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MANUAL DE TRONCO COMUM DO

CURSO DE LICENCIATURA

MATEMATICA APLICADA

ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO 2022

i
MANUAL DE TRONCO COMUM DO
CURSO DE LICENCIATURA

MATEMATICA APLICADA

1º ANO : MANUAL DE TRONCO COMUM


CÓDIGO ISCED11-MATCFG002

TOTAL HORAS/ 1 SEMESTRE 125


CRÉDITOS (SNATCA) 5
NÚMERO DE TEMAS 5

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Direitos de autor (copyright)
Este manual é propriedade da Universidade Aberta UnISCED, e contém reservado todos os
direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer
formas ou por quaisquer meios (eletrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem
permissão expressa de entidade editora (UnISCED).
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais
em vigor no País.

Universidade Aberta UnISCED


Rua Paiva Couceiro, Macuti
Beira - Moçambique
Telefone: +258 23323501
Fax: 258 23324215
E-mail: info@unisced.edu.mz
Website: www.unisced.edu.mz

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UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Agradecimentos
A Universidade Aberta ISCED (UnISCED), agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e
instituições na elaboração deste manual:

Autor Prof. Doutor Horácio Manuel Vunga


Coordenação Vice-Reitoria Académica
Design Universidade Aberta ISCED
Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED)
Local de Publicação UnISCED – BEIRA
Ano de Publicação 2019
Ano de Atualização 2022

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UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Índiçe

Visão geral 1
Bem-vindo ao manual da Disciplina de Matemática Aplicada ...........................................1
Objectivos do Manual ........................................................................................................1
Quem deveria estudar este Manual ..................................................................................2
Como está estruturado este Manual .................................................................................2
Conteúdo deste manual .....................................................................................................3
Outros recursos .................................................................................................................3
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação ............................................................................3
Habilidades de estudo........................................................................................................4
Precisa de apoio? ...............................................................................................................5
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ..................................................................................6
Avaliação ............................................................................................................................6

TEMA – I: NÚMEROS REA RAIS. 9


UNIDADE Temática 1.1. CONJUNTOS (Noções) .................................................................9
Introdução ..........................................................................................................................9
CONJUNTOS (Noções) ......................................................................................................10
Sumário ............................................................................................................................18
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................19
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................21
Operações com conjuntos................................................................................................23
UNIDADE Temática 1.2. Conjuntos Numéricos ................................................................29
Introução ..........................................................................................................................29
Conjuntos dos números ...................................................................................................30
Conjunto dos Números Naturais ......................................................................................32
Conjunto dos Números Inteiros .......................................................................................32
Conjunto dos Números Racionais ....................................................................................34
Conjunto dos Números Irracionais...................................................................................35
Conjunto dos Números Reais ...........................................................................................36
Conjuntos Numéricos Fundamentais em Diagrama ........................................................37
SUMÁRIO ..........................................................................................................................38
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................38
Unidade Temática 1.3. Representação Geométrica dos Números Reais. ......................41
ntroução ...........................................................................................................................41
Sumário ............................................................................................................................43
Unidade 1.3. Desigualdades. ............................................................................................43
Introução ..........................................................................................................................43

Desigualdade das médias 44


Demonstração do caso n=2..............................................................................................45

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Demonstração no caso .................................................................................... 46


Demonstração do caso geral........................................................................................... 47
A desigualdade triangular nos números reais (ou em IR). .............................................. 49
A desigualdade triangular em ................................................................................. 50
Teorema ................................................................................................................. 50
Demonstração........................................................................................................ 50
Sumário ........................................................................................................................... 51
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 51
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 52

TEMA II: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA 52


Unidade Temática 2.1: Sistema de Coordenadas Cartesiano ........................................ 53
Introução ......................................................................................................................... 53
Sistema de coordenadas cartesiano ............................................................................... 57
Propriedades ................................................................................................................... 58
Localização de pontos............................................................................................ 59
Planos primários .................................................................................................... 60
Distância entre pontos .......................................................................................... 60
A esfera .................................................................................................................. 61
Sumário ........................................................................................................................... 61
Nesta Unidae Temática 2.1. aprendemos estudar: ........................................................ 61
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 61
Unidade 2.2. Distância entre Dois Pontos....................................................................... 62
Introução ......................................................................................................................... 62
Distância entre Dois Pontos ............................................................................................ 63
Sumário ........................................................................................................................... 65
Nesta Unidade Temática 2.2 estudamos: ....................................................................... 65
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 65
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 68
1. Calcule a distância entre os pontos A(-2,3) e B(1,5). ............................... 69
2) Se um ponto P do eixo das abscissas é equidistante dos pontos A(1,4) e
B( -6,3), a abscissa de P vale:........................................................................ 69
a) -2 .............................................................................................................. 69
b) -1 .............................................................................................................. 69
c) 0 ................................................................................................................ 69
d) 1 ............................................................................................................... 69
e) 3................................................................................................................ 69
3) A distancia entre os pontos A( -2,y) e B(6,7) é 10. O valor de y é............ 69
a) -1 .............................................................................................................. 69
b) 0 ............................................................................................................... 69
c) 1 ou 13 ...................................................................................................... 69
d) -1 ou 10 .................................................................................................... 69
e) 2 ou 12 ..................................................................................................... 69

4) Um ponto material móvel desloca-se no plano cartesiano e suas

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UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

coordenadas variam em função do tempo t (t ≥0). A distância percorrida


pelo ponto material móvel entre o ponto A para t = 0 e o ponto B para t
= 6, é: ............................................................................................................ 69
Unidade 2.3. A Recta ....................................................................................................... 69
Introução ......................................................................................................................... 69
A recta.................................................................................................................... 71

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UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Sumário ............................................................................................................................81
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................81
Ques .................................................................................................................................85
Unidade Temática 2.4. Posição Relativa de duas Rectas. ................................................87
Introução ..........................................................................................................................87

Posições relativas de duas Rectas 88


Rectas Paralelas................................................................................................................88
Rectas Concorrentes ........................................................................................................89
Rectas Perpendiculares/Ortogonais .................................................................................89
Sumário ............................................................................................................................89
Unidade 2.5. Perpendicularidades. ..................................................................................98
Introução ..........................................................................................................................98
Perpendicularidade ..........................................................................................................98
Sumário ..........................................................................................................................100

TEMA III: FUNÇÕES 104


Unidade Temática 3.1. Funções. ....................................................................................104
Introução ........................................................................................................................104
Funções ..........................................................................................................................105
Funções Reais de Variável Real ......................................................................................106
Representação Gráfica de uma Função .........................................................................107
Operações com Funções ................................................................................................108
Soma de funções ............................................................................................................108
Produto de funções ........................................................................................................109
Composição de funções .................................................................................................110
Inverso da função e função inversa ...............................................................................110
Função par e função ímpar ............................................................................................112
Função linear e função afim ...........................................................................................113
Sumário ..........................................................................................................................114
Exercícios de AUTOAVALIÇÃO ........................................................................................114
Unidade Temática 3.2. Gráficos de Funções. .................................................................122
Introução ........................................................................................................................122

Construção de Gráfico de uma Função 123


Análise e Interpretação de Gráficos de Funções ...........................................................127
Crescente, Decrescente, Constante e Raízes ..........................................................................128
Sumário ..........................................................................................................................129
Nesta Unida Temática 3.2. estudamos ..........................................................................129
Exrcícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................129
Unidade Temática 3.3. Propriedades de Funções..........................................................132
Introução ........................................................................................................................132

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UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Propriedades de uma Função 133


Continuidade.........................................................................................................133
Funções Injectora, Sobrejectora e Bijectora ..................................................................134
Sumário ..........................................................................................................................135
Nesta Unidade Temática 3.3. estudamos ......................................................................135
Exrecícios de AUTO-AVALIAÇÃO ....................................................................................135
Unidade Temática 4.1. Funções Polinomiais..................................................................138
Introução ........................................................................................................................138

Funções Polinomiais 140


Sumário ..........................................................................................................................142
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ....................................................................................142
Unidade Temática 4.2. Funções Trigonométricas. ...................................145
Introução ........................................................................................................................145

Funções Trigonométricas 146


Sumário ..........................................................................................................................153
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ....................................................................................153
Unidade Temática 4.4. Regiões no Plano Cartesiano.....................................................153
Introução ........................................................................................................................153

Regiões no Plano Cartesiano 154


Sistema Cartesiano 3D ...................................................................................................156
OCTANTES ......................................................................................................................158
Sumário ..........................................................................................................................159
Exrecícios de AUTO-AVALIAÇÃO ....................................................................................160
Em Quais Quadrantes se Encontram os Pontos (em 2D)? ..........................160
Unidade Temática 4.5. Funções como Modelos Matemáticos ......................................161
Introução ........................................................................................................................161

Funções como modelos Matemáticos 162


Função Demanda ........................................................................................164
Função Oferta..............................................................................................164
Ponto de equilíbrio ......................................................................................164
Funções Marginais.......................................................................................164

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UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

SUMÁRIO ........................................................................................................................165
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ....................................................................................165
Unidade Temática 5.1. Limites .......................................................................................167
Introução ........................................................................................................................167

Limites 168
Limite de uma função.....................................................................................................168
Definição formal ...................................................................................................170
Aproximação intuitiva ....................................................................................................170
Sumário ..........................................................................................................................172
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ....................................................................................172
Unidade Temática 5.2. Limites Laterais .........................................................................173
Introução ........................................................................................................................173

Limites Laterais 174


Sumário ..........................................................................................................................175
Exercícios ........................................................................................................................175
Unidade Temática 5.3. Limites Infinitos e no Infinito ....................................................176
Introução ........................................................................................................................176

Limites Infinitos e no Infinito 176


Limites infinitos ...........................................................................................179
Sumário ..........................................................................................................................179
Exercícios ........................................................................................................................179
Unidade Temática 5.4. Continuidade .............................................................................180
Introução ........................................................................................................................180

Continuidade 181
CONTINUIDADE DE FUNÇÕES DE UMA VARÁVEL.................................................181
Sumário ..........................................................................................................................182
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ....................................................................................182
Unidade Temática 6.1. Derivada ....................................................................................185
Introução ........................................................................................................................185

Derivada 186
Definição formal da Derivada.........................................................................................187
Derivada num ponto ......................................................................................................188
Derivabilidade em todo o domínio .......................................................................190
Funções continuamente deriváveis ......................................................................191
Derivadas de ordem superior (facultativo) ...........................................................192

vi
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Pontos críticos, estacionários ou singulares ..................................................................192


Sumário ..........................................................................................................................193
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ....................................................................................193
Unidade Temática 6.2. Técnicas de Derivação...............................................................195
Introução ........................................................................................................................195

Técnicas de Derivação 196


DERIVADA DE UMA CONSTANTE ...................................................................................196
DERIVADA DE UMA POTÊNCIA COM EXPOENTE INTEIRO..............................................196
DERIVADA DE UMA CONSTANTE VEZES UMA FUNÇÃO.................................................196
DERIVADAS DE SOMAS E DIFERENÇAS ...........................................................................196
DERIVADA DE UM PRODUTO .........................................................................................197
DERIVADA DE UM QUOCIENTE ......................................................................................197
DERIVADA DE UM RECÍPROCO .......................................................................................197
DERIVADAS MAIS ALTAS ou de n-ésimo grau ................................................................198
DERIVADAS DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS ............................................................198
Sumário ..........................................................................................................................199
Nesta Unidade Temática 6.2. estudamos os seguinte tópicos. .....................................199
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ....................................................................................199
Unidade Temática 6.3. Regra de Cadeia ........................................................................204
Introução ........................................................................................................................204

Regra de Cadeia 204


Enunciado .......................................................................................................................204
Exemplos ........................................................................................................................205
Regra da cadeia para várias variáveis (Carácter informativo, pelo que facultativo). ....205
Sumário ..........................................................................................................................206
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ....................................................................................206
Calcule a derivada de cada uma das funções abaixo: ....................................................209
TEMA VII .........................................................................................................................211
COMPORTAMENTO DE FUNÇÕES ..................................................................................211
Unidade Temática 7.1. Máximo e Mínimo.....................................................................211
Introução ........................................................................................................................211

Máximo e mMínimo 212


Aplicações da 1ª Derivada ..............................................................................................212
Aplicações da 2ª Derivada ou (pontos de Inflexão). ......................................................213
Sumário ..........................................................................................................................213
Nesta Unidade Temática 7.1. estudamos os seguinte tópicos. .....................................213
Unidade Temática 7.2. Regiões de Crescimento e Decrescimento................................216
Introução ........................................................................................................................216

Regiões de Crescimento e Decrescimento 217

vii
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Definição 1: (Função Crescente) ....................................................................................217


Definição 2: (Função Decrescente)................................................................................217
Definição 3: Função estritamente Crescente .................................................................218
Definição 4: Função estritamente Decrescente .............................................................218
Teorema: Sinal da Derivada ...........................................................................................218
Teste da Primeira Derivada para Extremos....................................................................219
Sumário ..........................................................................................................................220
Exercícios ........................................................................................................................221
GRUPO 2 (Exercícios com respostas) ............................................................................221
Unidade Temática 7.3. Regra de L´Hôpital.....................................................................224
Introução ........................................................................................................................224

Regra de L´Hôpital 224


Enunciado .......................................................................................................................224
Algumas Aplicações ........................................................................................................225
Demonstração ................................................................................................................226
Sumário ..........................................................................................................................227
Nesta Unidade Temática 7.3. Estudamos ......................................................................227
Exercícios ........................................................................................................................227
GRUPO 2 (com respostas) ..............................................................................................227
Exercício 1 ......................................................................................................................227
Exercício 2 ......................................................................................................................227
Unidade Temática 7.4. Taxas Relacionadas ...................................................................228
Introução ........................................................................................................................228

Taxas Relacionadas 229


Sumário ..........................................................................................................................231
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ....................................................................................232
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ......................................................................................236
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ....................................................................................237

viii
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Visão geral
Bem-vindo ao manual da Disciplina de Matemática
Aplicada

Objectivos do Manual

O principal objetivo deste manual da disciplina de Matemática


Aplicada é o de fazer com que os alunos compreendam, com
clareza, os conceitos introdutórios de matemática do ponto vista
geométrico, numérico, algébrico e linguístico.

Desenvolver, também a capacidade de modelagem de problemas


matemáticos e provas envolvendo conjuntos, conjuntos numéricos,
distância entre dois pontos, equação geral da recta, funções
lineares, polinomiais, exponenciais, logarítmica e trigonométrica,
bem como as noções intuitivas de limites, continuidade,
diferenciabilidade e o comportamento de funções, que possam,
sem dúvidas, auxiliar na vida profissional do futuro Contabilista e
Auditor.

JUSTIFICATIVA

É nossa expectativa que este texto assuma o carácter de espinha


dorsal de uma experiência permanentemente renovável, sendo,
portanto, bemvindas às críticas e/ou sugestões apresentadas por
todos - professores ou alunos quantos dele fizerem uso.

Para desenvolvermos a sua capacidade como estudante, de pensar


por si mesmo em termos das novas definições, incluímos no final de
cada TEMA uma extensa lista de exercícios, regra geral, integrados.

No TEMA I apresentaremos algumas definições e resultados sobre


conjuntos, conjuntos numéricos, intervalos e equações e
inequações que serão necessárias para o entendimento dos
próximos TEMAS.

No TEMA II apresentaremos o sistema de coordenadas cartesianas,


distância entre dois pontos, equação geral da recta e aplicações.

No TEMA III apresentaremos as noções de funções e suas principais


propriedades aplicações.

1
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

No TEMA IV apresentaremos alguns tipos especiais de funções tais


como: funções lineares, polinomiais, exponenciais, logarítmica,
trigonométrica e aplicações.

No TEMA V apresentaremos, de um ponto de vista intuitivos, as


noções de limites e continuidade, bem como suas principais
propriedades.

No TEMA VI apresentaremos, de um ponto de vista intuitivos, as


noções de derivada, bem como suas principais propriedades.

No TEMA VII aplicaremos os conhecimentos sobre derivadas para


revolver problemas de máximo e mínimo, gráficos de funções, bem
como taxas relacionadas.

▪ Ter domínio sobre teoria de conjuntos e diferentes conjuntos e


conjunto numéricos;

▪ Ser capaz de fazer diversas representações gráficas;.


Objectivos
Específicos ▪ Ter domínio sobre funções;

▪ Compreender e aplicar o conceito de limites e continuidade;

▪ Introduzir o conhecimento sobre cálculo Diferencial e suas


aplicações.

Quem deveria estudar este Manual

EsteManual foiconcebidoparaestudantesdo1ºanodos cursosde


licenciaturada UnISCED

Como está estruturado este Manual

O presente manual está estruturado da seguinte maneira:


• Conteúdos deste manual.
• Abordagem geral dos conteúdos do manual, resumindo os
aspectos-chave que você precisa para conhecer a história da
comunicação. Recomendamos vivamente que leia esta secção com

2
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

atenção antes de começar o seu estudo, como componente de


habilidades de estudos.

Conteúdo deste manual

Este manual está estruturado em temas. Cada tema, comporta


certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades,
cada unidade temática caracteriza-se por conter um título
específico, seguido dos seus respectivos subtítulos.
No final de cada unidade temática, são propostos 10 exercícios de
fechados e 5 exercicios abertos. No fim de cada tema, são
incorporados 10 exercícios fechados para avaliação e 5 exercicios
abertos para auto-avaliacao. No final do manual estão incorporados
100 exercicios fechados para preparação aos exames.
Os exercícios de avaliação são Teóricos e Práticos.

Outros recursos

A UnISCED pode, adicionalmente, disponibilizar material de estudo


na Biblioteca do Centro de recursos, na Biblioteca Virtual, em
formato físico ou digital.

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação

As tarefas de auto-avaliação para este manual encontram-se no


final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características:
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo,
exercícios que mostram apenas respostas.
As tarefas de avaliação neste manual também se encontram no
final de cada unidade temática, assim como no fim do manual em
si, e, devem ser semelhantes às de auto-avaliação, mas sem mostrar
os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do
processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das
tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem
entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e
subsequentemente atribuição de uma nota. Também constará do
exame do fim do manual. Pelo que, caro estudante, fazer todos os
exercícios de avaliação é uma grande vantagem.

3
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Habilidades de estudo

O principal objectivo desta secção, é ensinar a aprender


aprendendo.
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso, é importante saber como, onde e quando
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos
estudos, procedendo como se segue:
1º - Praticar a leitura. Aprender à distância exige alto domínio de
leitura.
2º - Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).
3º - Voltar a fazer a leitura, desta vez para a compreensão e
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).
4º - Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.
5º - Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou
as de estudo de caso, se existir.
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,
respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si:
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor
à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana?
Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio
barulhento!? Preciso de intervalo a cada 30 minutos ou a cada 60
minutos? etc.
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; deve estudar cada
ponto da matéria em profundidade e passar só a seguinte quando
achar que já domina bem o anterior.
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler
e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é
juntar o útil ao agradável: saber com profundidade todos
conteúdos de cada tema, no manual.
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-
se descanso à mudança de actividades). Ou seja, que durante o
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das
actividades obrigatórias.

4
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual


obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume
de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando
interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por
fim ao perceber que estuda tanto, mas não aprende, cai em
insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente
incapaz!
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobretudo, estude
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que
está a se formar.
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que
matérias deve estudar durante a semana; face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar.

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, pode suscitar-lhe algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página
trocada ou invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços de
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR),
via telefone, SMS, E-mail, Casos Bilhetes, se tiver tempo, escreva
mesmo uma carta participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino à Distância (EAD), onde o recurso às TIC se

5
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

tornam incontornável: entre estudante, estudante – tutor,


estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que caro estudante,
tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR,
com tutores ou com parte da equipa central da UnISCED indigitada
para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste período, pode
apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou
administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%
do tempo de estudos a distância, é de muita importância na medida
em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem
com relação aos outros colegas. Desta maneira fica a saber se
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no manual.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (actividades avaliação e


auto−avaliação), pois, influenciam directamente no seu
aproveitamento pedagógico.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Esteja sempre ciente de que a nota das avaliações conta
e é decisiva para a admissão ao exame final da disciplina.
As avaliações são realizadas e submetidas na Plataforma MOODLE.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es). Uma
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor,
sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante da UnISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: como é possível avaliar estudantes à distância,


estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/tutor!? Nós dissemos: sim é muito possível, talvez seja
uma avaliação mais fiável e consistente.

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária,
propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

6
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com


um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu manual. Quanto ao tempo de contacto
presencial, conta com um máximo de 10% do total de tempo do
manual. A avaliação do estudante consta de forma detalhada do
regulamento de avaliação.
As avaliações de frequência pesam 40% e servem de nota de
frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final da
disciplina e decorrem durante as sessões online. Os exames pesam
60%, o que adicionado aos 40% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a disciplina.
É definida a nota de 10 (dez) valores como nota mínima de
aprovação na disciplina.
Nesta disciplina, o estudante deverá realizar pelo menos 3
avaliações escritas sendo e 1 (um) exame final.
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento ds
Cursos e Sistemas de Avaliação da UnISCED.

7
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

TEMA – I: NÚMEROS REA RAIS.


Unidade 1.1. Conjuntos;
Unidade 1.2. Conjunto Numéricos;
Unidade 1.3 Representação Geométrica dos Números Reais;
Unidade 1.4 Desigualdade.

UNIDADE Temática 1.1. CONJUNTOS (Noções).

Introdução

Os fundamentos da teoria dos conjuntos foram lançados no final do


século XIX, a partir dos trabalhos de George Cantor (1845-1918). A partir
de então, está teoria passou por um forte processo de
desenvolvimento, dando suporte a diversos ramos da matemática e
influenciando outras áreas do conhecimento, dentre elas a Ciência da
Computação.

O conceito de conjunto é fundamental para a Ciência da Computação,


uma vez que grande parte de seus conceitos, construções e resultados
são escritos na linguagem dos conjuntos ou baseados em construções
sobre conjuntos (MENEZES, 2008), existindo aplicações em áreas como
Banco de Dados e Linguagens Formais, por exemplo.

Nesta Unidade 1.1., introduziremos os principais conceitos da teoria


dos conjuntos, que serão indispensáveis para estudos posteriores.

Três noções são consideradas primitivas: Conjunto; elemento;


pertinência entre elemento e conjunto.

Conjunto –notação: letras maiúsculas

Pode ser designada, intuitivamente, como uma coleção de objetos de


qualquer natureza, considerados globalmente. Em um conjunto, a
ordem dos elementos não importa e cada elemento deve ser listado
apenas uma vez. A repetição dos elementos em um conjunto é
irrelevante

Elemento-notação: letras minúsculas

9
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Os objetos que constituem um conjunto denomina-se elementos do


conjunto.

Pertinência ou Pertença - notação: Є

Relacionam elemento com conjunto. Qualquer objeto que faça parte


de um conjunto é chamado “membro” ou “elemento” daquele
conjunto ou ainda é dito pertencer aquele conjunto. Para denotar que
o elemento x pertence ao conjunto A utiliza-se: X∈A.

Mais detalhes sobre Conjuntos veja o desenvolvimento a seguir.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender e explicar um breve historial sobre a Teoria de Conjuntos;

▪ Indicar ou mencionar os três elemntos primitivos de conjuntos;


Objectivos ▪ Ter noções de elementos de um conjunto;
específicos
▪ Ter noções de pertença;

▪ Ter noções de tipos de Conjuntos;

▪ Representar um Conjunto;

▪ Ter noções de Conjuntos numéricos.

CONJUNTOS (Noções)

Se o elemento não pertence ao conjunto A denota-se: X ∉ A

Ex: Considerando o conjunto D dos dias da semana, temos que:


segunda feira ∈ D; sábado ∈D; janeiro ∉ D

10
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

REPRESENTAÇÃO

Um conjunto pode ser representado basicamente de duas maneiras:


por extensão ou por compreensão.

Extensão: os elementos são listados exaustivamente, sendo colocados


entre um par de chaves e separados por vírgulas. Por exemplo,

D = {segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado, domingo}

Compreensão: em casos em que os números de elementos são


muitos, devemos optar por descrever o conjunto por meio de uma
propriedade que caracteriza os seus elementos. De forma geral,
escreve-se S= {x | P(x)}, onde P(x) representa a propriedade.

Exemplos:

a) A = {a, e, i, o, u}

b) B = {1, 3, 5, 7, ..., 15}

c) C = {1, 2, 3, 4, 5,...}

d) D = {n|n=2y, onde y é um número inteiro}

1. A foi representado por meio da listagem de todos os seus elementos.

2. B e C, alguns elementos foram omitidos, mas podem facilmente ser


deduzidos do contexto. Nos três casos, a forma de representação
utilizada foi a extensão.

11
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

3. O conjunto D, que corresponde ao conjunto D = {0, 2, 4, 6, 8, ...}, foi


representado por meio da propriedade comum a seus elementos, o
que constitui a forma de representação por compreensão.

Ex1:Descreva cada um dos seguintes conjuntos, listando seus


elementos:

• {x|x é a capital do Pará}

• {y|y é um número primo menor do que 30}

Ex 2: Descreva cada um dos seguintes conjuntos, através de uma


propriedade que caracteriza seus elementos:

• {1,3,5,7,9...}

b). {1,4,9,16...}

Alguns Conjuntos Especiais

Considere a seguinte situação: queremos listar todos os elementos de


um conjunto A={a|a é um número natural par menor do que 2}. Então,
quantos elementos o conjunto A possui? A não possui nenhum
elemento, pois não existe nenhum número natural par que seja menor
do que 2. Neste caso, dizemos que o conjunto A é vazio, e
representamos como segue:

A = { } ou A = ∅

E se quiséssemos listar todos os elementos do conjunto B = {b|b é um


número natural ímpar menor do que 2}, quantos elementos esse
conjunto teria? Neste caso, B teria apenas um elemento, sendo, por
isso, chamado de conjunto unitário. B = { 1 }

CONJUNTO UNITÁRIO é o conjunto que possui apenas um elemento.

Um conjunto possui um número finito ou infinito de elementos.


Chamamos de conjunto finito aquele que pode ser descrito por
extensão, ou seja, é possível listar todos os seus elementos. Um
conjunto é dito infinito quando não é possível listar exaustivamente
todos os seus elementos.

12
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

CONJUNTO UNIVERSO

Geralmente, o conjunto universo é representado pela letra U, é o


conjunto que contém todos os conjuntos que estão sendo
considerados, ou seja, define o contexto da discussão.

1. Num diagrama de Venn, os elementos de U são geralmente


representados por pontos internos ao um quadrado(retângulo) e os
demais são representados por um circulo contidos no
quadrado/retângulo.

2. U não é um conjunto fixo e, para qualquer conjunto A, temos :

Propriedades dos Conjuntos

1. Qualquer conjunto é subconjunto do conjunto universo;

2. O conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto;

3. Todo conjunto é subconjunto de si próprio;

4. Se todo elemento de um conjunto A pertence também a um


conjunto B, e todo elemento de B pertence a um conjunto C, então
todo elemento de A pertence a C (propriedade da transitividade).

RELAÇÕES ENTRE CONJUNTOS

Já introduzimos a noção de pertinência entre elementos e conjuntos.


Além desta, outra noção importante é a de continência, a partir da
qual podemos introduzir os conceitos de subconjuntos e de igualdade
deconjuntos.

13
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Relações de pertinência são estabelecidas entre elemento e conjunto,


enquanto que as relações de continência são estabelecidas entre
conjunto e conjunto.

- SUBCONJUNTOS

Se e são conjuntos e todo o elemento pertencente a e


também pertence a , então o conjunto é dito um subconjunto do
conjunto , denotado por . Note que esta definição inclui o
caso em que A e B possuem os mesmos elementos, isto é, A = B. Se
e ao menos um elemento pertencente a não pertence a
, então é chamado de subconjunto próprio de , denotado por
. Todo conjunto é subconjunto dele próprio, chamado de
subconjunto impróprio.

Sejam dois conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5}.

Observe que todos os elementos do conjunto A são também


elementos do conjunto B. Com a notação A⊂B indicamos que “A” é
subconjunto de “B” ou “A” está contido em “B” ou “A é parte de B”, ou
ainda que B contém A, com notação B⊃A.

A⊂B ↔(∀x)(x ∈A→x∈B)

Quando A não é um subconjunto de B, ou seja, quando existe pelo


menos um elemento de A que não pertence a B, indicamos A ⊄ B.

- IGUALDADE DE CONJUNTOS

Consideremos os conjuntos A={1, 3, 5} e B={1, 3, 5}. Não é preciso se


esforçar para perceber que A é um subconjunto de B e B, por sua vez,
também é subconjunto de A. Neste caso, dizemos que os conjuntos A
e B são iguais.

Formalmente, podemos dizer: dois conjuntos A e B são iguais se, e


somente se, todo elemento de A pertence também a B e,
reciprocamente, todo elemento de B pertence a A, ou seja: A = B ↔
(∀x)((x∈A→x∈B)∧(x∈B →x∈A))

CONJUNTO DAS PARTES DE UM CONJUNTO

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UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Se tivermos um conjunto de elementos a que chamamos F, o conjunto


das partes de F será aquele formado por todos os possíveis
subconjuntos de F e será representado por P(F). Se o conjunto F tem n
elementos, então o conjunto das partes de F, P(F), terá 2n elementos.

Exemplo: Sendo F = {3, 5, 9}, vamos escrever todos os possíveis


subconjuntos de F:

→ com nenhum elemento Ø

→ com 1 elemento {3}, {5}, {9}

→ com 2 elementos {3, 5}, {3, 9}, {5, 9}

→ com 3 elementos {3, 5, 9}

Podemos então escrever: P(F) = {Ø, {3}, {5}, {9}, {3, 5}, {3, 9}, {5, 9}, {3,
5, 9}

O número de elementos de um conjunto F é denominado ordem do


conjunto e é indicado por n(F). Repare que no exemplo acima n(F) = 3
e n (P(F)) = 23 = 8

CONJUNTO COMPLEMENTAR

Complementar de B com respeito a A e é representada por =B-


A.

No caso dos alunos de uma classe, o conjunto complementar do


conjunto dos alunos presentes à aula será formado pelos alunos
ausentes à aula.

RELAÇÃO DE INCLUSÃO

A relação de inclusão possui 3 propriedades:

→ Propriedade reflexiva: A  A, isto é, um conjunto sempre é


subconjunto dele mesmo.

15
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

→ Propriedade anti-simétrica: se A  B e B  A, então A = B.

→ Propriedade transitiva: se A  B e B  C, então A  C.

DIAGRAMAS DE VENN

Podemos expressar um conjunto através de diagramas de Venn, de


forma a facilitar o entendimento de definições, o desenvolvimento de
raciocínios e a compreensão dos componentes e relacionamentos que
estejam sendo discutidos (MENEZES, 2008). Um diagrama de Venn é
uma representação pictórica na qual os conjuntos são representados
por áreas delimitadas por curvas no plano. Lipschutz e Lipson (2004).

Para seguir este modelo de representação, devemos observar as


seguintes regras:

1. O conjunto universo é representado por um retângulo;

2. Cada um dos demais conjuntos é representado por um círculo (ou


uma elipse);

3. Cada conjunto deve ser identificado por uma letra maiúscula;

A seguir, são ilustradas algumas situações para que você possa


entender como utilizar Diagramas de Venn para representar
conjuntos. Para representar a continência de dois conjuntos,
construímos uma elipse dentro de outra, como segue:

Figura 1.1: Diagrama de Venn

A Figura 1.1 representa a relação A⊂B, ou seja A é subconjunto de B.

Perceba que a elipse que representa o conjunto A está totalmente


contida na que representa o conjunto B. Isto representa que todos os

16
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

elementos de A são também elementos de B, conforme a definição de


subconjunto já apresentada.

Observe agora a Figura:

Figura 1.2: Diagrama de Venn

Perceba que as figuras que representam os conjuntos A e B estão


totalmente separadas. Isto representa que não existem elementos de A
que sejam também elementos de B. Neste caso, dizemos que A e B são
conjuntos disjuntos.

Reflicta: E se quisermos representar dois conjuntos A e B onde seja


possível que alguns elementos de A não pertençam a B e que alguns
elementos de B não pertençam a A?

Neste caso, a representação é como segue:

Figura 1.3: Diagramas de Venn

Portanto, dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura acima,


podemos estabelecer uma relação entre os respectivos números de
elementos:

n (A∪ B) = n (A) + n (B) − n (A∩ B)

Observe o diagrama e comprove.

17
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Figura 1.4: Diagramas de Venn

n(A∪B∪C) = n(A) + n(B)+ n(C) - n(A∩B) - n(A∩C) - n(B∩C) + n(A∩B∩C)

Conjuntos numéricos:

Os conjuntos numéricos são os seguintes: naturais, inteiros, racionais,


irracionais, reais e complexos.

Figura 1.4: Diagramas de Venn

Sumário

Nesta Unidade Temática 1.1 sobre noções de CONJUNTO, estudamos:


1. Introdução ao estudo de Conjuntos;
2. Representação de Conjuntos;
3. Conjunto Universo;
4. Relações entre Conjuntos;
5. Diagrama de Venn e;
6. Conjunto Numéricos.

18
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Indique o que representa conjunto e os respectivos elementos.


1. As DTS são: HIV/SIDA, gonorreia, sífilis, Herpes Genital, tricomoniose
e cancro mole.
2. Os divisores positivos de 15 são: 1; 3; 5 e 15.
3. Os múltiplos positivos de 5 menores que 21 são: 0; 5; 10; 15 e 20.
4. Circunferência; triângulo; quadrado e pentágono são figuras
geométricas planas.
Indique o valor lógico
5. Dados os conjuntosA = {2; 3}; B = {−1; 0; 1; 2; 3}; C = {0; 1; 2; … }
Escreva simbolicamente e indique o valor lógico às seguintes
proposições:
a) 2 Pertence a A
b) 0 é elemento de B
c) -9 não é elemento de A
d) A contém B
e) 1 não pertence ao conjunto C
f) C não contém A
g) C é contido em B
h) C tem 8 elementos

Respostas
1.
Conjunto: DTS.
Elementos: Gonorreia, sífilis, Herpes Genital, tricomoniose e cancro
mole.
2.
Conjuntos: Divisores positivos de 15.

19
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Elementos: 1; 3; 5; e 15.
3.
Conjunto: Os múltiplos positivos de 5 menores que 21.
Elementos: 0; 5; 10; 15 e 20.
4.
Conjuntos: Figuras geométricas planas.
Elementos: Triângulo; quadrado e pentágono.
5.
A = {2; 3}; B = {−1; 0; 1; 2; 3}; C = {0; 1; 2; … }
a) 2∈A é V
b) 0 ∈B é V
c) -9∉ Aé V
d) A ⊃B é F
e) 1∉C é F
f) C ⊅A é F
g) C ⊂B é F
h) #(C) = 8é F
i) #( 𝓅(A)) = 4é V
j) A é igual a C é F
k) A ⊄C é F
l) B⊃C é F

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas).


1. De quantas maneiras pode ser representado um Conjunto?
Quais são? Exemplifique (pelo menos três exemplos de cada).
2. Dê exemplo de Conjuntos especiais.
3. Construa um Conjunto Universo, indicando seus subconjuntos.
4. Quando é que dois conjuntos são iguais? Ilustre com pelo menos
dois exemplos.
5. O que entende pelo conceito “Conjunto das partes de um
Conjunto” ? Exemplifique.

20
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

6. Dê pelo menos quatro exemplos de Conjuntos


Complementares.
7. Quais são a propriedades de Inclusão de Conjuntos? Sustente a
sua resposta com três exemplos para cada propriedade.
8. Construa dois Conjuntos que se interseptam e represente-os
em Diagrama de Venn.
9. Mencione os conjuntos numéricos em ordem lógica do seu
surgimento ou de arrumação.

Respostas:
1. Revisitar a página 11.
2. Revisitar a página 13.
3. Revisitar a pagina 13.
4. Revisitar a página 15.
5. Revisitar a página 15.
6. Revisitar as páginas 15 e 16.
7. Revisitar a página 16.
8. Revisitar as páginas de 16 a 18.
9. Revisitar a página 18.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)


Neste grupo de exercicios vamos aprender um pouco a respeito de conjuntos,
suas notações matemáticas e por fim vamos trazer alguns exercícios
resolvidos passo a passo para o seu melhor entendimento e fixação do
assunto, então mão a obra!

A notação padrão para representação de um conjunto é dado pelos seus


elementos separados por virgulas cuja delimitação e feito através do uso de
chaves, abaixo temos o exemplo de um conjunto A, que é composto somente
por números pares.

A = {2, 4, 6, 8}

21
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Pertinência/Pertença: É a relação utilizada para relacionar determinado


elemento ao conjunto em questão.

Símbolos utilizados para representar essa relação:


∈ → Pertence ;
∉ → Não pertence;

Por exemplo:
2∈Ae7∉A

Acontece quando um conjunto possui somente um elemento, exemplo: B =


{1}

É o tipo de conjunto que não possui nenhum elemento, sua representação


pode se dar das seguintes formas:
{} ou ∅

Importante lembrar: Que todo conjunto possui como subconjunto o conjunto


vazio.

Dizemos que A é um subconjunto de B quando todos os elementos existentes


em A também pertencerem ao conjunto B.

Ou seja A esta contido em B ou em outras palavras B contém A.

Exemplo1:

A = {2, 4, 6, 8}
B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}

22
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Assim tempos a seguinte representação:


A ⊂ B → A está contido B ou A é subconjunto de B
B ⊃ A → B contém A

Além desses dois símbolos de relacionamentos, temos outros como:


⊅ → Não contém;
⊄ → Não está contido ou não é subconjunto de;

• União

A ∪ B → A União B, é o conjunto formado pelos os elementos que pertencem


ao menos a um dos conjuntos, podendo ser definida por {x, x ∈ A ou x ∈ B}

Exemplo 2: Qual o resultado de A ∪ B, tendo como conjunto A = {2, 4, 6} e

B = {1, 2, 3, 4, 5}

A ∪ B = {1, 2, 3, 4, 5, 6

23
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

• Interseção

Diferentemente do que acontece na união, onde o conjunto é formado pelos


elementos pertencentes ao menos a um dos conjuntos, na interseção o
conjunto A ∩ B é composto por elementos que pertencem tanto ao conjunto
A e B., podendo ser definida por {x, x ∈ A e x ∈ B}.

Exemplo 3: Qual o resultado de A ∩ B, sendo A = {2, 4, 6} e B = {1, 2, 3, 4, 5}

A ∩ B = {2, 4}

• Diferença

A – B = {x, x ∈ A e x ∉ B}, ou seja, é a diferença de dois conjuntos A e B formado


pelos elementos existentes em A que não estão em B.

Exemplo : Qual o resultado de A – B, sendo A = {2, 4, 6} e B = {1, 2, 3, 4, 5}

A – B = {6};

N: Conjunto dos números naturais, exemplo N={0, 1, 2, 3, …}

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UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Z: Conjunto dos números inteiros, exemplo Z={…, -2, -1, 0, 1, 2,…}

R; Conjunto dos números reais, exemplo R={-∞ , +∞}

Poblemas Resolvidos

• Problema 1 - Em uma classe de 150 alunos, 80 gostam de matemática, e 30


de física, sabendo que 10 gostam de física e matemática, quanto não gostam
nem de física e nem de matemática?

Solução: Neste tipo de exercício, a resolução fica mais fácil e rápida utilizando
o diagrama de Veen, que são representados por círculos conforme exemplos
anteriores, mas antes vale a pena descrever e encontrar algumas informações
que o exercício nos fornece que é:

Total de alunos = 150


Gostam de matematica = 80
Gostam de física = 30
Gostam de física e matemática = 10

Assim temos:

Como vemos no diagrama acima, fica mais fácil de entender, ou seja, desta
sala 70 gostam somente de matemática, outros 20 somente de física e ainda
outros 10 que gostam de ambas, realizando a soma desses três conjuntos de
alunos temos o seguinte: 70+20+10 = 100

Ou seja, desse 150 alunos 100 gostam de física, de matemática ou de ambas


as disciplinas, agora fazendo a seguinte conta 150 – 100, concluímos que 50
alunos não gostam nem de física nem de matemática.

Desta forma o total de alunos que não gostam nem de física e nem de
matemática, é 50 !

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UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

• Problema 2 - Qual o resultado de (A-B) ∩ C , sendo A = {2, 4, 6}, B = {1, 2, 3,


4, 5} e C = {2, 5, 6, 7, 10}

Solução: Esse problema pode ser solucionado também utilizando o diagrama


de Venn como feito no anterior, mas favos fazer de forma direta, para você
pode entender.

Primeiro passo: (A-B)


Como vimos anteriormente na definição para diferença, que o resultado de A-
B é a diferença de dois conjuntos A e B formado pelos elementos existentes
em A que não estão em B.

Assim A – B = {6}

Segundo passo: Como já sabemos que o resultado de A-B é {6}, agora


realizamos a segundo operação que é {6} ∩ C.

Lembrando que na interseção o conjunto A ∩ B é composto por elementos


que pertencem tanto ao conjunto A e B, e como temos {6} ∩ {2, 5, 6, 7, 10} a
resposta para o nosso exercício é conjunto unitário, ou seja, {6}.

É isso amigos e amigas, espero que tenham gostado e principalmente


entendido, e como sempre digo e comento, o importante agora é praticar,
aproveite e tente resolver sozinho esse último exemplo aplicando o diagrama
de Venn. Bons estudos a todos

GRUPO-3 (Exercícios de GABARITO)

Problemas NÃO Resolvidos

1.Qual o resultado de A ∪ B, tendo como conjuntos A = {1, 3, 4, 6} e B = {1, 2,


3, 4, 5, 6, 7, 9}

26
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

2. Seja uma Interseção de Cnjuntos.

Qual o resultado de A ∩ B, sendo A = {1, 3, 4, 6, 7} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 8}.


Represente em diagram de Vdenn.

3. Considere a Diferença de Conjuntos

4. Qual o resultado de A – B, sendo A = {0, 1, 2, 4, 6, 7} e B = {1, 2, 3, 4, 5}

A – B = {6};

Conjuntos Numéricos

• Problema 1 - Numa sala de aulas com 150 alunos, dos quais 70 gostam de
matemática, e 40 de física, sabendo que 15 gostam de física e matemática,
quanto não gostam nem de física e nem de matemática? Ilistre num
diagram de Venn.

Problema 02 - Qual o resultado de (A-B) ∩ C , sendo A = {2, 4, , 5, 6, 8}, B =


{0, 2, 3, 4, 5} e C = {0, 2, 3, 5, 6, 7}

27
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

28
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

UNIDADE Temática 1.2. Conjuntos Numéricos

Introução

A concepção do conjunto numérico pode ser compreendida a partir da


compreensão de um conjunto (revide a Unidade temática 1.1 anterior).
Os conjuntos numéricos foram concebidos na medida em que iam
surgindo mudanças na matemática.

Para desenvolver a matemática hoje estudada, inúmeras mudanças na


organização de todos os conceitos matemáticos foram necessárias. A
concepção dos conjuntos numéricos recebeu maior rigor em sua
construção com Georg Cantor, que pesquisou a respeito do número
infinito. Cantor iniciou diversos estudos sobre os conjuntos numéricos,
constituindo, assim, a teoria dos conjuntos.

A construção de todos os conjuntos numéricos que hoje possuímos


parte de números inteiros usados apenas para contar até os números
complexos que possuem vasta aplicabilidade nas engenharias, nas
produções químicas, entre outras áreas. Definir conjunto é algo tão
primitivo que se torna uma tarefa difícil. Entretanto, compreendemos
conjunto como uma coleção de objetos, números, enfim, elementos
com características semelhantes.

Sendo assim, os conjuntos numéricos são compreendidos como os


conjuntos dos números que possuem características semelhantes.
Nesta seção, a concepção desses conjuntos será abordada, visando à
compreensão dos elementos que constituem cada um dos conjuntos
numéricos.

Nesta Unidade Temática analisaremos e debateremos os seguintes


conjuntos numéricos:

1. Conjunto dos números Naturais ( );

2. Conjunto dos números Inteiros ( );

3. Conjunto dos números Racionais ( );

4. Conjunto dos números Irracionais ( );

5. Conjunto dos números Reais ( );

29
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

6. Conjunto dos números Complexos ( );

Este último conjunto numérico possui uma secção especial para ele
(Números Complexos).

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir e dar exemplos: de Conjuntos numéricos;


Objectivos
▪ Representar: Conjuntos numéricos;
específicos
▪ Explicar a breve resenha histórica: do números
Naturais;

▪ Consolidar e ter domínio: das propriedades das


Operações com números dos diferentes conjuntos;

▪ Ter domínio das Prioridades das Operações: nos


diferentes conjunto numéricos.

Conjuntos dos números

Os números naturais: o conjunto

= {1,2,3,4,5,6, ... , 19,20, ... , 1001, 1002, ... , 10000001, ... }

Notas elucidativas:

• Os números naturais surgiram da necessidade de contagem dos


elementos de um conjunto pelo homem primitivo e, neste sentido, o
zero ( 0 ) não seria um número natural.

• Por volta do ano 458 DC, o zero foi introduzido pelos hindus, para
representar a coluna vazia dos ábacos, daí sua denominação original de
sunya (vazio).

Ábaco - segundo o dicionário Melhoramentos - 7ª edição: calculador


manual para aritmética, formado de um quadro com vários fios
paralelos em que deslizam botões ou bolas móveis.

30
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Veja a ilustração a seguir, obtida no Museo Pedagógico José Pedro


Varela - poeta e educador uruguaio 1845 - 1879. Caso você visite o site
acima, para retornar à esta página, clique em VOLTAR no seu browser.

Nota: observe acima à direita, a linha vazia no ábaco, significando o


zero.

• no entanto, como o zero atende às propriedades básicas dos números


naturais, ele pode ser considerado um número natural, não obstante a
premissa contrária não conflitar a teoria. Assim, não deveremos
estranhar quando aparecer em provas de vestibulares o conjunto N
como sendo N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ... }, definindo-se um outro conjunto
sem o zero:

N* = N - {0} = {1,2,3,4, ... }. Como esta forma de abordagem é a mais


usual, consideraremos o zero como sendo um número natural, no que
se segue.

Ao agrupamento de elementos com características semelhantes damos


o nome de conjunto. Quando estes elementos são números, tais
conjuntos são denominados conjuntos numéricos.

Neste tópico estudaremos os cinco conjuntos numéricos


fundamentais, que são os conjuntos numéricos mais amplamente
utilizados.

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Conjunto dos Números Naturais

Em algum momento da sua vida você passou a se interessar por


contagens e quantidades. Talvez a primeira ocorrência desta
necessidade, tenha sido quando lá pelos seus dois ou três anos de idade
algum coleguinha foi lhe visitar e começou a mexer em seus brinquedos.
Provavelmente, neste momento mesmo sem saber, você começou a se
utilizar dos números naturais, afinal de contas era necessário garantir
que nenhum dos seus brinquedos mudasse de proprietário e mesmo
desconhecendo a existência dos números, você já sentia a necessidade
de um sistema de numeração.

Em uma situação como esta você precisa do mais básico dos conjuntos
numéricos, que é o conjunto dos números naturais. Com a utilização
deste conjunto você pode enumerar brinquedos ou simplesmente
registrar a sua quantidade, por exemplo.

Este conjunto é representado pela letra N ( ). Abaixo temos uma


representação do conjunto dos números naturais:

As chaves ou Chavetas são utilizadas na representação para dar ideia


de conjunto. Os pontos de reticência dão a ideia de infinidade, já que os
conjuntos numéricos são infinitos.

Este conjunto numérico inicia-se em zero e é infinito, no entanto


podemos ter a representação de apenas um subconjunto dele. A seguir
temos um subconjunto do conjunto dos números naturais formado
pelos quatro primeiro múltiplos de sete:

Para representarmos o conjunto dos números naturais, ou qualquer um


dos outros quatro conjuntos fundamentais, utilizamos o caractere
asterisco após a letra, como em . Temos então que:

Conjunto dos Números Inteiros

Mais adiante na sua vida em uma noite muito fria você tomou
conhecimento da existência de números negativos, ao lhe falarem que
naquele dia a temperatura estava em dois graus abaixo de zero. Curioso
você quis saber o que significava isto, então alguém notando o seu
interesse, resolveu lhe explicar:

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Hoje no final da tarde já estava bastante frio, a temperatura girava em


torno dos 3° C, aí ela desceu para 2° C, continuou esfriando e ela
abaixou para 1° C e uma hora atrás chegou a 0° C. Se a temperatura
continuava a abaixar e já havia atingido o menor dos números naturais,
como então representar uma temperatura ainda mais baixa?

Com exceção do zero, cada um dos números naturais possui um


simétrico ou oposto. O oposto do 1 é o -1, do 2 o -2 e assim por diante.
O Sinal "-" indica que se trata de um número negativo, portanto menor
que zero. Os números naturais a partir do 1 são por natureza positivos
e o zero é nulo.

O zero e os demais números naturais, juntamente com os seus opostos


formam um outro conjunto, o conjunto dos números inteiros e é
representando pela letra Z ( ).

A seguir temos uma representação do conjunto dos números inteiros:

Note que diferentemente dos números naturais, que embora infinitos


possuem um número inicial, o zero, os números inteiros assim como os
demais conjuntos numéricos fundamentais não têm, por assim dizer,
um ponto de início. Neste conjunto o zero é um elemento central, pois
para cada número à sua direita, há um respectivo oposto à sua
esquerda.

Utilizamos o símbolo para indicar que um conjunto está contido em


outro, ou que é um subconjunto seu, como o conjunto dos números
naturais é um subconjunto do conjunto dos números inteiros, temos
que .

Podemos também dizer que o conjunto dos números inteiros contém (


) o conjunto dos números naturais ( ).

Como supracitado podemos escrever para representarmos o


conjunto dos números inteiros, mas sem considerarmos o zero:

Com exceção do conjunto dos números naturais, com os demais


conjuntos numéricos fundamentais podemos utilizar os caracteres "+"
e "-" como abaixo:

33
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Note também que e que .

Conjunto dos Números Racionais

Esperto por natureza você percebeu que havia mais alguma coisa além
disto. No termômetro você viu que entre um número e outro existiam
várias marcações. Qual a razão disto?

Foi-lhe explicado então que a temperatura não muda abruptamente de


20° C para 21° C ou de -3° C para -4° C, ao invés disto, neste termômetro
as marcações são de décimos em décimos. Para passar de 20° C para
21° C, por exemplo, primeiro a temperatura sobe para 20,1° C, depois
para 20,2° C e continua assim passando por 20,9° C e finalmente
chegando em 21° C. Estes são números pertencentes ao conjunto dos
números racionais.

Números racionais são todos aqueles que podem ser expressos na


forma de fração. O numerador e o denominador desta fração devem
pertencer ao conjunto dos números inteiros e obviamente o
denominador não poderá ser igual a zero, pois não há divisão por zero.

O número 20,1 por exemplo, pode ser expresso como , assim como
0,375 pode ser expresso como e 0,2 por ser representado por .

Note que se dividirmos quatro por nove, iremos obter 0,44444... que é
um número com infinitas casas decimais, todas elas iguais a quatro.
Trata-se de uma dízima periódica simples que também pode ser
representada como , mas que apesar disto também é um número
racional, pois pode ser expresso como .

O conjunto dos número racionais é representado pela letra Q ( ).

O conjunto dos números inteiros é um subconjunto do conjunto dos


números racionais, temos então que .

Facilmente podemos intuir que representa o conjunto dos números


racionais negativos e que representa o conjunto dos números
racionais positivos ou nulo.

Abaixo temos um conjunto com quatro elementos que é subconjunto


do conjunto dos números racionais:

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UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

A realização de qualquer uma das quatro operações aritméticas entre


dois números racionais quaisquer terá como resultado também um
número racional, obviamente no caso da divisão, o divisor deve ser
diferente de zero. Sejam a e b números racionais, temos:

Conjunto dos Números Irracionais

Então mais curioso ainda você perguntou: "Se os números racionais são
todos aqueles que podem ser expressos na forma de fração, então
existem aqueles que não podem ser expressos desta forma?"

Exatamente, estes números pertencem ao conjunto dos números


irracionais. Provavelmente os mais conhecidos deles sejam o número PI
( ), o número de Euler ( ) e a raiz quadrada de dois ( ). Se você se
dispuser a calcular tal raiz, passará o restante da sua existência e jamais
conseguirá fazê-lo, isto porque tal número possui infinitas casas
decimais e diferentemente das dízimas, elas não são periódicas, não
podendo ser expressas na forma de uma fração. Esta é uma
característica dos números irracionais.

A raiz quadrada dos números naturais é uma ótima fonte de números


irracionais, de fato a raiz quadrada de qualquer número natural que não
seja um quadrado perfeito é um número irracional. é um número
irracional, pois 120 não é um quadrado perfeito, ou seja, não há um
número natural que multiplicado por ele mesmo resulte em cento e
vinte, já é um número natural, pois .

A letra I ( ) representa o conjunto dos número irracionais.

Utilizando o caractere especial "*", por exemplo, podemos representar


o conjunto dos números irracionais desconsiderando-se o zero por .

O conjunto abaixo é um subconjunto do conjunto dos números


irracionais:

Diferentemente do que acontece com os números racionais, a


realização de qualquer uma das quatro operações aritméticas entre
dois números irracionais quaisquer não terá obrigatoriamente como

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UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

resultado também um número irracional. O resultado poderá tanto


pertencer a , quanto pertencer a .

Conjunto dos Números Reais

Acima vimos que um número natural também é um número inteiro (


), assim como um número inteiro também é um número
racional ( ), portanto .

Vimos também que os números racionais não estão contidos no


conjunto dos números irracionais e vice-versa. A intersecção destes
conjuntos resulta no conjunto vazio:

A intersecção é uma operação por meio da qual obtemos um conjunto


de todos os elementos que pertencem simultaneamente a todos os
conjuntos envolvidos. Sejam dois conjuntos e
, a intersecção entre estes dois conjuntos será
.

O conjunto dos números reais é representado pela letra R ( ) e é


formado pela união do conjunto dos números racionais com o conjunto
dos irracionais, que simbólicamente representamos por:
.

A união é uma operação por meio da qual obtemos um conjunto de


todos os elementos que pertencem ao menos a um dos conjuntos
envolvidos. Sejam dois conjuntos e
, a união entre estes dois conjuntos será
.

O conjunto dos números racionais está contido no conjunto dos


números reais ( ), assim como o conjunto dos números
irracionais também é subconjunto do conjunto dos números reais (
).

Através dos caracteres especiais "+" e "*", por exemplo, podemos


representar o conjunto dos números reais positivos por .

Abaixo temos um exemplo de conjunto contendo número reais:

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Conjuntos Numéricos Fundamentais em Diagrama

Abaixo temos a representação dos conjuntos numéricos fundamentais


em um diagrama de Venn.

Através deste diagrama podemos facilmente observar que o conjunto


dos números reais ( ) é resultado da união do conjunto dos números
racionais como o conjunto dos números irracionais ( ).
Observamos também que o conjunto dos números inteiros está contido
no conjunto dos números racionais ( ) e que os números
naturais são um subconjunto do números inteiros

( ).

Como podemos ver, os diagramas nos ajudam a trabalhar mais


facilmente com conjuntos. Ainda neste diagrama rapidamente
identificamos que os números naturais são também números reais

( ), mas não são números irracionais ( ), isto porque o

conjunto dos números irracionais não contém o conjunto dos números


naturais ( ), mas sim o conjunto números dos racionais que os
contém ( ), assim como o conjuntos dos números reais (
) e dos inteiros ( ).

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UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

SUMÁRIO

Nesta Unidade temática 1.2. analisamos e discutimos dentre outros


assuntos, os seguintes:
1. Breve historial dos conjuntos numéricos;
2. Os cinco conjunto numéricos fundamentais;
3. Fizemos a sistematização dos cinco conjuntos numéricos num único
diagrama.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1) A quais conjuntos numéricos fundamentais não pertence o número


?

2) A quais conjuntos numéricos fundamentais não pertence o


número ?

3) Existe raiz quadrada de número primo que não seja irracional?

4) Se a e b são números pertencentes a e , a quais


conjuntos numéricos fundamentais podemos afirmar com certeza que
x pertence, quaisquer que sejam os valores de a e b?

5) Se A é um subconjunto de e B está contido em , a intersecção


destes conjuntos possui infinitos elementos?

6) Se e , tem-se que ?

RESPOSTAS

1. Sabemos que é igual a 8.

A trabalharmos com conjuntos utilizamos o símbolo para indicar que


um elemento pertence a um conjunto, assim como utilizamos o símbolo
para indicar que um elemento não pertence a um determinado
conjunto. Assim sendo temos:

(oito pertence ao conjunto dos números naturais), pois como


sabemos 8 é um número natural;

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(oito pertence ao conjunto dos números inteiros), pois é sabido


que os números naturais são um subconjunto dos números inteiros,
sabemos que ;

(oito pertence ao conjunto dos números racionais), pois


podemos representar 8 como que é uma fração com numerador e
denominador pertencentes ao conjunto dos números naturais,
condição necessária para que um número pertença ao conjunto dos
números racionais.

(oito não pertence ao conjunto dos números irracionais), pois


como 64 é um número natural que é também um quadrado perfeito,
não é um número irracional, pois . De fato 8 ou jamais
poderiam ser irracionais, pois como visto acima, eles são racionais (
) e nenhum número racional é também irracional e vice-versa.

(oito pertence ao conjunto dos números reais), pois o conjunto


dos números racionais é um subconjunto dos números reais (
).

Através do diagrama visto na parte teórica, facilmente podemos


resolver este problema de forma visual ao identificarmos que (ou 8)
é um número natural.

Portanto:

não pertence ao conjunto dos números irracionais

( ).

2. Sabemos que 63 embora seja um número natural, não é um quadrado


perfeito, nestas condições a sua raiz quadrada será um número
irracional.

Também sabemos que , que e que


( veja na parte teórica ), ou em outras palavras que,
embora também sejam números reais, os números irracionais não são
racionais, nem inteiros e nem naturais.

Logo:

não pertence ao conjunto dos números racionais ( ), inteiros


( ) e naturais ( ).

39
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

3.Vimos que a raiz quadrada de um número natural pode ser tanto


natural, quanto irracional, mas para que a raiz seja natural, o número
deve ser um quadrado perfeito.

Para que um número seja primo é preciso que além de natural ele
possua exatamente apenas dois divisores distintos, o número um e ele
próprio.

Falando em termos de conjuntos, a intersecção do conjunto dos


números primos com o conjunto natural dos quadrados perfeitos é igual
ao conjunto vazio ( ), ou seja, um número primo não pode ser um
quadrado perfeito e vice-versa.

Assim sendo:

Não existe raiz quadrada de número primo que não seja irracional.

4.A partir do enunciado, podemos chamar de A o conjunto ao qual x


pertence e representá-lo por

Sabemos que, dentre outras formas, podemos representar o conjunto


dos números racionais por

Como podemos observar, A é um subconjunto de , isto é,

Sabemos também que

Assim sendo:

Podemos afirmar com certeza que e .

5.Do enunciado temos que:

É sabido que tal como óleo e água, os elementos dos conjuntos dos
números racionais e irracionais não se misturam, ou seja, a intersecção
entre ele é o conjunto vazio, pois não há um único número sequer que

40
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

sendo racional seja também irracional e vice-versa, os elementos destes


conjuntos são mutuamente exclusivos:

Portanto:

A intersecção entre os conjuntos A e B não possui infinitos


elementos.

6.A intersecção entre dois conjuntos onde um conjunto está contido no


outro é o próprio conjunto que está contido, como , temos que
, logo

A diferença entre conjuntos difere da operação de intersecção. A


diferença entre os conjuntos e é o conjunto de todos os elementos
que pertencem ao conjunto e que não pertencem ao conjunto , que
obviamente é o próprio , pois em não há qualquer número
irracional, logo

Então e como já aprendemos que ,


temos que:

Sim, tem-se que .

Unidade Temática 1.3. Representação


Geométrica dos Números Reais.
ntroução

Nesta unidade temática o estudante vai ter a oportunidade de entender e


compreender que é possível escrever números utilizando grupos de sinais iguais entre
si, tantas quantas são as unidades do número. Por exemplo, nos dados os números
são representados por pontos ou circulos.
A representação dos números com pontos foi antigamente uma ciência: a ciência dos
números figurados dos pitagóricos. Os pitagóricos chamavam aos números:
triângulares, quadrados, cubos, etc., consoante os pontos que os representavam,
regularmente distribuídos, se podiam compôr um triângulo «isósceles», um quadrado
ou um cubo.
Alguns raciocínios relacionados com números pitagóricos aparecem ligados ao

41
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

conceito de séries numéricas, cujos exemplos merecerão analise e discussão no


desenvolvimento desta unidade 1.3.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender: a exisência de números triangulares;

▪ Entender: a exisência de números quadrados;


Objectivos
específicos

NÚMEROS TRIÂNGULARES

Em ligação com a geometria, Pitágoras conheceu os números triângulares, que são

números que se podem expressar em forma de triângulos.

Quais seriam os três números seguintes?

Se olharmos para o quarto triângulo verifica-se que cada "linha" contém um ponto a ma

que a anterior.
Suponhamos então que a última "linha" do triângulo não continho quatro pontos, mas n.

A penúltima "linha" continha (n-1), a seguinte (n-2), e assim por diante até chegar

42
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

ao vértice, com 1 ponto. Este problema é o mesmo que somar os primeiros n números

inteiros, ou seja, obter a soma 1 + 2 + 3 + 4 + ... +(n-2) + (n-1) + n

Trata-se portanto de calcular esta soma.

Sumário

Nesta Unidade Temática 1.3. mereceu atenção o estudo dos seguintes


tópicos:
Números Triangulares;
Números quadrados.

Unidade 1.3. Desigualdades.


Introução

Em matemática, desigualdade é uma expressão que estabelece uma


relação de ordem entre dois elementos. Nos números reais, esta
relação é representada pelos símbolos , significando,
menor, menor ou igual, maior, maior ou igual, respectivamente. De
forma mais geral, também podem ser incluídas nas desigualdades
expressões contendo a relação de diferença .

São exemplos de desigualdades os seguintes:

• Desigualdade das médias, que afirma que a média aritmética é


maior ou igual a média geométrica e esta, maior ou igual a
média harmônica para números reais positivos.
• Desigualdade triangular, que afirma que ao medida de um lado
de um triângulo é sempre menor que a soma das medidas dos
outros dois lados do mesmo triângulo.

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UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Com esta Unidade Temática 1.3. pretendemos apresentar com


demonstrações algumas desigualdades que tornem o estudante apto a
resolver um conjunto amplo de problemas de matemáticos.

Contudo em certas passagens, algum conhecimento de cálculo


infinitesimal será útil, ainda que não imprescindível. Por outro lado
privilegiamos, mais o recurso aos argumentos geométricos euclidianos
em detrimento do formalismo matemático, onde muitas das vezes não
se tem em conta o quotidiano do aluno.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Estudar: Analisar e discutir sobre a Desigualdades das médias;

Objectivos ▪ Estudar: Analisar e discutir sobre a Desigualdades triangulares;


específicos

Desigualdade das médias

A desigualdade das médias afirma que a média aritmética é maior ou


igual à média geométrica e esta maior ou igual à média harmônica.

Mais precisamente falando, seja um conjunto não


vazio de números reais positivos então:

Onde

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UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Demonstração do caso n=2

Queremos mostrar que:

Como e são reais, temos:

Expandindo, temos:

Somando , obtemos:

Reagrupando:

Como são números positivos, podemos tomar a raiz quadrada e dividir


por 2:

A primeira desigualdade segue. Para mostrar a segunda, escreva esta


última como:

Multiplique ambos os lados por : :

E observe que esta é justamente a desigualdade que procuramos,


pois:

45
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

E o resultado segue.

Demonstração no caso

Queremos a igualdade para , com k inteiro positivo.

Procederemos por indução em k: O caso k=1, já foi demonstrado.

Suponha então que a desigualdade é valida para um certo k positivo,


escreva para :

Aplique a desigualdade da média com dois elementos:

Agora, aplique a desigualdade para n elementos em cada um dos


termos:

E assim, conclua:

E a primeira desigualdade segue pois

Usemos o mesmo procedimento para demonstrar a segunda


desigualdade:

46
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

E a segunda desigualdade segue.

Demonstração do caso geral

Completaremos a demonstração, mostrando que se a desigualdade for


válida para n termos, então também é válida para n-1 termos.

Suponha, então, que a desigualdade é válida para um número inteiro n


maior que 1, ou seja:

Escreva:

47
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Queremos mostrar que

Substitua

Observe que:

Assim temos, da primeira desigualdade:

Rearranjando, temos:

A segunda desigualdade diz:

O que equivale a:

ou:

Equivalente a:

48
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

O que completa a demonstração.

A desigualdade triangular nos números reais (ou em IR).

A desigualdade triangular tem origem na geometria euclidiana e refere-


se ao teorema que afirma que, num triângulo, a medida do
comprimento de um dos lados é sempre inferior à soma das medidas
dos comprimentos dos outros dois lados. No texto clássico Os
Elementos, de Euclides, este teorema é a Proposição 20 do Livro I Não
é mais que uma reformulação do conceito intuitivo de que é mais curto
o caminho ou segmento entre A e B (veja a fig a baixo) que o caminho
de A até C somado ao de C até B.

Em matemática, desigualdade é uma expressão que estabelece uma


relação de ordem entre dois elementos. Nos números reais, esta
relação é representada pelos símbolos, significando, menor, menor ou
igual, maior ou igual, maior, respectivamente.

No conjunto dos números reais, chamamos de desigualdade triangular,


em analogia ao caso da geometria plana a seguinte expressão
envolvendo módulos:

Que dá origem a outras desigualdades:

49
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Para a primeira, escreva

Para a segunda,

A terceira é consequência da segunda, trocando os papéis de u e v.

A desigualdade triangular em

Teorema

Em , quaisquer que sejam , tem-se[2] :

Havendo igualdade se e só se forem linearmente dependentes.

Demonstração

Utilizando a desigualdade de Cauchy-Schwarz, prova-se o teorema


facilmente[2] .

Tem-se (utilizando propriedades do produto interno):

(I)

Pela desigualdade de Cauchy-Schwarz aplicada em (I):

Tendo em conta que a norma é um valor não-negativo, segue que:

Q.E.D.

A segunda parte do teorema decorre directamente da aplicação da


desigualdade de Cauchy-Schwarz (atentar no segundo termo do lado
direito da equação).

50
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Sumário

Nesta Unidade Temática analisamos e discutimos os seguintes


assuntos:
Desigualdades da médias e
Desigualdades Triangulares.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
2
1. O número é?
7

A: Natural
B: Inteiro
C: Racional
D: Real e Irracional

2. Quais dos números a baixo são racionais?


A: 0 e 1.23564…

B: √5 e -2
C: -0.123 e 0.333…
D: 23.353478… e -235

3. Escolha um número Irracional:


A. 3,277

B. √5
C. √25
1
D.
3
0.99×2
4. O resultado da expressão 0.11
− 20 é um número:

A. Natural
B. Inteiro Negativo
C: Inteiro Positivo
D. Irracional

51
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

5. Um vendedor de cabos elétricos usa fita métrica para oferecer ao cliente a


medida preferida. Diga que números são aplicados pelo vendedor.
A. Naturais
B. Inteiros
C: Racionais
D. Irracionais

Indique o valor lógico


6. |9 + √5| > 9 + √5

7. |9 + √5| ≤ 9 + √5

8. |−2√3 − 1| = 2√3 + 1
Respostas
1. C 2.C 3.B 4.B 5. C
6. F, 7. V, 8. V

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1.
GRUPO 1 (Com respostas detalhadas).
GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

GRUPO-3 (Exercícios de GABARITO)

TEMA II: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA


Unidade 2.1. Sistema de Coordenadas Cartesiano.
Unidade 2.2. Distância entre Dois Pontos.

52
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Unidade 2.3. A recta.


Unidade 2.4 Posições Relativas de Duas Rectas
Unidade 2.5. Perpendicularidades. .

Unidade Temática 2.1: Sistema de


Coordenadas Cartesiano
Introução

O "Sistema de Coordenadas Cartesianas" é um esquema reticulado


necessário para especificar pontos num determinado "espaço", com n
dimensões.

É chamado de cartesiano em homenagem a seu criador, o matemático


e filósofo francês René Descartes (1596-1650), cujos trabalhos
permitiram o desenvolvimento de áreas científicas como a geometria
analítica, a euclidiana, o cálculo e a cartografia.

Sua contribuição mais duradoura é a geometria analítica, isto é, a união


da geometria com a álgebra, que permite construir gráficos a partir de
equações.

Em 1619, ele percebeu que a idéia de determinar posições utilizando


rectas, escolhidas como referência, poderia ser aplicada à matemática.
Para isso usou rectas numeradas, ou seja rectas em que cada ponto
corresponde a um número e cada número corresponde a um ponto,
definindo desta maneira, um sistema de coordenadas na recta.

Postulado da Régua

Esse postulado nos fornece uma régua infinita que pode ser colocada
em qualquer reta e que pode ser utilizada para medir a distância entre
dois pontos quaisquer.

Os pontos de uma reta podem ser postos em correspondência


biunívoca com os números reais, ou seja:

a cada ponto da reta corresponde exatamente um número real,

a cada número real corresponde exatamente um ponto da reta.

A distância entre dois pontos quaisquer será definida como o valor

53
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

absoluto da diferença dos números reais a eles associados.

Uma correspondência desse tipo é chamada de sistema de


coordenadas. Assim, o número correspondente a um dado ponto é
chamado de coordenada desse ponto.

Para definir um sistema de coordenadas na reta, escolhe-se um dos


seus pontos como a origem do sistema. A esse ponto, geralmente
denominado pela letra o , é associado o número zero, que será a sua
coordenada. Então, fixa-se uma unidade de medida, por exemplo,
centímetros, e a coordenada de cada ponto (p) da reta, é determinada
pela medida do segmento op, ou seja, desde a origem até o ponto: x1 =
op centímetros.

Se, conforme a figura abaixo, o ponto d está à direita da origem, sua


coordenada será od e, portanto, positiva. Por outro lado, se o ponto e
está à esquerda de o, sua coordenada será dada por -oe, sendo
negativa.

Mas, como o plano tem duas dimensões, para localizar os pontos é


necessário dois números. Descartes resolveu este problema usando
duas retas numeradas, perpendiculares, cuja intersecção chamou de
origem.

Comumente, usa-se uma dessas retas, horizontal, com a direção


positiva para a direita que é denominada eixo x ou eixo das abscissas. A
outra reta é vertical com a direção positiva para cima, e é chamada eixo
y, ou eixo das ordenadas, dividindo o plano em quatro regiões,
denominadas quadrantes, indicados no seguinte esquema pelos
números 1, 2, 3 e 4:

Assim, o primeiro quadrante (1) é o conjunto de todos os pontos (x, y)


do plano para os quais x > 0 e y > 0; o segundo quadrante é o conjunto
de todos os pontos (x, y) do plano para os quais X < 0 e y> 0 e assim por

54
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

diante.

Portanto, cada ponto P do plano fica associado um par de números (x,


y), que são as coordenadas deste ponto. O número x mede a distância
orientada do ponto P ao eixo y e é chamado abscissa desse ponto, e o
número y mede a distância orientada do ponto P ao eixo x e é a sua
ordenada. Se P tem coordenadas x e y é identificado por P(x, y). Diz-se
que as coordenadas de um ponto formam um par ordenado de
números reais.

É importante lembrar que a ordem na qual as coordenadas são escritas


é importante. Por exemplo, o ponto de coordenadas (1, 2) é diferente
do ponto de coordenadas (2, 1).

Observando o esquema, todo ponto P determina um par ordenado de


números reais e, reciprocamente, todo par ordenado de números reais
(x, y) determina um único ponto do plano. Então, há uma
correspondência biunívoca os pares ordenados de números reais e
entre os pontos do plano. Uma correspondência desse tipo é
denominada um sistema de coordenadas no plano.

O plano, munido deste sistema de coordenadas, geralmente é chamado


plano coordenado ou plano cartesiano e é denotado pelo símbolo R2.

Deve-se ressaltar que, para estabelecer um sistema de coordenadas no


plano é necessário:

escolher duas retas de referência que não precisam ser,


necessariamente, ortogonais.

estabelecer o ponto de interseção destas retas será a origem do


sistema de coordenadas.

estabelecer a unidade de medida a fim de que se possa graduar as


duas retas e indicar claramente esta escala.

55
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Assim, a posição de qualquer ponto do plano será determinada por um


par de números (x, y) os quais indicam as distâncias deste ponto às retas
de referência. Estas distâncias são medidas, usando-se a escala
estabelecida, a partir de retas paralelas às duas retas de referência que
determinam a malha coordenada.

Na mesma época de Descartes, um outro francês, Pierre Fermat


(1601-1665) também chegou aos mesmos princípios, isoladamente.
Portanto, na realidade, o estabelecimento das bases da Geometria
Analítica deve-se a ambos (René Descarte e Pierre Fermat)..

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender e esclarecerr: a origem e necessidade do


Objectivos Sistema de Coordenadas Cartesiano;
específicos
▪ Cinstruir: o Sistema de Coordenadas Cartesiano;

▪ Representar e localisar: pontos no plano;

▪ Conhecer e identificar: as propriedades do


Sistema de Coordenadas Cartesiano;

▪ Ter domínio: sobre Planos +rimários, cálculo de


normas (distâncias antre pontos quer em 2D, quer
em 3D;

56
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Sistema de coordenadas
cartesiano

Coordenadas cartesianas de alguns pontos do plano.

Chama-se Sistema de Coordenadas no plano cartesiano ou espaço


cartesiano ou plano cartesiano um esquema reticulado necessário para
especificar pontos num determinado "espaço" com dimensões.
Cartesiano é um adjetivo que se refere ao matemático francês e filósofo
Descartes que, entre outras coisas, desenvolveu uma síntese

da álgebra com a geometria euclidiana. Os seus trabalhos permitiram o


desenvolvimento de áreas científicas como a geometria analítica, o
cálculo e a cartografia.

A ideia para este sistema foi desenvolvida em 1637 em duas obras de


Descartes:

• Discurso sobre o método


o Na segunda parte, Descartes apresenta a ideia de
especificar a posição de um ponto ou objecto numa
superfície, usando dois eixos que se intersectam.
• La Géométrie
o onde desenvolve o conceito que apenas tinha sido
referido na obra anterior.

Um sistema de referência consiste em um ponto de orígem, direção e


sentido, isto pode ser obtido de diversas formas, como já tivemos
oportunidade de estudar anteriormente, porém, o sistema de
coordenadas cartesianas é o mais próximo do mundo real, ele nos

57
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

permite observar as formas da maneira mais aproximada possível do


nosso modo de ver o universo.

Propriedades
Com base nestes princípios, imaginemos que o nosso universo é uma
linha, ou seja, imagine se não pudéssemos enxergar mais que uma
direção e dois sentidos, então nessa linha teríamos um ponto de
partida, ao qual chamamos de orígem, ao passo que temos dois lados
para ir, adotamos a convenção em que o sinal nos informa o sentido em
que caminhamos, para a direita -> +, para a esquerda -> -, cada ponto
sobre a reta tem uma distância da orígem, à qual chamamos amplitude,
ou módulo... desta forma, temos o nosso sistema bem caracterizado.
Um sistema de referência como tal é chamado de sistema em uma
dimensão, porém não é algo muito útil, no entanto se adicionarmos
mais uma reta na orígem, formando um ângulo reto com a reta anterior,
poderemos referenciar uma segunda direção, agora temos um sistema
em duas dimensões, que nos permite localizar um ponto acima e
abaixo, além da direita ou esquerda... Se fizermos a mesma analogia e
colocarmos uma terceira reta sobre a orígem do sistema anterior,
fazendo um ângulo reto com ambas as retas anteriores, poderemos
localizar um objeto para frente ou para trás, além de acima ou abaixo e
além da direita e esquerda, então teremos um sistema em três
dimensões.

A convenção mais usada nos sistemas de referência, estabelece que

os sentidos: Para frente, para a direita e para cima são positivos e os


seus opostos são negativos.

Um sistema de coordenadas tridimensionais pode ser obtido através


desta estrutura de três eixos que se interceptam em um único ponto,
ao qual chamamos de origem e que também marca uma distinção
angular entre os eixos, fazendo com que cada um seja reto em relação
aos vizinhos. Nos sentidos positivos coloca-se uma seta para indicar a
progressão crescente dos valores. Num sistema como este cada eixo
recebe o nome associado a variável que é expressa, ou seja, ,
que representam as três direções do sistema.

58
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Localização de pontos

Coordenadas cartesianas

Agora observe o sistema acima, nele podemos observar a distribuição


das variáveis em seus eixos, note que o eixo vertical correspondente à
altura é convencionado como eixo , o horizontal, correspondente à
largura é convencionalmente chamado de eixo , enquanto que o
último, na diagonal, correspondente à profundidade, é chamado de
eixo , cada segmento de eixo partindo da orígem gera um octante,
visto que o sistema tem oito subplanos partindo da origem.

A tripla ordenada no formato , corresponde a um único ponto


no sistema, o qual é encontrado através do reflexo dos valores nos
eixos, da seguinte forma:

Se desejarmos encontrar o ponto localizamos o valor 3 no eixo


, depois o zero no eixo , estes dois valores determinam uma linha
sobre o eixo , depois localizamos o valor 5 no eixo e traçamos uma
subreta paralela à linha que encontramos anteriormente, nesta altura,
no lado oposto ao eixo na direção da subreta está o ponto.

Por outro lado se desejarmos encontrar o ponto


localizamos o valor -5 no eixo , depois o -5 no eixo , estes dois
valores determinam um plano sobre os eixos e , depois localizamos
o valor 7 no eixo e traçamos um subplano paralelo ao plano
anteriormente encontrado, nesta altura, no lado oposto ao eixo , na
direção do encontro das duas subretas que definem o plano, está o
ponto.

59
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Planos primários
Definimos planos primários como o conjunto de pontos sobre o gráfico
que estão equidistantes dos planos formados por qualquer combinação
de dois eixos.[2]

Suponha que definimos um dos valores da tripla ordenada, por


exemplo:

• ou,
• ou,
• .

Onde é uma constante.

Temos, em cada caso, um plano definido como paralelo ao plano dos


dois eixos restantes, pois qualquer valor que seja dado às demais
variáveis da tripla ordenada será projetado sobre o plano que foi
definido.

Distância entre pontos


Em um sistema bidimensional temos a distância entre dois pontos
definida como:

Para um sistema tridimensional a analogia segue o mesmo raciocínio, o


que nos revela a seguinte fórmula:

Comprovação:

No plano a distância entre os dois pontos do subplano é


, para obter a distância no espaço, precisamos encontrar a
distância ., mais precisamente a distância do ponto extremo,
resultante do encontro dos valores de e , com o valor em . Esta
distância corresponde a , logo:

60
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

O que define o seu valor após a substituição de , resultando na


fórmula definida anteriormente.[2]

A esfera
Por definição, a esfera é o conjunto de todos os pontos no espaço que
estão equidistantes de um ponto específico, ao qual denominamos
centro. Considerando que as coordenadas de qualquer ponto são
e que podemos especificar um ponto de coordenadas
, a distância entre os pontos é:

Definimos , que é o raio da esfera, conseqüentemente:

Quaisquer conjuntos de pontos que constituem uma esfera também


são delimitadores de um espaço no interior da mesma que gera um
volume, o qual pode ser calculado pelo cálculo de volumes com a
técnica de secionamento por Lâminas paralelas;

Sumário

Nesta Unidae Temática 2.1. aprendemos estudar:

• 1 Propriedades
o 1.1 Localização de pontos
o 1.2 Planos primários
o 1.3 Distância entre pontos
o 1.4 A esfera

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Com base no gráfico abaixo indique o valor lófico das questoes que se seguem

61
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

1. As coordenadas do Ponto A são (2; 2)


2. As coordenadas do Ponto B são (-2; -1)
3. Os pontos A, E e E têm a mesma ordenada
4. As coordenadas do Ponto H são (0; -1)
5. As coordenadas do Ponto F são (2; -1)
6. Os pontos B e F têm a mesma abcissa
7. Os pontos A e B têm a mesma abcissa

Respostas
1.F, 2.V, 3.V, 4. F, 5. V, 6. F, 7. V

Unidade 2.2. Distância entre Dois Pontos


Introução

A distância permeia todos os conceitos da geometria analítica, pois


nesta área da matemática temos a relação de elementos geométricos
com os algébricos, e o elemento básico da geometria é o ponto.

Um dos conceitos básicos que vimos na geometria é que a menor


distância entre dois pontos é dada por uma reta, contudo, na geometria
analítica esses pontos recebem coordenadas no plano cartesiano e por
meio dessas coordenadas podemos encontrar o valor da distância entre
dois pontos.

62
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Nesta Umnidade Temática 2.2 com dissemos, nos debruçaremos mais


sobre disância entre dois pontos.
Portanto, teremos que a distância entre os pontos A e B será a medida
do segmento que tem os dois pontos como extremidade. Por se tratar
de dois pontos quaisquer, representaremos as
coordenadas desses pontos de maneira genérica.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Rever e Consolidar: Conceitos de menor distância entre pontos, entre um


Objectivos ponto e um Plano e entre um ponto e uma recta;
específicos
▪ Organizar: um sistema de controle adequado à empresa;

▪ Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por


meio de demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da
empresa;

▪ Analisar: os demonstrativos financeiros com a finalidade de apuração dos


resultados obtidos pela empresa;

▪ Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os


pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros e
alertando para eventuais problemas;

▪ Entender e aplicar na prática os princípios e natureza da contabilidade Geral;

Distância entre Dois Pontos

Dado o plano cartesiano, vamos estabelecer a distância entre os


pontos A e B.

63
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Podemos observar que os pontos possuem coordenadas, sendo o


ponto A (xa,ya) e B (xb,yb), note a formação do triângulo retângulo ABC,
onde os lados BC: cateto, AC: cateto e AB: hipotenusa.

Verificamos que a distância entre os pontos A e B é a hipotenusa do


triângulo retângulo, que pode ser calculada aplicando o Teorema de
Pitágoras. Com o auxílio da Álgebra e de conhecimentos geométricos
podemos generalizar e construir uma fórmula que determine a
distância entre dois pontos no plano, conhecendo suas coordenadas.

Cateto BC: yb – ya
Cateto AC: xb – xa
Hipotenusa AB: distância (D)

Pelo Teorema de Pitágoras temos: “o quadrado da hipotenusa é igual


à soma dos quadrados dos catetos”

Exemplo 1

Dados os pontos A (2,-3) e B (4,5), determine a distância entre eles.

xa: 2
xb: 4
ya: -3
yb: 5

64
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Exemplo 2

Calcule a distância entre os pontos P(-2,3) e Q(-5,-9).

xa: -2
xb: -5
ya: 3
yb: -9

Sumário

Nesta Unidade Temática 2.2 estudamos:

Distância entre dois pontos

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Com base no gráfico abaixo indique o valor lófico das questoes que se
seguem

65
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

1. Os pontos A e E são equidistantes em relação ao ponto C


2. A distância entre os pontos B e F em relação ao ponto G é a mesma
3. A distância entre os pontos A e D é 1
4. A distância entre os pontos D e E é 1
5. A distância entre os pontos D e E é 1
6. A distância entre os pontos E e F é 3
Respostas
1. V, 2.V, 3. F, 4. V, 5. V, 6. F

Represente no plano cartesiano, os seguintes pontos:


a) A(1,3) c) C(0,4)
b) B(-1,-2) d) D(2,0)

RESPOSTAS

a) b) c) d)

Distância entre dois pontos

66
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

2) Calcule a distância entre os seguintes pares de pontos:


a) (2,3) e (2,5) c) (0,6) e (1,5)
b) (2,1) e (-2,4) d) (6,3) e (2,7)

RESPOSTAS

a) b)

c) d)

Ponto Médio

3) Calcule o ponto médio do segmento AB nos seguintes casos:


a) A(2,6) B(4,10) c) A(3,1) B(4,3)
b) A(2,6) B(4,2) d) A(2,3) B(4,-2)

RESPOSTAS
a) b)

c) d)

67
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Baricentro de um Triângulo

4) Determine as coordenadas do baricentro do triângulo de vértices:


a) A(3,1); B(2,6); C(4,2) b) A(1,0); B(-2,4); C(3,-5)

RESPOSTAS

a) b)

Área de um Triângulo

5) Determine a área do triângulo ABC nos casos:


a) A(1,-1) B(2,1) C(2,2)
b) A(3,4) B(-2,3) C(1,1)

(Sem respostas). Tente encontrar resposta sem ajuda explícita.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Respostas detalhes)

68
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

1. Calcule a distância entre os pontos A(-2,3) e B(1,5).


2) Se um ponto P do eixo das abscissas é equidistante dos pontos A(1,4) e B( -
6,3), a abscissa de P vale:
a) -2
b) -1
c) 0
d) 1
e) 3
3) A distancia entre os pontos A( -2,y) e B(6,7) é 10. O valor de y é
a) -1
b) 0
c) 1 ou 13
d) -1 ou 10
e) 2 ou 12

4) Um ponto material móvel desloca-se no plano


cartesiano e suas coordenadas variam em função do tempo t (t ≥0). A distância
percorrida pelo ponto material móvel entre o ponto A para t = 0 e o
ponto B para t = 6, é:

Unidade 2.3. A Recta


Introução

Entre os pontos de uma recta e os números reais existe uma


correspondência biunívoca, isto é, a cada ponto de recta corresponde
um único número real e vice-versa.
Considerando uma recta horizontal x, orientada da esquerda para
direita (eixo), e determinando um ponto O dessa recta ( origem) e um
segmento u, unitário e não-nulo, temos que dois números inteiros e
consecutivos determinam sempre nesse eixo um segmento de recta de
comprimento u:

69
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Medida algébrica de um segmento


Fazendo corresponder a dois pontos, A e B, do eixo x os números reais
xA e xB , temos:

A medida algébrica de um segmento orientado é o número real que


corresponde à diferença entre as abscissas da extremidade e da origem
desse segmento.

Plano cartesiano
A geometria analítica teve como principal idealizador o filósofo
francês René Descartes ( 1596-1650). Com o auxílio de um sistema de
eixos associados a um plano, ele faz corresponder a cada ponto do
plano um par ordenado e vice-versa.
Quando os eixos desse sistemas são perpendiculares na origem, essa
correspondência determina um sistema cartesiano ortogonal ( ou plano
cartesiano). Assim, há uma reciprocidade entre o estudo da geometria
(ponto, recta, circunferência) e da Álgebra (relações, equações etc.),
podendo-se representar graficamente relações algébricas e expressar
algebricamente representações gráficas.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir: e representar geométrica e


Objectivos analiticamente uma recta;
específicos
▪ Identificar: os deferentes tipos de rectas;

▪ Identificar: recta(s) na vida real;

70
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

A recta

A recta, como o meu professor dizia, é um ponto em movimento.

O que são os traços da recta?


O traço frontal de uma recta (ponto F) é o ponto onde a recta intersecta
o Plano Frontal de Projecção, e o traço horizontal (ponto H) é o ponto
onde a recta intersecta o Plano Horizontal de Projecção.
O que são os pontos notáveis de uma recta?
O ponto Q é o ponto onde a recta intersecta com o β1/3, o ponto I é o
ponto onde a recta intersecta o β2/4.

Alfabeto da Recta

A recta de nível ou horizontal é paralela ao Plano Horizontal de


Projecção,o que significa que não tem traço horizontal, e obliqua ao
Plano Frontal de Projecção. A sua projecção frontal (n2) fica paralela a
x.
Todos os pontos dessa recta estão na mesma projectante frontal, isto
é, todos os pontos têm a mesma cota.

71
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

A recta frontal ou de frente é paralela ao Plano Frontal de Projecção, o


que significa que não tem traço frontal, e obliqua ao Plano Horizontal
de Projecção. A sua projecção horizontal (f1) fica paralela a x.
Todos os pontos pertencentes à recta estão na mesma projectante
horizontal, isto é, têm o mesmo afastamento

A recta fronto-horizontal é duplamente paralela, ou seja, é paralela ao


Plano Horizontal e Frontal de Projecção, o que significa que esta recta
não tem traço horizontal nem traço frontal. As duas projecções são
paralelas a x. Os pontos pertencentes à recta estão na mesma
projectante frontal e horizontal, pois, têm todos o mesmo afastamento
e a mesma cota, o que muda é a abcissa.

A recta de topo é paralela ao Plano Horizontal de Projecção, o que


significa que não tem traço horizontal, e perpendicular ao Plano Frontal
de Projecção. A projecção horizontal da recta é perpendicular a x e a
projecção frontal é um ponto. Todos os ponto pertencente a recta estão
na mesma projectante frontal, ou seja, têm todos a mesma cota.

72
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

A recta vertical é paralela ao Plano Frontal de Projecção, o que significa


que não tem traço frontal, e perpendicular ao Plano Horizontal de
Projecção. A sua projecção frontal fica perpendicular a x e a projecção
horizontal é um ponto. Todos os pontos nesta recta têm o mesmo
afastamento porque estão na mesma projectante horizontal.

A recta obliqua é obliqua aos Planos de Projecção, o que significa que


tem os dois traços, tanto o frontal como o horizontal. Ambas as
projecções da são obliquas a x.

A recta de perfil é obliqua aos Planos de Projecção e paralela ao Plano


de Perfil, tem o traço horizontal como o traço frontal da recta. Tem as
suas projecções são coincidentes e perpendiculares ao eixo x. Não fica
definida somente pelas suas projecções, precisamos das projecções de
dois pontos.

73
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

A recta passante obliqua é obliqua ao Plano de Perfil. A recta passa


pelo eixo x, o que significa que os traços e os pontos notáveis da recta
estão todos em x, e ambas as projecções da recta intersectam em x.

Igual à recta passante obliqua, só que esta é paralela ao Plano de


Perfil.
A Recta na vida real

74
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Se considerarmos a parede da frente o nosso Plano Frontal de


Projecção, então a recta a (verde) é uma recta frontal, a recta b
(vermelha) é uma recta vertical e a recta c (azul) é uma recta fronto-
horizontal.

Se a parede da frente for considerada o nosso Plano Frontal de


Projecção e a parede lateral for o nosso Plano de Perfil de Projecção,
então a recta a (azul) é uma recta fronto-horizontal, a recta b (verde) é
vertical e a recta p (vermelha) é de perfil.

A recta azul é uma recta obliqua e a laranja é uma recta de perfil.

Como saber se um ponto pertence á recta?

75
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Para um ponto pertencer a uma recta tem obrigatoriamente de a


projecção 1 do ponto estar sob a projecção 1 da recta e a projecção 2
do ponto estar sob a projecção 2 da recta.

O Ponto H, F e B são os únicos pontos pertencentes à recta, porque o


ponto A, tem as projecções contrárias as projecções da recta, o ponto C
só a projecção frontal é coincidente com a projecção frontal da recta e
o ponto D, só a projecção horizontal é coincidente com a projecção
horizontal da recta.

Regra:
As projecções do mesmo nome do Ponto têm de pertencer às
projecções do mesmo nome da Recta.

Como achar os traços e os pontos notáveis da recta?

Se seguirmos a projecção 1(horizontal) da recta quando ela intersecta x


encontramos aí o F1, fazemos linha de chamada prependicular a x e
quando intersectar a projecção 2 (frontal) temos F2. Se fizermos o
mesmo com a projecção frontal, quando intersectar x, temos H2.
Quando as duas projecções da recta se intersectam, temos aí o ponto I.

76
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Se unirmos de H1 a F2 teremos uma linha que quando intersectar x


temos o Q0, desse modo, fazemos uma linha de chamada prependicular
a x, onde a linha de chamada intersectar a2, termos, então, Q2, e
quando intersectar a1, temos Q1.

Outra maneira de determinar o Q

Normalmente, para acharmos o ponto Q, unimos H1 a F2, e quando a


recta não tem um dos traços? Por exemplo, nas rectas de nível,
calculamos o ângulo que a projecção horizontal faz com o eixo x,
e traçamos uma linha auxiliar com o mesmo ângulo para cima, onde a
linha auxiliar intersectar a projecção frontal, temos Q2.

O que acontece quando uma recta não tem Q?

Por exemplo, uma recta passante, que tenha as projecções a fazerem o


mesmo ângulo com x, significa que não tem Q, ou melhor, esta recta
pertence ao β1/3.
Quando não tem Q, significa que a recta ou pertence ao β1/3, ou é
paralela a ele.

Que acontece quando a recta não tem I?

77
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Uma recta tem as projecções paralelas entre si, significa que só se irão
cruzar no infinito (nunca), ou seja, a recta não tem ponto I, significa que
ou a recta pertence ao β2/4 ou é paralela a ele, como no exemplo
acima.

Rectas Paralelas
Duas rectas para serem paralelas têm de obrigatoriamente ter as
projecções do mesmo nome paralelas entre si.

Rectas concorrentes

78
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Duas rectas para serem concorrentes têm de ter um ponto em comum.

Rectas Ortogonais
Por exemplo, numa recta de nível, olhamos para a projecção horizontal
e parecem concorrentes, mas depois olhando para a projecção frontal
vemos que elas não se cruzam realmente, pois possuem cota diferente.
Isto é, duas rectas ortogonais, são aquelas que vistas numa projecção
parece que fazem um ângulo de 90º(somente são ortogonais se fizerem
90º) e na realidade não se tocam.

79
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

E nas rectas frontais:

Como definir o percurso da recta?

Fazendo duas rectas paralelas a x, puxasse as linhas auxiliares dos traços


e dos pontos notáveis da recta. Na linha de cima insere-se os diedro, na
linha de baixo os octantes. No final carregasse a recta que está no I
diedro.

80
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Sumário

Nesta Unidade Temática 2.3. estudamos:


A Recta;
Alfabeto da Recta:
A Recta Frontal;
A Recta Fronto-Horizontal;
A Recta do topo
Recta na vida Real

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O valor de k para que a equação kx – y – 3k + 6 = 0 represente a reta que


passa pelo ponto (5,0) é:
a) 3
b) -3
c) -6
d) 6

2. Seja a recta cuja equação é dada por y – 2x -10 = 0, é correto afirmar que
essa reta passa por quais dos dois pontos citados a seguir?
a) A(5 ; 0) e B(-20 ; 35).
b) C(12 ; 21) e D(0 ; 20).
c) E(14 ; -15) e F(-7 ; 7).
d) G(5 ; 30) e H(0,5 ; 4).
e) A(0 ; 10) e B(-13 ; -16).

3. O coeficiente angular da reta cuja equação é 4x+ 2 y – 7 = 0 é igual a:


a) 0,5
b) -0,5
c) 2
d) -2

81
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Respostas
1. Como queremos que a recta passe pelo ponto (5, 0), vamos substituir na
equação os valores de x e y.
kx – y – 3k + 6 = 0
k.5 – 0 – 3k + 6 = 0
5k – 3k + 6 = 0
2k = -6
k = -6/2
k = -3
Resposta: B

2. A única forma de achar a resposta correta e testar cada uma das opções,
onde ambos os pontos devem pertencer à reta.

a) A(5 ; 0) e B(-20 ; 35).


Testando o ponto A
y – 2x -10 = 0
0 – 2.5 – 10 = 0
-20 = 0 (Falso)
Conclusão: O ponto A não pertence à reta.

b) C(12 ; 21) e D(0 ; 20).


Testando o ponto C
y – 2x -10 = 0
21 – 2.12 – 10 = 0
21 – 24 – 10 = 0
-13 = 0 (Falso)
Conclusão: O ponto C não pertence à reta.

c) E(14 ; -15) e F(-7 ; 7).


Testando o ponto E
y – 2x -10 = 0
-15 – 2.14 – 10 = 0
-15 – 28 – 10 = 0

82
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

-53 = 0 (Falso)
Conclusão: O ponto E não pertence à reta.

d) G(5 ; 30) e H(0,5 ; 4).


Testando o ponto G
y – 2x -10 = 0
30 – 2.5 – 10 = 0
30 – 10 – 10 = 0
10 = 0 (Falso)
Conclusão: O ponto G não pertence à reta.

e) A(0 ; 10) e B(-13 ; -16)

Testando o ponto A
y – 2x -10 = 0
10 – 2.0 – 10 = 0
10 – 0 – 10 = 0
0 = 0 (Verdadeiro)
Conclusão: O ponto A pertence à reta.

Testando o ponto B
y – 2x -10 = 0
-16 – 2.(-13) – 10 = 0
-16 + 26 – 10 = 0
0 = 0 (Verdadeiro)
Conclusão: O ponto B pertence à reta.
Resposta: E

3. Para descobrirmos o coeficiente angular de uma reta, basta que saibamos a


equação reduzida.
A questão apresentou a equação geral da reta. Podemos transformá-la na
forma reduzida apenas isolando y. Veja:
4x+ 2 y – 7 = 0
2y = -4x + 7

83
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

y = (-4x + 7) / 2
y = -2x + 7/2

Daí, o coeficiente angular é igual a -2.


Resposta: D

84
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

01. (FEI) As retas 2x - y = 3 e 2x + ay = 5 são perpendiculares. Então:

a) a = -1
b) a = 1
c) a = -4
d) a = 4
e) n.d.a.

02. Determinar a reta perpendicular a 2x - 5y = 3 pelo ponto P(-2; 3).

03. (USP) A equação da reta que passa pelo ponto (3; 4) e é paralela à bissetriz do
2° quadrante é:

a) y = z - 1
b) x + y - 7 = 0
c) y = x + 7
d) 3x + 6y = 3
e) n.d.a.

04. Determinar o ponto B simétrico de A(-4; 3) em relação à reta x + y + 3 = 0.

05. Determinar a reta perpendicular à reta de equação x + 2y - 3 = 0 no seu ponto


de abscissa igual a 5.

06. Determinar a equação da mediatriz do segmento de extremos A(-3; 1) e B(5;


7).

07. As retas (r) 2x + 7y = 3 e (s) 3x - 2y = -8 se cortam num ponto P. Achar a


equação da reta perpendicular a r pelo ponto P.

08. As retas 3x + 2y - 1 = 0 e -4x + 6y - 10 = 0 são:

a) paralelas
b) coincidentes
c) perpendiculares
d) concorrentes e não perpendiculares

85
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

e) n.d.a.

09. (USP) A equação da reta passando pela origem e paralela à reta determinada
pelos pontos A(2; 3) e B(1; -4) é:

a) y = x
b) y = 3x - 4
c) x = 7y
d) y = 7x
e) n.d.a

10. Os pontos P(x, y) tais que | x | + | y | = 4 constituem:

a) um par de retas
b) um par de semi-retas
c) o contorno de um quadrado
d) quatro retas paralelas
e) o contorno de um triângulo

Respostas/Resolução:

01. D

02. D

03. B

04. B = (-6; 1)

05. 2x - y - 11 = 0

06. 4x + 3y - 16 = 0

07. 7x - 2y + 16 = 0

08. C

09. D

10. C

86
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Unidade Temática 2.4. Posição Relativa de duas


Rectas.
Introução

As figuras planas e espaciais são formadas pela intersecção de retcas e


planos pertencentes ao espaço. Dentre as posições relativas, podemos
destacar:

Posição relativa entre duas rectas

Nesta Unidade Temática iremos analizar e discutir casos de duas rectas


distintas a assumirem as seguintes posições relativas no espaço:

Rectas paralelas: duas rectas são paralelas se pertencerem ao mesmo


plano (coplanares) e não possuírem ponto de intersecção ou ponto em
comum.

Rectas coincidentes: pertencem ao mesmo plano e possuem todos os


pontos em comum.

Rectas concorrentes: duas retas concorrentes possuem apenas um


ponto comum. Não é necessário que pertençam ao mesmo plano.

87
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Identificar elemento visual: linha e formas geométricas;

▪ Explorar: os termos rectas paralelas e rectas perpendiculares;


Objectivos
específicos
▪ Identificar: rectas na victa real, profissional, nas obras de engenharia (estrada,
pontes, edifícios, etc);

▪ Construir: desenhos utilizando as formas geométricas;

▪ Identificar: a localização em mapas;

Posições relativas de duas Rectas


Considere duas rectas distintas do plano cartesiano:

Podemos classificá-las como paralelas ou concorrentes.

Rectas Paralelas

As retas r e s têm o mesmo coeficiente angular.

Assim para r//s, temos:

88
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Rectas Concorrentes

As retas r e s têm coeficientes angulares diferentes.

Assim para r e s concorrentes, temos:

Rectas Perpendiculares/Ortogonais

É um caso particular de reta concorrente. Duas retas são ditas


perpendiculares quando os seus coeficientes angulares são tais que:

Sumário

Nesta Unidade Temática 2.4. estudamos:


1. Rectas Paralelas e;
2. Rectas Concorrentes

89
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Exercícios

1. Indique a recta paralela a y=3x-3?


a) y=2x-3
b) y=3x+1
c) y=-3x
d) y=-2x+3
2. Indique a recta paralela a y=0.5x-9?
a) y=2x-3
b) y=3x+1
c) y=-3x
d) y=(1/2)x+3

Indique o valor lógico


3. As rectas 2y=4x-1 e y=x são paralelas
4. As rectas y=-3x-1 e y=-x+1 são decrescentes
5. As rectas y=-2x-1 e y=7x+4 são decrescentes
6. As rectas y=5x-1 e y=5x+3 são incidentes

Respostas
1. b) e 2. d), 3. F, 4. V, 5. F, 6. F

1. Verifique o posicionamento da reta r, dada pela equação 2x + y – 1 = 0


em relação à circunferência de equação x² + y² + 6x – 8y = 0.

2. Dada a reta s representada pela equação 2x – y + 1 = 0 e a circunferência


de equação
x² + y² – 2x = 0, determine a posição relativa entre elas.

3. Determine o valor de w sabendo que a reta de equação x – y + w = 0 é


tangente à circunferência de equação x² + y² = 9.

4. Determine o comprimento da corda determinada pela intersecção da


reta r, de equação x + y – 1 = 0, com a circunferência de equação x² + y² +
2x + 2y – 3 = 0.

90
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

5. A distância entre os pontos de intersecção da reta com a circunferência


x² + y² = 400 é:

a) 16√5
b) 4√5
c) 3√3
d) 4√3
e) 5√7

6. O valor de k que transforma a equação x² + y² – 8x + 10y + k = 0 na


equação de uma circunferência de raio 7 é:

a) –4
b) –8
c) 5
d 7
e) –5

Resposta Questão 1

Determinar as coordenadas do centro da circunferência é a medida do


raio:

x² + y² + 6x – 8y = 0
x² + 6x + y² – 8y = 0

x² + 6x → completando o trinômio
x² + 6x + 9 = (x + 3)²

y² – 8y → completando o trinômio
y² – 8y + 16 = (y – 4)²

x² + 6x + y² – 8y = 0
x² + 6x + 9 + y² – 8y + 16 = 9 + 16
(x + 3)² + (y – 4)² = 25

91
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

A fórmula geral de uma equação da circunferência é dada por (x – a)² + (y –


b)² = r², dessa forma:

Coordenadas do centro: (–3; 4)


Medida do raio: 5

Determinando a distância entre o centro e a reta


Reta r: 2x + y – 1 = 0

Temos que a distância é menor que o raio, pois 1,3 < 5. Dessa forma, a
recta é secante à circunferência.

Resposta Questão 2

Vamos estabelecer um sistema entre as duas equações:

Reta: 2x – y + 1 = 0
Circunferência: x² + y² – 2x = 0

Resolvendo o sistema pelo método da substituição:

Isolando y na 1ª equação:

2x – y + 1 = 0
– y = –1 – 2x
y = 1 + 2x

Substituindo y na 2ª equação:

x² + (1 + 2x)² – 2x = 0
x² + 1 + 4x + 4x² – 2x = 0
5x² + 2x + 1 = 0

92
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

∆ = b² – 4ac
∆ = 2² – 4 * 5 * 1
∆ = 4 – 20
∆ = –16

Quando ∆ < 0, a equação não possui raízes. Dessa forma o sistema não
possuirá soluções. Portanto, a reta é externa à circunferência.

• Resposta Questão 3

Se a reta é tangente à circunferência, temos que a distância do centro até


a reta possui a mesma medida do raio.

Em razão da equação x² + y² = 9, podemos dizer que o centro corresponde


a (0; 0) e o raio igual a 3, pois x² + y² = 9 → (x + 0)² + (y + 0)² = 3².

Distância do centro (0; 0) à recta x – y + w = 0, onde a = 1, b = –1 e c = w:

Calculando w de acordo com d = r:

O valor de w é igual a + 3√2 ou –3√2.

• Resposta Questão 4

93
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

AB = medida da corda
CM = distância entre centro e reta
AM = metade da medida da corda → AB/2.

No triângulo AMC aplicaremos o teorema de Pitágoras, mas para isso


precisaremos determinar a distância CM e o raio da circunferência, dado
por CA.

Centro da circunferência

x² + y² + 2x + 2y – 3 = 0
x² + 2x + y² + 2y = 3
x² + 2x + 1 + y² + 2y + 1 = 3 + 1 + 1
(x + 1)² + (y + 1)² = 5

Centro (–1, –1) e raio = √5.


Reta: x + y – 1 = 0

94
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

A medida da corda AB de acordo com a situação proposta é AB = √2.

• Resposta Questão 5

Resolver o sistema de equações:

95
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Simplificando a 1ª equação:

Substituindo x na 2ª equação:

x² + y² = 400
x² + (20 – 2x)² = 400
x² + 400 – 80x + 4x² ¬– 400 = 0
5x² – 80x = 0
5x * (x – 16) = 0

5x = 0
x’ = 0

x – 16 = 0
x’’ = 16

Para x = 0, temos:

y = 20 – 2x
y = 20 – 2*0
y = 20

(0; 20)

Para x = 16, temos:

y = 20 – 2x
y = 20 – 2 * 16
y = 20 – 32
y = – 12

(16; –12)

96
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Os pontos de intersecção são (0; 20) e (16; –12).

Determinando a distância entre os pontos:

Resposta item a.

• Resposta Questão 6

x² + y² – 8x + 10y + k = 0

Encontrar a equação reduzida (completar os trinômios)

x² – 8x + y² + 10y = –k
x² – 8x + 4 + y² + 10y + 25 = – k + 4 + 25
(x – 4)² + (x + 5)² = –k + 41

Temos que o raio será dado por:


–k + 41 = 7²
–k = 49 – 41
–k = 8
k=8
Resposta: alternativa b.

97
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Unidade 2.5. Perpendicularidades.


Introução

Dentre as posições relativas entre planos e retas, destaca-se a


perpendicularidade que assume algumas características que a difere
das outras posições.

Cada uma dessas relações de perpendicularidade está ilustrada


abaixo:

Perpendicularidade entre rectas

Duas retas distintas pertencentes ao mesmo plano ou não serão


perpendiculares se formarem um ângulo reto no seu ponto de
encontro.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir: rectas perpendiculares;


Objectivos
específicos ▪ Reconhcer: e criar gráficos e equações de rectas perpendiculares

▪ Entender, Identificar e aplicar na prática: a perpendicularidade entre rectas e


planos e entre Planos;

Perpendicularidade

Perpendicularidade.
Em geometria, perpendicularidade é uma noção que indica se dois
objectos (rectas, Planos, etc) fazem entre si um ângulo de 90º
(Observe a figura a baixo).

98
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

• Perpendicularidade entre plano e recta

Um plano α será perpendicular a uma recta t se todas as retas


pertencentes a esse plano α e concorrentes a essa recta t (tiver um
ponto comum) forem perpendiculares à reta t.

• Perpendicularidade entre planos

Dois planos serão perpendiculares se um deles contiver uma reta que

99
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

seja perpendicular ao outro plano.

Sumário

Nesta Unidade Temática 2.5. estudamos


1. Perpendicularidade;
2. Perpendicularidade entre Plano e Recta e;
3. Peprpendicularidade entre Planos

EXERCÍCOS
1. Indique a recta perpendicular a y=0.25x+4?
a) y=2x-3
b) y=3x+1
c) y=-4x
d) y=-2x+3
2. Indique a recta perpendicular a y=-10x+7?
a) y=-0.1x-3
b) y=3x+1
c) y=-3x
d) y=(1/2)x+3
Indique o valor lógico
3. As rectas y=-2x-4 e y=0.5x formam um angulo recto
4. As rectas y=-3x-1 e y=-3x+1 formam um angulo recto
5. As rectas y=-x-1 e y=x+4 são ortogonais

100
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

6. As rectas y=5x-1 e y=5x+3 formam um angulo recto


Respostas
1. c) 2. a) 3. V, 4. F, 5. V, 6.F

• Questão 1
• Encontre a equação da recta s, perpendicular à reta t: 2x + 3y – 4 =0,
sabendo que ela passa pelo ponto P(3,4).

• Questão 2

Considere no plano cartesiano uma recta r de equação 3x + 5y +1 =0 e


um ponto Q de coordenadas (5,5). Determine a equação da recta s
perpendicular a r passando por Q.

• Questão 3

Prove que as retas s: x + 2y – 1 = 0 e r: 4x – 2y +12 = 0 são


perpendiculares.

• Questão 4

Encontre a equação da reta t que passa pelo ponto X(-1,8) e é


perpendicular à bissetriz dos quadrantes ímpares.

• Questão 5

Prove que a bissetriz dos quadrantes ímpares é perpendicular à bissetriz


dos quadrantes pares.

Respostas

• Resposta Questão 1

101
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

• Resposta Questão 2

• Resposta Questão 3

102
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

• Resposta Questão 4

• Resposta Questão 5

103
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

TEMA III: FUNÇÕES

Unidade 3.1. Funções


Unidade 3.2 Gráficos de Funções
Unidade 3.3. Propriedades de Funções.

Unidade Temática 3.1. Funções.

Introução

Função é um dos conceitos mais importantes da matemática. Existem


várias definições, dependendo da forma como são escolhidos os
axiomas. Uma relação entre dois conjuntos, onde há uma relação entre
cada um de seus elementos.
Uma função é uma aplicação entre conjuntos, de partida e de chegada.
As funções descrevem fenómenos numéricos e podem representar-se
através de gráficos sobre eixos cartesianos. O gráfico de uma função
permite ver, muito facilmente, toda a sua evolução.

104
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Porém, por vezes, pode ser mais cómodo trabalhar com a equação
(expressão analítica) ou fórmula da função, já que com ela temos à
nossa disposição o conjunto de operações que devemos aplicar à
variável independente, normalmente representada por x, para obter a
variável dependente, normalmente representada por y.
Podemos, então, imaginar que uma função é uma máquina em que
introduzimos um número x do conjunto de partida, dela saindo o
número f(x) o mesmo que y.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir: entender e interpretar funções de reais de variável real;


Objectivos
▪ Representar : graficamente funções;
específico
▪ Fazer operações: com funções;

▪ Fazer: Composição de funções;

▪ Fazer: inversão de funções;

▪ Entender e aplicar na prática: o conceito de função pá e ímpar;

Funções
Uma função é uma aplicação entre conjuntos numéricos. Para indicar
que entre dois conjuntos A e B há uma função utilizaremos a notação:

f:A B

Existem várias formas de expressar uma função:

y = ax + b

f (x) = ax + b

entre outras.

Se f for uma função e f(x) = y, diremos que y é a imagem de x pela


função e que x é o original, anti-imagem ou objecto de y pela função.

105
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Em toda a função entre dois conjuntos A B os elementos do


conjunto A recebem o nome de variável da função.

Exemplificando, tomemos a função:

f : IN Z

f(x) = 5x + 2

f (2) = 5.2 + 2 = 12; 12 IN

diremos que 12 é a imagem de 2, e que 2 é o objecto ou anti-imagem


de 12.

Funções Reais de Variável Real


Uma função real de variável real é uma função em que tanto os
elementos do conjunto de partida ou conjunto dos objectos como os do
conjunto de chegada ou conjunto imagem são números reais, isto é,
pertencem ao conjunto IR, e representa-se por:

f : IR IR

As funções f(x) = x + 3, f(x) = x2 + 2x + 1, f(x) = 3x + 1/2, são exemplos


de funções reais de variável real. Se dermos a x um valor real, ao realizar
as operações obteremos sempre um número real f(x).

Pode acontecer que nem todos os números reais tenham imagem


pela função. O conjunto formado pelos números reais que têm imagem
chama-se domínio. Em geral, uma função real de variável real tem a
seguinte expressão:

f:A R

sendo A um subconjunto de R, que irá corresponder ao domínio da


função.

106
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Representação Gráfica de uma Função


Dado que o conjunto dos números reais se pode representar sobre
uma recta, o método de coordenadas cartesianas serve para
representar funções.

Observemos os gráficos das figuras. Como podemos observar, a


variável independente x é representada sobre o eixo das abcissas e a
variável dependente y sobre o eixo das ordenadas.

107
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Operações com Funções


1. Produto de uma função por um número real

(kf )(x) = k * f(x)

O produto é uma nova função, de forma que a cada valor de x


corresponde k vezes o valor de f.

Exemplo:

f:R R

f(x) = 3x + 2

5f : R R

(5f)(x) = 5 * f(x) =

= 5 * (3x + 2) = 15x + 10

Soma de funções
Temos f(x) = 2x + 2 e g(x) = - x - 1. Se somarmos membro a membro
obtemos:

f(x) + g(x) = (2x + 2) + (-x - 1) = 2x - x +2 -1 = x + 1

(f + g) (x) = x + 1

Vamos verificar o que obtivemos:

f(1) = 2 * 1 + 2 = 4

108
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

g(1) = - (1) - 1 = -1 - 1 = -2

f(1) + g(1) = 4 + (-2) = 4 - 2 = 2

(f + g) (1) = (1) + 1 = 2

Vemos que, para cada objecto x, somando as respectivas imagens


de f(x) e de g(x) obtemos exactamente o mesmo valor que obtemos
ao calcular

(f + g) (x).

Então, em geral, podemos escrever:

(f + g) (x) = f(x) + g(x)

Produto de funções
Seguindo o mesmo procedimento que para a soma de funções,
considerando f(x) = x e g(x) = -x + 2, o produto das funções será:

(f * g) (x) = f(x) * g(x) = x*(-x + 2) = -x2 + 2x

(f * g) (x) = -x2 + 2x

Verificamos que:
f(1) = 1
g(1) = - (1) + 2 = -1 + 2 = 1
f(1) * g(1) = 1 * 1 = 1
(f * g) (1) = -(1)2 + 2 * 1 = -1 + 2 = 1

109
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Vemos que, de forma análoga ao que


ocorre com a soma de duas funções, para
cada objecto x, multiplicando as respectivas
imagens de f(x) e de g(x) obtemos
exactamente o mesmo valor que obtemos ao
calcular (f * g) (x).

Em geral, escrevemos:

(f * g) (x) = f(x) * g(x)

Composição de funções
A composição de uma função f com outra função g é uma nova
função, representada por g º f, definida por:

(g ° f) (x) = g [f(x)]

Primeiro determinamos f(x) e o resultado obtido é o objecto para a


função g. Exemplificando, seja f(x) = x + 1 e g(x) = x2 , temos (g ° f) (x) =
g [f(x)] =g [x + 1] = (x + 1)².

Mas atenção, é diferente se tivermos: (f ° g) (x) = f [g(x)] = f [x²] = x²


+ 1.

Inverso da função e função inversa


Quando temos uma função f, tal que para qualquer x do domínio
verificamos que f(x) 0, podemos dizer que existe o inverso da

110
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

função de f, e representamo-la por 1/f. Podemos ver um exemplo


representado na figura seguinte:

Se f for uma função injectiva, a função inversa de f é uma nova


função, que se representa por , em que os objectos são as
imagens dadas por f.

Seja f a função definida por y = 3x - 5, a expressão que define


determina-se resolvendo a equação y = 3x - 5 em ordem a x:

y = 3x - 5 <=> 3x = y + 5< => x = (y + 5)/3

logo vem:

O domínio da função inversa é o contradomínio ou conjunto das


imagens da função f. O gráfico da função inversa é simétrico do gráfico
de f em relação à bissectriz y = x.

111
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Função par e função ímpar


Damos o nome de função par à que é simétrica em relação ao eixo
das ordenadas, ou seja, que verifica:

f(-x) = f(x)

O gráfico de uma função par fica determinado se conhecermos a


forma que assume para os números positivos. Para visualizar este
facto vejamos as

seguintes figuras:

Damos o nome de função ímpar à função que é simétrica em relação à


origem das coordenadas, ou seja, quando se verifica que:

f(-x) = - f(x)

O gráfico de uma função ímpar fica determinado se conhecermos a


forma que assume para valores positivos. Vejamos as figuras:

112
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Função linear e função afim


As funções da forma f(x) = kx são chamadas funções lineares ou
função de proporcionalidade, onde k é uma constante numérica e nos
dá o declive da recta. O gráfico deste tipo de funções é uma recta que
passa pelo centro de coordenadas (0,0).

As funções da forma f(x) = kx + p recebem o nome de funções afins.


O seu gráfico é uma recta que não passa pelo centro de coordenadas
(0,0) e é paralela à correspondente função linear g(x) = kx. p é a
ordenada na origem ou ponto de intersecção da recta com o eixo das
ordenadas.

113
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

As funções lineares e afins são chamadas funções polinomiais do


primeiro grau.

Sumário

Nesta Unidade Temática 3.1. estudamos:


1. Conceito de função;
2. Representação gráfica de função;
3. Operações com funções;
4. Função inversa;
5. Função par e ímpar;
6. Função linear e função a fim

Exercícios de AUTOAVALIÇÃO

1. Considerando uma função real f: R → R que satisfaça à condição f(x+1) =


1/f(x), para cada x∈R, julgue os seguintes itens.
a) Se uma f função satisfaz a essa condição, então f(-2) = f(2).
b) Se, em um sistema de coordenadas cartesianas ortogonais xOy, o gráfico de
f for uma reta, então essa reta é paralela ao eixo Ox.
2. Considere que, em 2009, tenha sido construído um modelo linear para a
previsão de valores futuros do número de acidentes ocorridos nas estradas
brasileiras. Nesse sentido, suponha que o número de acidentes no ano t seja
representado pela função F(t) = At + B, tal que F(2007) = 129.000 e

114
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

F(2009) =159.000. Com base nessas informações e no gráfico apresentado,


julgue os itens a e b.
a) O valor da constante A em F(t) é superior a 14.500.
b) A diferença entre a previsão para o número de acidentes em 2011 feita pelo
referido modelo linear e o número de acidentes ocorridos em 2011 dado no
gráfico é superior a 8.000.
3. A função g(x) = 84.x representa o gasto
médio, em reais, com a compra de água mineral de uma família de 4
pessoas em x meses. Essa família pretende deixar de comprar água mineral e
instalar em sua residência um purificador de água que custa R$ 299,90. Com
o dinheiro economizado ao deixar de comprar água mineral, o tempo para
recuperar o valor investido na compra do purificador ficará entre
A. dois e três meses.
B. três e quatro meses.
C. quatro e cinco meses.
D. cinco e seis meses.
E. seis e sete meses.
4. Considere o gráfico da função. Para quais valores de x a função é crescente?

Respostas
1.
a) Vamos utilizar basicamente a relação f(x+1) = 1/f(x).
✓ f(2) = f(1+1) = 1/f(1)

115
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

✓ f(1) = f(0+1) = 1/f(0)


✓ f(0) = f(-1+1) = 1/f(-1)
✓ f(-1) = f(-2+1) = 1/f(-2)
Temos 4 relações, vamos substituir uma na outra, começando por a até chegar
em d:
f(2) = 1/f(1) = 1/1/f(0) = f(0) = 1/f(-1) = 1/1/f(-2) = f(-2)
Resposta: Afirmação correta
b)
Resolução:
Pelo exercício anterior, temos f(2) = f(0) = f(-2).
Veja que se o gráfico for uma reta, ela deve passar obrigatoriamente pelos 3
pontos que são colineares.
Resposta: Afirmação correta

2. a)
Basta observar que temos uma função afim, onde sabemos dois pontos, assim
fica fácil descobrir os valores de A e B.
1) 129000 = 2007A + B
2) 159000 = 2009A + B
1) 129000 – 2007A = B
2) 159000 – 2009A = B
Daí,
129000 – 2007A = 159000 – 2009A
2009A – 2007A = 159000 – 129000
2A = 30000
A = 30000/2 = 15000
Questão CORRETA
b)
Resolução:
Como já sabemos o valor de A, vamos agora descobrir o valor de B:
F(2009) = 159000
159000 = 2009A + B
159000 = 2009.15000 + B
B = 159000 – 30135000

116
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

B = – 29976000
Temos então que nossa função é:
F(t) = 15000t – 29976000
F(2011) = 15000.2011 – 29976000
F(2011) = 189000 e em 2011 tiveram 189000 acidentes
Questão ERRADA.

3.
Como a função afim g(x) representa o gasto médio e queremos saber quando
o investimento de 299,90 será recuperado, basta igualarmos:
84.x = 299,90
x = 299,90 / 84
x = 3,57
Logo, entre 3 e 4 meses.
Resposta: B

4.
A função é crescente para x < 2 e decrescente para x > 2.
O intervalo onde x é menor que 2 pode ser representado por ]-∞, 2[.
Observe que temos um intervalo aberto em 2 pois neste ponto a função não
é crescente nem decrescente.
Resposta: B

1) Dada a função , definida pela fórmula f(x)=2x²+1. Determine a sua imagem:

Resolução:
Neste exercício, o domínio é dado, e é D={-3, 2, 0, } e o contradomínio são
todos números reais. Como já estudamos, a imagem de um número é o
elemento pertencente ao contradomínio que se encontra no conjunto de
chegada, está relacionado à este número, e para achar estes número devemos
aplicar sua lei de formação (a expressão analítica):
- a imagem do -3 é também representada por f(-3), e f(-3)=2.(-3)² +1,
então f(-3)=19
- f(2)=2.(2)²+1, então f(2)=9

117
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

- f(0)=2.(0)²+1, então f(0)=1


- f( )=2.( )²+1, então f( )=11

Agora que já achamos as imagens de todos pontos do domínio, podemos dizer


que o conjunto imagem desta função é Im={19, 9, 1, 11}

2) Dado o esquema abaixo, representando uma função de "A" em "B",


determine:

a) O Domínio:

b) A imagem

c) f(5)

d) f(12)

Resolução:

a) Como vimos nas lições, o conjunto em que as flechas saem, é o conjunto


Domínio, esta é barbada
D={5, 12, 23}.

b) Conjunto Imagem é todos os elementos do contradomínio (conjunto "B") em


que há relacionamento com o Domínio, então:
Im={7, 14, 25}

c) Nunca esquecendo que, perguntar qual a f(5) é a mesma coisa que perguntar
qual a imagem do ponto 5.
f(5)=7

d) Como no exercício anterior: f(12)=14.

03 -Um táxi começa uma jornada, partindo da baixa da Cidade da Beira para o
Aeroporto, com o taxímetro a marcar 40,00MT. Cada quilômetro andado custa
30,00MT. Se ao final da jornada (chegado no Aeroporto Internacional da Beira), o
passageiro pagou 720,00MT, a quantidade de quilômetros percorridos foi de:
a)26
b)11
c)33
d)22
e)32

118
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Resolução: A função será y = f(x) = 30x + 40, onde y (preço a ser pago) está em
função de x (número de quilômetros anddados)
y = 30x + 40

Se o passagéiro pagou 720,MT esse é o y, assim encontramos o número de


quilômetros rodados x:
720 = 30x + 40
 30x + 40 = 720
30x = 720 – 40 = 730
720
 x= = 22  x = 22
30

Agora é só completar: a resposta correcta está na alínea ------------ Isso. Vê que não
custa para quem estuda?

04 - As figuras abaixo representam gráficos de funções do tipo y = ax + b

Considere as afirmações:

I. na figura 1 , temos b = 0;
II. na figura 2 , temos a < 0 e b≠0;
III. na figura 3, temos a > 0 e b < 0;
IV. na figura 4, temos a = 0;
V. as figuras 2 e 3 representam gráficos de funções decrescentes;
As afirmações verdadeiras são:
a) I, II e IV
b) II e III
c)II, IV V
d) I e II
e) II, III, IV e V

Resolução:
Item I
Verdadeiro. O b é ponto onde a reta corta o eixo y.

Item II

119
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Verdadeiro. A função é decrescente, então a<0, e a reta não passa na origem,


então b é diferente de 0.

Item III
Falso. A função é crescente mais corta o eixo y acima do eixo x, então temos b>0.

Item IV
Verdadeiro. Neste caso a função é constante, qualquer valor pra x resulta o
mesmo y, que é o valor do coeficiente linear b.

Item V
Falso, na figura II o gráfico é decrescente e na figura III é crescente.

Gabarito Letra: A

Observe o gráfico abaixo, considerando 2007 como x = 1, 2008 como x = 2 e ssim,


sucessivamente, a função afim y = ax + b que melhor expressa a

volução das notas em Matemática do grupo II é

120
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Resolução:
Temos dois pontos na recta II, é o que precisamos para determinar a função. Um dos

pontos é (1, 70) e o outro é (3, 65).

y = ax + b
70 = a + b
70 - a = b

y = ax + b
65 = 3a + b
65 = 3a + 70 - a
65 - 70 = 2a
-5 = 2a
5
a= −
2

b = 70 - a
b = 70 - (-5) / 2

Resposta: alínea B

b = 140 / 2 + 5 / 2
b = 145 / 2

y = -5

121
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Unidade Temática 3.2. Gráficos de Funções.


Introução

Sob um ponto de vista operacional, como dissemos na Unidade


Temática 3.1. anterior, uma função pode ser considerada com um
conjunto de pares ordenados (x.y), criados de acordo com determinado
critério; plotados em um sistema de coordenadas cartesianas.

Os pares ordenados assim criados produzem o que se chama de gráfico


da função. O conjunto dos valores x é chamado domínio da função, e o
conjunto dos y é chamado Contradomínio/imagem da função.

Nos pares ordenados, cada valor x é utilizado apenas uma vez.


Nesta Unidade dedicar-nos-emos a construção, anaáçise e
interpretação de gráfico de diferentes tipos de funções.
A análise de gráficos é importante para responder questões de
diferentes disciplinas. Para facilitar a anaálise e interpretação de
gráficos de diferentes funções, estudaremos as diferentes
possibilidades de formato.
Porque este conteúdo é muito intuitivo, daremos maior ênfase aos
exercícios, buscando apresentar a melhor forma de solucionar as
questões.
Apenas um LEMBRETE: Quanto mais exercita, mais aprende.

122
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Construir: gráfico de qualquer função estudada;


Objectivos
▪ Fazer Análise e Interpretação: de gráficos de funções estudadas;
específicos
▪ Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Construção de Gráfico de uma Função

Gráficos

A construção de um gráfico no plano cartesiano, que introduzimos na


Unidade Temática 2.1., representado pela lei (expressão analítica) de
formação geral das funções, dada por y = f(x), com x pertencente ao
domínio e y constituindo ao Contradomínio/imagem, será dada por
algumas condições práticas, como as seguintes:

* Construir um eixo de coordenadas cartesianas em papel


centimetrado ou milimetrado.
* Determinar uma tabela com os possíveis valores do domínio dado
por x.

123
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

* Calcular o par ordenado (x, y) de acordo com a lei de formação da


função em questão.
* Marcar no plano cartesiano os pares ordenados calculados,
obedecendo à ordem x (eixo horizontal) e y (eixo vertical).
* Ligar os pontos, constituindo o gráfico da função.

Exemplo 1

Vamos determinar o gráfico da função dada pela seguinte lei de


formação: y = f(x) = 2x – 1.

X Y = 2x - 1 Pár ordenado (x,y)


-2 -5 (-2-5)
-1 -3 (-1,-3)
0 -1 (0,-1)
1 1 (1,1)
2 3 (2,3)

Mostrando respectivos Cálculos

f(-2) = 2.(–2) – 1 = –4 –1 = -5  y = –5
f(-1) = 2.(–1) –1 = –2 – 1 =-3  y = –3
f(0) = 2 . 0 – 1= -1  y = –1
f(1) = 2 . 1 – 1 = 2 – 1= 1  y = 1
f(2) = 2 . 2 – 1 = 4 – 1 = 3  y = 3

124
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Exemplo 2

Determinar o gráfico da função dada por y = f(x) = x².

X Y = x2 Pár ordenado (x,y)


-2 4 (-2,4)
-1 1 (-1,1)
0 0 (0,0)
1 1 (1,1)
2 4 (2,4)

Mostrando respectivos Cálculos

f(-2) = (–2)² = 4
f(-1) = (–1)² = 1
f(0) = (0)² = 0
f(1) = (1)² = 1
f(2) = (2)² = 4

Exemplo 3

Determinar o gráfico da função dada por y = f(x) = x³.

X Y = x3 Pár ordenado (x,y)


-2 -8 (-2,-8)
-1 -1 (-1,-1)

125
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

0 0 (0,0)
1 1 (1,1)
2 8 (2,8)

Mostrando respectivos Cálculos


f(-2) = (–2)³ = –8
f(-1) = (-1)³ = -1
f(0)=(0)=03
f(1) = 1³ = 1
f(2) = 2³ = 8

Exemplo 4

Construir o gráfico da função y = f(x) = 4x4 – 5x3 – x2 + x – 1.

y = 4 . (0,5)4 – 5 . (0,5)3 – 0,52 + 0,5 – 1 = 0,25 – 0,625 – 0,25 + 0,5 – 1


= – 1,155
y = 4 . 04 – 5 . 03 – 02 + 0 – 1 = –1
y = 4 . 14 – 5 . 13 – 12 + 1 – 1 = –2

126
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Análise e Interpretação de Gráficos de


Funções
O gráfico abaixo mostra o lucro de três empresas: A, B e C. Vamos
pensar e entender um pouco mais sobre o que ele está a nos dizer.

Exemplo de uso de um gráfico


Primeiro, temos que nos orientar. Então, chamaremos a recta
representada pelo lucro de cada empresa de "eixo vertical". O eixo
vertical mede a altura dos pontos. Portanto, quanto mais alto o ponto,
maior será o lucro. E, por sua vez, a reta que representa os meses de
eixo horizontal. O eixo horizontal mede a largura do ponto. Assim,
quanto mais largo – ou quanto mais à direita do eixo vertical – o tempo
será maior.

Repare, agora, somente nos pontos A e B. Esses estão na mesma reta


vertical. Qquer dizer que eles têm a mesma largura. Portanto,

127
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

correspondem ao mesmo mês. E, ainda, o ponto A está um pouco mais


acima que o B. O que isso significa? A Empresa Álgebra possui mais lucro
que a Empresa Aritmética, visto que a altura do ponto A é maior.
Olhemos para os pontos B e C. Nesse caso, ambos possuem a mesma
altura, mas larguras diferentes. Então, no mês de Abril a Empresa
Aritmética possui um lucro de aproximadamente R$2.500, o mesmo
lucro da empresa Álgebra, porém no mês de maio.
Por fim, o ponto D: ele representa o lucro da empresa Aritmética no
mês de junho. O menor lucro entre as três aqui mostradas. Basta ver
que o ponto D está mais abaixo que os outros.
Em resumo: é muito importante saber o que cada eixo representa. Se o
eixo vertical representasse o índice de chuva em uma determinada
região, então quanto mais alto o gráfico, mais chuva. Ou, em um outro
exemplo: se o eixo horizontal tivesse determinado pela pressão de um
gás, então quanto menor a largura, menor seria sua pressão. Por ai em
diante. Está a entender? Em seguida vmos fazer análise da monotonia
(Crescimento, Decrescimento, Constância e raízes).

Crescente, Decrescente, Constante e Raízes


Primeiro, temos que nos orientar. Então, chamaremos a reta
representada pelo lucro de cada empresa de "eixo vertical". O eixo
vertical mede a altura dos pontos. Portanto, quanto mais alto o ponto,
maior será o lucro. E, por sua vez, a reta que representa os meses de
eixo horizontal. O eixo horizontal mede a largura do ponto. Assim,
quanto mais largo – ou quanto mais à direita do eixo vertical – o tempo
será maior.
A ideia aqui é localizar se o gráfico cresce, diminui ou até mesmo onde
ele permanece constante. Um importante lembrete: o eixo horizontal
cresce no mesmo sentido em que lemos um texto, da esquerda para
direita. Por sua vez, o eixo vertical cresce de baixo para cima.

Análise gráfica
Olhando para o gráfico acima, conseguimos reparar que ele possui as
três caraterísticas. Lendo da esquerda para direita no eixo horizontal:
Crescente: o gráfico cresce no intervalo antes do -1 ou do 2 até o 5. Ou
seja, (∞ ; -1) ou (2; 5)

128
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Decrescente: o gráfico diminui no intervalo depois do -1 até o 2. Ou


seja, (-1; 2)
Constante: o gráfico permanece com seu valor no intervalo depois do
5. (5; ∞)
E, por fim, as raízes são onde o gráfico passa pelo eixo horizontal. Com
isso, no exemplo acima, as raízes são -2, 0 e 4

Sumário

Nesta Unida Temática 3.2. estudamos

1. Construção de gráfico de uma função;


2. Análise e interpretação de gráficos;
3. Função crescente, Constante e Decrescente.

Exrcícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Qual é o gráfico da função 𝑦 = 2𝑥 − 2


2. Qual é o gráfico da função 𝑦 = 1/𝑥
𝑥−1
3. Qual é o gráfico da função 𝑦 =
𝑥+2

4. Representa no mesmo S.C.O, os gráficos das funções 𝑓(𝑥) = 𝑥2 − 1


e 𝑓(𝑥) = −𝑥2 − 𝑥 + 6

129
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Respostas
1.

2.

3.

4.

130
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

GRUPO-2 (Com respostas)


1. Enumere, pelo menos, 4 condições para construção de gráfico de
qualquer função.
2. Reconstrua os gráficos do exemplos de 1 a 4 desta Unidade Temática
3.2. desta vez com novos dados, de sua criação.

131
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Unidade Temática 3.3. Propriedades de


Funções.

Introdução

As funções, independentes do grau que ela seja, são caracterizadas


conforme a ligação entre os elementos dos conjuntos onde é feita a
relação.

Uma função A →B pode ser: sobrejetora, injetora, e bijetora. Para


identificarmos essas características em uma função é preciso que
tenhamos o conhecimento da definição de função, do que é um domínio,
imagem e contradomínio.

Observe o diagrama abaixo que representa uma função f: A→B e veja


quem é o domínio, a imagem e o contradomínio dela.

Domínio serão todos os elementos do conjunto A: D(f) = {-3,1,2,3} a


imagem será os elementos do conjunto B que receberem a seta: Im(f) =
{1,4,9} e o contradomínio será todos os elementos do conjunto B: CD(f) =
{1,4,5,9}.

Identificar as características de uma função é o principal objectivos desta


Unidade Temática, como veremos no desenvolvimento seguinte.

132
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir Continuidade:
Objectivos
▪ Definir e identificar: função Sobrejectora;
específicos
▪ Definir e identificar: função bijectora;

▪ Definir e identificar: funções injectora;

Propriedades de uma Função


Continuidade
Uma das Prorpriedades de uma função é a Continuidade.
Uma função é dita contínua sobre um intervalo dado, , se possui
um valor definido para todos os números contidos nesse intervalo. Por
exemplo, a função:

, definida para o contradomínio , não é


contínua no intervalo , uma vez que não está
definida para x < 0.

Função sobrejectora
Uma função será considerada sobrejectora se o conjunto imagem for
igual ao conjunto do contra domínio.

Função injectora
Uma função será considerada injectora se os diferentes elementos do
conjunto do domínio possuirem imagens diferentes.

Função bijectora
Uma função será bijectora se ela assumir as características de uma
função sobrejectora e injetora ao mesmo tempo.

133
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

EXEMPLOS

Funções Injectora, Sobrejectora e Bijectora


Exemplo1: A função y = 5x-2 é injetora pois dados x1 ≠ x2podemos
escrever f(x1) - f(x2) ≠ 0. Portanto, (5x1 - 2) - (5x2 -2) = 5 (x1 - x2) ≠ 0, pois
x1 ≠ x2.
Exemplo2: A função f:R->R definida por f(x)=x²+3 não é injectora, pois
para x = 1 temos f(1) = 4 e para x = -1 temos f(-1) = 4.
Observando o diagrama, abaixo, vemos que os elementos do domínio
estão ligados a um e somente um elemento do contradomínio, isto é,
não existem elementos em A com imagens iguais. Portanto, se uma
função f: A -> B é injetora, então n(A) ≤ n(B)

Exemplo3: A função dada por y = 3x + 2 de R em R é sobrejetora pois


para cada valor de x do domínio, existe pelo menos um correspondente
(imagem) no contradomínio.
Exemplo4: A função f:R->R definida por f(x)=2x não é sobrejectora, pois
o número -1 é elemento do contradomínio R e não é imagem de
qualquer elemento do domínio.
Observando no diagrama, abaixo, vemos que todos os elementos do
contradomínio estão ligados a algum elemento do domínio, isto é, não
sobram elementos no contradomínio. Portanto, se uma função f: A -> B
é sobrejectora, então n(A) ≥ n(B).

Exemplo5: A função f:R->R dada por f(x)=2x é bijectora, pois é ao


mesmo tempo injetora e sobrejetora
Exemplo6: A função f : R→ R definida por y = 4x - 1 é uma função
bijectora, pois é ao mesmo tempo injectora e sobrejectora.
Observando no diagrama, abaixo, vemos que todos os elementos do
domínio estão ligados a algum elemento do contradomínio e não

134
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

existem elementos em A com imagens iguais. Portanto, se uma função


f: A -> B é bijectora então n(A) = n(B)

Sumário

Nesta Unidade Temática 3.3. estudamos

1. Continuidade de Funções;
2. Função Sobrejectora;
3. Função Injectora e;
4. Função Bijectora.

Exrecícios de AUTO-AVALIAÇÃO
1. Sobre funções injetoras, sobrejetoras e bijetoras, julgue os itens abaixo em
verdadeiro ou falso.
I. Toda função injetora é bijetora.
II. Quando elementos diferentes geram imagens diferentes,temos uma função
sobrejetora.
III.Toda função bijetora admite inversa.
VI. Quando a imagem é igual ao contra domínio temos uma função
sobrejetora.
a) V V V V
b) F F V V
c) V V F F
d) F F F F

135
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

2. Na figura a seguir está evidenciada, através de setas, uma relação entre os


elementos do conjunto A e os elementos do conjunto B.

A respeito desta relação é correto afirmar que:


A. não é uma função.
B. é uma função que não é injetora nem sobrejetora.
C. é uma função injetora, mas não sobrejetora.
D. é uma função sobrejetora, mas não injetora.
E. é uma função bijetora.

Respostas
1. Vamos analisar caso a caso:
I – Falso
Uma função pode ser injetora, porém existir um elemento no contradomínio
que não esteja associado a um elemento do domínio, fato este que tornaria a
função não sobrejetora e consequentemente não bijetora.
II – Falso
O fato do elemento do domínio estar associado a um elemento igual ou
diferente no contradomínio não é determinante na classificação das funções.
III – Verdadeiro
Uma função é bijetora se e somente se possui uma função inversa.
IV – Verdadeiro
Se o contradomínio e a imagem são iguais, então todo elemento do
contradomínio está associado a pelo menos um elemento do domínio e essa
função é sobrejetora.
Resposta: B

136
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

2. Resolução
Se o candidato se concentrar apenas no conjunto B, vai marcar de cara que é
uma função bijetora pois cada elemento de B está associado a um, e apenas
um, elemento de A.
A pegadinha está no elemento 5 do conjunto A, pois para ser uma função, cada
elemento do conjunto A deve estar associado a um, e apenas um, elemento
do conjunto B.
Resposta: A

1) Verifique se a função f : Q→Q definida por f(x) = x2 + 1 é injectora,


sobrejectora, bijectora ou não injectora e nem sobrejectora.
Solução: Se f é injectora, f(x1) = f(x2) ⇒ x1 = x2. Daí, x12 + 1 =x22 + 1 ⇒ x 12
=x22
Se f não é sobrejectora pois, para f(x) = 0 não existe x tal que x2 + 1= 0.
Como f não é sobrejectora ela também não pode ser bijectora. Portanto
ela é apenas injectora (reveja Propriedades de Funções).
2)Determine se a função f : Z→Z definida por f(x)=x2, é injectora.
Solução: A função f(x)=x2 não é injectora pois, por exemplo 1 ≠-1 mas
f(1) = f(-1) = 1.
3)Determine se a função f : Z→Z definida por f(x) = x + 1, é injectora.
Solução: A função f(x)=x+1 é injetora pois sempre x1≠x2, x1+1 ≠ x2+1.

4) Determine se a função f : Z→Z definida por f(x)=x2, é sobrejetora.


Solução: A função f(x) = x2 não é sobrejetora pois, por exemplo para f(x)
= -1 não existe x tal que x2 = -1.

5) Determine se a função f : Z→Z definida por f(x) = x+1, é sobrejetora.


Solução: A função f(x) = x + 1 é sobrejetora pois para todo inteiro y
existe um inteiro x tal que x + 1 = y.

6) Determine se a função f : Z→Z definida por f(x)=x+1, é bijetora.


Solução: A função f(x) = x+1 é bijetora pois, como vimos acima é injetora
e sobrejetora.

7) Considere três funções f, g e h, tais que:


1. A função f atribui a cada pessoa do mundo, a sua idade;
2. A função g atribui a cada país, a sua capital;
3. A função h atribui a cada número natural, o seu dobro.

137
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Podemos afirmar que, das funções dadas, são injetoras:


a) f, g e h b) f e h c)g e hd) apenas h e) n.d.a.
Solução: Sabemos que numa função injetora, elementos distintos do
domínio, possuem imagens distintas, ou seja: x1 ≠ x2 ⇔ f(x1) ≠ f(x2) .
Logo, podemos concluir que: f não é injetora, pois duas pessoas
distintas podem ter a mesma idade. g é injetora, pois não existem dois
países distintos com a mesma capital. h é injetora, pois dois números
naturais distintos, possuem os seus dobros também distintos. Assim é
que concluímos que a alternativa é a de letra C.

Exrecícios Com GABARITO


1) Verifique em cada caso se a função é injectora, sobrejectora,
bijectora ou não injectora e nem sobrejectora.
a) f(x) = -2x + 1 b) f(x) = x2 + 3 c) f(x) = -2 d) f(x) = -2x3
e) f(x) = x9 f) f(x) = x4 + 2
2)Considere três funções f, g e h, tais que:
I - A função f atribui a cada pessoa do mundo, o seu nome;
II - A função g atribui a cada país, o seu idioma;
III - A função h atribui a cada número real, o seu triplo.
Podemos afirmar que, das funções dadas, são bijetoras:
a) f, g e h b) f e h c) g e h d) f e g e) n.d.a.

TEMA IV: TIPOS ESPECIAIS DE FUNÇÕES


Unidade 4.1 Funções Polinomiais.
Unidade 4.2 Funções Exponenciais e Logarítmicas.
Unidade 4.3. Funções Trigonométricas.
Unidade 4.4. Regiões no Plano Cartesiano.
Unidade 4.5. Funções como Modelos Matemáticos.

Unidade Temática 4.1. Funções Polinomiais.

Introdução

objectivo dessa Unidade Temática 4.1. é reconhecer o grau de um


polinômio P(x), a partir da observação e análise do seu gráfico. Esta
pode ser uma tarefa nada simples. Para termos sucesso, precisamos ter

138
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

muita atenção e prestar atenção às características locais e globais do


seu gráfico. Para ajudar nesta tarefa, vamos fazer um resumo do que
sabemos a cerca de polinômios e seus gráficos.

Uma das principais razões pelas quais estamos interessados em estudar


o gráfico de uma função é determinar o número e a localização (pelo
menos aproximada) de seus zeros. (Recorde que zero de uma função f
é uma solução da equação quando f(x) = 0.

O problema de calcular as raízes de uma equação sempre foi objecto de


estudo da matemática ao longo dos séculos. Já era conhecida, na antiga
Babilônia, a fórmula para o cálculo das raízes exactas de uma equação
geral do segundo grau. No século XVI, matemáticos italianos
descobriram fórmulas para o cálculo de soluções exactas de equações
polinomiais do terceiro e do quarto grau. Essas fórmulas são muito
complicadas e por isso são raramente usadas nos dias de hoje.
Perguntas do tipo:

o Qual é o maior número de zeros que uma função


polinomial pode ter?
o Qual é o menor número de zeros que uma função
polinomial pode ter?
o Como podemos encontrar todos os zeros de um
polinômio, isto é, como podemos encontrar todas as
raízes de uma equação polinomial?

ocuparam as mentes dos matemáticos até o início do século XIX,


quando este problema foi completamente resolvido.

Nesta Unidade Temática vamos tentar responder a estas perguntas


refazendo o caminho percorrido por famosos matemáticos desde o
século XVI.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir e Construir: gráfico de qualquer função Polinomial;


Objectivos
específicos ▪ Determinar zeros: de funções Polinomiais;

▪ Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

139
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Funções Polinomiais
Pela experiência adquirida no estudo das equações de primeiro e
segundo grau é razoável supor que o número de raízes de um polinômio
está relacionado ao seu grau. Sabemos, por exemplo, que a equação x2
= 0 tem uma única raiz igual a zero. Na verdade, esta equação tem duas
raizes idênticas, ambas iguais a zero. Esta equação pode ser escrita
como (x – 0).(x – 0) = 0.

Esta forma (factorada) de escrever a equação permite perceber,


claramente, que a mesma possui duas raízes iguais. O mesmo acontece
com a equação (x – 1)2 = 0 que apresenta duas raizes idênticas e iguais
a 1.

Podemos encontrar facilmente, muitos exemplos de equações de


segundo grau que não têm nenhuma raiz real. Considere, por exemplo,
a equação x2 + 1 = 1 . Ao tentarmos encontrar as raizes desta equação,
chegaremos a x2 = -1, que não tem solução real. No entanto, como já
vimos, se admitirmos que as raízes podem pertencer ao conjunto dos
números complexos, esta equação tem duas raízes complexas conjugas,
a saber,x1 = − 1 = i e x2 = − 1 = i. Da mesma maneira que no exemplo
anterior, esta equação pode ser escrita na forma fatorada como (x –
i).(x + i) = 0 .

No caso mais geral de uma equação de segundo grau, temos que a

equação ax2 + bx + c = 0 pode sempre ser escrita na forma y = a (x -


x1).(x - x2) , onde x1 e x2 são as duas raízes da equação, que como já
vimos pelos exemplos acima, podem ser distintas, repetidas, isto é,
iguais, ou mesmo complexas.

Este facto pode ser generalizado para equações polinomiais de


qualquer grau. De um modo geral, sempre que x1 for um zero complexo
de um polinômio P(x), isto é sempre que x1 for uma raiz

complexa da equação P(x)= = 0, temos que (x – x1) é um fator de P(x).


Este fato foi estabelecido por René Descartes na sua obra "Discours de
la méthode pour bien conduire sa raison et chercher la verité dans les
sciences" (Discurso do método para bem conduzir a razão e procurar a
verdade nas ciências), publicada em 1637. Suas conclusões podem ser
resumidas no teorema do fator, enunciado a seguir:

140
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

TEOREMA DE FACTORES

Um número X1 é um zero de um polinômio P se e somente se P(x) tem


um factor da forma (x – x1).

O exemplo a seguir mostra como o teorema do factor pode ser usado


para nos ajudar na tarefa de encontrar as raízes de um polinômio de
grau maior do que dois.

Exemplo

Ache os zeros da função polinomial P(x) = x3 – 4x2 + 2x + 3 e representa-


a graficamente, num sisema cartesiano ortogonal (sco).

Solução

Assim, dividindo P(x) por (x - 3), (tente fazer essa divisão).


Obtemos (x2 – x – 1). O que implica que (x – 3).(x2 – x – 1)
deve ser igual a x3 – 4x2 + 2x + 3, ou P(x) = (x – 3).(x2 – x – 1).

Esta forma factorizada permite concluir que os zeros, (reveja


à lei de nulidade), de p(x) devem ser soluções da equação x2
– x – 1 = 0 . Onde com recurso a fórmula de Bhaskara (fórmula
resolvente) para resolver esta última equação, obtemos
b 
x2,3 = , com  = b 2 − 4ac e que são os outros dois
2a
zeros de P(x), tendo em conta que x1 foi atribuída ao binómio

(x – 3). Concretamente x2 = b + b 2 − 4ac e


2
b − b 2 − 4ac , com a = 1 (lembre-se que a forma
x3 =
2
canônica de equação quadrática é ax2 + bx + c = 0). Pelo que
de x2 – x – 1 = 0, vê-se que o valor dos coeficientes é: a = 1; b
= -1 e c = -1.

Tente, sem ajuda, calcular os zeros/raízes x1, x2 e x3.

O Teorema do factor responde a primeira das perguntas formuladas no


início desta Ubidade Temática. Como um polinômio de grau n tem, no

141
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

máximo, n fatores do primeiro grau, decorre imediatamente, deste


teorema que uma função polinomial de grau n tem no máximo n zeros.

Este facto foi primeiro estabelecido no início do século XVII pelo


matemático alemão Peter Rothe e, mais tarde, por Descartes e Albert
Girard (1593-1632), ambos matemáticos franceses. Girard e Descartes
reconheceram a natureza dos zeros de um polinômio porque eles
estavam entre os primeiros matemáticos a admitir a possibilidade de
trabalhar com números complexos.

Sumário
Nesta Unidade Temática 4.1. estudamos:

1. Funções Polinomiais e

2. Determinação de raízes de um Função Polinomial.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

1. O gráfico da função f, que aplica IR em IR, definida por


f(x) = x2 + 3x - 10, intercepta o eixo das abscissas nos pontos A e B. A
distância AB é igual a (Só um resposta é correcta):

a) -3
b) 5
c) 7
d) 8
e) 9

2. O gráfico da função y = ax2 + bx + c tem uma só intersecção com o


eixo Ox e corta o eixo Oy em (0, 1). Então, os valores de a e b
obedecem à relação, (Só um resposta é correcta),:

a) b2 = 4a
b) -b2 = 4a
c) b = 2a
d) a2 = -4a

142
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

e) a2 = 4b

3. Assinale a equação que representa uma parábola voltada para baixo


e tangente ao eixo das abscissas, (Só um resposta é correcta):

a) y = x2
b) y = x2 - 4x + 4
c) y = -x2 + 4x - 4
d) y = -x2 + 5x - 6
e) y = x - 3

4. A solução da inequação (x - 3) (-x2 + 3x + 10) < 0 é, (Só um resposta é


correcta):

a) -2 < x < 3 ou x > 5


b) 3 < x < 5 ou x < -2
c) -2 < x < 5
d) x > 6
e) x < 3

05. Os valores de x que satisfazem à inequação (x2 - 2x + 8) (x2 - 5x + 6)


(x2 - 16) < 0 são, (Só um resposta é correcta):

a) x < -2 ou x > 4
b) x < -2 ou 4 < x < 5
c) -4 < x < 2 ou x > 4
d) -4 < x < 2 ou 3 < x < 4
e) x < -4 ou 2 < x < 3 ou x > 4

06. Resolvendo a inequação (x2 + 3x - 7) (3x - 5) (x2 - 2x + 3) < 0, um


aluno cancela o factor (x2 - 2x + 3), transformando-a em (x2 + 3x - 7)
(3x - 5) < 0. Pode-se concluir que tal cancelamento é(Só um resposta é
correcta):

a) incorreto porque não houve inversão do sentido da desigualdade;


b) incorreto porque nunca podemos cancelar um termo que contenha
a incógnita;
c) incorreta porque foi cancelado um trinômio do segundo grau;
d) correto porque o termo independente do trinômio cancelado é 3;
e) correto, pois (x2 - 2x + 3) > 0 , " x Îℝ.

143
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

7. A função real f, de variável real, dada por f(x) = -x2 + 12x + 20, tem
um valor (Só um resposta é correcta), :

a) mínimo, igual a -16, para x = 6;


b) mínimo, igual a 16, para x = -12;
c) máximo, igual a 56, para x = 6;
d) máximo, igual a 72, para x = 12;
e) máximo, igual a 240, para x = 20.

08. (PUC - MG) O lucro de uma loja, pela venda diária de x peças, é
dado por L(x) = 100 (10 - x) (x - 4). O lucro máximo, por dia, é obtido
com a venda de:

a) 7 peças
b) 10 peças
c) 14 peças
d) 50 peças
e) 100 peças

09. (UE - FEIRA DE SANTANA) Considerando-se a função real f(x) = -2x2


+ 4x + 12, o valor máximo desta função é:

a) 1
b) 3
c) 4
d) 12
e) 14

10. (ACAFE) Seja a função f(x) = -x2 - 2x + 3 de domínio [-2, 2]. O


conjunto imagem é:

a) [0, 3]
b) [-5, 4]
c) ]-¥, 4]
d) [-3, 1]
e) [-5, 3]

Resolução:

01. A 02. A 03. C 04. A


05. D 06. E 07. C 08. A

144
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

09. E 10. B

Unidade Temática 4.2. Funções


Trigonométricas.

Introdução

Em matemática, as funções trigonométricas são funções angulares,


importantes no estudo dos triângulos e na modelação de fenómenos
periódicos. Podem ser definidas como razões entre dois lados de um
triângulo rectângulo em função de um ângulo, ou, de forma mais geral,
como razões de coordenadas de pontos no círculo unitário.

Na análise matemática, estas funções recebem definições ainda mais


gerais, na forma de séries infinitas ou como soluções para certas
equações diferenciais. Neste último caso, as funções trigonométricas
estão definidas não só para ângulos reais como também para ângulos
complexos.

Actualmente, existem seis funções trigonométricas básicas em uso,


cada uma com a sua abreviatura notacional padrão.

As inversas destas funções são chamadas de função de arco ou funções


trigonométricas inversas. A nomenclatura é feita através do prefixo
"arco-", ou seja, arco seno, arco co-seno, etc. Matematicamente, são
designadas por "arcfunção", i.e., arcsen, arccos, etc.; a notação usando-
se −1 como na notação da função inversa não é recomendada, pois
causa confusão com o inverso multiplicativo, como em sen-1 e cos-1. O
resultado da função inversa é o ângulo (argumento) que corresponde
ao parâmetro da função, como veremos alguns exemplos no
desenvolvimento desta Unidade Temática 4.3..

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

145
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

▪ Definir: e identificar função trigonométrica;


Objectivos
específicos ▪ Construir: gráfico de uma função estudada;

▪ Fazer Análise e Interpretação: de gráficos de funções trigonométricas


estudadas;

▪ Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Funções Trigonométricas
Breve resenha histórica
A palavra trigonometria é formada por três radicais gregos: tri(três),
gono(ângulos)e metron(medida); significando assim "medida dos
triângulos". Inicialmente considerada como uma extensão da
geometria, a trigonometria já era estudada pelos babilônios, que a
utilizavam para resolver problemas práticos de Astronomia, de
Navegação e de Agrimensura. Aliás, foram os astronomos como o grego
Hiparco (190 aC – 125 aC), considerado o pai da Astronomia e da
Trigonometria, que estabeleceu as primeiras relações entre os lados e
os ângulos de um triângulo retângulo.

No século VIII com o apoio de trabalhos hindus, matemáticos árabes


contribuíram notavelmente para o avanço da trigonometria. Este
avanço continuou após a construção da primeira tábua trigonométrica,
por um matemático alemão, nascido em Baviera, chamado Purback.
Porém o primeiro trabalho matemático sobre trigonometria foi o
"tratado dos triângulos", escrito pelo matemático alemão Johann
Müller, também chamado Regiomontanus. Sabe-se ue Regiomaontanus
foi discipulo de Purback.

Actualmente a trigonometria não se limita apenas a estudo de


triângulos. Sua aplicação se estende a outros campos da matemática,
como a Análise, e a outros campos da actividade humana como a
Eletricidade, a Mecânica, a Acústica, a Música, a Topologia, às
Engenharias, etc.

146
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Nesta Unidade Temática vamos estudar , como foi dito na introdução


desta desta Unidade, seis funções trigonométricas, três funções
directas mais três respectivoas inversas, como se segue:

Funções trigonométricas directas.

y = sen x

y = cos x

y = tg x

Respectivas funções inversas:

y = 1/sen x = cosec x

y =1/ cos x = sec x

y = 1/tg x = cotg x

O ângulo x é o argumento (variável independente) e o valor da


função é a variável dependente y ou f(x). É importante recordar que a
medida dos ângulos pode expressar-se em graus ou em radianos.
Assim, vemos que:

0° 0 rad

360° 2 rad

Observemos agora as principais características das funções já


mencionadas:

1. Função y = sen x:

a) A função seno é periódica, já que:

sen (x + 2 ) = sen x

em que o período da função é t = 2 ;

b) O domínio da função é todo o conjunto R, e o contradomínio


da função é [-1,1];

c) O valor máximo da função é 1 em x = /2 e o valor mínimo da


função é -1 em x = 3 /2;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

147
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

e) É uma função crescente no intervalo [0, /2] e [3 /2,2 ], e


decrescente no intervalo [ /2,3 /2];

f) A função é ímpar, já que:

sen (-x) = - sen x

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

2. Função y = cos x:

a) A função co-seno é periódica, pois:

cos (x + 2 ) = cos x

e o período da função é T = 2 ;

b) O domínio é todo o conjunto dos números reais R, e o


contradomínio da função é [-1,1];

c) O valor máximo da função é 1 em x = 0 ou x = 2 e o valor


mínimo da função é -1 em x = ;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente no intervalo [ ,2 ] e decrescente no


intervalo [0, ];

f) A função é par, já que:

148
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

cos x = cos (-x)

e o gráfico é simétrico em relação ao eixo das ordenadas.

3. Função y = tg x:

a) A função tangente é periódica, já que:

tg (x + ) = tg x

em que o período da função é t = ;

b) O domínio da função é R/ { /2 - k , k Z }, e o contradomínio


da função é todo o conjunto R;

c) Esta função não tem extremos locais;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente em todos os pontos do domínio;

f) A função é ímpar, pois:

tg (-x) = - tg x

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

149
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

4. Função y = cosec x:

a) A função co-secante é periódica, já que:

cosec (x + 2 ) = cosec x

em que o período da função é t = 2 ;

b) O domínio da função é R/ {0 + k ,k Z }, e o contradomínio


da função é o conjunto R/ [-1,1];

c) Esta função tem um máximo local em 3 /2 e um mínimo local


em /2;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente onde a função sen x é decrescente e é


decrescente onde a função sen x é crescente;

f) A função é ímpar, pois:

cosec (-x) = - cosec x

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

150
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

5. Função y = sec x:

a) A função secante é periódica, já que:

sec (x + 2 ) = sec x

em que o período da função é t = 2 ;

b) O domínio da função é o conjunto R/{ /2 - k ,k Z},eo


contradomínio da função é R/ [-1,1];

c) A função tem um máximo local em x = e um mínimo local em


x = 0;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente onde a função cos x é decrescente e é


decrescente onde a função cos x é crescente;

f) A função é par, pois:

sec x = sec (-x)

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

151
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

6. Função y = cotg x:

a) A função co-tangente é periódica, já que:

cotg (x + ) = cotg x

em que o período da função é t = ;

b) O domínio da função é R/ {k ,k Z}, e o contradomínio da


função é todo o conjunto R;

c) Esta função não tem quaisquer extremos;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função decrescente em todos os pontos do domínio;

f) A função é ímpar, pois:

cotg (-x) = - cotg x

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

152
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Sumário
Nesta Unidade Temática 4.2. estudamos funções trigonmétricas:

Senx, cosx, tagx, coscx, secx e cotgx,

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO-2 (Com respostas detalhadas).
Determine o período e esboce o gráfico das seguintes funções:
1. f(x) = 4 cosx.
2. f(x) = 2 - senx.
 x
3. f(x) = 3 cos  
2
4. f(x) = 5 + cosx.
5. f(x) = 2 tgx. 
6. f(x) = 3 cos x −
 
 3
7. f(x) = cosx + senx

Unidade Temática 4.4. Regiões no Plano


Cartesiano.

Introdução

A geometria analítica em duas dimensões usa a álgebra para descrever


figuras planas e suas propriedades. O principal recurso dessa geometria

153
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

é o plano cartesiano, determinado por duas retas reais


perpendiculares, horizontal e vertical.

No plano cartesiano, cada ponto está univocamente associado a um par


ordenado, onde o primeiro e segundo elemento denotam
respectivamente a abscissa (ou projeção do ponto no eixo horizontal) e
a ordenada (ou projeção do ponto no eixo vertical).
Nesta Unidade Temática 4.4. vamos estudar as regões do Plano
Cartesiano em duas (2D) e em três (3D) Dimensões

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Identificar: regiões do Sistema Cartesiano Ortogonal em 2D;


Objectivos
específicos ▪ Identificar: regiões do Sistema Cartesiano ortogonal em 3D;

▪ Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Regiões no Plano Cartesiano

As coordenadas cartesianas são representadas pelos pares ordenados


(x ; y). Em razão dessa ordem, devemos localizar o ponto observando
primeiramente o eixo x e posteriormente o eixo y. Qualquer ponto que
não se encontrar sobre os eixos, estará localizado em cada uma das
quatro regiões ou quadrantes, veja:

154
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Cada região tem suas próprias características, como as ilustradas a


abaixo:

1º quadrante = x > 0 e y > 0


2º quadrante = x < 0 e y > 0
3º quadrante = x < 0 e y < 0
4º quadrante = x > 0 e y < 0

Localizando pontos no Plano Cartesiano:

A(4 ; 3) → x = 4 e y = 3

B(1 ; 2) → x = 1 e y = 2

C( –2 ; 4) → x = –2 e y = 4

D(–3 ; –4) → x = –3 e y = –4

E(3 ; –3) → x = 3 e y = –3

155
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

O Plano Cartesiano é muito utilizado na construção de gráficos de


funções, onde os valores relacionados à x constituem o domínio e os
valores de y, a imagem da função. A criação do Sistema de Coordenadas
Cartesianas é considerada uma ferramenta muito importante na
Matemática, facilitando a observação do comportamento de funções
em alguns pontos considerados críticos.

Podemos associar o Plano Cartesiano com a latitude e a longitude,


temas relacionados aos estudos geográficos e à criação do atual sistema
de posicionamento, o GPS. O Sistema de Posicionamento Global
permite que saibamos nossa localização exacta na terra, desde

que tenhamos em mão um receptor de sinais GPS, informando a


latitude, a longitude e a altitude com o auxilio de satélites em órbita da
Terra.

Um exemplo de utilização do GPS são os aviões, que para não se


colidirem são monitorados e informados em qual rota devem seguir.

Sistema Cartesiano 3D

O que é o espaço ou 3D? Em quantas regiões se subdivide o espaço?

Reconhecemos e usamos o espaço, mas se alguém nos pergunta sobre


o que é o espaço, muitos iremos ter dificuldades em responder e/ou
explicar. Mesma surpresa com que se deparou Sócrates (469 a.C.- 399
a.C), filósofo Ateniense da Grécia antiga, quando perguntou ao Sr,
ministro de Justiça: … O que é justiça? O Sr. Ministro não soube

156
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

responder como devia…! Foi quando Sócrates percebeu que há tanto


conceito com que lidamos e falamos no nosso dia a dia, mas que na
verdade não nos apercebemos que o não conhecemos com
profundidade e clareza!

Na verdade, é mais fácil explicar o que se pode fazer com este termo
primitivo que não tem definição para nós.

Uma primeira tentativa para explicar a noção do que possa ser espaço,
é dizer que é tudo o que nos envolve e é o local onde podemos nos
mover para a frente, para o lado e para cima.

Pelo conceito expresso, observamos que vivemos em um ambiente


tridimensional. Basta então conhecer as três direções para identificar

a posição relativa que ocupamos.

Quando afirmamos que vamos andar para a frente, para o lado e para
cima, devemos quantificar e identificar o quanto iremos nos deslocar
nestas direções, logo necessitamos conhecer uma origem para o
sistema e identificar este ponto como (0,0,0) pois esperamos que ele
esteja localizado a uma distância num ponto de referência para todos
os outros pontos.

O Sistema Cartesiano tridimensional

Um procedimento matemático simples é tomar um ponto genérico


como:

P=(x,y,z)

157
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

onde x indicará a quantidade deslocada na direção positiva do eixo que


contem os deslocamentos para frente, y indicará a quantidade
deslocada na direção positiva do eixo que contem os deslocamentos
para o lado e z indicará a quantidade deslocada na direção positiva do
eixo que contem os deslocamentos para cima.

Para facilitar as coisas do ponto de


vista matemático, iremos denominar
tais direções por: Eixo OX, Eixo OY e
Eixo OZ.

O sistema tridimensional é o conjunto


de todos os ternos ordenados (x,y,z),
sendo que ordem não pode ser
mudada sob pena de nos deslocarmos
para outro lugar. A palavra cartesiano
se deve a René Descartes, conhecido
como cartesius. x recebe o nome de abscissa, y o nome de afastamento
e z o nome de altura/cota.

Exemplo: Se um indivíduo está no centro


da cidade em uma posição O=(0,0,0) e
quer andar para a frente 3 quarterões,
depois andar para o lado 2 quarteões e
depois subir até o 10o andar de um
prédio a posição final do mesmo após o
percurso será o ponto P=(3,2,10) e
podemos observar que as unidades não
são necessariamente as mesmas. Se este mesmo indivíduo se
deslocasse para a posição final P=(3,10,5), certamente chegaria a um
lugar diferente.

OCTANTES

Observe atentamente a figura a baixo. Note que o plano xy separa todo


espaço em duas regiões, uma no sentido positivo do eixo 0z, a outra no
sentido negativo do eixo 0z. Cada região contém quatro subdivisões,
totalizando oito. Por serem oito, diz-se que o espaço tridimensional é
subdividido em octantes (cada uma das oito partes) como ilustrado na
figura a baixo.

158
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Vista de um octante
Um octante é a intersecção de três Planos perpendiculares (xy, xz e yz).

Sumário
Nesta Unidade Temática 4.4. estudamos.
1. Regiões do Sistema Cartesiano em duas Dimensões (2D);
2. Regiões (octantes) do Sistema Cartesiano em três Dimensões (3D).

159
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Exrecícios de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO 2 (Exercícios com respostas)
Localize os seguintes pontos no SCO (em 2D):

1. P(-6, 5)

2. Origem do sistema

3. P(3, 3/5)

4. P(41/2, -7)

5. P(-5,5, -3,3)

Em Quais Quadrantes se Encontram os Pontos (em 2D)?

6. P(3, 3)

7. P(-3, -3)

8. P(-3, 3)

9. P(3, -3)

10. P(0, 0)

11. P(-1, 0)

12. P(0, -2)

NB; que os três últimos pontos não se encontram em nenhum


quadrante, pois eles estão localizados sobre o eixo x, o eixo y, ou
sobre a origem do sistema!

Em 3D

Construa um SCO (Sistena Cartesiano Ortogonal) em 3D


(tridimensional), indicando a localização e respectivo octante, de cada
um dos seguintes pontos no espaço:
A ( 0; 4; 0); B ( 2; 5; 1); C ( -4; -2; 4); D ( 5; -5; 5)
E (-2; 4; 4); F (0; 0; 0); G ( -2; 0; 6); H ( 6; -4: -2)

160
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Unidade Temática 4.5. Funções como Modelos


Matemáticos

Introdução

Em muitas situações práticas, o valor de uma quantidade pode


depender do valor de uma segunda quantidade.
Problemas do mundo real dão origem a modelos matemáticos
envolvendo funções. Neste artigo, apresentamos
exemplos que envolvem a construção e análise de modelos funcionais
dada uma situação particular.
Veremos que uma forma de funções construção é a realização de um
processo
chamado de ajuste de curvas, que encontra a função que melhor se
adapta a determinado conjunto
de observações. A partir da função obtida, vária previsão pode
ser feita em relação à situação modelada pela função. Ajuste de curva
é um aspecto da modelagem matemática. Ajuste de curva é realizada
com
o auxílio de uma ferramenta gráfica, como uma calculadora e de
reconhecida importância

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Construir: gráfico de qualquer função estudada;


Objectivos
▪ Fazer Análise e Interpretação: de gráficos de funções estudadas;
específicos
▪ Função Demanda;

161
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

▪ Função Oferta;

▪ Ponto de Equilíbrio;

▪ Funções Marginais;
▪ Função Custo Marginal
▪ Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Funções como modelos Matemáticos


Um modelo matemático é a descrição matemática de um fenómeno
do mundo real, como por exemplo:

o tamanho de uma população,

a demanda de um produto,

a concentração de um produto em uma reação química ou

o custo da redução de poluentes.

Uma importante aplicação da Matemática, em termos de modelagem,


está presente na Economia através das Funções Custo, Receita e
Lucro.

Função Custo
A função custo está relacionada aos gastos efetuados por uma
empresa, indústria, loja, na produção ou aquisição de algum produto.
O custo pode possuir duas partes: uma fixa e outra variável. Podemos
representar uma função custo usando a seguinte expressão: C(x) = Cf +
Cv, onde Cf: custo fixo e Cv:custo variável

Função Receita
A função receita está ligada ao faturamento bruto de uma entidade,

dependendo do número de vendas de determinado produto.

R(x) = px , onde p: preço de mercado e x: nº de mercadorias vendidas.

Função Lucro
A função lucro diz respeito ao lucro líquido das empresas, lucro

162
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

oriundo da subtração entre a função receita e a função custo.

L(x) = R(x) – C(x)

Exemplo 1
Uma industria siderúrgica fabrica pistões para fábrica de montagem
de motores de automóveis. O custo fixo mensal (em unidade de 1000
MT) é de 950,00 inclui conta de energia elétrica, de água, impostos,
salários e etc. Existe também um custo variável que depende da
quantidade de pistões produzidos, sendo que o fabrico de cada pistão
custa (em unidade de 100MT) 41,00. Considerando que o valor de
cada pistão no mercado (em unidades de 100 MT) seja equivalente a
120,00. Monte as Funções Custo, Receita e Lucro. Calcule o valor do
lucro líquido na venda de 1000 pistões e quantas peças, no mínimo,
precisam ser vendidas para que se tenha lucro.

Função Custo total mensal:


C(x) = 950 + 41x

Função Receita
R(x) = 120x

Função Lucro
L(x) = R(x) – C(x) = 120x – (950 + 41x)

Lucro líquido na produção de 1000 pistões


L(1000) = 120*1000 – (950 + 41 * 1000)
L(1000) = 120.000 – (950 + 41000)
L(1000) = 120.000 – 950 - 41000
L(1000) = 120.000 – 41950
L(1000) = 78.050

O lucro líquido na produção de 1000 pistões (em unidades de 100 MT)


será de 78.050,00.

Para que se tenha lucro é preciso que a receita seja maior que o custo.

R(x) > C(x)


120x > 950 + 41x
120x – 41x > 950
79x > 950
x > 950 / 79
x > 12

Para ter lucro é preciso vender acima de 12 peças (pistões).

163
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Conclusão
Neste exmplo 1, aproximamos todas as expressões a uma função do 10
grau ou linear, que é o significado da modelagem (aproximar à…).

Função Demanda
A função que associa um preço "p" à procura de mercado ou demanda
em um período determinado é chamada de função demanda e, está
relacionada ao ponto de vista do consumidor.
Pode ser representada por D(p).
Sabe-se que quando o preço aumenta, a procura diminui, e vice-versa.
A função demanda é uma função decrescente.

Função Oferta
A função oferta relaciona o preço "p" e a quantidade ofertada, do
ponto de vista do produtor.
Pode ser representada por O(p).
A função oferta, ao contrário da função demanada, é uma função
crescente.

Ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio é o preço "p" que torna iguais a quantidade
demadada e ofertada de um bem.

Funções Marginais
A função marginal de uma função f(x) é a derivada da função f(x), ou
seja, f '(x).

Assim, tem-se que:


a função custo marginal é a derivada da função custo,
a função receita marginal é a derivada da função receita,
a função lucro marginal é a derivada da função lucro.

Utiliza-se o conceito de função marginal para avaliar o efeito causado


em f(x) por uma pequena variação de x.

Função custo marginal


A função custo marginal é a variação do custo total decorrente da

164
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

variação de uma unidade na quantidade produzida.


Cmg(x) = C(x + 1) – C(x) C'(x).

SUMÁRIO

Nesta Unidade Temática 4.5 analisamos e discutimos como exemplo


de modelagem matemática, em termos de Funções:

1. Função Custo;

2. Função Receita;

3. Função Lucro;

4. Função Demanda;

5. Função Oferta;

6. Ponto de Equilíbrio;

7. Funções Marginais e;

8. Função Custo Marginal.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO 2 (Exercícios com respostas).

1. O custo para produção de uma determinada mercadoria tem


custo fixo mensal (em unidades de 100,00MT) é de 1440,00 e
inclui despesas com energia elétrica, água, impostos, salários e
impostos e um custo (em unidades de 100,00MT) de 50,00 por
peça produzida.
Considerando que o preço de venda da unidade de cada produto
seja (em unidades de 100,00MT) de 140,00, monte as Funções a)
Custo, b) Receita e c) Lucro.

165
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Respostas

a) Função Custo total mensal:


C(x) = 1440 + 50x

b) Função Receita total mensal e:


R(x) = 140x

c) Função Lucro total mensal:


L(x) = 140x – (1440 + 50x)
L(x) = 140x – 1440 – 50x
L(x) = 90x – 1440.

2. Função Custo Marginal

O custo, de fabricação de "x" unidades de um produto obedece


lei C(x) = x2 + 5x + 10. Actualmente o nível de produção é de 20
unidades.
Calcule, aproximadamente, de quanto varia o custo (função
custo marginal) se forem produzidas 21 unidades.

C(20) = 202 + 5 . 20 + 10 = 400 + 100 + 10 = 510.


C(21) = 212 + 5 . 21 + 10 = 441 + 105 + 10 = 556.
Cmg(x) = 556 – 510 = 46.

É mais prático calcular a derivada, do qual se obtem um valor


aproximado:
de C(x) = x2 + 5x + 10
C'(x) = 2x + 5
C'(20) = 2 . 20 + 5 = 40 + 5 = 45.

Portanto, o custo marginal (em unidades de 100,00MT) para a


produção de 20 unidades é de aproximadamente 45,00.

3. Receita Marginal

Seja R(x) = x2 + 200x + 20 a receita total da venda de "x"


unidades de um produto. Calcule a receita marginal para x = 20.
R'(x) = 2x + 200
R'(20) = 2 . 20 + 200 = 240

166
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Portanto, a receita marginal para a produção de 20 unidades é


de aproximadamente 240,00MT.

TEMA V: LIMITES E
CONTINUIDADE. 50

Unidade 5.1. Limite


Unidade 5.2 Limites Laterais
Unidade 5.3. Limites Infinitos e no Infinito.
Unidade 5.4. Continuidade.

Unidade Temática 5.1. Limites

Introdução

Em matemática, o conceito de limite é usado para descrever o


comportamento de uma função à medida que o seu argumento se
aproxima de um determinado valor, assim como o comportamento de
uma dada sequência ou série de números reais, à medida que o índice
(da sequência) vai crescendo, i.e. tende para infinito. Os limites são
usados no cálculo diferencial e em outros ramos da análise matemática
para definir derivadas e a continuidade de funções. .
Por exemplo, o limite de um polígono regular quando o número de
ângulos internos ou de lados ou de gonos (cantos) tende para o infinitos
(cresce infinitamente!), dá origem a uma circunferência.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir: o que é Limite, de uma maneira intuitiva;


Objectivos
específicos ▪ Definir Limite: de uma função de forma formal e;

▪ Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

167
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Limites
Seja uma sequência de números reais. A expressão:

significa que, quanto maior o valor i, mais próximo de L serão os termos


da sequência. Neste caso, dizemos que o limite da sequência é L.

A forma usual de escrever isso, em termos matemáticos, deve ser


interpretada como um desafio. O desafiante, no caso vertente o ISCED,
propõe quão perto de L os termos da sequência devem chegar, e o
desafiado, no caso vertente o Estudante, deve mostrar que, a partir de
um certo valor de i, os termos realmente estão perto do Limite L.

Ou seja, qualquer que seja o intervalo em torno de L (dado pelo


desafiante), por exemplo, o intervalo aberto
, o desafiado deve exibir um número
natural tal que .

Formalmente, o que foi dito acima se expressa assim :

Limite de uma função


Suponhamos que f(x) é uma função real e que c é um número real. A
expressão:

significa que f(x) se aproxima tanto de L quanto quisermos, quando se


toma x suficientemente próximo de c . Quando tal acontece dizemos
que "o limite de f(x), à medida que x se aproxima de c, é L". Note-se que
esta afirmação pode ser verdadeira mesmo quando , ou
quando a função nem sequer está definida em . Vejamos dois
exemplos que ajudam a ilustrar estes dois pontos importantíssimos.

168
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Consideremos à medida que x se aproxima de 2.


Neste caso, f(x) está definido em 2 e é igual ao seu limite: 0.4, vejamos:

f(1.9) f(1.99) f(1.999) f(2) f(2.001) f(2.01) f(2.1)


0.4121 0.4012 0.4001 0.4 0.3998 0.3988 0.3882

À medida que x aproxima-se de 2, f(x) aproxima-se de 0.4 e

consequentemente temos a igualdade .

Sempre que se verifique a igualdade , diz-se que f


é contínua em x = c. A igualdade não é válida para todas as funções.
Vejamos uma função onde tal não acontece

O limite de g(x) à medida que x se aproxima de 2 é 0.4 (tal como em

f(x)), mas e consequentemente g não é contínua


em x = 2.

Consideremos agora o caso onde f(x) não está definida em x = c.

Apesar de f(x) não estar definida em x = 1, o limite de f(x), quando x se


aproxima de 1, existe e é igual a 2.

f(0.9) f(0.99) f(0.999) f(1.0) f(1.001) f(1.01) f(1.1)


1.95 1.99 1.999 não está definido 2.001 2.010 2.10

Ora x pode ser tomado tão próximo de 1 quanto quisermos, sem no


entanto ser 1, pelo que o limite de é 2.

169
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Definição formal

A definição ε-δ de limite.

Sejam um intervalo de números reais, e


uma função real definida em .
Escrevemos

quando para qualquer que seja xiste um tal que para


todo , satisfazendo , vale
[1] . Ou, usando a notação simbólica:

Aproximação intuitiva
A noção de limite é fundamental no início do estudo de cálculo
diferencial. O conceito de limite pode ser aprendido de forma intuitiva,
pelo menos parcialmente.

Quando falamos do processo limite, falamos de uma incógnita que


"tende" a ser um determinado número, ou seja, no limite, esta incógnita
nunca vai ser o número, mas vai se aproximar muito, de tal maneira que
não se consiga estabelecer uma distância que vai separar o número da
incógnita. Em poucas palavras, um limite é um número para o qual y =

170
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

f(x) difere arbitrariamente muito pouco quando o valor de x difere de


x0 arbitrariamente muito pouco também.

Por exemplo, imaginemos a função: f(x) = 2x + 1 e imaginando f: IR − →


IR (Definida nos reais). Sabemos, lógico, que esta função nos dá o
gráfico de uma reta, que não passa pela origem, pois se substituirmos:
que nos dá: , ou seja, no ponto
onde x=0 (origem), o y (f(x)) é diferente de zero. Mas usando valores

que se aproximem de 1, por exemplo:

Se x=0,98 então: y=f(x)=2,96


Se x=0,998 então: y=f(x)=2,996
Se x=0,9998 então: y=f(x)=2,9996
Se x=0,99999 então: y=f(x)=2,99998

Ou seja, à medida que x "tende" a ser 1, o y "tende" a ser 3. Então no


processo limite, quando tende a ser um número, esta variável
aproxima-se tanto do número, de tal forma que podemos escrever
como no seguinte exemplo:

Exemplo 1.1: Sendo f uma função real de números reais definida por:
f(x) = 2x + 1, calcular o limite da função f quando . Temos
então, neste caso, a função descrita no enunciado e queremos saber o
limite desta função quando o "x" tende a ser 1: Ou seja, para a resolução
fazemos:

Então, no limite é como se pudéssemos substituir o valor de x para


resolvermos o problema. Na verdade, não estamos substituindo o valor,
porque para o cálculo não importa o que acontece no ponto x, mas sim
o que acontece em torno deste ponto. Por isso, quando falamos que um
número "tende" a ser n, por exemplo, o número nunca vai ser n, mas se
aproxima muito do número n. Enfim, como foi dito anteriormente, a
definição de limite é tão e somente intuitiva. Vai de analisar a função
que está ocorrendo apenas. Agora, o exercício do Exemplo 1.1 mostra
que x se aproxima de 1 pela esquerda, ou seja:

Porém, temos também uma outra forma de se aproximar do número 3,


na função descrita nos exemplo acima, por exemplo: Se x=2,
y=f(x)=5 ; Se x=1,8 então: y=f(x)=4,6 ; Se x=1,2 temos que: y=f(x)=3,4 ;
Se x=1,111 então: y=f(x)=3,222 Podemos perceber então, que x está
tendendo a 1 pela direita agora, e não mais pela esquerda como foi
mostrado no exemplo anterior. Então para resolvermos problemas que

171
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

envolvem cálculo, devemos saber como a função que está em jogo se


comporta.

Sumário
Nesta Unidade Temática 5.1. analisamos e discutimos sobre:

1. Limite de uma função;

2. Definição formal do limite de ums função e;

3. Noção intuitiva do limite.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)


Calcule os seguintes limites:
x 2 − 6x + 9
1. lim (x²-6x+9)/(x-3) quando x tende a 3 ou Lim
x→3 x−3
x3 + x 2 + 2x
2. lim (x³+x²+2x)/(x³+3x) quando x tende a 0 ou Lim
x→0 x3 − 3x
3. lim (z²+9z+20)/(z²+6z+8) quando x tende a- 4 ou Lim z + 9z + 20
2

2
x→−4 z + 6z + 8
4. lim (x³+4x²+5x+2)/(x²+2x+1) quando x tende a – 1 ou
x3 + 4x 2 + 5x + 2
Lim NB. Faça o mesmo para os restantes
x→−1 x 2 + 2x + 1
números deste exercício (5, 6, 7 e 8).
5. lim (x²-2²)/(x-2) quando x tende a 26 ou….
6. lim (x²-b²)/(x-b) quando x tende a b ou …
7. lim [x^(1/2)-2^(1/2)]/[x-2] quando x tende a 2 ou…
8. lim [(x-2)^(1/2)-2]/[x-6] quando x tende a 2 ou….

RESPOSTAS
2 ; 8. 1/4
1. 0; 2. 2/3; 3. -1/2; 4. 1; 5. 4; 6. 2b; 7.
4

172
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Unidade Temática 5.2. Limites Laterais

Introdução

Consideremos a função: f(x) = x − 2 . Podemos notar que nenhum


valor de x menor que 2 está no domínio de existência da função, ou seja,
ela não está definida (não existe) no intervalo  − ; 2 . Esta indefinição
também se reflectirá nos limites dos valores da função neste intervalo,
pois não faz sentido falar de "limites" em valores nos quais a função não
esteja definida (neste exemplo, uma certa faixa de números reais).

O que poderíamos fazer para analisar os valores válidos da função?

Como o seu domínio é apenas 2; +   , devemos restringir o cálculo de


limites a este intervalo; quando um conjunto (no caso, um intervalo) de
números precisa ser excluído do domínio da função, ou quando já se
sabe que a função não está definida em tal conjuto, podemos também,
excluir certa faixa de valores durante o cálculo de limites; Por exemplo,
ao analisar o comportamento de f(x) nas proximidades do ponto , esta
análise deve centrar-se no valor da função quando x se aproxima tanto
do valor do ponto a quer venha do −  quer venha do +  .

Uma melhor compreensão do que acontece com a função f(x) nas


proximidades do ponto a, é dada pelo conhecimento de Limites
Laterais, que é o objecto de estudo desta Unidade Temática, como
veremos no desenvolvimento já a seguir.

173
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir: Limites laterais;


Objectivos
específicos ▪ Entender e Esclarecer: a noção de Continuidade de uma função;

▪ Compreender: as propriedades de funções contínuas e;

▪ Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Limites Laterais
Se x se aproxima de a através de valores maiores que a ou pela sua
direita, escrevemos:

Esse limite é chamado de limite lateral à direita de a.


Se x se aproxima de a através de valores menores que a ou pela sua
esquerda, escrevemos:

Esse limite é chamado de limite lateral à esquerda de a.


O limite de f(x) para x a existe se, e somente se, os limites laterais à
direita a esquerda são iguais, ou seja:

• Se

• Se

Continuidade
Dizemos que uma função f(x) é contínua num ponto a do seu domínio
se as seguintes condições são satisfeitas:

Propriedade das Funções contínuas


Se f(x) e g(x)são contínuas em x = a, então:
• f(x) g(x) é contínua em a;

174
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

• f(x) . g(x) é contínua em a;

• é contínua em a .

Sumário
Nesta Unidade Temática 5.2. estudamos:

1. Noção de limites laterais;

2. Continuidade de Fnções e;

3. Propriedades das funções contínuas.

Exercícios
GRUPO 2 (Com respostas)

1) Calcule os eguintes limites Laterais(Confirme o oposto do limite


dado) : 3
 2 
a) lim (4x − 7x + 5)
2
b) lim
x2 + 2x − 3
c) lim  3x 2 − 2x − 5 
x→1 x→ −3 5 − 3x x→ 2 − x + 3x + 4

 

2x 2 + 3x − 3 3x3 − 5x2 − x + 3 2x 2 + 3x + 2
d) lim e) lim 3 f ) lim
x→ −1 5x − 4 x→ −2 4x + 3 x→ 2 6 − 4x
39
Resp.: a) 2 b) 0 c) 1/8 d) 2 / 3 e) 3 f ) −2
5
2) Calcule os limites abaixo (Confirme o oposto do limite dado):

a) lim x − 1 b) lim 4 − x c) lim 2x + 5x − 3


2 2 2

2
x→1 x −1 x→ −2 2+x x→ 1 2 2x − 5x + 2

x3 − 1 8 + x3 x3 − 3x 2 + 6x − 4
d) lim e) lim f) lim
x −1 4−x x3 − 4x + 8x − 5
2 2 2
x→1 x→ −2 x→1

175
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Resp.: a) 2 b) 4 c) − 7 / 3 d) 3/ 2 e) 3 f )1
3) Calcule:
a) lim 3x − 4 b) lim 2x + 3 c) lim 1 − 3x
x→ 2 (x − 2)2 x→1 (x − 1)2 x→1 (x − 1)2

Unidade Temática 5.3. Limites Infinitos e no Infinito


1 − 2x
3x2 − 5x + 2 e) lim x + 4 f ) lim
Introduçãdo) lim x→ −2 x+2 x−3
x→ 0 x2 x→ 3

1 Lembre-se que estáhestudar 1u m a Disciplina cujos conteúdos são de


g) lim Matemática Superio r), lniammodalidade de Ensino a Distância, parte do
x→1 1 − x x→1 x − 1
Sistema Nacional de Educação (SNE), que exge um pouco mais de si.

Resp.: a) + Par mbe)lh+orentecnd)e−restaUndid)a+deTemáeti)ca,comfe)cemospge)laseguihnt)e


definição: A função f tem limite L quando x cresce além de qualquer
limite (dizemos quando x tende a infinito ou x →  ).

Se pudermos fazer com que f(x) se aproxime arbitrariamente de L


tomando x suficientemente grande. Analogamente, a função f tem
limite M quando x decresce além de qualquer limite (ou quando xtende
a menos infinito), o que se denota porSe pudermos fazer com que f(x)
se aproxime arbitrariamente de Mtomando x negativo e
suficientemente grande em valor absoluto.Todas as propriedades de
limites são válidas quando Faculdade.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender o conceito: limites infinitos e no infinito;


Objectivos
específicos ▪ Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Limites Infinitos e no Infinito


Dizemos que uma variável x tende ao infinito , se

176
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

x se torna um número positivo cada vez maior, crescendo sem limite e,


que x tende a menos infinito( ), se x é negativo e decresce
sem limite.
Se o limite de f(x), quando x tende a x0 pela direita ou pela esquerda,
é +∞ ou –∞, escrevemos:

Já lhe perguntaram o que é o infinito? Certamente alguém lhe deu uma


resposta poética a respeito e de facto no sentido poético, o infinito é
algo fascinante...!

Agora imagine um número absolutamente tão alto quanto é possível


você conceber... Conseguiu? Pois bem, por maior que seja o número
escolhido, ele não é infinito. Aqui, falaremos do infinito como sendo
algo tão inatingível que nenhuma mente humana poderia imaginar.
Infinito é uma tendência, uma forma de representar algo que é tão alto
que jamais poderíamos atingir. É como se fosse um caminho sem fim,
como o destino de um corpo sem obstáculos e atrito no espaço sem fim.

No início desta Unidade Temática, discutimos como analisar o


comportamento de uma função (sua tendência) quando a variável se
aproxima de um determinado número. Nesta seção, discutiremos duas
situações novas:

• O que acontece com os valores de , quando é muito


grande?
• O que fazer quando, ao aproximar de um ponto , os valores
de ficam cada vez maiores?

Usaremos o termo "infinito" sempre que for preciso lidar com "números
gigantescos". Deste modo, também poderemos representar as duas
situações acima usando conceitos de limite. Para isso, quando
realizarmos um cálculo, podemos tratar o infinito como se fosse um
número, embora ele seja um ente matemático que nunca poderemos
alcançar. Por exemplo, caso a variável esteja tendendo ao infinito, e
apareça em uma expressão, podemos imaginar o que aconteceria com
a expressão caso fosse um número suficientemente grande. Então
façamos um estudo de como podemos avaliar o comportamento das
funções quando a variável tende a infinito.

1
Considerando uma função definida como: f(x) =
x

177
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

De fato temos uma tendência do valor da função se igualar a 1 quando


levamos para números muito altos, embora ela nunca alcance o valor
1. Chamamos isso de limite no infinito, ou tendência infinita, e dizemos
que tende a 1 quando tende ao infinito.

Podemos simbolizar a tendência de , quando fica cada vez


maior, usando uma destas formas:

ou

O mesmo pode acontecer quando o valor da variável independente


tende ao infinito negativo ( ), então podemos representá-la assim:

Ou

A partir das noções apresentadas anteriormente, podemos definir de


forma rigorosa as têndências infinitas e os limites infinitos.

Definição

Chamamos o número de limite lateral no infinito positivo se:

tal que vale a implicação

Ou seja, é o número para qual uma função f(x) tende a se igualar


quando a variável independente ultrapassa o número positivo N.

Do mesmo modo, chamamos o número de limite lateral no infinito


negativo se:

tal que vale a implicação

178
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Os números são escolhidos de forma a fornecerem o maior valor


possível dentro do domínio da função, que portanto deve
necessáriamente ser ilimitado.

Limites infinitos

Se nos depararmos com uma função onde o denominador decresce


vertiginosamente até zero, o que podemos fazer?

Esta é a típica forma de funções que crescem até o infinito, neste caso
adotamos o valor da definição de infinito, visto que não é possível
colocar qualquer valor. Adotamos ou , pois

, como já definimos anteriormente.

Sumário
Nesta Unidade Temática 5.3. analisamos e discutimos sobre:

Limites infinitos e no infinito

Exercícios
GRUPO 2 (Com respostas)

Escreva estes limites sob notação de limites, à semelhança com o que


fizemos na Unidade Temática 5.1. Limites de uma função. Limra?

1. lim x³+7 quando x tende ao infinito positivo


2. lim x²-x quando x tende ao infinito positivo
3 lim (7*a^9 + 2)/(a^8+1) quando x tende ao infinito negativo
4.lim 5x/(7x³+3)^(1/3) quando x tende ao infinito negativo
5. lim [3x + x² - 9*x^(-2)] / (7*x^5 + 2) quando x tende ao infinito
positivo
6. lim (x^1000 – x^17) / [-(x)^100 + x^58] quando x tende ao infinito
positivo
7 lim [(8x²+3)^(1/2)]/[(9x²-7x)^(1/2)] quando x tende ao infinito

179
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

positivo
8. lim (x^5 +1) / (3x³ – 9x) quando x tende ao infinito negativo

Unidade Temática 5.4.


Continuidade

Introdução

Ao trabalhar com uma função, nossa primeira preocupação deve ser o


seu domínio (condição de existência), afinal, só faz sentido utilizá-la
nos pontos onde esteja definida e sua expressão
matemática, portanto, tenha significado. Todavia, em muitos casos, é
importante saber como a função se comporta quando a variável está
muito próxima de um ponto que não pertence ao seu domínio.

E para este estudo, nos valemos da teoria de limites e Continuidade de


funções, a qual permite a análise de uma função em uma vizinhança
muito próxima de um ponto, sem se preocupar com o valor da função
neste ponto po intervalo.

Um conceito fundamental no Cálculo, no que diz respeito ao estudo de


funções, é o de continuidade de uma função num ponto de seu
domínio.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender: e explicar o conceito de continuidade de funções;


Objectivos
específicos ▪ Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

180
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Continuidade
CONTINUIDADE DE FUNÇÕES DE UMA VARÁVEL

Os seguintes problemas envolvem a continuidade de funções de uma


variável. Uma função y = f(x) é contínua em um ponto x=a se as
seguintes três condições são verificadas:

a) f(a) está definida,

b) exéte (i.e., é finito) e,

c) .

Critérios de Continuidade de uma Função


Uma função f é dita ser contínua no intervalo I se f é contínua em cada
ponto x em I. Aqui está uma lista de alguns factos bem conhecidos que
nos ajudam a identificar se dada função f é contínua num determinado
interval I:

1. A SOMA de funções contínuas é contínua.

2. A DIFERENÇA de funções contínuas é contínua.

3. O PRODUTO de funções contínuas é contínua.

4. O QUOCIENTE de funções contínuas é contínua em todos os


pontos x aonde o DENOMINADOR NÃO é ZERO.

5. A COMPOSIÇÃO de funções contínuas é contínua em todos


os pontos x onde a composição está propriamente definida.

6. Qualquer polinômio é contínuo para todos os valores de x.

7. A função ex e as funções trigonométricas e são


contínua para todos os valores de x.

181
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Sumário

Nesta Unidade Temática 5.4. estudamos:


1. Conceito de Continuidade de uma função;
2. Critérios de continuidade de uma função.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

PROBLEMA 1 : Determine se a seguinte função é contínua em x=1 .

Clique AQUI to para ver uma solução detalhada do problema 1.

PROBLEMA 2 : Determine se a seguinte função é contínua em x=-2 .

Clique AQUI to para ver uma solução detalhada do problema 2.

PROBLEMA 3 : Determine se a seguinte função é contínua em x=0 .

Clique AQUI to para ver uma solução detalhada do problema 3.

PROBLEMA 4 : Determine se a função é contínua at x=-


1.

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 4.

182
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

PROBLEMA 5 : Verifique se a seguinte função é contínua para x=3 e x=-


3.

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 5.

PROBLEMA 6 : Para que valores de x a função é


contínua ?

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 6.

PROBLEMA 7 : Para que valores de x a função é

contínua ?

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 7.

PROBLEMA 8 : Para que valores de x a função é


contínua ?

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 8.

PROBLEMA 9 : Para que valores de x a função é


contínua ?

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 9.

PROBLEMA 10 : Para que valores de x a função é


contínua ?

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 10.

PROBLEMA 11 : Para que valores de x é aseguinte função contínua ?

183
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 11.

PROBLEMA 12 : Determine todos os valores da constante A para que a


seguinte função seja contínua para todos os valores de x .

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 12.

PROBLEMA 13 : Determine todos os va;ores das constantes A e B para


que a função seja contínua para todos os valores de x .

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 13.

PROBLEMA 14 : Mostre que a seguinte função é contínua para todos os


valores de x .

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 14.

PROBLEMA 15 : Seja

Mostre que f é contínua para todos os valores de x .


Mostre que f é diferenciável para todos os valores de x,
mas que a derivada , f' , NÃO é contínua em x=0 .

184
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 15.

TEMA VI: CÁLCULO DIFERENCIAL 57

Unidade 6.1 Derivada.


Unidade 6.2.Técnicas de Derivação.
Unidade 6.3 Regra da Cadeia…

Unidade Temática 6.1. Derivada

Introdução
È necessário, em todo o cálculo matemático ter a noção teórica de cada
tema no qual trabalhamos; isso porque; imaginemos que, para os
estudantes até ao 12º ano a relevância destes conceitos acaba por ser
desprezada visto que a prática, em termos reais é mais conclusiva que
a própria teória.

Mas, isso só funciona desde que tenhamos sempre presente um


professor que auxilie o raciocínio.
A questão é: quando necessitar implementar ou criar alguma aplicação
matématica o conhecimento teórico traduz a opção ou o método a
adoptar. Por ex: se devemos usar derivadas, limites, integrais, sistemas
de equações para satisfação dos critérios físico/matemáticos do cálculo
em causa. Questões como estas merecem atenção.

No cálculo, a derivada representa a taxa de variação instantânea de


uma função. Um exemplo típico é a função velocidade que representa
a taxa de variação (derivada) da função espaço ou da distância s
percorrida. Do mesmo modo a função aceleração é a derivada da
função velocidade.

Diz-se que uma função f é derivável (ou diferenciável) se, próximo de


cada ponto a do seu domínio, a função f(x) − f(a) se comportar
aproximadamente como uma função linear, ou seja, se o seu gráfico for
aproximadamente uma recta. O declive de uma tal recta é a derivada

185
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

df (x)
da função f no ponto a e representa-se por f ´(x) = , mas quando
dx
df (a)
x assumir, por exemplo um valor a, escrevemos f´(a)= f ´(a) = .
dx

A Derivada nos dias que correm encontra muita aplicação em diversas


áreas de conhecimento, entre outras, a de ciências económicas, como
é o caso de cálculo de receita marginal.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir: a Derivada de Uma Função;

▪ Estabelecer: a definição formal da derivada;


Objectivos
específicos
▪ Aplicar: na vida prática e profissional o conceito de deferenciação;

Derivada
No cálculo, a derivada representa a taxa de variação instantânea de
uma função[1] . Um exemplo típico é a função velocidade que representa
a taxa de variação (derivada) da função espaço. Do mesmo modo a
função aceleração é a derivada da função velocidade.

Diz-se que uma função f é derivável (ou diferenciável) se, próximo de


cada ponto a do seu domínio, a função f(x) − f(a) se comportar
aproximadamente como uma função linear, ou seja, se o seu gráfico for
aproximadamente uma reta. O declive de uma tal recta é a derivada da
função f(x) no ponto a e representa-se por

df (a)
ou por f ´(a) = .
dx

186
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Em cada ponto, a derivada de é a tangente do ângulo


que a recta tangente à curva faz em relaçao ao eixo das abscissas. A reta
é sempre tangente à curva azul; a tangente do ângulo que ela faz com
o eixo das abscissas é a derivada. Note-se que a derivada é positiva
quando verde, negativa quando vermelha, e zero quando preta.

Definição formal da Derivada


Seja I um intervalo com mais do que um ponto do conjunto dos
números reais e seja f uma função de I em (função esta que é
formalmente denotada por ) . Se o ponto (lê-se: o
ponto a pertence, faz parte do intervalo I), diz-se que f é derivável em a
se existir o limite [2] e o mesmo for finito

,
onde .

Se for esse o caso, aquele limite designa-se por derivada da função f no


ponto a e representa-se por f′(a). Note-se que a derivada de f em a, se
existir, é única. Isto continuaria a ser verdade se I fosse um conjunto
qualquer de números reais e se a fosse um ponto não isolado de I.
Segundo esta definição, a derivada de uma função de uma variável é
definida como um processo de limite Considera-se a inclinação da
secante quando os dois pontos de intersecção com o gráfico de f

convergem para um mesmo ponto. No limite, a inclinação da secante é


igual à da tangenteInclinação da secante ao gráfico de f

187
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

O declive da secante ao gráfico de f que passa pelos pontos (x,f(x)) e


(x + h,f(x + h)) é dado pelo quociente de Newton:

Uma definição alternativa é: a função f é derivável em a se existir uma


função φa de I em R contínua em a tal que

Então define-se a derivada de f em a como sendo φa(a).

Derivada num ponto


• Seja um intervalo de R com mais do que um ponto, seja ∈
e seja uma função de em R derivável em . Então é
contínua em . O recíproco não é verdadeiro, como se pode ver
pela função módulo.
• Seja um intervalo de R com mais do que um ponto, seja ∈
e sejam e funções de em R deriváveis em . Então as
funções ± , e (caso ≠ ) também são
deriváveis em e:
o
o

188
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Em particular, se ∈ R, então . Resulta daqui e de se


ter que a derivação é uma aplicação linear.

• Sejam e intervalos de R com mais do que um ponto, seja


∈ , seja uma função de em derivável em e seja seja
uma função de em R derivável em . Então o é
derivável em e

Esta propriedade é conhecida por regra da cadeia.

• Seja um intervalo de R com mais do que um ponto, seja ∈


e seja uma função contínua de em R derivável em com
derivada não nula. Então a função inversa é derivável em
e

Outra maneira de formular este resultado é: se está na imagem de


e se for derivável em com derivada não nula, então

Assim, por exemplo, se considerarmos a função f de R em R definida por


f(x) = x² + x − 1, esta é diferenciável em 0. Podem ver-se na imagem
abaixo os gráficos das restrições daquela função aos intervalos [−1,1] e
[−1/10,1/10] e é claro que, enquanto que o primeiro é bastante curvo
(e, portanto, f(x) − f(0) está aí longe de ser linear), o segundo é
praticamente indistinguível de um segmento de reta (de declive 1). De
facto, quanto mais se for ampliando o gráfico próximo de (0,f(0)) mais
perto estará este de ser linear.

189
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Gráfico de uma função derivável.

Em contrapartida, a função módulo de R em R não é derivável em 0,


pois, por mais que se amplie o gráfico perto de (0,0), este tem sempre
o aspecto da figura abaixo.

Gráfico da função módulo, que não é derivável em .

Derivabilidade em todo o domínio


Diz-se que f é derivável ou diferenciável se o for em todos os pontos do
domínio.

Uma função diferenciável

• Uma função derivável de em R é constante se e só se a


derivada for igual a em todos os pontos. Isto é uma
consequência do teorema da média.

190
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

• Uma função derivável de em R é crescente se e só se a


derivada for maior ou igual a em todos os pontos. Isto também
é uma consequência do teorema da média.

Uma função cuja derivada seja sempre maior que é estritamente


crescente. Uma observação importante é que existem funções
estritamente crescentes em que a derivada assume o valor em alguns
pontos. É o que acontece, por exemplo com a função de R em R definida
por . Naturalmente, existem enunciados análogos para
funções decrescentes.

• Se for uma função derivável de em R, sendo um intervalo


de R com mais do que um ponto, então também é um
intervalo de R. Outra maneira de formular este resultado é: se
for uma função derivável de em R e se for um número
real situado entre e (isto é, ≤ ≤ ou
≥ ≥ ), então existe algum ∈ tal que
. Este resultado é conhecido por teorema de
Darboux.

Funções continuamente deriváveis


Seja um intervalo de R com mais do que um ponto e seja uma função
de em R. Diz-se que é continuamente derivável ou de classe se
for derivável e, além disso, a sua derivada for contínua. Todas as
funções deriváveis que foram vistas acima são continuamente
deriváveis. Um exemplo de uma função derivável que não é
continuamente derivável é

pois o limite não existe; em particular, f' não é contínua


em .

191
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Derivadas de ordem superior (facultativo)


Quando obtemos a derivada de uma função o resultado é também uma
função de x e como tal também pode ser diferenciada. Calculando-se a
derivada novamente obtemos então a segunda derivada da função f.
De forma semelhante, a derivada da segunda derivada é chamada de
terceira derivada e assim por diante. Podemos nos referir às derivadas
subsequentes de f por:

e assim sucessivamente. No entanto, a notação mais empregada é:

ou alternativamente,

ou ainda

Se, para algum k ∈ N, f for k vezes derivável e, além disso, f(k) for uma
função contínua, diz-se que f é de classe Ck.

Se a função f tiver derivadas de todas as ordens, diz-se que f é


infinitamente derivável ou indefinidamente derivável ou ainda de classe
C∞.

Pontos críticos, estacionários ou


singulares
Pontos onde a derivada da função é igual a chamam-se normalmente
de pontos críticos. Existem cinco tipos de pontos onde isto pode
acontecer em uma função. Como a derivada é igual ao declive da
tangente em um dado ponto, estes pontos acontecem onde a reta
tangente é paralela ao eixo dos . Estes pontos podem acontecer:

192
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

1. onde a função atinge um valor máximo e depois começa a


diminuir, chamados máximos locais da função
2. onde ela atinge um valor mínimo e começa a aumentar,
chamados de mínimos locais da função
3. em pontos de inflexão (horizontais) da função, que ocorrem
onde a concavidade da função muda. Um exemplo típico é a
função : no ponto a função tem um ponto
de inflexão (horizontal).
4. em pontos onde a função oscila indefinidamente entre valores
acima ou abaixo, um exemplo típico é a função

5. em pontos onde a função é localmente constante, ou seja, existe


um intervalo contendo o ponto para o qual a restrição da função
ao intervalo é a função constante. Um exemplo típico é a função
f(x) = |x + 1| + |x - 1| no ponto x=0.

Os pontos críticos são ferramentas úteis para examinar e desenhar


gráficos de funções.

Sumário

Nesta Unidade Temática 6.1. estudamos:


1. Derivada (conceito);
2. Definição formal;
3. Derivada de uma função num ponto;
4. Derivabilidade em todo domínio.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

Se ∈ R, a função de R em R definida por é derivável em


todos os pontos de R e a sua derivada é igual a em todos os pontos,
pois, para cada ∈ R:

193
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Usando a definição alternativa, basta ver que se se definir de R em


R por , então é contínua e, para cada e cada reais,
tem-se

além disso, .

A função de R em R definida por é derivável em todos os


pontos de R e a sua derivada é igual a em todos os pontos, pois, para
cada ∈ R:

Usando a definição alternativa, basta ver que se se definir de R em


R por , então é contínua e, para cada e cada reais,
tem-se

além disso, .

A função de R em R definida por é derivável em todos os


pontos de R e a sua derivada no ponto ∈ R é igual a , pois:

Usando a definição alternativa, basta ver que se se definir de R em


R por , então é contínua e, para cada e cada
reais, tem-se

além disso, .

A função módulo de R em R não é derivável em pois

194
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

No entanto, é derivável em todos os outros pontos de R: a derivada em


é igual a quando e é igual a quando .

Unidade Temática 6.2. Técnicas


de Derivação

Introdução

A derivada de uma função y = f(x) num ponto x = x0 , é igual ao


valor da tangente trigonométrica do ângulo formado pela
tangente geométrica à curva representativa de
y=f(x), no ponto x = x0, ou seja, a derivada é o coeficiente angular
da reta tangente ao gráfico da função no ponto x0.
A derivada de uma função y = f(x), pode ser representada também
pelos símbolos:
y' = dy/dx ou f ' (x).
A derivada de uma função f(x) no ponto x0 é dada por:

Mas, em termos práticos, torna-se enfadonho trabalhar com fórmula


acima, pelo que se adoptou uma maneira mais facile prática de
trabalhar com a derivada, a que no conjunto se designou por técnicas
de derivação, que veremos com mais detalhes, no desenvolvimento
desta Unidade Temática.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender e aplicar o Conceito: de técnicas de derivação;


Objectivos
específicos ▪ Saber como: interpretar a derivada de uma constante;

195
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

▪ Aplicar correctamente: todas a técnicas de derivação na resolução de


problemas reais;

Técnicas de Derivação
DERIVADA DE UMA CONSTANTE

Se c for um número real qualquer, então:

DERIVADA DE UMA POTÊNCIA COM EXPOENTE INTEIRO

Se n for um número inteiro qualquer, então:

DERIVADA DE UMA CONSTANTE VEZES UMA FUNÇÃO

Se f for diferenciável em x e c for um número real qualquer, então:

DERIVADAS DE SOMAS E DIFERENÇAS

Se f e g forem diferenciáveis em x, então:

196
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

DERIVADA DE UM PRODUTO

Se f e g forem diferenciáveis em x, então:

DERIVADA DE UM QUOCIENTE

Se f e g forem diferenciáveis em x,
e , então:

DERIVADA DE UM RECÍPROCO

Se g for diferenciável em x,
e , então:

197
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

DERIVADAS MAIS ALTAS ou de n-ésimo grau

Se a derivada f' de uma função f for ela mesma diferenciável, então a


derivada de f' será denotada por f'', chamada de derivada segunda de
f:

Se pudermos repetir este processo, obteremos a derivada terceira de


f:

E assim por diante, na forma geral:

DERIVADAS DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

198
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Sumário

Nesta Unidade Temática 6.2. estudamos os seguinte


tópicos.

Constante
Potência com expoente inteiro
Constante vezes uma função
Somas e diferenças
Produto
Quociente
Recíproco
Derivadas mais altas
Trigonométricas

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas NÃO DETALHADAS)


Tente resolver os exercícios antes de olhar as respostas!

1.Calcule a derivada da função e determine o coeficiente angular da reta tangente ao


gráfico da função no valor de x dado.

b)
a)

2.Determine uma equação para a reta tangente ao gráfico da função


no ponto (x,y) = (3,2).

3. A posição de uma partícula que se desloca ao longo de uma recta coordenada é dada
por , com s em metros e t em segundos. Determine a velocidade e a
aceleração da partícula para t = 6s.

199
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

4. Analisando o gráfico da figura abaixo, verifique em quais pontos do intervalo [-4,6] a


derivada não existe. Justifique sua resposta.

5. Cada uma das figuras mostra o gráfico de uma função num intervalo fechado D.

a) b)

• Em que pontos do domínio existe a derivada da função?


• Em que pontos do domínio a função é contínua, mas não existe a derivada?
• Em que pontos do domínio a função não é contínua e nem diferenciável (ou
seja, não existe a derivada)? Justifique cada uma de suas respostas

6. Determine a derivada das funções dadas.

a) b)

c) d)

7. Determine a derivada das funções:

a)
i)

b) j)

200
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

c)
k)

d) l)

e) m)

n)
f)

o)
g)

p)
h)

8. A relação entre o número de decibéis e a intensidade de um som I em watts por

centímetro quadrado é dada por Encontre a taxa de variação


no número de decibéis quando a intensidade for 10-4 watt por centímetro quadrado.

9. Na escala Richter, a magnitude R de um terremoto de intensidade I é dada por

em que I0 é a intensidade mínima usada para comparação. Supondo


que I0 = 1.
a) Determine a intensidade do terremoto de 1906 em São Francisco
para o qual R = 8,3.
b) Determine a intensidade do terremoto de 26 de maio de 2006 em
Java, Indonésia, para o qual R = 6,3.
c) Determine o fator pelo qual a intensidade aumenta quando o valor
de R é duplicado.

d) Determine .

10. Encontre uma equação da reta tangente no ponto indicado.

a) d)

b) e)

c) f)

11. Quem é b se a inclinação da reta tangente à curva y = bx em x = 0 for 4?

12. A energia E (em joules) irradiada como onda sísmica a partir de um terremoto de
magnitude M na escala Richter é dada pela fórmula log10E = 4,8+1,5M.

201
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

a) Expresse E como função de M

b) Mostre que quando M cresce 1 unidade, a energia aumenta por um fator de


aproximadamente 31.
dE
c) Calcule
dM

RESPOSTAS
1.
c)
a)

2.

3.

4. x = 0 ; x=1 e x=4

5. a) , nenhum , nenhum
b) , nenhum , x = 0

6.

a)

b)

c)

d)

7.

a) i)

b) j)

c) k)

l)
d)

202
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

e)
m)

n)
f)

g)
o)

p)
h)

8.

, então, para I = 10-4, a taxa de variação é aproximadamente 43 429,4


db/w/cm2.

9.
c) 10R
a)
b)
d)

10.
a) d)

b)
e)
c)
f)

11. b = e4

12.
a) E = 104,8+1,5M

c)

203
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Unidade Temática 6.3. Regra de Cadeia

Introdução

Em cálculo, a regra da cadeia é uma fórmula para a derivada da função


composta de duas funções ou mais.

Desenvolvida por Gottfried Leibniz, a regra da cadeia teve grande


importância para o avanço do cálculo diferencial. Seu desenvolvimento
foi devido à mudança de notação, ou seja, ao invés de usar a notação
de Newton, Leibniz adotou uma notação referente à tangente, onde a
derivada é dada pela diferença dos valores na ordenada dividida pela
diferença dos valores na abcissa e onde essa diferença é infinitamente
pequena (dy/dx).

A partir desta observação, a regra da cadeia passou a permitir a


diferenciação de funções diversas cujo argumento é outra função.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender como se aplicar: a regra de cadeia nas derivadas;


Objectivos
específicos ▪ Fazer Análise e Interpretação: de gráficos de funções estudadas;

▪ Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Regra de Cadeia

Enunciado
A regra da cadeia afirma que

204
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

que em sua forma sucinta é escrita como:

Alternativamente, na notação de Leibniz, a regra da cadeia é

Na integração, a recíproca da regra da cadeia é a regra da substituição.

Exemplos
• Exemplo 1: Considere . Temos que
onde e
Então,

• Exemplo 2: De forma análoga, para funções trigonométricas,


por exemplo:

pode ser escrita como com e


. A regra da cadeia afirma que

desde que e .

Regra da cadeia para várias


variáveis (Carácter informativo, pelo que
facultativo).

A regra da cadeia aplica-se também para funções de mais uma


variável. Considere a função onde e
, então

205
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Suponha que cada função de é uma função de duas


variáveis tais que e , e que todas essas
funções sejam diferenciáveis. Então a regra da cadeia é equivalente a:

Se considerarmos acima como um vetor função, podemos


então utilizar a notação vetorial para escrever a equivalência acima
como o produto escalar do gradiente/Tangente de e a derivada de
:

Em geral, para funções de vectores a vetores, a regra da cadeia afirma


que a Matriz Jacobiana da função composta é o produto de matrizes
Jacobianas de duas funções:

Sumário

Nesta Unidade Temática 6.2. estudamos:


Regra de cadeia para derivadas e algumas de suas aplicações.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. A derivada de uma função de uma variável é o limite da razão do


acréscimo da função para o acréscimo independente, quando este último

206
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

tende a zero, em outras palavras a derivada da função 𝑦 = 𝑓(𝑥) é dada


por:
𝑓(∆𝑥) − 𝑓(𝑥)
𝐴: 𝑓′(𝑥) = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥
𝑓(𝑥 + ∆𝑥) + 𝑓(𝑥)
𝐵: 𝑓′(𝑥) = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥

𝑓(𝑥+∆𝑥)−𝑓(𝑥)
𝐶: 𝑓′(𝑥) = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥

𝑓(𝑥+∆𝑥)−𝑓(𝑥)
𝐷: 𝐴: 𝑓′(𝑥) = lim
∆𝑥→0 𝑥−∆𝑥

2. A derivada da função 𝑓(𝑥) = 2 − 3𝑥 é:

𝐴: 3

𝐵: 2

𝐶: − 1

𝐷: − 3

2
3. A derivada da função 𝑓(𝑥) = é:
𝑥+1

2
𝐴:
𝑥+1
2
𝐵:
(𝑥 + 1)2

−2
𝐶:
(𝑥 + 1)2

(𝑥 + 1)2
𝐷: −
2
4. A derivada do exercício anterior no ponto 𝑥 = 1 é:

𝐴: 1

207
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

1
𝐵:
2
1
𝐶: −
2
𝐷: − 2

5. Sendo 𝑓(𝑥) = √𝑒𝑠𝑒𝑛𝑥


𝑐𝑜𝑠𝑥 −𝑐𝑜𝑠𝑥
𝐴: √𝑒𝑠𝑒𝑛𝑥 𝐵: √𝑒𝑠𝑒𝑛𝑥
2 2
𝑠𝑒𝑛𝑥
𝐶: √𝑒𝑠𝑒𝑛𝑥 𝐷: 𝑁𝑒𝑛ℎ𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑙𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠 é 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑐𝑡𝑎
2

6. Sendo ( ) 𝑥+1
𝑓 𝑥 = 𝑙𝑛 ( ):
𝑥−1

2 −2
𝐴: 𝐵:
𝑥2 −1 𝑥2 −1

𝐶: ln(𝑥 + 1) − ln(𝑥 − 1) 𝐷: 𝑁ã𝑜 𝑒𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒

7. Sendo 𝑓(𝑥) = log2(𝑠𝑒𝑛𝑥):

𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥) 𝑡𝑔(𝑥)
𝐴: 𝐵: 𝐶: log2(𝑐𝑜𝑠𝑥)
𝑙𝑛2 𝑙𝑛2
𝐷: (𝑐𝑜𝑠𝑥)log2(𝑠𝑒𝑛𝑥)

8. Sendo 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(2𝑥):

𝐴: 2 cos(2𝑥) 𝐵: −2 cos(2𝑥) 𝐶:
− cos(2𝑥) 𝐷: cos(2𝑥)

𝑠𝑒𝑛(𝑥)
9. Sendo 𝑓(𝑥) = :
𝑥−1

208
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

(x − 1) cos(𝑥) − 𝑠𝑒𝑛𝑥
𝐴: 𝐵: 𝑐𝑜𝑠𝑥
(𝑥 − 1)2
(x − 1) cos(𝑥) + 𝑠𝑒𝑛𝑥 cos(𝑥)
𝐶: 𝐷:
(𝑥 − 1)2 (𝑥 − 1)2

10. Sendo 𝑓(𝑥) = 1002𝑥

𝐴: 2002𝑥𝑙𝑛(100) 𝐵: 2 × 1002𝑥

𝐶: 2002𝑥 𝐷: 1002𝑥𝑙𝑛(1002)

Respostas:

1. C, 2. D, 3. C, 4.C, 5. A, 6. B, 7.A, 8.A, 9.A, 10.D

Calcule a derivada de cada uma das funções abaixo:

RESPOSTAS (Vamos mostrar apenas as resoluções das alíneas a) e b)).

a)

Temos f1(x)=h(g(x)), sendo e .

Se , então .

Por outro lado, se , então .

209
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Mas, pela Regra da Cadeia, como h e g são deriváveis, temos


f1'(x)=h'(g(x)).g'(x),

ou seja,

b)

Dica: se f(x) = ax, sua derivada é f´(x) = ax .lna

Mas quando a = e, teremos f´(x) = ex .lne . Mas lne = loge e = 1, logo


f´(x) = ex .lne = f´(x) = ex .l = ex  (ex )´= e x .

Para derivar as funções trigonométricas, o estudantes, deve revisitar a


Unidade Temática 6.2. (Derivadas de Funções Trigométricas página 77
e 78).

Temos f2(x)=h(g(x)), sendo e .

Se , então .

Por outro lado, se , então .

Mas, pela Regra da Cadeia, como h e g são deriváveis, temos

f2'(x)=h'(g(x)).g'(x),

ou seja,

Tente encontrar a expressão mais simplificada possível do que estas


últimas duas alíneas a) e b) e continue, com analogia a esta resolução,
a resolver os demais exercícios de c) a f).

210
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

TEMA VII: COMPORTAMENTO DE


FUNÇÕES
Unidade 7.1. Máximos e Mínimos.
Unidade 7.2. Regiões de Crescimento e Decrescimento.
Unidade 7.3. Regra de L’Hôpital.
Unidade 7.4. Taxas Relacionadas

Unidade Temática 7.1. Máximo e Mínimo

Introdução

Em matemática, em especial na análise real, os pontos de máximo e


mínimo, também chamados de pontos extremos de uma função são
pontos do domínio onde a função atinge seu valor máximo e mínimo.
Ou seja, dizemos que (de máximo) e (de mínimo) se existem
pontos no domínio e tais que:

, para todo no
domínio.

A partir do sinal da primeira ou da derivada de uma função f, além da


concavidade, podem-se obter pontos de máximo ou mínimos,

relativos a um certo intervalo desta função.

Em geral, não se pode garantir a existência de tais valores máximos nem


mínimos, mesmo para funções reais contínuas limitadas. No entanto é
possível mostrar que toda função real definida num compacto assume
tanto um máximo como um mínimo.

Define-se também ponto de máximo local e ponto de mínimo local que


são pontos de máximo (ou de mínimo) de uma função em alguma
vizinhança do ponto contida no domínio.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

211
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

▪ Entender: e aplicar o conceito de máximo e mínimo;


Objectivos
específicos ▪ Saber interpretar o significado: de anulamento das 1ª e 2ª derivavadas;

▪ Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Máximo e Mínimo

Aplicações da 1ª Derivada
Considere o gráfico a seguir de uma função qualquer. Tem-se:

x1= abscissa de um ponto de máximo local.

x2= abscissa de um ponto de mínimo local.

x3= abscissa de um ponto de máximo local.

As rectas tangentes r1, r2 e r3 nos pontos de abscissas x1, x2 e x3,


respectivamente, são paralelas ao eixo x, logo, a derivada (que é o

declive da recta tangente ao gráfico) de f anula-se para x1, x2 e x3, ou


seja, f’(x1) = f’(x2) = f’(x3) = 0. Porque o ângulo (declive) mede-se entre
a recta e o eixo das abcissas x. Quando a recta é paralela ao eixo x, o
ângulo entre si resulta de zero graus, que é ovalor do declive.

Observação:

Por força do exposto no parágrafo imediatamente anterior, os pontos


de mínimo ou de máximo ocorrem quando a 1ª derivada é nula (igual
a zero) nesses pontos.

212
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Aplicações da 2ª Derivada ou
(pontos de Inflexão).
A fim de verificar se um ponto, que anula a primeira derivada de uma
função, representa um ponto de máximo ou mínimo local, faz-se o teste
da segunda derivada, ou seja:

a) deriva-se a função;

b) iguala-se a primeira derivada a zero;

c) Seja a função duas vezes diferenciável no intervalo aberto I.


(i) se f(x) (segunda derivada) >0 para todo x em I (intervalo), então o
gráfico de f possui concavidade virada para cima em I.
(ii) se f(x) (segunda derivada) <0 para todo x em I, então o gráfico de f
possui concavidade virada para baixo em I.

Teste da segunda derivada para extremos relativos

Seja a função f diferenciável no intervalo aberto I e suponha que c seja


um ponto em I, tal que f (x) (primeira derivada) = 0 e f (x) (segunda
derivada) exista.

(i) se f (c) >0, então f possui um mínimo relativo em c.


(ii) se f (c) < 0, então f possui um máximo relativo em c.

Pode ser escrito de outra forma:

Teste da Derivada segunda

Suponha que f (2 derivada) seja contínua na proximidade de c.


(i) se f (c) =0 e f (c) >0, então f tem um mínimo local em c.

(ii) se f (c) = 0 e f (c) <0, então f tem um máximo local em c

Sumário

Nesta Unidade Temática 7.1. estudamos os seguinte


tópicos.

Aplicações da 1ª Derivada e

213
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Aplicações da 2ª DerivadaExercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

EXERCÍCIOS de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO 2 (Com respostas)

1. Dentre todos os rectângulos de perímetro 64cm, encontre as medidas

de um em que sua áreas seja máxima.

Temos o rectângulo:

[Figura 1-1]
O perímetro é dado por:

De (5.1) obtermos:

A área do retângulo é dada por:

Substituindo (5.2) na (5.3), obtemos:

Calculamos agora a derivada da (5.4):

Igualando a zero obtendo a seguinte equação:

214
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Agora que já encontramos o valor de um dos lados do rectângulo, substituímos

o valor encontrado na (5.2):

Com este resultado, concluímos que, para que a área seja máxima, o quadrilátero

pedido é um quadrado de lado 16cm.

2. Encontre o máximo e o mínimo absolutos das funções:

Resolução:

a)

215
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Segue que o máximo absoluto é f(4)=17 e o mínimo absoluto é f(2)=-3.

b)
f'(x)=6x(x-2)2+6x2(x-2) =12x((x-2) (x-1) =0

Os pontos críticos são: x=0, x=2 e x=1. e os valores de f nestes pontos são:

Máximo absoluto : M=27, Mínimo absoluto: m=0.

Unidade Temática 7.2. Regiões de Crescimento


e Decrescimento

Introdução
A noção intuitiva de crescimento/decrescimento de uma função num
intervalo aberto, contido em seu domínio, nos faz pensar num
determinado tipo de gráfico. Entretanto, é preciso tomar muito cuidado
com as definições.

Todas são definições simples. O cuidado a ser tomado é com o


quantificador: "qualquer que seja" cujo símbolo é  . Assim, para
provar que determinada função é crescente num intervalo não basta
provar que:

se então

é preciso se certificar de que ficou estabelecido que a e b são quaisquer


no intervalo considerado.

Através da noção de crescimento/decrescimento de uma função num


intervalo/Região aberto, podemos definir o ponto de extremo da

216
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

função nesse intervalo, como veremos no desenvolvimento desta


Unidade Temática.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entebder: e aplicar o conceito de crescimento e decrescimento;


Objectivos
▪ Perceber: quando se diz que uma função é estritamente Crescente;
específicos
▪ Perceber: quando se diz que uma função é estritamente decrescente;

Regiões de Crescimento e Decrescimento

Definição 1: (Função Crescente)


Seja f uma função definida em um intervalo I . A função f é cr
escente em I se
f ( x1 ) < f ( x2 ) sempre que x1 < x2 , x1 , x2 I .

Definição 2: (Função Decrescente)


Seja f uma função definida em um intervalo I . A função f é decr
escente em I se
f ( x1 ) > f ( x2 ) sempre que x1 < x2 , x1 , x2 I .

217
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Definição 3: Função estritamente


Crescente
Uma função f é dita estritamente crescente num intervalo I quando
para qualquer par de pontos x1 e x2, com x1< x2, tem-se .

Definição 4: Função estritamente


Decrescente
Uma função f é dita estritamente decrescente num intervalo I quando
para qualquer par de pontos x1 e x2, com x1< x2, tem-se .

Teorema: Sinal da Derivada


Seja f uma função contínua em [ a , b ] e derivável em ( a , b
) . Então:
a) f ’( x ) > 0 , e x  ( a , b ); f é CRESCENTE em [ a , b ] .
f é CRESCENTE em [ a , b ] então f ’( x ) > 0 , se x  ( a , b )

218
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

b) f ’( x ) < 0 , e x  ( a , b ); f é DECRESCENTE em [ a , b ] .
f é DECRESCENTE em [ a , b ] então f ’( x ) < 0 , se x  ( a , b )

Teste da Primeira Derivada para


Extremos
Teorema: (Teste da 1a Derivada para Extremos Relativos)
Seja f uma função contínua em um intervalo aberto ( a , b
) contendo xo . Se f é derivável em todo os pontos do intervalo
(a , b) , excepto possivelmente em xo , então
a) f ’( x ) > 0 , e x  ( a , xo) e f ’( x ) < 0 , e x  ( xo , b ),
f tem um valor MÁXIMO RELATIVO em xo .

219
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

b) f ’( x ) < 0 , e x  ( a , xo ) e f ’( x ) > 0 , e x  ( xo , b )

f tem um valor MÍNIMO RELATIVO em xo .

Observação: (Não é Ponto de Extremo Relativo)


f ’( x ) < 0 , e x  ( a , xo ) e f ’( x ) < 0 , e  x ( xo , b ) ou f ’( x ) > 0
, e x  ( a , xo ) e f ’( x ) > 0 , e x  ( xo , b )
em xo f NÃO tem um extremo relativo .

Sumário

Nesta Unidade Temática 7.2. estudamos:


1. Definição 1: da Função Crescente e respectivas Regiões/Intervalos
de crescimento;
2. Definição 2: da Função Derescente e respectivas Regiões/Intervalos
de decrescimento;
3. Definição 3: da Função estritamente crescente e respectivas
4.Regiões/Intervalos de crescimento;
5. Definição 4: da Função estritamente decrescente e respectivas 6.
Regiões/Intervalos de decrescimento;

220
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Exercícios

GRUPO 2 (Exercícios com respostas)

Exrcício 1 :
Seja: f(x) = x3 – 6x2 + 9x - 3
(a) Encontre os intervalos
(Regiões) onde f é crescente e onde é decrescente.
(b) Encontre e classifique os extremos relativos.
(c) Encontre o valor máximo absoluto da f no intervalo [ –1 , 2 ) .
Solução :

(a) Encontre os intervalos onde f é crescente e onde é decrescen


te .
Temos que

(b) Encontre e classifique os respectivos extremos.

221
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

(c) Encontre o valor máximo absoluto da f no intervalo [ –1 , 2 ) .


f é uma função polinomial , portanto contínua em IR . Em
particular , f contínua em [ –1 , 2 ) .
f ( 1 ) = 1 é o único extremo relativo no intervalo [ –1 , 2
) e é um valor máximo relativo f ( 1 ) =
1 é o valor máximo absoluto da função neste intervalo .
Exercício 2:

Seja .
(a) Encontre os intervalos onde g é crescente e onde é decresce
nte.
(b) Encontre e classifique os extremos relativos.
(c) Encontre o valor máximo absoluto da g no intervalo ( 3 , 5 ] .
Solução :
(a) Encontre os intervalos onde g é crescente e onde é decresce
nte .

222
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

(b) Encontre e classifique os extremos relativos .

(c) Encontre o valor máximo absoluto da g no intervalo ( 3 , 5 ] .


g é definida por uma função polinomial no intervalo ( 3 , 5
] , portanto contínua neste intervalo .
g ( 4 ) = –11 é o único extremo relativo no intervalo ( 3 , 5
] e é um valor mínimo
relativo g ( 4 ) = –
11 é o valor mínimo absoluto da função neste intervalo .

223
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Unidade Temática 7.3. Regra de L´Hôpital

Introdução
A regra de L'Hôpital, por vezes, também, designada por regra de
Cauchy, foi incorporada no primeiro livro de texto sobre cálculo
diferencial, publicado peli francês Guillaume François Antoine, Marquês
de l'Hôpital, em 1696. Seu objectivo é calcular o limite de frações nos
0 
casos em que há indeterminações do tipo ou . Actualmente sabe-
0 
se que a regra, com a designação de L´Hôpital, não se deve ao francês
Guillaume François Antoine, Marquês de l'Hôpital, ou simplesmente
Marquês, seu primeiro nome, mas sim a Johann Bernoulli, um dos
membros da célebre Família Bernoulli. A regra integrou a obra do
marquês, sendo também atribuída ao mesmo,

mediante um acordo entre ele e Bernoulli. Este facto foi descoberto


muito posteriormente.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Estabelecer: o encunciado da Regra de L´Hôpital;


Objectivos
▪ Fazer: Algumas das aplicações da Regra de L´Hôpital;
específicos
▪ Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Regra de L´Hôpital

Enunciado
Sejam e funções deriváveis num intervalo ou união de intervalos
, com .

224
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Se

ou

Então, se ,

com ou ou :

Com , , , ou .

É importante notar-se que esta é uma relação de sentido único (não é


uma equivalência) e que tem de existir (i.e: se o limite do quociente
das derivadas não existir, nada se pode concluir).

Algumas Aplicações

A regra pode, ainda, ser estendida para calcularem-se limites tais


como

aplicando a regra de L'Hôpital:

225
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Ou, ainda, o limite fundamental onde se segue:

derivando...

Demonstração
A prova da regra de l'Hôpital é simples no caso em que f e g são
continuamente diferenciáveis no ponto c e onde é encontrado um
limite finito após a primeira tentativa de diferenciação. Esta não é uma
prova geral para a regra l'Hôpital, pois é mais estrita, necessitando tanto
de diferenciabilidade das duas funções f e g, e que c seja um número
real. Uma vez que diversas funções comuns têm derivadas contínuas
(por exemplo, polinómios, seno e cosseno, função exponencial), é um
caso especial que merece atenção.

Suponha que f e g são continuamente diferenciáveis num número real


c, em que , e que . Então

226
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Sumário

Nesta Unidade Temática 7.3.


Estudamos:
1. Enunciado do Regra/Teorema de L´Hôpital;
2. Demonstração da Regra de L´Hôpital e;
3. Algumas Aplicações

Exercícios

GRUPO 2 (com respostas)

Exercício 1
Alguns exemplos podem ser fornecidos

Aplicando a regra de l'Hôpital

Exercício 2
A regra pode ainda ser usada para calcular alguns limites notáveis tais
como:

227
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Aplicando a regra

Unidade Temática 7.4. Taxas Relacionadas

Introdução

Quando pensamos em executar uma actividade, geralmente


trabalhamos nela e pronto. Pelo menos é assim que pensamos que está
sendo feito. Porém, muitas vezes, para realizar uma tarefa é necessário,
antes, realizar uma primeira actividade a fim de preparar o caminho
para a tarefa verdadeira que pretendemos.

Por exemplo, se queremos cozinhar um ovo, colocamos a água para


ferver, e dentro da água o ovo. Na verdade estamos fervendo água e a
água é quem cozinha o ovo, não o fogo. Se pensarmos mais ainda, não
é a água que está no fogo, mas a panela. Então, a panela é que está
sendo aquecida pelo fogo, como consequência ferve a água e por último
o ovo é cozido. Perceba
que o resultado é exactamente o que queremos, mas a acção não é
directa. Este é um exemplo de presso em cadeia, tal como acontecerá
com as taxas relacionadas, que é o principal objectivo desta Unidade
Temática.

228
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender: o conceito de taxas relacionadas;


Objectivos
específicos ▪ Fazer Análise e Interpretação: das taxas relacionadas;

▪ Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Taxas Relacionadas
Suponhamos que x e y estão relacionadas pela equação x2 + y2 = 1 e que
x = f (t) e y = g(t), onde t é um parâmetro (tempo). Então derivando esta
igualdade teremos (x2 + y2)´ = 1´ o mesmo que

dx dy dx dy
2x + 2y = 0; onde neste caso e
dizemos que são taxas
dt dt dt dt
relacionadas, porque conhecendo uma podemos determinar a outra.

Outro exemplo: Quando queremos calcular uma área, precisamos antes


saber a geometria da superfície em questão. Da geometria definimos a
relação com as medidas necessárias.

Agora, imagine uma situação de calcular a área de um quadrado. De


imediato pensamos na figura e lembramos da fórmula necessária:

A = l²

Mas como fica o problema se o lado mudar de tamanho ao longo do


tempo? A variação da área com relação ao tempo não é percebida
diretamente, somente se passarmos pelo cálculo do lado
entenderemos o problema.

Como assim?

Imagine uma chapa de metal, quadrada. Para piorar, imagine uma


chama constante em baixo da chapa aquecendo-a. Pense que o metal
tende a variar suas medidas sob a ação de calor. Assim, quanto mais

229
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

tempo passa, mais o calor influencia as medidas da chapa de maneira


que poderíamos expressar o problema da seguinte maneira:

A área depende do lado ao quadrado e o lado depende do tempo


segundo alguma regra.

Seja então o problema de calcular tal área para o caso do lado estar
variando segunda a regra

l = 4 – t²

Então para cada área que quisermos calcular, primeiro calcularemos o


lado e depois, tendo o valor do lado, calcularemos a área. Ocorre que
frequentemente estamos interessados em saber a taxa de variação de
uma grandeza com relação à outra. Por exemplo, taxa de variação do
espaço com relação ao tempo, usualmente chamada de velocidade.
Também, taxa de variação da velocidade com relação ao

tempo, conhecida por aceleração. Mas não é somente variação com


relação ao tempo, a taxa de variação pode ser medida com relação a
outras grandezas.

A taxa de variação é a derivada da função com relação a grandeza


pretendida. Como precisamos relacionar informações intermediárias
usa-se a regra da Cadeia (aos poucos vai entendendo o porquê de
aprender tais regras?)

Vamos calcular, então?

Dados:

▪ A = l²
▪ l = 4 – t²

Queremos a variação da área com relação ao lado, mas o lado varia com
relação ao tempo, então calcularemos a variação da área com relação
ao tempo.

230
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

dA/dt = dA/dl x dl/dt Ora, dA/dl = 2 l, que é a derivada da função área


com relação ao lado.

E, dl/dt = -2 t, que é a derivada da função lado com relação ao tempo.

Pela regra da cadeia, faremos o produto das duas derivadas e


voltaremos a variável básica, no caso, o tempo t.

dA/dt = -4 l t, substituindo l teremos

dA/dt = -4 (4 – t²) t, ou dA/dt = -16 t + 4 t³

Repare agora que temos como conhecer a situação de variação da área


com relação a qualquer tempo desejado…

Por exemplo, poderíamos dizer que a velocidade de variação da área na


unidade de tempo t = 1 u.t. é de dA/dt = -16 x 1 + 4 x 1³ = -12 u.v.,
lembre-se u.v. É unidade de velocidade.

Porém, para t = 3 u.t. é de dA/dt = -16 x 3 + 4 x 3³ = 60 u.v..

Agora, é amadurecer o conceito e trabalhar os exercícios…

Sumário
Nesta Unidade Temática 7.3. estudamos:

Taxas Relacionadas e algumas de suas Aplicações.

231
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
1. Uma pedra é largada de um avião traçando uma trajectória descrita pela
função ℎ(𝑥) = ln(𝑥) conforme ilustra a figura a baixo. A equação da recta “t”
1
tangente à curva no ponto 𝑥 = é dada por:
2

1 1
A. 𝑦 = 2𝑥 + − ln ( )
2 2
1 1
B. 𝑦 = 2𝑥 − + ln ( )
2 2
1
C. 𝑦 = 2𝑥 +
2

D. Nenhuma das alternativas

2. Sendo 𝑓(𝑥) = log2(𝑠𝑒𝑛𝑥) , 𝑓′(𝑥) é:


𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥)
A.
𝑙𝑛2
𝑡𝑔(𝑥)
B.
𝑙𝑛2

C. log2(𝑐𝑜𝑠𝑥)
D. (𝑐𝑜𝑠𝑥)log2(𝑠𝑒𝑛𝑥)

𝑑𝑦
3. Sendo 2𝑥2 + 5𝑦2 = 1 , então é:
𝑑𝑥
−𝑦
A.
𝑥
−2𝑥
B.
5𝑦

C. 4x+10y=0

D. 4x+10y

4. Com base no gráfico a baixo resolva

232
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

Qual é a solução da seguinte inequação 𝑓′(𝑥) > 0 ?


A. 𝑥 ∈ 𝐼𝑅
B. 2 < x < 6 e x > 10
C. 2 < x < 6
D. x > 10
5. Com base no gráfico a baixo resolva

Os pontos da inflexão do gráfico anterior são:


A. 𝑥1 = 2 𝑒 𝑥2 = 10
B. 𝑥1 = 4 𝑒 𝑥2 = 10
C. 𝑥1 = 4 𝑒 𝑥2 = 8
D. 𝑥1 𝑒 𝑥5

6. Com base no gráfico a baixo resolva

Qual é a solução da seguinte inequação 𝑓′′(𝑥) < 0?

233
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

A. 𝑥 ∈ 𝐼𝑅
B.x < 2 e x > 10
C. 4 < x < 8
D. x > 10
1 1
7. A derivada da função 𝑦 = 𝑡𝑔𝑥 − 𝑡𝑔 3𝑥 + 𝑡𝑔5𝑥 é:
3 5

A. 𝑠𝑒𝑐2𝑥 − 𝑠𝑒𝑐6𝑥 + 𝑠𝑒𝑐10𝑥


B. 𝑠𝑒𝑐2𝑥(1 − 𝑡𝑔2𝑥 + 𝑡𝑔4𝑥)
C. 𝑐𝑠𝑐2𝑥(1 − 𝑡𝑔2𝑥 + 𝑡𝑔4𝑥)
D. Nenhuma das alternativas.

𝑥2
8. O aplicando a regra de l’Hôpita l, valor do seg uin te limite lim é:
𝑥→0 𝑙𝑛𝑥

A. 2
B. 0
C. ½
D. Nenhuma das alternativas.

2
9. As derivadas das funções 𝑓(𝑥) = 2 − 3𝑥 e ℎ(𝑥) = são
𝑥+1

respectivamente:
2
A. 𝑓′(𝑥) = −3 𝑒 ℎ′(𝑥) =
𝑥+1
2
B. 𝐵: 𝑓′(𝑥) =2 𝑒 ℎ′(𝑥) =
(𝑥+1)2
2
C. 𝑓′(𝑥) = −3 e ℎ′(𝑥) =
(𝑥+1)2
−2
D. 𝑓′(𝑥) = −3 e ℎ′(𝑥) =
(𝑥+1)2

10. Sendo 𝑓(𝑥) = 𝑙𝑛(𝑐𝑜𝑠𝑥), 𝑓′(𝑥) é:


A. tgx
B. -tgx
C. cotgx
D. -cotgx
Respostas:
1. B, 2.A, 3.B, 4.B, 5.C, 6.C, 7.B, 8.A, 9.D, 10.B

234
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

GRUPO 2 (Com respostas)

1. Duas variáveis x e y são funções de uma variável t e estão


relacionadas pela equação: y2 − 3xy + x2 = 25.
Se a taxa de variação de x em relação a t é igual a 1 quando x = 0 então
determine a taxa de variação de y em relação a t neste mesmo instante.
RESPOSTA: Y(0) = 3

2.Um farol giratório completa uma volta em cada 15 segundos, visto


desde um ponto P a 60m em linha recta do farol.
Determine a vvelocidade com que um raio de luz do farol está se
movendo ao longo da praia num um ponto, Q, a 150m de P.
RESPOSTA:3480 m/min.

3. Um meliante evade-se de uma penitenciária sobre uma muralha


recta a uma velocidade de 4 m/s. Um holofote localizado a 20 metros
de distância da muralha, e a mesma altura que esta, focaliza o homem
em fuga. A que taxa o holofote girava quando o malfeitor se encontrava
a 15 metros do ponto da muralha que está mais próximo
do holofote?
16
RESPOSTA: rad/s.
125

4. Uma cidade x é atingida por uma certa epidemia do tipo êbola. Os


sectores de saúde calculam que o número de pessoas atingidas pela
pandemia, depois de um certo tempo t, medidos em dias, a partir do
primeiro dia, seja, aproximadamente, dada pela fórmula
t3
f (t) = 64t −
3

(a) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t = 4?


(b) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t = 8?
(c) Quantas pessoas serão atingidas pela epidemia a partir do quinto
dia?

5. Num aviário experimental , constatou-se que uma ave em


desenvolvimento
 pesa, em gramas, segundo a lei
20 + (t + 4) se 0  t  60
1 2


f (t) =  2
8t2 + 604 se 60  t  90

onde t é medido em dias. Pergunta-se:


a) Qual a razão de aumento do peso da ave passados 50 dias?
b) Em quanto o peso de uma ave aumentará no quinto dia?
c) Qual a razão de aumento do peso quando t = 80?

235
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

6. Uma peça de carne foi congelada numa na câmara de um geleira no


instante t = 0. Após o tempo t (medido em horas), notou-se que a sua
temperatura T (em graus Celcius ou oC) diminuía, segundo a lei
1
T (t) = 30 − 5t + , 0  t  5 . Urgiu razoável fazer-se a Pergunta:
t +1
Qual a velocidade de redução de sua temperatura
a) Volvidas duas horas?;
b) Depois de uma semana?
c) Depois de um dia?

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
• SANTOS, José Carlos. Introdução à Topologia. Departamento de
Matemática - Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Junho de 2010, 171 páginas. Disponível em:
<http://www.fc.up.pt/mp/jcsantos/PDF/Topologia.pdf>.
Acesso em: 12 de Setembro de 2014.
• Andraus, S. e Santos, U. P., Matemática no Ensino do Segundo
Grau, Volumes. 1, 2 e 3, Companhia Ed. Nacional, 1973.
• Ávila, G. S. S. (1983). Cálculo 1: Funções de uma Variável, ed.
LTC.
• Flemming, D. M. e Gonçalves, M. B. (1992) Cálculo A: Funções,
Limite, Derivação e Integração, Makron Books.
• Hoffmann, L. D. (1985). Cálculo: Um Curso Moderno e suas
Aplicações, ed. LTC.
• Iezzi, G. et al. Matemática, Volumes. 1, 2 e 3, Atual Editora Ltda
- São Paulo.
• Leithold, L. (1984). Matemática Aplicada à Economia e
Adimistração, Ed. Harbra Ltda.

236
UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

• Weber, J. E. (1997) Matemática para Economia e Administração,


LTC.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
1. Euclides, Os Elementos, Livro I, Proposição 20 [em linha]
2. QUEIRÓ, J. F.; SANTANA, A. P. (2010). Introdução à Álgebra
Linear (1.ª edição). Gradiva ISBN 978-989-636-372-3. Páginas
149 e 150.
3. João Jeronimo & Marcos Antônio Nunes de Moura. Introdução
ao Cálculo vol II. 20 de março de 2013. 158 págs. Creative
Commons Atribuição-Partilha (versão 3.0). Acesso em 13 jul.
2013.
4. Sean Raleigh, Notation Guide for Precalculus and Calculus
Students [em linha]
5. J J O'Connor and E F Robertson. Madhava of Sangamagrama
School of Mathematics and Statistics University of St Andrews,
Scotland. Página visitada em 2014-09-08.
6. LIMA, Elon Lages. Curso de Análise Vol.1. 14 ed. [S.l.]: IMPA,
2013. ISBN 9788524401183
7. ANTON, Howard. Cálculo - Volume 1. 8 ed. [S.l.]: Bookman, 2007.
ISBN 9788560031634
8. Stewart, James. Cálculo vol. I. ISBN 978-85-221-0660-8. Ed.

Cengage, 2009, pg. 98.

9. STEWART, James. Cálculo, volume 2. São Paulo: Pioneira


Thomson Learning, 2007. 5ª edição. ISBN 85-211-0484-0. Página
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10. STEWART, James. Curso de cálculo volume 1. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2002. 4ªa edição. ISBN 85-221-
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11. STEWART, James. Curso de cálculo volume 1. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2002. 4ªa edição. ISBN 85-221-0236-8.
Página 156.
12. Agudo, F. R. Dias. (1994) Análise Real (3 volumes), Lisboa:
Escolar Editora.
13. Ostrowski, A. (1981) Lições de Cálculo Diferencial e Integral (3
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14. Ricieri, A. P. (1993) Derivada Fracionária, Transformada de
Laplace e outros bichos, Prandiano, S. José dos Campos - SP -
Brasil.

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UnISCED MATEMÁTICA APLICADA

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