terra seus produtos através do extrativismo e,
com o passar dos tempos, aprendendo a cultivá-lo, cada vez mais
racionalmente, para a produção de bens de consumo; a utilizá-lo como
matéria-prima na fabricação de cerâmica e vidraria e como material de
construção e substrato para obras de engenharia.
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Desde que o homem se tornou sedentário, no neolítico quando o homem


começa a estabelecer relação com o solo. No início esses conhecimentos
eram fracos, os dados arqueológicos existentes confirmam que o homem,
vem do solo seu instrumento de trabalho.
Há 6000 anos existem registo de conhecimento de solos. Os chineses
classificavam os solos em 9 grupos de acordo com a fertilidade.

Na Grécia Aristóteles Theofates reconheceram existir relação entre os


solos e as plantas a 2400 anos.

Na mesma altura Hipócrates fez um trabalho onde concluía que os solos


libertavam nutrientes para concluir as plantas.

Nessa época descobriu-se a Columela a (2000 anos) estabeleceu uma


ralação entre a fertilidade dos solos e as cores.

Segundo ele os solos escuros eram férteis que os solos claros.


Em 1563 o francês Bernard Polloisey publicou um livro em que afirmava
que os solos eram a principal fonte de nutriente.

Ele afirmou que devia-se levar o grau de fertilidade dos solos


introduzindo adubos. Isso significou uso de fertilizantes na história da
humanidade.

A partir do Séc. XIX elaboram-se bases científicas para estudo dos solos.

Em 1840 o alemão Justus Liebig publicou uma obra em que dizia que a
nutrição das plantas não era feita directamente por restos de animais e
plantas, mas sim dos minerais existentes da solução dos solos.
Nos desertos não há plantas porque há falta de H2O para dissolver N2,
Mg, K2 e O2.

Ciência que estuda os solos e os seus processos de formação. A pedologia


estuda o solo nos aspetos físico, químico e biológico, procedendo à sua
caracterização e classificação, ao mesmo tempo que procura esclarecer a
sua distribuição geográfica e o seu modo de formação e evolução, assim
como quaisquer outros processos e fenómenos que nele ocorram.
A pedologia individualizou-se no início do séc. XX devido aos novos
conceitos de solo desenvolvidos a partir de 1877 por cientistas russos,
dos quais Vasielevich Dokuchaiev, foi o pioneiro e, como tal, considerado
o seu fundador.
Dokuchaiev é pai da Pedogeografia porque em 1882 depois de um longo
período de estudo ele concluiu que:
✓ Os solos eram produtos da interação entre a rocha mãe com o
clima, organismos vivos sob influência das condições do relevo e
da idade da rocha;
✓ Ao estabelecer este pensamento criou bases na formação da lei
de zonalidade geográfica e estabeleceu base para o estudo dos
biomas;
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✓ Os solos são resultado das quantidades de energia que assolam a


superfície da terra.
Mais tarde Glinka discípulo de Dokuchaiev estabeleceu estudo sobre
horizonte dos solos (que indicam o grau de interacção e de actividade
que existem nos solos).
A maior parte do desenvolvimento da moderna Pedologia ou Edafologia
deveu-se principalmente ao departamento da agricultura dos E.U.A. que
a partir da década 20 e 30 do Séc. XX teve um chefe que se interessou no
estudo dos solos – foi o Marbut. Mudou a percepção de Dokuchaiev,
produziu nova classificação dos solos. Esta classificação chama-se Soil
Taxionomy.
1923 Marbut e Chaokeskia fizeram a primeira caracterização geral dos
solos africanos e propuseram a realização da conferência sobre os solos
tropicais.
1980 deu-se o primeiro congresso mundial dos solos na Holanda.
1963 já existia a carta do mapa de solos africanos com 275 classes de
solos existentes.
Em Moçambique fazia-se o primeiro esboço agrológico do Sul de
Moçambique, do Baradas.

Actualmente em Moçambique existem vários estudos dos solos em


particular a região centro nordeste de Moçambique.

• Conhecer os conceitos de solo;


• Conhecer o objecto de estudo da Geografia dos solos;
• Compreender a relação da Pedologia com outras ciências.
Objectivos
Específicos

Conceito
Segundo OMBE et al., (2007, p. 87) “solo é um agregado de minerais não
consolidados e de partículas orgânicas produzido pela acção combinada
do vento, água e dos processos de desintegração orgânica”.

É uma camada da superfície terrestre resultante da ação dos organismos


vivos (plantas e animais) e do clima sobre a rocha matriz, acondicionada
pelo relevo, num dado tempo.

O solo é formado a partir das rochas, que através do tempo, das


mudanças climáticas e com uma pequena ajuda de seres vivos (como os
micro-organismos) acabam por quebrar estes fragmentos em pedaços
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cada vez menores. Cada tipo de rocha diferente dá ao solo propriedades


diferentes, ou seja, eles terão profundidades, texturas (arenosa, média
ou argilosa) e até mesmo cores diferentes.

Mas o solo não é feito só de restos de rochas. Ele também possui uma
parte orgânica, formada pelos restos de animais e plantas. Eles,
futuramente, irão nutrir outras plantas para que estas cresçam fortes e
saudáveis. Além dessa parte orgânica, o solo também possui ar e água
nele.

Objecto de Estudo da Geografia dos Solos


O objecto de estudo da geografia dos solos (pedologia) estuda a
pedogénese, a morfologia dos solos e a classificação de solos todos e
fenómenos que nele ocorrem bem como as diferenças de tipos de solos
que a terra apresenta.

Relação da pedologia com outras ciências

Pedologia é a ciência que trata da origem, morfologia, distribuição,


mapeamento e classificação dos solos. A pedologia considera o solo como
um objecto em si próprio, e dá pouca ênfase à sua imediata utilização
prática.

Edafologia é o ramo da Ciência do Solo que trata da influência dos solos


nos seres vivos, particularmente nas plantas, incluindo o uso da terra
pelo homem, com a finalidade de proporcionar crescimento de plantas
(OLIVEIRA, 2007).

Salienta-se que a Pedologia é uma área da ciência desafiadora, pois trata


da formação e distribuição espacial dos solos na paisagem, com suas
implicações socio ambientais. Acrescente-se que, as informações geradas
nos estudos pedológicos, além de sua utilização pelos demais ramos da
Ciência do Solo, encontram aplicação nas demais áreas da ciência, como
Agronomia, Geografia, Geomorfologia, Geologia, Engenharia,
Arqueologia, Biologia, Química, Medicina entre outras (KER et al., 2012).

Embora essas abordagens interdisciplinares possam ser consideradas


ainda insuficientes, já são vários os exemplos dessa visão nas pesquisas
sobre os solos. Em Física, Química, Biologia, Mineralogia, fertilidade,
manejo e conservação do solo, por exemplo, a importância dessa
abordagem multidisciplinar é comummente reconhecida, principalmente
quando se procura obter melhores respostas às muitas indagações do
dia-a-dia no examinar, entender e descobrir algo novo sobre os solos e
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suas relações com os de mais componentes das paisagens (TORRADO et


al., 2005).

Solo como ecossistema e factor do ambiente

Ecossitema é uma unidade que inclui a totalidade dos organismos


(comunidade de determinada área).

Reagem no ambiente físico conforme a que uma corrente de energia


conduza a uma estrutura trófica, a uma diversidade biótica e a ciclo de
materiais bem definidos dentro do sistema – o Sistema Ecológico ou
Ecossistema.

Na fotossíntese H2O + CO2 C6 H12 O

Um sistema caracteriza-se por ter entrada e saída de materiais.

Sumário
Nesta unidade temática foi apresentada a introdução ao estudo da
Geografia do solo, conceito apresentado por vários autores, objecto de
estudo e a relação da geografia dos solos com outras ciências. E conclui-
se que a ciência do solo envolve várias áreas, tais como: gênese
(formação), química, física, fertilidade, ensino, uso, manejo e
conservação, biologia, classificação, levantamento, mineralogia e
morfologia; dentre outras.
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Unidade Temática 1.3. Exercícios Integrados deste Tema

1. A pedologia, uma ciência que estuda o solo tendo como base o


seu perfil.

2. Edafologia é o ramo da ciência do Solo que trata da influência dos


solos nos seres vivos (plantas) incluindo o uso da terra pelo
homem.

3. O objectivo da ciência do solo, nos estudos da geografia, deve


estar centrado, principalmente, na gênese, evolução,
mapeamento dos solos e na relação deste componente da
paisagem.

4. Solo é um agregado de minerais consolidados e de partículas


orgânicas produzido pela acção combinada do homem e da
natureza.

5. Pedologia é uma área da ciência desafiadora, pois trata da


formação e distribuição espacial dos solos na paisagem, com suas
implicações socio ambientais.

6. A Geografia é uma ciência que tem por objectivo o estudo da


superfície terrestre e a distribuição espacial de fenômenos
significativos na paisagem. O pioneiro a ciência do solo é:
A. Dokouchaiev
B. André Cholley.
C. Alexander Von Humboldt.
D. Frederico Ratzel.

7. A ciência dos solos como um corpo dinâmico com objecto de


estudo bem claro foi concebida e desenvolvida em:
A. 1785.
B.1877.
B. 1778.
D. 1788.

8. A geografia é a ciência que estuda as relações entre os sistemas


naturais, áreas geográficas, sociedade, culturas e a
interdependência desses sistemas entre eles e sobre o espaço
geográfico. O cientista que notabilizou foi de origem:
A. Fenícia.
B. Babilônica.
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C. Russa.
D. Americana.

9. O solo é um componente terrestre essencial para os seres vivos e


também para a realização das atividades econômicas, de forma a ser
considerado um importante recurso natural. Em termos de composição
geomorfológica, pode-se afirmar que os solos.
A. Constituem-se em ambientes de erosão e acúmulo de material
sedimentar
B. Os solos são formados a partir de processos erosivos e intempéricos
provocados pelos agentes externos do relevo.
C. São o ponto de partida para a formação de todas as rochas terrestres.
D. Têm como característica a alteração mineralógica a partir da pressão
do ar.

10. A ciência do solo se relacionam com muitas ciências, com exceção da:
A. Geologia
B. Biologia
C. Geomorfologia
D. Deontologia

Chaves de Respostas: 1-V, 2-V, 3-V, 4-F, 5-V, 6-A, 7-B, 8-C, 9-B,10-D
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TEMA – II: FACTORES DE FORMAÇÃO DE SOLOS


UNIDADE Temática 2.1. Factores de Formação de Solos
UNIDADE Temática 2.5. Exercícios Integrados deste Tema

UNIDADE Temática 2.1. Factores de Formação de Solos

Introdução

O solo é formado a partir da decomposição das rochas, por meio de um


conjunto de processos físicos, químicos e biológicos, que podem ser
denominados intemperização. Dentre os processos físicos podemos
alistar o atrito entre as partículas de solo, a temperatura, o vento, a
pressão, entre outros factores. Como existem diferentes tipos de rochas
na crosta terrestre, é fácil entender por que existem diferentes tipos de
solos. No entanto, existem outros factores de formação dos solos, além
da rocha, que são responsáveis pelos diferentes tipos de solos que vemos
hoje nos locais por onde passamos. Esses factores são o clima, os
organismos, o relevo e o tempo. Assim, com o passar do tempo, a rocha,
seu principal material de origem, é cada vez mais reduzida de tamanho
(diz-se que é decomposta) pela acção do clima (chuva, vento e
temperatura, principalmente) com ajuda dos organismos vivos (fungos,
líquens, bactérias, o próprio homem, e outros), promovendo adições,
perdas, transportes e transformações de matéria mineral e orgânica ao
longo de sua formação, originando os solos na paisagem em diversas
formas de relevo. Assim, a rocha dura, em que as plantas não conseguem
crescer, é transformada em material macio, os solos, em que as raízes
das plantas conseguem penetrar e retirar água e nutrientes para a sua
sobrevivência.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


• Definir factores de formação de solos.
• Indicar e explicar os factores de formação de solo.

Objectivos
Específicos
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Factores de Formação de Solos


A decomposição das rochas leva à formação de pequenas partículas das
quais os solos são constituídos, denominadas de partículas minerais.
Essas partículas são misturadas às partículas orgânicas, provenientes da
decomposição de pequenos animais e restos de plantas, dando origem às
camadas superficiais do solo, muito importantes para o crescimento das
plantas, pois é nelas que se concentra grande parte de suas raízes.
Existem diferentes tipos de partículas minerais; algumas delas
conseguimos individualizar na massa de solo e ver olhos nú sem ajuda de
microscópio, como é o caso da areia. Outras partículas são muito
pequenas e só podem ser vistas uma a uma com ajuda de um
microscópio (argilas, por exemplo). Os diferentes tipos de solos têm
diferentes tipos e quantidade dessas partículas minerais.

Figura 1: decomposição da Rocha para formação de solo

Segundo Lepsch (2011), a existência de diferentes tipos de solos é


controlada por cinco factores, sendo estes: o clima, os organismos vivos,
o material de origem (rocha), o relevo e a idade da superfície do terreno
(tempo). A interação dinâmica desses factores propicia a formação do
solo e conforme as características do local, no qual envolve tipo de rocha,
relevo, macro e micro-organismos, clima, em um determinado tempo,
são responsáveis pela origem de diversos tipos de solos.
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O relevo na formação dos solos

A acção do relevo reflete directamente sobre a dinâmica da água, tanto


no sentido vertical (infiltração) como lateral (escorrimentos superficiais –
enxurradas – e dentro do perfil); e indirectamente sobre o clima dos solos
(temperatura e humidade), através da incidência diferenciada da
radiação solar, do decréscimo da temperatura com o aumento das
altitudes, e sobre os seres vivos os tipos de vegetação natural
importantes na formação dos solos.

Figura 2: Influência do relevo (Lepsch, 2011).

A água que cai sobre um terreno e não evapora tem apenas dois
caminhos: ou penetra no solo ou escorre pela superfície.
Geralmente, segue concomitantemente ambos os caminhos, com maior
ou menor participação de um ou outro, dependendo das condições do
relevo (declividade e comprimento da vertente); da cobertura vegetal; e
de factores intrínsecos do solo.
Em terrenos declivosos, a quantidade de água que penetra no solo é, em
igualdade de incidência de precipitação pluvial, normalmente menor que
nos menos inclinados.
Na coexistência de ambas as situações, compartilhando uma porção da
paisagem, as áreas com menos declive recebem o acréscimo de água do
escoamento superficial e subsuperficial proveniente das áreas mais altas.
Os solos de relevo íngreme (muito inclinado) são submetidos ao
rejuvenescimento, através dos processos erosivos naturais e, em geral,
apresentam clima mais seco do que aqueles de relevo mais suaves.
Os solos rasos e pouco profundos das vertentes declivosas são
naturalmente co-habitados por matas mais secas do que as dos terrenos
contíguos menos íngremes.
Disso resultam solos menos profundos e evoluídos do que os situados em
condições de relevo mais suave, onde as condições hídricas determinam
ambiente húmido mais duradouro.
Em terrenos aplainados, a eliminação da água pelo escorrimento
superficial é diminuta; assim, há um acentuado fluxo de água através do
perfil, favorecendo a lixiviação em sistema de drenagem livre.
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Nos terrenos de relevo subaplainado ou deprimido, em ambiente de


drenagem impedida, determinando sistema fechado, as condições são
ideais para os fenômenos de redução, devido ao prolongado
encharcamento, resultando em solos particulares, denominados
hidromórficos.
Outra implicação importante do relevo é sobre a taxa de radiação e,
consequentemente, sobre o clima do solo em diferentes situações de
exposição dos terrenos à acção solar.
Em regiões montanhosas, por exemplo, dependendo da orientação das
encostas, a variação de incidência da radiação solar é significativa.
A variação do relevo origina uma sequência de perfis geneticamente
ligados entre si, mas diferenciados por características morfológicas.
Os solos formados nas partes altas do terreno diferem dos de terrenos
baixos. Em função da topografia os solos podem apresentar as seguintes
denominações:

a) Solos Eluviais: são definidos como os que mantêm estreita correlação


com o material de origem, não são influenciados pelo transporte de
partículas minerais de regiões próximas e estão sujeitos a influências das
características mineralógicas, físicas e químicas da rocha mãe (rocha
matriz).

b) Solos Coluviais: são aqueles geralmente encontrados em locais de


declive. Estes resultam da mistura de fragmentos minerais de rochas de
camada mais profundas e também são enriquecidos por partículas
transportadas de locais mais elevados e que podem ter origem de
material rochoso diferente.

c) Solos Aluviais: os materiais que entram na constituição desses solos


originam-se da acumulação gradativa dos resíduos minerais provenientes
de regiões próximas, ou seja, daquelas dentro da bacia hidrográfica.

O clima na formação dos solos


O clima constitui um dos mais ativos e importantes factores de formação
do solo. De seus elementos, destacam-se, pela acção directa na
pedogénese:
➢ A temperatura;
➢ A precipitação pluvial;
➢ A deficiência e o excesso hídrico.
A latitude influi directamente nos regimes térmicos regionais. É muito
importante no desenvolvimento dos solos, pois a velocidade das reacções
químicas que neles se processam é directamente proporcional ao
aumento da temperatura.
Além da temperatura, a quantidade de água de chuva que atinge a
superfície, nela penetra, seja mantida ou percole, é factor igualmente
importante no processo de formação do solo.
Regiões com abundância de água apresentam, normalmente, solos mais
evoluídos do que regiões secas. O enorme volume de água que percola
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através dos solos nas regiões húmidas promove a hidratação de


constituintes e favorece a remoção dos catiões liberados dos minerais
pela hidrólise, acelerando as transformações de constituintes e,
consequentemente, o processo evolutivo do solo.
Da conjugação de variados regimes de temperatura e humidade, resulta
essencialmente a ocorrência de climas distintos e, por conseguinte, de
acções formadoras de solo também diferenciados.
Nos planaltos as baixas temperaturas e a constante humidade favorecem
a formação de solos com espessas camadas superficiais escuras e ricas
em matéria orgânica, conferindo-lhes particular morfologia, além de
influenciar mais activamente os processos de transformações e
neoformações. Por exemplo: solos não muito desenvolvidos, pouco
profundos, por vezes cheios de pedras, quimicamente pobres, muito
lixiviados, de reacção bastante ácida e consideravelmente ricos em
constituintes orgânicos.

Figura 3: Clima na formação dos solos (Lepsch, 2011).

Os Organismos na formação dos solos

Os organismos microflora e macroflora, microfauna e macrofauna pelas


suas manifestações de vida, quer na superfície quer no interior dos solos,
actuam como agentes de sua formação.
O homem também faz parte desse contexto, pois, pela sua atuação, pode
modificar intensamente as condições originais do solo.
Dos organismos, sobressai por sua intensa e mais evidente acção como
factor pedogenético a macrofauna.
A cobertura vegetal tem uma acção passiva como agente atenuante do
clima; porém, é como agente ativo na formação do solo que ela se
destaca. Sua acção protetora depende de sua estrutura e tipo. Por
exemplo: Regiões com a cobertura vegetal é eficaz (protege o solo contra
a acção das chuvas).
Na região semiárida, o efeito protetor é pouco efectivo na proteção do
solo, resultando em acentuadas enxurradas de forte poder erosivo.
A cobertura vegetal exerce efeito atenuador na temperatura da parte
mais superficial dos solos, repercutindo na diminuição da
evapotranspiração.
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Evapotranspiração - é a perda de água do solo por evaporação e a perda


de água da planta por transpiração.
A acção pedológica passiva da cobertura vegetal desempenha ainda
outras funções protetoras, intervindo na fixação de materiais sólidos,
como nas dunas ou nas planícies aluviais.
A acção mais importante da cobertura vegetal ocorre, nos fenômenos de
adição, tanto na superfície, através dos resíduos vegetais aí depositados,
como no interior do solo, mediante restos que se decompõem.

Figura 4: Organismos presentes no solo (OLIVEIRA, 2010).

A macrofauna tem importância como agente homogeneizador dos solos.


Nessa situação em particular, são muito citados os efeitos das térmites,
anelídeos, das formigas, e de muitos roedores que cavam buracos.
As minhocas, abrindo galerias, melhoram a aeração dos solos. Os
micróbios, por sua vez, têm acção marcante na decomposição dos
compostos orgânicos, na fixação de nitrogênio e em processos de
oxidação e/ou redução.
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Fonte: OLIVEIRA, 2010.

O homem é um elemento perturbador da constituição e arranjo das


camadas dos solos, através das modificações que imprime na paisagem,
como:
✓ Desmatamento,
✓ Reflorestamento,
✓ Abertura de estradas,
✓ Escavações.
Ou através de alterações que realiza diretamente no solo, como:
✓ Aplicação de fertilizantes,
✓ Irrigação,
✓ Drenagem e deposição de resíduos.

O tempo na formação dos solos


O período de tempo necessário para que um solo desenvolva-se e
alcance seu equilíbrio com o meio depende da rocha matriz que lhe deu
origem, das condições do clima, dos organismos vivos e da topografia. O
tempo é o fator de formação do solo que define o quanto a acção do
clima e dos organismos vivos atuam sobre a rocha matriz em um
determinado tipo de relevo. Dos factores de formação do solo, o tempo é
o mais passivo, porque não adiciona, não exporta material, não gera
energia que possa acelerar o intemperismo físico ou químico necessário
para a formação do solo. Contudo, o sistema solo não é estático,
variando, com o passar do tempo e ao longo de sua formação, suas
transformações, transporte, adição e perdas.
Áreas formadas em épocas geológicas mais recentes estiveram por
menos tempo expostas aos agentes intempéricos e, por isso, apresentam
solos jovens e mais rasos, geralmente com menor quantidade de material
orgânico. Já as áreas geologicamente mais antigas podem apresentar
solos mais profundos (a depender dos factores anteriormente citados) e,
em muitos casos, mais “lavados” e alterados quimicamente.
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Figura 6. Representação esquemática dos factores de formação do solo.


Fonte: Lepsch, 2011.

Material de origem
O material de origem depende da classificação genética das rochas.
Classificar as rochas significa usar critérios que permitam agrupá-las
segundo características semelhantes.
Uma das principais classificações é a genética, em que as rochas são
agrupadas de acordo com o seu modo de formação na natureza. Sob este
aspecto, as rochas dividem-se em três grandes grupos:

a) Rochas ígneas ou magmáticas – Resultam do resfriamento de material


rochoso fundido, chamado magma. Estas são chamadas de rocha ígnea
intrusiva, quando o resfriamento ocorrer no interior do globo terrestre, e
de rocha ígnea extrusiva ou vulcânica, se o magma conseguir chegar à
superfície.
Para reconhecer se a rocha é intrusiva ou extrusiva, é necessário avaliar
sua textura. O resfriamento dos magmas intrusivos é lento, dando tempo
para que os minerais em formação cresçam o suficiente para serem
facilmente visíveis. Alguns cristais podem chegar a vários centímetros.

Figura 7: Rochas magmáticas


A cor das rochas ígneas é muito variável, podendo ser classificadas como:
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✓ Máficas – são as rochas ígneas escuras ricas em minerais


contendo magnésio e ferro;
✓ Félsicas – são claras, mais ricas em minerais, e contêm sílica e
alumínio (siálicas), que incluem os feldspatos e o quartzo ou sílica.

b) Rochas sedimentares – Parte das rochas sedimentares é formada a


partir da compactação e/ou cimentação de fragmentos produzidos pela
acção dos agentes intempéricos e pedogénese sobre uma rocha
preexistente, após serem transportados pela acção dos ventos, das águas
que escoam pela superfície ou pelo gelo, do ponto de origem até o ponto
de deposição.

Figura 8: Rocha sedimentares

Estas originam-se pela deposição dos sedimentos, ou seja, do material


alterado de outras rochas. Os processos de formação desse tipo de rocha
ocorrem através:
✓ Do intemperismo físico e químico das rochas preexistentes;
✓ Do transporte dos produtos intemperizados pela água, vento,
geleiras ou gravidade;
✓ Da deposição em bacias de sedimentação;
✓ Da transformação dos sedimentos de rochas.
Os sedimentos sempre se depositam em camadas sobre a superfície
terrestre. As rochas sedimentares, quanto a sua textura, podem ser
encontradas conforme a descrição a seguir.
✓ Clástica – quando a rocha sedimentar é constituída por partículas
preexistentes. A litificação ocorre em condições geológicas de baixa
pressão e baixa temperatura e, por isso, as rochas clásticas não têm,
salvo raras excepções, a mesma consistência dura das rochas ígneas.
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✓ Químicas ou Não-Clásticas – São formadas pela precipitação dos


radicais salinos, que foram produzidos pelo intemperismo químico e
agora se encontram dissolvidos nas águas dos rios, lagos e mares.
✓ Orgânicos – São acúmulos de matéria orgânica tais como restos de
vegetais, conchas de animais, excrementos de aves, anelídeos, etc.
que, por compactação, acabam gerando, respectivamente, turfa
(turfa é uma substância formada pela decomposição de vegetais em
terrenos alagados), conchas e estercos de aves.

c) Rochas metamórficas – Resultam da transformação de uma rocha


preexistente no estado sólido. O processo geológico de transformação se
dá por aumento de pressão e/ou temperatura sobre a rocha
preexistente, sem que o ponto de fusão dos seus minerais seja atingido.
O metamorfismo dinâmico ocorre quando predomina o aumento de
pressão no fenômeno da transformação das rochas como em zonas de
falhas. Quando a temperatura do metamorfismo ultrapassa um certo
limite, determinado pela natureza química da rocha e pela pressão
vigente, frequentemente na faixa de 700-800ºC, as rochas começam a se
fundir, produzindo novamente um magma.

Figura 9: Rochas metamórficas

Sumário
Nesta unidade temática abordamos que o Solo é uma mistura de
substâncias minerais resultantes da decomposição da rocha matriz pelos
fatores físicos e químicos, e de matéria orgânica produzida pela
decomposição dos resíduos vegetais e animais, tornando-se no elemento
que melhor representa a complexidade dos ecossistemas. A formação do
solo ocorre através da influência dos fatores ambientais que auxiliam na
intemperização, quais sejam: o clima, os organismos vivos, o material de
origem, o relevo e o tempo. Todos esses elementos atuando de forma
integrada sobre o material depositado vão fragmentando-o até
dimensões de grão e pó.
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UNIDADE Temática 2.5. Exercícios integrados das unidades temáticas deste tema

1. Com relação à formação dos solos, assinale a alternativa correta:


A. O solo se forma a partir do processo de decomposição da rocha de origem.
B. O solo é formado a partir de processos internos do planeta Terra, como o
movimento das placas tectônicas.
C. O solo do planeta Terra formou-se há milhares de anos a partir do acúmulo de
sedimentos que caíram no planeta Terra com meteoros.
D. O solo se forma com mais facilidade em áreas com pouco vento, chuva, variação
climática e seres vivos.

2. Os principais elementos que atuam na formação do solo são:


A. Apenas elementos da natureza (clima, relevo, água e seres vivos), pois as
atividades humanas não exercem nenhuma influência na formação do solo.
B. Os principais elementos que interagem entre si na formação do solo são o tempo,
clima, relevo, água e seres vivos. O ser humano, todavia, não tem nenhuma
influência nesse processo.
C. O solo é formado a partir de grandes desastres naturais, como terremotos,
tsunamis, furacões etc.
D. Os principais elementos que interagem entre si na formação do solo são o tempo,
clima, relevo, água e os seres vivos, inclusive o ser humano.

3. Regiões com abundância de água apresentam, normalmente, solos mais


evoluídos do que regiões secas.
4. Os materiais que entram na constituição desses solos originam-se da
acumulação gradativa dos resíduos minerais provenientes de regiões próximas, ou
seja, daquelas dentro da bacia hidrográfica. Trata-se de:
A. Solos Eluviais
B. Solos Coluviais
C. Solos Aluviais
D. Todas opções correctas

5. Os microrganismos atuam na formação dos solos através da decomposição das


rochas, auxiliando na produção de húmus que se acumula principalmente nos
horizontes mais profundos.
6. O material de origem condiciona as características do solo, sobretudo na
formação de solos jovens ou formados em climas frios e secos.
7. A formação dos solos se dá por factores como a acção do Sol, das chuvas e dos
ventos, que constituem o fenômeno conhecido como intemperismo. Dessa forma,
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as rochas vão se fragmentando e alterando suas propriedades físicas e químicas. As


partículas mais sujeitas aos efeitos do intemperismo são aquelas que compõem as
camadas de:
A. De magma.
B. Profundas.
C. Superficiais.
D. Da rocha matriz.
8. Os principais elementos que interagem entre si na formação do solo são o tempo,
clima, relevo, água e os seres vivos, inclusive o ser humano.
9. O solo é formado a partir da decomposição das rochas, por meio de um conjunto
de processos físicos, químicos e biológicos, que podem ser denominados
intemperização.
10. São definidos como os que mantêm estreita correlação com o material de
origem, não são influenciados pelo transporte de partículas minerais de regiões
próximas e estão sujeitos a influências das características mineralógicas, físicas e
químicas da rocha mãe.
A. Solos Eluviais
B. Solos Coluviais
C. Solos Aluviais
D. Todas opções correctas.

Chaves de Respostas: 1-A, 2-D, 3-F, 4-C, 5-V, 6-F, 7-C, 8-V, 9-V, 10-A
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TEMA – III: FORMAÇÃO DE PERFIS DE SOLO


UNIDADE Temática 3.1. Formação de Perfis de Solo
UNIDADE Temática 3.2. Exercicios integrados das unidades temáticas deste tema

UNIDADE Temática 3.1. Formação de Perfis de Solo

Introdução

Os factores de formação fazem parte do processo de formação do solo.


Segundo Lima (2007), São processos que produzem as modificações que
ocorrem no solo devido à atuação dos factores de formação do solo.
Consistem de adição, remoção ou perda, transformação e translocação. A
acção mais ou menos pronunciada de um ou mais desses processos gerais
conduz aos chamados processos específicos de formação do solo. Esses
processos atuam com diferentes intensidades, sendo responsáveis por
diversos tipos de solos na natureza.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

• Entender o perfil da formação do solo e os horizontes


diagnósticos
• Compreender os processos de transformação que ocorrem;
Objectivos • Caracterizar os perfis morfologicamente dos solo;
Específicos • Caracterizar as fases da composição dos solos.

Processos de Formação dos Solos


O passo importante dos anos 50 foi Simonson que, em 1959, publicou um
artigo no qual fez um esboço de uma teoria universal de Gênese do Solo,
onde delineou, sistematizou os aspectos básicos, os fenômenos básicos,
as teorias básicas que ocorrem em qualquer solo do mundo. Simonson
refletindo sobre o que pode e o que não pode acontecer no solo ele
agrupou todos os fenômenos que ocorrem nos solos em quatro grandes
categorias. São os vários processos que produzem as modificações que
ocorreram no solo ou no seu material de origem, devido à atuação dos
fatores de formação do solo. Consistem de adição, remoção ou perda,
transformação e translocação. Os processos gerais podem incluir um ou
mais processos específicos de formação do solo.
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Figura 10: processo de formação de solo

Adição
Compreende qualquer contribuição externa ao perfil do solo. Entre estas,
consideram-se a adição de matéria orgânica (restos orgânicos de animais
e vegetais), poeiras e cinzas trazidas pelo vento, materiais depositados
tanto por enchentes como por movimentos de massa nas encostas, gases
que entram por difusão nos poros do solo (CO2, O2, N2), adubos,
corretivos, agrotóxicos, adição de solutos pela chuva, etc.

Remoção ou perda
Compreende as perdas de gases, líquidos ou sólidos sofridos por uma
determinada porção de solo, podendo ser em superfície ou em
profundidade. As primeiras compreendem a exportação de nutrientes
pelas colheitas, perdas de compostos voláteis por queimadas, perdas por
erosão hídrica ou eólica, etc. As perdas em profundidade compreendem
lixiviação de solutos pelo lençol freático, perdas laterais de soluções com
iões reduzidos ferro (Fe), Manganês (Mn), etc.

Translocação
É caracterizada pelo movimento de materiais de um ponto para o outro
dentro do perfil do solo. São processos de translocação, entre outros, o
movimento de argilas e/ou solutos de um horizonte para o outro no
perfil, o preenchimento de espaços deixados por raízes decompostas,
insectos, minhocas, formigas, etc., o movimento de materiais promovido
pela actividade agrícola, e o preenchimento de vazios provocados pela
contração de solos ricos em argilas expansivas, como a montmorilonita.
Montmorilonita é um mineral de filossilicato muito macio que
normalmente se forma em cristais microscópicos, formando uma argila.
Transformação
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São processos que consistem na transformação física, química ou


biológica dos constituintes do solo, envolvendo síntese e decomposição.
Transformações físicas incluem quebras de minerais e rochas,
humedecimento e secagem do solo com quebra de agregados,
compressão provocada pelo crescimento de raízes, etc. Transformações
químicas consistem dos processos de intemperismo químico descritas
abaixo, assim como a neoformação de minerais da fração argila do solo.

Figura 11: Formação dos Solos no processo de Intemperismo

Segundo (Branco, 2009), “o intemperismo é um conjunto de processos


químicos, físicos e biológicos que, em conjunto, actuam sobre as rochas
expostas ao ar e à água.” Geralmente um desses processos (fenômenos)
actua mais que o outro, e o processo biológico é o que menos actua na
formação do solo em relação aos processos físicos e químicos.
A força do intemperismo vária de acordo com o clima das regiões. Em
regiões mais húmidas, a força das intempéries são maiores que em
regiões de climas mais secos. A resistência desses minerais à acção do
intemperismo também varia, geralmente a mica e o quartzo são mais
resistentes.

Intemperismo Físico
É o processo de decomposição da rocha sem alteração química dos seus
componentes.
Intemperismo físico desempenha papel importante durante as primeiras
etapas de desenvolvimento do solo, atuando sobre a degradação do
material de origem. Nas áreas glaciais os solos são formados lentamente,
transportados e depositados principalmente pela água oriunda do
degelo. Os materiais rochosos que se encontram na superfície do solo
sofrem influência do clima (temperatura, gradiente de aquecimento e
resfriamento) que ocasionam tensões laterais resultando na
fragmentação da rocha. A superfície do solo está sujeita acção da erosão
e sedimentação através do poder abrasivo das partículas de areia, e do
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poder erosivo dos sedimentos. O intemperismo do solo também é


influenciado pela acção dos vegetais, principalmente através das
pressões exercidas pelas raízes durante o desenvolvimento do vegetal.

Figura 12: Exemplo de intemperismo físico

Intemperismo Químico
O intemperismo químico consiste nas reações químicas que levam ao
desgaste ou alteração química dos minerais que compõem as rochas,
tendo como agente principal a água.
No processo de formação do solo as alterações químicas são de maior
importância que os factores físicos, porque são as reacções químicas que
fornecem as condições de nutrição para os vegetais. Os principais
agentes do intemperismo químico são a água (H2O), o oxigénio (O2) e o
gás carbónico (CO2), os quais actuam isolados ou simultaneamente e
determinam as modificações químicas nos constituintes mineralógicos
das rochas.
A vegetação tem participação ativa nos processos de formação química
do solo pela troca catiónica do material através do contato directo das
raízes com a superfície coloidal do solo, além da participação nos
estoques de nutrientes do sistema pela absorção dos catiões da solução
do solo. Os elementos nutritivos retirados pelas raízes retornam ao
ecossistema através dos resíduos, ou são exportados pela colheita ou
pela retirada do material vegetal. A temperatura influi diretamente sobre
o intemperismo químico. Abaixo de 0ºC praticamente não se verifica
intemperização química das rochas. A maioria dos sais minerais, que
absorvem calor quando dissolvidos, são mais solúveis em temperaturas
mais elevadas. Algumas partes da rocha são mais facilmente
intemperizadas do que outras, devido à maior facilidade do ataque
químico ou à presença de minerais mais suscetíveis à alteração. Entre
esses estão os que contém ferro ou a presença de algum mineral, como a
pirita (FeS2) que ao se decompor origina ácido sulfúrico (H2SO4) capaz de
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atacar mais rapidamente outros minerais. Rochas Ígneas sofrem uma


acção muito lenta das intempéries principalmente nas regiões tropicais
húmidas. A alteração química das rochas processa-se através da acção da
água das chuvas que levam para o solo pequenas quantidades de Dióxido
de carbono (CO2) atmosférico. Esse gás, dissolvido em água, dá origem ao
ácido Carbónico (H2CO3), impossível de ser isolado, mas capaz de dar
origem a vários carbonatos derivados da alteração das rochas.
Os principais processos responsáveis pelo intemperismo químico das
rochas são dissolução, hidrólise, hidratação, oxidação e redução,
carbonatação, quelatização e formação de complexos.

Dissolução – Reação dos minerais com a água ou com ácido. Ocorre


quebra de ligações químicas entre os diferentes iões e os iões livres ficam
dissolvidos na solução.
CO2 + H2O H2 CO3
Ácido Carbónico
Ca CO3 + H2CO2 Ca (H2 CO3)2
Este processo vai provocar o bicarbonato de cálcio
Hidrólise – Corresponde a substituição dos catiões da estrutura de um
mineral pelos iões de hidrogénio. É uma reação lenta e específica, na qual
os iões de um mineral reagem com os iões H+ ou OH- da água, podendo
originar novos minerais, ou à completa desintegração do mineral original.
É um tipo de meteorização química em que intervém o H+ liberta-se da
molécula de H2O e vai reagir com silicatos existentes em vários tipos de
rochas como Micas Feldispato.
Se o ião do H+ reage com SiO2 (óxido de Silício) a reacção será lenta
devido a resistência da Silica.
Quando reage com Ortoclase que é um Feldispato
K Al3 Si2 O8 + 4H+ Al3Si2O5 (OH)4+K
A biotite que é rica em P, Fe e magnésio durante a hidrólise o ião positivo
pode substituir o magnésio onde se libertam para solução provocando de
novo a formação de Hematite e Limonite.
Hidratação - Processo de meteorização que envolve a combinação
química de minerais com a água (hidratação) ou a sua remoção
(desidratação). Quando se verifica hidratação corre, também, um
aumento de volume que facilita a desintegração das rochas por acção da
hidrólise.
Os minerais absorvem H2O e aumentam de volume. Com tendências de
se desprenderem as partículas constituintes.
Ao se desprenderem adquirem formas esféricas o que provocam a
desagregação das rochas.
Oxidação e redução – As reações de oxidação/redução estão ligadas
entre si, não ocorrendo uma sem que ocorra a outra e devem-se à acção
do oxigénio. A oxidação é o processo pelo qual um átomo ou ião perde
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electrões, enquanto a redução é o processo que leva ao ganho de


electrões.
Na oxidação os minerais como divinas, anfíbolas, piroxina e outros na
presença de O2 transformam-se em Hematitérico em FeO3 e Limonite
óxido de Fe hidratado FeO(OH) estes são susceptíveis de se enferrujarem.
Carbonatação é um dos principais processos implicados na alteração
química e/ou bioquímicas das rochas. Consiste na reação dos minerais
com as águas da chuva e a infiltração que ficam acidificadas em
consequência da dissolução destas no dióxido de carbono atmosférico.
Quelatização - a ligação de um íon metálico com um composto orgânico,
podendo aumentar a solubilidade do metal. Quando o composto se liga
ao metal formando um anel, chama-se QUELATO (do grego KELA = pinça).
Este último tipo de ligação também aumenta a solubilidade do metal. Os
compostos orgânicos resultantes do metabolismo anaeróbios são os mais
abundantes em moléculas formadores de quelatos, favorecendo a saída
da de metais no ambiente.

Figura 13: Intemperismo químico

Intemperismo Biológico
O intemperismo biológico é aquele que ocorre com a participação de
organismos vegetais, animais e microrganismos. Entretanto, a
participação dos organismos, em geral ocorre com a actuação de
substâncias químicas excretadas ou geradas pelo metabolismo, etc. e
pela acção mecânica de raízes. Assim a acção dos organismos no
intemperismo, também pode ser do tipo físico ou químico, sendo
classificado como biológico apenas por apresentar participação de seres
vivos no processo. É caracterizado por rochas que perdem alguns de seus
nutrientes essenciais para organismos vivos e plantas que crescem em
sua superfície. Plantas podem provocar o intemperismo mecânico
quando suas raízes penetram, de forma profunda na rocha, provocando
fendas.
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Figura 14: Intemperismo biológico

Processos Específicos de Formação do Solo


São caracterizados como processos específicos de formação de solos,
aqueles em que ocorre actuação destacada de um ou mais dos processos
gerais de adição, remoção, translocação ou transformação, de formação
do solo. Os principais processos específicos de formação do solo são:
latossolização, podzolização, hidromorfismo, salinização.

Latossolização
É o processo específico de formação dos latossolos, no qual sobressaem
os processos gerais de remoção e transformação. Nesse processo, os
factores activos de formação do solo (clima e organismos) apresentam
uma acção intensa por um longo tempo, em uma condição de relevo que
propicia a remoção de sais solúveis e a transformação acentuada de
minerais, em busca de uma condição de equilíbrio, resultando no
acúmulo de minerais mais estáveis como argilominerais com proporção
1:1 (caulinita) e óxidos de Ferro e Alumínio. No processo de
latossolização, com a perda de sais básicos (mais solúveis), o solo vai se
tornando mais ácido, aproximando o seu pH ao pH onde ocorre a
neutralidade carga das argilas. Esta aproximação da neutralidade de
cargas no solo diminui o movimento das argilas, provocado pela repulsão
entre cargas de sinal igual, leva à floculação, e em seguida à formação de
agregados pequenos e de forma granular, que passam a ser fortemente
cimentados por óxidos de ferro e alumínio. Esta estrutura permite que os
latossolos apresentem uma alta permeabilidade e arejamento,
semelhante a solos arenosos, mesmo que contenham elevados teores de
argila. Os latossolos ocupam extensas zonas de rochas cristalinas com
leves ondulações e planos onde a água em abundância se infiltrou
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profundamente, causando intensa lixiviação e acentuado intemperismo.


Estas condições podem não mais existir atualmente, fazendo com que se
encontrem latossolos associados a relevo acidentado em condições
climáticas que favorecem menos a latossolização. Sendo estes solos
muito intemperizados, as evidências do material de origem são mais
difusas do que em solos jovens.

Figura 15: Latossolo que sofreu erosão

O material intemperizado pode ser intensamente revolvido pelos


organismos vivos (formigas, termites, raízes mortas etc.) e transportados
a grandes distâncias na paisagem por acção dos agentes erosivos (vento,
chuvas, cursos de água etc.). Esses agentes promovem mistura de
substratos de diferentes origens.

Podzolização
Este processo específico é caracterizado pela translocação de argila e de
compostos organo -minerais dentro do perfil. Mesmo que a translocação
seja um processo de destaque, os processos de adição, perda e
transformação também ocorrem. Dois grandes grupos de solos
apresentam a podzolização: os Argissolos, Espodossolos. Além destes
temos os Luvissolos e Planossolos. Nos Espodossolos é notável a
translocação de complexos de matéria orgânica e óxidos de ferro e/ou
alumínio de um horizonte eluvial para um horizonte espódico onde estes
complexos se precipitam. Estes solos são formados a partir de material
arenoso e sob condições que facilitam o acúmulo superficial de matéria
orgânica e a acidólise (baixas temperaturas ou hidromorfismo
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acentuado). Os solos Argissolos apresentam translocação de argila dos


horizontes mais superficiais para um horizonte mais profundo (horizonte
de acumulação de argila translocada, Horizonte B). São bem mais
argilosos do que os podzóis e são formados em condições de alternância
de ciclos de humedecimento e de secagem (clima com estações seca e
húmida definidas, ou posição na paisagem que permita tal alternância). O
movimento descendente da argila no perfil, leva ao entupimento de
macroporos no horizonte B, facilitando a erosão no horizonte superficial.

Figura 16: Podzolização

Salinização (ou halomorfismo)


É o processo específico de formação de solos que apresentam
acumulação de sais no perfil. É comum nesses solos o processo de adição
de sais pelo lençol freático ou pela erosão das elevações circundantes.
Esses solos estão associados a planícies ou depressões onde a drenagem
é deficiente e a precipitação pluviométrica é menor do que a
evapotranspiração. O solo formado por esse processo tem suas
características diferenciadas conforme a associação de catiões
(principalmente Ca+2, Mg+2, Na+, H+) que satura as cargas de suas argilas.

Figura 17: Exemplo de solos halomórficos/salinizados


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Hidromorfismo
Neste processo específico de formação de solos, alguns horizontes do
solo estão sujeitos à submersão contínua ou durante a maior parte do
tempo. Os processos gerais de formação do solo que mais se destacam
são a transformação de minerais passíveis de redução, e a adição de
matéria orgânica, que se acumula devido à menor taxa de decomposição.

Figura 18: Exemplo de solos hidromórficos

A menor quantidade de oxigênio do solo, causada pelo excesso de água,


permite a proliferação de organismos anaeróbicos (ausência de oxigénio)
que, neste ambiente de baixo potencial de oxi-redução, reduzem o Fe3+
dissolvido na solução do solo, usando-o como receptor de electrões no
processo de oxidação dos compostos de carbono. Essa forma solúvel do
Ferro está em equilíbrio químico com os óxidos de ferro de acordo com a
equação: (Fe (OH)3 ↔ Fe3+ + 3OH-)
Uma vez consumida na solução, desloca a reação para dissolução das
formas minerais cristalizadas (hematita e goethita). Assim, as argilas
oxídicas ferruginosas vão sendo consumidas e o solo vai perdendo as
cores vivas (vermelha e amarela) dessas argilas. A cor esbranquiçada e
acinzentada dos solos hidromórficos reflete a redução do ferro férrico
(Fe3+) presente nos óxidos. Estes solos são frequentemente escurecidos
pela pigmentação da matéria orgânica que se acumula, uma vez que os
organismos anaeróbicos são menos eficientes na mineralização da
matéria orgânica, do que os aeróbicos. Os solos onde o hidromorfismo é
marcante são denominados Organossolos, Gleissolos e Planossolos
Hidromórficos. Os Neossolos Flúvicos, formados pela deposição de
sedimentos ao longo das margens dos rios, e por isso denominados
sedimentos aluviais antigos, estão muito frequentemente associados na
paisagem a esses solos hidromórficos. Entretanto, eles não são
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considerados solos hidromórficos por terem melhor drenagem ao longo


do perfil (geralmente arenoso), e apresentarem horizonte A sobre uma
sucessão de camadas de sedimentos que não têm relação pedogenética
entre si.

Porosidade do Solo

De acordo com TEIXEIRA et al (2009), porosidade é uma propriedade


física definida pela relação entre o volume de poros e o volume total de
um certo material. Existem dois tipos fundamentais de porosidade nos
materiais terrestres: primária e secundária. A porosidade primária é
gerada juntamente com o sedimento ou rocha, sendo caracterizada nas
rochas sedimentares pelos espaços entre clastos ou grãos (porosidade
intergranular) ou planos de estratificação. Vale dizer que nos materiais
sedimentares o tamanho e forma das partículas, o seu grau de seleção e
a presença de cimentação influenciam na porosidade. Já a porosidade
secundária se desenvolve após a formação das rochas ígneas,
metamórficas ou sedimentares, por fraturamento ou falhamento durante
sua deformação (porosidade de fraturas). Um tipo especial de porosidade
secundária se desenvolve em rochas solúveis, como calcários e
mármores, através de criação de vazios por dissolução, caracterizando a
porosidade cárstica.

A porosidade é constituída pelo espaço poroso, após o arranjo dos


componentes da parte sólida do solo e que, em condições naturais, é
ocupada por água e ar.

Figura 19. Poros visíveis no solo.


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Importância da Porosidade
A porosidade está diretamente relacionada à textura e estrutura dos
solos (capacidade de drenagem interna e retenção de água de um perfil,
condições de aeração, etc.).

O tamanho, a forma e a abundância de poros são características


importantes que influenciam na aptidão de uso do solo. As principais
funções dos poros estão relacionadas com o transporte de gases, o
transporte e armazenamento de água e a penetração das raízes. A seguir
descrevemos as características morfológicas do solo:
➢ Solos mais arenosos: menor capacidade de retenção de água;
➢ Solos mais argilosos: maior microporosidade, ou seja, com maior
capacidade de adsorção de grandes quantidades de água (água
capilar);
➢ Solos muito argilosos ou com argilas de alta actividade podem
reter tão fortemente a água, excedendo a capacidade das
plantas em extraí-la (água higroscópica);
➢ Latossolo sob cerrado: alto teor de argila de baixa actividade,
sendo altamente porosos.

Composição do solo
Distinguem-se 3 fases sendo:
1a Fase Sólida
2a Fase Gasosa
3a Fase Líquida

Fase Sólida
Na fase sólida do solo distinguem-se duas fracções:
✓ Minerais
✓ Orgânicas
Também chamada fase organo-mineral – por apresentar duas fracções.
Orgânica – é constituído por órgãos das plantas, as folhas que caem,
folhas partidas que se chamam por manta morta – que protege o solo
duma intensa radiação solar, ao mesmo tempo que evita que a
irradiação terrestre seja sucessiva, amortece a queda das gotas de H2O
das chuvas evitando que haja erosão excessiva e evita a perda de H2O
do solo por evaporação.
Esta manta morta com o tempo e sob acção dos agentes atmosféricos
chuva, vento vai-se desagregando e vai-se misturando com as
partículas minerais.
Quando não é possível distinguir a presença de matéria orgânica e
mineral (húmus) as substâncias únicas presentes no solo podem-se
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transformar em ácidos fulvicos e húmidos com uma importância


dentro do solo além de encontrarmos complexos proteicos alguminas
e outras substâncias de material orgânico.
Fazem parte ainda do complexo ou da fracção orgânica a fauna do solo
desde os animais microscópicos até a macrofauna e a fracção orgânica.
A composição desta matéria inorgânica depende da natureza da rocha
e do tempo disponível para a sua meteorização.
Os minerais do solo fornecem nutrientes para as plantas, a fertilidade
dos solos depende do tipo de quantidade dos minerais presentes de tal
forma que se distinguem minerais primários e secundários.
Consideram-se minerais primários os que não sofreram alterações
químicas desde a sua cristalização.
Secundários são os que resultam da decomposição dos minerais
primários ou fertilização dos produtos da composição dos minerais
primários. Ex: Ouro, diamante, prata, alumínio.
Os sulfidos podem ser primários ou secundários. Ex: Pirite, galena,
lemanite, e magnetite são geralmente secundários e raramente
primários.
Os alogenicos são tanto primários como secundários. Ex: alite, fluorite
de cálcio.
Dos fosfatos a apatite e vivianite são primários.
Dos silicatos é preciso distinguir minerais primários como sólidos. Os
minerais primários com magnésio estarão presentes na olivina
bromebendio.
O quartzo é geralmente primário apesar de estar presente em solos
fortemente meteorizados – é primeiro por resistir a meteorização.
Os óxidos compreendem 90% do peso da fracção mineral do peso
sólido. Cabendo ao óxido de cilicio 50% a 70%. Outros óxidos como
manganês, cloro, enxofre podem totalizar os restantes 20%.
Precisa-se saber se o mineral é primário ou secundário é porque
precisa tempo para a meteorização e o solo também tem tempo na sua
formação.
Fase gasosa
Duma maneira será a quantidade e problema é a qualidade apoiavam
as quantidades que existem no solo.
Variação dos gases
Ar do solo ar da atmosfera
N2 79 79,01
O2 18-20,8 20,96
C2 0,15-0,65 0,03
A causa principal dessa variação deve-se a seguintes factos:
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As raízes da planta libertam grande quantidade de CO2. A forma do solo


consome o O2 e liberta CO2 durante o seu metabolismo. Quando as
quantidades de CO2 tendem a atingir 5% a 10 % surge a asfixia das
plantas e isto pode dar sinal da fraca troca gasosa entre o solo e a
atmosfera.
Isto acontece quando a estrutura do solo for muito compacta (ou
densa) ou quando há presença de muita água nos solos ou porque
existe humanidade excessiva.
Quando há combinação dos 3 factores: não é possível oxigénio nessas
condições conhecidas como: condições aeróbicas. Ex: H2O.
Quando é possível haver oxigénio são condições aeróbicas.
Maior acção microbiana nos solos, é realizável no tempo chuvoso, pois
os solos apresentam:
✓ Estruturas densas;
✓ Crostas;
✓ Humidade excessiva;
✓ Combinação dos três (impede as trocas gasosas entre o
solo e atmosfera)
Fase líquida
A água do solo distingue-se da água dos rios, lagos pela sua
composição. Ela é rica em substâncias minerais dissolvidas resultantes
da lavagem e vegetação e também porque sofre influência da adesão
de partículas sólidas tem pouca possibilidade de se movimentas.
Consideramos água do solo não propriamente dita, mas sim uma
solução, onde há predominância de elementos químicos em forma de
iões onde os catiões mais comuns são: SO4 2-, SiO2 -4, H2PO42-, NO3 -, Cl-,
HCO3-, e CO3-
Podem ocorrer também micro nutriente como: Fe2+, Mn2+, MO43-,
H2BO3.
Geralmente os nutrientes mais importantes N, P associam-se com os
átomos como NO - HPO4; HPO4.

Sumário
Nesta unidade temática abordamos processos pedogenéticos: Adições,
perdas, transportes e transformações.
Adições: Toda e qualquer adição de material ao solo durante sua
formação. Exemplo: adição de matéria orgânica pelos organismos do
solo. Perda: Toda e qualquer remoção de material do solo durante o seu
desenvolvimento. Exemplo: remoção de solo por erosão, perdas de
elementos químicos (cálcio, magnésio, potássio, etc.) por lixiviação.
Transportes: Toda e qualquer movimentação de material no interior do
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próprio solo. Exemplo: argilas que migram pelos poros para camadas
mais profundas do solo.
Transformações: Alterações químicas, físicas e biológicas que ocorrem
nos componentes do solo. Exemplo: transformação da matéria orgânica
fresca em húmus; transformação dos minerais primários (da rocha) em
minerais secundários (do solo). Os principais processos específicos de
formação do solo, são latossolização, podzolização, hidromorfismo,
salinização. Entretanto trata-se de dois processos contrários que
intervém no processo de formação dos solos. Por fim abordamos a
porosidade do solo e sua importância para o crescimento das plantas.

UNIDADE Temática 3.3. Exercícios Integrados da Unidade deste Tema.


1. O intemperismo é um dos mais activos processos de transformação do
relevo terrestre. Sua atuação, associada à erosão, propicia uma série de
impactos que culminam na paisagem. Entre os efeitos do intemperismo
físico, os mais importantes são:
A. Formação de regolito e composição do solo
B. Subducção do relevo e desnivelamento do terreno
C. Orogênese e rebaixamento superficial
D. A retirada da vegetação e a desertificação

2. O processo de formação de perfil dos solos consiste de adição,


remoção ou perda, transformação e translocação.

3. É caracterizada pelo movimento de materiais de um ponto para o outro


dentro do perfil do solo. Os movimentos de argilas de um horizonte para o
outro no perfil, o preenchimento de espaços deixados por organismos. Trata-se
de:

A. Adição
B. Remoção ou perda
C. Translocação
D. Transformação

4. São processos que consistem no envolvimento de processo física,


química ou biológica dos constituintes do solo, envolvendo síntese e
decomposição. Chama-se:

A. Adição
B. Remoção ou perda
C. Translocação
D. Transformação

5. Compreende as alterações de gases, líquidos ou sólidos sofridos por


uma determinada porção de solo, podendo ser em superfície ou em
profundidade. Este processo é:
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A. Adição
B. Remoção ou perda
C. Translocação
D. Transformação

6. O intemperismo químico consiste na reações químicas que levam ao


desgaste ou alteração química dos minerais que compõem as rochas,
tendo como agente principal:
A. Água
B. Vento
C. Homem
D. Todas opções estão correctas

7. Os principais agentes do intemperismo químico são:


A. Sal (NaCl), o oxigénio (O2) e o gás carbónico (CO2),
B. (H2O), o Sal (NaCl) e o gás carbónico (CO2),
C. (H2O), o oxigénio (O2) e o gás carbónico (CO2),
D. (H2O), o oxigénio (O2) e o gás Amónio (NH3),

8. A Reação dos minerais com a água ou com ácido que ocorre a quebra
de ligações químicas entre os diferentes iões livres dissolvidos na solução
chama-se:

A. Dissolução
B. Hidrólise
C. Hidratação
D. Carbonatação

9. A força do intemperismo vária de acordo com o clima das regiões. Em


regiões mais húmidas, a força das intempéries são menores que em
regiões de climas mais secos.

10. O intemperismo biológico é aquele que ocorre sem a participação de


organismos vegetais, animais e microrganismos.

Chaves de Respostas: 1-A, 2-F, 3-C, 4-D, 5-B, 6-A, 7-C, 8-A, 9-F, 10-F
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TEMA – IV: PROPRIEDADES FÍSICAS, QUÍMICAS E BIOLÓGICAS DO SOLO


UNIDADE Temática 4.1. Propriedades Físicas, Químicas e Biológicas do Solo
UNIDADE Temática 4.2. Características Morfológicas, Físicas e Químicas do solo
UNIDADE Temática 4.3. Exercicios integrados das unidades temáticas deste tema

UNIDADE Temática 4.1. Propriedades Físicas, Químicas e Biológicas do Solo


Introdução
As propriedades físicas, químicas e biológicas do solo são determinadas
pelo processo geológico de sua formação, origem dos minerais, e sua
evolução de acordo com o clima e o relevo do local, além dos organismos
vivos que o habitam. As propriedades físicas e químicas do solo são
fortemente afetadas pela erosão, principalmente quando partículas
desse solo são removidas pelo arraste superficial. Sobretudo a física do
solo é a que primeiro responde a essas perturbações (AMARAL et al.,
2013).
As propriedades químicas, as características químicas, que o solo
apresenta as suas propriedades específicas, isto é, o poder de absorção
(coloides minerais ou argilas e compostos orgânicos) é tanto maior
quanto maior for a riqueza do solo em coloides. Estas características
variam de solo para solo, aliado aos factores da sua formação. Assim tem-
se as seguintes propriedades químicas: pH dos solos, acidez dos solos,
alcalinidade dos solos, capacidade de troca catiónica.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

• Identificar os constituintes do solo e as propriedades dos


solos;
• Indicar e explicar a composição do solo
Objectivos
Específicos • Descrever as principais propriedades químicas do solo.

Propriedades físicas e Composição do Solo

As propriedades físicas relacionadas à qualidade do solo referem-se às


condições, que permitem a infiltração, a retenção e a disponibilização de
água para as plantas, proporcionando as trocas de calor e de gases com a
atmosfera e as raízes das plantas e possibilitando o crescimento das
raízes (REICHERT; REINERT; BRAIDA, 2003).
Um solo com qualidade física deve apresentar estabilidade, ou seja, as
partículas de argila devem estar floculadas e ter uma adequada
distribuição do tamanho de poros e elevada porosidade total, tornando o
solo capaz de absorver, armazenar e liberar água para as plantas (GATE,
2006).
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As propriedades físicas do solo são as que merecem maior importância,


pois influenciam a produtividade, através do desenvolvimento das
plantas. Muitas dessas propriedades físicas têm sido utilizadas para
quantificar as alterações provocadas pelos diferentes sistemas de manejo
ou até mesmo como indicadores da sua qualidade (NEVES et al., 2007).
Propriedades do solo como a densidade, a porosidade, taxa de infiltração
de água e a resistência à penetração têm sido largamente utilizadas na
avaliação do estado de compactação do solo em áreas agrícolas (FLORES
et al., 2007). Além disso, as propriedades físicas do solo podem ser
alteradas, de acordo com o sistema de manejo empregado.
O solo é constituído por três fases: sólida, líquida e gasosa. A fase sólida é
constituída pelo material parental (rocha) local ou transportado e
material orgânico, originário da decomposição vegetal e animal. A fase
líquida, a água ou a solução do solo (elementos orgânicos e inorgânicos
em solução), e a fase gasosa, de composição variável, de acordo com os
gases produzidos e consumidos pelas raízes das plantas e dos animais
(CO2 e O2).
As propriedades físicas do solo (textura, estrutura, densidade,
porosidade, permeabilidade, fluxo de água, ar e calor) são responsáveis
pelos mecanismos de atenuação física de poluentes, como filtração e
lixiviação, possibilitando ainda condições para que os processos de
atenuação química e biológica possam ocorrer.

Água
25%

Ar 25%

Minerai
s 46%

Mat.
Orgânic
a 4%

Figura 20: Composição do solo


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Os solos minerais são constituídos por uma mistura de partículas sólidas


de natureza mineral e orgânica, ar e água, formando um sistema trifásico,
sólido, gasoso e líquido. As partículas da fase sólida variam grandemente
em tamanho, forma e composição química e a sua combinação nas várias
configurações possíveis forma a chamada matriz do solo.
Considerando o solo como um corpo natural organizado, portanto
ocupando dado espaço, a recíproca da matriz do solo forma a porosidade
dos solos. Outro factor que interfere directamente na porosidade dos
solos refere-se à maneira com que as partículas sólidas se arranjam na
formação dos solos.
Duas propriedades físicas, hierarquicamente mais importantes, referem-
se a textura do solo, que é definida pela distribuição de tamanho de
partículas, e a estrutura do solo definida pelo arranjamento das partículas
em agregados. A porosidade do solo, por sua vez, é responsável por um
conjunto de fenômenos e desenvolve uma série de mecanismos de
importância na física de solos, tais como retenção e fluxo de água e ar, e,
se analisada conjuntamente com a matriz do solo, gera um grupo de
outras propriedades físicas do solo associadas às relações de massa e
volume das fases do sistema do solo. Não menos importante são as
propriedades associadas à reação mecânica do solo à aplicação de forças
externas.
A física de solos estuda e define, qualitativa e quantitativamente, as
propriedades físicas, bem como sua medição, predição e controle, com o
objectivo principal de entender os mecanismos que governam a
funcionalidade dos solos e seu papel na biosfera. A importância prática
de se entender o comportamento físico do solo está associada ao seu uso
e manejo apropriado, ou seja, orientar irrigação, drenagem, preparo e
conservação de solo e água.
A definição de um solo fisicamente ideal é difícil devido ao tipo e
natureza das variações físicas dos solos que ocorrem ao longo da
profundidade do solo, na superfície da paisagem e ao longo do tempo.
Um exemplo clássico refere-se ao suprimento de água e ar que variam
continuamente junto com os ciclos de humedecimento e secagem, que
ocorrem com a alternância de chuva e estiagem. Um solo é considerado
fisicamente ideal para o crescimento de plantas quando apresenta boa
retenção de água, bom arejamento, bom suprimento de calor e pouca
resistência ao crescimento radicular. Paralelamente, boa estabilidade dos
agregados e boa infiltração de água no solo são condições físicas
importantes para qualidade ambiental dos ecossistemas.

Propriedades químicas do Solo

As propriedades químicas dos solos (pH, teor de nutrientes, capacidade


de troca iônica, condutividade elétrica e matéria orgânica) são, ao lado da
actividade biológica, responsáveis pelos principais mecanismos de
atenuação de poluentes nesse meio. Entre estes podem ser destacados a
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adsorção, a fixação química, precipitação, oxidação, troca e a


neutralização que invariavelmente ocorrem no solo e através do manejo
de suas propriedades podem ser incrementados.
Na análise química de solo determina-se: pH (em água, KCl e CaCl2),
Matéria orgânica (%), hidrogênio (H), alumínio (Al), fósforo (P), cálcio
(Ca), magnésio (Mg), potássio (K), soma de bases (S), capacidade de troca
catiónica (CTC), saturação por bases (V%) e saturação por alumínio (m).
No pH toda partícula menor de 0,002 mm forma calóide que corresponde
a uma força intermédia entre sólidos e líquidos. Quando essas partícula
formam colóide resultam degradação chama-se húmus.
Uma característica dos colóides apresenta carregada podendo por isso
atrair ou serem atraídas por outros iões. São bases os iões carregados
positivamente como é o caso do catião calcia+2, Magnésio+2 e K+. São
esses que desempenham importante papel na troca catiónica (TC) que
acontecem no solo.
O H+ tem a tendência de formar a solução do solo ácido.
A concentração dos iões de H+ na solução do solo em relação ao ião H-
denomina-se pH dos solos
pH: mede a acidez do solo, isto é, quanto menor o valor (abaixo de 7),
mais ácido é o solo; valor igual a 7 indica neutralidade e valores
superiores a 7 indicam caráter alcalino.

A CTC na maior parte dos solos predominam catiões metálicos pondo de


parte os solos extremamente ácidos e alcalinos.
O sódio pode estar presente nalguns solos alcalinos assim como
pequenas quantidades de catiões de manganês e pequeníssimas
quantidades de catiões de zinco.
Os solos podem posuir quantidades reduzidas de catiões de amónio cuja
concentração depende da actividade catiana presente no solo.
Os solos ácidos têm a predominância do catião de alumínio, este catião
de troca é prejudicial as plantas.

Figura 21: Faixa de pH do solo

Matéria orgânica: indica a percentagem de matéria orgânica coloidal que


ocorre no solo. Valores muito altos (acima de 30%) indicam solo orgânico.
Hidrogênio: determina a acidez do solo, de modo que quanto maior o
teor de hidrogênio, menor o pH, e portanto maior a acidez.
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Alumínio: solúvel em meio ácido, ocorre quando o solo está com acidez
elevada, e é tóxico para as plantas.
Cálcio, Magnésio, Potássio e Fósforo: macronutrientes das plantas
determinados em meq/100g (Ca, Mg, K) e em ppm (partes por milão).
Soma de bases (S): representa a soma das bases presentes, isto é, a soma
dos teores de cálcio (Ca), magnésio (Mg) e potássio (K).
Capacidade de troca catiónica (CTC): significa a capacidade que o solo
possui de armazenar nutrientes, é expresso em meq/100g, e corresponde
à somatória dos catiões presentes, isto é, a soma de bases mais
hidrogênio e alumínio (S + H + Al).
Por outra, também pode se referir que A Capacidade de Troca Catiónica
(CTC) é a soma total dos catiões de troca de um solo ou material orgânico
pode absorver.
De referir que a CTC depende:
✓ pH dos solo;
✓ Concentração dos iões na solução dos solos.
Saturação por bases (V%): significa a relação entre as bases presentes
com a CTC. Formação do Solo é expressa em percentagem e determinada
pela fórmula: S x 100 / CTC.
Saturação por alumínio (m%): significa a relação entre o teor de alumínio
em relação à somatória de soma de bases e alumínio, é expressa em
percentagem.
Acidez e toxidade: devido a sua solubilidade a um baixo valor de pH, o Al
é o catião dominante em muitos solos dos trópicos húmidos.
A presença do catião do Al facilita a imobilização do fósforo. É ao mesmo
tempo moderadamente tóxico para várias espécies de plantas, estes
efeitos são mais graves nos solos caulíticos ou caulissolos nalguns solos
com grande presença de ácidos sulfatos e nos solos argilosos ricos em
óxidos de calcário.

Sumário
Nesta unidade temática falamos das propriedades físicas e químicas dos
solos, onde referências que as características variam de solo para solo e
da natureza da rocha mãe que deu origem ao solo. Também abordamos a
necessidade dessas propriedades para formação e caracterização dos
solos. Em relação as propriedades físicas e químicas apresentamos as
variações em relação ao solo.
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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
1. As propriedades físicas e químicas do solo são fortemente
afetadas pela erosão, principalmente quando partículas desse
solo são removidas pelo arraste superficial.

2. As propriedades físicas do solo não podem ser alteradas, com o


sistema de manejo empregado.

3. O solo é constituído por três fases: sólida, líquida e gasosa. A fase


sólida e gasosa é constituída pela matéria orgânico.

4. Os solos minerais são constituídos por uma mistura de partículas


sólidas de natureza mineral e orgânica, ar e água, formando um
sistema trifásico, sólido, gasoso e líquido.

5. As propriedades químicas são formadas por: pH dos solos, acidez


dos solos, alcalinidade dos solos, capacidade de troca catiónica.

Chaves de Respostas: 1-V, 2-F, 3-F, 4-V, 5-V

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. A capacidade que o solo possui de armazenar nutrientes, expresso


em meq/100g, e corresponde à somatória dos catiões presentes
dá-se nome de:
A. Matéria orgânica:
B. Hidrogênio
C. Capacidade de troca catiónica
D. Saturação por alumínio

2. Indica a percentagem de húmo coloidal que ocorre no solo. Valores


muito altos (acima de 30%) indicam solo composta de:

A. Matéria orgânica
B. Hidrogênio
C. Capacidade de troca catiónica
D. Saturação por alumínio
3. Determina a acidez do solo, de modo que quanto maior o teor de
hidrogênio, menor o pH, e portanto maior a acidez.

A. Matéria orgânica
B. Hidrogênio
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C. Capacidade de troca catiónica


D. Saturação por alumínio

4. A acidez de um solo caracteriza-se pelo seu valor de pH e seu caráter ácido


aumenta na medida que o pH do solo diminui. O solo com pH>7 significa que a
solo é:

A. Básica
B. Acida
C. Neutra
D. Todas opções estão errada.

5. A basicidade de um solo caracteriza-se pelo seu valor de pH e seu caráter


básico aumenta na medida que o pH do solo diminui. O solo com pH<7 significa
que a solo é:
A. Básica
B. Ácida
C. Neutra
D. Todas opções estão errada.

Chaves de Respostas: 1-C, 2-A, 3-B, 4-A, 5-B

UNIDADE Temática 4.2. Características Morfológicas, Físicas e Químicas do solo

Introdução
O conhecimento das características morfológicas e físicas do solo é de
fundamental importância visto que na base destas informações ajuda ao
homem a encontrar as melhores formas de uso, conservação e proteção
do solo.

Morfologia do solo significa o estudo e a descrição da sua aparência no


meio ambiente natural, segundo as características visíveis a olho nu, ou
perceptíveis.
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Os principais atributos observados na descrição morfológica são: cor,


consistência, textura e estrutura. Todas as características morfológicas
observadas em campo no perfil do solo são de fundamental importância
para a caracterização do solo, juntamente com as análises químicas,
físicas, e mineralógicas.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


• Distinguir as características morfológicas, físicas e químicas do
solo;
• Descrever as principais características físicas e químicas do
solo;
Objectivos
• Descrever a importância da cor do solo;
Específicos
• Determinar a cor do solo.

Características Morfológicas, Físicas e Químicas do solo


São características presentes e observáveis nos solos que permitem
distinguir um determinado tipo de solo dos demais SCHNEIDER, KLAMT e
IASSON (2007). Algumas características rotineiramente observadas na
descrição morfológica de solos são:
Cor - é de fácil identificação e possibilita fazer inferências a respeito do
conteúdo de matéria orgânica, tipos de óxidos de ferro, processos de
formação, dentre outros.
A côr do solo não tem significado nenhum para a agricultura. As cores dos
solos representam os processos físicos químicos e bióticos a que os solos
foram sujeitos. Na pedologia as cores dos solos permit fazer referência
(fazendo histórias do solo). Como ex: solos vermelhos ou avermelhados
estes apresentam uma qualidade assinalável de compostos de Fe e que
eles tiveram condições para que oxidasse. Este tipo de solos é que das
regiões altas.
Os solos escuros são associados à presença de material orgânico.
Os solos acastanhados com manchas cinzentas, esverdeadas ou azuladas,
podem indicar alternância das condições anacróbicas earóbicas
(presença de H2O.
Apesar de não ter nenhum significado agrlógico mas sabe-se que a cor do
solo é uma das propriedades muito importante.
Importância da côr do solo
✓ Permite reconstituir a sua história;
✓ Permite conhecer a génise na constituição do solo;
✓ Pode-se aferir
Em relação a rocha mãe:
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✓ Cor do solo
✓ Clima e cor do solo (solos não escuros no clima tropical chuvoso e
solos claros no clima tropical seco)
Determinação da côr do solo no campo
É quando estudamos o papel do solo podendo ser de duas maneiras
(demonstra o solo fresco e o solo seco). Porque a humanidade altera a
tonalidade da cor.
Temos que ver se aparecem marcas e ferrugem no solo, se há
mosqueamento (manchas pequenas de diferentes cores).
Na densidade aparece esse mosqueamento e ter cuidado de indicar em
que horizonte se encontra essas particularidades.
Indica a persistência de condições uniformes por longo tempo. Enquanto
ferragens pode indicar alternância das condições de oxidação e redução.
Medição da côr do solo
Para medição usam-se dois padrões que são:
✓ Munssel proposto por E.U.A;
✓ A carta revista das cores do solo do Japão
Textura – a textura tem grande influência no comportamento físico-
hídrico e químico do solo, e por isso, sua avaliação é de grande
importância para o uso e manejo dos solos utilizados para a agricultura. É
expressa pela proporção dos componentes granulométricos da fase
mineral do solo, areia, silte e argila. Pode ser classificada em tamanho de
partículas:
➢ Argila
➢ Silte
➢ Areia fina
➢ Areia grossa
Deve ser observada em campo, na descrição morfológica, mas seu valor
definitivo é dado pela análise granulométrica, realizada em laboratório.
Estrutura - é o arranjo estabelecido pela ligação das partículas primárias
do solo entre si por substâncias diversas encontradas no solo, como
matéria orgânica, óxidos de ferro e alumínio, carbonatos, sílica, etc.
A estrutura tem grande influência no desenvolvimento de plantas no
solo, como sistema radicular, armazenamento e disponibilidade de água
e nutrientes e resistência à erosão. A estrutura é caracterizada conforme
três aspectos:
➢ Tipo: laminar, prismática, colunar, blocos angulares, blocos
subangulares, granular;
➢ Tamanho: muito pequena, pequena, média, grande muito grande
➢ Grau de desenvolvimento: solta, fraca, moderada, forte.
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Porosidade - A porosidade é visualizada no perfil de solo e deve ser


descrita conforme a quantidade e o tamanho dos poros.
1. Quantidade: poucos, comuns ou muitos
2. Tamanho: pequenos, médios grandes ou muito grandes
Cerosidade - a cerosidade pode ser visualizada em campo a olho nu ou
com auxílio de lupa na superfície dos agregados ou em laboratório, por
análise micromorfológica. Ocorre nas superfícies dos agregados ou nos
poros. Tem aspecto de brilhante, resultante da deposição de material
inorgânico ou argila. A classificação é feita conforme dois aspectos:
➢ Grau de desenvolvimento: fraca, moderada ou forte;
➢ Quantidade: pouco, comum ou abundante;
Coesão - É uma característica observada em campo pela dureza (duro,
muito duro ou extremamente duro) de horizontes subsuperficiais quando
secos e friabilidade (friável a firme) quando húmidos. A coesão é
comumente presente em Latossolos e Argissolos Amarelos da Formação
Barreiras, na parte superior dos horizontes B. Podem ser descritos dois
graus de coesão em campo:
➢ Moderadamente coeso: material resistente à penetração de
martelo pedológico.
➢ Fortemente coeso: material resiste fortemente à penetração de
martelo pedológico.

A consistência do solo
Consistência do solo é a resistência de um material à deformação ou
ruptura, ou o grau de coesão e adesão da massa do solo. É o termo usado
para designar as manifestações das forças físicas de coesão e de adesão
entre as partículas do solo, conforme variação dos graus de humidade.
Esse termo, diz respeito às atrações entre as partículas sólidas do solo,
que se manifestam tão logo a massa do solo seca, húmida e molhada é
posta aos efeitos de deformação, separação ou ruptura.
A consistência do solo abrange um campo de ocorrência de propriedades
como: resistência à compressão, tenacidade, friabilidade, plasticidade,
etc., dependentes da manifestação de:
Coesão: força que ocorre entre corpos de mesma natureza - partículas de
solo;
Adesão: força que ocorre entre corpos de natureza distinta - partículas
de solo e água.
Segundo LEPSCH (2011), a consistência do solo pode ser determinada em
três estados de umidade:
a) Molhado – para verificação da plasticidade e pegajosidade;
b) Húmido – para verificação de friabilidade;
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c) Seco – para verificação de dureza ou tenacidade.

Ela pode ser observada em solo seco, húmido e molhada para a


determinação das seguintes propriedades:
✓ Dureza ou tenacidade: capacidade de resistência a ruptura do
material seco;
✓ Friabilidade: comportamento do solo em condições
intermediárias de umidade;
✓ Plasticidade e Pegajosidade: relacionadas à aderência e a
capacidade do material em ser moldado sob compressão em
condições próximas a saturação de água.
Plasticidade é a maior ou menor capacidade dos solos de serem
moldados, sob certas condições de humidade, sem variação do volume. É
uma propriedade de grande importância para as argilas (solos de textura
fina). Devido à forma lamelar dos grãos das argilas, pode ocorrer um
deslocamento das partículas sem variação do volume.
Determinação da consistência do solo
O U.S.D.A. adoptou o método para testar a consistência que consiste em
avaliar a consistência e a densidade dos solos.

Tenacidade
É a consistência de um solo seco ao ar avalia-se a tenacidade
pressionando os dois dedos ou em casos extremos as duas mãos para
quebrar uma amostra do solo.

A tenacidade classifica-se em 5 grupos que são:


Solo solto – não precisa de nenhuma força para a sua fragmentação – 0
Solo brando – fragmenta-se quando pressionado entre o polegar e o
indicador –1
Solo ligeiro – dificilmente quebra-se entre o polegar e o indicador só
entre as mãos – 2
Solo duro – quebra-se sob pressão das mãos – 3
Solo muito duro – pelas mão não se quebra é constituído por
concentração, são solo fragmentados com carboneto de cálcio, FO2 e
alumínio

Importância da consistência de solo


A consistência se refere a parte física, então engloba a granulometria
(quantidade de argila, silte e areia), a densidade (se está compactado ou
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não), e a porosidade. Esses elementos são importantes para o manejo do


solo, como adubação fosfatada, onde um solo mais argiloso adsorve mais
o fosforo e é necessário usa-lo em maior quantidade. A profundidade de
semeadura também depende da textura, solos argilosos devem ser
semeados mais raso e solos arenosos mais profundamente. Um solos
arenosos o poder tampão é menor, ou seja, a acidez oscila mais, e é
necessário tomar mais cuidado para utilizar calcário uma vez que maiores
quantidades são necessárias. Solos argilosos armazenam mais água e isso
implica em vários manejos, como entrada de maquinários na lavoura,
manutenção de matéria orgânica em solos arenosos etc. Em suma ela
pode resumida em:
✓ Consiste em uma propriedade altamente relacionada com a
textura e com o conteúdo e natureza mineralógica dos argilo-
minerais;
✓ Consistência húmida: informa a condição do solo para ser
preparado seja com máquinas e implementos agrícolas ou no
preparo de covas; assim como a vulnerabilidade a erosão e
movimento de massa;
✓ Condição ideal para o preparo do solo: quando está na
consistência friável, nessa condição se gasta menor energia no
preparo e menor é o risco de compactação.
Capacidade de retenção de água
Não é propriedade física propriamente dita é característica da
combinação de várias propriedades como a Textura.
A capacidade de retenção de água é aquela capacidade que o solo tem de
manter a água no solo contra a força de gravidade e forças de coesão
entre as partículas físicas do solo.

A capacidade de retenção da água depende da textura, isto é, quanto


maior for o teor da argila, maior será a força com que a água estará
retida no solo e inverso para solos com maior proporções de areia.

Um agricultor precisa de saber qual é a disponibilidade de água que um


solo tem e permite facilitar a escolha do solo e produzir uma relação
entre o solo, a planta e a atmosfera.

Água disponível (avaiable water) é toda água que as plantas podem


utilizar na sua actividade metabólica que vai dum limite superior a
capacidade do campo (field capacity)até ao limite inferior ao ponto de
emurchecimento (wilting point)
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AD = CC- PE
Onde:
AD= Água Disponível
CC= Capacidade de Campo
PE= Ponto de Emurchecimento

AD traduz-nos a ideia de quantidade de água retida no solo depois de


drenada toda água livre em solo quando os movimentos capilares
descendentes considerarem quase nulo.
A CC pode ser entendida quando aquela condição mantém a água contra
a força de gravidade.
PE representa a humidade do limite abaixo do qual as plantas cessa a sua
actividade metabólica porque não conseguem utilizar água do solo.

Sumário
Nesta unidade temática abordamos das características morfológicas dos
solos, onde descrevemos de forma detalhada a cor, textura, cerosidade,
porosidade, consistência, estrutura, coesão, adesão. A consistência do solo
abrange um campo de ocorrência de propriedades como: resistência à
compressão, tenacidade, friabilidade, plasticidade. Finalmente trouxemos
de forma resumida a importância da consistência do solo.
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Unidade Temática 4.4. Exercicios integrados das unidades tematicas


deste tema
1. A porosidade é visualizada no perfil de solo e deve ser descrita
conforme a quantidade e o tamanho dos poros.

2. É uma característica observada em campo pela dureza de


horizontes subsuperficiais quando secos e friabilidade quando
húmidos. Estamos perante:

A. Textura
B. Estrutura
C. Porosidade
D. Coesão

3. Pode ser visualizada em campo a olho e tem aspecto brilhante,


resultante da deposição de material inorgânico ou argila, esta
característica dá-se nome de:
A. Textura
B. Estrutura
C. Cerosidade
D. Coesão

4. Consistência do solo é a resistência de um material à deformação


ou ruptura, ou o grau de coesão e adesão da massa do solO

5. Plasticidade é a maior ou menor capacidade dos solos de serem


moldados, sob certas condições de humidade, com variação do
volume

6. Solos argilosos armazenam mais água do que solos arenosos

7. A Capacidade de Troca de Catiões (CTC) é uma das propriedades


químicas de maior interesse na avaliação química do solo, devido
a sua forte atuação em diversas outras características químicas do
solo. Com relação à CTC, é correto afirmar:
A. Em solos tropicais predominam minerais silicatados de elevada
CTC.
B. Em solos tropicais a matéria orgânica é a principal fonte de cargas
para a CTC desses solos.
C. Em solos temperados predominam minerais silicatados do tipo
1:1 o que confere a esses solos baixa CTC.
D. A CTC dos solos é uma característica intrínseca do solo, e nunca
sofre alteração.
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8. As propriedades físicas do solo são as que merecem maior


importância, pois influenciam a produtividade, através do
desenvolvimento das plantas.
9. A consistência se refere a parte física, que engloba a
granulometria e a densidade.
10. A CTC dos solos é uma característica intrínseca do solo, e nunca
sofre alteração.

Chaves de Respostas: 1-V, 2-D, 3-C, 4-V, 5-F, 6-V, 7-B, 8-V, 9-V, 10-F
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TEMA – V: CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS


UNIDADE Temática 5.1. Classificação de solos
UNIDADE Temática 5.2. Exercicios integrados das unidades temáticas deste tema

UNIDADE Temática 5.1. Classificação de solos

Introdução
Entre os factores que contribuem para a caracterização do solo estão o
clima, a incidência solar, a rocha que originou o solo, matéria orgânica,
cobertura vegetal, etc.
Os sistemas de classificação de solos foram desenvolvidos para fornecer
aos cientistas e gerentes de recursos informações generalizadas sobre a
natureza de um solo encontrado em um determinado local. Em geral,
ambientes que compartilham fatores comparáveis de formação de solo
produzem tipos semelhantes de solos. Esse fenômeno torna a
classificação possível. Vários sistemas de classificação estão em uso em
todo o mundo.
O primeiro sistema formal de classificação de solos foi introduzido nos
Estados Unidos por Curtis F. Marbut na década de 1930. Este sistema, no
entanto, tinha algumas limitações sérias, e no início da década de 1950,
o Serviço de Conservação do Solo dos Estados Unidos iniciou o
desenvolvimento de um novo método de classificação do solo. O
processo de desenvolvimento do novo sistema levou quase uma década
para ser concluído. Em 1960, o processo de revisão foi concluído e
o Sétimo Sistema de Classificação de Solo de Aproximação foi
introduzido. Nesta ordem os solos são classificados em: solo arenoso,
Solo argiloso, solo humoso, Solo calcário. O solo calcário é inadequado
para o cultivo de plantas. Ele é típico de regiões desérticas.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


• Compreender o sistema de classificação dos solos;
• Identificar os tipos de solos no Mundo;
• Falar da importância dos solos;
Objectivo
Específico • Explicar as características dos solos.
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Figura 22: classificação dos solos

Classificação dos solos quanto à sua origem


Quanto à sua formação, podemos classificar os solos em três grupos
principais: solos residuais, solos sedimentares e solos orgânicos.
Solos residuais – são os que permanecem no local da rocha de origem
(rocha-mãe), observando-se uma gradual transição da superfície até a
rocha. Para que ocorram os solos residuais, é necessário que a velocidade
de decomposição de rocha seja maior que a velocidade de remoção pelos
agentes externos. Estando os solos residuais apresentados em horizontes
(camadas) com graus de intemperismos decrescentes, podem-se
identificar as seguintes camadas: solo residual maduro, saprolito e a
rocha alterada.
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Figura 23: Solos residuais maduro

Figura 24: Solos residuais saprolítico

Figura 25: solos residuais - rocha alterada

Solos sedimentares ou transportados – são os que sofrem a acção de


agentes transportadores, podendo ser aluvionares (Solos resultantes do
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carreamento pela água fluvial), eólicos (vento), coluvionares (gravidade)


e glaciares ou drifts (geleiras).

Figura 26: Solos coluvionares

Figura 27: Solos eólicos


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Figura 28: Solos drifts

Solos orgânicos – originados da decomposição e posterior


apodrecimento de matérias orgânicas, sejam estas de natureza vegetal
(plantas, raízes) ou animal este tipos de solos possuem alto teor da
matéria orgânica e apresentam coloração escura. Os solos orgânicos são
problemáticos para construção por serem muito compressíveis. Em
algumas formações de solos orgânicos ocorre uma importante
concentração de folhas e caules em processo de decomposição,
formando as turfas (matéria orgânica combustível).

Funções e Importância dos Solo

Com relação às funções do solo nos ecossistemas terrestres, destaca-se


que o solo é um recurso natural de extrema importância para a
manutenção da vida (RAMOS et al., 2013). Em sentido complementar, o
solo é um organismo complexo e dinâmico, cuja diversidade de funções
sustenta a vida, de modo que a relação do homem com este recurso
remonta a história da própria civilização (SOUSA et al., 2016). Acrescente-
se que o solo exerce inúmeras funções insubstituíveis, bem como: a
função de regulador ambiental, atuando como filtro, acumulador,
amortecedor e transformador de variados componentes que circulam a
atmosfera; é responsável pela distribuição de águas superficiais e
subterrâneas, armazenando-as por meio de infiltração ou escoamento de
águas pluviais; actua na proteção da qualidade da água e do ar; é
responsável pela reciclagem e armazenamento de nutrientes e detritos
orgânicos; meio de suporte para a produção de biomassa que é base da
vida humana e animal uma vez que serve de substrato para a produção
de alimentos e bioenergia; é utilizado para actividades agropecuárias e
também é fonte de matéria-prima para construções, entre outros
(CAVALCANTE et al., 2016).
Os solos têm cinco papéis básicos ou funções no nosso ambiente.
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Primeiro, o solo sustenta o crescimento das plantas, principalmente


fornecendo suporte mecânico, água e nutrientes para as raízes que
posteriormente distribuem para a planta inteira e são essenciais para sua
existência. As características dos solos podem determinar os tipos de
vegetação ou de plantas que neles se desenvolvem, sua produtividade e,
de maneira indirecta, determinam o número e tipos de animais (incluindo
pessoas) que podem ser sustentados por essa vegetação.
Em segundo lugar, as características dos solos determinam o destino da
água na superfície da terra, essencial para a sobrevivência. A perda de
água, sua utilização, contaminação e purificação são todas afetadas pelo
solo. Se pensarmos que grande parte da água doce existente no planeta
(rios, lagos e aquíferos) ou já escorreu na superfície do solo ou viajou
através dele, percebemos a importância dos solos na distribuição,
manutenção e qualidade da água dos nossos reservatórios naturais e
para a manutenção da vida na terra. As terríveis e devastadoras
enchentes, comuns nos grandes centros urbanos, são consequências da
impermeabilização dos seus solos, favorecendo o escorrimento na
superfície e acúmulo de grandes quantidades de água após uma chuva
intensa.
Em terceiro lugar, o solo desempenha um papel essencial na reciclagem
de nutrientes e destino que se dá aos corpos de animais (incluindo o
homem) e restos de plantas que morreram na superfície da terra. Se
esses corpos e resíduos não tivessem sido assimilados pelo solo,
reincorporados e convertidos em matéria orgânica ou húmus do solo
(reciclagem), plantas e animais teriam esgotado seus alimentos anos
atrás.
Em quarto lugar, o solo é o habitat, a casa de muitos organismos. Um
punhado de solo pode conter bilhões de organismos vivos e mortos, que
influenciam as características do solo, como a porosidade, que é
responsável pelo movimento e manutenção de água e ar no solo.
Também os organismos são de alguma forma influenciados por essas
características do solo.
Em quinto lugar, os solos não fornecem apenas o material para a
construção de nossas casas e edifícios, mas proporcionam a fundação, a
base para todas as estradas, aeroportos, casas e edifícios que
construímos e onde vivemos o nosso dia – a – dia.

Sumário
Nesta unidade temática abordamos a classificação dos solos, onde
destacamos a classificação dos solos em três grupos principais: solos
residuais, solos sedimentares e solos orgânicos. Apresentamos cinco
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funções da importância dos solos para práticas agrícolas. O solo exerce


inúmeras funções insubstituíveis, bem como: a função de regulador
ambiental, atuando como filtro, acumulador, amortecedor e
transformador de vários componentes que circulam a atmosfera.

Unidade Temática 5.3. Exercícios integrados das unidades temáticas deste tema
1. O solo pode ser classificado em arenoso, argiloso, humoso e
calcário.

2. O solo humoso não é adequado para a realização da actividade


agrícola.

3. Os solos orgânicos ocorre uma importante concentração de folhas


e caules em processo de decomposição, formando as turfas.

4. As características dos solos determinam o destino da água na


superfície da terra, essencial para a sobrevivência. A perda de
água, sua utilização, contaminação e purificação são todas
afetadas pelo solo.

5. Os organismos não são de alguma forma influenciados por essas


características do solo.

6. São os que permanecem no local da rocha de origem (rocha-mãe),


observando-se uma gradual transição da superfície até a rocha.
São características de solos:
A. Solos sedimentares
B. Solos residuais
C. Solos orgânicos
D. Solos inorgânicos.

7. Originados da decomposição e posterior apodrecimento de


matérias orgânicas, sejam estas de natureza vegetal ou animal
este tipos de solos possuem alto teor da matéria orgânica e
apresentam coloração escura.

A. Solos sedimentares
B. Solos residuais
C. Solos orgânicos
D. Solos inorgânicos
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8. Solo humoso chamado em alguns lugares de terra preta, esse tipo


de solo contém grande concentração de material orgânico em
decomposição, ele é:
A. Bastante fértil
B. Bastante infértil
C. Fértil e infértil
D. Todas opções estão erradas.

Chaves de Respostas: 1-V, 2-F, 3-V, 4-V, 5-F, 6-B, 7-C, 8-A.
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TEMA – VI: GEOGRAFIA DOS SOLOS DO MUNDO E DE MOÇAMBIQUE


UNIDADE Temática 6.1. Geografia dos Solos do Mundo e de Moçambique
UNIDADE Temática 6.2. Degradação dos solos, a Fertilidade dos Solos e Erosão do Solo
UNIDADE Temática 6.3. Exercícios integrados das unidades temáticas deste tema
UNIDADE TEMÁTICA 6.1. Geografia dos Solos do Mundo e de Moçambique

Introdução
O solo é geralmente definido como a camada superior da crosta
terrestre, formada por partículas minerais, matéria orgânica, água, ar e
organismos vivos. O solo constitui a interface entre a terra, o ar e a água
e ocupa a maior parte da biosfera. A primeira tentativa de consenso de
âmbito internacional, em matéria de sistematização dos solos, foi a
Legenda da Carta de Solos do Mundo (FAO-UNESCO, 1974). Entretanto,
ainda nos finais da década dos 70, foi lançada a ideia de se constituir uma
Base de Referência Internacional para a Classificação dos Solos, que
evoluiu para a actual World Reference Base for Soil Resources (WRB)
e foi adoptada pela União Internacional das Ciências do Solo por
ocasião do 16º Congresso Mundial realizado em Montpellier em 1998
(Cardoso 1974).

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

• Identificar os tipos de solos de Moçambique;


• Explicar as características dos solos de Moçambique.
Objectivo
Específico

Geografia dos solos do mundo

O marco histórico registado acerca do início dos estudos sobre solos no


mundo é datado do ano de 1877 quando realizada a primeira
investigação pedológica (AJMONE-MARSAN et al., 2016).
Posteriormente, no ano de 1883, foi publicado um trabalho sobre os
solos da Rússia, pelo cientista desta nacionalidade Vasilli V. Dokouchaiev.
Nesse trabalho, considerado a base da Ciência do Solo na
contemporaneidade, o cientista reconheceu o solo como um corpo
dinâmico e naturalmente organizado que pode ser estudado por si só, tal
como as rochas, as plantas e os animais (OLIVEIRA, 2007). O autor
acrescenta que o produto, solo, é resultante do intemperismo, o qual
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combina acções de factores bióticos e abióticos, como clima e


organismos, interagindo com o material de origem.

Geografia dos solos de Moçambique

De acordo com a localização geográfica e astronómica a Republica de


Moçambique possui uma grande variedade de solos típicos das regiões
tropicais.
As várias classificações pedológicas tomam em conta a composição
mineralógica, a cor, a origem, a idade e os processos morfológicos e
biológicos recentes.
De uma maneira geral na composição mineralógica dos solos
moçambicanos predominam materiais ferruginosos e aluminosos, sendo
por isso, considerados pedalféricos ou ferralíticos. Esta abundância de
materiais ferruginosos e aluminosos, é fruto da resistência destes
elementos aos processos de desagregação das rochas-mãe em relação
em condições climáticas de regime tropical (Muchangos, 1999 p. 70).
Estes solos são também designados latosolos pela frequência da sua
ocorrência sob a forma de material enrudecido conhecido por laterite.
Quanto a cor os solos mais abundantes são cinzentos-pardos e pardo-
avermelhados, mas também ocorrem com frequência solos cinzentos e
amarelados.
A textura do substrato da rocha-mãe condiciona a diferenciação entre
solos residuais pedrogosos, solos litólicos, arenosos, argilosos e limosos.
Os solos residuais são os que se desenvolvem a partir do soco cristalino
granítico-gnéissico e de formações vulcânicas. Trata-se, em geral de solos
ferralíticos ou fersialíticos.
A sua formação e o desenvolvimento são função da natureza da rocha-
mãe, do clima, do relevo, dos organismos vivos ou mortos, do regime
hídrico ou subsolo, da duração do processo pedológico e da intervenção
humana.
A carta Pedológica de Gouveia A. Sá e Melo Marques (1972), alude
simultaneamente, aspectos relacionados com a idade, a influência do
clima e da natureza geológica e das condições hídricas e morfológicas
locais. De acordo com mesma distingue-se em Moçambique os seguintes
grandes tipos de solos: pouco evoluídos, sialíticos, fersialíticos,
ferralíticos e hidromórficos.
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Classificação dos solos de Moçambique


Os solos pouco evoluídos são solos minerais com horizontes genéticos
pouco diferenciados e que apresentam uma distribuição irregular do
material orgânico. Com efeito, eles apresentam no seu perfil horizontes
incompletos, em razão da sua idade recente ou da curta duração dos
processos pedogénicos. Neste grupo são incluídos solos aluvionares, os
regosolos, os litosolos, os solos litólicos, os solos hidromórficos e
halomórficos.
Os solos aluvionares podem ser fluviais, lacustres e marinhos consoante a
dominância dos factores e processos de sua formação. Eles são formados,
em geral, a partir de depósitos de aluviões recentes, sendo, no entanto,
enriquecidos progressivamente por novos materiais aluviais.
No caso de regosolos, a sua formação resulta de materiais não
consolidados, que formam depósitos espessos e uniformes. A sua
granulometria e mineralogia é variada. São em geral, solos arenosos,
muito permeáveis e de vida variável.
Estes solos são considerados psamo-hidromórficos quando a sua textura
é grosseira e possui uma pequena percentagem de argila, com ou sem
húmus.
Derivados de rocha consolidada e ligeiramente alterados a partir de
menos de 10 – 15 cm de profundidade são os litosolos.
O seu perfil apresenta normalmente uma textura grosseira com horizonte
A pouco ou nada humífero. Podem derivar de rochas calcárias, ocorrem
geralmente em terreno ondulado a mais ou menos acidentado ou
montanhoso, com maior ou menor frequência de afloramentos rochosos.
Os solos litólicos possuem o Horizonte A mais ou menos expresso mas
não humífero, encontrando-se a rocha muito pouco meteorizada a partir
da profundidade superior a 10 – 15 cm; ou com horizonte A humífero e
podendo a rocha consolidada, pouco ou nada meteorizada, encontrar-se
a uma profundidade menor.
Com proporção de argila variável, mas sempre insuficiente para estar na
origem da diferenciação de níveis com características de horizonte B são
os solos sialíticos. O seu Horizonte C pode ser delgado ou pelo contrário
muito espesso.
No caso dos vertissolos, eles se desenvolvem sobre sedimentos não-
consolidados de natureza calcária ou ainda sobre basaltos. A sua textura
vária de fina a grosseira e a cor de pardo-acinzentada a pardo-
avermelhada.
Os solos arídicos são minerais mais ou menos evoluídos, que se formam
tipicamente sob climas de natureza árida ou semi-árida. Eles apresentam
em determinadas épocas do ano elevados défice de água necessária as
plantas. São geralmente pardo-cinzentos ou pardo-avermelhados.
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Quando mostram evidências de tendências para salinização, são


designados halomórficos (figura 18). Por vezes também apresentam
crostas carbonatadas.
Os solos fersiáliticos são solos de zonais tropicais minerais de perfil
completo com reserva mineral alterável, variável consoante a natureza
da rocha-mãe e com elevado grau de saturação.

Figura 29: solos fersiáliticos

O substracto geológico é constituído por rochas cristalinas quartzíferas


ou por sedimentos não consolidados. São designados eutrofersialíticos,
quando apresentam uma textura fina e psamo-fersialíticos quando a
textura é mais grosseira. Em alguns casos eles apresentam no horizonte B
mais do que 30% de minerais de argila, sendo esta de carácter muito
fortemente sialítico. Eles abrem fendas largas e profundas na estação
seca, mostrando evidências de infiltração de materiais de níveis
superiores para níveis inferiores. Estes processos são, muito comuns em
variados tipos litológicos e nas mais diversas condições climáticas e os
solos apresentam as tonalidades mais diversas, desde o pardo ao
avermelhado.
Os solos ferralíticos são típicos das regiões tropicais, com duas estações
do ano marcadamente distintas. Eles tanto se desenvolvem a partir de
rochas eruptivas e metamórficas, como de rochas sedimentares. A sua
fisionomia característica é a cor vermelha, que resulta dos intensos
processos químicos de intemperização, que libertam óxidos de ferro. Se
apresentam textura grosseira no seu substrato arenoso de origem
sedimentar, designa-se por psamo-ferralíticos.
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Figura 30: solos ferralíticos

São designados paraferralíticos quando formados em meios de alteração


ferralitica mas com perturbações no processo de evolução provocadas
pela influência do relevo. Estas perturbações podem ser profundadas que
se reflectem no perfil e na difusa diferenciação dos horizontes.
Os solos hidromórficos, devido à sua posição topográfica em depressões
estão sujeitas à influência permanente ou temporária das águas
subterrâneas. A proximidade do lençol freático, onde são intensos os
processos de oxidação-redução junto à superfície, provoca a formação de
um horizonte.
No seu perfil, pouco diferenciado, os solos hidromórficos (Figura 18)
apresentam um substrato argiloso acinzentado normalmente com
abundante matéria orgânica e por vezes material grosseiro.

Figura 31: solos predominantes em Moçambique


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Regiões pedológicas
A repartição territorial dos solos moçambicanos, corresponde em grande
medida à estrutura territorial geológica e climática do país. Ela reflecte
também a influência dos desníveis altitudinais e da continentalidade
sobre os processos da formação dos solos.
Estes factores contribuem para a ocorrência de solos zonais típicos das
regiões tropicais e subtropicais.
Factores específicos regionais tais como, a diferenciação microclimática,
o regime hídrico e a natureza química da rocha-mãe, permite o
desenvolvimento de solos intrazonais (hidromórficos e halomórficos).

Figura 32: exemplo vertissolos

Ao nível regional e local a ocorrência dos solos azonais (solos pouco


desenvolvido e muito rasos. Dividem-se em solos aluviais e litossolos),
relaciona-se com a localização e posição geográficas, a cobertura vegetal
e com processos geomorfológicos e pedogenéticos recentes.
Apesar das variações das rochas e do relevo serem muito importantes e
expressivas na determinação dos tipos de solos, é evidente uma certa
zonalidade na repartição das principais unidades pedológicas.
Assim, no Norte de Moçambique os solos mais abundantes são os solos
ferralíticos, fersialíticos e sialíticos. Estes solos ocorrem nos complexos
granito-gneissicos do Norte de Moçambique até ao vale do rio Zambeze e
uma grande parte das províncias de Tete, Sofala e Manica.
Nos aplanamentos e nas vertentes das principais cadeias montanhosas
de rochas cristalinas e vulcânicas eles constituem espessos depósitos
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que, em condições propiciais, permitem a ocorrência de materiais


lateríticos e/ou laterites.

Figura 33: solos lateríticos

Em regiões com condições de humidade favoráveis e em estreita ligação


com o relevo, eles apresentam uma cor avermelhada nos topos,
alaranjada nas encostas e parada a acinzentada nas depressões.
Esta sequência, conhecida normalmente por catena, ocorrem também
em outros tipos de rochas incluindo as rochas sedimentares, com
tonalidades muito diversas, desde que o relevo seja expressivo.
Nas regiões de grande latitude quando os solos contém laterites ou
material laterítico, formando carapaças espessas cobrindo a rocha-mãe,
notam-se evidências de degradação, frequentemente em forma de
coluviões. Estes solos constituíram nos pluviais antigos e são de uma
maneira gerais ricos, sob ponto de vista agrícola. É neste tipo de solos
que se desenvolvem as culturas de maior significado económico de
Moçambique, tais como o milho, tabaco, chá, algodão e fruteiras.
Na maior parte do Sul de Moçambique e em todo litoral, os solos zonais
desenvolvem-se a partir de sedimentos não consolidados. São em geral
solos de idade recente (Quaternário), com horizontes indiferenciados e
com constantes alterações no seu perfil. Solos ferralíticos e fersialíticos
de origem calcária são muito comuns nas terras áridas do litoral de Cabo
Delgado e de Inhambane, bem como em extensas áreas a Sudoeste de
Maputo, particularmente sobre formações cretácicas.
De resto, no litoral e sublitoral os solos arenosos de dunas antigas e
recentes revelam a irrelevância da influência dos processos de formação
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sobre a natureza da rocha-mãe e em contrapartida a importância da


duração da acção dos factores climáticos e da cobertura vegetal.
Nas margens dos rios e suas depressões, os solos aluvionares fluviais
acinzentados, constituem depósitos do Quaternário-aluvião. A sua maior
área de dispersão localiza-se nas margens dos rios Zambeze, Púnguè,
Búzi, Limpopo, Incomáti, Umbelúzi (Muchangos 1999).
Em manchas de menores dimensões, os solos aluvionares fluviais
ocorrem também ao longo dos cursos de água no interior das províncias
ao Sul do rio Save e em toda faixa costeira e sub - costeira ao Norte e
ainda nos planaltos de Mueda e de Macomia.
É neste tipo de solos arenosos fluviais que se desenvolvem algumas das
principais culturas: cajueiro, arroz, hortícolas. Nesta categoria dos solos
das baixas são incluídos os solos hidromórficos, muito representativos
nos vales dos rios Urema e Zangue, em Mopeia e Marromeu e em vários
planaltos do Norte e Centro de Moçambique. Quando representam
membros inferiores designam-se por dambos e noutros casos por
tandos, cujas áreas de dispersão constituem santuários privilegiados para
uma fauna diversificada.
Nas montanhas de Chimanimani, solos hidromórficos, apresentam um
horizonte superficial espesso e com elevada percentagem de matéria
orgânica, com carácter turfoso. Solos com características semelhantes
ocorrem na faixa arenoso litoral e sublitoral ao Sul do rio Save,
nomeadamente nos vales dos rios Incomáti, Limpopo e Futi onde se
conhecem por muchongos, muito utilizados para o cultivo do arroz e da
bananeira Muchangos (1999).
Em fundos secos dos vales interdunares no litoral ao Sul do rio Save,
ocorrem manchas, solos arenosos com concreções diatomíticas de
origem Quaternária.
Nas areias não aluviais de clima Semi - árido onde a pluviosidade é
inferior a 600 mm e a temperatura média anual é da ordem de 24º C,
conhecidas em algumas regiões ao Sul do rio Save por munanga,
predominam solos cinzentos de horizonte superficial arenosos com
subsolos muito compactos. A estes subsolos, cimentados em certos
perfis, segue-se em regra, um horizonte franco-argiloso-arenoso, rico em
concreções calcárias e elementos grosseiros quartzosos. Nestes solos é
vulgar a presença destes elementos grosseiros, à superfície, numa
delgada película não uniforme, o que lhe confere um aspecto superficial
rosado.
Na sua distribuição geográfica destacam-se o Médio Limpopo e grande
parte do alto Changane e nas regiões arenosas do interior de Inharrime,
Panda, Homoíne, Morrumbene, até Mabote.
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Eles ocorrem em algumas áreas de terraços antigos dos rios Incomáti,


Umbelúzi e Maputo. Estes solos desenvolvem-se em áreas quase planas,
a muito suavemente onduladas, a partir de depósitos sedimentares não
consolidados.
No litoral, sem grande expressão espacial, ocorrem solos salinos de
origem oceânica que associadas as condições estuarinas permitem a
fixação e o desenvolvimento de ecossistemas ricos em espécies animais e
vegetais e importantes sob o ponto de vista económico.
Finalmente, o Homem exerce grande influência na alteração e criação de
regiões pedológicas através da sua acção de devastação da vegetação e
de cultivo de plantas, de adubação, de irrigação, de drenagem,
construção de terraços e outras obras e técnicas agrícolas.

Horizontes e camadas do Solo


Os solos são constituídos por uma sucessão vertical de camadas
horizontais resultantes da acção conjunta dos factores e processos de
formação. Essa sequência vertical é chamada de perfil do solo, que é a
unidade básica para seu estudo, realizado por meio da descrição
(morfologia) e análise das camadas que o constituem (análises químicas,
físicas e mineralógicas).
A interpretação dessas análises possibilita a identificação e classificação
do solo, assim como o conhecimento de suas qualidades e limitações
quanto ao aspecto agrícola e ambiental.
Horizontes do solo: são as diferentes camadas que constituem o solo,
formadas pelos processos pedogenéticos (adições, perdas, transportes e
transformações). Para LEPSCH (2007), o perfil de um solo completo e
bem desenvolvido possui quatro tipos de horizontes que são chamados
de "horizontes principais" e são convencionalmente identificados pelas
letras maiúsculas O, A, E, B e C.
Um solo maduro, após sofrer meteorização mecânica, meteorização
química e incorporação da matéria orgânica, encontra-se dividido em
camadas (horizontes). O solo deve apresentar 4 horizontes que se podem
dividir em sub-horizontes. Ao conjunto destes horizontes, a sua ordem e
constituição dá-se o nome de perfil pedológico.
As camadas distinguem-se pelas diferentes características de composição
química, textura, cor, porosidade, riqueza em matéria orgânica e/ou
mineral, etc. Nestas condições, um solo deve apresentar:

Horizonte 0 é uma camada orgânica constituída por restos de plantas e


animais em decomposição a manta morta. Existe apenas em locais onde
haja vegetação.
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Horizonte A é uma camada superficial rica em detritos orgânicos de


partes de plantas e de seres vivos em estado de decomposição
estabilizado (húmus), apresentando por isso coloração escura. Está
sujeito ao processo de lixiviação no qual os seus constituintes são
arrastados pelas águas infiltradas para o horizonte B.

Horizonte B é um horizonte que inclui partículas minerais, substâncias


coloidais, materiais argilosos, óxidos, hidróxidos metálicos, carbonatos,
etc. provenientes do horizonte A arrastadas pela infiltração da água
(lixiviação). Acumulam-se aqui também materiais rochosos provenientes
do horizonte C. Por ser pobre em matéria orgânica apresenta cor mais
clara que o horizonte A.
Horizonte C é essencialmente constituído pela rocha-mãe pouco
alterada, fracamente fragmentada. Aqui verifica-se fraca meteorização,
tem por isso características muito próximas da rocha-mãe.

Horizonte R/Rocha-mãe é constituída por massas rochosas praticamente


inalteradas. É a partir desta camada que se formam os solos. A sua
profundidade pode oscilar entre alguns centímetros e vários metros.

Figura 34: Horizonte dos solos

Conservação do Solo
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Se o solo deve ser conservado, significa que ele sofre modificações nas
suas características físicas, químicas e biológicas. A modificação do solo
(intemperismo) pode ser provocada por diversos factores (alguns
naturais), gerando erosão, compactação, salinização, desertificação e
outros processos.
O homem também pode interferir no intemperismo natural do solo,
aumentando muito os problemas. A implantação de culturas para
subsistência, a pecuária e o desmatamento são as principais práticas
realizadas pelos humanos no solo, e que, se mal manejadas, podem
resultar no aumento da degradação do solo.
Com o desmatamento e a retirada da cobertura natural o solo fica mais
suscetível à acção directa da água da chuva, aumentando assim a erosão
hídrica, gerando perda de solo. Junto com a erosão pode ocorrer à perda
de nutrientes (lixiviação) e também o assoreamento (lixo, entulho) de
rios e lagos, quando estes nutrientes são depositados nos corpos de
água. Em pouco tempo o solo se torna empobrecido, o que diminui a
produção agrícola. Portanto, a conservação do solo é necessária para
evitar que a área seja degradada.

Existem diversas técnicas que podem ser empregadas no intuito de


mitigar ou controlar a degradação do solo e suas consequências. No
entanto, essas técnicas aplicadas serão diferenciadas considerando o uso
do solo, muitas vezes o que se aplica ao meio rural não é viável ao
urbano, e vice-versa. Conforme exposto até então as principais formas de
degradação do solo, que devem ser evitadas, mitigadas ou controladas
são: perdas de solo por processos erosivos; contaminação do solo por
resíduos diversos; uso agrícola intensivo; e superdosagens de insumos
agrícolas, sendo estes últimos dois (uso agrícola intensivo; e
superdosagens de insumos) exclusivos de áreas rurais, enquanto os
primeiros podem ocorrer também em áreas urbanizadas. Visando reduzir
ou controlar a degradação do solo, podem ser adotadas três diferentes
linhas de atuação (EPAMIG, 2009):
1. Práticas de carácter vegetativo – visam à manutenção ou à
instalação de cobertura vegetacional sobre o solo, que terá
importante papel em aumentar a rugosidade do solo (redução da
velocidade da enxurrada) ou ainda facilitar a infiltração da água no
solo. Algumas técnicas permitem a incorporação da massa verde no
solo como forma de adubação. Dentre essas práticas, podemos citar:
✓ Plantio directo na palha – cobertura do solo, menor
revolvimento, em contrapartida maior compactação do solo;
✓ Pousio – descanso do solo e incorporação de massa verde;
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✓ Rotação de culturas – redução de pragas, adubo verde,


ciclagem de nutrientes, incorporação de nutrientes (fixação de
nitrogênio)
✓ Manutenção da cobertura vegetal nativa – pouca intervenção
no solo, além da cobertura actuar na mitigação dos processos
erosivos, mesmo pode ser realizado com a silvicultura;
✓ Manejo de pastagem em áreas de pecuária – evitar a pressão
de pastagem em demasiado, principalmente na formação de
caminhos preferenciais dos animais, realização de adubação e
calagem da pastagem, evitando o surgimento de manchas de
solo exposto.
2. Práticas de carácter edáfico – têm relação com as características e
propriedades do solo, normalmente são dependentes das outras duas
práticas. Dentre as técnicas, têm-se:
✓ A determinação da capacidade de uso dos solos, que irá
permitir o planeamento do uso do solo;
✓ A incorporação da massa verde como adubo;
✓ Eliminação de queimadas;
✓ Correção da acidez do solo (calagem) e adubações.

Sumário
Nesta unidade temática abordamos que a constituição dos solos de
moçambique é bastante variável, o que reflete aos vários factores que
influencia a sua formação, tais como a estrutura geológica, a morfologia,
o clima e a vegetação.
Na região Norte alternam-se os solos franco-argilosos-avermelhados, que
são vulneráveis a erosão e que cobrem a maior área da zona, e solos
argilosos vermelhos e castanhos profundos, que são permeáveis e
permitem uma boa drenagem. A cor vermelha deve-se a concentração de
óxido de ferro. No litoral da zona Norte ocorrem solos arenosos em
forma de dunas.
Na região Centro, os solos são arenosos-avermelhados-franco-argilosos,
enquanto ao longo das bacias hidrográficas ocorrem solos fluviais com
maior índice de fertilidade, por vezes pantanosos. Em Moatize o solo é
escuro devido a existência de carvão mineral.
Finalmente na zona Sul, os solos são arenoso, brancos, pouco férteis e
com fraca capacidade de retenção de água. Encontra-se ainda solos
fluviais bastantes férteis e na zona dos Libombos ocorrem solos poucos
profundos.

Exercícios de Auto – AVALIAÇÃO


1. Com relação ao horizonte C, é correto afirmar que:
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A. É o horizonte que está mais perto da superfície e, por isso, possui em


sua composição fragmentos de rocha.
B. Está entre o horizonte O e B e possui em sua composição grandes
quantidades de matéria orgânica e baixa concentração de minerais.
C. É a camada mais próxima da rocha-mãe e, por isso, possui muitos
fragmentos de rocha intactos.
D. Está entre o horizonte B e o horizonte D e possui uma grande
presença de minerais e pouca matéria orgânica

2. Solos intrazonais são formados em locais de topografia suave com


Clima húmido e nível de água próximo à superfície. São dividos em:

A. Hidromórficos e halomórficos
B. Aluviais e litossolos
C. Fersialíticos e sialíticos
D. Todas opções estão correctas
3. Solos azonais são pouco desenvolvidas, devido a formação recente. A
natureza do relevo e do material original impede o desenvolvimento de
características típicas do clima onde ocorrem.

A. Hidromórficos e halomórficos
B. Aluviais e litossolos
C. Fersialíticos e sialíticos
D. Todas opções estão correctas
4. Devido a localização geográfica e astronómica a Republica de
Moçambique possui uma grande variedade de solos típicos das regiões:

A. Equatorial
B. Polares
C. Tropicais
D. Interpolar

5. Na zona Sul, os solos são arenoso, brancos, pouco férteis e com fraca
capacidade de retenção de água. Em Moatize o solo é escuro devido a
existência de:
A. Minas de Ouro
B. Silicatos
C. Reserva de gás
D. Carvão mineral.

Guia de Respostas: 1-C; 2-A; 3-B; 4-C; 5-D


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Exercícios de AVALIAÇÃO
1. O Horizonte O é a camada mais externa do solo, sendo formada, principalmente, por
material orgânico em estágio de decomposição.

2. O horizonte A, por estar próximo da superfície, possui grandes quantidades de


matéria orgânica.

3. O Horizonte B é composto, principalmente, por minerais, que foram desagregados


da rocha-mãe a partir do processo de intemperismo.

4. O horizonte C é a camada mais próxima da rocha-mãe. Por ser ainda bem recente,
apresenta fragmentos de rocha que não foram totalmente intemperizados.

5. Os solos ferralíticos, fersialíticos e sialíticos ocorrem nos complexos granito-


gneissicos do Norte de Moçambique até ao vale do rio Zambeze e uma grande parte
das províncias de zona Centro.

Guia de Respostas: 1-V; 2-F; 3-F; 4-V; 5-V.

UNIDADE Temática 6.2. Degradação dos solos, a Fertilidade dos Solos e Erosão do Solo

Introdução

O solo é um recurso natural, mas finito, limitado e não renovável. O solo


está sujeito a processos de degradação, entre os quais se incluem a
erosão, a redução da biodiversidade, a contaminação, a compactação e a
subsequente impermeabilização, bem como a salinização. Estes
processos comprometem a fertilidade do solo e estão sujeito ao efeito de
fenómenos naturais extremos, como as cheias e os desabamentos de
terra, a erosão, que podem levar à completa perda do solo e inviabilizar a
actividade agrícola. A sua taxa de degradação é atualmente muito rápida
devido, por um lado, à pressão crescente das actividades de natureza
humanas e, por outro, à sua lenta capacidade de formação e regeneração
feitas por migrorganismos.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


• Compreender as actividades que promovem a degradação do
solo;
• Conhecer a fertilidade dos solos e seus factores.
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Objectivos • Conhecer as causas da erosão dos solos.


Específicos

Degradação dos solos

Segundo Carvalho et. al (2010), os processos de degradação do solo


constituem actualmente um grave problema à escala mundial, com
consequências ambientais, sociais e económicas significativas. Para tanto
são de fundamental importância estudos que avaliem a suscetibilidade
dos diferentes tipos de solo aos processos erosivos, as taxas com que
esses processos ocorrem, suas consequências na paisagem, além do
conhecimento dos prováveis factores desencandadores, possibilitando
uma melhor gestão das práticas desenvolvidas ao nível dos solos. Há
diversos usos ou actividades que implicam a degradação do solo. A
consequência final dessa degradação terá impacto directo ou indirecto
para o Homem bem como aos recursos hídricos, sejam eles superficiais
ou subterrâneos. Esses impactos são resultados dos processos erosivos e
da contaminação do solo, portanto, o comum é que toda e qualquer
degradação do solo resulte num desses dois impactos. Na agricultura,
principalmente aquela de forma intensiva, podemos elencar os seguintes
factores responsáveis pela degradação do solo:

➢ Remoção da camada nativa de vegetação – antes de qualquer uso


normalmente é removida a camada de vegetação nativa sobre este
solo, o expondo a factores climáticos, aumentando assim sua
suscetibilidade à erosão;

➢ Pulverização do solo – quedas e tradagens são procedimentos


comuns na agricultura convencional, porém se empregadas
frequentemente podem ocasionar a pulverização do solo, que se
trata da perda de estrutura do solo. Esse factor tem relação directa
com o aumento da suscetibilidade à erosão dos solos;

➢ Queimadas – além da desestruturação do solo, também é


responsável por eliminar a biologia do solo, e principalmente por
queimar a matéria orgânica que nele existe, reduzindo assim sua
fertilidade natural; além disso, a matéria orgânica permite uma
melhor estruturação do solo, que, caso seja comprometida pela
queimada, também implicará uma maior suscetibilidade à erosão;
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Figura 35: Impactos das Queimadas sobre o solo

➢ Superdosagens de fertilizantes – a alteração do pH de forma


inadequada pelo uso de corretivos e a elevação da concentração de
um determinado nutriente pode inibir a absorção de outros pelas
plantas. Além disso, superdoses de fertilizantes pode conferir aos
solos certa toxicidade, bem como resultar na salinização dele,
dificultando ou até mesmo impedindo o desenvolvimento de plantas;

Figura 36: Superdosagens de fertilizantes


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➢ Remoção ou perda de horizontes do solo – Os processos erosivos e o


próprio preparo do solo implicam a perda ou revolvimento do solo.
Conforme já citado, as camadas superficiais do solo são as mais
férteis, principalmente em decorrência da deposição da matéria
orgânica e são justamente estas que são perdidas pela erosão
laminar. Com o revolvimento do solo, ou ainda sua perda pela erosão,
a produtividade agrícola fica comprometida dada a perda desses
nutrientes, ou sua relocação em camadas não atingidas pelas raízes
das plantas;

➢ Compactação – Quando há um tráfego intenso exercendo pressão


sobre a superfície do solo, tem-se uma redução/diminuição dos
macroporos do solo, causando com isso seu adensamento. Isso
interfere diretamente sobre a velocidade de infiltração da água no
solo, favorecendo assim a instalação de processos erosivos.

Figura 37: Compactação do Solo

Além disso, compromete a penetração das raízes das plantas no solo,


influenciando negativamente no seu desenvolvimento.

➢ Uso inadequado de agrotóxicos – As pragas nada mais são do que


insectos filófagos, que têm um grande estímulo ao crescimento
populacional pelo aumento do nível trófico (oferta de alimentos).
Com o aumento dessas populações, a natureza tem mecanismos para
promover o ajuste, como o desenvolvimento de inimigos naturais.
Assim, o controle de pragas e doenças deve considerar as condições
ambientais, utilizando práticas mecânicas, físicas, biológicas e
químicas, que denominamos manejo integrado de pragas. Quando o
uso de agrotóxicos é realizado de forma inadequada, sem uma análise
sistêmica das causas da urgência de pragas e doenças, pode causar
impactos ambientais como a contaminação do solo, da água e dos
alimentos, além de promover desequilíbrios biológicos que podem
ampliar as perdas na agricultura.
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Figura 38: Uso inessivos de agrotóxicos


Não somente a agricultura, mas outros usos também são responsáveis
pela degradação dos solos. Nos centros urbanos é comum haver a
contaminação do solo por efluentes domésticos em decorrência do
sistema de fossas para seu tratamento. Além disso, para as obras de
construção civil, as intervenções no solo são muito severas, das quais
podemos destacar:

➢ Corte – Obras de corte são necessárias para a eliminação da


camada superficial do solo, rica em matéria orgânica, o que lhe
confere baixa capacidade de suporte, devido a este facto, para
garantir a estabilidade das estruturas e edificações é removida
esta camada. O corte do solo também é empregado para
nivelamento do terreno em projectos urbanísticos, visando
adequar o relevo à proposta de ocupação.
➢ Aterro – Empregado para, normalmente, corrigir imperfeições do
terreno. Tem importância também na mitigação dos efeitos de
inundações e alagamentos, com a elevação do nível do terreno. O
material utilizado para aterro deve ser adequado, permitindo sua
compactação e sua estabilidade após esta etapa, o que interfere
significativamente no regime de infiltração dos solos. Dentre
outras actividades relacionadas à degradação dos solos está a
disposição de resíduos sobre sua superfície, comuns em aterros
sanitários e lixeiras. Estas actividades, caso não tenham as devidas
estruturas de impermeabilização, permitirão que o chorume
(resultado da decomposição) infiltre no solo e atinja o lençol
freático, com isso, contaminando a água. O solo até um
determinado ponto é capaz de reter esta contaminação com a sua
carga (CTC), porém, neste caso, estamos falando de grandes
volumes, ficando o solo impossibilitado de conter toda esta
contaminação. Porém, o principal factor, e mais comum dentre os
relacionados à degradação dos solos é a erosão, que compreende:
a desagregação de partículas, causado pelo impacto da gota da
chuva na superfície do solo, justificando, assim, a manutenção de
uma camada vegetada permanente sobre ela; o transporte destas
partículas de solo, formando sulcos e canais de erosão, e, por fim,
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quando a água perde sua energia de carreamento de partículas,


ocorrendo sua deposição, normalmente nas cotas mais baixas do
terreno, causando o assoreamento dos rios. Junto com o solo
também são perdidos seus nutrientes, matéria orgânica,
fertilizantes, e muitas vezes resíduos de agrotóxicos recém-
aplicados na agricultura.

A Fertilidade dos Solos

A fertilidade dos solos depende de um conjunto de factores de natureza


física, e de natureza química. Ao conjunto destes factores, resulta a
capacidade de produção do solo, que, dependendo do seu perfil
(sucessão de horizontes) apenas atinge o seu máximo quando o nível de
todos os factores nutritivos e os itinerários técnicos de mobilização,
foram correctamente ajustados em função das necessidades dos sistemas
culturais.
Fertilidade é a capacidade do solo de ceder nutrientes para as plantas. A
fertilidade do solo pode ser dividida em quatro tipos:
a) Fertilidade Natural: É a fertilidade decorrente do processo de
formação do solo: material de origem + ambiente + organismos + tempo.
Fertilidade de um solo nunca trabalhado.

b) Fertilidade Atual: É a fertilidade do solo após a acção antrópica (do


homem). Fertilidade após práticas de manejo que visam fornecer
nutrientes para as culturas por meio de correção e adubação mineral ou
orgânica.

c) Fertilidade Potencial: É a que pode se manifestar a partir de


determinadas condições. Nesse caso, alguma característica do solo pode
estar limitando a real capacidade do solo em ceder nutrientes para as
plantas. Exemplo: Solos ácidos.

d) Fertilidade Operacional: É a fertilidade estimada a partir da


determinação dos teores de nutrientes no solo por determinados
extratores químicos. Nem sempre a fertilidade operacional é
exactamente a fertilidade natural ou a atual do solo. Elas se
correlacionam, mas podem não ser exactamente iguais.

Para que as plantas se desenvolvam normalmente, alguns factores são


indispensáveis: temperatura, luz, ar, água, nutrientes, etc. De acordo
(ARAÚJO et al., 2012), dos elementos químicos que a planta absorve, 17
são essenciais, isto é, a falta de um ou mais interfere no desenvolvimento
da planta que não cresce saudável e não se multiplica.
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São eles: carbono (C), oxigênio (O2), hidrogênio (H2), nitrogênio (N2),
fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), boro (B),
cloro (Cl2), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo),
níquel (Ni) e zinco (Zn). Existe ainda o sódio (Na), mas ele é considerado
essencial apenas para algumas plantas adaptadas a ambientes salinos,
onde existe muito sal (NaCl), como, por exemplo, próximo ao mar, ou
regiões de mangal.
Os mais abundantes nas plantas são N, P, K, Ca, Mg e S, e, por isso, são
frequentemente aplicados na agricultura através de adubos e calcários.
Entretanto, não são considerados no estudo da fertilidade do solo, pois
são, prioritariamente, fornecidos pelo ar e pela água. Para a fertilidade
do solo os nutrientes são classificados como:
a) Macronutrientes primários: nitrogênio (N2), fósforo (P) e potássio (K).
b) Macronutrientes secundários: cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e enxofre
(S).
c) Micronutrientes: boro (B), ferro (Fe), zinco (Zn), manganês (Mn), cobre
(Cu), molibdênio (Mo) e cloro (Cl2).

A Erosão do Solo

Erosão do solo é um fenômeno de degradação e decomposição das


rochas e as modificações sofridas pelo solo devido a variações de
temperatura, pela acção da água e do vento. “A erosão do solo é um
fenômeno complexo, envolve desagregação, transporte e deposição de
partículas” ARAUJO et al. (2010), produzida basicamente pela acção da
água da chuva e pelos ventos.
Kamiyama (2011) considera a erosão um dos principais problemas
ambientais decorrentes da agricultura, não apenas pelos alarmantes
números de perdas de solo, mas também pelos desequilíbrios causados
nos ecossistemas, com impactos negativos em outros importantes
recursos naturais, como a água. A erosão é dependente das
características da chuva (erosividade) e da suscetibilidade à erosão dos
solos (erodibilidade). Aliado a esses factores, têm-se a inclinação e o
comprimento da rampa, além da cobertura do solo. Estes últimos três
factores determinam a velocidade da enxurrada, que quando maior, pior
será seu efeito sobre a superfície do solo.
A erosão pode ser classificada, quanto ao agente causador, como eólica
ou hídrica. No primeiro tipo, o principal agente responsável pelo
desprendimento e transporte das partículas do solo é o vento e, no
segundo tipo, a água.

Classificação das erosões conforme os agentes erosivos


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De acordo GPP (2013) os agentes erosivos ou intempéricos podem


também ser considerados como um facto utilizado para a classificação
dos diferentes tipos de erosão. A seguir, a conceituação de cada um dos
termos dessa classificação.
Erosão Pluvial: como o próprio nome indica, é causada pela água das
chuvas. Em menor intensidade, ela provoca apenas a lavagem dos solos,
mas, em grandes proporções, provoca alterações mais intensas, com
erosões mais profundas. Quando os solos estão “limpos”, ou seja, sem
vegetação (sobretudo em áreas inclinadas), os efeitos da erosão pluvial
são mais graves.

Figura 39: Erosão Pluvial

Erosão Fluvial: esse tipo de erosão é causado pela água dos rios,
transformando o seu curso em vales mais profundos do que o seu
entorno. Além disso, quando não há uma vegetação nas margens dos
cursos de água, elas são erodidas pela força das águas, intensificando
processos de assoreamento e alargamento do leito das bacias de
drenagem.

Figura 40: Erosão Fluvial


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Erosão Marinha: causada pelo desgaste de rochas e solos litorâneos pela


água do mar, contribuindo para a formação de praias e de paisagens
costeiras, tais como as falésias.

Figura 41: Erosão Marinha

Erosão Eólica: é causada pela acção dos ventos, que provoca o


intemperismo das rochas e também actua no transporte de sedimentos
para zonas mais distantes dos pontos de erosão. Costuma ser um
processo mais lento do que os demais que envolvem a acção da água.

Figura 42: Erosão eólica

Erosão Glacial: ocorre com o congelamento dos solos e a consequente


movimentação em blocos. Também actua no congelamento da água que
se dilata e provoca alterações na composição e disposição das rochas e
dos solos.
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Figura 43: Erosão Glacial

Erosão Gravitacional: esse tipo de erosão costuma ocorrer em


localidades muito inclinadas, como em cadeias montanhosas. Consiste na
ruptura e transporte de sedimentos proporcionados pela acção da
gravidade, com a deposição gradual de partículas de rochas das locas
mais altas para os pontos de menor altitude.

Figura 44: Erosão Gravitacional

Erosão laminar é a remoção de uma fina camada de solo relativamente


uniforme (como uma lâmina) pela acção água/e ou vento. Apesar de ser
uma forma menos grave de erosão, é responsável por grande prejuízo às
terras agrícolas e por fornecer grande quantidade de sedimentos que vão
assorear rios, lagos e albufeiras.
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Figura 45: erosão laminar (Fonte: GALAS, 2006)

Erosão em Sulcos é um processo de erosão em campos inclinados onde


numerosos canais aleatórios se formam com apenas alguns centímetros
de profundidade; ocorre sobretudo em solos recentemente cultivados.

Figura 46: erosão em sulcos

Sumário
Nesta unidade temática abordamos degradação do solo, erosão e
fertilidade dos solos. A erosão é um problema muito sério, devem ser
adaptadas medidas de conservação de solo para minimizar o impacto
sobre o meio ambiente. Falamos que consequência final da degradação
terá impacto directo ou indirecto sobre os recursos hídricos, o solo e do
próprio Homem. Esses impactos são resultados dos processos erosivos e
da contaminação do solo, portanto, o comum é que toda e qualquer
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degradação do solo resulte num desses dois impactos. A fertilidade dos


solos depende de um conjunto de factores de natureza física, e de
natureza química. Ao conjunto destes factores, resulta a capacidade de
produção do solo, que, dependendo do seu perfil.
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Exercícios de fim do Módulo


Grupo I – Múltipla escolha
Escolhe a frase mais correcta
1. No que diz respeito a composição do solo é incorreto afirmar que:

A. O solo é a camada mais superficial da crosta, é composto por sais minerais


dissolvidos na água intersticial, organismos e rochas em decomposição.
B. A camada do solo que é rica em húmus, detritos de origem orgânica é
chamada de camada fértil.
C. A camada do solo que é rica em húmus é a melhor para o plantio.
D. Na camada rica em húmus as plantas absorvem O2 e eliminam CO2 na
fotossíntese

2. São características dos Solos arenosos, EXCETO:

A. Aqueles que têm grande parte de suas partículas classificadas na fração


areia,
B. Formado principalmente por cristais de quartzo e minerais primários.
C. Não permeável à água.
D. Consistência granulosa como a areia.

3. Com relação aos Solos argilosos é correto afirmar que:

A. São aqueles que tem grande parte de suas partículas de tamanho menor que
0,002 mm.
B. Armazenam pouca água
C. São geralmente mais permeáveis,
D. Formam grandes grãos

4. Que tipo de solo tem partículas menores:


A. Arenoso.
B. Argiloso.
C. Rochoso.
D. Médio.

5. O húmus presente em certos tipos de solo é resultado:


A. Do uso de adubos químicos.
B. Do acúmulo de sedimentos minerais.
C. Da decomposição das rochas.
D. Da decomposição de restos de seres vivos.

6. Porosidade é a característica de uma rocha poder armazenar fluidos em seus


espaços interiores. o solo mais poroso é:
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A. Arenoso.
B. Argiloso.
C. Rochoso.
D. Todas opções estão correctas.

7. A produtividade está diretamente relacionada à fertilidade dos solos, que,


por sua vez, depende de alguns fatores. Um dos principais fatores pode ser a:

A. Textura.
B. Matéria orgânica.
C. Cor.
D. Altitude

8. Apresenta pouca permeabilidade a água; é composto por cálcio, magnésio, potássio, ferro e
alumínio.

A. Solo arenoso
B. Solo argiloso
C. Solo humífero
D. Todas opções estão erradas

9. Apresenta grande permeabilidade a água; é pobre em nutrientes e rico em grãos de quartzo.

A. Solo arenoso
B. Solo argiloso
C. Solo humífero
D. Todas opções estão erradas

10. Apresenta média permeabilidade a água, quando comparado a outros tipos de solo. É rico
em matéria orgânica.

A. Solo arenoso
B. Solo argiloso
C. Solo humífero
D. Todas opções estão erradas

11. O solo pode ser compreendido como consequência do intemperismo, da


decomposição dos vegetais e animais e do clima sobre a rocha matriz. Sem a
presença de matéria orgânica, não há a formação de solo, tratando-se somente
de minerais não consolidados, isto é, materiais inorgânicos. A alternativa que
contém a matéria orgânica, encontrada no solo, ideal para a agricultura, é

A. Argila
B. Nitratos
C. Húmus
D. Cal
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12. As minhocas são boas para as plantas por que:

a) Ajudam na aração do solo cavando túneis.


b) Tornam o solo mais encharcado.
c) Deixam o solo pobre em nutrientes.
d) Retiram do solo sais minerais.

13. Os solos também podem ser categorizados de acordo com a influência


externa em zonais, intrazonais e azonais. A alternativa que contém apenas solo
do tipo zonal:
A. Latossolos, podzóis e desérticos.
B. Desérticos, podzóis e salinos.
C. Podzóis, solos de pradaria e salinos.
D. Salinos, halomórficos e hidromórficos.

14. Esse tipo de solo é pouco desenvolvido e muito raso e divide-se em solos
aluviais e litossolos. Tipo do solo que nos referimos:
A. Hidromórficos
B. Azonais
C. Intrazonais
D. Zonais

15. O intemperismo é um dos mais activos processos de transformação do


relevo terrestre. Sua atuação, associada à erosão, propicia uma série de
impactos que culminam na paisagem. Entre os efeitos do intemperismo físico,
os mais importantes são:
A. Formação de regolito e composição do solo
B. Subducção do relevo e desnivelamento do terreno
C. Orogênese e rebaixamento superficial
D. A retirada da vegetação e a desertificação

16 . Os principais agentes do intemperismo químico são:


A. Sal (NaCl), o oxigénio (O2) e o gás carbónico (CO2),
B. (H2O), o Sal (NaCl) e o gás carbónico (CO2),
C. (H2O), o oxigénio (O2) e o gás carbónico (CO2),
D. (H2O), o oxigénio (O2) e o gás Amónio (NH3),

17. A acidez de um solo caracteriza-se pelo seu valor de pH e seu caráter ácido
aumenta na medida que o pH do solo diminui. O solo com pH>7 significa que a solo é:
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A. Básica
B. Acida
C. Neutra
D. Todas opções estão errada.

18. A Geografia é uma ciência que tem por objectivo o estudo da superfície
terrestre e a distribuição espacial de fenômenos significativos
na paisagem. O pioneiro a ciência do solo é:
A. Alexander Von Humboldt
B. André Cholley.
C. Dokouchaiev
D. Frederico Ratzel.

19. A geografia é a ciência que estuda as relações entre os sistemas naturais,


áreas geográficas, sociedade, culturas e a interdependência desses
sistemas entre eles e sobre o espaço geográfico. O cientista que
notabilizou foi de origem:
A. Fenícia.
B. Babilônica.
C. Russa.
D. Americana.

20. A ciência do solo se relacionam com muitas ciências, com exceção da:
A. Geologia
B. Biologia
C. Geomorfologia
D. Sociologia

Grupo II – Diga se são falsas ou verdadeiras as seguintes frases


21. Um solo, para ser considerado fértil, precisa conter, entre outros
componentes: húmus, água, areia, argila e ar.

22. Solo que tem minhocas não é um solo fértil, pois, elas contaminam o solo
com as fezes.

23. Salinização é o processo específico de formação de solos que apresentam


acumulação de sais no perfil.

24. A porosidade secundária é gerada juntamente com rocha, sendo


caracterizada nas rochas sedimentares.

25. A erosão laminar é dificilmente perceptível; porém, em culturas perenes,


pode-se perceber a sua ocorrência, após alguns anos, pela exposição das raízes.
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26. As propriedades físicas e químicas do solo são fortemente afetadas pela


erosão, principalmente quando partículas desse solo são removidas pelo
arraste superficial.

27. As propriedades físicas do solo não podem ser alteradas, com o sistema de
manejo empregado.

28. Consistência do solo é a resistência de um material à deformação ou ruptura,


ou o grau de coesão e adesão da massa do solo.

29. Solos argilosos armazenam mais água do que solos arenosos.


30. Em solos tropicais a matéria orgânica é a principal fonte de cargas para a CTC
desses solos.

31. 18. A pedologia, uma ciência que estuda o solo tendo como base o seu perfil.

32. Solo é um agregado de minerais consolidados e de partículas orgânicas


produzido pela acção combinada do homem e da natureza.

Grupo III – Correspondências

Associe, os termos com as características correspondentes:

33 Solo É a camada mais superficial da crosta terrestre.

34 Rocha-matriz É a camada abaixo do subsolo

35 Os grãos de argila São facilmente esfarelados com os dedos

36 Subsolo É uma camada pobre em nutrientes

37 Húmus São restos decompostos de seres vivos

38 Solo humífero É bastante fértil.

39 Solo argiloso Retém água ficando encharcado

40 Solo arenoso É muito permeável a água


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Grelha de soluções de Exercícios do fim do Modulo

Grupo II Grupo I
21. V 1. D
22. F 2. C
23. V 1. D
24. F 2. C
25. V 3. A
26. V 4. B
27. F 5. D
28. V 6.A
29. V 7.B
30. V 8.B
31. V 9. A
32. F 10. C
11. C
12. A
13. A
14. A
15. A
16. C
17. A
18. C
19. C
20.D

Grupo III

LINEAR
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GLOSSÁRIO

Segundo Aniceto dos Muchangos, Kamil Zodrov e Zacarias Ombe; Pequeno Dicionário dos
Principais Conceitos Pedogeográficos; INDE; Maputo s/d; eis os conceitos técnicos em
Pedogeografia e suas respectivas definições:

Abrasão forma de erosão mecânica. Desgaste das rochas ou dos solos devido a acção dos
ventos, da água, etc.

Acumulação deposição de matérias arrastados por aguas correntes, aguas do mar e dos
oceanos, glaciares, vulcões, ventos, etc.

Adubação verde processo que consiste em enterrar plantas verdes cultivadas, para
aumentar a produtividade do solo.

Adubo matéria que serve para fertilizar as terras, tornando-as mais produtivas. Classifica-se
em: aduboorgânico ( de origem animal ou vegetal) e adubomineral ou químico.

Aeróbico que vive somente em presença do oxigénio molecular.

Agregado (do solo) uma massa simples ou agrupamento de partículas do solo.

Agricultura extensiva sistema de produção em que o aumento do rendimento agrícola só é


possível através da expansão permanente das áreas de cultivo. Constitui exemplo deste tipo
de sistema a agricultura itinerante praticada em larga escala em Moçambique.

Agricultura intensiva sistema de produção agrícola em que se obtém elevados rendimentos


agrícolas graças ao incremento da produtividade por hectare. Para o efeito utilizam-se
técnicas de produção como: fertilização, irrigação, controle de pragas, selecção de
sementes.

Agua capilar água retida no solo por forcas de coesão e de tensão capilar, como uma
película em volta das partículas de areias e dos espaços capilares. Move-se em qualquer
direcção.

Agua gravitacional água que se move pela forca da gravidade; não e retida pelo solo, e pode
converter-se em agua capilar quando se encontra em camadas de solo não saturadas.

Agua higroscopica água extraída do vapor de agua atmosférico e retida na superfície das
partículas de areia por forcas de adesão.

Alcalino (solo) cujo pH e superior a 7 (pH básico) os solos com pH inferior a 7 são ácidos.

Aluvião areia, terra, argila, lodo, etc.. depositadas em determinado lugar pelas aguas.
Podem classificar-se em: aluviões fluviais e marinhas. Entre as aluviões fluviais destacam-se
as de delta.

Anaeróbico que vive na ausência do oxigénio molecular.

Aplanação acção ou efeito de aplanar através da erosão. Área aplanada devido a erosão.
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Aridissolos solos de regiões secas com horizontes genéticos pobres em matéria orgânica.

Calcário rocha sedimentar formada essencialmente por carbonato de cálcio.

Câncer (trópico de) paralelo terrestre a Norte do Equador e distante deste 23° 27´.

Capacidade de campo volume de agua que um solo pode reter por capilaridade.

Capilaridade conjunto de fenómenos ligados as propriedades dinâmicas dos líquidos na rede


capilar dos solos; esta relacionada com a porosidade dos solos.

Capricórnio (trópico de) paralelo terrestre a Sul do Equador distante deste 23° 27´.

Carapaça toda formação do solo mais ou menos endurecida.

Carapaça (ferruginosa) formações de solos mais ou menos endurecidas por lixíviação e


migração dos elementos minerais dos horizontes superiores. Característico das regiões
tropicais ou subtropicais.

Catena uma sequencia de solos cujo material original é semelhante e cuja idade é similar.
São de regiões com clima homogéneo. Mas as suas características diferem devido à variação
do relevo e da drenagem.

Caulino argila pura. Do caulino obtem-se através de processos industriais. A porcelana.

Chernozien palavra de origem eslava que designa um determinado tipo de solos: solos
negros e profundos, e ricos em matéria orgânica.

Clímax estado óptimo de equilíbrio relativamente estável entre a vegetacao ( ou o solo) e o


meio correspondente, sem intervenção do homem.

Colóide do solo o uso de termo colóide está ligado, tanto ao material orgânico como
inorgânico, cujas partículas são de tamanho muito pequeno e com uma área superficial
relativa muito grande por unidade de massa.

Coluvião depósitos heterogéneos de fragmentos de rocha e material do solo, acumulados na


base de encostas relativamente inclinadas, por acção da forca de gravidade.

Composicao do solo o solo é composto por quatro constituintes principais; partículas


minerais, matérias organcios, agua e ar.

Concrecao grão duro, ou nódulo de acumulação de alguns compostos no solo. A composição


de algumas concreções é diferente da do solo que as rodeia. As concreções podem ser de
diversos tamanhos, cores e formas.

Consistência é a combinação das propriedades das partículas do solo que determinam a sua
resistência ao desmoronamento e a sua facilidade em ser moldado ou em mudar de forma.
A consistência depende das formas de atracção entre as partículas do solo.

Crusta parte superficial da terra.


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Decomposicao redução da matéria orgânica em compostos mais simples; putrefacção ;


separacação de partículas elementares de um corpo.

Decompositor agente de decomposição (organismos heterotróficos saprófitos)

Denudação desgaste superficial das rochas devido à meteorização e transporte dos agentes
externos.

Depressão forma de relevo escavada e de dimensões variadas.

Desagregação separação mecânica dos elementos duma rocha constituída por minerais
diferentes.

Descalcificação diminuição do teor de cálcio no solo; o cálcio permutável é eliminado pelas


águas de drenagem sob forma solúvel. A descalcificação do solo provoca uma diminuição do
grau de acidez do solo.

Desequilíbrio ecológico degradação de ecossistema devido ao rompimento do seu equilíbrio


dinâmico. Pode ocorrer naturalmente assim como pode ser provocado pela acção do
homem.

Desertificação evolução bioclimática que transforma uma região em deserto.

Desintegração modificação das propriedades mecânicas e químicas de uma rocha por


transformação química de parte ou da totalidade dos seus minerais constituintes.

Desnitrificação redução de nitratos a nitritos, amoníaco e nitrogénio livre por


micrororganismos, geralmente anaeróbicos.

Dissolucao processo físico-quimico que consiste na liquefacção de algum material do solo


facilmente solúvel, como catiões de cálcio, potássio, magnésio, por acção da água.

Drenagem remoção do excesso de agua de um solo. Pode operar-se por escoamento da


água à superfície do terreno ou pela sua infiltração no solo.

Ecologia estudo de ecossistemas. Relações entre organismos vivos e entre estes e o seu
ambiente.

Edafologia estudo do solo e das suas rochas consideradas como suporte da biosfera.

Eluviação movimento do material do solo de um horizonte para outro, em solução ou em


suspensão, em lugares onde a precipitação excede a evaporação. Os horizontes que perdem
o material devido à eluviação são conhecidos como eluviais e os que o recebem são
chamados iluviais.

Endógeno que se forma e se desenvolve no interior do corpo.

Eólico relativo ao vento.


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Erosão processo pelo qual partículas de rocha se deslocam das sua localização original,
sendo transportadas e depois depositadas noutro local. Os principais agentes de erosão são
a água e o vento.

Erosão diferencial aquela que se realiza em áreas com rochas de origens diferentes.

Erosão geológica aquela que se realiza sem interferência da actividade humana. A erosão
que ocorre em terras usadas para a agricultura. Cuja condição natural é modificada pela
actividade humana, chama-se erosão antropogénica.

Erosão superficial desgaste da camada superficial do solo, acelerada por práticas agrícolas,
principalmente nas vertentes.

Estrutura do solo agregados morfológicos nos quais se enquadram as partículas individuais


do solo. Pode ser: laminar, prismática, granular, etc.

Evaporação passagem dos corpos do estado líquido ao estado gasoso.

Evapotranspiração potencial (EP) quantidade de água transferida do globo terrestre para a


atmosfera por evaporação da água existente no solo e da transpiração das plantas que
existem na superfície, por unidade de superfície.

Evapotranspiração real (ER) quantidade de água naturalmente transferida do globo


terrestre para a atmosfera por evaporação da água existente no solo e por transpiração das
plantas por unidade de superfície.

Evolução desenvolvimento; passagem de uma forma a outra; transformação gradual.


Transformação das características de um solo ou de uma vegetação, por forma, até atingir o
equilíbrio (pedoclimax) – evolução progressiva; quando as suas características, devido a uma
degradação, se afastam negativamente do equilíbrio será, a evolução progressiva.

Exfoliação desprendimento de camada superficiais das rochas devido às grandes amplitudes


térmicas diárias. Acontece nas regiões áridas e semi-áridas de clima quente.

Exposição orientação de uma vertente em relação aos raios solares.

Factor biótico influência sobre o ambiente exercida por organismo vivos.

Factor edáfico influência sobre o ambiente exercida pelas condições físico-químicas dos
solos.

Famíla (de solo) categoria de classificação dos solos; grupo taxonómico de solos que têm
perfis similares compostos de uma ou mais séries de solos.

Fauna conjunto de todas as espécies de animais.

Ferralítico (solo) classe de solos das regiões tropicais húmidas com forte individualização de
óxido de ferro e argila do tipo caulino.

Fertilizante produto que, quando adicionado ao solo, estimula o crescimento das plantas
cultivadas.
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Flora conjunto de todas as espécies vegetais.

Fluvial relativo a rio.

Folhosa planta com folhas bem desenvolvidas.

Granulometria estudo da repartição e da frequência de partículas do solo em função da sua


dimensão no interior de uma formação sedimentar.

Grumossolo solo cinzento-escuro com elevado teor de argila, que na estação seca apresenta
grande quantidade de fendas que podem atingir 10 a 20 de largura e 50 cm a 1 metro de
profundidade.

Guano adubo composto dos excrementos de aves marinhas. Encontra-se nas ilhas dos mares
do Sul (Pacífico) e nas costas do Perú e Chile.

Halomrfo (solo) solo com grande quantidade de sais, especialmente os de sódio.

Halófila planta carnuda adaptada a viver em solos salgados.

Halomórfico (solo) solo com sais acumulados nos horizontes superficiais devido à emigração
de água, de baixo para cima, e à evaporação.

Hidromorfo (solo) solo com matéria orgânica acumulada devido ao excesso de água.

Higrófita – planta que vive em sítios húmidos.

Horizonte (pedológico) camada de solo mais ou menos paralela à superfície, que se


distingue de outras camadas pelas suas características e propriedades.

Horizonte de um solo camadas do solo que se identificam com as letras O, A, B, C, segundo a


sua disposição de cima para baixo. O superior é o horizonte O, e o inferior, em contacto com
a rocha-mãe, é o horizonte C.

Humidade absoluta de um solo quantidade de vapor de água existente no solo por


determinada unidade de volume geralmente em g/m3.

Humidade relativa de um solo razão entre a quantidade de vapor de água existente num
dado volume do solo e a que satura esse volume (peso) de solo à mesma temperatura.

Humificação decomposição microbiana da matéria orgânica do solo para formar o húmus.

Húmus componente orgânico e complexo de solo, resultante da decomposição dee tecidos


vegetais e animais.

Iluviação conjunto de processos de acumulação de substâncias solúveis ou coloidais,


conduzindo à formação do horizonte de acumulação ou iluvial.
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Irrigação rega artificial das terras.

Laterite solo tropical, pobre em sílica e com grande quantidade de óxidos de ferro e
alumínio.

Latossolo solo profundo (mais de dois metros de profundidade) de cor vermelha, alaranjada
ou amarela, friável, bastante poroso, com textura variável, fortemente alterado ou
meteorizado e de difícil diferenciação dos horizontes.

Limo partículas minerais do solo, de pequenas dimensões, cuja variação em diâmetro é de


0,05 a 0,002 mm ou de 0,02 a 0,002 mm.

Litossolo solo pouco desenvolvido, delgado com um horizonte A com menos de 40 cm e


assente directamente sobre a rocha-mãe. Ocorre em geral em vertentes bastante inclinadas.

Lixiviação o mesmo que lavagem: processo em que as substâncias solúveis ou coloidais são
arrastadas para longe, conduzindo à formação de horizontes empobrecidos do tipo A.

Loes depósito muito fino de origem eólica formado por partículas de quartzo, argila e
calcário.

Maturidade estado de evolução de um solo.

Mineralização transformação resultante da actividade biológica (microorganismo) de


elementos imobilizados no solo sob forma orgânica em substâncias minerais utilizáveis pelos
vegetais ou libertados sob a forma gasosa. A velocidade de mineralização caracteriza os
diferentes tipos de húmus do solo e dependente da riqueza em azoto (N) dos detritos
vegetais e da actividade biológica.

Mineral primário aquele que se encontra no solo na sua forma original e que resistiu ao
processo de meteorização.

Morfologia do solo conjunto de características morfológicas que identifica um tipo do solo.

As mais usadas são: a cor, a textura, a estrutura, a consistência e a espessura dos horizontes

Pedogénese conjunto dos processos físicos, químicos e biológicos que presidem à génese e
evolução de um solo e que dizem respeito também à alteração da rocha-mãe assim como às
transformações no interior do perfil.

Pedogeografia parte da pedologia que estuda as leis na distribuição dos solos pela superfície
da terra para regionaliza-los. Divide-se em duas partes: pedogeografia Geral e Pedogeografia
Regional.
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Pedogeografia geral estuda os factores de formação dos solos e as leis gerais da sua
distribuição geográfica.

Pedogeografia regional estuda as questões da formação dos solos regionais; descreve os


solos duma determinada região.

Pedologia ciência dos solos; estuda as suas particularidades, a formação, distribuição


geográfica, métodos de utilização racional, o aumento da fertilidade. Devido aos métodos e
solos, química dos solos, biologia dos solos, geografia dos solos, mineralogia dos solos, etc.

Percolacao accao através da qual a agua se move através do solo, por acção da forca da
gravidade.

Perfil de um solo corte longitudinal do solo onde se observam 4 horizontes, que soa
identificados pelas letras O, A, B e C.

Estes horizontes principais, subdividem-se em sectores identificados através da letra e um


algarismo. Por exemplo: a primeira camada de um solo, onde predominam restos vegetais
bem identificáveis, é a camada O¹; por baixo, onde os vegetais já tem outro aspecto ( estão
em decomposição), fica a camada O², etc.

Permafrost solo permanentemente gelado.

Permeabilidade do solo capacidade que um solo tem de deixar passara agua através suas
paredes, ou dos seu poros.

pH nível de acidez ou basicidade de uma solução. Quando o pH é igual a sete (7), a solução é
neutra; se for menor, é acida e se for maior é básica.

Pluvial relativo a chuvas.

Pozol solo característico dos climas temperados e frios, com grande acumulação de óxidos
de ferro e de húmus no horizonte B.

Precipitacao deposicao de agua da atmosfera à superfície da terra, sob a forma de chuva,


neve, granizo e saraiva.

Recurso natural parte do ambiente natural ( ar, agua, solo, floresta, minerais….).

Recurso não renovável recurso natural que uma vez consumido, não pode ser substituído
senão a muito longo prazo.

Reg termo árabe que designa o deserto rochoso do sul da Argélia; espaço plano coberto com
seixos, pedras pequenas e grandes, tipo de solo que podemos encontrar no deserto do
Sahara e na parte semi-desértica da África do Norte.

Regossolo solo no inicio da sua formação, geralmente sobre um fundo de areias ou saibros;
tem o horizonte A assente sobre o horizonte C.

Relevo configuração física de uma região.


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Rotação de culturas técnica que consiste em produzir diferentes culturas em diferentes


estacaoes do ano, ou anos diferentes, para evitar o esgotamento do solo quanto ao tipo de
nutriente ou da agua subterrânea em determinado nível.

Rubefacção processo de coloração (vermelha) do solo pelos óxidos de ferro sob forma
desidratada. Características de solos de climas com estacões antagónicas: de tipo
mediterrâneo e tropical seco (períodos secos alternando com períodos húmidos).

Saltacao deslocação das partículas do solo, por saltos, ao longo duma superfície mais ou
menos incinado, pela acção das águas correntes e pelo ar.

Saturação de bases grau de impregnação do complexo de troca catiónica de um solo, em


iões permutáveis diferentes do hidrogénio e do alumínio.

Série (de solo) grupos que tem horizontes genéticos similares tendo em conta os perfis,
excepto no respeitante à textura do horizonte superficial que se desenvolve a partir de um
material de origem especifica.

Solifluxão desprendimentos do solo que se produzem ao longo das encostas, principalmente


nas regiões polares, sob a acção do gelo.

Solo (composição) camada estreita da crusta terrestre composta de quatro (4) constituintes
principais;
- partículas sólidas inorgânicas;
- matérias orgânicos
- agua
- ar.
Solo (factores de formação) a existência de vários tipos de solo depende fundamentalmente
dos seguintes factores principais:
- clima;
- natureza dos organismos;
- material de origem (solo)
- tipo de relevo;
- idade da rocha (dos lugares).

Solo aluvial formado sobre sedimentos novos, em geral de origem fluvial. Apresenta um
sub-horizonte C.

Solo (classificacao) por os solos serem muito numerosos, necessitam de um sistema


hierárquico de categorias múltiplas para serem classificados. As categorias mais usadas são:
- ordem;
- sub-ordem;
- grupo;
- família;
- série.

Solo (ordem) divide-se em três ordens;


- ordem zonal;
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- ordem intrazonal;
- ordem azonal.

Na ordem zonal encontram-se os solos com características que reflectem a influência activa
do clima e dos organismos. São solos maduros, relativamente profundos, com horizontes. A
e C bem identificados e diferenciados.

Na ordem intrazonal reúnem-se os solos que reflectem a influencia do relevo e da rocha


local.

Na ordem azonal reúnem-se os solos sem características bem desenvolvidas, onde é vulgar
faltar o horizonte B e, por vezes, o horizonte C.

As ordens do solo dividem-se em sub-ordens.

Solo azonal divide-se em:

- litossolo;
- regossolo;
- solo aluval;
- Cambissolo.

Solo brunizinene ou solo de pradaria solo fino que em geral não ultrapassa 1 (um) metro de
profundidade, sendo o horizonte A escuro e rico em matéria orgânica e cálcio.
Predomina nas régiões subtropicais onde existe humidade para manter a vegetação de
gramíneas.

Solo bruno não cálcio solo muito fino (50 cm a 1m), característico das regiões de transição
entre a floresta e a estepe. Predomina nas regiões semi-áridas.

Solo desértico solo muito fino, característico das regiões áridas. Apresenta em geral a falta
do horizonte C, pois entre o horizonte B e D o carbono de cálcio é sedimentado.

Solo hidromorfo solo que se desenvolve sob influencia de um lençol freático. Por isso,
apresenta-se geralmente saturado de agua. É vulgar nas regiões muito húmidas e nas áreas
adjacentes aos rios, lagos, etc. É escuro, quase negro. Nele desenvolve-se a turfa.

Solo – horizonte A camada composta (verdadeiro solo) mais à superfície, formada por
matéria orgânica em decomposição e partículas minerais. A parte superior é geralmente
mais escura devido à acumulação de húmus.

Solo – horizonte B situa-se abaixo do horizonte A. É resultante da acumulação de matérias


densos que, por lavagem, descem do horizonte A. A acumulação de minérios é por vezes tão
abundante que, quando expostos (devido à erosão do horizonte A), os seus depósitos (em
geral ferro ou alumínio) oxidam-se e tornam-se extremamente rígidos- couraças.

Solo – horizonte C ou regolito “e uma camada pouco alterada e por isso com características
mais próximas das da rocha – mãe que lhe está subjacente.
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Solo – horizonte O o símbolo O é utilizado para denominar o horizonte orgânico superficial.


É constituído por folhas e troncos em maior estado de decomposição. Este horizonte
subdivide-se em sub-horizontes: superior, constituído por detritos recém acumulados, ainda
não decompostos (sub-horizonte O1); o inferior, o sub-horizonte O2, popularmente
conhecido por “terra vegetal”, formado por detritos já decompostos.

Solo intrazonal divide-se em:


- salino ou halomórfico;
- hidromórfico;
- grumossolo.

Solo podzólico - de região florestal de clima de clima húmido, com horizontes bem
individualizados. Tem profundidade média de 1,5 a 2 metros; o horizonte A é em geral
arenoso; o horizonte B apresenta coloração vermelha devido à acumulação de argila

Solo pouco desenvolvido solo que possui o horizonte A imediatamente sobre o horizonte C,
ou mesmo sobre a rocha-mãe. O seu fraco desenvolvimento deve-se à sua pouca idade, ou
às condições morfológicas de relevo, especialmente o declive elevado.

Solo salino ou halomórfico solo pobre das regiões semi-áridas com elevada concentração de
sais, onde predomina o cloro de sódio (NaCl).

Solo zonal divide-se em:


- ferralítico;
-fersialítico;
-desértico;
-castanho subtropical;
-chernozémico;
-cinzento florestal;
-podzólico;
- de tundra.

Sublimação passagem do estado sólido ao estado gasoso sem passar pelo líquido.

Sub-solo camada de solo que fica por baixo da camada visível ou arável.

T
Térmite insecto característico das regiões quentes, vulgarmente conhecido por formiga-
branca.
Vive em sociedade, construindo formigueiro com terra amassada que por vezes chega a
atingir 3 m de altura.

“terra rossa” (vermelha) formação argilosa abundante nas regiões calcárias e localizada no
fundo das colinas. Resulta da dissolução de bicarbonato de cálcio que deixa um resíduo de
argila e sílica.
Textura do solo fracção granulométrica de um solo.

Transporte acção de transportar de um lado para outro.


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Tundra (solo) solo bastante afectado pela rigidez do clima frígido das regiões circumpolares.
O desenvolvimento dos horizontes é mínimo, porque em grande parte do ano todo o solo
permanece gelado e coberto de neve. Nas regiões de latitudes mais elevadas, a poucas
dezenas de centímetros de profundidade, o solo encontra-se sempre gelado e designa-se
permafrost.

V
Vegetação conjunto de plantas vivendo num mesmo meio.

Vento ar atmosférico que se desloca seguindo determinada direcção.

Z
Zona geográfica é um dos graus mais altos da regionalização físico-geográfica da superfície
terrestre. Distingue-se pelas suas características peculiares quanto à quantidade de radiação
solar recebida e pelo regime hidrtérmico.
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