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Noções De Economia

Manual do Curso de Administração Pública

2019
ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO
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Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e


contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total
deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED).

A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais


em vigor no País.

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Cel: +258 82 3055839

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Website: www.isced.ac.mz

i
Agradecimentos

O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos


seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Autor Héuler da Graça Domingos Caetano

Coordenação Direcção Académica

Design Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)

Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED)

Revisão Científica e Héuler da Graça Domingos Caetano e Mauro Juvandes da Silva


Linguística

Ano de Publicação 2019

Local de Publicação ISCED – BEIRA

ii
Índice

Visão geral 1
Benvindo à Disciplina/Módulo de Noções de Economia .................................................. 1
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 2
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2
Ícones de actividade ......................................................................................................... 3
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 4
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 6
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 6
Avaliação ........................................................................................................................... 7

TEMA – I: INTRODUÇÃO AOS PROBLEMAS ECONÓMICOS 9


UNIDADE TEMÁTICA 1.1. Introdução e conceitos de economia ...................................... 9
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 12
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 13
UNIDADE TEMÁTICA 1.2. Os problemas da organização económica ............................. 14
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 16
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 16
UNIDADE TEMÁTICA 1.3. A fronteira de possibilidade de produção ............................. 17
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 20
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 19
Exercícios do TEMA ......................................................................................................... 19

TEMA – II: MERCADOS: A OFERTA E A PROCURA. 23


UNIDADE TEMÁTICA 2.1. O mercado ............................................................................. 23
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 28
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 29
UNIDADE TEMÁTICA 2.2. A procura ............................................................................... 30
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 33
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 34
UNIDADE TEMÁTICA 2.3. A oferta .................................................................................. 35
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 38
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 40
Exercícios do TEMA ......................................................................................................... 41

TEMA – III: A FORMAÇÃO DE PREÇOS 43


UNIDADE TEMÁTICA 3.1. A formação de preços ............................................................ 43
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 48
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 47

TEMA – IV: MERCADO DE FACTORES 50

iii
UNIDADE TEMÁTICA 4.1. Mercado de factores.............................................................. 50
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 58
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 58

TEMA – V: AS IMPERFEIÇÕES DO MERCADO 61


UNIDADE TEMÁTICA 5.1. As imperfeições do mercado ................................................. 61
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 62
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 62

TEMA – VI: TEORIA DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 64


UNIDADE TEMÁTICA 6.1. Teoria do comportamento do consumidor ........................... 64
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 73
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 73

TEMA – VII: TEORIA DO EQUILBRIO GERAL 74


UNIDADE TEMÁTICA 7.1. Teoria do equilíbrio geral ...................................................... 75
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 77
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 78

TEMA – VIII: INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS DE MACROECONOMIA 81


UNIDADE TEMÁTICA 8.1. Introdução e conceitos básicos de macroeconomia ............. 81
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 84
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 84
UNIDADE TEMÁTICA 8.2. Os agentes económicos ......................................................... 85
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 87
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 86
UNIDADE TEMÁTICA 8.3. Os objectivos da macroeconomia e os trade-offs entre ....... 87
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 92
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 92
UNIDADE TEMÁTICA 8.4. Os instrumentos da política macroeconómica ...................... 93
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 95
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 96
Exercícios do TEMA ......................................................................................................... 97

TEMA – IX: A CONTABILIDADE NACIONAL. 99


UNIDADE TEMÁTICA 9.1. Introdução à contabilidade nacional e conceitos básicos ..... 99
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 101
Exercícios para AVALIAÇÃO .......................................................................................... 102
UNIDADE TEMÁTICA 9.2. A contabilidade nacional: a medição do produto da economia
...................................................................................................................................... 103
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 108
Exercícios para AVALIAÇÃO .......................................................................................... 108
UNIDADE TEMÁTICA 9.3. PIB real vs PIB nominal: os índices de preços ...................... 109

iv
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 107
Exercícios para AVALIAÇÃO .......................................................................................... 110
Exercícios do TEMA ....................................................................................................... 114

TEMA – X: O RENDIMENTO E O GASTO 116


UNIDADE TEMÁTICA 10.1. O rendimento e o gasto ..................................................... 117
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 119
Exercícios para AVALIAÇÃO .......................................................................................... 119

TEMA – XI: A MOEDA E AS TAXAS DE JUROS 119


UNIDADE TEMÁTICA 11.1. Origens, tipo e funções da moeda..................................... 122
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 125
Exercícios para AVALIAÇÃO .......................................................................................... 126
UNIDADE TEMÁTICA 11.2. A demanda e a oferta por moeda ..................................... 127
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 131
Exercícios para AVALIAÇÃO .......................................................................................... 132
UNIDADE TEMÁTICA 11.3. Taxas de juro ...................................................................... 133
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 135
Exercícios para AVALIAÇÃO .......................................................................................... 135
Exercícios do TEMA ....................................................................................................... 136

EXERCÍCIOS GERAIS PARA AVALIAÇÃO DO MÓDULO 119


Exercícios gerais para AVALIAÇÃO do módulo ............................................................. 138

v
Visão geral

Benvindo à Disciplina/Módulo de Noções de


Economia

Objectivos do Módulo

Ao terminar o estudo deste módulo de Noções de Economia, o


estudante deverá ser capaz de: saber explicar alguns aspectos
básicos e fundamentais da microeconomia e da macroeconomia.

▪ Identificar os problemas da organização económica;

▪ Explicar como é que os mercados ajudam a solucionar os


problemas da organização económica;
Objectivos
Específicos ▪ Diferenciar a oferta da procura bem como os seus
determinantes;

▪ Apresentar como é que os preços são formados;

▪ Explicar as variáveis que determinam a procura e a oferta nos


mercados de factores de produção;

▪ Apresentar as falhas do mercado;

▪ Mostrar como é que os consumidores realizam as suas opções


de escolhas;

▪ Explicar o equilíbrio geral;

▪ Definir alguns conceitos básicos da macroeconomia;

▪ Apresentar as várias ópticas de mensuração do Produto Interno


Bruto (PIB);

▪ Ilustrar o modelo Keynesiano;

▪ Listar os tipos e funções da moeda;

▪ Explicar o papel da taxa de juros na economia.

1
Quem deveria estudar este módulo

Este módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de


Administração Pública do ISCED e outros. Poderá ocorrer, contudo,
que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus
conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não
sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o
manual.

Como está estruturado este módulo

Este módulo de Noções de Economia, para estudantes do 1º ano do


curso de licenciatura em Administração Pública, à semelhança dos
restantes do ISCED, está estruturado como se segue:

Páginas introdutórias

▪ Um índice completo.
▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente
de habilidades de estudos.

Conteúdo desta Disciplina / módulo

Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e
actividades práticas, incluído estudo de caso.

2
Outros recursos

A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si,


num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de
dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta
uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você
explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro
de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso
como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste
material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter
acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as
possibilidades dos seus estudos.

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação

Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final


de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios
de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro
apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo,
exercícios que mostram apenas respostas.
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das terefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo
a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção
e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do
módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de
avaliação é uma grande vantagem.

Comentários e sugestões

Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados


aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas.
Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser
melhorado.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas


margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes
partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança
de actividade, etc.

3
Habilidades de estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a


aprender. Aprender aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para


facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar.
Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro
estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos,
procedendo como se segue:

1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de


leitura.

2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).

3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação


crítica dos conteúdos (ESTUDAR).

4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua


aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.

5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as


de estudo de caso se existirem.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,


respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo
reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à
noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana?
Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio
barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada
hora, etc.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada
ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando
achar que já domina bem o anterior.

Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e


estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é

4
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos
de cada tema, no módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por


tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-
se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das
actividades obrigatórias.

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual


obrigatório pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume
de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando
interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por
fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em
insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente
incapaz!

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma


avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que
está a se formar.

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que


matérias deve estudar durante a semana; face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será


uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: a colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar.

5
Precisa de apoio?

Caro estudante temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada ou
invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento
e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone,
sms, e-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando
a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante
– CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do
seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED
indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza
pedagógica e/ou administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida
em que lhe permite situar, em termos do grau de aprendizagem
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e


auto−avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da
disciplina/módulo.
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.

6
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor,
sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: como é possível avaliar estudantes à distância,


estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/tutor! Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma
avaliação mais fiável e consistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de
avaliação.
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)
trabalhos e 1 (um) (exame).
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de
Avaliação.

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

7
TEMA – I: INTRODUÇÃO AOS PROBLEMAS ECONÓMICOS

UNIDADE Temática 1.1. Introdução e conceitos da economia


UNIDADE Temática 1.2. Os problemas da organização económica
UNIDADE Temática 1.3. A Fronteira de possibilidades de Produção

UNIDADE TEMÁTICA 1.1. Introdução e conceitos da economia

Introdução

Muitas mudanças vêm acontecendo na sociedade. Avanços têm


ocorrido em diversas áreas levando ao aumento dos níveis de consumo,
aumento da quantidade de produtos disponíveis para os consumidores,
maiores investimentos em tecnologia e comunicação, dentre outros,
que implica a necessidade de raciocinar de forma correcta para dar
resposta a esses assuntos.
A Economia cobre todos os tipos de assuntos, mas no essencial está
dedicada a compreensão de como a sociedade faz a afectação dos seus
recursos escassos.
Porque razão as pessoas se preocupam com o défice orçamental do
estado? Porque se preocupam com a inflação? Com as taxas de juros?
Com o desemprego? Com o dinheiro, ou simplesmente moeda?
Estas e muitas outras perguntas fazem universo de muitas questões que
nós iremos abordar nesta unidade temática
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

• Definir economia;
• Identificar os problemas de natureza económica e relacioná-los com
situações do dia-a-dia;
Objectivos
Específicos • Entender os fundamentos da escassez e necessidades ilimitadas;
• Compreender a fronteira de possibilidades de produção

Conceito de economia
Ao longo do último meio século, o estudo da economia expandiu-se e
passou a englobar um vasto leque de temas. Eis alguns dos principais
temas:

• A economia explora o comportamento dos mercados financeiros;


incluindo taxas de juros, taxas de câmbio e cotações de acções.
• Examinam-se as razões porque algumas pessoas, ou países, tem
rendimentos elevados, enquanto outros são pobres; está

9
intimamente ligada na análise das formas para a redução da
pobreza sem prejudicar a economia;
• Estuda os ciclos económicos – as flutuações no crédito,
desemprego e a inflação – bem como as políticas para os moderar;
• Estuda o comércio e as finanças internacionais e os impactos da
globalização, e analisa os temas ligados com as aberturas das
fronteiras ao livre comércio;
• Questiona como às políticas governamentais podem ser usadas
para atingir objectivos importantes, tais como um rápido
crescimento económico, o pleno emprego, a estabilidade do nível
de preços e uma justa repartição de rendimentos.

É uma longa lista de temas, mas em todas as definições acima


identificamos um tema comum:

“A economia é o estudo da forma como as sociedades utilizam


recursos escassos para produzir bens e serviços com valor para os
distribuir entre indivíduos diferentes” (Samuelson & Nordhaus, 2012,
p.4).

Em síntese ela se ocupa das questões relacionadas aa satisfação das


necessidades dos indivíduos e da sociedade. Se pensarmos na
definição acima encontramos duas ideias-chave que persistem em
torno da ciência económica: que os recursos são escassos e que os
mesmos devem ser utilizados de forma eficiente.

Se pudéssemos pensar num mundo sem escassez e com recursos


ilimitados, as pessoas não se preocupariam em ampliar os seus
rendimentos porque teriam tudo o que quisessem; as empresas não
necessitariam de se preocupar com o custo do trabalho; os governos
não necessitariam de se preocupar com os impostos, despesas e ate
mesmo com poluição. Além disso, cada um poderia ter tanto quanto
lhe apetecesse.

No entanto, nenhuma sociedade atingiu ao cenário descrito acima,


pois o mundo é um mundo de escassez, numa situação em que o ser
humano tem desejos ilimitados aos bens.

Dada a existência de desejos ilimitados, é importante que uma


economia faça o melhor uso dos seus recursos limitados. Isso leva-nos
aa noção fundamental de eficiência.

A eficiência económica exige que uma economia produza a mais


elevada combinação de quantidade e qualidade de bens e serviços
dada a sua tecnologia e recursos escassos. Uma economia produz
eficientemente quando um bem-estar económico de nenhum
indivíduo pode ser melhorado, a menos que o bem-estar económico
de outro indivíduo tenha piorado.

A lógica da economia

10
Todas as ciências possuem uma forma de analisar os fenómenos a sua
volta como forma de arranjar uma plausível explicação. Tal técnica é
denominada de abordagem científica. A vida económica também é
bastante complexa, sendo a economia uma ciência, os economistas,
para explicar os diversos fenómenos económicos, usam uma
abordagem cientifica baseada em:

• Observação – observação dos registos históricos constitui uma


das fontes mais ricas da economia;
• Análise económica – uma abordagem que parte de
pressupostos que permitem deduzir logicamente algumas
previsões económicas;
• Análise estatística – o entendimento perfeito da economia
baseia-se no uso de dados económicos e da análise estatística
e econométrica.
• Experiências – os economistas fazem experiencias controladas
com vista ao estudo dos fenómenos económicos.

Dado que muitas relações económicas são complexas, importa


alertar para algumas falácias ou armadilhas mais comuns
encontradas no raciocínio económico:

1. A falácia de post hoc - Um erro vulgar nos estudos de relações


de causa e efeito é a falácia de post hoc. O facto do
acontecimento A ocorrer antes do acontecimento B não prova
que o acontecimento A seja a causa do B. Assumir este
raciocínio como verdadeiro é cometer a falácia de post hoc.
2. A Falácia da agregação - O conjunto nem sempre é a soma das
partes. Este é um erro conceptual de que verdadeiro para uma
parte é verdadeiro para o conjunto.
3. Falha em (esquecimento de) manter o resto constante
(Ceteris Paribus) - A maior parte dos problemas económicos
envolve várias forças que interagem simultaneamente.
Portanto, se quisermos analisar o efeito de uma variação numa
variável sobre a outra, devemos manter os restantes factores
constantes.
4. A Subjectividade - Talvez o maior obstáculo ao domínio da
derive da Subjectividade que levamos para o mundo que nos
rodeia.

De acordo com Vasconcelos (2011), ao analisar as questões económicas


devemos distinguir cuidadosamente as questões de facto das questões
de juízo de valor. Assim podemos subdividir a economia em dois
aspectos, a saber:

1. Economia positiva que trata de questões que podem ser resolvidas


com recurso a análise e a dados empíricos. Descreve os factos de
uma economia.

11
Exemplo: porque razão os médicos ganham mais que um
trabalhador domestico? As taxas de juros elevadas
reduzem a inflação?

2. Economia normativa que envolve preceitos éticos, morais e normas


de equidade. Enquanto a análise económica pode aprofundar tais
questões, ao analisar as prováveis consequências, as respostas
apenas podem ser resolvidas com debates e decisões acerca dos
valores fundamentais da sociedade.
Exemplo: deve o desemprego aumentar para assegurar
que a inflação dos preços não seja demasiado rápida?
Tornou-se a distribuição de rendimentos em
Moçambique demasiado desigual?

Sumário

Nesta Unidade temática 1.1. vimos que a economia se preocupa com a


alocação eficiente dos recursos escassos que o mundo dispõe, num
cenário de necessidades e desejos ilimitados das pessoas. Também,
aprofundamos sobre a lógica da economia concretamente no que diz
respeito aa sua abordagem científica, bem como para o alerta de
armadilhas no raciocínio económico face a complexidade das relações
e da vida económica. Distinguimos duas áreas específicas de questões
ligadas a economia: a economia positiva e a economia normativa

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O que estuda a economia?


2. Porquê a escassez é um conceito fundamental em economia?
3. Quais são as principais armadilhas do raciocínio económico?
4. O que se entende por eficiência económica?
5. Analise as características da abordagem científica utilizada pela
economia.

RESPOSTAS: Ver unidade temática

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. A economia é o estudo da forma como as sociedades utilizam
recursos escassos para produzir bens e serviços com valor para os
distribuir entre indivíduos diferentes
12
2. Em síntese, a economia se ocupa das questões relacionadas à
satisfação das necessidades dos indivíduos e da sociedade
3. A eficiência económica exige que uma economia produza a menor
combinação de quantidade e qualidade de bens e serviços dada a
sua tecnologia e recursos escassos.
4. A Falácia da agregação afirma que o maior obstáculo ao domínio da
derive da Subjectividade que levamos para o mundo que nos rodeia.
5. Dada a existência de desejos ilimitados, é importante que uma
economia faça o melhor uso dos seus recursos limitados.
6. A Subjectividade afirma que se quisermos analisar o efeito de uma
variação numa variável sobre a outra, devemos manter os restantes
factores constantes.
7. A vida económica é bastante simples, sendo a economia uma
ciência, os economistas, para explicar os diversos fenómenos
económicos, usam uma abordagem filosófica.

RESPOSTAS: 1V; 2V; 3F; 4F; 5V; 6F; 7F

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. Ao analisar as questões económicas devemos distinguir
cuidadosamente as questões de facto das questões de juízo de
valor. Assim podemos subdividir a economia em dois aspectos, a
saber:
a) Economia Positiva e Economia Mista;
b) Economia Normativa e Economia Positiva;
c) Economia Normativa e Economia de Mercado;
d) Economia de Mercado e Economia Dirigida;
2. Se quisermos analisar o efeito de uma variação numa variável sobre
a outra, devemos manter os restantes factores constantes, estamos
diante de:
a) Ceteris Paribus;
b) Falácia da agregação;
c) Falácia de post hoc;
d) Subjectividade.

3. O conjunto nem sempre é a soma das partes, diz respeito a:


a) Ceteris Paribus;
b) Falácia da agregação;
c) Falácia de post hoc;
d) Subjectividade.

RESPOSTAS: 1B; 2A; 3B

13
UNIDADE TEMÁTICA 1.2. Os problemas da organização económica

Introdução

A essência da ciência económica consiste em compreender a realidade


da escassez e, de seguida, conceber como organizar a sociedade de um
modo a corresponder ao uso mais eficiente dos recursos. O facto dos
recursos estarem disponíveis em quantidades limitadas e as
necessidades serem praticamente ilimitadas, leva, inevitavelmente aa
escolha.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

• Identificar os problemas de natureza económica e relacioná-los com


situações do dia-a-dia;
Objectivos
• Entender os fundamentos da escassez e necessidades ilimitadas;
Específicos

Os problemas da organização económica


Qualquer sociedade humana, ou seja, um país tem que se defrontar
com algumas questões ou problemas económicos fundamentais.

Dada escassez dos recursos ou factores de produção, associada às


necessidades ilimitadas do homem, a necessidade de escolher fica
evidente, daí que se originam os chamados problemas económicos
fundamentais a que todas as sociedades devem dar resposta: o que e
quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir? (Mochón,
2007).

Vejamos como se desmembram esses problemas:

1. O quê e quanto produzir?

Dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher,


dentro do leque de possibilidades de produção, quais produtos serão
produzidos e as respectivas quantidades a serem fabricadas;

2. Como produzir?

A sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão


utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico
existente. A concorrência entre os diferentes produtores acaba
decidindo como serão produzidos os bens e serviços. Os produtores
escolherão, entre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor
custo de produção possível;

3. Para quem produzir?


14
A sociedade terá também de decidir como seus membros participarão
da distribuição dos resultados de sua produção. A distribuição da renda
dependerá não só da oferta e da demanda nos mercados de serviços
produtivos, ou seja, da determinação dos salários, das rendas da terra,
dos juros e dos benefícios do capital, mas também da repartição inicial
da propriedade e da maneira como ela se transmite por herança. O
modo como as sociedades resolvem os problemas económicos
fundamentais depende da forma da organização económica do país, ou
seja, do sistema económico de cada nação.

Existem diferentes formas de uma sociedade responder as questões


acima, visto que as mesmas se encontram organizadas em sistemas
económicos e a própria ciência económica por sua vez estuda os vários
mecanismos que uma sociedade pode usar para aplicar os seus recursos
escassos.

Em geral, podemos distinguir duas formas fundamentais de organizar


uma economia. Num extremo, o governo toma a maioria das decisões
económicas, sendo aqueles que estão no topo da hierarquia que
dirigem toda economia (economia dirigida). No outro extremo, as
decisões são tomadas nos mercados, onde os indivíduos ou empresas
trocam bens e serviços, através de transacções que envolvem
pagamentos em dinheiro (economia de mercado).

Segundo Samuelson e Nordhaus (2012), nenhuma sociedade


contemporânea se enquadra completamente numa destas formas
extremas de organização económica. Em vez disso, tem sido adoptada
uma forma mista com elementos de uma economia de mercado e
elementos de uma economia dirigida (economia mista).

Sumário

Nesta Unidade temática 1.2. abordamos que as sociedades ao


enfrentarem o facto dos recursos serem escassos relativamente as
necessidades, uma economia tem de decidir como funcionar, fazendo
escolhas, do quê e quanto? como? para quem? produzir adoptando uma
forma mista de organização e funcionamento do sistema económico.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Quais são os principais problemas da organização económica.


2. Quais são as principais formas de organização do sistema
económico?
3. O que é uma economia mista
4. Comente a seguinte afirmação: “O modo como as sociedades
resolvem os problemas económicos
15
fundamentais depende da forma da organização económica do país,
ou seja, do sistema económico de cada nação”.
5. É verdade que o problema económico reside no facto de os recursos
serem escassos face as necessidades que são ilimitadas? Justifique
a sua resposta.

RESPOSTAS: Ver unidade temática

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. Qualquer sociedade humana, ou seja, um país tem que se defrontar
com algumas questões ou problemas económicos fundamentais.
2. Dada a abundância de recursos, se originam os chamados
problemas económicos.
3. Os produtores escolherão, entre os métodos mais eficientes, aquele
que tiver o maior custo de produção possível.
4. A concorrência entre os diferentes produtores acaba decidindo
como serão produzidos os bens e serviços.
5. O modo como as sociedades resolvem os problemas económicos
fundamentais não depende da forma de organização económica do
país.
6. A sociedade contemporânea tem adoptado uma forma mista de
organização económica com elementos de uma economia de
mercado e elementos de uma economia dirigida (economia mista).

RESPOSTAS: 1V; 2F; 3F; 4V; 5F; 6V

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. Os problemas fundamentais da economia são?
a) O quê e onde? como? para quem? produzir;
b) O quê e quanto? como? para quem? produzir;
c) O quê e quanto? onde? para quem? produzir;
d) O quê e quanto? como? onde? produzir;
2. Quando o governo toma a maioria das decisões económicas, sendo
aqueles que estão no topo da hierarquia que dirigem toda
economia, estamos diante de:
a) Economia Positiva;
b) Economia Normativa;
c) Economia Dirigida;
d) Economia de Mercado
3. Quando a sociedade terá de escolher quais recursos de produção
serão utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível
tecnológico existente, estamos diante do problema:
a) O quê produzir?
b) Quanto produzir?
c) Como produzir?
16
d) Para quem produzir?
4. Quando sociedade terá também de decidir como seus membros
participarão da distribuição dos resultados de sua produção,
estamos diante do problema:
a) O quê produzir?
b) Quanto produzir?
c) Como produzir?
d) Para quem produzir?

RESPOSTAS: 1B; 2C; 3C; 4D

UNIDADE TEMÁTICA 1.3. A fronteira de possibilidades de produção

Introdução

As decisões que todos os dias todos nós tomamos têm um propósito,


que é o de satisfazer necessidades ou contribuir para o bem-estar
próprio ou daqueles que nos estão próximos. Na vida aprendemos
desde cedo que não podemos ter tudo o que queremos. Da mesma
forma, as possibilidades de consumo de cada país são limitadas pelos
recursos e pela tecnologia que dispõem.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

• Entender os fundamentos da escassez e necessidades ilimitadas;


• Compreender a fronteira de possibilidades de produção
Objectivos
Específicos • Dominar a construção da FPP
A fronteira de possibilidades de produção

Para ilustrar a questão da escassez de recursos e as alternativas que as


sociedades dispõem para resolver seus problemas económicos
fundamentais é preciso escolher entre os diferentes tipos de bens e as
quantidades a serem produzidas de cada um deles. Por exemplo, um
agricultor precisa decidir quais quantidades de soja e milho serão
plantadas, ou seja, ele precisa escolher uma alternativa produtiva entre
as possíveis combinações. Na verdade, o que ocorre é que esse
agricultor dispõe de um conjunto de factores produtivos (terra, capital,
mão de obra, etc.) e deve decidir quais desses recursos serão utilizados
para produzir soja e quais serão utilizados para produzir milho.

Para as sociedades resolverem seus problemas económicos


fundamentais, a teoria económica apresenta dois importantes
conceitos: a Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP) e o custo de
oportunidade (Samuelson & Nordhaus, 2012).

17
A Fronteira das Possibilidades de Produção (FPP) representa as
quantidades máximas de produtos que podem ser eficientemente
produzidos por uma economia, dado o seu conhecimento tecnológico e
a quantidade de factores de produção disponíveis, isto é, admitindo que
todos os recursos estão sendo plenamente utilizados.

Trata-se de um conceito teórico, que permite ilustrar como a limitação


de recursos leva a necessidade da sociedade fazer opções ou escolhas
entre as alternativas de produção.

Exemplo: suponhamos que a economia produz apenas dois bens:


alimentos e vestuários, nos quais são empregados todos os recursos
produtivos, cujas alternativas de produção são as seguintes:
Possibilidades Alimentos Vestuários
A 100 0
B 60 10
C 0 40
Tabela 1-3.1: Possibilidades de produção

•E

Figura 1-3.1: FPP

A FPP é o limite máximo de produção, com recursos e tecnologia


de que a sociedade dispõe, num dado momento. Dada a escassez,
a sociedade deve decidir qual ponto ao longo da curva escolherá:
A; B ou C.

Evidentemente, o ponto além da fronteira (ponto E) não poderão


ser atingidos com os recursos disponíveis. O ponto dentro da curva
(ponto D) representa a situação em que a economia não esta
empregando todos os recursos que dispõe.

A FPP ilustra uma característica fundamental: a economia é uma


ciência de escolha. Ou seja, é preciso optar entre diferentes
alternativas, pois na vida real sempre nos deparamos com dilemas
dos quais precisamos estabelecer prioridades (Mochón, 2007).

Custo de oportunidade

Se uma economia se encontra sobre a FPP, então todos os recursos


estão sendo plenamente utilizados e

18
ela está numa situação de um dilema: produzir uma quantidade
maior de um bem exigirá necessariamente produzir menos do
outro, o que equivale dizer de que tudo tem um custo, que
denominamos de custo de oportunidade.

O custo de oportunidade é o valor económico da melhor


alternativa sacrificada ao se optar pela produção de um
determinado bem ou serviço.

É de se esperar que os custos de oportunidade sejam crescentes,


uma vez que, quando aumentamos a produção de determinado
bem, os factores de produção transferidos dos outros produtos se
tornam cada vez menos aptos para a nova finalidade, ou seja, a
transferência vai ficando cada vez mais difícil e onerosa e o grau
de sacrifício vai aumentando. Isto é, os factores de produção são
especializados em determinadas linhas de produção e não são
completamente adaptáveis a outros usos.

Esse facto justifica o formato côncavo da curva de possibilidades


de produção: acréscimos iguais na produção de um bem implicam
decréscimos cada vez maiores na produção do outro bem.

Sumário

Nesta Unidade temática 1.3. vimos que diante do facto dos recursos
serem escassos e das necessidades serem ilimitadas, a característica
fundamental da economia é que ela é a ciência da escolha, daí que essa
escolha é representada pela FPP que ilustra o limite máximo de
produção, com recursos e tecnologia de que a sociedade dispõe, num
dado momento

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Defina a FPP.
2. Defina o custo de oportunidade.
3. Qual é a importância da FPP?
4. O que justifica o formato côncavo da FPP?
5. Comente a seguinte afirmação: “Se uma economia se encontra
sobre a FPP, então todos os recursos estão sendo plenamente
utilizados e ela está numa situação de um dilema”

RESPOSTAS: Ver unidade temática

19
Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. A FPP ilustra uma característica fundamental: a economia é uma
ciência de custos.
2. Para as sociedades resolverem seus problemas económicos
fundamentais, a teoria económica apresenta dois importantes
conceitos: a Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP) e a
escassez.
3. A FPP permite ilustrar como a ilimitação de recursos leva a
necessidade da sociedade fazer opções ou escolhas entre as
alternativas de produção.
4. Se uma economia se encontra sobre a FPP, então todos os recursos
estão sendo plenamente utilizados.
5. O custo de oportunidade é o valor económico da melhor alternativa
sacrificada ao se optar pela produção de um determinado bem ou
serviço.
6. Esse facto justifica o formato côncavo da curva de possibilidades de
produção: acréscimos iguais na produção de um bem implicam
decréscimos cada vez maiores na produção do outro bem.
7. Ao falar da FPP estamos diante de um conhecimento empírico.

RESPOSTAS: 1F; 2F; 3F; 4V; 5V; 6V, 7F

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. O valor económico da melhor alternativa sacrificada ao se optar
pela produção de um determinado bem ou serviço, denomina-se
por:
a) Eficiência económica;
b) Fronteira de possibilidades de produção;
c) Escassez;
d) Custo de Oportunidade.
2. Para as sociedades resolverem seus problemas económicos
fundamentais, a teoria económica apresenta dois importantes
conceitos:
a) A Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP) e o custo
de oportunidade.
b) A escassez e o custo de oportunidade.
c) A Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP) e a
escassez.
d) A Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP) e o custo
de produção.
3. Esse facto justifica o formato côncavo da FPP:
a) Acréscimos maiores na produção de um bem implicam
decréscimos cada vez maiores na produção do outro bem.
b) Acréscimos menores na produção de um bem implicam
decréscimos cada vez menores na produção do outro bem.

20
c) Acréscimos iguais na produção de um bem implicam
decréscimos cada vez maiores na produção do outro bem.
d) Acréscimos maiores na produção de um bem implicam
decréscimos cada vez menores na produção do outro bem.

RESPOSTAS: 1D; 2A; 3C

EXERCÍCIOS DO TEMA

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. A economia é o estudo da forma como as sociedades utilizam
recursos abundantes para produzir bens e serviços com valor para
os distribuir entre indivíduos diferentes
2. A premissa Ceteris Paribus afirma que se quisermos analisar o efeito
de uma variação numa variável sobre a outra, devemos manter os
restantes factores constantes.
3. Dada a escassez de recursos, se originam os chamados problemas
económicos.
4. A FPP permite ilustrar como a limitação de recursos leva a
necessidade da sociedade fazer opções ou escolhas entre as
alternativas de produção.
5. A eficiência económica corresponde ao valor económico da melhor
alternativa sacrificada ao se optar pela produção de um
determinado bem ou serviço.
RESPOSTAS: 1F; 2V; 3V; 4V; 5F.
Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha
1. Dada a existência de desejos ilimitados, é importante que uma
economia faça o melhor uso dos seus recursos limitados. Isso leva-
nos à noção fundamental de:
a) Eficiência;
b) Fronteira de possibilidades de produção;
c) Escassez;
d) Custo de Oportunidade.
2. A eficiência económica exige:
a) Que uma economia produza a menor combinação de
quantidade e qualidade de bens e serviços dada a sua tecnologia
e recursos escassos;
b) Que uma economia produza a mais elevada combinação de
quantidade e qualidade de bens e serviços dada a sua tecnologia
e recursos escassos;
c) Que uma economia produza a mais elevada combinação de
quantidade e qualidade de bens e serviços dada a sua tecnologia
e recursos abundantes;

21
d) Que uma economia produza a menor combinação de
quantidade e qualidade de bens e serviços dada a sua tecnologia
e recursos abundantes.
3. “Trata de questões que podem ser resolvidas com recurso a análise
e a dados empíricos. Descreve os factos de uma economia”.
Estamos diante de:
a) Economia Mista;
b) Economia Normativa;
c) Economia Positiva;
d) Economia de Mercado.
4. A FPP é um conceito teórico que:
a) Permite ilustrar como a limitação de recursos leva a
necessidade da sociedade fazer opções ou escolhas entre as
alternativas de produção;
b) Permite ilustrar como a ilimitação de recursos leva a
necessidade da sociedade fazer opções ou escolhas entre as
alternativas de produção;
c) Representa as quantidades mínimas de produtos que podem
ser eficientemente produzidos por uma economia;
d) Ilustra a questão da abundância dos recursos.
5. Quando as decisões são tomadas nos mercados, onde os indivíduos
ou empresas trocam bens e serviços, através de transacções que
envolvem pagamentos em dinheiro, estamos diante de:
a) Economia Positiva;
b) Economia Normativa;
c) Economia Dirigida;
d) Economia de Mercado.

RESPOSTAS: 1A; 2B; 3C; 4A; 5D

Referências Bibliográficas

1. Mochón, F. (2007). Princípios de economia. São Paulo; Brasil:


Pearson Prentice Hall.
2. Samuelson, P. & Nordhaus, W. (2012). Economia (19ª ed.). NY, EUA:
McGraw-Hill.
3. Vasconcelos, M.A.S. (2011). Economia: micro e macro (5ª ed.). São
Paulo; Brasil: Atlas Editora.

22
TEMA – II: MERCADOS: A OFERTA E A PROCURA.

UNIDADE Temática 2.1. O mercado


UNIDADE Temática 2.2. A procura
UNIDADE Temática 2.3. A oferta

UNIDADE TEMÁTICA 2.1. O mercado

Introdução

A necessidade de realização de trocas comerciais vem desde a formação


da sociedade. Nos tempos mais antigos, as trocas eram feitas por
produtos, isto é, trocava-se determinada quantidade de mercadoria X
com uma certa quantidade de mercadoria Y. Nos dias de hoje, o
processo é diferente, troca-se dinheiro por mercadoria. Neste sentido,
as mercadorias passam a estar associadas a um determinado valor
monetário, preço.
O processo de troca dá-se num contexto definido em que, há uma
interação entre aquele que detém o dinheiro (o comprador) e aquele
que possui a mercadoria (o vendedor),

23
no sentido de determinar-se o preço da mercadoria para que haja,
efectivamente, espaço para a realização da troca. Esta interação entre
o comprador e o vendedor dá origem ao termo mercado.
Nesta unidade temática abordamos acerca do conceito de mercado e
outros tópicos relacionados a este, tais como: o papel central dos
mercados, o equilíbrio de mercado e como os mercados resolvem os
três problemas da organização económica.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir o mercado;
▪ Conhecer o papel central dos mercados;
▪ Saber quando é que um mercado está em equilíbrio;
Objectivos
específicos ▪ Explicar como os mercados resolvem os três problemas da organização
económica.

Mercado

Existem várias definições de mercados. Contudo, em economia o


mercado é visto de uma forma diferente daquela que é a forma mais
comum (um lugar físico).

“Na linguagem comum, a palavra mercado significa um local onde as


pessoas compram e vendem bens, como peixes, carne, frutas e
vegetais. Em economia, mercado tem um significado mais amplo. Um
mercado é qualquer estrutura que permite que compradores e
vendedores obtenham informações e façam negócios uns com os
outros. Um exemplo é o mercado no qual o petróleo é comprado e
vendido – o mercado internacional de petróleo. O mercado
internacional de petróleo não é um local, mas a rede formada por
produtores de petróleo, usuários de petróleo, atacadistas e corretores
que compram e vendem petróleo. No mercado internacional de
petróleo, aqueles que tomam as decisões não se encontram
fisicamente. Eles fazem negócio ao redor do mundo por telefone, fax e
conexões via computador” (Parkin, 209, p.40).

Segundo Samuelson e Nordhaus (2010), “um mercado é um mecanismo


pelo qual compradores e vendedores interagem para determinar os
preços e trocar bens, serviços e activos” (p.26).

Ambos os autores aqui apresentados convergem para um único ponto


onde deixa-se claro que mercado não é um local físico, mas sim um
contexto onde há uma interação entre as forças do mercado, a procura
e a oferta (aspectos que veremos nas próximas duas unidades
temáticas), por forma a determinar-se um preço que permita a
realização de troca dos produtos.

24
Papel central dos mercados
.
Os mercados têm em vista a determinação de preços das mercadorias
de modo que as trocas possam ser realizadas. Assim sendo, pode-se
afirmar que o “papel central dos mercados é o de determinar o preço
dos bens” (Samuelson & Nordhaus, 2010, p.26). Um preço representa o
valor monetário pelo qual a mercadoria pode ser obtida ou trocada, isto
é, quanto vale um bem em termos monetários.

Os preços desempenham um papel importante na vida do produtor


assim como na do consumidor. Os preços norteiam as decisões destas
duas forças num mercado. Quando os preços de um produto estão
altos, os consumidores tendem a diminuir a compra deste produto. Por
outro lado, para os vendedores este fenómeno constitui um incentivo
na medida em que preços mais altos fazem com que se estimule a
produção com o intuito de se obter lucros mais elevados nas vendas.
Preços mais baixos retraem a produção mas constituem um estímulo
para o consumo.

Equilíbrio de mercado

“Um equilíbrio é uma situação em que forças opostas se


contrabalançam. O equilíbrio em um mercado ocorre quando o preço
equilibra os planos dos compradores e os dos vendedores” (Parkin,
2009, p.63). Por outro lado, Samuelson e Nordhaus (2010) afirmam que,
“um equilíbrio de mercado representa uma estabilidade entre todos os
diferentes compradores e vendedores” (p.29). A figura 2-1.1 apresenta
uma situação de equilíbrio de mercado.

Figura 2-1.1: Equilíbrio de mercado

Dizemos que o mercado está em equilíbrio quando as quantidades


oferecidas são iguais as quantidades procuradas, isto é, quando
exactamente aquilo que os compradores precisam constitui o mesmo
que é produzido e oferecido pelo lado dos vendedores (nem mais nem
menos). O preço constitui assim um

25
instrumento que tem o poder de criar esta paridade entre as
quantidades oferecidas e as procuradas. Preços elevados geraram uma
situação de excesso do produto no mercado, uma vez que as
quantidades produzidas tendem a ser maiores que as quantidades
procuradas. Preços baixos geraram uma situação de escassez do
produto no mercado, uma vez que as quantidades produzidas tendem
a ser menores que as quantidades procuradas. Assim sendo, como os
preços comandam as decisões dos compradores e dos vendedores,
existe um preço que faz com que os vendedores, a esse preço, estejam
dispostos a vender quantidade X de um determinado produto e os
compradores também estejam dispostos a comprar somente essa
quantidade, dando origem ao equilíbrio do mercado.

Como os mercados resolvem os três problemas da organização


económica

Na unidade temática 1.2. falou-se acerca de três problemas da


organização económica: (1) O quê e quanto produzir; (2) Como produzir
e (3) Para quem produzir. Neste tópico vamos ver como é que os
mercados resolvem estes problemas.

(1) Quais produtos produzir vai depender dos votos monetários dos
consumidores nas suas decisões do dia-a-dia. Exemplo: se as
pessoas passarem a gastar mais em automóveis, então, muitos
vendedores irão inclinar-se mais para esta área de comércio. Como
os vendedores são movidos pela maximização do lucro, estes
poderão abandonar mercados menos rentáveis e investir neste em
que as pessoas estão a apostar o seu voto monetário.
(2) Como os produtos são produzidos vai depender da concorrência
entre os diferentes produtores. Para os produtores suportarem os
preços dos seus concorrentes eles podem optar por usar métodos
de produção mais eficientes por forma a ganhar uma vantagem nos
custos. Eles podem decidir afinar as suas maquinarias ou ajustar a
combinação dos seus factores de produção.
(3) Para quem produzir vai depender da oferta e da procura nos
mercados de factores de produção.

A figura 2-1.2 resume como os três problemas da organização


económica são resolvidos. Esta patente nesta figura que o sistema de
mercado baseia-se na oferta e na procura para resolver os três
problemas fundamentais económicos.

26
Mercado de Produtos

Procura Oferta

Preços nos
Calçado Calçado
mercados
de produtos
Habitação Habitação

Pizas Pizas

Votos O quê
Custos de
monetários dos
produção
consumidores

Consumidores Como Empresas

Proprietários
Produtividade
dos factores
Para quem dos factores
produtivos

Terra Terra
Preços nos
mercados
Trabalho de factores Trabalho
(salários,
Bens de capitais rendas, Bens de capitais
juros)
Procura Oferta

Mercado de factores
27
Figura 2-1.2: Fluxo circular de economia de mercado

Os votos monetários dos consumidores (famílias, governo e exterior)


interagem com a oferta das empresas no mercado dos produtos,
ajudando a determinar o que é produzido. A procura de factores de
produção pelas empresas encontra a oferta de trabalho e de outros
factores de produção nos mercados de factores determinando os
salários, as rendas e os juros; os rendimentos influenciam portanto a
quem serão os bens distribuídos. A concorrência das empresas para
comprar os factores de produção e vender produtos a mais baixo preço
determina como os bens são produzidos (Samuelson & Nordhaus, 2010,
p.29).

Sumário

Nesta Unidade temática 2.1 definimos mercado como um contexto, e


não um local físico, onde há uma interação entre a procura e a oferta
por forma a determinar-se um preço que vai permitir a realização de
troca dos produtos. Neste sentido, vimos que o papel central dos
mercados é a determinação dos preços.

Os mercados devem estar em equilíbrio. Caso isso não aconteça, haverá


uma situação de escassez ou excesso da produção. Para que um
mercado esteja em equilíbrio é necessário que a procura seja igual a
oferta.

Para resolver os três problemas fundamentais económicos, o sistema


de mercado baseia-se na oferta e na procura.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Defina o mercado sob o ponto de vista da economia.


2. Explique o que é que acontece no mercado se os preços estiverem
muito altos?
3. Explique o que é que acontece no mercado se os preços estiverem
muito baixos?
4. Quando é que dizemos que um mercado está em equilíbrio?
5. Como é que os mercados ajudam a solucionar os três problemas
fundamentais da economia?

RESPOSTAS: Ver unidade temática

28
Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. O mercado é um lugar onde são comercializados os produtos.
2. O papel central dos mercados é o de determinar os preços dos
produtos.
3. Um mercado está em equilíbrio quando a oferta é maior que a
procura.
4. A decisão sobre o quê produzir vai depender dos votos monetários
dos consumidores.
5. A decisão sobre para quem produzir vai depender das empresas
concorrentes.

RESPOSTAS: 1F; 2V; 3F; 4V; 5F.

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. Mercado refere-se a
a) Um lugar virtual onde são comercializadas mercadorias;
b) Um lugar físico onde são vendidos bens;
c) Um mecanismo pelo qual compradores e vendedores
interagem para determinar os preços e trocar bens,
serviços e activos;
d) Existência de vendedores de produtos.
2. Se os preços estiverem muito altos, no mercado haverá:
a) Escassez do produto;
b) Excesso do produto;
c) Excesso de procura;
d) Nenhum dos fenómenos acima.
3. Se os preços estiverem muito baixos, no mercado haverá:
a) Escassez do produto;
b) Excesso do produto;
c) Excesso de procura;
d) Nenhum dos fenómenos acima.
4. Um mercado está em equilíbrio quando
a) A oferta é maior que a procura;
b) A oferta é menor que a procura;
c) A oferta é igual a procura;
d) Não há escassez do produto.
5. A decisão sobre o quê produzir vai depender
a) Dos votos monetários dos consumidores;
b) Das empresas concorrentes;
c) Dos rendimentos das empresas;
d) Nenhuma das alternativas acima.

RESPOSTAS: 1C; 2B; 3A; 4C; 5A

29
UNIDADE TEMÁTICA 2.2. A procura

Introdução

A oferta e a procura são duas forças que compõem um determinado


mercado. Para prever os preços e as quantidades de uma determinada
mercadoria é necessário dominar a análise destas duas forças. Ademais,
esta análise constitui uma importante ferramenta para explicar certas
variações que ocorrem no ambiente económico.

Nesta unidade temática começamos por abordar acerca da procura.


Deste modo, é possível encontrar nela aspectos como o conceito de
procura, a lei da procura, os determinantes da procura e a distinção
entre as quantidades procuradas e a procura.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Saber definir a procura;


▪ Conhecer a lei da procura;
▪ Conhecer os factores que determinam a procura;
Objectivos
específicos ▪ Saber distinguir a procura das quantidades procuradas.

Procura

Para Vaconcellos e Garcia (2008), “procura pode ser definida como a


quantidade de certo bem ou serviço que os consumidores desejam
adquirir em determinado período de tempo” (p.55).

Rosseti (2009) refere que, “a procura de determinado produto é


determinada pelas várias quantidades que os consumidores estão
dispostos e aptos a adquirir, em função de vários níveis possíveis de
preços, em dado período de tempo” (p.410).

Na definição da procura, ou demanda como alguns autores chamam,


devemos tomar em consideração duas variáveis: o preço (P) e a
quantidade (Q) procurada. Neste sentido, para cada preço estipulado
no mercado existirá sempre uma quantidade procurada. Assim sendo,
sempre que os preços oscilarem, as quantidades procuradas também o
farão. Desta forma, podemos dizer que a procura refere-se a
quantidade que os consumidores desejarão adquirir a um determinado
preço de mercado num dado período de tempo.

Lei da procura

30
Como vimos na definição da procura, existe uma relação entre os preços
e as quantidades procuradas. A lei da procura elucida esta relação e
mostra que a mesma é negativa, isto é, mantendo o resto constante, a
medida que os preços vão aumentando, as quantidades procuradas
serão cada vez mais reduzidas (vão diminuindo).

De acordo com Vaconcellos e Garcia (2008), “há uma relação


inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do
bem, coeteris paribus. É a chamada lei geral da demanda” (p.55).
Interpretando a lei da procura temos o seguinte: se todos os outros
factores forem mantidos constantes, quanto mais alto for o preço de
um bem, menor será a quantidade procurada deste bem, e, quanto
mais baixo for o preço de um bem, maior será a quantidade procurada
deste bem.

A lei da procura pode ser representada numa escala de procura bem


como através da curva de procura e/ ou por meio de uma função
procura ou equação de procura.
P
Quantidades
Preço do Z
procuradas
bem X (MT) 6,00 Y
do bem X
5,00
2,00 22 V
3,00 18 3,00 U
5,00 10 2,00
D
6,00 6
Tabela 2-2.1: Escala de procura 18 22 Q
6 10
Figura 2-2.1: Curva de procura

Qd = 30 – 4P => Função procura ou equação da procura. A expressão


Qd= 30 – 4P mostra que a quantidade procurada é uma função do preço
e, o sinal patente no coeficiente associado a variável preço representa
a relação negativa existente entre estas duas variáveis.

Tanto a escala de procura assim como a curva de procura e a equação


da procura mostram uma relação negativa entre as quantidades
procuradas e o preço. Pode-se observar nelas que, a medida que o
preço vai aumentando, mantendo o resto constante, as quantidades
procuradas vão diminuindo expressando a lei da procura.

Determinantes da procura

O preço do bem X determina a quantidade procurada que será obtida.


E, como vimos anteriormente, preços mais elevados diminuem as
quantidades procuradas, mantendo o resto constante. Para além do
preço do bem, existem outras variáveis que afectam a procura do bem.
Samuelson e Nordhaus (2010) apresentam como factores que afectam
a procura os seguintes: o rendimento médio dos consumidores; o

31
tamanho da população; o preço do bem substituto; o preço do bem
complementar; os gostos ou preferências; influências especiais.
Existem muitos outros factores que afectam a procura como é o caso
da expectativa futura que os consumidores têm em relação ao preço de
um dado bem.

Se o rendimento médio dos consumidores aumentar isto fará com que


aumente a procura por um bem normal, mantendo o resto constante.
Caso o tamanho da população aumente, a procura também aumentará.
Se o preço da Pepsi-Cola aumentar, bem substituto da Coca-Cola, a
procura pela Coca-Cola também aumenta. Se o preço da gasolina
aumentar, bem complementar de automóveis, a procura por
automóveis irá diminuir. Caso as pessoas passem a gostar mais de um
determinado bem, a procura por esse bem aumenta. Influências
especiais – no tempo de frio a procura por sorvetes tende a diminuir.
Todas as análises aqui feitas só fazem sentido se formos a manter os
restantes factores contantes. A premissa do coeteris paribus deve-se
fazer sentir sempre que analisamos o efeito de uma variável sobre a
outra.

Diferença entre procura e quantidade procurada

Existe uma certa diferença entre a procura e a quantidade procurada.


“Por procura entende-se toda a escala ou curva que relaciona os
possíveis preços a determinadas quantidades” (Vaconcellos & Garcia,
2008, pp.58-59). A figura 2-2.1 é um exemplo de procura – a recta
indicada pela letra D representa a procura. “Por quantidade procurada
devemos compreender um ponto específico da curva relacionando um
preço a uma quantidade” (Vaconcellos & Garcia, 2008, p.59). Ainda na
figura 2-2.1, veremos que a quantidade procurada com preço 3,00 MT
é 18. Caso o preço aumentasse para 5,00 MT, haveria uma diminuição
da quantidade procurada e não da procura.

As alterações no preço do bem apenas causam movimentos ao longo


da curva da procura e, em nenhum momento fazem deslocar esta curva.
Enquanto uma alteração em qualquer um dos determinantes da
procura, apresentados no tópico anterior, fazem deslocar a curva da
procura para direita (aumentando-a) ou para a esquerda (diminuindo-
a).

Na figura 2-2.1 vimos que se o preço for de 3,00 MT, então, a


quantidade será de 18. Caso o preço aumente para 5,00 MT, a
quantidade diminui para 10. Neste caso a procura continua a mesma,
só nos movimentamos ao longo da curva de procura do ponto V para Y.

A figura 2-2.2 mostra o efeito de um aumento no preço da Pepsi-Cola,


bem substituto da Coca-Cola, mantendo os demais factores constantes.

32
Figura 2-2.2: Efeito do aumento do preço da Pepsi-Cola

Observando a figura 2-2.2, nota-se que, com o aumento do preço da


Pepsi-Cola, a procura pela Coca-Cola aumentou ou deslocou-se para a
direita, passando de Do para D1. E, como consequência do aumento da
procura, as quantidades procuradas também aumentaram de 8 para 24.

Sumário

Nesta Unidade temática 2.2 estudamos acerca da procura. Definimos a


procura como sendo uma curva que relaciona os preços com as
quantidades procuradas. Vimos, também, que, a lei da procura
evidencia o seguinte: mantendo o resto constante, existe uma relação
negativa ou inversa entre o preço e a quantidade procurada, isto é, a
medida que aumentamos o preço de um determinado bem, a sua
quantidade procurada tende a diminuir, mantendo o resto constante, e
vice-versa.

O rendimento médio dos consumidores, o tamanho da população, o


preço do bem substituto, o preço do bem complementar, os gostos ou
preferências e as influências especiais são factores que determinam a
procura por um determinado bem.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Distinga a procura das quantidades procuradas.


2. Represente graficamente a curva da procura e diga porquê é que ela
tem uma inclinação negativa.
3. Que impacto exerce, na curva da procura de um bem, uma redução do
tamanho da população? Justifique com recurso a gráfico.
4. Liste os determinantes da procura por um bem.
5. Que impacto exerce, na curva da procura de um bem, um aumento do
rendimento dos consumidores? Justifique com recurso a gráfico.

RESPOSTAS: Ver unidade temática

33
Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. O preço não exerce influência sobre a procura mas sim sobre as
quantidades procuradas.
2. Se a preferência por um bem diminuir, mantendo o resto constante,
a procura por esse bem também vai diminuir.
3. A existência de bens complementares constitui um determinante da
procura.
4. Não existe diferença entre a procura e as quantidades procuradas.
5. A lei da procura nos indica uma relação directa ou positiva entre o
preço e a quantidade procurada de um bem.

RESPOSTAS: 1V; 2V; 3V; 4F; 5F.

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. Qual das seguintes é uma equação da procura?
a) Q = 2Q - 20;
b) Q = 15 + 2Q;
c) Q = -3Q + 40;
d) Q = 40 + 2Q.
2. Qual das seguintes não constitui um determinante da procura?
a) O preço do bem substituto;
b) A Tecnologia;
c) Os gostos;
d) O rendimento médio do consumidor.
3. Mantendo os restantes factores constantes, se o preço do bem
diminuir:
a) A procura vai aumentar;
b) A procura vai diminuir;
c) A quantidade procurada vai diminuir;
d) A quantidade procurada vai aumentar.
4. Mantendo os restantes factores constantes, se o preço do bem
complementar de X aumentar, a procura do bem X vai:
a) Manter-se inalterada;
b) Aumentar;
c) Diminuir;
d) Nenhuma das alternativas está correcta.
5. A lei da procura nos mostra que
a) Existe uma relação negativa entre o preço e a quantidade
de um bem, mantendo o resto constante;
b) Não existe qualquer relação entre preços e quantidades;
c) A curva da procura é positivamente inclinada;
d) Existe uma relação directa entre preços e quantidades.

RESPOSTAS: 1C; 2B; 3D; 4C; 5A

34
UNIDADE TEMÁTICA 2.3. A oferta

Introdução

Na unidade passada falamos da procura como uma das forças que


compõe o mercado. Nesta unidade temática aborda-se acerca da
oferta, a outra força do mercado. Deste modo, nesta unidade temática
encontram-se aspectos como o conceito de oferta, a lei da oferta, os
determinantes da oferta e a distinção entre as quantidades oferecidas
e a oferta.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Saber definir a oferta;


▪ Conhecer a lei da oferta;
▪ Conhecer os factores que determinam a oferta;
Objectivos
específicos ▪ Saber distinguir a oferta das quantidades oferecidas.

Oferta

Para Vaconcellos e Garcia (2008), “pode-se conceituar a oferta como as


várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em
determinado período de tempo” (p.60).

Rosseti (2009) refere que, “a oferta de determinado produto é


determinada pelas várias quantidades que os produtores estão
dispostos e aptos a oferecer, em função de vários níveis possíveis de
preços, em dado período de tempo” (p.420).

Na definição da oferta, devemos tomar em consideração duas variáveis:


o preço (P) e a quantidade (Q) oferecida. Neste sentido, para cada preço
estipulado no mercado existirá sempre uma quantidade que os
produtores estarão dispostos a oferecer ao mercado. Assim sendo,
sempre que os preços oscilarem, as quantidades oferecidas também o
farão. Desta forma, podemos dizer que a oferta refere-se a quantidade
que os produtores desejarão oferecer a um determinado preço de
mercado num dado período de tempo.

Lei da oferta

Como vimos na definição da oferta, existe uma relação entre os preços


e as quantidades oferecidas. A lei da oferta nos mostra que existe uma
relação positiva entre o preço e a quantidade oferecida, isto é,
mantendo o resto constante, a medida que os preços vão aumentando,

35
as quantidades oferecidas serão cada vez maiores e vice-versa.

De acordo com Vaconcellos e Garcia (2008), “a função oferta mostra


uma correlação directa entre quantidade oferecida e nível de preços,
coeteris paribus. É a chamada lei geral da oferta” (p.60). Interpretando
a lei da oferta temos o seguinte: se todos os outros factores forem
mantidos constantes, quanto mais alto for o preço de um bem, maior
será a quantidade oferecida deste bem, e, quanto mais baixo for o preço
de um bem, menor será a sua quantidade oferecida.

A lei da oferta, a semelhança da procura, pode ser representada numa


escala de oferta bem como através da curva de oferta e/ ou por meio
de uma função oferta ou equação de oferta.

P
Quantidades
Preço do U S
oferecidas
bem X (MT) 6,00 V
do bem X
5,00
2,00 7
Y
3,00 10 3,00 Z
5,00 16 2,00
6,00 19
Tabela 2-3.1: Escala de oferta 16 19 Q
7 10
Figura 2-3.1: Curva de oferta

Qs = 1 + 3P => Função oferta ou equação da oferta. A expressão Qs=1+3P


mostra que a quantidade oferecida é uma função do preço e, o sinal
patente no coeficiente associado a variável preço representa a relação
positiva existente entre estas duas variáveis.

Tanto a escala de oferta assim como a curva de oferta e a equação da


oferta mostram uma relação positiva entre as quantidades oferecidas e
o preço. Pode-se observar nelas que, a medida que o preço vai
aumentando, mantendo o resto constante, as quantidades oferecidas
vão também aumentando expressando a lei da oferta.

Determinantes da oferta

O preço do bem X determina a quantidade oferecida que será fornecida


no mercado. E, como vimos anteriormente, preços mais baixos
aumentam as quantidades oferecidas, mantendo o resto constante.
Para além do preço do bem, existem outras variáveis que afectam a
oferta do bem. Samuelson e Nordhaus (2010) apresentam como
factores que afectam a oferta os seguintes: a tecnologia; o preço dos
factores de produção; preços de bens complementares na produção;
preços de bens substitutos na produção; política do governo e

36
influências especiais. Existem muitos outros factores que afectam a
oferta como é o caso do número de empresas no mercado.

Se existir uma melhoria tecnológica na produção de automóveis, os


custos de produção baixam e aumenta a oferta de automóveis. Uma
redução dos salários dos trabalhadores de uma indústria de sapatos
baixa os custos de produção e aumenta a oferta.

A indústria pode decidir se opta por produzir caminhões ou automóveis.


Se os preços dos caminhões baixarem, bem substituto de automóveis
na produção, a oferta de automóveis aumenta.

Se como política o governo decide anular as quotas e os impostos


aduaneiros sobre a importação de automóveis, isto fará com que a
oferta de automóveis aumente.

Uma catástrofe natural, como secas, tem influência sobre a produção


agrícola reduzindo-a e por conta disso a oferta dos produtos agrícolas
também diminui.

A premissa do coeteris paribus deve-se fazer sentir sempre que


analisamos o efeito de uma variável sobre a outra.

Diferença entre oferta e quantidade oferecida

Existe uma certa diferença entre a procura e a quantidade procurada.


“A oferta refere-se à escala (ou toda a curva)” (Vaconcellos & Garcia,
2008, p.62). A figura 2-3.1 é um exemplo de oferta – a recta indicada
pela letra S representa a oferta. “A quantidade oferecida diz respeito a
um ponto específico da curva de oferta” (Vaconcellos & Garcia, 2008,
p.62). Ainda na figura 2-3.1, veremos que a quantidade oferecida com
preço 3,00 MT é 10. Caso o preço aumentasse para 5,00 MT, haveria um
aumento da quantidade oferecida e não da oferta.

As alterações no preço do bem apenas causam movimentos ao longo


da curva da oferta e, em nenhum momento fazem deslocar esta curva.
Enquanto uma alteração em qualquer um dos determinantes da oferta,
apresentados no tópico anterior, fazem deslocar a curva da oferta para
direita (aumentando-a) ou para a esquerda (diminuindo-a).

Na figura 2-3.1 vimos que se o preço for de 3,00 MT, então, a


quantidade será de 10. Caso o preço aumente para 5,00 MT, a
quantidade aumenta para 16. Neste caso a oferta continua a mesma, só
nos movimentamos ao longo da curva de oferta do ponto Y para V.

A figura 2-3.2 mostra o efeito de uma eliminação das tarifas aduaneiras


sobre os automóveis, mantendo os demais factores constantes.

37
Figura 2-3.2: Efeito de uma anulação das tarifas aduaneiras sobre os
automóveis

Observando a figura 2-3.2, nota-se que, com o a anulação das tarifas


aduaneiras, a oferta total de automóveis aumentou ou deslocou-se
para a direita, passando de So para S1. E, como consequência do
aumento da oferta, as quantidades oferecidas também aumentaram de
8 para 24.

Sumário

Nesta Unidade temática 2.3 estudamos acerca da oferta. Definimos a


oferta como sendo uma curva que relaciona os preços com as
quantidades oferecidas. Vimos, também, que, a lei da oferta evidencia
o seguinte: mantendo o resto constante, existe uma relação positiva ou
directa entre o preço e a quantidade oferecida, isto é, a medida que
aumentamos o preço de um determinado bem, a sua quantidade
oferecida tende a aumentar, mantendo o resto constante, e vice-versa.

A tecnologia, o preço dos factores de produção, preços de bens


complementares na produção, preços de bens substitutos na produção,
política do governo e influências especiais são factores que determinam
a oferta de um determinado bem.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Distinga a oferta das quantidades oferecidas.


2. Represente graficamente a curva da oferta e diga porquê é que ela
tem uma inclinação positiva.
3. Que impacto exerce, na curva de oferta de um bem, uma redução
dos custos de produção? Justifique com recurso a gráfico.
4. Liste os determinantes da oferta de um bem.
5. Que impacto exerce, na curva de oferta de um bem, um aumento
nas taxas de impostos? Justifique com recurso a gráfico.

RESPOSTAS: Ver unidade temática

38
Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. O preço do bem exerce influência sobre a sua oferta e não sobre as
suas quantidades oferecidas.
2. Se existir uma melhoria na tecnológica na produção de um
determinado bem, mantendo o resto constante, a oferta desse bem
vai diminuir.
3. A existência de bens substitutos na produção constitui um
determinante da oferta.
4. Existe diferença entre a oferta e as quantidades oferecidas.
5. A lei da oferta nos indica uma relação inversa entre o preço e a
quantidade oferecida de um bem.

RESPOSTAS: 1F; 2F; 3V; 4V; 5F.

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. Qual das seguintes não é uma equação da oferta?
a) Q = 3Q - 20;
b) Q = -5Q + 40;
c) Q = 5 + 3Q;
d) Q = 30 + 3Q.
2. Qual das seguintes constitui um determinante da oferta?
a) Tamanho da população;
b) As preferências;
c) O rendimento médio do consumidor;
d) As políticas do governo.
3. Mantendo os restantes factores constantes, se o número de
empresas ofertantes diminuir:
a) A oferta vai aumentar;
b) A oferta vai diminuir;
c) A quantidade oferecida vai aumentar;
d) Nenhuma das alternativas acima.
4. Mantendo os restantes factores constantes, se o preço do bem
aumentar:
a) A quantidade oferecida vai aumentar;
b) A quantidade oferecida vai diminuir;
c) A oferta vai diminuir;
d) Não existirá nenhum impacto sobre as quantidades
oferecidas.
5. A lei da oferta nos mostra que
a) Existe uma relação negativa entre o preço e a quantidade
de um bem, mantendo o resto constante;
b) Não existe qualquer relação entre preços e quantidades;
c) A curva da oferta é positivamente inclinada;
d) Existe uma relação inversa entre preços e quantidades.

RESPOSTAS: 1B; 2D; 3B; 4A; 5C

39
EXERCÍCIOS DO TEMA

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).

1. Um mercado é um mecanismo pelo qual compradores e vendedores


interagem para determinar os preços e trocar bens, serviços e
activos.
2. A decisão sobre como os bens são produzidos é determinada pela
concorrência das empresas para comprar os factores de produção e
vender os produtos a um baixo preço.
3. A tecnologia a ser usada constitui um dos factores que cria
deslocamento na curva da procura.
4. O preço de um bem está negativamente relacionado com a sua
quantidade procurada.
5. A medida que elevamos o preço de um determinado bem,
mantendo o resto constante, a sua quantidade oferecida tende a
aumentar.
RESPOSTAS: 1V; 2V; 3F; 4V; 5V.

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. O papel central dos mercados é:
a) Não criar escassez no mercado;
b) Gerir os recursos para todos;
c) Determinar os preços dos produtos por forma que as
mercadorias possam ser trocadas;
d) Nenhuma das alternativas acima.
2. Para solucionar os 3 problemas da organização económica os
mercados baseiam-se:
a) Na forma como produzir os produtos;
b) Naquilo que devem produzir;
c) Nos preços dos produtos;
d) Procura e oferta.
3. Qual das seguintes afirmações é verdadeira?
a) A curva da procura é negativamente inclinada;
b) Os mercados são, unicamente, lugares físicos onde se
comercializam mercadorias;
c) A lei da oferta mostra uma relação inversa entre os preços e
as quantidades;
d) Os gostos e preferências determinam as quantidades a
oferecer.
4. O rendimento médio das famílias constitui um dos determinantes:
a) Da procura;
b) Da oferta;
c) De como os bens serão produzidos;

40
d) Nenhuma das alternativas.
5. Qual das seguintes representa uma curva da oferta:
a) Q = -2P + 60;
b) Q = -40 + 5P;
c) Q = -20 – 2P;
d) Q = 20 – 4P.

RESPOSTAS: 1C; 2D; 3A; 4A; 5B

Referências Bibliográficas

1. Parkin, M. (2009). Economia (8ª ed.). São Paulo, Brasil: Pearson


Education.
2. Rosseti, J. P. (2009). Introdução à Economia (20ª ed.). São Paulo,
Brasil: Atlas.
3. Samuelson, P. A. & Nordhaus, D. N. (2010). Economia (19ª ed.). Mc
Graw-Hill
4. Vasconcellos, M. A. S. & Garcia, M. E. (2008). Fundamentos de
Economia (4ª ed.). São Paulo, Brasil: Saraiva.

TEMA – III: A FORMAÇÃO DE PREÇOS

UNIDADE Temática 3.1. A formação de preços

41
UNIDADE TEMÁTICA 3.1. A formação de preços

Introdução

Depois de analisada a procura e a oferta de forma isolada é a vez de ver


como é que estas duas forças interagem entre si de modo a formarem
o preço de um bem no mercado. Vimos no tema II que preços elevados
diminuem as quantidades procuradas e por outro lado incentivam os
produtores a aumentarem as suas quantidades oferecidas e, preços
muito baixos aumentam as quantidades procuradas e por outro lado
fazem com que os produtores diminuam as suas quantidades
produzidas. Neste caso, para minimizarem-se os casos de excesso e
escassez de produto, há uma interação entre estas duas forças do
mercado.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Saber como é que a procura interage com a oferta de modo a formarem o


preço de um determinado bem.

Objectivos
específicos

A formação de preços

A formação de preços de uma determinada mercadoria dá-se através


da interação entre a procura e a oferta. Uma empresa não pode
determinar por si só quanto é que vai cobrar por um determinado
produto assim como um consumidor não pode decidir,
individualmente, qual será o preço de mercado do produto.

O produtor, ao produzir a sua mercadoria, incorre a custos. O


consumidor tem uma renda limitada e que o seu calor varia de
consumidor para consumidor. Neste contexto, é necessário que haja
esta interação entre estes dois grupos por forma a não existir um preço,
no mercado, que elimine faça não existirem consumidores ou
produtores para o bem.

Segundo Vaconcellos e Garcia (2008), “a interação das curvas de


demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de
um bem ou serviço em um dado mercado”(p.63).
Quando atingido o equilíbrio no mercado, não há escassez e nem
excesso do produto. Existe um preço que se aplicado no mercado fará
com que o mercado esteja em equilíbrio, isto é, as quantidades
oferecidas sejam iguais as quantidades procuradas. Em outras palavras,
a quantidade que o consumidor deseja será exactamente a que o

42
produtor vai produzir e colocar no mercado.

A figura 3-1.1 ilustra uma situação em que o equilíbrio de mercado foi


alcançado.

Figura 3-1.1: Equilíbrio de mercado e situações de excesso e escassez.

Conforme se pode observar na figura 3-1.1, se o preço do mercado


estiver acima do preço de equilíbrio (Pe), como é o caso de Ph, as
quantidades procuradas serão inferiores as quantidade oferecidas
originando uma situação de excesso do produto. Por outro lado, caso o
preço do mercado esteja abaixo do preço de equilíbrio (Pe), como é o
caso de Pc, as quantidades procuradas serão superiores as quantidade
oferecidas originando uma situação de escassez do produto.

Quando as empresas colocam um produto no mercado e o mesmo


passa a ter muita procura, o que as empresas fazem é aumentar o preço
do produto. No caso em que a procura é bastante reduzida, as empresas
baixam o preço do produto para estimular a procura. O mercado
apresenta tendência a ajustar-se naturalmente por forma a atingir-se o
equilíbrio.

O exemplo abaixo ilustra como é que a interação entre a procura e a


oferta pode determinar o preço e a quantidade de equilíbrio num
determinado mercado.

Considere as seguintes curvas de procura e oferta, respectivamente:


Qd= 20–5P e Qs = 6+2P. Determine o preço e a quantidade de equilíbrio
no mercado de arroz e represente graficamente o equilíbrio.

Para que o mercado esteja em equilíbrio é necessário que a quantidade


oferecida seja igual a quantidade procurada. Nesse sentido temos de
igual as duas expressões, de oferta e de procura, de modo a calcular-se
o preço de equilíbrio e, depois
43
substituímos o preço (P) nas duas expressões para calcular a quantidade
(Q) de equilíbrio e provar que a procura é mesmo igual a oferta.

1º Passo 2º Passo

Qs = Qd Qs = 6 + 2P O equilíbrio é atingido
6+2P = 20-5P Qs = 6 + 2*2 Quando temos o
2P+5P = 20-6 Qs = 10 seguinte:
7P = 14 d
Q = 20 – 5P
P = 14/7 Qd = 20 – 5*2 P = 10
P= 2 Qd = 10 Q = 10

Representando o equilíbrio graficamente temos:

Figura 3-1.2: Preço e quantidade de equilíbrio

Pode-se observar na figura 3-1.2 que, a curvas de oferta e de procura se


intersectam no ponto onde o preço é de 2 e a quantidade é de 10. Se o
preço do mercado estiver acima do preço de equilíbrio, por exemplo for
igual a 3, as quantidades procuradas (Qd= 20-5*3  Qd=5) serão
menores que as quantidades oferecidas (Qs= 6+2*3  Qs=12) gerando
uma situação de excesso de produto em 7 (12-5) unidades do bem.

Se o preço do mercado estiver abaixo do preço de equilíbrio, por


exemplo for igual a 1, as quantidades procuradas (Qd= 20-5*1  Qd=15)
serão menores que as quantidades oferecidas (Qs= 6+2*1  Qs=8)
gerando uma situação de escassez de produto em 7 (15-8) unidades do
bem.
As alterações nos factores determinantes da procura e/ou da oferta
contribuem para a determinação de novos preços do produto de modo
a que se alcance um novo equilíbrio de mercado. (1) Se um dos factores
da procura se altera e faz com que a procura aumente, então, as
quantidades transacionadas e os preços irão aumentar. (2) Se um dos
factores da procura se altera e faz com que a procura diminua, as
quantidades transacionadas e os preços também diminuem. (3) Se um
dos factores da oferta se altera e faz com que a oferta aumente, as
quantidades transacionadas também aumentam e os preços baixam.
(4) Caso um dos factores da oferta se
44
altere e faz com que a oferta diminua, as quantidades transacionadas
também diminuirão e os preços subirão.

Alguns autores abordam acerca das quatro (4) situações acima


apresentadas. Rosseti (2009) apresente quatro (4) hipóteses que
podem acontecer, designando-as por a, b, c e d.

Hipótese (a) – expansão da procura, mantendo-se inalterada a oferta:


aumentarão, ao mesmo tempo, as quantidades transacionadas e os
preços.

Hipótese (b) – redução da procura, mantendo-se inalterada a oferta:


cairão as quantidades transacionadas e os preços também.

Hipótese (c) – expansão da oferta, mantendo-se inalterada a procura:


maiores quantidades serão transacionadas a preços mais baixos.

Hipótese (d) – redução da oferta, mantendo-se inalterada a procura:


menores quantidades serão transacionadas a preços mais altos.

Samuelson e Nordhaus (2010) apresentam o seu raciocínio de uma


outra forma conforme apresentado tabela 3-1.1.

Deslocações da Efeito sobre o preço


Pressupostos
procura e da oferta e a quantidade
Se a procura aumenta … A curva da procura Preço
descola-se para a Quantidade
direita, e …
Se a procura cai … A curva da procura Preço
descola-se para a Quantidade
esquerda, e …
Se a oferta aumenta … A curva da oferta Preço
descola-se para a Quantidade
direita, e …
Se a oferta cai … A curva da oferta Preço
descola-se para a Quantidade
esquerda, e …
Tabela 3-1.1: O efeito no preço e nas quantidades de diferentes
deslocações da procura e da oferta.

As quatro (4) situações analisadas podem ser representadas por via de


gráficos. As figuras 3-1.2, 3-1.3, 3-1.4 e 3-1.5 ilustram os cenários em
alusão.

45
Figura 3-1.2: Aumento da Procura Figura 3-1.3: Redução da Procura

Figura 3-1.4: Aumento da Oferta Figura 3-1.5: Redução da Oferta

Sumário

Nesta Unidade temática 3.1 vimos que a determinação de preços de um


bem é feita a partir da interação entre a oferta e a procura. Se a procura
ou a oferta alterar ela tem implicações nos preços e nas quantidades do
mercado. Quatro (4) situações podem existir: (1) Se um dos factores da
procura alterar e fazer com que a procura aumente, então, as
quantidades transacionadas e os preços irão aumentar. (2) Se um dos
factores da procura alterar e fazer com que a procura diminua, as
quantidades transacionadas e os preços também diminuem. (3) Se um
dos factores da oferta alterar e fazer com que a oferta aumente, as
quantidades transacionadas também aumentam e os preços baixam.
(4) Se um dos factores da oferta alterar e fazer com que a oferta
diminua, as quantidades transacionadas também diminuirão e os
preços subirão.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. De que modo os preços são formados?


2. O que acontece com os preços e as quantidades se existir uma
queda na oferta?

46
3. Considere as seguintes curvas de procura e oferta, respectivamente:
Qd=50–2P e Qs=10+3P. Determine o preço e a quantidade de
equilíbrio neste mercado.
4. Represente graficamente as respostas do número 3.
5. Que fenómeno vai acontecer no mercado apresentado no número
3 caso o preço do produto esteja fixado em 10 u.m.?

RESPOSTAS: Ver unidade temática

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1 Quem determina o preço do mercado é o produtor sem olhar para
os consumidores.
2 Num mercado em equilíbrio, se a procura aumentar, os preços e as
quantidades transacionadas também vão aumentar.
3 Num mercado em equilíbrio, se a procura diminuir, os preços e as
quantidades transacionadas também vão diminuir.
4 Num mercado em equilíbrio, se a oferta aumentar, os preços e as
quantidades transacionadas vão diminuir.
5 Num mercado em equilíbrio, se a oferta diminuir, os preços vão
subir e as quantidades transacionadas vão diminuir.

RESPOSTAS: 1F; 2V; 3V; 4F; 5V.

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1 Com as seguintes expressões de procura e oferta, Qd=50–2P e
Qs=10+3P, temos o seguinte equilíbrio:
a) P=8 e Q=24;
b) P=5 e Q=40;
c) P=10 e Q=10;
d) P=24 e Q=8.
2 Com as seguintes expressões de procura e oferta, Qd=60–P e
Qs=11+6P, temos o seguinte equilíbrio:
a) Q=53 e P=7;
b) Q=7 e P=53;
c) Q= 10 e P=14;
d) Q=7 e P=25.
3 Se a procura for muito baixa, os vendedores vão:
a) Aumentar o preço;
b) Diminuir o preço;
c) Aumentar as quantidades oferecidas;
d) Nenhum das alternativas acima.
4 Se a procura estiver muito alta, os vendedores vão:
a) Baixar o preço;
b) Não fazer nada, afinal é um cenário óptimo para eles;
c) Subir o preço;
47
d) Nenhuma das alternativas está correcta.
5 Num mercado em equilíbrio, se a oferta aumentar
a) Os preços e as quantidades transacionadas vão
aumentar;
b) Os preços vão aumentar e as quantidades transacionadas
vão diminuir;
c) Os preços e as quantidades transacionadas vão diminuir;
d) Os preços vão baixar e as quantidades transacionadas vão
aumentar.

RESPOSTAS: 1A; 2A; 3B; 4C; 5D

Referências Bibliográficas

1. Rosseti, J. P. (2009). Introdução à Economia (20ª ed.). São Paulo,


Brasil: Atlas.
2. Samuelson, P. A. & Nordhaus, D. N. (2010). Economia (19ª ed.). Mc
Graw-Hill.
3. Vasconcellos, M. A. S. & Garcia, M. E. (2008). Fundamentos de
Economia (4ª ed.). São Paulo, Brasil: Saraiva.

TEMA – IV: MERCADO DE FACTORES

UNIDADE Temática 4.1. Mercado de factores

UNIDADE TEMÁTICA 4.1. Mercado de factores

Introdução

Bens e serviços são produzidos usando quatro (4) factores de produção:


trabalho, capital, terra e um último que é acrescido nos dias de hoje, a
capacidade empresarial (CE). Nesta unidade apresentamos alguns
aspectos básicos relacionados a cada um dos mercados destes factores
de produção.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

48
▪ Explicar a relação entre o preço e a renda dos factores;
▪ Explicar o que determina a procura, a oferta, o salário e o emprego em um
mercado de trabalho competitivo;
Objectivos
▪ Explicar o que determina a procura e a oferta no mercado de capitais;
específicos
▪ Saber distinguir a oferta de um recurso renovável da de um não renovável.

Relação entre preços e rendas dos factores de produção

“As rendas são determinadas pela quantidade dos factores utilizados e


pelos preços dos factores, que são o salário recebido pelo trabalho, a
taxa de juros obtida pelo capital, o aluguel (renda da terra) obtido pela
terra e a taxa de lucro normal obtida pela capacidade empresarial”
(Parkin, 2009, p.384). A renda aumenta se uma das variáveis que a
determinam aumentar. E diminui se uma das variáveis que a
determinam diminuir. Neste sentido, mantendo constante a
quantidade do factor utilizado, um aumento no preço dos factores
ocasionará um aumento na renda do factor.

A procura e a oferta são a principal ferramenta utilizada para


compreender um mercado de factores competitivo. As empresas
procuram factores de produção, e os indivíduos os oferecem. “Os
economistas falam da procura de factores produtivos como uma
procura derivada. Isto significa que quando as empresas procuram um
factor produtivo, fazem-no porque essse factor lhes permite um bem
que os consumidores querem no presente e no futuro” (Samuelson &
Nordhaus, 2010, p.233).

Figura 4-1.1: Demanda e oferta no mercado de um factor

49
As leis da procura e da oferta também se aplicam aos factores de
produção do mesmo jeito que aplicamos quando estávamos a ver os
mercados de bens e serviços. Quanto maior for o preço do factor menor
será a quantidade procurada desse factor, mantendo os demais
factores constantes – lei da procura. Quanto maior for o preço do factor
maior será a quantidade oferecida desse factor, mantendo os demais
factores constantes – lei da oferta.

A figura 4-1.1 mostra como são determinados os preços e as


quantidades num mercado de factores. A área azul, o rectângulo,
representa a renda do factor. A renda do factor é obtida através do
produto do preço do factor pela quantidade do factor. Nota-se que
quanto maior for o preço do factor, mantendo o resto constante, maior
será a renda do factor. Quanto maior for a quantidade do factor,
mantendo o resto constante, maior será a renda do factor.

Mercados de trabalho

Muitas pessoas têm o mercado de trabalho como a principal ou única


fonte de rendimento. Como vimos anteriormente, a remuneração da
força do trabalho é o salário. Neste sentido, o salário aplicado vai ditar
a quantidade de mão-de-obra que os indivíduos desejarão oferecer ao
mercado e, ditará, também, a quantidade de mão-de-obra que as
empresas estarão dispostas a contratar.

Procura por trabalho

Quem procura trabalho são as empresas. Quando falamos da procura


por trabalho estamos a olhar o lado das empresas. Para Samuelson e
Nordhaus (2010), a procura de um factor de produção reflecte a
produtividade marginal desse factor. Mantendo constantes a
tecnologia e outros factores, existe uma relação entre a quantidade do
factor trabalho e a quantidade de produção. Pela lei dos rendimentos
marginais decrescentes, cada unidade adicional do factor trabalho (L)
acrescentará uma parcela cada vez menor à produção.

Figura 4-1.2: Procura por trabalho

50
A figura 4-1.2 nos mostra que, a medida que aumentamos o número de
trabalhadores o acréscimo na produção gerada pelo trabalhador
adicional tende a ser cada vez mais reduzida. A figura também nos
mostra que salários mais altos tendem a reduzir a quantidade
procurada de trabalhadores por parte das empresas.

A demanda de uma empresa por trabalho se altera em função dos


seguintes factores: o preço do produto da empresa, o preço de um
factor substituto do trabalho, o preço de um factor complementar do
trabalho e uma nova tecnologia ou um novo capital.

Para parkin (2009), se o preço do produto da empresa diminui, a sua


demanda por trabalho irá diminuir. Se o preço de um substituto para o
trabalho diminui, a sua demanda por trabalho irá diminuir. Se o preço
de um complementar do trabalho diminui, a sua demanda por trabalho
irá aumentar. Se uma nova tecnologia ou um novo capital aumenta o
produto marginal do trabalho, então, a demanda de uma empresa por
trabalho também aumenta.

Oferta do trabalho

Quando falamos da oferta estamos a olhar o lado da população, quem


oferece a sua mão-de-obra no mercado de trabalho. Para o lado da
oferta, quanto maiores forem os salários, maior será a quantidade
oferecida de trabalho (L). Samuelson e Nordhaus (2010) referem que a
oferta por trabalho constitui o número de horas que a população deseja
trabalhar em actividades remuneradas. Samuelson e Nordhaus (2010)
apontam três (3) elementos-chave oferta de trabalho: horas por
trabalhador, a dimensão da população activa e a imigração.

A medida que o salário aumenta, as pessoas estão dispostas a oferecer


mais a sua força de trabalho de modo a terem maiores rendimentos.
Contudo, chega um nível de salário em que as pessoas preferem trocar
as horas de trabalho com o lazer. Ex: se o dia tem 24 horas e eu uso 8
horas para dormir, restam-me 16 horas para dividir entre trabalho e
lazer. Se os salários estão fixados em 100,00 mt por hora eu posso
sentir-me motivado em apenas trabalhar 6 horas por dia. Caso os
salários subam para 500,00 mt por hora pode constituir um incentivo
para mim ao ponto de me fazer trabalhar 9 horas por dia. Um salário de
80.000,00 mt por hora pode fazer-me pensar em trabalho menos horas
por dia, 5 horas por exemplo, por forma a aumentar as minhas horas de
lazer.

A relação entre o nível de salário e a quantidade de trabalho pode ser


vista figura 4-1.3.

51
Figura 4-1.3:
Acima do ponto azul, no gráfico 4-1.3, o aumento do nível salarial reduz
a quantidade oferecida de trabalho. Samuelson e Nordhaus (2010)
justificam que isto acontece porque com salários mais elevados, os
trabalhadores têm posses para mais tempo de lazer, ainda que cada
hora suplementar de lazer custe mais em termos de salários perdidos.

As mulheres estão cada vez mais a fazerem parte da população activa.


Para Samuelson e Nordhaus (2010), este fenómeno deve-se, em parte,
ao aumento dos salários reais que tornou o emprego mais atractivo
para as mulheres.

A imigração tem impactos nos salários. Por exemplo, para os EUA, a


imigração tem contribuído para um aumento da oferta da força de
trabalho não especializada e este facto tem feito com que haja um
declínio dos salários dos grupos com menor formação.

Para Parkin (2009), os principais factores que alteram a oferta de


trabalho e que, ao longo dos anos, a elevaram são: (1) aumento da
população adulta e (2) mudança tecnológica e acumulação de capital
nas residências. A mudança tecnológica e a acumulação de capital mais
criam do que eliminam empregos. Contudo, para se beneficiar das
mudanças tecnológicas, as pessoas devem adquirir novas habilidades e
mudar de emprego.

Equilíbrio no mercado de trabalho

A oferta e a procura do trabalho interagem entre si de modo a formar


o nível de salário e emprego. A figura 4-1.4 mostra o equilíbrio em um
mercado de trabalho bem como o que acontece no mercado se os
salários estiverem acima do salário de equilíbrio.

52
Figura 4-1.4: Equilíbrio no mercado do trabalho

Se o salário estiver acima do salário de equilíbrio, haverá muita oferta


do trabalho em relação a sua procura ocasionando assim o fenómeno
desemprego. Na figura 4-1.4 é possível notar que com o salário de 8 a
quantidade procurada de trabalho reduz para 20 e a quantidade
oferecida de trabalho aumenta para 40. Assim sendo, 20 pessoas ficam
sem emprego.

Outras questões do mercado de trabalho

Os sindicatos de trabalhadores exercem influência sobre as condições


dos trabalhadores. Estes procuram aumentar a remuneração do
trabalho, melhorar as condições de trabalho e expandir as
oportunidades de emprego. Segundo Samuelson e Nordhaus (2010), os
sindicatos têm aumentado os salários e limitado o emprego. Neste
contexto, ao elevar-se os níveis salariais cria-se aqui o desemprego de
algumas pessoas uma vez que, a procura por trabalhadores será inferior
a sua oferta, conforme ilustrado na figura 4-1.4.

Quando existe um único comprador da mão-de-obra, no mercado, o


poder de negociação dos trabalhadores reduz drasticamente. Neste
tipo de mercado, os salários tendem a ser muito baixos.

O investimento individual na formação da mão-de-obra constitui um


factor de vantagem competitiva e tendem a elevar os salários do
detentor desta mão-de-obra qualificada.

Mercados de capitais

“Mercados de capitais são canais por meio dos quais as empresas


obtêm recursos financeiros para comprar recursos de capital físico”
(Parkin, 2009, p.396). O capital físico é um estoque, podendo ser de
equipamento, maquinário, prédios e outras instalações que as
empresas usam para produzir os seus produtos. Capital financeiro
refere-se aos recursos que as empresas
53
usam para comprar capital físico. Os recursos financeiros são
provenientes da poupança financeira. Como capital recurso, o capital
financeiro também tem o seu preço. A taxa de juros é o preço do capital
financeiro.

A curva de procura por capital financeiro

A curva de procura por capital financeiro relaciona a taxa de juros com


a quantidade de capital financeiro que uma empresa deseja adquirir.
Quanto maior for a taxa de juros, menor será a quantidade de capital
financeiro que uma empresa vai procurar, mantendo todos os outros
factores constantes. Como se pode ver na figura 4-1.5, a taxa de juros
de 6%, a empresa procura 30 mil MT para compra de um determinado
equipamento. Se aumentarmos esta taxa, a empresa vai procurar uma
quantidade menor de dinheiro.

Figura 4-1.5: Curva de procura por capital financeiro

A curva de oferta por capital financeiro

A curva de oferta por capital financeiro mostra que, mantendo os


demais factores constantes, a medida que aumentámos a taxa de juro,
a quantidade oferecida de capital financeiro também aumenta.

54
Figura 4-1.6: Curva de procura por capital financeiro

Equilíbrio no mercado de capital financeiro

Um mercado de capital financeiro está em equilíbrio quando a


quantidade procurada por capital financeiro é igual a quantidade
oferecida de capital financeiro.

Figura 4-1.7: Equilíbrio no mercado capital financeiro

Mercado de recursos naturais

O mercado de recursos naturais, ou de terra como é denotado por


diversos economistas, divide-se em duas categorias: (1) recursos
naturais renováveis e (2) recursos naturais não renováveis.

Parkin (2009) diferencia estes dois grupos de recursos naturais da


seguinte forma:
55
(1) Os recursos naturais renováveis são aqueles repetidamente
repostos pela natureza. Alguns exemplos são a terra (no sentido
comum), os rios, os lagos, a chuva, o vento, e a luz do sol.
(2) Os recursos naturais não renováveis são aqueles que a natureza não
repõe. Uma vez utilizados eles não estão mais disponíveis. Exemplos
disso são carvão, gás natural e petróleo.

A oferta de um recurso natural renovável

A quantidade oferecida de um recurso natural renovável é fixa. Para o


caso de terra, as pessoas podem alterar a quantia de terra de sua
propriedade, contudo, comprar terra de uma pessoa significa que a
outra pessoa a vendeu. A oferta de terra é fixa. Como a oferta é fixa,
independentemente de sua renda, a renda da terra é determinada pela
procura. Quanto maior for a procura por determinado lote de terra,
mais alta é sua renda.

A figura 4-1.8 mostra o comportamento da curva de oferta por um


recurso natural renovável (terra).

Figura 4-1.8: Oferta de terra, recurso natural renovável

É patente na figura 4-1.8 que para qualquer que seja a renda da terra,
6, 8 ou 9 mil meticais, a quantidade oferecida de terra será sempre a
mesma (30 metros quadrados). Por esta razão diz-se que um recurso
natural renovável apresenta uma oferta perfeitamente inelástica (por
mais que a renda varie, a oferta da terra não se altera, ou seja,
permanece a mesma).

A oferta de um recurso natural não renovável

A quantidade oferecida de um recurso natural não renovável é fixa num


determinado momento e não depende do seu preço. Dados os avanços
tecnológicos, podem ser descobertas mais fontes destes recursos
aumentando a sua quantidade num outro período de tempo. Diferente
do recurso renovável, o fluxo de oferta de um recurso não renovável é

56
perfeitamente elástico 10a um preço igual ao valor presente do preço
esperado para o período seguinte.

A figura 4-1.9 ilustra a oferta de um recurso natural não renovável. A


um determinado preço podem ser oferecidas quantidades diferentes
deste bem, num determinado período de tempo, dependendo da
expectativa que se tem em relação ao preço futuro deste bem.

Figura 4-1.9: Oferta de petróleo, recurso natural não renovável

Sumário

A demanda de uma empresa por trabalho se altera em função dos


seguintes factores: o preço do produto da empresa, o preço de um
factor substituto do trabalho, o preço de um factor complementar do
trabalho e uma nova tecnologia ou um novo capital. Os principais
factores que alteram a oferta de trabalho e que, ao longo dos anos, a
elevaram são: (1) aumento da população adulta e (2) mudança
tecnológica e acumulação de capital nas residências.

Salários mais elevados aumentam a quantidade oferecida de trabalho e


diminuem a quantidade procurada de trabalho, mantendo os restantes
factores constantes. E, esta situação faz com que se aumente o
desemprego.

O capital físico é um estoque, podendo ser de equipamento,


maquinário, prédios e outras instalações que as empresas usam para
produzir os seus produtos. Capital financeiro refere-se aos recursos que
as empresas usam para comprar capital físico. A taxa de juros determina
a quantidade de capital financeiro que será procurado bem como a
quantidade que será oferecida.

A quantidade oferecida de um recurso natural renovável é fixa e a sua


oferta é perfeitamente inelástica, isto é, independentemente da renda
por ele paga a quantidade oferecida do recurso será sempre a mesma.
O fluxo de oferta de um recurso não
57
renovável é perfeitamente elástico a um preço igual ao valor presente
do preço esperado para o período seguinte.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Quais são os factores que determinam a procura e quais


determinam a oferta no mercado de trabalho?
2. O que acontece com os salários dos trabalhadores e o nível de
emprego num sector que existe sindicato dos trabalhadores?
3. O que acontece com a quantidade procurada do capital financeiro
caso haja uma redução da taxa de juros?
4. Distinga um recurso renovável de um recurso não renovável.
5. Por que é que se diz que a oferta de um recurso não renovável é
inelástica?

RESPOSTAS: Ver unidade temática

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1 No mercado de trabalho o salário é que dita as quantidades
procuradas e oferecidas do trabalho.
2 Os elementos da oferta de trabalho são a renda e a taxa de juros.
3 As horas de trabalho sempre aumentam a medida que salário
aumenta.
4 O petróleo é um exemplo de um recurso natural não renovável.
5 Taxas de juros baixas desincentivam a oferta por capital financeiro.

RESPOSTAS: 1V; 2F; 3F; 4V; 5V.

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1 Um aumento do salário real, mantendo o resto constante, faz com
que:
a) A oferta do trabalho diminua;
b) A procura por trabalho aumente;
c) A quantidade oferecida do trabalho aumente;
d) Nenhuma das alternativas acima.
2 Num mercado em equilíbrio, uma redução no salário causa o
seguinte:
a) Desemprego;
b) Nenhum impacto no mercado;
c) A oferta do trabalho será;
d) Aumento do emprego.
3. Qual dos elementos abaixo não constitui um capital físico?
a) Máquinas;
b) Equipamento;

58
c) Prédios;
d) Dinheiro.
4. A quantidade oferecida de um recurso natural renovável é:
a) Variável e a sua oferta elástica;
b) Fixa e a sua oferta é perfeitamente inelástica;
c) Variável e a sua oferta inelástica;
d) Fixa e a sua oferta inelástica.
5. Qual dos seguintes recursos constitui um renovável?
a) Lagos;
b) Carvão;
c) Chuva;
d) Vento.
RESPOSTAS: 1C; 2D; 3D; 4B; 5B

Referências Bibliográficas

1. Parkin, M. (2009). Economia (8ª ed.). São Paulo, Brasil: Pearson


Education.
2. Samuelson, P. A. & Nordhaus, D. N. (2010). Economia (19ª ed.). Mc
Graw-Hill.

TEMA – V: AS IMPERFEIÇÕES DO MERCADO

UNIDADE Temática 5.1. As imperfeições do mercado

UNIDADE TEMÁTICA 5.1. As imperfeições do mercado

Introdução

Até agora vimos que a interação no mercado, para formar-se o preço


dos produtos de modo a garantir-se a eficiência na alocação de
recursos, dá-se entre a oferta e a procura por via da mão invisível. Isto
é, mesmo sem a intervenção de outras forças externas, por exemplo o
Governo, o mercado irá regular-se de

59
forma automática, como se houvesse uma mão invisível, de modo a
garantir a eficiência económica. Contudo, os mercados não são
perfeitos com aparentam. Os mercados apresentam falhas. É sobre
estas falhas que vai se cingir esta unidade temática.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Saber por que os mercados falham;


▪ Explicar como podem ser corrigidas as falhas dos mercados.

Objectivos
Específicos

Por que os mercados falham

Falhas de mercado constituem situações em que o mercado livre, sem


intervenção de forças externas, não consegue alocar os recursos de
forma mais eficiente possível (satisfazendo individualmente os que
procuram e os que oferecem produtos). Essas falhas afectam o bem-
estar social provocando, frequentemente, uma perda líquida do bem-
estar social, uma vez que as falhas de mercado beneficiam alguns e
prejudicam a maioria.

Existem várias razões que levam os mercados a falharem, ou seja, a não


serem perfeitos. Pindyck e Rubinfeld (2014) apontam as seguintes
quatro (4) razões: poder de mercado, informações incompletas,
externalidades e bens públicos.

(1) Poder de mercado


Para Reis (2018), algumas empresas têm capacidade operacional e
financeira para manter os preços acima dos níveis de mercado por um
período de tempo significativo. O abuso de poder de mercado pode
afectar a concorrência e originar um monopólio que prejudique tanto
as outras empresas quantos os consumidores.

(2) Informações incompletas ou assimetria de informação


A distribuição desigual de informações entre a parte ofertante e
demandante pode causar imperfeição nas alocações e favorecendo
comportamentos indesejáveis. Um exemplo de assimetria de
informação seria a venda de carros usados com problemas sem o
conhecimento do comprador (Reis, 2018).

(3) Externalidades
As externalidades podem se tornar uma causa da ineficiência na
alocação de recursos porque as mesmas não se reflectem nos preços de
mercado.

60
Para Reis (2018), a decisão de um agente económico pode gerar
indiretamente efeitos positivos ou negativos no bem-estar de uma
terceira parte. Logo, isso causaria uma externalidade. Alguns exemplos
disso são a emissão de poluentes (externalidade negativa) e criação de
novas tecnologias (externalidade positiva).

(4) Bens púbicos


Um privado (empreendedor) está a cronometrar a ideia de fornecer um
serviço de abastecimento de água potável numa comunidade de 2000
pessoas. O custo é de 10.000 MT e o benefício total para a comunidade
é superior ao custo, isto é, a soma do valor que cada pessoa está
disposta a pagar pela água é superior a 10.000 MT. Cobrando 5 MT/
pessoa, o custo seria coberto. Contudo, o privado não tem como obrigar
as pessoas a pagarem para usufruir do produto. Por esta razão existirão
free riders (pessoas que não pagam pelo serviço, mas mesmo assim o
usufruem, na expectativa de que outros o façam). A existência de free
riders faz com que se torne difícil ou impossível os mercadores
ofereceram produtos de uma forma eficiente.

A oferta de alguns tipos de bens e serviços só fazem sentido se eles


forem disponibilizados pelo governo, como bens públicos. Isso acontece
porque, nesses casos, o consumo adicional de uma unidade por uma
pessoa não afeta o consumo de terceiros. Dessa forma, pessoas que não
pagam pelo serviço ou produto podem utilizá-lo à vontade (free riders).
Logo, os agentes privados passam a não ter nenhum interesse em
investir nesse mercado. São exemplos disso a iluminação pública, a
justiça, o policiamento e a segurança nacional (Reis, 2018).

Para além das quatro razões acima apresentadas, Reis (2018) apresenta
mais duas:

(5) Condutas anti competitivas


Empresas e pessoas podem se associar para prejudicar e até mesmo
eliminar seus concorrentes, dominando o mercado e prejudicando todo
o restante. Dessa forma, condutas como cartel, trustes, dumping, venda
casada, contratos de exclusividade também são falhas que impedem o
funcionamento livre do mercado.

(6) Monopólios naturais


Nem sempre a concorrência entre empresas irá oferecer as melhores
alocações de recursos em um mercado. Logo, devido as características
específicas de um setor só é viável economicamente que uma ou poucas
empresas se estabeleçam oferecendo produtos e serviços. Por isso,
esse tipo de demanda deve ser atendida por um monopólio natural. É o
caso, por exemplo dos serviços básicos, como abastecimento,
saneamento básico, energia elétrica, telefonia, entre outros.

Como são corrigir as falhas de mercado

61
As falhas de mercado são corrigidas, normalmente, por via da
intervenção do governo.

Para o caso de poder de mercado criam-se leis, defesa da concorrência


e defesa do consumidor. No caso de bens públicos pode-se optar por
oferta directa destes bens por parte do Estado. No caso das
externalidades podem ser aplicados: impostos ou subsídios, o imposto
pigouviano é um imposto que visa corrigir os efeitos de uma
externalidade negativa; proibição de uma actividade poluidora ou
imposição de um nível máximo de poluição; caso o governo estabeleça
um limite máximo de poluição, as empresas que atingiram o seu limite
de poluição podem negociar com as outras que ainda de modo a
comprar a parte destas que não foi e nem será usada por elas; fundação
de organizações que velam pela promoção da protecção do meio
ambiente.

Sumário

Falhas de mercado são situações em que o mercado livre não consegue


alocar os recursos económicos de forma eficiente. Estas falhas podem
ser derivadas do poder de mercado, das externalidades (negativas ou
positivas), da existência de bens públicos e de informação assimétrica.
A correcção destas falhas de mercado é feita, normalmente, por via da
intervenção governamental.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O que é uma falha de mercado?


2. Quais são as razões que explicam a origem das falhas de mercado?
3. Como é que o governo pode corrigir uma falha originada pelo poder
de mercado?
4. Explique como é que o governo pode corrigir uma falha originada
pela externalidade negativa.
5. O que entendes por imposto pigouviano?

RESPOSTAS: Ver unidade temática

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. As falhas de mercado só podem ser corrigidas por via de intervenção
do governo.
2. Uma externalidade negativa pode ser corrigida a partir da imposição
de um imposto pigouviano.
3. Os bens públicos podem originar falhas de mercado por causa da
inexistência de free riders.

62
4. O poder de mercado pode ser apontado como uma das razões que
justificam as falhas de mercado.
5. O problema dos bens públicos podem ser resolvidos se estiverem a
ser explorados por privados.

RESPOSTAS: 1F; 2V; 3F; 4V; 5F.

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. Uma falha de mercado origina:
a) Uma alocação eficiente de recursos;
b) Uma alocação ineficiente de recursos;
c) Um aumento no bem-estar social;
d) Nenhuma das alternativas acima.
2. A falha de mercado originada por um bem público pode ser corrigida
se este bem estiver sob tutela:
a) De um privado;
b) De uma empresa com fins lucrativos;
c) Do Estado;
d) Nenhuma das alternativas acima.
3. Os efeitos das externalidades podem ser corrigidos através de:
a) Entrega dos bens para serem explorados pelo Estado;
b) Criação de leis de defesa dos consumidores;
c) Criação de leis de defesa dos concorrentes;
d) Fixação de um nível máximo de poluição.
4. As falhas do mercado surgem pelas seguintes razões, com excepção
de:
a) Existência de muitos consumidores e produtores;
b) Poder de mercado;
c) Informação assimétrica;
d) Externalidades.
5. Assimetria de informação refere-se a uma situação em que:
a) Os vendedores possuem mais informações acerca do
produto em relação aos consumidores;
b) Os vendedores e os consumidores possuem informação
completa acerca do produto;
c) No mercado há mais vendedores que compradores;
d) Nenhuma das alternativas está correcta.
RESPOSTAS: 1B; 2C; 3D; 4A; 5A

Referências Bibliográficas

1. Pindyck, R. & Rubinfeld, D. (2014). Microeconomia (8ª ed.). São


Paulo, Brasil: Pearson Education.
2. Reis, T. (2018). Economia: O que é falha de mercado e o que deve ser
feito para corrigi-la? acessado em
https://www.sunoresearch.com.br/artigos/falha-de-mercado/

63
TEMA – VI: TEORIA DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

UNIDADE Temática 6.1. Teoria do comportamento do consumidor

UNIDADE TEMÁTICA 6.1. Teoria do comportamento do consumidor

Introdução

Na unidade 2.2. mostrámos como é que os consumidores reagem


quando há alteração em certas variáveis que afectam a procura. Nesta
unidade falaremos do comportamento do consumidor de modo a que
possamos ver como é que os consumidores, com renda limitada,
realizam as suas decisões de compras.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Conhecer as premissas básicas das preferências do consumidor;


▪ Saber interpretar a restrição orçamental e construir o seu gráfico;
▪ Saber identificar o equilíbrio do consumidor;
Objectivos
específicos ▪ Distinguir a utilidade total da utilidade marginal.

Preferências do consumidor
64
Para saber como é que os consumidores se comportam ou como eles
tomam as suas decisões de compra é necessário compreender as
preferências do consumidor.

Por conta da renda dos consumidores ser limitada, eles deparam-se


com situações em que devem escolher entre uma cesta de mercado e
outra cesta. Percebe-se por cesta de mercado uma “lista com
quantidades específicas de um ou mais bens” (Pindyck & Rubinfeld,
2014, p.67).

Diariamente os consumidores são expostos a tomar decisões. Eles


decidem qual quantidade de arroz, de pão e de outros bens devem
comprar. Ao tomarem essa decisão, os consumidores tendem a
escolher as cestas que os satisfazem da melhor maneira possível.

A tabela 6-1.1 ilustra diferentes cestas de mercado que um


determinado consumidor pode adquirir mensalmente. Para simplificar
as nossas análises, colocámos uma situação em que só estão disponíveis
para consumo dois (2) bens: alimento e vestuário.

Cesta de mercado Unidades de Unidades de


alimento Vestuário
A 50 15
B 40 25
C 20 38
D 15 42
E 10 50
F 5 55
Tabela 6-1.1: cestas de mercado

Conforme ilustra a tabela 6-1.1, o consumidor está exposto a diferentes


cestas. Caso o seu rendimento seja suficiente para adquirir qualquer
uma das cestas (A, B, C, D, E ou F), o consumidor vai escolher a cesta
que maximiza a sua satisfação (a cesta que o satisfaz da melhor maneira
possível).

Algumas premissas básicas sobre as preferências do consumidor

Para compreender o comportamento do consumidor é necessário


assumir alguns pressupostos (premissas) em torno das preferências do
consumidor que constituem a base da teoria do consumidor. Estes
pressupostos são válidos para a maior parte dos consumidores.

Pese embora possam existir mais premissas, Pindyck e Rubinfeld (2014)


apresentam três: (1) integralidade (plenitude), (2) transitividade e (3)
mais é melhor do que menos.

65
(1) Integralidade (plenitude) – refere que as preferências são
completas. Isso significa em outras palavras, que os consumidores
podem comparar e ordenar todas as cestas de mercado. Assim, para
quaisquer duas cestas A e B, um consumidor pode preferir A a B, ou
preferir B a A ou ser indiferente a qualquer uma das duas. Ser
indiferente significa dizer que qualquer uma das duas cestas
deixaria o indivíduo igualmente satisfeito. Observe que estas
predileções não levam em conta os preços. Um consumidor poderia
preferir bife a hambúrguer, porém compraria o segundo por ser
mais barato.
(2) Transitividade – refere que as preferências são transitivas. Isto
significa que, se um consumidor prefere a cesta de mercado A a B e
prefere B a C, então entre A e C ele preferirá a cesta A. Por exemplo,
se um consumidor prefere Coca-Cola em relação a Fanta, Fanta em
relação a Sprite, então, entre Coca-Cola e Sprite este consumidor vai
preferir a Coca-Cola.
(3) Mais é melhor do que menos – refere que todas as mercadorias são
desejáveis (benéficas) e, por conta disso, os consumidores sempre
desejam quantidades maiores de qualquer mercadoria. Assim, eles
nunca ficam completamente satisfeitos ou saciados; mais é sempre
melhor, mesmo que seja um pouquinho melhor. Exemplo: para
quem consome amendoim torrado, sempre que compra esta
mercadoria pede para ser aumentado um pouquinho mais, sinal de
que mais é melhor do que menos. Ao analisarmos esta premissa,
ignoramos as mercadorias indesejáveis, como a poluição, que
queremos ter cada vez menos delas.

Curvas de indiferença

As preferências do consumidor podem ser apresentadas por meio de


um gráfico. A representação gráfica das preferências do consumidor
pode ser feita através do uso das curvas de indiferença. Para Pindyck e
Rubinfeld (2014), “uma curva de indiferença representa todas as
combinações de cestas de mercado que fornecem o mesmo nível de
satisfação para o consumidor. Para ele, portanto, são indiferentes as
cestas de mercado representadas pelos pontos ao longo da curva”
(p.69).

As figuras 6-1.1 e 6-1.2 ilustram uma curva de indiferença e um mapa


de indiferença. Supõe-se aqui que o consumidor gasta toda a sua renda
para comprar apenas dois bens: Coca-Cola e Pizza.

66
80
55
40

Figura 6-1.1: curva de indiferença

Figura 6-1.2: mapa de indiferença

Na figura 6-1.1 temos a curva de indiferença. Nesta curva podemos ver


que o consumidor pode escolher consumir 85 de Coca-Cola e 5 de Pizza
(estar no ponto A), estar no ponto B ou C. Repare que todos esses
pontos vão dar ao consumidor o mesmo nível de satisfação que é de
110. Para o consumidor tanto faz, é indiferente, consumir as
quantidades de A, B ou C. Como a renda do consumidor é limitada, a
cesta (A, B ou C) que o consumidor vai escolher dependerá dos preços
da Coca-Cola e da Pizza.

Na figura 6-1.2 temos um mapa de indiferenças. Para Pindyck e


Rubinfeld (2014), “um mapa de indiferença é um conjunto de curvas de
indiferença que descrevem as preferências de um consumidor” (p.69).
As curvas de indiferença mais distantes da origem são as mais
preferíveis pelos consumidores porque proporcionam níveis mais
elevados de satisfação. Entre curva 90 e 110 o consumidor vai preferir
estar nas combinações de Coca-Cola e Pizza e da curva 110. As
combinações de Coca-Cola e Pizza que estarão na curva 140 serão as
mais preferíveis pelo consumidor.

As curvas de indiferença não podem se interceptar. Caso isto aconteça,


uma das premissas subjacentes as preferências do consumidor seria
violada. A figura 6-1.3 ilustra a intersepção entre duas curvas de
indiferença.

67
Figura 6-1.3: intercepção de duas curvas de indiferença.

De acordo com Pindyck e Rubinfeld (2014), olhando para figura 6-1.3, o


consumidor seria indiferente à cesta A, B ou C. Contudo, B deveria ser
preferível a D, pois B contém quantidades maiores de ambas as
mercadorias.

Taxa marginal de substituição

Conforme mostra a figura 6-1.1, se nós consumimos 7 unidades de Pizza


só podemos consumir 80 unidades de Coca-Cola. Se quisermos
aumentar uma unidade de Pizza, passar de 7 para 8, devemos sacrificar
ou deixar de consumir 25 unidades de Coca-Cola (agora só podemos
consumir 55 unidades de Coca-Cola). A taxa marginal de substituição
(TMS) refere-se a quantidade máxima de um bem que um consumidor
está disposto a deixar de consumir (sacrificar) para obter uma unidade
adicional de um outro bem (Pindyck & Rubinfeld, 2014). Assim sendo, A
TMS de sair da cesta A para B, na figura 6-1.1, é de 25. O consumidor
está disposto a deixar de consumir 25 unidades de Coca-Cola (80-55)
para obter uma unidade adicional de Pizza (8-7).

Utilidade

Utilidade em economia refere-se a satisfação que o consumidor obtém


ao consumir um determinado bem ou uma cesta de mercado. Segundo
Pindyck e Rubinfeld (2014), a utilidade refere-se a um “índice numérico
que representa a satisfação que um consumidor obtém com dada cesta
de mercado” (p.77). A medida que consumimos um determinado bem
a utilidade que o bem proporciona aumenta (utilidade total). Contudo,
cada vez que consumimos mais unidades de um determinado bem a sua
utilidade adicional (utilidade marginal) começa a cair (lei da (utilidade
marginal decrescente).

Suponhamos que não consumimos arroz com feijão e peixe há bastante


tempo. No primeiro dia que formos a consumir sentiremos uma
satisfação enorme. Se consumirmos no dia seguinte também teremos
alguma satisfação, contudo essa satisfação será menor que aquela que
tivemos no primeiro dia. No terceiro dia teremos uma satisfação,
porém, essa satisfação será ainda mais
68
reduzida. Se consumirmos todos os dias apenas este prato vai chegar
um dia que estaremos fartos dele, isto quer dizer que o prato já não nos
proporciona nenhuma satisfação adicional.

Quantidade de um
Utilidade Total Utilidade marginal
bem consumido
0 0 -
1 10 10
2 18 8
3 24 6
4 28 4
5 30 2
6 30 0
Tabela 6-1.2: utilidade total e utilidade marginal

A tabela 6-1.2 ilustra que, por um lado, a medida que consumimos


maiores quantidades de um determinado bem a sua utilidade total
aumenta. Contudo chega um ponto que a utilidade total atinge seu
máximo e quantidades adicionais já não geram acréscimos na utilidade
total. Por outro lado, cada quantidade adicional consumida de um bem
fornece uma utilidade cada vez mais reduzida, esta é a chamada lei da
utilidade marginal decrescente. O marginal em economia significa
adicional ou extra.

“Segundo a lei da utilidade marginal decrescente, à medida que a


quantidade consumida de um bem aumenta, a utilidade marginal desse
bem tende a diminuir” (Samuelson & Nordhaus, 2010, p.85).

Figura 6-1.4: Utilidade Total

69
Figura 6-1.5: Utilidade Marginal

Restrição orçamental

O consumidor tem suas preferências de consumo. Porém, nem sempre


a renda pode comprar aquilo que o consumidor prefere. A renda é
limitada e insuficiente para satisfazer todos os desejos do consumidor.
A renda só não é suficiente para comprar tudo aquilo que os
consumidores desejam porque as mercadorias possuem um preço.
Neste sentido o consumidor apresenta-se diante de uma restrição
orçamental.

Para Pindyck e Rubinfeld (2014), restrição orçamental refere-se a


“restrição que os consumidores enfrentam como resultado do facto de
suas rendas serem limitadas” (p.80).

As restrições orçamentais podem ser representadas graficamente por


meio de uma linha de orçamento. Para Pindyck e Rubinfeld (2014), a
linha do orçamento refere-se a “todas as combinações de bens para os
quais o total de dinheiro gasto é igual a renda” (p.80). Exemplo: com
uma renda de 80 meticais, se aplicarmos na compra de vestuário (com
o preço de 1 metical por unidade) e/ ou alimentos (com o preço de 2
meticais por unidade), podemos comprar: 0 quantidades de alimento e
40 de vestuário (situação A), 20 quantidades de alimento e 30 de
vestuário (situação B), 40 quantidades de alimento e 20 de vestuário
(situação C), 60 quantidades de alimento e 10 de vestuário (situação D),
ou, 80 quantidades de alimento e 0 de vestuário (situação E).

70
Figura 6-1.6: linha de orçamento

A figura 6-1.6 ilustra a linha do orçamento. Dada a renda limitada se o


consumidor quer aumentar o consumo de alimentos deve diminuir o
consumo de vestuário. Na figura 6-1.6 estão expressas todas as
combinações máximas de vestuário e alimento que o consumidor pode
ter caso ele gaste todo o seu rendimento na compra destes dois bens.
Dentre essas diferentes combinações, o consumidor deve escolher
aquela que melhor lhe satisfaz (a que maximiza a sua satisfação).

A escolha do consumidor

A escolha do consumidor deve levar em consideração dois aspectos: a


sua restrição orçamental e a sua combinação preferida de bens e
serviços. Assim sendo, das cestas que o dinheiro do consumidor pode
comprar, ele escolhe a que maior satisfação lhe poderá proporcionar
(aquela que ele mais prefere). Ao pautar por uma escolha tomando em
conta estes aspectos, o consumidor está a maximizar a sua satisfação.
Em termos geométricos, a maximização da satisfação do consumidor é
atingida onde a curva de indiferença é tangente (toca) a linha do
orçamento.

71
Figura 6-1.7: equilíbrio do consumidor

A figura 6-1.7 ilustra o equilíbrio do consumidor. Conforme se pode ver,


o consumidor maximiza a sua satisfação ao consumir 20 de vestuário e
40 de alimento. A renda deste consumidor é suficiente para ele adquirir
30 de vestuário e 20 de alimento, bem como 10 de vestuário e 60 de
alimento, contudo estas cestas não maximizam a sua satisfação.

Sumário

Para entender o comportamento do consumidor é necessário assumir


alguns pressupostos subjacentes a sua preferência. Devemos assumir
que as preferências são íntegras (integralidade/ plenitude) e transitivas
(transitividade). Devemos assumir, também, que para um consumidor
ter mais quantidades de uma mercadoria é melhor do que menos.

As escolhas do consumidor são limitadas pelo seu rendimento. Assim


sendo, dada a sua renda, o consumidor deve escolher as combinações
de bens que mais lhe satisfazem. Consumidor deve procurar sempre
maximizar a sua satisfação procurando escolher a melhor combinação
de bens que a sua renda pode comprar.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O que é uma cesta de mercado?


2. Identifique e explique cada uma das premissas das preferências do
consumidor.
3. Defina a utilidade total, utilidade marginal, curva de indiferença e
mapa de indiferença.
4. O que é taxa marginal de substituição?
5. Explique quando é que o consumidor maximiza a sua satisfação.

RESPOSTAS: Ver unidade temática

72
Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. A premissa da integralidade nos diz que se um consumidor prefere a
cesta de mercado A a B e prefere B a C, então entre A e C ele preferirá a
cesta A.
2. As curvas de indiferença não podem se interceptar.
3. Segundo a lei da utilidade marginal decrescente, à medida que a
quantidade consumida de um bem aumenta, a utilidade marginal
desse bem tende a diminuir.
4. A taxa marginal de substituição (TMS) refere-se a quantidade
mínima de um bem que um consumidor está disposto a deixar de
consumir para obter uma unidade adicional de um outro bem.
5. Restrição orçamental refere-se a restrição que os consumidores
enfrentam como resultado do facto de suas rendas serem limitadas.

RESPOSTAS: 1F; 2V; 3V; 4F; 5V.

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. Todas são premissas relativas as preferências do consumidor com
excepção de:
a) Integralidade;
b) Transitividade;
c) Utilidade;
d) Mais é melhor do que menos.
2. Utilidade marginal refere-se a:
a) Utilidade ou satisfação adicional ou extra que um
consumidor obtém ao consumir uma unidade adicional
de determinado bem;
b) Quantidade máxima de um bem que um consumidor está
disposto a deixar de consumir para obter uma unidade
adicional de um outro bem;
c) Satisfação total que um bem proporciona a um
consumidor;
d) Nenhuma das alternativas acima.
3. A linha orçamental nos mostra:
a) As diferentes combinações máximas de bens que a nossa
renda pode adquirir;
b) O dinheiro que temos disponível;
c) Diferentes combinações de bens que estão disponíveis
para o consumo;
d) As diferentes combinações mínimas de bens que a nossa
renda pode adquirir.
4. Um mapa de indiferença é diferente da curva de indiferença. O
mapa de indiferença refere-se:
a) A combinação de bens e serviços que fornecem ao
consumidor o mesmo nível de satisfação;

73
b) A representação geométrica de um conjunto de curvas de
indiferença;
c) A restrição orçamental;
d) A TMS.
5. O equilíbrio do consumidor (a maximização da satisfação do
consumidor) é atingido quando:
a) Ele gasta toda sua renda para comprar os seus bens;
b) A linha do orçamento é tangente a curva de indiferença;
c) Ele compra mercadorias que mais prefere;
d) Nenhuma das alternativas está correcta.

RESPOSTAS: 1C; 2A; 3A; 4B; 5B

Referências Bibliográficas

1. Pindyck, R. & Rubinfeld, D. (2014). Microeconomia (8ª ed.). São


Paulo, Brasil: Pearson Education.
2. Samuelson, P. A. & Nordhaus, D. N. (2010). Economia (19ª ed.). Mc
Graw-Hill.

TEMA – VII: TEORIA DO EQUILBRIO GERAL

UNIDADE Temática 7.1. Teoria do equilíbrio geral

74
UNIDADE TEMÁTICA 7.1. Teoria do equilíbrio geral

Introdução

Na unidade temática 3.1. vimos como é que os preços e as quantidades


de equilíbrio são determinadas em um mercado. Contudo, a nossa
análise foi realizada sem tomar em conta os efeitos causados por outros
mercados, isto é, analisamos o equilíbrio parcial. Nesta unidade
trataremos da determinação dos preços e das quantidades em todos os
mercados simultaneamente.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Explicar o que é uma análise de equilíbrio;


▪ Saber como é que o equilíbrio geral é alcançado.

Objectivos
Específicos

Conceito de equilíbrio geral

Diferente do equilíbrio parcial no qual estudamos em um mercado


como os preços e as quantidades de equilíbrio são determinadas,
independentemente dos efeitos causados por outros mercados, a
análise do equilíbrio geral é, segundo Pindyck e Rubinfeld (2014),
“determinação simultânea de preços e quantidades em todos os
mercados relevantes, levando em conta os efeitos de realimentação (ou
feedback)” (p.590).

O acerto de preços ou de quantidades nos mercados relacionados faz


com que o outro mercado tenha de acertar, também, o seu preço ou a
sua quantidade. A esta acção chamamos de efeito feedback. Para
Pindyck e Rubinfeld (2014), o efeito de feedback refere-se ao ajuste que
se realiza no preço ou na quantidade em um determinado mercado
causado por ajustes de preços ou de quantidades em mercados
relacionados.

Ilustraremos agora um efeito de feedback. Para facilitar a nossa análise


vamos considerar que temos apenas dois mercados interdependentes:
o de petróleo e o de gás natural. Imaginemos uma situação em que o
governo passe a cobrar um certo imposto sobre as importações do
petróleo. É certo que o efeito imediato seria um aumento no preço do
petróleo (esta mercadoria tornar-se-ia mais cara). Esta política do
governo não ocasionaria efeitos apenas sobre o mercado de petróleo.
Ora vejamos, o aumento do preço do petróleo provocaria um aumento
na procura por gás natural. Este aumento da procura por gás natural
faria aumentar o seu preço (quanto

75
maior for a procura maior será o preço). Por sua vez, o preço mais
elevado do gás natural faria aumentar a procura de petróleo
aumentando ainda mais o seu preço. Estes dois mercados continuariam
a interagir até que se atingisse um equilíbrio no qual a quantidade
procurada e a quantidade oferecida se tornassem respectivamente
iguais em cada um dos dois mercados.

A obtenção do equilíbrio geral

Como já nos referimos anteriormente, o equilíbrio geral é obtido


através de um efeito de realimentação ou de feedback entre os
mercados interdependentes. Neste tópico vamos ilustrar com é que se
pode obter o equilíbrio geral.

Imaginemos dois mercados interdependentes: (A) Arroz e (B) Farinha


de Chima.
Sem nenhum imposto sobre qualquer um dos mercados temos uma
situação inicial em que ambos os mercados estão em equilíbrio (o ponto
de intersecção entre as curvas Da e Sa para o mercado de arroz e Df e
Sf para o de farinha de chima). Nesse equilíbrio o preço do arroz é de
40 Mt/quilo e o da farinha é de 25Mt/quilo, conforme ilustra a figura 7-
1.1.

Suponhamos que o governo crie um imposto sobre cada quilo de arroz


adquirido. A curva de oferta do arroz iria diminuir ou deslocar-se para
esquerda, passando de Sa para Sa*. Como vimos na unidade temática
2.3, os impostos como um instrumento da política do governo constitui
um dos determinantes da oferta (extinção dos impostos eleva a oferta
e o aumento dos impostos reduz a oferta). De início, esse
deslocamento faz o preço do arroz aumentar para 45 Mt/quilo e, como
consequência, a quantidade do arroz cai de Qa para Q’a.

O imposto sobre o arroz vai afectar o mercado de farinha de chima


porque estes dois bens são substitutos. Neste contexto, um preço mais
elevado do arroz aumenta a procura da farinha ou desloca a procura da
farinha para direita, passando de Df para D’f. O aumento da procura da
farinha ocasionará um aumento no seu preço, passando de 25Mt/quilo
para 34Mt/quilo.

A curva original de procura do arroz tinha como pressuposto que o


preço da farinha havia permanecido inalterado em 25Mt/quilo. No
entanto, como o preço agora é de 34Mt/quilo, a curva de procura do
arroz se desloca para cima, passando de Da para D’a. O novo preço de
equilíbrio do arroz passa para 52Mt/quilo, em vez de 45Mt/quilo, e a
quantidade adquirida do arroz aumenta de Q’a para Q’’a.

A mudança no preço de mercado do arroz vai gerar um efeito feedback


sobre o preço da farinha; este por sua vez vai afectar os preços do arroz,
e este movimento se repete até que
76
um equilíbrio geral seja alcançado, como mostra a intersecção de Da*
com Sa* no mercado de arroz, com preço do arroz a 55Mt/quilo, e a
intersecção de Df* e Sf no mercado de farinha, com um preço para a
farinha de 39Mt/quilo.

A figura 7-1.1 representa graficamente o equilíbrio geral. Conforme se


pode ver nesta figura há uma interação entre os dois mercados
substitutos. Foi explicada com base em texto esta interecção e é
possível ver na base de uma ilustração gráfico olhando para a figura 7-
1.1.

Figura 7-1.1: Equilíbrio geral

Sumário

Nesta Unidade temática vimos que a análise do equilíbrio geral refere-


se a determinação dos preços e das quantidades em todos os mercados
simultaneamente através de um efeito de feedback. O efeito de
feedback refere-se ao ajuste que se realiza no preço ou na quantidade
em um determinado mercado causado por ajustes de preços ou de
quantidades em mercados relacionados. Este ajuste de preços ou das
quantidades irá prevalecer até que se atinja um equilíbrio no qual a
quantidade procurada e a quantidade oferecida se tornem
respectivamente iguais em cada um dos dois mercados.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1 Diferencie a análise do equilíbrio geral da análise do equilíbrio


parcial.
2 O que entendes por o efeito de feedback?
3 Dois mercados interdependentes sofrem alterações sucessivas de
preços, quando interagem entre si, até que seja alcançado um
equilíbrio no qual a quantidade procurada e a quantidade oferecida
se tornem respectivamente iguais em cada um dos dois mercados.
Concorda? Justifique a sua resposta.
4 Explique como é que se obtém o equilíbrio geral?

77
5 Represente graficamente o equilíbrio geral e interprete as suas
representações.

RESPOSTAS: Ver unidade temática

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. A análise do equilíbrio geral diz respeito a mercados
interdependentes.
2. Ao analisarmos o equilíbrio geral estamos a analisar a determinação
simultânea de preços e quantidades em todos os mercados
relevantes, sem levar em conta os efeitos de realimentação.
3. O efeito de feedback refere-se ao ajuste que se realiza no preço ou
na quantidade em um determinado mercado causado por ajustes
de preços ou de quantidades em mercados relacionados.
4. Para se atingir o equilíbrio geral os preços só precisam alterar-se
três (3) vezes.
5. Para se atingir o equilíbrio geral os preços só precisam alterar-se
entre três (3) e cinco (5) vezes.
6. Para se atingir o equilíbrio geral os preços podem alterar-se quantas
vezes forem necessárias para o efeito.
7. A realimentação ou o feedback constitui um factor muito
importante na relação entre dois ou mais mercados
interdependentes.

RESPOSTAS: 1V; 2F; 3V; 4F; 5F; 6V; 7V.

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. O acerto de preços ou de quantidades nos mercados relacionados
faz com que o outro mercado tenha de acertar, também, o seu
preço ou a sua quantidade. A esta acção chamamos de:
a) Equilíbrio geral;
b) Efeito feedback;
c) Equilíbrio parcial;
d) Mercados interdependentes.
2. A análise do equilíbrio geral refere-se:
a) A determinação simultânea de preços e quantidades em
todos os mercados relevantes, sem levar em conta os
efeitos de feedback;
b) A determinação simultânea de preços e quantidades em
todos os mercados relevantes, levando em conta os
efeitos de realimentação;
c) A determinação parcial de preços e quantidades em todos
os mercados relevantes, levando em conta os efeitos de
realimentação;
d) Nenhuma das alternativas acima.
78
3. Na análise do equilíbrio geral os mercados interdependentes
interagem entre si até o ponto onde:
a) A quantidade procurada e a quantidade oferecida são
iguais pelo menos num dos dois mercados;
b) A quantidade procurada e a quantidade oferecida são
iguais num só mercado;
c) A quantidade procurada e a quantidade oferecida são
respectivamente iguais em cada um dos dois mercados;
d) A quantidade procurada e a quantidade oferecida são
diferentes em cada um dos dois mercados.
RESPOSTAS: 1B; 2B; 3C

Referências Bibliográficas

1. Pindyck, R. & Rubinfeld, D. (2014). Microeconomia (8ª ed.). São


Paulo, Brasil: Pearson Education.

TEMA – VIII: INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS DE MACROECONOMIA

UNIDADE Temática 8.1. Introdução e conceitos básicos de


Macroeconomia.
UNIDADE Temática 8.2. Os agentes económicos
UNIDADE Temática 8.3. Os objectivos da Macroeconomia e os trade-
offs entre objectivos
UNIDADE Temática 8.4. Os instrumentos de política macroeconómica

79
UNIDADE TEMÁTICA 8.1. Introdução e conceitos básicos de macroeconomia

Introdução

O nascimento da Macroeconomia como ciência surge com a publicação


do livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro, de John
Maynard Keynes, em 1936, numa conjuntura económica e social
afectada pela crise financeira em 1929, conhecida como “A Grande
Depressão”. O desenvolvimento da Macroeconomia foi uma das
maiores descobertas da ciência económica do seculo XX.

Desde então, a Macroeconomia, tem evoluído e tem sido uma disciplina


fundamental na compreensão das causas e na resolução de problemas
que afectam a economia, tais como, dívida pública, défices
orçamentais, o desemprego, a inflação e o crescimento económico,
entre outros. A Macroeconomia tem sido também, um instrumento de
actuação dos governos, em três principais questões: o produto, o
emprego e a estabilidade dos preços.

O objectivo da Macroeconomia é estudar a determinação e o


comportamento dos grandes agregados nacionais. Ao estudar e
procurar relacionar os grandes agregados, ela não leva em conta o
comportamento das unidades económicas individuais, tais como as
famílias e as firmas. A Macroeconomia estuda e analisa os mercados de
forma global.

Nesta unidade temática vamos oferecer uma visão geral dos grandes
temas da macroeconomia, assim como uma descrição das variáveis
económicas relevantes.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Compreender e aplicar os conceitos básicos de Macroeconomia, mostrando


familiarização com a linguagem macroeconómica.
▪ Estabelecer a ligação entre os conceitos básicos de macroeconomia com as
Objectivos políticas económicas.
Específicos

Conceitos básicos de macroeconomia

A Macroeconomia é o estudo da economia agregada, ou seja, o estudo


do comportamento agregado de uma economia

A Macroeconomia apresenta uma visão simplificada da realidade, para,


assim, explicar a conduta dos agentes e a evolução das variáveis. Com
esse objectivo, são elaborados modelos que pretendem ilustrar o

80
funcionamento da economia no seu todo, o que exige a introdução de
certas hipóteses simplificadoras.

Os economistas procuram compreender os factos empregando teorias


simplificadas que geralmente sintetizam em equações matemáticas,
relações entre variáveis económicas. Os modelos contêm dois tipos de
variáveis: as variáveis exógenas e as variáveis endógenas.
• Variáveis Exógenas - são as que têm origem fora do modelo, ou
seja, são insumos introduzidos no modelo.
• Variáveis Endógenas - vêm de dentro do próprio modelo, ou seja,
são o resultado deste.

Enquanto a Microeconomia estuda a produção e os preços em


mercados específicos, como por exemplo, o mercado automobilístico,
na Macroeconomia os distintos bens e mercados são agregados até
serem reduzidos a um só bem genérico, que representa o conjunto de
todos os bens e serviços produzidos e comercializados em uma
economia, com uma única curva de demanda, a demanda agregada
(DA), e uma única curva de oferta, a oferta agregada (OA).

De acordo com Mankiw (2010), a Macroeconomia estuda as variáveis


económicas agregadas, como a produção da economia em seu
conjunto, denominada produção agregada, ou o preço médio de todos
os bens denominado de nível de preços.
Para analisar o funcionamento da economia, a macroeconomia
concentra-se no estudo de uma série de variáveis-chave que lhe
permitem estabelecer objectivos concretos e desenhar a Política
Macroeconómica.

A Política Macroeconómica é o conjunto de medidas governamentais


que tentam influenciar o andamento da economia de forma agregada.

O factor tempo tem importância relevante na análise macroeconómica,


porque certos problemas podem ser enfocados de maneira distinta
considerando o curto ou longo prazo. No curto prazo o produto é
determinado apenas pela procura agregada e os preços não são
afectados pelo nível do produto. A macroeconomia cinge-se
fundamentalmente na procura agregada, porque no curto prazo a
procura agregada determina o produto e, por conseguinte, o
desemprego.

81
Nível de
Preços

Figura 8-1.1: Equilíbrio macroeconómico

Há fenómenos agregados que só se concretizam precisamente por o


serem, isto é, o comportamento colectivo não tem correspondência,
tipicamente, com a simples soma ou a simples média dos
comportamentos individuais – é esta constatação que serve de ponto
de partida para justificar a necessidade de estudar a macroeconomia de
modo autónomo, como corpo de conhecimento com especificidades
próprias e com ferramentas e técnicas de análise que também lhe são
próprias.

Sumário

Nesta Unidade temática 8.1 estudamos fundamentalmente sobre a


origem e conceitos básicos da macroeconomia. Destacamos que a
microeconomia difere da macroeconomia na sua amplitude pelo facto
desta última abordar sobre o funcionamento da economia como um
todo. Seu propósito é fornecer uma visão simplificada da economia,
mas que ao mesmo tempo permita conhecer o nível de actividade
económica de um determinado país, e fornecer ferramentas para agir
sobre ele.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Defina Macroeconomia?
2. Qual é a diferença entre macroeconomia e microeconomia
3. Dê exemplo de algumas variáveis agregadas estudadas na
macroeconomia?
4. Qual é a diferença entre variáveis exógenas e endógenas?
5. “A Macroeconomia apresenta uma visão simplificada da
realidade, para, assim, explicar a conduta dos agentes e a
evolução das variáveis”. Comente?

82
RESPOSTAS: Ver unidade temática

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. A Macroeconomia é o estudo da economia agregada
2. Para o estudo da Macroeconomia são elaborados modelos que
pretendem ilustrar o funcionamento da economia no seu todo.
3. Os economistas procuram compreender os factos empregando
teorias complexas.
4. Os modelos contêm dois tipos de variáveis: as variáveis
económicas e as variáveis endógenas
5. A Macroeconomia estuda as variáveis económicas agregadas,
como as empresas e as famílias.

RESPOSTAS: 1V; 2V; 3F; 4F; 5F

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. A macroeconomia cinge-se fundamentalmente na:
a) Procura agregada.
b) Economia.
c) Política macroeconómica
2. A Microeconomia estuda:
a) A produção e os preços em mercados específicos
b) A economia como um todo
c) Os agregados macroeconómicos.
3. A Macroeconomia estuda:
a) A produção e os preços em mercados específicos
b) As famílias e as empresas
c) Os agregados macroeconómicos
4. Os modelos contêm dois tipos de variáveis:
a) As variáveis económicas e as variáveis endógenas
b) As variáveis exógenas e as variáveis endógenas
c) As variáveis exógenas e as variáveis económicas
5. O factor tempo tem importância relevante na análise
macroeconómica, porque:
a) A Política Macroeconómica é o conjunto de medidas
governamentais.
b) Há fenómenos agregados que só se concretizam
precisamente por o serem.
c) Certos problemas podem ser enfocados de maneira distinta
considerando o curto ou longo prazo

RESPOSTAS: 1A; 2A; 3C; 4B; 5C

83
UNIDADE TEMÁTICA 8.2. Os agentes económicos

Introdução

A presente unidade temática aborda sobre os diferentes agentes


económicos, onde ao decorrer dos conteúdos iremos perceber sobre a
actuação de cada um deles, o seu papel na economia, bem como a
influência que cada um deles tem na economia como um todo.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

• Identificar os agentes económicos


• Conhecer o papel de cada agente económico
• Saber a influência de cada agente económico na economia
Objectivos
específicos

Os agentes económicos

A primeira simplificação que se torna necessário fazer consiste em


arrumar os decisores económicos num pequeno conjunto de grupos.
Estes grupos tomam a designação de agentes económicos. Cada agente
económico corresponde a uma série de indivíduos, entidades e/ou
instituições para os quais é possível reconhecer uma certa
homogeneidade de comportamentos.

O primeiro agente económico a considerar é o agente famílias. As


famílias podem ser encaradas como o agente económico mais
elementar, no sentido em que será a entidade normalmente de menor
dimensão a partilhar um mesmo orçamento; à partida, em qualquer
família há um conjunto de receitas e despesas que é gerido em conjunto
e cuja gestão tem impacto sobre o bem-estar da família no seu todo.

Às famílias é, normalmente, atribuído um duplo papel no sistema


económico: a elas cabe fornecer a força de trabalho que permitirá
produzir bens e serviços; além disso, é o agente a quem está associada
a noção de consumo. As famílias consomem bens e serviços para
satisfazer necessidades.

Outro grupo com homogeneidade de comportamentos que podemos


identificar na economia é o agente empresas. As empresas são
unidades institucionais cuja principal função económica é a produção
de bens e serviços comercializáveis, isto é, bens ou serviços que podem
ser transaccionados nos mercados.

É também considerado agente económico o Estado, que tem por


missão a provisão de bens e serviços não comercializáveis, ou seja, bens
e serviços que não são passíveis de
84
serem objecto de transacção nos mercados e que, normalmente,
satisfazem necessidades colectivas.

Por fim, pelo papel particular que desempenha no sistema económico,


faz sentido considerar como agente económico as instituições
financeiras (bancos, seguradoras, outras instituições de crédito). Estas
funcionam como intermediários entre quem poupa (as famílias) e quem
necessita de recursos financeiros para financiar a actividade produtiva
(as empresas).

É relevante salientar que em termos de linguagem macroeconómica é


clara a separação entre os termos poupança e investimento – a
poupança é realizada pelas famílias (corresponde à parcela do seu
rendimento disponível que não é dirigida a consumo no momento
presente) e o investimento é concretizado pelas empresas (será a
aplicação de recursos financeiros que lhes permite aumentar o seu
capital, ou seja, os seus meios de produção).
Há a possibilidade de se considerar um quinto agente económico, que
seria o exterior ou o resto do mundo. Como normalmente a
contabilização da actividade económica se faz para um espaço
geográfico restrito (um país), a análise macroeconómica só fica
completa quando consideramos também as relações comerciais e
financeiras que os agentes económicos de um país estabelecem com os
agentes económicos de outros países.

Deste modo, o resto do mundo não será bem um agente económico,


mas antes uma forma agregada de considerar todos os agentes
económicos residentes em todas as localizações com as quais a
economia doméstica estabelece relações.

Os agentes económicos encontram-se em permanente interacção e


esta interacção corresponde o funcionamento do sistema económico.
Uma forma simplificada de representar as relações entre agentes é
aquela que é conseguida através de um pequeno esquema que se
designa por circuito económico (Santos et all, 2010).

Por uma questão de simplificação, considere-se apenas o circuito


simples que se estabelece entre famílias e empresas representado na
figura abaixo.

Figura 8-2.1: Circuito económico


85
Sumário

Nesta Unidade temática 8.2. abordamos sobre os agentes económicos


que são os indivíduos ou grupos decisores económicos. Cada agente
económico corresponde a uma série de indivíduos, entidades e/ou
instituições que tomam certos comportamentos que influenciam toda
economia.

Destacamos nesta unidade temática os seguintes agentes económicos:


as famílias; as empresas; o Estado; as instituições financeiras e por fim
o exterior ou resto do mundo.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Quem são os agentes económicos?


2. Liste os diferentes agentes económicos, apresentando o seu papel
no sistema económico?
3. Defina o sistema económico?
4. Fale do duplo papel das famílias no sistema económico.
5. “O resto do mundo não será bem um agente económico, mas antes
uma forma agregada de considerar todos os agentes económicos
residentes em todas as localizações com as quais a economia
doméstica estabelece relações”. Comente.

RESPOSTAS: Ver unidade temática

Exercícios de para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. Cada agente económico corresponde a uma série de indivíduos
2. As famílias são o agente económico normalmente de menor
dimensão a partilhar um mesmo orçamento.
3. As empresas são unidades institucionais cuja principal função
económica é partilhar um mesmo orçamento.
4. É também considerado agente económico o Estado, que tem por
missão partilhar um mesmo orçamento.
5. As instituições financeiras funcionam como intermediários entre as
empresas e o estado.

RESPOSTAS: 1V; 2V; 3F; 4F; 5F

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. São agentes económicos:

86
a) Os decisores económicos organizados num pequeno
conjunto de grupos.
b) A produção e os preços em mercados específicos
c) As diferentes políticas macroeconómicas
2. Às famílias é, normalmente, atribuído um duplo papel no sistema
económico:
a) Fornecer a força de trabalho e realizar o consumo
b) Fornecer a força de trabalho e aumentar o seu capital
c) Aumentar o seu capital e realizar o consumo
3. Os agentes económicos encontram-se em permanente interacção e
esta interacção corresponde o funcionamento do
a) Sistema de preços em mercados específicos
b) Modelo económico
c) Sistema económico.
4. Uma forma simplificada de representar as relações entre agentes é
aquela que é conseguida através de um pequeno esquema que se
designa por:
a) Sistema económico
b) Circuito económico.
c) Modelo económico
5. Há a possibilidade de se considerar um quinto agente económico,
que seria:
a) O estado
b) As instituições financeiras
c) O exterior ou o resto do mundo.

RESPOSTAS: 1A; 2A; 3C; 4B; 5C

UNIDADE TEMÁTICA 8.3. Os objectivos da macroeconomia e os trade-offs entre


objectivos macroeconómicos

Introdução

Nesta unidade temática vamos oferecer uma visão geral dos grandes
temas da macroeconomia, concretamente no que se refere aos
objectivos da macroeconomia. Abordaremos sobre três grandes
objectivos que impactam a economia de modo geral.

Um problema frequente é que existem conflitos, dilemas ou trade-offs


entre os diferentes objectivos macroeconómicos que iremos estudar
nesta unidade temática

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

87
• Identificar os diferentes objectivos da macroeconomia
• Saber como são medidas as variáveis do PIB, taxa de desemprego e Taxa
de inflação
Objectivos
específicos • Analisar os trade-offs existentes entre os objectivos macroeconómicos

Os objectivos da Macroeconomia

Segundo Mankiw (2010), o funcionamento de uma economia baseia-se


no cumprimento de uma série de objectivos, dos quais os três mais
relevantes são alcançar:
1. O rápido crescimento da produção;
2. Reduzir o desemprego;
3. A estabilidade do nível de preços.

Rápido crescimento da produção

O indicador mais amplo da produção total de uma economia é o


Produto Interno Bruto (PIB), que mede o valor de mercado de todos os
bens e serviços finais produzidos pelo país durante um dado período de
tempo.

Ainda que a evolução do PIB apresente flutuações ao longo do tempo,


o normal nas economias avançadas é que tais flutuações ocorram em
torno de uma tendência crescente. A esse crescimento sustentado do
PIB no longo prazo chama-se crescimento económico.

A taxa de crescimento económico é a taxa a qual o PIB aumenta por


ano. A taxa de crescimento do PIB é a melhor medida do desempenho
de uma economia.

Redução do desemprego

A utilização adequada dos recursos é um dos aspectos mais importantes


do desempenho da economia. Como os trabalhadores constituem
recursos, a manutenção do nível de emprego é uma das grandes
preocupações das autoridades económicas.

A variável económica que as pessoas sentem de maneira mais directa é


o emprego, pelo facto de muitas pessoas desejarem encontrar
rapidamente um bom emprego, com salário elevado, boas condições de
trabalho e benefícios extras.

Entretanto, na outra face da moeda, encontramos o desemprego que é


medida pela taxa de desemprego, isto é a percentagem da população
economicamente activa e que está desempregada.

88
A população economicamente activa, denominada por força de
trabalho, é formada por todas as pessoas empregadas e pelas
desempregadas que estejam buscando trabalho.

Força de Trabalho (L) = Nº Empregados (E) + Nº Desempregados (U)

Estabilidade do nível de preços

Conseguir uma inflação baixa ou um nível geral de preços estável é um


objectivo macroeconómico chave, pois aumentos disparados nos
preços distorcem as decisões e relações económicas das empresas e dos
indivíduos, impedindo, portanto, uma alocação eficiente dos recursos.

Assim, podemos considerar que a inflação é o aumento contínuo e


generalizado no nível geral de preços na economia.

O indicador mais frequente do índice geral de preços é o índice de


preços ao consumidor (IPC), que mede o custo de uma cesta fixa de bens
normalmente adquiridos pelo consumidor médio. As variações
positivas no nível de preços são denominadas de taxa de inflação, a qual
representa a taxa de crescimento no nível de preços de um ano em
relação a outro.
No entanto, a inflação suscita no seguinte dilema: quando ela está alta,
seus efeitos são muito prejudiciais; por outro lado, as medidas
necessárias para reduzi-la geralmente implicam contrair a actividade
económica e aumentar o desemprego.

Geralmente esses dilemas, ou conflitos entre os objectivos


macroeconómicos ocorrem na hora de levar a cabo as políticas
macroeconómicas.

Trade-offs entre os objectivos macroeconómicos

Trade-off é uma expressão em inglês que significa o acto de escolher


uma coisa em detrimento de outra e muitas vezes é traduzida como
"perde-e-ganha". Isto implica um conflito de escolha e uma
consequente relação de compromisso, porque a escolha de uma coisa
em relação à outra, implica não usufruir dos benefícios da coisa que não
é escolhida.

Estamos perante um cenário de trade-off quando é preciso sacrificar


alguma coisa para obter um bem maior.

89
O mais conhecido trade-off e geralmente o mais difícil de resolver é o
que ocorre entre o desemprego e a inflação. Um nível de desemprego
e uma inflação alta causam prejuízos económicos e gera instabilidade
político-social. O problema é que quando a produção aumenta a um
ritmo forte e o desemprego diminui, a tendência dos preços e os
salários é de aumentar. Por outro lado, se devido ao crescimento da
actividade económica as autoridades se virem forcadas a tomar
medidas para reduzir a pressão inflacionária, o desemprego voltará a
aumentar (Samuelson e Nordhaus, 2012).

No longo prazo, surge outro trade-off: em geral, o aumento da taxa de


crescimento da produção de longo prazo exige um aumento no
investimento em capital; e, para aumentar o investimento, é preciso
poupar e reduzir o consumo actual de bens supérfluos.

Sumário

Nesta Unidade temática 8.3. estudamos e discutimos


fundamentalmente nos objectivos da macroeconomia. Destacamos que
o funcionamento de uma economia se baseia no cumprimento de uma
série de objectivos, dos quais os três mais relevantes são: alcançar o
rápido crescimento da produção; reduzir o desemprego e; a
estabilidade do nível de preços.

Abordamos também sobre os trade-offs e vimos que eles são conflitos


ou dilemas que ocorrer quando é preciso sacrificar alguma coisa para
obter um bem maior. Geralmente esses dilemas, ou conflitos ocorrem
entre os objectivos macroeconómicos e são visíveis na hora de levar a
cabo as políticas macroeconómicas.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Quais são os principais objectivos da Macroeconomia?


2. Defina taxa de desemprego?
3. O que são trade-offs?
4. Quais os principais trade-offs dos objectivos macroeconómicos no
curto e no longo prazo.
5. “Conseguir uma inflação baixa ou um nível geral de preços estável é
um objectivo macroeconómico chave, pois aumentos disparados nos
preços distorcem as decisões e relações económicas das empresas e
dos indivíduos”. Comente

RESPOSTAS: Ver unidade temática

90
Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. O Produto Interno Bruto (PIB), que mede o valor de mercado de
todos os bens e serviços finais produzidos pelo país durante um
dado período de tempo.
2. A taxa de crescimento económico é a taxa a qual os preços
aumentam por ano.
3. A taxa de crescimento do PIB é a melhor medida do desempenho de
uma economia.
4. A taxa de desemprego, é a percentagem da população
economicamente activa e que esta parcialmente desempregada
5. o índice de preços ao consumidor (IPC), mede o custo de uma cesta
fixa de bens normalmente adquiridos pelo consumidor médio.
6. Estamos perante um cenário de trade-off quando é preciso conciliar
alguma coisa para obter um bem maior.
7. O mais conhecido trade-off e geralmente o mais difícil de resolver e
o que ocorre entre o desemprego e a inflação

RESPOSTAS: 1V; 2F; 3V; 4F; 5V; 6F; 7V

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. O funcionamento de uma economia baseia-se no cumprimento de
uma série de objectivos, dos quais os três mais relevantes são
alcançar:
a) O rápido crescimento da produção, redução do
desemprego e a estabilidade do nível de preços.
b) O rápido crescimento da economia, um nível elevado de
preços e a estabilidade do nível de desemprego.
c) O rápido crescimento da economia, um nível elevado de
desemprego e a redução do nível de preços.
2. O crescimento sustentado do PIB no longo prazo chama-se:
a) Circuito económico
b) Crescimento económico
c) Política económica
3. Estamos perante um cenário de trade-off quando:
a) É preciso sacrificar alguma coisa para obter um bem menor
b) É preciso conciliar alguma coisa para obter um bem maior
c) É preciso sacrificar alguma coisa para obter um bem maior

RESPOSTAS: 1A; 2B; 3C

91
UNIDADE TEMÁTICA 8.4. Os instrumentos da política macroeconómica

Introdução

A presente unidade temática aborda sobre os diferentes instrumentos


da política macroeconómica, onde ao decorrer dos conteúdos iremos
perceber melhor sobre o impacto que esses instrumentos têm na
economia como um todo.

Aprofundaremos também no tocante as políticas monetárias e fiscais


adoptadas pelos formuladores de políticas económicas, bem como as
formas de actuação (restritiva ou expansionista) para alcançar os
objectivos desejáveis para a economia de um país.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

• Identificar os Instrumentos da política macroeconómica


• Distinguir a política fiscal e a política monetária
• Analisar as características desses instrumentos
Objectivos
Específicos

Os Instrumentos de política macroeconómica

Um instrumento de política macroeconómica é o conjunto de medidas


governamentais que tentam influenciar o andamento da economia de
forma agregada, seja ela no curto ou longo prazo. Tais medidas são
estruturadas sobre as leis e princípios económicos desenvolvidos pela
ciência económica (Vasconcelos, 2011).

Os formuladores de políticas macroeconómicas logicamente estão


interessados em alcançar um forte e duradouro crescimento
económico, em reduzir a taxa de desemprego o máximo possível,
mantendo estável o nível geral de preços.

Para analisar as características desses instrumentos, vamos englobá-los


em duas categorias: política monetária e política fiscal.

Política monetária

Os governos costumam a recorrer a política monetária para tentar


estabilizar a actividade económica e evitar, ou minimizar, os
inconvenientes derivados dos ciclos económicos. Portanto, controlam a
quantidade de moeda em circulação, o crédito, e de maneira geral, o
funcionamento do sistema financeiro.

92
Controlando a quantidade de moeda em circulação, o banco central
pode influenciar nas taxas de juros, no nível de investimento, no PIB, no
nível geral de preços e nas taxas de câmbio.

Assim, caso a economia esteja experimentando uma forte pressão


inflacionária, e em razão disso se execute uma política monetária
restritiva, a redução da oferta monetária fará com que as taxas de juro
subam e o investimento caia, reduzindo assim o PIB e a inflação. E se,
ao contrário estiver experimentando uma recessão, o banco central
pode aumentar a oferta monetária reduzindo as taxas de juro,
permitindo um aumento do PIB; fazendo isto estará executando uma
política monetária expansionista (Mochón, 2007).

Política fiscal

Por política fiscal entende-se a utilização do gasto público e dos


impostos para ajudar a determinar a distribuição dos recursos entre
bens privados e colectivos. Incide sobre a renda e o consumo dos
indivíduos e oferece incentivos ao investimento e outras decisões
económicas.

Ao determinar o valor e a composição do gasto público, delimitam-se


as dimensões relativas do sector público e do sector privado, isto é, qual
parte do PIB será consumida de maneira pública, e não privada. O gasto
público é um dos componentes que integram o nível global do gasto da
economia e um dos determinantes do nível do PIB.

Os impostos são outro instrumento da política fiscal. Eles afectam a


economia de duas formas. Em primeiro lugar, reduzem a renda dos
indivíduos o que influencia na quantia que estes gastarão em bens e
serviços quanto no montante da poupança privada. Em segundo lugar,
incidem sobre o preço dos bens e dos factores de produção e, portanto,
afectam as motivações dos indivíduos.

O imposto sobre a renda dos indivíduos influencia nas suas decisões de


consumo ou poupança. O mesmo acontece com as empresas: os
impostos sobre os lucros afectam a motivação delas em realizar novos
investimentos. Isso explica por que os governos interessados em
fomentar o crescimento económico muitas vezes concedem às
empresas certas isenções fiscais em troca de investimentos.

Sumário

Nesta Unidade temática 8.4. estudamos sobre os diferentes


instrumentos da política e vimos que o maior interesse está em alcançar
um forte e duradouro crescimento económico, em reduzir a taxa de

93
desemprego o máximo possível, mantendo estável o nível geral de
preços. Para analisar as características desses instrumentos,
englobamos em duas categorias: política monetária e política fiscal.

A política monetária que está ligada ao controle da quantidade de


moeda em circulação, pelo banco central e que pode influenciar nas
taxas de juros, no nível de investimento, no PIB, no nível geral de preços
e nas taxas de câmbio. A política fiscal ligada a utilização do gasto
público e dos impostos para ajudar a determinar a distribuição dos
recursos entre bens privados e públicos.

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. O que são instrumentos de políticas macroeconómicas?


2. Diga o que é uma política económica?
3. Como é que o banco central pode controlar a quantidade de moeda
em circulação através da política monetária?
4. Qual é o papel dos impostos e do gasto público na prossecução da
política fiscal?
5. Explique como é que o imposto sobre a renda dos indivíduos
influencia nas suas decisões de consumo ou poupança.

RESPOSTAS: Ver unidade temática

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. Um instrumento de política macroeconómica é o conjunto de
medidas governamentais que tentam influenciar o andamento da
economia de forma agregada.
2. Para analisar as características desses instrumentos, vamos
englobá-los em duas categorias: política monetária e política
tributária.
3. Os formuladores de políticas macroeconómicas logicamente estão
interessados em alcançar um forte e duradouro crescimento
económico, em reduzir a taxa de desemprego o máximo possível,
mantendo estável o nível geral de preços.
4. Controlando a quantidade de moeda em circulação pelos bancos
comerciais, estes podem influenciar nas taxas de juros, no nível de
investimento, no PIB, no nível geral de preços e nas taxas de câmbio.
5. O banco central é responsável pelo controle da oferta monetária.
6. O banco central pode executar uma política monetária
expansionista ou regressiva.

94
7. Por política fiscal entende-se a utilização do gasto público e dos
impostos para ajudar a determinar a distribuição dos recursos entre
bens privados e colectivos.

RESPOSTAS: 1V; 2F; 3V; 4F; 5V; 6F; 7V

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. Os principais instrumentos de política macroeconómica são:
a) Política Monetária e Política Fiscal;
b) Política de Juros e Política Fiscal;
c) Política Monetária e Política Tributária.
2. As variáveis Imposto e Gasto Público, são instrumentos da Política:
a) Monetária;
b) Tributária;
c) Fiscal.
3. O banco central pode executar uma política monetária:
a) Expansionista ou regressiva;
b) Expansionista ou restritiva;
c) Expansionista ou repercussiva.

RESPOSTAS: 1A; 2C; 3B


EXERCÍCIOS DO TEMA

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. A macroeconomia cinge-se fundamentalmente na procura
agregada, porque no curto prazo a procura agregada determina o
produto e, por conseguinte, o desemprego.
2. O preço médio de todos os bens é denominado de nível de preços.
3. Enquanto a Microeconomia estuda a produção e os preços em
mercados agregados na Macroeconomia os distintos bens e
mercados são específicos.
4. As Variáveis Endógenas são as que têm origem fora do modelo, ou
seja, são insumos introduzidos no modelo
5. A Macroeconomia é o estudo da economia agregada, ou seja, o
estudo do comportamento agregado de uma economia

RESPOSTAS: 1V; 2V; 3F; 4F; 5V.

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. Os agentes económicos encontram-se em permanente interacção e
esta interacção corresponde o funcionamento do:
a) Circuito económico;
b) Sistema económico;
c) Sistema de produção.
2. Por questão de simplificação a relação entre as famílias e empresas
é denominado por:
95
a) Circuito económico simples;
b) Sistema económico;
c) Circuito económico agregado.
3. A Macroeconomia apresenta uma visão
a) Complexa da realidade;
b) Holística da realidade;
c) Simplificada da realidade.
4. O agente económico a quem está associada a noção de consumo é:
a) O Estado;
b) As famílias;
c) O exterior.
5. A população economicamente activa, denominada por:
a) Empregados;
b) População active;
c) Força de trabalho.

RESPOSTAS: 1B; 2A; 3C; 4B; 5C

Referências Bibliográficas

1. Mankiw, N.G. (2010). Macroeconomia (7ª ed.). NY: Whorth


Publishers.
2. Mochón, F. (2007). Princípios de economia. São Paulo; Brasil:
Pearson Prentice Hall.
3. Samuelson, P. & Nordhaus, W. (2012). Economia (19ª ed.). NY, EUA:
McGraw-Hill.
4. Santos, J. Pina, A. Braga, J. Aubyn, M. (2010). Macroeconomia (3ª
ed.). Lisboa; Portugal: Escolar Editora.
5. Vasconcelos, M.A.S. (2011). Economia: micro e macro (5ª ed.). São
Paulo; Brasil: Atlas Editora.

96
TEMA – IX: A CONTABILIDADE NACIONAL.

UNIDADE Temática 9.1. Introdução a contabilidade nacional e


conceitos básicos.
UNIDADE Temática 9.2. A contabilidade nacional: a medição do
Produto
UNIDADE Temática 9.3. PIB real Vs PIB nominal: os índices de preços
UNIDADE Temática 9.5. Exercícios do tema

UNIDADE TEMÁTICA 9.1. Introdução à contabilidade nacional e conceitos básicos

Introdução

A preocupação com os agregados macroeconómicos surgiu em grande


medida a partir da publicação, em 1936, da Teoria Geral do Emprego do
Juro e da Moeda de Keynes, na qual se desenvolve a maior parte dos
conceitos que são objecto de estudo na Macroeconomia.

A mensuração desses conceitos, objectivo da Contabilidade Nacional,


no entanto, teve grande avanço a partir dos anos 40, tendo como
referência os trabalhos de Simon Kuznets, Richard Stone e Wassily W.
Leontief.

Os conceitos de Produto, Renda e Despesa Agregados representam


importantes medidas de desempenho económico e bem-estar da
sociedade. O domínio desses conceitos constitui-se em um pré-
requisito para o entendimento adequado dos modelos
macroeconómicos, bem como para entender como funciona a
Contabilidade Nacional.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

97
• Conhecer os agregados significativos do sistema económico
• Discutir os conceitos, os fundamentos, a forma de apresentação e
Objectivos
Específicos mensuração do sistema de Contas Nacionais
• Identificar os princípios que regem a contabilidade nacional

A contabilidade nacional
O estudo da Macroeconomia exige o conhecimento do significado de
diversas variáveis que compõem os agregados macroeconómicos, tais
como o consumo, o investimento, as exportações, as importações, o
produto, os gastos públicos, etc, bem como das relações contabilísticas
entre elas.

A contabilidade nacional é uma técnica que tem por objectivo medir a


actividade económica de um país nas suas diversas vertentes. Funciona
como um instrumento de análise da situação económica, de
quantificação dos objectivos de política económica e de controlo do
modo como as metas económicas vão sendo cumpridas.

A informação prestada pela contabilidade nacional é um instrumento


de grande importância não apenas para o Estado, enquanto agente
responsável pela definição da política económica, como também para
famílias e empresas, uma vez que, como referido de início, a estes
agentes compete fazer escolhas conscientes, para as quais a detenção
de informação sobre o estado global da economia é crucial.

Agregados macroeconómicos
Agregados macroeconómicos são construções estatísticas que
sintetizam aspectos relevantes da actividade económica em um período
de tempo. O PIB é o principal desses agregados. São derivados de um
sistema contábil, formalizado em um conjunto de identidades.

Os agregados macroeconómicos, que serão definidos nas unidades


subsequentes, são determinados a partir de um sistema contábil que
trata o país como se ele fosse uma grande empresa que produz um
produto único, o produto interno bruto e o produto nacional bruto, que
são os agregados de tudo o que é produzido numa economia.

Princípios básicos das contas nacionais


Alguns princípios básicos devem ser observados no levantamento e
medição dos agregados macroeconómicos, a saber:
• Consideram-se apenas as transacções com bens e serviços finais,
não sendo computadas as transacções

98
com bens e serviços intermediários (matérias-primas,
componentes). Os custos de produção referem-se, então, apenas à
remuneração aos factores de produção (salários, juros, aluguéis e
lucros), não sendo considerados os custos de matérias-primas e
demais produtos intermediários
• Mede-se apenas a produção corrente do próprio período. Assim,
não é levado em conta o valor de transacções com bens produzidos
em períodos anteriores (automóveis, máquinas, imóveis usados,
por exemplo). Entretanto, como as actividades económicas
compõem-se também do sector de serviços, a actividade comercial
é um serviço corrente. Então, considera-se a remuneração do
vendedor (mesmo que de um produto de segunda mão) como parte
do produto corrente, mas não o valor do objecto de transacção (o
produto em si);
• As transacções referem-se a um fluxo, ou seja, são definidas ao
longo de certo período de tempo. Normalmente, considera-se o
ano, embora existam também estimativas trimestrais, mas que são
amostras parciais;
• A moeda é neutra, no sentido de ser considerada apenas como
instrumento de troca, e unidade de medida, que permite a
agregação de bens e serviços fisicamente diferentes;
• Não são considerados os valores das transacções puramente
financeiras, dado que estas não representam directamente
acréscimos do produto real da economia. Esses agregados
(depósitos e empréstimos bancários, transacções na Bolsa de
Valores) são considerados transferências financeiras entre
aplicadores e tomadores

Sumário

Nesta Unidade temática 9.1. abordamos sobre a contabilidade


nacional, que é uma técnica que tem por objectivo medir a actividade
económica e dos agregados macroeconómicos de um país nas suas
diversas vertentes. As transacções entre os diferentes agentes
económicos são registradas na contabilidade nacional. Alguns princípios
básicos devem ser observados no levantamento e medição dos
agregados macroeconómicos

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Qual é a definição da Contabilidade Nacional?


2. O que são agregados macroeconómicos?
3. Quais são os principais agregados macroeconómicos?
4. Quais são os princípios básicos que regem as contas nacionais.

99
5. “A informação prestada pela contabilidade nacional é um
instrumento de grande importância não apenas para o Estado,
enquanto agente responsável pela definição da política económica.”
Comente.

RESPOSTAS: Ver unidade temática

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. O estudo da Macroeconomia exige o conhecimento do significado
de diversas variáveis que compõem os agregados macroeconómicos
2. A contabilidade nacional é uma técnica que tem por objectivo medir
a actividade económica de um país nas suas diversas vertentes.
3. Funciona como um instrumento de análise da situação económica
de quantificação dos objectivos de política económica e de controlo
do modo como as metas económicas vão sendo cumpridas.
4. A informação prestada pela contabilidade nacional é um
instrumento de grande importância apenas para o Estado.
5. Agregados macroeconómicos são construções estatísticas que
sintetizam aspectos relevantes da actividade económica em um
período de tempo. O Consumo é o principal desses agregados.
6. Não existem relações contabilistas entre os agregados
macroeconómicos.
7. Um dos princípios básicos das contas nacionais é de que a moeda é
neutra.

RESPOSTAS: 1V; 2V; 3V; 4F; 5F, 6F, 7V

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. A contabilidade nacional é uma técnica que tem por objectivo:
a) Medir a actividade económica de um país nas suas diversas
vertentes;
b) Medir a actividade económica de uma cidade nas suas
diversas vertentes;
c) Medir a actividade económica de todos os continentes nas
suas diversas vertentes.
2. Os agregados macroeconómicos, são determinados a partir de:
a) Um sistema contábil;
b) Um sistema económico;
c) Um circuito económico.

100
3. A informação prestada pela contabilidade nacional é um
instrumento de grande importância para:
a) Somente o Estado;
b) Os agentes económicos;
c) Os agentes económicos, menos para o estado.

RESPOSTAS: 1A; 2A; 3B

UNIDADE TEMÁTICA 9.2. A contabilidade nacional: a medição do produto da


economia

Introdução

Numa economia empresas e indivíduos produzem bens e serviços. Esta


produção gera rendimentos, como salários e lucros que são
posteriormente despendidos na aquisição de bens e serviços
(genericamente designados por produtos).
Nesta unidade temática iremos aprofundar sobre a contabilidade
nacional, concretamente no que diz respeito a medição do produto de
uma economia. A medição do Produto é de grande interesse porque a
quantidade e qualidade dos bens e serviços a disposição da sociedade
são importantes determinantes da qualidade de vida dos indivíduos de
um país.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

• Conhecer os agregados significativos da contabilidade nacional


• Discutir os fundamentos da mensuração do sistema de Contas Nacionais
Objectivos
específicos • Identificar as ópticas de mensuração do produto da economia.

A medição do produto
O primeiro cuidado a ter ao abordar a contabilização do produto
relaciona-se com aquilo que esta medida efectivamente nos diz e aquilo
que ela é incapaz de traduzir.

Dos diversos agregados reflectidos na contabilidade nacional o produto


interno bruto, ou PIB, costuma ser considerado o melhor indicador do
desempenho da economia, pois ele mede o valor monetário total dos
bens e serviços finais produzidos para o mercado durante determinado
período de tempo (um ano), num determinado país.

101
O objectivo do PIB é sintetizar em um único número o valor, em moeda
corrente, da actividade económica em um determinado período de
tempo.

Para calcular o valor total de diferentes bens e serviços, as contas


nacionais utilizam os preços de mercado, uma vez que esses preços
reflectem o valor que as pessoas estão dispostas a pagar por um
determinado bem ou serviço (Mankiw, 2010).

Assim, por exemplo, se uma maçã custa 0,50 Mts e uma laranja custa
1,00 Mts, o PIB seria:

PIB = (Preço da Maçã × Quantidade de Maçãs) + (Preço da Laranja ×


Quantidade de Laranjas)
PIB = (0,50 Mts × 4) + (1,00 Mts × 3)
PIB = 5,00 Mts.
Ao somar o valor de todos os bens e serviços produzidos numa
economia ao longo de um ano conseguimos ter uma ideia de como a
sociedade foi capaz, em maior ou menor grau, de ir de encontro à
satisfação das necessidades dos consumidores; à partida, quanto maior
a quantidade produzida, simultaneamente mais rendimento é gerado e
maiores poderão ser os níveis de despesa.
Segundo Santos et al (2010), podemos assim identificar os três tipos de
actividades que correspondem as três ópticas de medição do produto:
óptica de produção, óptica do rendimento e da despesa.

Óptica de produção
Chamamos produto interno bruto (PIB), ao valor dos bens e serviços
finais produzidos num país. Bens e serviços finais são aqueles que se
destinam a ser consumidos, investidos e exportados, e não a ser
consumidos na produção de outros produtos. Vejamos o seguinte
exemplo:
• O Lavrador, que produz trigo no valor de 50 mil Mt. Na produção
desse trigo, são consumidos vários produtos importados no valor de
20 mil Mt. O trigo e comprado pelo moleiro que o transforma em
farinha, no valor de 75 mil Mt. A farinha é comprada pelo Padeiro
que a transforma em pão no valor de 100 mil Mt.
Podemos constatar que o valor total das produções desta economia é
de 225 mil mts. No entanto apenas o pão é o produto final. O trigo e a
farinha são consumidos na produção, daí que para obter o PIB desta
economia é necessário retirar ao valor do pão, o valor dos factores de
produção importados utilizados na produção do trigo como ilustra o
quadro seguinte:

Produtor Vendas Consumo Intermédio VAB

102
Lavrador 50.000 20.000 30.000
Moleiro 75.000 50.000 25.000
Padeiro 100.000 75.000 25.000
TOTAL 225.000 145.000 80.000
Tabela 9-2.1: Cálculo do Valor Acrescentado Bruto
O método habitual para calcular o PIB na óptica de produção é através
da soma do valor acrescentado bruto (VAB) de cada produtor. O VAB é
igual ao valor total das vendas, descontados ao valor total dos produtos
comprados e consumidos na produção (consumos intermédios)
• PIB= Vendas Totais -  Consumos intermédios;
• PIB=  (Vendas - consumos intermédios) ou
• PIB= VAB
Ao somarmos os VABs dos diversos sectores ou ramos de actividade,
obtemos um valor que não corresponde exactamente ao valor a que os
bens são transaccionados no mercado. Já referimos que o PIB é
contabilizado a preços de mercado (PIBpm); o valor da produção surge-
nos, no entanto, a custo de factores(PIBcf). A diferença reside nos
impostos indirectos (como o IVA) líquidos de subsídios à produção (Ti -
Z): o valor acrescentado não contempla estes impostos enquanto o
valor da produção transaccionada no mercado o faz.
Assim, pela óptica da produção podemos dizer que o PIB corresponde
ao total do valor acrescentado bruto de cada actividade económica
mais impostos indirectos líquidos de subsídios à produção
• PIBcf = VAB
• PIBpm = PIBcf + Ti - Z
Se ao PIB adicionarmos os rendimentos transferidos para o nosso país
de factores de produção que os residentes possuem no estrangeiro (RR)
e subtrairmos os rendimentos transferidos para fora do país de factores
de produção (RP), obtemos o Produto Nacional Bruto (PNB).
• PNB = PIB + RR - RP
Durante o processo produtivo, o equipamento utilizado na produção
desgasta-se, ou, tecnicamente deprecia-se. A redução do valor do
equipamento chama-se amortizações (Am). Se ao PIB subtrairmos as
amortizações, obtemos o Produto Interno Liquido (PIL). Do mesmo
modo, o Produto Nacional Liquido (PNL) é igual ao Produto Nacional
Bruto subtraído às amortizações.
• PIL = PIB - Am
• PNL = PNB - Am

Óptica de despesas
103
Outro modo seria considerar o PIB o total de despesas em termos da
produção de bens e serviços na economia.
Chama-se Despesa Interna (DI), a despesa feita em bens e serviços finais
produzidos internamente. A despesa interna é feita pelos residentes
quer em produtos internos quer em importados. A despesa feita em
bens e serviços finais classifica-se do seguinte modo:
• Consumo Privado (C) – É a despesa em bens e serviços realizado
pelas famílias, incluindo tanto bens perecíveis como duráveis.
• Consumo público ou gasto do governo (G) – É a despesa feita
pelas administrações públicas em produtos, essencialmente em
serviços, como, educação, saúde, policiamento, recolha de lixo,
etc.
• Investimento (I) – Toda despesa em aumentos de maquinaria,
edifícios e outros capitais produtivos. Engloba também as
variações de existências, a variação dos bens que se encontram
armazenados e ainda não vendidos, bem como a aquisição
líquida de objectos de valor.
• Exportações Líquidas (Nx) – É a despesa resultante da diferença
entre as exportações (Ex) e as importações (Im) de bens e
serviços.
Assim, pela óptica das despesas, o PIB é igual a soma de todas despesas
em bens e serviços que cada tipo de usuário utiliza: as famílias, as
empresas, o sector público e o mercado externo.
• PIB = DI = C + G + I + (Ex – Im)
• PIB = DI = C + G + I + Nx
A variável importações é a única componente que surge na equação da
despesa com sinal negativo. É conveniente perceber por que razão tal
acontece: quando determinamos os valores de consumo, público ou
privado, e investimento, estamos a contabilizar tudo o que é consumido
ou investido na economia, independentemente do respectivo local de
origem da produção.
No entanto, não podemos esquecer o objectivo do nosso cálculo, que é
medir o valor da produção interna; desta forma, temos de subtrair ao
valor total do consumo e do investimento aquela despesa final que não
corresponde a produção doméstica; isto é feito através da subtracção
das importações, de modo que esta variável corresponde à importação
de todo o tipo de bens: bens de consumo e bens de investimento.

Óptica de rendimento

Por fim, resta-nos analisar o cálculo do PIB pela óptica do rendimento.


O Rendimento (Y) que uma economia gera pode ser desagregado em
duas componentes principais: salários ou rendimentos do factor
trabalho e excedente bruto de exploração ou rendimento de outros

104
factores produtivos que não o trabalho (em rigor, o excedente bruto de
exploração define-se como o rendimento gerado pela actividade
produtiva após pagas as compensações salariais mas antes de pagos
outros rendimentos, como juros ou rendas; em conjunto com este
agregado faz sentido também considerar o “rendimento misto”, o qual
corresponde à remuneração do trabalho desenvolvido pelos donos das
empresas, quando não é possível distinguir esta remuneração do lucro
conseguido com as actividades produtivas desenvolvidas).
• PIB = Y = C + G + I + (Ex – Im)
• PIB = Y = C + G + I + Nx
Além da soma dos rendimentos, a medição do PIB pela óptica do
rendimento exige também, tal como no caso do cálculo pela óptica da
produção, que se adicione os impostos indirectos líquidos de subsídios
à produção e importação (a soma dos rendimentos gerados na
economia não é à partida um valor disponível a preços de mercado,
donde esta última operação possibilita a necessária adaptação).
Ligado ao conceito de PIB pela óptica do rendimento, encontramos a
noção de Rendimento Nacional Bruto (RNB). Este corresponde ao PIB
após adicionados os rendimentos primários líquidos (recebidos menos
pagos) em relação ao resto do mundo (PNB).
• RNB = PNBpm
O rendimento disponível dos particulares (Yd), é a parte do rendimento
que as famílias efectivamente dispõem. O rendimento disponível
obtém-se do rendimento nacional líquido (a preços de mercado), de
que se subtrai os impostos indirectos líquidos de subsídios, os lucros
não distribuídos (ou poupança das sociedades) e os impostos directos e
contribuições para a segurança social (T) e a que se adicionam as
transferências recebidas do Estado (TR) tais como pensões, reformas,
abonos de família, etc. e as transferências liquidas recebidas do resto
do mundo (RE).
• Yd = PNLpm - Lucros não distribuídos - T+ TR + RE
Denotamos por:
T – Impostos directos e contribuições para a segurança social;
TR – Transferências recebidas do estado (pensões de reforma, abonos
de família, etc.).
RE = RR – RP

Sumário

Nesta Unidade temática 9.2. abordamos sobre conjunto de medidas


agregadas que reflectem o desempenho da economia e destacamos
que dentre os diversos agregados reflectidos na contabilidade nacional

105
o produto interno bruto, ou PIB, costuma ser considerado o melhor
indicador do desempenho da economia, pois ele mede o valor
monetário total dos bens e serviços finais produzidos para o mercado
durante determinado período de tempo (um ano), num determinado
país. Realçar também que podemos assim três ópticas de medição do
produto: óptica de produção, óptica do rendimento e óptica das
despesas.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Defina o PIB.
2. Defina o PNB.
3. Qual é o significado do VAB (Valor acrescentado Bruto)?
4. Qual é o objectivo do PIB.
5. Fale resumidamente sobre as três ópticas de medição do produto.

RESPOSTAS: Ver unidade temática

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. O objectivo do PIB é sintetizar em um único número o valor, em
moeda corrente, da actividade económica em um determinado
período de tempo
2. A medição do Produto é de grande interesse porque a quantidade e
qualidade dos bens e serviços a disposição da sociedade são
importantes determinantes da qualidade de vida dos indivíduos de
um país.
3. O produto interno bruto (PIB) mede o valor monetário total dos
bens e serviços finais produzidos para o mercado durante
determinado período de tempo (mais de um ano), numa
determinada região do país.
4. Podemos assim identificar os três tipos de actividades que
correspondem as três ópticas de medição do produto: óptica de
produção, óptica de remuneração e da despesa;
5. A variável importações é a única componente que surge na equação
da despesa com sinal positivo.

RESPOSTAS: 1V; 2V; 3F; 4F; 5F

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. Pela óptica da produção podemos dizer que o PIB corresponde?
a) PIB= VAB
b) PIB = DI
c) PIB = C + I + G + NX

106
2. Podemos assim identificar os três tipos de actividades que
correspondem as três ópticas de medição do produto:
a) Óptica de produção, óptica de remuneração e da despesa
b) Óptica de produção, óptica de rendimento e da despesa
c) Óptica de produção, óptica de remuneração e de
rendimento.
3. O Produto Nacional Bruto, na óptica de produção, corresponde:
a) PNB = PIB - RR - RP
b) PNB = PIB - RR + RP
c) PNB = PIB + RR – RP
4. Em uma economia, se a renda enviada para o exterior é maior que
a renda recebida do exterior, então:
a) O PIB é maior que o PNB.
b) O PIB é menor que o PNB.
c) O PIB é igual ao PNB.
5. A despesa interna é:
a) Feita pelos residentes quer em produtos internos quer
em importados
b) A diferença entre importações e exportações.
c) A despesa em produtos dentro das nossas fronteiras.

RESPOSTAS: 1A; 2B; 3C; 4A; 5A

UNIDADE TEMÁTICA 9.3. PIB real vs PIB nominal: os índices de preços

Introdução

Os economistas normalmente pressupõem que o preço de um bem ou


de um serviço se move rapidamente de modo a equilibrar a quantidade
ofertada e a quantidade demandada. Em outras palavras, pressupõem
que os mercados normalmente estão em equilíbrio, de modo tal que o
preço de um bem ou serviço esteja posicionado no ponto em que as
curvas de oferta e de demanda se interceptam.

Também os economistas utilizam as regras que acabamos de descrever


para calcular o PIB, que avalia a produção total de bens e serviços na
economia. Mas será que o PIB é um bom indicador do bem-estar
económico?

Nessa unidade temática, vamos responder esta questão e aprofundar


sobre produto interno bruto e trazer alguns critérios de valorização do
PIB, bem como do índice de preços ao consumidor.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

107
• Fazer distinção entre as variáveis PIB real e PIB nominal
• Discutir os fundamentos da medição da inflação através do índice de
preços ao consumidor e do deflator do PIB.
Objectivos
Específicos • Relacionar as diversas variáveis macroeconómicas.

PIB real VS PIB nominal


Os economistas chamam de PIB nominal o valor de bens e serviços
medidos em preços correntes. Observe que o PIB nominal pode
aumentar, seja porque os preços sobem, seja porque as quantidades
aumentam.
É fácil perceber que o PIB calculado desse modo não representa um
bom indicador do bem-estar económico. Ou seja, esse indicador não
reflecte precisamente até que ponto a economia consegue satisfazer a
demanda das famílias, das empresas e do governo. Se todos os preços
dobrassem sem que houvesse quaisquer modificações na quantidade,
o PIB dobraria. Entretanto, seria enganoso afirmar que a capacidade da
economia de satisfazer demandas tenha dobrado, uma vez que a
quantidade de todos os bens produzidos permanece inalterada
(Vasconcelos, 2011).

Um indicador mais eficiente do bem-estar económico levaria em conta


a produção de bens e serviços da economia, sem ser influenciado por
variações nos preços. Para esse propósito, os economistas utilizam o
PIB real, que corresponde ao valor de bens e serviços mensurados
utilizando-se um conjunto constante de preços.
• PIB Real =  Pb x Qc
• PIB Nominal =  Pc x Qc
Onde: Pb – Preços base;
Pc – Preços correntes;
Qc – Quantidades correntes

Ou seja, o PIB real mostra aquilo que teria acontecido com os gastos
relacionados à produção, caso as quantidades tivessem-se modificado,
mas os preços não. Como os preços são mantidos constantes, o PIB real
só varia de ano para ano se as quantidades produzidas variarem. Uma
vez que a capacidade da sociedade de proporcionar satisfação
económica aos seus membros depende, em última instância, das
quantidades de bens e serviços produzidos, o PIB real constitui um
melhor indicador do bem-estar económico do que o PIB nominal.
(Mankiw, 2010).

Os índices de preços

108
Segundo Mochón (2007), os índices de preços são usados para
deflacionar – isto é, para eliminar o efeito da variação dos preços nos
valores dos agregados macroeconómicos, ou seja, para transformar os
agregados macroeconómicos influenciados pelos preços correntes em
agregados macroeconómicos em preços constantes ou base.

Os índices de preços, são médias ponderadas dos preços de cada


período nos quais cada bem ou serviço é valorado, de acordo coma sua
importância para o produto total.

Nesta unidade temática, vamos abordar sobre dois índices de preços, a


saber: o deflator do PIB e o IPC (índice de Preços ao Consumidor).

O deflator do PIB
Tendo como base o PIB nominal e o PIB real, podemos calcular uma
terceira estatística: o deflator do PIB. O deflator do PIB, também
conhecido como deflator implícito de preços para o PIB, é a razão entre
o PIB nominal e o PIB real.

O deflator do PIB reflecte aquilo que está acontecendo com o nível geral
de preços na economia. O PIB nominal mede o valor actual, em
unidades de moeda corrente, do total da produção da economia. O PIB
real mede a produção, com valores a preços constantes. O deflator do
PIB, por sua vez, mede o preço da produção em relação ao preço
respectivo da produção no ano-base. A variação anual do deflator do
PIB é uma das medidas da inflação.

Podemos também representar essa equação da seguinte forma:


PIB Nominal = PIB Real × Deflator do PIB
𝐏𝐈𝐁 𝐍𝐨𝐦𝐢𝐧𝐚𝐥
𝐏𝐈𝐁 𝐑𝐞𝐚𝐥 =
𝐃𝐞𝐟𝐥𝐚𝐭𝐨𝐫 𝐝𝐨 𝐏𝐈𝐁

Nessas fórmulas, podemos constatar de onde veio o nome deflator: ele


é utilizado para deflacionar PIB nominal.

Índice de preços ao consumidor

Outro índice de preços usado frequentemente para avaliar a inflação, é


o Índice de preços ao consumidor (IPC). O IPC mede somente os preços
de bens e serviços adquiridos por consumidores. Corresponde ao preço
da cesta de bens e serviços em relação ao preço dessa mesma cesta em
algum ano – base.

109
A composição do cabaz da cesta de bens e serviços e as respectivas
quantidades adquiridas pelos consumidores é determinada por
inquérito aas despesas realizada pelos mesmos. O IPC representa o
custo de uma cesta de bens e serviços consumida por uma economia.
O IPC também é considerado um índice de Laspeyres: ponderados as
quantidades do ano base. E calculado com base na seguinte fórmula:

A inflação, medida pelo IPC, corresponde a taxa de variação percentual


que esse índice experimenta no período de tempo considerado, daí que
o IPC é adequado quando se quer saber como vem evoluindo o preço
dos bens e serviços adquiridos pelos consumidores em geral.
Representa assim, de forma apropriada, o aumento do custo de vida,
pois indica o dinheiro necessário para manter o mesmo nível de vida ao
longo do tempo.

Sumário

Nesta Unidade temática 9.3. abordamos sobre o PIB como uma medida
de desempenho da economia e destacamos a diferença entre o PIB real
e o PIB nominal. A medição de qualquer variável económica é o
resultado do produto de certo número de unidades físicas tendo em
conta os preços relativos. Destacamos também sobre a importância do
cálculo dos deflatores e dos índices de preços como estatísticas cuja
variação anual dos mesmos nos indica o nível de inflação de uma dada
região.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Defina o PIB real e o PIB nominal.


2. Quais são os principais índices de preços estudados. Defina cada um
deles.
3. Qual é a diferença entre o PIB real e o PIB nominal?
4. Disserte exaustivamente sobre o IPC e o deflator do PIB mostrando
a sua contribuição para a mensuração do nível de preços em uma
economia.
5. Entre o PIB real e o PIB nominal, qual deles constitui uma melhor
medida de desempenho da economia? Justifique a sua resposta.

RESPOSTAS: Ver unidade temática

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).

110
1. Os economistas chamam de PIB nominal o valor de bens e serviços
medidos em preços constantes.
2. O PIB real corresponde ao valor de bens e serviços mensurados
utilizando-se um conjunto constante de preços.
3. O PIB real só varia de ano para ano se as quantidades produzidas
variarem.
4. Os índices de preços são usados para inflacionar – isto é, para
eliminar o efeito da variação dos preços nos valores dos agregados
macroeconómicos.

5. O deflator do PIB, também conhecido como deflator implícito de


preços para o PIB, é a razão entre o PIB real e o PIB nominal.
6. O IPC mede somente os preços de bens e serviços adquiridos por
consumidores.
7. O PIB nominal constitui um melhor indicador do bem-estar
económico do que o PIB real.

RESPOSTAS: 1F; 2V; 3V; 4F; 5F; 6V; 7F

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. Os índices de preços são usados para:
a) Deflacionar – isto é, para eliminar o efeito da variação dos
preços nos valores dos agregados macroeconómicos.
b) Inflacionar – isto é, para eliminar o efeito da variação dos
preços nos valores dos agregados macroeconómicos.
c) Deflacionar – isto é, para imputar o efeito da variação dos
preços nos valores dos agregados macroeconómicos.
2. O deflator do PIB, também conhecido como deflator implícito de
preços para o PIB, é:
a) A razão entre o PIB real e o PIB nominal
b) A razão entre o PIB nominal e o PIB real
c) Nenhuma das alíneas anteriores.
3. IPC representa:
a) O custo da força de trabalho empregue numa economia
b) O custo global de produção de uma economia
c) O custo de uma cesta de bens e serviços consumida por
uma economia

RESPOSTAS: 1A; 2B; 3C

EXERCÍCIOS DO TEMA

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).

111
1. A contabilidade nacional funciona como um instrumento de análise
da situação económica, de quantificação dos objectivos de política
económica e de controlo.
2. Um dos princípios básicos das contas nacionais é de que são
considerados apenas as transações com bens e serviços finais.
3. O PIB mede o valor monetário total dos bens e serviços em stock
para o mercado durante determinado período de tempo (um ano),
num determinado país.
4. Se ao PIB adicionarmos os rendimentos transferidos para o nosso
país de factores de produção que os residentes possuem no
estrangeiro (RR) e subtrairmos os rendimentos transferidos para
fora do país de factores de produção (RP), obtemos o Produto
Nacional Liquido (PNL).
5. Os índices de preços, são médias ponderadas dos preços de cada
período nos quais cada bem ou serviço é valorado

RESPOSTAS: 1V; 2V; 3F; 4F; 5V.

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha

1. “Corresponde ao valor de bens e serviços mensurados utilizando-se


um conjunto constante de preços”. Estamos diante do:
a) Deflator do PIB
b) PIB Real
c) PIB Nominal;
2. A variação anual do deflator do PIB mede:
a) A inflação
b) A taxa de crescimento económico
c) A taxa de desemprego.
3. O Rendimento Nacional Bruto (RNB) corresponde:
a) Ao PIB subtraído as amortizações.
b) A toda despesa em aumentos de maquinaria, edifícios e
outros capitais produtivos.
c) Ao PIB após adicionados os rendimentos primários líquidos
(recebidos menos pagos) em relação ao resto do mundo
(PNB).
4. O Consumo privado é:
a) É a despesa resultante da diferença entre as exportações e as
importações de bens e serviços.
b) É a despesa em bens e serviços realizado pelas famílias,
incluindo tanto bens perecíveis como duráveis.
c) É a despesa feita pelas administrações públicas em produtos,
essencialmente em serviços, como, educação, saúde,
policiamento, etc.
5. Qual das seguintes afirmações corresponde a um dos princípios
básicos das contas nacionais:
a) Medir a actividade económica de um país nas suas diversas
vertentes;

112
b) Sintetizar em um único número o valor a actividade
económica.
c) As transações referem-se a um fluxo.

RESPOSTAS: 1B; 2A; 3C; 4B; 5C

Referências Bibliográficas

1. Mankiw, N.G. (2010). Macroeconomia (7ª ed.). NY, EUA: Whorth


Publishers.
2. Mochón, F. (2007). Princípios de economia. São Paulo; Brasil:
Pearson Prentice Hall.
3. Santos, J. Pina, A. Braga, J. & Aubyn, M. (2010). Macroeconomia (3ª
ed.). Lisboa; Portugal: Escolar Editora.
4. Vasconcelos, M.A.S. (2011). Economia: micro e macro (5ª ed.). São
Paulo; Brasil: Atlas Editora.

TEMA – X: O RENDIMENTO E O GASTO

UNIDADE Temática 10.1. O Rendimento e o Gasto

113
UNIDADE TEMÁTICA 10.1. O rendimento e o gasto

Introdução

A teoria macroeconómica moderna é constituída em grande parte a


partir da publicação do livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e do
Dinheiro, de John Maynard Keynes, em 1936. Keynes mudou a enfase
da análise económica antes concentrada na determinação do nível de
preços, para focar com mais enfâse na determinação dos níveis de
produção e emprego. Por sua vez, Keynes formulou modelos
macroeconómicos de rendimento e gasto que são o cerne desta
unidade temática.

A questão crucial é: de que modo as famílias decidem sobre a parcela


de seus rendimentos que devem gastar em consumos, e quanto devem
poupar para gastar (consumir) no futuro?

A questão acima é meramente microeconómica, pelo facto de estar


ligada as decisões em âmbito individual, porém a resposta é de grande
impacto macroeconómico pelo facto da mesma estar ligada as questões
agregadas da economia.

Assim sendo, análise de Keynes, baseada na experiencia da “Grande


Depressão”, preconiza a intervenção do Estado no sentido de evitar
crises severas, ao actuarem sobre as diferentes componentes do
rendimento e da despesa (consumo privado, poupança, gastos públicos
investimento e exportações líquidas).

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

• Identificar alguns conceitos fundamentais relacionados ao rendimento e


ao gasto.
Objectivos
Específicos • Relacionar renda, consumo e poupança;
• Abordar sobre o modelo Keynesiano.

Conceitos básicos
O rendimento é a remuneração ou o conjunto de remunerações de
qualquer agente económico. O rendimento do trabalhador é o seu
salário, e do empresário é o lucro. Ao conjunto de todos os
rendimentos, obtidos por todos os agentes económicos de um país, é
dada a designação de rendimento nacional. O rendimento dos agentes
económicos pode ser usado para o consumo ou para a poupança

114
Designamos por consumo ao gasto realizado em bens e serviços com
vista à satisfação de necessidades e desejos. Estas podem ser
necessidades básicas, como alimentação, vestuário e habitação; ou
desejos associados ao consumo de bens de luxo, férias, lazer, etc..

A poupança é a diferença entre o rendimento disponível e o gasto em


bens de consumo, sendo igual à variação da riqueza do indivíduo ou
família, ou seja, é a parte do rendimento pessoal que não é gasto em
consumo.

Para Mankiw (2010), decisão entre consumo e poupança é, em última


análise, uma decisão entre consumo no presente e consumo no futuro.

O rendimento nacional e o gasto


Um dos elementos mais importantes para se entender o conceito de
rendimento nacional de equilíbrio é saber a distinção entre Rendimento
e Gasto.

Enquanto o primeiro mede o fluxo de pagamento dos factores de


produção, isto é, salário, juros, lucro e aluguel, o segundo mede o fluxo
dos gastos em bens e serviços de consumo e investimentos da
economia.

O fato dos gastos tomarem-se pagamentos que remuneram os factores


que produzem os bens e serviços, significa que o rendimento e o gasto
são duas medidas diferentes do mesmo fluxo contínuo. Se os gastos
forem maiores ou menores que a remuneração dos factores, é claro que
o rendimento obtido não pode ser o rendimento nacional de equilíbrio.
Assim, o rendimento nacional de equilíbrio é aquele em que a
remuneração dos factores coincide com os gastos desejados em bens e
serviços de consumo e investimento.

Se de um lado o gasto corresponde à demanda agregada, do outro lado,


a produção corresponde à oferta agregada, e ambos são conceitos
equivalentes do rendimento nacional.

Rendimento, consumo e poupança


Segundo Samuelson e Nordhaus (2012), estudos económicos têm
demonstrado que o rendimento é o principal determinante do consumo
e da poupança.

Uma das relações mais importantes de toda a macroeconomia é a


função consumo. A função consumo mostra a relação entre o nível de
gastos de consumo e o nível de rendimento pessoal disponível (a renda
que permanece com os consumidores após pagarem seus impostos e
receberem as transferências do governo) e é baseado na hipótese de
que existe uma relação empírica estável entre estas duas variáveis.

115
Keynes deduziu uma função consumo representada pela fórmula
abaixo:
• C = Co + c(Yd)
O consumo privado de uma economia é definido por um consumo
autónomo (Co) mais uma propensão marginal a consumir (c) vezes a
renda disponível da economia (Yd).
Graficamente temos o seguinte:

Função Consumo

Figura 10-1.1: Função consumo

Para entender o gráfico, é conveniente observar a linha de 45° (a


bissectriz), traçada a partir da origem, que nos diz imediatamente se o
gasto de consumo é igual, maior ou menor do que o nível de
rendimento disponível. Quando a função consumo se situa acima da
bissectriz significa que a família gasta mais em consumo do que o seu
rendimento. Quando a função consumo se situa abaixo da bissectriz, a
família tem uma poupança positiva.

Um dos aspectos importantes a considerar atribui-se a grande


importância à resposta do consumo as variações no rendimento. Este
conceito é designado por propensão marginal a consumir (PMC).

A propensão marginal a consumir é o montante adicional que as


pessoas consomem quando recebem uma unidade monetária adicional
de rendimento.

Outra relação importante de toda a macroeconomia é a função


poupança. A função poupança mostra a relação entre o nível de
poupança e o rendimento.
Keynes deduziu uma função consumo representada pela fórmula
abaixo:
• S = – Co + s(Yd)
A poupança de uma economia é definida por um consumo autónomo
negativo (–Co) mais uma propensão marginal a poupar (s) vezes a renda
disponível da economia (Yd).
Graficamente temos o seguinte:
116
C

Função Poupança

Yd

Figura 10-1.2: Função poupança

Dado que o que se poupa é igual ao que não se consome, as curvas da


poupança e do consumo são como o inverso uma da outra.

A propensão marginal a poupar (PMP) é a poupança adicional gerada


por uma unidade monetária adicional de rendimento disponível.

Da soma das funções de consumo individual obtemos a função de


consumo nacional. O comportamento do consumo nacional é crucial
para compreender tanto os ciclos económicos de curto prazo bem como
o crescimento económico de longo prazo. Além disso, o
comportamento do consumo nacional é importante porque o que não
está sendo consumido, isto é, o que é poupado, esta disponível para o
país investir em novos bens de capital, que estimulam o crescimento
económico no longo prazo.

Sumário

Nesta Unidade temática 10.1. abordamos sobre o rendimento e o gasto


e vimos que o rendimento disponível é um determinante importante do
gasto em consumo e da poupança. Constatamos também que cada
unidade de rendimento disponível é poupada ou gasta em consumo, daí
que a função poupança é o inverso da função consumo, bem como a
propensão marginal a poupar é o inverso da propensão marginal a
consumir.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Defina os seguintes conceitos: rendimento, consumo, poupança,


propensão marginal a consumir e propensão marginal a poupar.
2. Fale resumidamente da relação entre rendimento, consumo,
poupança.
3. Qual é a diferença entre a função consumo e a função poupança.
4. Qual é a diferença entre o rendimento nacional e o gasto.

117
5. Comente a seguinte frase: “O comportamento do consumo nacional
é crucial para compreender tanto os ciclos económicos de curto
prazo bem como o crescimento económico de longo prazo”.

RESPOSTAS: Ver unidades temáticas do tema

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. O rendimento é a remuneração ou o conjunto de remunerações de
qualquer agente económico. O rendimento do trabalhador é o seu
lucro, e do empresário é o salário.
2. Designa-se consumo ao gasto realizado em bens e serviços com
vista à satisfação de necessidades e desejos.
3. A poupança é a diferença entre o rendimento disponível e aquilo
que é poupado.
4. A decisão entre consumo e poupança é, em última análise, uma
decisão entre consumo no passado e consumo no futuro
5. A função consumo mostra a relação entre o nível de gastos de
consumo e o nível de rendimento pessoal disponível.
6. A função poupança mostra a relação entre o nível de poupança e o
rendimento.
7. Da subtração das funções de consumo individual obtemos a função
de consumo nacional.

RESPOSTAS: 1F; 2V; 3F; 4F; 5V; 6V; 7F

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. O rendimento é:
a) A soma das funções de consumo individual.
b) A remuneração ou o conjunto de remunerações de qualquer
agente económico.
c) O gasto realizado em bens e serviços com vista à satisfação
de necessidades e desejos.
2. A propensão marginal a poupar (PMP) é
a) A relação entre o nível de poupança e o rendimento.
b) A poupança adicional gerada por uma unidade monetária
adicional de rendimento disponível.
c) A função poupança.
3. O montante adicional que as pessoas consomem quando recebem
uma unidade monetária adicional de rendimento, designa-se por:
a) Consumo.
b) Função consumo.
118
c) Propensão marginal a consumir.

RESPOSTAS: 1B; 2B; 3C

Referências Bibliográficas

1. Mankiw, N.G. (2010). Macroeconomia (7ª ed.). NY, EUA: Whorth


Publishers
2. Samuelson, P. & Nordhaus, W. (2012). Economia (19ª ed.). NY:
McGraw-Hill

TEMA – XI: A MOEDA E AS TAXAS DE JUROS

UNIDADE Temática 11.1. Origens, tipos e funções da Moeda


UNIDADE Temática 11.2. A demanda e a oferta por moeda
UNIDADE Temática 11.3. Taxas de Juro

UNIDADE TEMÁTICA 11.1. Origens, conceito, tipos e funções da moeda

Introdução

Estamos tão familiarizados com o uso do dinheiro que não pensamos


nunca que ela não tem nenhum valor intrínseco. Na verdade, o dinheiro

119
ou simplesmente a moeda é algo que facilita as trocas e evita os
inconvenientes ligados a troca de bens uns pelos outros.

O conhecimento sobre as origens, o conceito, os tipos e funções da


moeda, permite analisar a sua evolução e a sua influência na actividade
económica.

Sendo a moeda utilizada na compra de bens e de serviços, também se


pretende nesta unidade temática que se conheçam os factores
condicionantes a formação dos preços dos bens e dos serviços, bem
como o fenómeno da inflação.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

• Descrever a evolução histórica da moeda;


• Listar os tipos e funções da moeda;
Objectivos
Específicos • Apresentar características fundamentais da moeda

Origens da moeda

A moeda surgiu na antiguidade para solucionar problemas relacionados


às trocas no sistema económico. Nesse período, os bens produzidos em
quantidades maiores do que as suas necessidades eram utilizadas em
trocas por outros bens ou para o pagamento de dívidas. Esse sistema
de trocas ficou conhecido como escambo. Por exemplo, o agricultor que
produzia arroz trocava o arroz que ele tinha produzido em excesso com
o agricultor que produzia trigo. Esse sistema apresentava um grave
inconveniente, pois nem sempre quem possuía um bem encontrava
aqueles que desejassem seu produto para realizar a troca (Mochón,
2007).

Quando a produção excedente passou a ser vendida no mercado surgiu


a necessidade de utilização de “moeda”. Os mais estranhos objectos e
até mesmo animais eram utilizados como moeda (sal, bambu, fios de
seda, couros, gado, fumo, cobre, prata, ouro, bebidas, peixe seco, peles,
arroz, entre outras).

A moeda resolveu, em parte, os problemas das trocas directas ou em


espécies. Entretanto, surgiram problemas com as mercadorias que
serviam de moeda. Esses problemas eram principalmente a
divisibilidade (alguns tipos de moeda eram difíceis de dividir. Como
dividir um gado?), a estocagem (era necessário armazenar esses
produtos) e perecividade (alguns desses produtos, como bebidas e
arroz, eram perecíveis.).

120
A utilização da moeda proporcionou a dissociação do acto de vender do
acto de comprar, ou seja, era possível vender algo sem necessariamente
comprar um outro produto. Resolveu-se com isso o problema citado
anteriormente de encontrar alguém que quisesse trocar os produtos
que você tinha pelo que ela tinha. Passou a ser necessário apenas
encontrar alguém que quisesse comprar os seus produtos e depois com
a “moeda” em mãos essa pessoa comprava os produtos que precisava.
Essa é a situação que vivemos actualmente.
À medida que a civilização se desenvolveu, os metais preciosos (ouro e
prata) se tornaram o meio de troca mais comum. Isso ocorreu devido à
facilidade de reconhecimento, ao baixo peso, à possibilidade de divisão
e à oferta limitada (escassos). A utilização de metais resolveu os
problemas da perecividade e da divisibilidade que os outros objectos
tinham.

As moedas metálicas com o formato que conhecemos hoje começaram


a ser utilizadas nessa época. Essas moedas eram cunhadas em metal
precioso e traziam impresso o seu peso. Actualmente, as moedas são
cunhadas em metal não precioso, trazendo impresso o seu valor.

A utilização de metais preciosos tinha dois inconvenientes: o custo de


transporte e o risco de assaltos. Devido a esses problemas, as pessoas
passaram a deixar o seu ouro aos cuidados de ourives. Os ourives
emitiam recibos para as pessoas como garantia. Esses recibos passaram
progressivamente a ser usados como moeda, sem que os depósitos que
funcionavam como garantia fossem tocados. Dessa forma, surgiu o
papel-moeda ou moeda fiduciária, cuja característica era ser
integralmente lastreada em metal precioso. Esse sistema era conhecido
como padrão-ouro. O banqueiro precisava manter em caixa um volume
suficiente de moeda metálica para atender a possíveis retiradas,
mediante a apresentação dos recibos.

Actualmente o papel-moeda e o dinheiro em forma de moeda são


emitidos pelos bancos centrais de cada país. Os países não emitem
moeda baseado na quantidade de ouro que possuem, mas na
quantidade suficiente para o funcionamento do sistema económico.

O valor da moeda está na confiança que cada indivíduo tem de que ela
será aceita como meio de pagamento. Junto com o papel-moeda
nasceu a actividade bancária. A emissão de certificados em valores
superiores à quantidade de ouro acumulada permitia que seus
emissores realizassem operações lucrativas, como aquisição de títulos
e acções ou a concessão de empréstimos que rendiam juros.

Outra evolução foi o surgimento da moeda bancária ou moeda


escritural criada pelo sistema bancário. Essa moeda é transmitida por
cheque, ordens electrónicas de pagamento, etc. Com o cheque, não é
necessário ir aos bancos para retirar dinheiro e efectuar seus
pagamentos. As desvantagens do uso
121
de cheques são a possibilidade de fraudes (falsificação) e a sua não
aceitação no exterior.

A moeda desenvolveu as transacções económicas por sua aceitação


generalizada. Entretanto, a moeda é um produto como qualquer outro.
As moedas mais procuradas apresentam maior valor, ocorrendo o
inverso com as moedas menos confiáveis e menos procuradas.

Conceito de moeda

Moeda é um activo financeiro de aceitação geral, utilizado para


intermediar as transacções económicas e para pagamento instantâneo
de bens e serviços. Essa aceitação é garantida por lei, ou seja, a sua
única garantia é o facto de ser declarada pela lei de cada país.

Funções e tipos de moeda

Segundo Vasconcelos (2011), as funções da moeda no sistema


económico são fundamentalmente as seguintes:
1. Meio de troca: por ter aceitação geral, serve para intermediar o
fluxo de bens, serviços e factores de produção da economia. A
posse da moeda representa liquidez imediata para quem a
possui. Liquidez é a qualidade da moeda de se transformar em
algum activo, sem custos, ou vice-versa, de um activo se
transformar em moeda;
2. Unidade de Conta: possibilita que sejam expressos em unidades
monetárias os valores de todos os bens e serviços produzidos
pelo sistema económico. É um padrão de medida;
3. Reserva de valor: a moeda pode ser acumulada para a aquisição
de um bem ou serviço no futuro. Claro está que o requisito básico
para que a moeda funcione como reserva de valor é sua
estabilidade diante dos preços dos bens e serviços, já que a
inflação corrói o poder de compra da moeda, e a deflação (queda
de preços) a valoriza.

Tipos de moeda
Definem-se três tipos de moeda:
1. Moedas metálicas: emitidas pelo Banco Central, constituem
pequena parcela da oferta monetária e visam facilitar as
operações de pequeno valor e/ou como unidade monetária
fraccionada (troco);
2. Papel-moeda: também emitido pelo Banco Central, representa
parcela significativa da quantidade de dinheiro em poder do
público;

122
3. Moeda escritural ou bancária: é representada pelos depósitos
à vista (depósitos em conta corrente) nos bancos comerciais (é
a moeda contábil, escriturada nos bancos comerciais). O papel-
moeda e as moedas metálicas em poder do público (famílias e
empresas) são denominados moeda manual

Sumário

Nesta Unidade temática 11.1. abordamos sobre moeda em suas


diversas formas e verificamos que dentro de cada período foi e é
fundamental para o funcionamento do sistema económico. Vimos
também que, a moeda é um activo financeiro de aceitação geral,
garantida por lei, utilizado para realizar as transacções económicas e
para pagamento de bens e serviços que possui as funções de meio de
troca, unidade de conta e reserva de valor.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Defina moeda e apresente as suas funções.


2. Como era conhecido o sistema de trocas directas?
3. Comente a seguinte frase: “A moeda desenvolveu as
transacções económicas por sua aceitação generalizada.
Entretanto, a moeda é um produto como qualquer outro”.
4. Quais eram os principais inconvenientes do sistema de trocas
directas (escambo)?
5. Quais são os tipos de moeda?

RESPOSTAS: Ver unidade temática

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. A moeda surgiu na antiguidade para solucionar problemas
relacionados às trocas no sistema económico
2. O sistema de trocas em que os bens produzidos em quantidades
maiores do que as necessidades eram utilizadas em trocas por
outros bens, ficou conhecido como metalismo.
3. A utilização da moeda proporcionou a dissociação do acto de vender
do acto de comprar.
4. À medida que a civilização se desenvolveu, os metais preciosos
(ouro e prata) se tornaram o meio de troca mais comum e ficou
conhecido como a era do escambo.
5. Actualmente o papel-moeda e o dinheiro em forma de moeda são
emitidos pelos bancos comerciais de cada país.

123
6. Moeda é um activo financeiro de aceitação geral, utilizado para
intermediar as transacções económicas e para pagamento
instantâneo de bens e serviços.
7. Como reserva de valor, a moeda possibilita que sejam expressos em
unidades monetárias os valores de todos os bens e serviços.

RESPOSTAS: 1V; 2F; 3V; 4F; 5F; 6V; 7F


Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha
1. São funções da moeda as seguintes:
a) Reserva de Valor, Meio de Troca e gerador de Liquidez
b) Reserva de Valor, Meio de Troca e Unidade de conta
c) Reserva de Valor, Gerador de Liquidez e Unidade de conta
d) Reserva Obrigatória, Meio de Troca e Unidade de conta
2. A moeda emitida pelo Banco Central, que representa parcela
significativa da quantidade de dinheiro em poder do público chama-
se:
a) Moeda metálica
b) Moeda escritural
c) Moeda mercadoria
d) Papel-moeda
3. Definem-se três tipos de moeda:
a) Moedas metálicas, Papel-moeda e Moeda escritural;
b) Moedas metálicas, Papel-moeda e Moeda de escambo;
c) Moedas metálicas, Moeda de escambo e Moeda
escritural;
d) Moedas de escambo, Papel-moeda e Moeda escritural.

RESPOSTAS: 1B; 2D; 3A

UNIDADE TEMÁTICA 11.2. A demanda e a oferta por moeda

Introdução

A moeda tem sempre recebido atenção dos pesquisadores e nos meios


académicos, no que se refere a formulação de modelos de carácter
macroeconómico, principalmente no decorrer deste último século.
Considerável esforço foi empenhado pelos estudiosos no sentido de
elaborar teorias que explicassem de maneira mais fiel possível a
realidade económica e do sector monetário. Quanto a demanda e a
oferta por moeda, dentro desse contexto, foi exaustivamente
enfatizado que ela desempenharia um papel essencial na construção
desses modelos mais amplos do sistema económico.

124
Dessa forma, pretende-se apresentar uma revisão sintética dos
principais fundamentos da demanda e da oferta por moeda trazendo
uma visão holística do tema e uma concepção mais moderna.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

• Discutir sobre os fundamentos da retenção de moeda;


• Relacionar a oferta e a demanda de moeda.
Objectivos
Específicos • Compreender o equilíbrio no mercado monetário.

Demanda por moeda

De acordo com Vasconcellos (2011), as pessoas e empresas demandam


moeda em excesso em relação às transacções do período. Isso acontece
porque elas precisam da moeda pelos seguintes motivos:
• Para transacções: como os recebimentos e pagamentos não
acontecem ao mesmo tempo, as pessoas precisam reter moeda
para pagar suas despesas. Incluem despesas do período como
alimentação, matérias-primas, aluguéis, luz, água, etc.
• Por precaução: refere-se àquela parte da renda das pessoas retida
para atender a despesas inesperadas do período e para a
“realização de compras vantajosas”.
• Para especulação: ocorre quando uma parcela da renda das
pessoas é colocada em aplicações financeiras novas, de curtíssimo
prazo, em função da expectativa de ganhos extraordinários.
A demanda de moeda é influenciada pela taxa de juros. Quem define as
taxas de juros são as autoridades monetárias. No caso de Moçambique,
é definido pelo CPMO (Comité de Política Monetária do Banco de
Moçambique).

A taxa de juros é o preço da moeda, ou seja, o preço do dinheiro no


mercado financeiro.

Mankiw (2010) afirma que quanto maior a taxa de juros, menor é a


quantidade de moeda demandada e retida para especulação e vice-
versa, ou seja, existe uma relação inversa entre a taxa de juros do
mercado e a demanda especulativa por moeda.

Podemos perceber que a demanda por moeda é influenciada pela taxa


de juros.

125
Figura 11-2.1: Demanda por moeda

Oferta de moeda

A oferta de moeda é o suprimento de moeda para atender às


necessidades da sociedade.

As autoridades monetárias decidem a quantidade de moeda que será


emitida pelo governo em um determinado período. Essas autoridades
emitem uma quantidade de moeda suficiente para garantir o
funcionamento do sistema económico.
Assim sendo, a oferta de moeda não depende da taxa de juros, mas da
política económica do governo, que determina a quantidade de moeda
emitida por período de tempo.

Se a autoridade monetária é quem emite moeda, por que não emitir


dinheiro para tornar a sociedade mais rica?

A resposta está no equilíbrio que deve haver entre emissão de moeda


e produto da economia. A quantidade de moeda emitida depende do
produto da economia.
• Se a quantidade de moeda emitida for superior ao crescimento
do produto ocorrerá excesso de liquidez e podemos ter inflação.
Em outras palavras, quando se tem muita moeda disponível, a
moeda assim como os demais produtos se desvaloriza
ocasionando aumento dos preços.
• No sentido contrário, se a quantidade de moeda emitida for
inferior ao crescimento do produto ocorrerá falta de liquidez,
podendo ocasionar crise económica, dificuldade de realizar as
transacções e queda no produto.

126
Taxa de
juros

Mo Moeda

Conceito de meios de pagamento

A oferta de moeda também é chamada de meios de pagamento. Os


meios de pagamento constituem o total de moeda à disposição do
sector privado não bancário, de liquidez imediata, ou seja, que pode ser
utilizada imediatamente para efectuar transacções. Os meios de
pagamento em sua forma tradicional são dados pela soma da moeda
em poder do público mais os depósitos à vista nos bancos comerciais.

Ou seja, pela soma da moeda manual e da moeda escritural.


Meios de pagamento = moeda em poder do público + depósitos à
vista nos bancos comerciais
Os meios de pagamento representam, então, quanto a sociedade tem
de moeda física (metálica e papel) com o público ou no cofre das
empresas somado a quanto ela tem em conta-corrente nos bancos.
Enfim, é a moeda que não rende juros, pois não está aplicada em contas
ou activos remunerados.

Também, o conceito económico de moeda é representado apenas pela


moeda que está com o sector privado não bancário, ou seja, exclui-se a
moeda que está com os próprios bancos comerciais e a que está com as
autoridades monetárias. Nesse sentido, os depósitos à vista ou em
conta corrente não são dinheiro dos bancos, mas dinheiro que pertence
ao público não bancário. O dinheiro que pertence aos bancos são seus
encaixes (caixa dos bancos comerciais) e suas reservas (quando os
bancos comerciais mantêm depositado no Banco Central).

Segundo Vasconsellos (2011), os meios de pagamento, conceituados


como moeda de liquidez imediata, que não rendem juros, também são
chamados, na literatura mais específica, de M1.

Para alguns objectivos, os economistas incluem como moeda a


chamada quase-moeda activo que tem
127
alta liquidez (embora não tão imediata) e que rende juros, como os
títulos públicos, as cadernetas de poupança, os depósitos a prazo e
alguns títulos privados, como letras de câmbio e letras imobiliárias.
Assim, a inclusão da quase-moeda origina outras definições de moeda,
como se segue:
• M1 = moeda em poder do público + depósitos à vista nos bancos
comerciais;
• M2 = M1 + depósitos para investimento + depósitos de
poupança + títulos privados (depósitos a prazo, letras cambiais,
hipotecárias e imobiliárias);
• M3 = M2 + fundos de renda fixa + operações compromissadas
com títulos federais;
• M4 = M3 + títulos públicos federais, estaduais e municipais.

A demanda e a oferta: o equilíbrio no mercado monetário

Temos aprendido neste módulo que um dos pressupostos que regem


qualquer mercado é o equilíbrio entre a demanda e a oferta. O mesmo
se dá ao mercado monetário.

O mercado monetário é onde se encontra a oferta e a demanda por


moeda e por sua vez onde se determina a taxa de juro de equilíbrio.
Todas as transacções financeiras são realizadas com base nessa taxa.

A taxa de juros é o preço da moeda, ou seja, é o preço que pagamos


para ter a moeda disponível.

A moeda, como os demais produtos, se acontecer uma grande procura


(demanda de moeda), ela se tornará mais cara (aumento da taxa de
juros). Por outro lado, se a procura diminuir, ela se tornará mais barata
(redução da taxa de juros).
Taxa de
Juros

Quantidade
de Moeda

Figura 11-2.2: Equilíbrio no mercado monetário

128
O gráfico acima mostra o equilíbrio entre a demanda e a oferta de
moeda. Podemos assim constatar que ao longo do tempo podem
ocorrer variações na taxa de juro.

Sumário

Nesta Unidade temática 11.2. vimos que o governo de cada país define
através das autoridades monetárias a oferta de moeda e por sua vez a
demanda de moeda depende de razões como para especulação, para
realizar as transacções e por precaução. A oferta de moeda também é
chamada de meios de pagamento. Os meios de pagamento constituem
o total de moeda à disposição do sector privado não bancário, de
liquidez imediata, ou seja, que pode ser utilizada imediatamente para
efectuar transacções. No mercado monetário, a oferta e a demanda de
moeda se encontram e é definida a taxa de juros de equilíbrio.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Conceitue os meios de pagamento.


2. Defina a M1, M2, M3 e M4.
3. Quais os motivos pela qual as pessoas demandam moeda?
4. Explique como ocorre o equilíbrio no mercado monetário?
5. “Se a autoridade monetária é quem emite moeda, por que não
emitir dinheiro para tornar a sociedade mais rica?” Responda com
base nos conhecimentos adquiridos nesta unidade temática.

RESPOSTAS: Ver unidades temáticas do tema

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. Moeda é um activo financeiro de aceitação individual, utilizado para
intermediar as transacções económicas e para pagamento
instantâneo de bens e serviços.
2. A oferta de moeda é a procura de moeda para atender às
necessidades da sociedade.
3. A oferta de moeda também é chamada de mercado monetário.
4. O mercado monetário é onde se encontra a oferta e a demanda por
moeda e por sua vez onde se determina a taxa de juro de equilíbrio.
5. Os meios de pagamento em sua forma tradicional são dados pela
soma da moeda em poder do público mais os depósitos à vista nos
bancos comerciais.
6. A demanda de moeda é influenciada pela taxa de juros. Quem
define as taxas de juros são as autoridades monetárias.

129
7. No caso de Moçambique, a taxa de juros é definida pelo CPMO
(Comité de Política Monetária do Banco Millennium BIM).

RESPOSTAS: 1F; 2F; 3F; 4V; 5V; 6V; 7F

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha


1. Quem controla a oferta de Moeda?
a) O Ministério da Economia e Planificação e Finanças;
b) A Assembleia da República;
c) O Banco Central;
d) O Governo através do Conselho de Ministros
2. Se a quantidade de moeda emitida for superior ao crescimento do
produto ocorrerá
a) Excesso de liquidez e podemos ter inflação.
b) Escassez de liquidez e podemos ter inflação.
c) Liquidez nula e podemos ter deflação.
d) Excesso de liquidez e podemos ter deflação.
3. A oferta de moeda também é chamada de:
a) Meios de pagamento.
b) Liquidez.
c) Activos financeiros.
d) Mercado monetário.

RESPOSTAS: 1C; 2A; 3A

UNIDADE TEMÁTICA 11.3. Taxas de juro

Introdução

Em qualquer economia na qual o mercado desempenha um papel


significativo, as taxas de juros exercem uma influência generalizada
sobre as decisões e o desempenho económicos. De um lado, elas
influenciam a disposição de poupar; de outro, influenciam a procura e
a alocação dos recursos provenientes de empréstimos.

Taxa de juros é o preço da moeda, ou seja, o preço do dinheiro no


mercado financeiro.

A importância do estudo das taxas de juros, mostra-se relevante pelo


seu papel fundamental para o processo decisório na área da economia
dos países.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

130
• Entender sobre o conceito de taxa de juros e o seu papel na economia
• Distinguir a taxa de juros nominal da taxa de juros real;

Objectivos
Específicos
A taxa de juros

A taxa de juros representa o preço do dinheiro no tempo. É uma taxa


que mostra a rentabilidade daqueles que aplicam o dinheiro, ou
simplesmente poupam, e mostra o custo do dinheiro face a um
empréstimo. Normalmente ela é expressa em uma percentagem por
um determinado período de tempo.

Para as empresas, as decisões dos empresários quanto à compra de


máquinas, equipamentos, aumentos ou diminuição de estoques, de
matérias-primas ou de bens finais, e de montantes de capital de giro
serão determinadas não só pelo nível actual, mas também pelas
expectativas quanto aos níveis futuros das taxas de juros. Os
consumidores, por sua vez, exercerão um maior poder de compra à
medida que as taxas de juros diminuírem, e o contrário, se as taxas de
juros aumentarem.

A taxa de juros a qual os bancos comerciais emprestam depende


basicamente da oferta e demanda de dinheiro da economia. Como o
Banco Central tem o monopólio de emissão de moeda, ele acaba
influenciando na taxa de juros. O Banco Central influencia a taxa de
juros através de compra e venda de títulos no mercado de títulos.
Também afecta as taxas de juros por meio da chamada taxa de
redesconto, que é o quanto ela cobra em empréstimos ao sistema
bancário. Também considerada uma taxa de referencia, pela qual os
Bancos comerciais aplicam a sua margem de rentabilidade perante o
público.

De acordo com Vasconcelos (2011), o Banco Central que controla a


quantidade de moeda, acaba por fim controlando as taxas de juro da
economia, porque quando muda o nível da taxa de juros, todos os
mercados da economia são afectados. Assim, uma elevada taxa de
juros:
• Desestimula o investimento produtivo na economia;
• Aumenta o custo de oportunidade da poupança, dada a
atractividade do mercado financeiro;
• Incentiva o ingresso de recursos financeiros de outros países;
• Aumenta o custo da dívida pública interna.

Taxa de juros real e taxa de juros nominal

131
As diferenças entre as taxas de juros nominais e as taxas de juros reais
merecem uma atenção especial, pois elas têm implicações nas decisões
de investimento.

Para Mankiw (2010), os economistas chamam a taxa de juros paga pelos


bancos de taxa de juros nominal e o aumento do poder de compra
(aquisitivo) da moeda de taxa de juros real.

Esta distinção faz-se sentir quando há inflação. Assim, enquanto a taxa


de juros nominal mede o preço pago ao poupador por suas decisões de
poupar, ou seja, de transferir o consumo presente para o consumo
futuro, a taxa de juros real mede o retorno de uma aplicação em termos
de quantidades de bens, isto é, já descontada a taxa de inflação
(Vasconcelos, 2011).

Denotando a taxa de juros nominal por i, a taxa de juros real por r, e a


taxa de inflação por π, podemos representar a relação entre as três
variáveis por:
• r=i–π

Logo, a taxa de juros real é a diferença entre a taxa de juros nominal e


a taxa de inflação. Esta relação é dada pela equação de Fischer.
Reorganizando, a equação mostra que a taxa nominal é a soma da taxa
de juros real e a taxa de inflação.
• i=r+π
A equação de Fisher mostra que a taxa de juros nominal pode se mudar
por duas razões:
1. Porque mudou a taxa de juros real; ou
2. Porque mudou a taxa de inflação.

Sumário

Nesta Unidade temática 11.3. abordamos sobre a taxa de juros como


sendo o preço da moeda ao longo do tempo e vimos que o estudo das
taxas de juros, mostra-se relevante pelo seu papel fundamental para o
processo decisório na área da economia dos países.

Fizemos distinção entre os dois tipos de taxas de juros concretamente


a taxa de juros nominal e a taxa de juros real e constatamos que entre
distinção faz-se sentir quando há inflação.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Defina taxa de juros.


2. O que é taxa de juros de equilíbrio.
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3. Apresente a diferença entre taxa de juros real e nominal.
4. De acordo com Fisher quais são as razoes que justificam as
alterações na taxa de juros nominal ao longo do tempo.
5. Comente a seguinte afirmação: “O Banco Central que controla a
quantidade de moeda, acaba por fim controlando as taxas de juro
da economia”.

RESPOSTAS: Ver unidades temáticas do tema

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).


1. A taxa de juros representa o preço do dinheiro no tempo.
2. A taxa de juros mostra a rentabilidade do dinheiro e mostra o custo
do dinheiro face a um empréstimo.
3. Normalmente a taxa de juros é expressa em forma algébrica por um
determinado período de tempo.
4. A taxa de juros a qual os bancos comerciais emprestam depende
basicamente da oferta e demanda de dinheiro da economia.
5. O Banco Central influencia a taxa de juros através de compra e
venda de títulos no mercado de títulos.
6. O Banco Comercial que controla a quantidade de moeda, acaba por
fim controlando as taxas de juro da economia.
7. Os economistas chamam a taxa de juros paga pelos bancos de taxa
de juros real e o aumento do poder de compra (aquisitivo) da moeda
de taxa de juros nominal.

RESPOSTAS: 1V; 2V; 3F; 4V; 5V; 6F; 7F


Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha

1. O Poder aquisitivo da moeda é denominado por:


a) Taxa de juros nominal;
b) Taxa de juros de redesconto;
c) Taxa de juros real
d) A taxa de redesconto.
2. Uma elevada taxa de juros:
a) Estimula o investimento produtivo na economia;
b) Reduz o custo de oportunidade da poupança, dada a
atractividade do mercado financeiro;
c) Incentiva o ingresso de recursos financeiros de outros países;
d) Nenhuma das alternativas.
3. A taxa de juros real mede o retorno de uma aplicação em termos de
quantidades de bens, isto é, já descontada:
a) A taxa de reservas obrigatórias;
b) A taxa de juros nominal;
c) A taxa de inflação;
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d) A taxa de juros de redesconto.

RESPOSTAS: 1C; 2C; 3D; 4A; 5A

EXERCÍCIOS DO TEMA

Exercícios para AVALIAÇÃO

Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso).

1. A moeda resolveu, em parte, os problemas das trocas directas ou


em espécies. Entretanto, surgiram problemas com as mercadorias
que serviam de moeda.
2. Actualmente, as moedas são cunhadas em metal não precioso,
trazendo impresso o seu valor.
3. A demanda por moeda é influenciada pelo Estado.
4. A oferta de moeda depende da taxa de juros.
5. O mercado monetário é onde se encontra a oferta e a demanda por
moeda e por sua vez onde se determina a taxa de juro de equilíbrio.

RESPOSTAS: 1V; 2V; 3F; 4F; 5V.

Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha

1. A utilização de metais preciosos tinha dois inconvenientes:


a) A estocagem e a perecividade;
b) O custo de transporte e o risco de assaltos;
c) O custo de transporte e a perecividade.
2. Actualmente o papel-moeda e o dinheiro em forma de moeda são
emitidos pelos:
a) Bancos Centrais;
b) Bancos Comerciais;
c) Governos.
3. A Moeda escritural é aquela que é criada pelo:
a) Governo;
b) Banco Central;
c) Sistema bancário.

4. A Moeda como meio de toca:


a) Possibilita que sejam expressos em unidades monetárias os
valores de todos os bens e serviços produzidos pelo sistema
económico;
b) Serve para intermediar o fluxo de bens, serviços e factores de
produção da economia;
c) Pode ser acumulada para a aquisição de um bem ou serviço
no futuro.
5. A oferta de moeda depende:

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a) Da demanda por moda;
b) Da taxa de juros;
c) Da política económica do governo.

RESPOSTAS: 1B; 2A; 3C; 4B; 5C

Referências Bibliográficas

1. Mankiw, N.G. (2010). Macroeconomia (7ª ed.). NY, EUA: Whorth


Publishers.
2. Mochón, F. (2007). Princípios de economia. São Paulo; Brasil:
Pearson Prentice Hall.
3. Vasconcelos, M.A.S. (2011). Economia: micro e macro (5ª ed.). São
Paulo; Brasil: Atlas Editora.

EXERCÍCIOS GERAIS PARA AVALIAÇÃO DO MÓDULO

Exercícios gerais para AVALIAÇÃO do módulo

1. Na definição da economia estão expressos duas ideias-chave:


a) Escassez e eficiência;
b) Procura e oferta;
c) Escassez e excesso;
d) Mercado e bens.
2. Uma das premissas fundamentais da economia é o ceteris ou
coeteris paribus. Esta premissa refere que:
a) O todo nem sempre é a soma das partes;
b) Devemos manter o resto constante quando estivermos a
analisar o efeito de uma variável sobre a outra;
c) O facto do acontecimento A ocorrer antes do
acontecimento B não quer dizer que o A seja a causa do B;
d) Os recursos são escassos.
3. A representação das diferentes combinações máximas de bens e
serviços que podemos ter com os recursos e tecnologias
disponíveis chamamos de:
a) Custo de oportunidade;
b) Curva da procura;
c) Eficiência económica;
d) Fronteira das Possibilidades de Produção.
4. Os problemas fundamentais da economia são:
a) O quê e onde? como? para quem? produzir;
b) O quê e quanto? como? para quem? produzir;
c) O quê e quanto? onde? para quem? produzir;
d) O quê e quanto? como? onde? Produzir.
5. As questões económicas que envolvem juízos de valores fazem
parte da:
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a) Economia positiva;
b) Economia dirigida;
c) Economia normativa;
d) Economia de mercado.
6. A economia refere-se ao estudo da forma como as sociedades
utilizam recursos escassos para produzir bens e serviços com valor
para os distribuir entre indivíduos diferentes.
a) Verdade;
b) Falso.
7. Em geral, podemos distinguir duas formas fundamentais de
organizar uma economia: economia dirigida e economia de
mercado. Estamos diante de uma economia dirigida quando as
decisões são tomadas nos mercados, onde os indivíduos ou
empresas trocam bens e serviços, através de transacções que
envolvem pagamentos em dinheiro.
a) Verdade;
b) Falso.
8. Os pontos além da FPP só podem ser possíveis de se alcançar caso
existia uma melhoria na tecnologia ou um aumento dos recursos
disponíveis.
a) Verdade;
b) Falso.
9. O custo de oportunidade é o valor económico da melhor alternativa
sacrificada ao se optar pela produção de um determinado bem ou
serviço.
a) Verdade;
b) Falso.
10. A eficiência económica exige que uma economia produza a menor
combinação de quantidade e qualidade de bens e serviços dada a
sua tecnologia e recursos escassos.
a. Verdade;
b. Falso.
11. Mercado em economia refere-se a
a) Um lugar virtual onde são comercializadas mercadorias;
b) Um lugar físico onde são vendidos bens;
c) Um mecanismo pelo qual compradores e vendedores
interagem para determinar os preços e trocar bens, serviços
e activos;
d) Existência de vendedores de produtos.
12. Se os preços estiverem muito altos, no mercado haverá:
a) Escassez do produto;
b) Excesso do produto;
e) Excesso de procura;
f) Nenhum dos fenómenos acima.
13. Mantendo os restantes factores constantes, se rendimento médio
dos consumidores diminuir:
a) A procura vai aumentar;
b) A procura vai diminuir;

136
c) A quantidade procurada vai aumentar;
d) A procura vai diminuir e quantidade procurada permanecer
inalterada.
14. Mantendo o resto constante, sempre que aumentamos o preço de
um bem a sua quantidade procurada diminui. Este conceito é
referente:
a) A lei da procura;
b) A lei da oferta;
c) Ao mercado;
d) A escassez.
15. Qual das seguintes não é uma equação da oferta?
a) Q = 8Q - 40;
b) Q = 17 + 0.5Q;
c) Q = 40 - 3Q;
d) Q = 40 + 2Q.
16. Os problemas económicos podem ser resolvidos através do
mecanismo de mercado.
a) Verdade;
b) Falso.
17. Se os gostos por um bem diminuírem, mantendo o resto constante,
a procura por esse bem vai diminuir assim como a quantidade
procura diminui.
a) Verdade;
b) Falso.
18. As alterações no preço do bem causam movimentos ao longo da
curva da procura e também podem causar deslocamento desta
curva.
a) Verdade;
b) Falso.
19. Pode-se conceituar a oferta como as várias quantidades que os
produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período
de tempo.
a) Verdade;
b) Falso.
20. A inclinação da curva da oferta é negativa.
a) Verdade;
b) Falso.
21. Caso haja uma redução da procura, mantendo-se inalterada a
oferta:
a) Aumentarão, ao mesmo tempo, as quantidades
transacionadas e os preços;
b) Cairão as quantidades transacionadas e os preços também;
c) Maiores quantidades serão transacionadas a preços mais
baixos;
d) Menores quantidades serão transacionadas a preços mais
altos.
22. Com as seguintes expressões de procura e oferta, Qd=20–4P e
Qs=6P, temos o seguinte equilíbrio:
a) Q=2 e P=12;
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b) Q=7 e P=53;
c) Q= 10 e P=14;
d) Q=12 e P=2.
23. Se a procura for muito baixa, os vendedores vão:
a) Aumentar o preço;
b) Diminuir o preço;
c) Aumentar as quantidades oferecidas;
d) Nenhum das alternativas acima.
24. Se a procura estiver muito alta, os vendedores vão:
a) Baixar o preço;
b) Não fazer nada, afinal é um cenário óptimo para eles;
c) Subir o preço;
d) Nenhuma das alternativas está correcta.
25. Num mercado em equilíbrio, se a oferta diminuir,
a) Os preços e as quantidades transacionadas vão aumentar;
b) Os preços vão aumentar e as quantidades transacionadas
vão diminuir;
c) Os preços e as quantidades transacionadas vão diminuir;
d) Os preços vão baixar e as quantidades transacionadas vão
aumentar.
26. O preço de uma mercadoria é determinado pelo vendedor sem
fazer um estudo da procura.
a) Verdade;
b) Falso.
27. Expansão da procura, mantendo-se inalterada a oferta:
aumentarão, ao mesmo tempo, as quantidades transacionadas e os
preços.
a) Verdade;
b) Falso.
28. Redução da procura, mantendo-se inalterada a oferta: cairão as
quantidades transacionadas e os preços aumentarão.
a) Verdade;
b) Falso.
29. Expansão da oferta, mantendo-se inalterada a procura: maiores
quantidades serão transacionadas a preços mais baixos.
a) Verdade;
b) Falso.
30. Redução da oferta, mantendo-se inalterada a procura: menores
quantidades serão transacionadas a preços mais altos.
a) Verdade;
b) Falso.
31. Um aumento do salário real, mantendo o resto constante, faz com
que:
a) A oferta do trabalho diminua;
b) A procura por trabalho aumente;
c) A quantidade oferecida do trabalho aumente;
d) Nenhuma das alternativas acima.
32. Num mercado em equilíbrio, um aumento no salário causa o
seguinte:
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a) Desemprego;
b) Nenhum impacto no mercado;
c) A oferta do trabalho será;
d) Aumento do emprego.
33. Qual dos elementos abaixo não constitui um capital físico?
a) Máquinas;
b) Equipamento;
c) Prédios;
d) Dinheiro.
34. A quantidade oferecida de um recurso natural renovável é:
a) Variável e a sua oferta elástica;
b) Fixa e a sua oferta é perfeitamente inelástica;
c) Variável e a sua oferta inelástica;
d) Fixa e a sua oferta inelástica.
35. Qual dos seguintes recursos constitui um renovável?
a) Lagos;
b) Carvão;
c) Chuva;
d) Vento.
36. No mercado de trabalho o salário é que dita as quantidades
procuradas e oferecidas do trabalho.
a) Verdade;
b) Falso.
37. Os elementos da oferta de trabalho são a renda e a taxa de juros.
a) Verdade;
b) Falso.
38. As horas de trabalho sempre aumentam a medida que salário
aumenta.
a) Verdade;
b) Falso.
39. O petróleo é um exemplo de um recurso natural não renovável.
a) Verdade;
b) Falso.
40. Taxas de juros baixas desincentivam a oferta por capital financeiro.
a) Verdade;
b) Falso.
41. Uma falha de mercado origina:
a) Uma alocação eficiente de recursos;
b) Uma alocação ineficiente de recursos;
c) Um aumento no bem-estar social;
d) Nenhuma das alternativas acima.
42. A falha de mercado originada por um bem público pode ser corrigida
se este bem estiver sob tutela:
a) De um privado;
b) De uma empresa com fins lucrativos;
c) Do Estado;
d) Nenhuma das alternativas acima.
43. Os efeitos das externalidades podem ser corrigidos através de:

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a) Entrega dos bens para serem explorados pelo Estado;
b) Criação de leis de defesa dos consumidores;
c) Criação de leis de defesa dos concorrentes;
d) Fixação de um nível máximo de poluição.
44. As falhas do mercado surgem pelas seguintes razões, com excepção
de:
a) Existência de muitos consumidores e produtores;
b) Poder de mercado;
c) Informação assimétrica;
d) Externalidades.
45. Assimetria de informação refere-se a uma situação em que:
a) Os vendedores possuem mais informações acerca do
produto em relação aos consumidores;
b) Os vendedores e os consumidores possuem informação
completa acerca do produto;
c) No mercado há mais vendedores que compradores;
d) Nenhuma das alternativas está correcta.
46. As falhas de mercado só podem ser corrigidas por via de intervenção
do governo.
a) Verdade;
b) Falso.
47. Uma externalidade negativa pode ser corrigida a partir da imposição
de um imposto pigouviano.
a) Verdade;
b) Falso.
48. Os bens públicos podem originar falhas de mercado por causa da
inexistência de free riders.
a) Verdade;
b) Falso.
49. O poder de mercado pode ser apontado como uma das razões que
justificam as falhas de mercado.
a) Verdade;
b) Falso.
50. O problema dos bens públicos podem ser resolvidos se estiverem a
ser explorados por privados.
a) Verdade;
b) Falso.
51. As premissas subjacentes as preferências do consumidor são:
a) Integralidade, transitividade e utilidade;
b) Transitividade, mais é melhor do que menos e integralidade;
c) Integralidade, transitividade e mais é melhor do que menos;
d) Mais é melhor do que menos, transitividade e utilidade.
52. Utilidade marginal refere-se a:
a) Utilidade ou satisfação adicional ou extra que um
consumidor obtém ao consumir uma unidade adicional de
determinado bem;
b) Quantidade máxima de um bem que um consumidor está
disposto a deixar de consumir para obter uma unidade
adicional de um outro bem;
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c) Satisfação total que um bem proporciona a um consumidor;
d) Nenhuma das alternativas acima.
53. A linha orçamental nos mostra:
a) As diferentes combinações máximas de bens que a nossa
renda pode adquirir;
b) O dinheiro que temos disponível;
c) Diferentes combinações de bens que estão disponíveis para
o consumo;
d) As diferentes combinações mínimas de bens que a nossa
renda pode adquirir.
54. Um mapa de indiferença é diferente da curva de indiferença. O
mapa de indiferença refere-se:
a) A combinação de bens e serviços que fornecem ao
consumidor o mesmo nível de satisfação;
b) A representação geométrica de um conjunto de curvas de
indiferença;
c) A restrição orçamental;
d) A TMS.
55. O equilíbrio do consumidor (a maximização da satisfação do
consumidor) é atingido quando:
a) Ele gasta toda sua renda para comprar os seus bens;
b) A linha do orçamento é tangente a curva de indiferença;
c) Ele compra mercadorias que mais prefere;
d) Nenhuma das alternativas está correcta.
56. A premissa da transitividade nos diz que se um consumidor prefere
a cesta de mercado A a B e prefere B a C, então entre A e C ele
preferirá a cesta A.
a) Verdade;
b) Falso.
57. As curvas de indiferença não podem se interceptar.
a) Verdade;
b) Falso.
58. Segundo a lei da utilidade marginal decrescente, à medida que a
quantidade consumida de um bem aumenta, a utilidade marginal
desse bem tende a aumentar.
a) Verdade;
b) Falso.
59. A taxa marginal de substituição (TMS) refere-se a quantidade
máxima de um bem que um consumidor está disposto a deixar de
consumir para obter uma unidade adicional de um outro bem.
a) Verdade;
b) Falso.
60. Restrição orçamental refere-se a restrição que os consumidores
enfrentam como resultado do facto de suas rendas serem limitadas.
a) Verdade;
b) Falso.
61. O acerto de preços ou de quantidades nos mercados relacionados
faz com que o outro mercado tenha de acertar, também, o seu

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preço ou a sua quantidade. A esta acção chamamos de:
a) Equilíbrio geral;
b) Efeito feedback;
c) Equilíbrio parcial;
d) Mercados interdependentes.
62. A análise do equilíbrio geral refere-se:
a) A determinação simultânea de preços e quantidades em
todos os mercados relevantes, sem levar em conta os efeitos
de feedback;
b) A determinação simultânea de preços e quantidades em
todos os mercados relevantes, levando em conta os efeitos
de realimentação;
c) A determinação parcial de preços e quantidades em todos os
mercados relevantes, levando em conta os efeitos de
realimentação;
d) Nenhuma das alternativas acima.
63. Na análise do equilíbrio geral os mercados interdependentes
interagem entre si até o ponto onde:
a) A quantidade procurada e a quantidade oferecida são iguais
pelo menos num dos dois mercados;
b) A quantidade procurada e a quantidade oferecida são iguais
num só mercado;
c) A quantidade procurada e a quantidade oferecida são
respectivamente iguais em cada um dos dois mercados;
d) A quantidade procurada e a quantidade oferecida são
diferentes em cada um dos dois mercados.
64. A análise do equilíbrio geral diz respeito a mercados
interdependentes.
a) Verdade;
b) Falso.
65. Ao analisarmos o equilíbrio geral estamos a analisar a determinação
simultânea de preços e quantidades em todos os mercados
relevantes, sem levar em conta os efeitos de realimentação.
a) Verdade;
b) Falso.
66. O efeito de feedback refere-se ao ajuste que se realiza no preço ou
na quantidade em um determinado mercado causado por ajustes
de preços ou de quantidades em mercados relacionados.
a) Verdade;
b) Falso.
67. Para se atingir o equilíbrio geral os preços só precisam alterar-se
três (3) vezes.
a) Verdade;
b) Falso.
68. Para se atingir o equilíbrio geral os preços só precisam alterar-se
entre três (3) e cinco (5) vezes.
a) Verdade;
b) Falso.

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69. Para se atingir o equilíbrio geral os preços podem alterar-se quantas
vezes forem necessárias para o efeito.
a) Verdade;
b) Falso.
70. A realimentação ou o feedback constitui um factor muito
importante na relação entre dois ou mais mercados
interdependentes.
a) Verdade;
b) Falso.
71. O funcionamento de uma economia baseia-se no cumprimento de
uma série de objectivos, dos quais os três mais relevantes são
alcançar:
a) O rápido crescimento da produção, um nível elevado de
desemprego e a estabilidade do nível de preços;
b) O rápido crescimento da economia, um nível elevado de
preços e a estabilidade do nível de desemprego;
c) O rápido crescimento da economia, um nível elevado de
desemprego e a redução do nível de preços.
72. Os principais instrumentos de política macroeconómica são:
a) Política Monetária e Política Fiscal;
b) Política de Juros e Política Fiscal;
c) Política Monetária e Política Tributaria.
73. As variáveis Imposto e Gasto Público são instrumentos da Política:
a) Monetária;
b) Tributária;
c) Fiscal.
74. A relação entre os agentes económicos é conseguida através de um
pequeno esquema que se designa por:
a) Agregado Macroeconómico;
b) Circuito económico;
c) Política económica.
75. A Macroeconomia estuda as variáveis económicas agregadas, como
a produção da economia em seu conjunto.
a) Verdade;
b) Falso.
76. A Política Macroeconómica é o conjunto de medidas
governamentais que tentam influenciar o andamento da economia
de forma agregada.
a) Verdade;
b) Falso.
77. A taxa de crescimento económico é a taxa a qual a inflação aumenta
por ano.
a) Verdade;
b) Falso.
78. Às instituições sociais é, normalmente, atribuído um duplo papel no
sistema económico: a elas cabe fornecer a força de trabalho que
permitirá produzir bens e serviços; além disso, é o agente a quem
está associada a noção de consumo.
a) Verdade;
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b) Falso.
79. Estamos perante um cenário de trade-off quando é preciso conciliar
duas ou mais coisas para obter um bem maior.
a) Verdade;
b) Falso.
80. Para analisar o funcionamento da economia, a macroeconomia
concentra-se apenas no estudo do PIB o que lhe permite
estabelecer objectivos concretos e desenhar a Política
Macroeconómica.
a) Verdade;
b) Falso.
81. Pela óptica da produção podemos dizer que o PIB corresponde?
a) PIB= VAB;
b) PIB = DI;
c) PIB = C + I + G + NX.
82. Podemos assim identificar os três tipos de actividades que
correspondem as três ópticas de medição do produto:
a) Óptica de produção, óptica de remuneração e da despesa;
b) Óptica de produção, óptica de rendimento e da despesa;
c) Óptica de produção, óptica de remuneração e de
rendimento.
83. O Produto Nacional Bruto, na óptica de produção, corresponde:
a) PNB = PIB - RR – RP;
b) PNB = PIB - RR + RP;
c) PNB = PIB + RR – RP.
84. Em uma economia, se a renda enviada para o exterior é maior que
a renda recebida do exterior, então:
a) O PIB é maior que o PNB;
b) O PIB é menor que o PNB;
c) O PIB é igual ao PNB.
85. A despesa interna é:
a) Feita pelos residentes quer em produtos internos quer em
importados;
b) A diferença entre importações e exportações;
c) A despesa em produtos dentro das nossas fronteiras.
d) A contabilidade nacional é uma técnica que tem por
objectivo medir a actividade económica de um país nas suas
diversas vertentes
86. A contabilidade nacional é uma técnica que tem por objectivo medir
a actividade económica de um país nas suas diversas vertentes.
a) Verdade;
b) Falso.
87. A medição do Produto é de grande interesse porque a quantidade e
qualidade dos bens e serviços a disposição da sociedade são
importantes determinantes da qualidade de vida dos indivíduos de
um país.
a) Verdade;
b) Falso.

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88. O produto interno bruto (PIB) mede o valor monetário total dos
bens e serviços finais produzidos para o mercado durante
determinado período de tempo (mais de um ano), numa
determinada região do país.
a) Verdade;
b) Falso.
89. Podemos assim identificar os três tipos de actividades que
correspondem as três ópticas de medição do produto: óptica de
produção, óptica de remuneração e da despesa.
a) Verdade;
b) Falso.
90. O PIB nominal constitui um melhor indicador do bem-estar
económico do que o PIB real.
a) Verdade;
b) Falso.
91. Quem controla a oferta de Moeda?
a) O Ministério da Economia e Planificação e Finanças;
b) A Assembleia da República;
c) O Banco Central;
d) O Governo através do Conselho de Ministros.
92. São funções da moeda as seguintes:
a) Reserva de Valor, Meio de Troca e gerador de Liquidez;
b) Reserva de Valor, Meio de Troca e Unidade de conta;
c) Reserva de Valor, Equilíbrio Monetário e Unidade de conta;
d) Reserva Obrigatória, Meio de Troca e Unidade de conta.
93. O Poder aquisitivo da moeda é denominado por:
a) Taxa de juros nominal;
b) Taxa de juros de redesconto;
c) Taxa de reserva obrigatória;
d) Taxa de juros real.
94. Se a quantidade de moeda emitida for superior ao crescimento do
produto ocorrerá:
a) Excesso de liquidez e podemos ter inflação;
b) Escassez de liquidez e podemos ter inflação;
c) Liquidez nula e podemos ter deflação;
d) Excesso de liquidez e podemos ter deflação.
95. Definem-se três tipos de moeda:
a) Moedas metálicas, Papel-moeda e Moeda escritural;
b) Moedas metálicas, Papel-moeda e Moeda de escambo;
c) Moedas metálicas, Moeda de escambo e Moeda escritural;
d) Moedas de escambo, Papel-moeda e Moeda escritural.
96. A moeda resolveu, em parte, os problemas das trocas directas ou
em espécies.
a) Verdade;
b) Falso.
97. A utilização da moeda proporcionou a dissociação do acto de vender
do acto de comprar.
a) Verdade;
b) Falso.
145
98. Moeda é um activo financeiro de aceitação individual, utilizado para
intermediar as transacções económicas e para pagamento
instantâneo de bens e serviços.
a) Verdade;
b) Falso.
99. A oferta de moeda é a procura de moeda para atender às
necessidades da sociedade.
a) Verdade;
b) Falso.
100. A oferta de moeda também é chamada de mercado monetário.
a) Verdade;
b) Falso.

RESPOSTAS: 1A; 2B; 3D; 4B; 5C; 6A; 7B; 8A; 9A; 10B; 11C;
12B; 13B; 14A; 15C; 16A; 17A; 18B; 19A; 20B; 21B; 22D;
23B; 24C; 25B; 26B; 27A; 28B; 29A; 30A; 31C; 32A; 33D;
34B; 35C; 36A; 37B; 38B; 39A; 40A; 41B; 42C; 43D; 44A;
45A; 46B; 47A; 48B; 49A; 50B; 51B; 52A; 53A; 54B; 55B;
56A; 57A; 58B; 59A; 60A; 61B; 62B; 63C; 64A; 65B; 66A;
67B; 68B; 69A; 70A; 71A; 72A; 73C; 74B; 75A; 76A; 77B;
78B; 79B; 80B; 81A; 82B; 83B; 84A; 85A; 86A; 87A; 88B;
89B; 90B; 91C; 92B; 93D; 94A; 95A; 96A; 97A; 98B; 99B;
100B

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