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Tema:
Candidato: Supervisor:
i
DECLARAÇ1ÃO DE AUTORIA
Eu Fares Pio Alberto, declaro por minha honra que o presente trabalho é da minha autoria e
que nunca foi anteriormente apresentado para avaliação em nenhuma instituição de ensino
superior nacional ou de outro país.
O candidato
__________________________________
ii
TERMO DE RESPONSABILIZAÇÃO DO CANDIDATO E DO SUPERVISOR
O candidato O Supervisor
________________________________ ______________________________
iii
ÍNDICE
iv
2.1.1.1. IDE Horizontal ..................................................................................................................... 20
2.1.1.2. IDE vertical ......................................................................................................................... 21
2.2. A SASOL ................................................................................................................................... 23
2.2.1. Caracterização da Sasol .......................................................................................................... 23
2.2.1.1. Mineração na Sasol .............................................................................................................. 23
2.2.1.2. Combustível Sintético na Sasol............................................................................................ 24
2.2.1.3. Gás e Petróleo na Sasol ....................................................................................................... 24
2.2.1.4. Comércio de Químicos na Sasol .......................................................................................... 24
2.2.1.5. Tecnologias na Sasol............................................................................................................ 25
2.2.2. Principais Áreas de Actuação da Sasol ................................................................................... 26
2.2.2.1. Área da Energia da Sasol ..................................................................................................... 26
2.2.2.1.1. Processamento de Gás na Sasol ........................................................................................ 26
Tabela 1 Tipos de Gás Produzidos pela Sasol e Quantidade de Venda ...................................... 27
2.2.2.2. Área de Mineração na Sasol................................................................................................. 27
Tabela 2: Mineração na Sasol ....................................................................................................... 28
2.2.2.3. Área de Químicos da Sasol .................................................................................................. 29
2.2.2.3.1. Materiais Avançados ......................................................................................................... 29
2.2.2.3.2. Químicos Básicos.............................................................................................................. 29
2.2.2.3.3. Produtos Químicos de Cuidados Essenciais ..................................................................... 30
2.3. Sasol em Moçambique .............................................................................................................. 31
2.3.1. Principal Área de Atuação da Sasol em Moçambique ........................................................... 31
2.3.2 O Quadro Legal para a Actuaçao da Sasol em Moçambique.................................................. 32
2.3.3. Relação Contractual entre a Sasol e Governo de Moçambique .............................................. 33
Capítulo 3: Factores Determinantes do Investimento Directo Estrangeiro da Sasol em
Moçambique. ....................................................................................................................................... 35
3.2. A Abertura Comercial de Moçambique para o Mercado Internacional ..................................... 36
.3.3. Recursos Energéticos em Moçambique .................................................................................... 37
3.3.1. Carvão Mineral em Moçambique ....................................................................................... 37
Tabela 3: Companhias que Pesquisam e Exploram o Carvão Mineral em Moçambique ............. 39
3.3.2 Gás Natural em Moçambique .............................................................................................. 40
Tabela 4: Companhias que Exploram e Pesquisam o Gás Natural em Moçambique ................... 41
Capítulo 4: Impacto do Investimento Directo Estrangeiro da Sasol no Desenvolvimento
Económico das Comunidades Locais em Moçambique. .................................................................. 43
4.1. Infraestrutura .............................................................................................................................. 43
4.1 Emprego ...................................................................................................................................... 44
v
4.2. Saúde .......................................................................................................................................... 45
4.3. Educação .................................................................................................................................... 45
4.4. Agricultura ................................................................................................................................. 46
Referências Bibliográficas .................................................................................................................. 48
vi
AGRADECIMENTOS
De seguida endereço os meus agradecimentos aos meus pais, Pio Alberto e Zura Abílio pela
educação e pelo acompanhamento desde o ensino primário ao superior e agradecr também
aos meus irmãos Piodosa Pio, Rocha Pio, Elisabethe Pio, Ladino Pio, Josué e Calebe Pio, ao
meu cunhado Atanásio Cardoso e aos meus sobrinhos e filhos Ebenezer Cardoso e Miriam
Cardoso pelo suporte e motivação dada a mim duranrte a caminhada na faculdade.
Agradecer de forma especial ao meu supervisor MA. Kilton Portugal pelas instruçoes e pelos
ensinamentos dados durante a elaboraçao desta pesquisa. Salientar que tem sido uma
expiração pessoal na área académica. Agracer ao corpo docente da Universidade Joaquim
Chissano, pelos ensinamentos e pela formação e capacitação em materias de Relações
Internacionais e Diplomacia. Quero agradecer também a magna Universidade Joaquim
Chissano por conceder a mim uma Bolsa completa de estudo para que eu formasse na área
acima citada, o meu muito obrigado.
Por fim, quero agradecer de forma carinhosa aos meus amigos, colegas e familia adquirida
em Maputo, o meu obrigado a Décio Tchavana, Vilma Taero, Argentino Amisse, Bonifácio
Armando, Marcos Cussaia, Juma Januário, Rabia Pode, Pedro Ncuna, Litos Augusto, Norima
Uqueio e a todos do ano 2017 do curso de Relaçoes Internacionais e Diplomacia que
ajudaram-me nesta caminhada estudantil.
vii
DEDICATÓRIA
viii
LISTA DE SIGLAS E ABREVIARTURAS
GC – Gás Condesado
GM – Gás Metano
GN – Gás Natural
ix
LTFT - Low Temperature Fischer Tropsch
x
LISTA DE TABELAS
xi
SUMÁRIO EXECUTIVO
A presente pesquisa tem como tema: Impacto do Investimento Directto Estangeiro da Sasol
no Desenvolvimento Económico das Comunidades Locais em Moçambique. Esta
desenvolveu-se no período temporal compreendido entre 2004 á 2018, tendo como
delimitação espacial o Estado moçambicano, em especial a provincia de Inhambane na qual a
Sasol opera. O objectivo desta pesquisa é de compreender o Impacto do Investimento
Directo Estrangeiro da SASOL em particular no Desenvolvimento Económico das
Comunidades Locais em Moçambique. Deste modo, a pesquisa foi sustentada com a duas
(2) teorias que são: Teoria Pluarista e Teoria do Paradigma Eclético de Dunning. No âmbito
metodologico a pesquisa foi classificada quanto a natureza: básica, quanto aos objectivos:
analitica-explicativa, quanto a abordagem do problema sedo esta qualitativa, quanto ao
método de abordagem é hipotético-dedutivo. A pesquisa foi elaborada com base a três (3)
métodos de procedimentos que são: histórico, comparativo e monográfico e três (3) técnicas
sendo estas: técnica de entrevista, documental e bibliográfica. Através destes meios usados na
elaboração desta pesquisa, constatou-se que a Sasol contribui de forma significativa no
desenvolvimento económico das comunidades locias em que esta opera, sendo que, a
multinacional está engajada com projectos sociais que visam criar oportunidades de emprego,
construções e reabilitações de infraestrutura como estradas, escolas, mercados e hospitais,
fornecimento de intrumentos para a área da agricultura. Destre modo, foram alcançados os
objectivos da pesquisa e consideradas validas as hipóteses levantadas em conformidade com
as evidências apresentadas.
xii
Introdução
O presente trabalho tem como tema: Impacto do Investimento Directo Estrangeiro da Sasol no
Desenvolvimento Económico das Comunidades Locais em Moçambique. sendo feita uma
pesquisa com delimitação temporal que parte do ano de 2004 à 2018. Esta pesquisa torna-se
relevante na medida em que busca compreender o impacto da Sasol no desenvolvimento
economico das comunidades locais em moçambique, visto que este tem explorado o gás de
pande e temane desde 2004.
A pesquisa enquadra-se num contexto em que investimento directo estrangeiro (IDE) tem
assumido um papel fundamental no processo de desenvolvimento socio-económico dos paises
em desenvolvimento e Moçambique tem sido alvo de investimentos no sector energético por
razões de significativas descobertas e de sucessos de exploração de recursos naturais.
Deste modo, com a crescente importância da indústria extractiva na economia nas últimas duas
décadas, o Estado moçambicano aprovou extensa legislação no sector extrativo com enfoque no
sector mineiro, do petróleo e do gás pela necessidade de atrair IDE, o que implicava o
cumprimento das normas internacionais para responder as pressões dos investidores (CIP,
2017:7).
1
Delimitação do Espaço e do Tempo
A pesquisa tem como marco espacial o território moçambiçano. A escolha de Moçambique deve-
se ao facto deste possuir significativas reservas de gás natural localizadas principalmente nas
provincias de Cabo Delgado e de Inhambane, o que torna o país em alvo de grandes
investimentos no sector energético, como é o caso da multinacional sul-africana SASOL o
objecto de estudo desta pesquisa que opera em Inhambane (CIP, 2017:7).
A nível temporal, escolhe-se o período entre 2004 à 2018. A escolha do ano 2004 deve-se ao
inicio das actividades de produção e exportação de gás moçambicano pela SASOL tendo como
destino a vizinha África do Sul, após os acordos assinados em Outubro do ano 2000, entre o
governo moçambicano, a ENH e a SASOL o que viria a ser o desenvolvimento da indústria de
gás natural em Moçambique (Mosse e Selemane, 2008:9). E a escolha do ano de 2018 deve-se
pelo facto da multinacional SASOL contribuir com o maior investimento social na comunidade
local em que opera com cerca de US$ 40 milhões que resultou na construção de um centro de
saúde em Nhapele, reabilitações de escolas e fornecimento e abastecimento de água para
irrigação na área da agricultura a nível do distrito de Inhassoro1.
Contextualização
A pesquisa enquadra-se num contexto em que investimento directo estrangeiro (IDE) tem
assumido um papel fundamental no processo de desenvolvimento socio-económico dos paises
em desenvolvimento. De acordo com Anyanwu (2012:5) o investimento direto estrangeiro
contribui para o desenvolvimento econômico do receptor de IDE principalmente por duas
formas: a primeira através do aumento do capital doméstico e a segunda através da transferência
de novas tecnologias.
1
Sasol (2019), Consultado em:
https://www.sasol.com/sites/default/files/content/files/20.%20Sasol%20in%20Mozambique%2004_11_2019%20%2
8Pt%29.pdf aos 10 de Junho de 2022.
2
implicava o cumprimento das normas internacionais para responder as pressões dos investidores.
Em 2000 a empresa sul-africana Sasol assumiu um compromisso com o governo de Moçambique
para desenvolver um projecto de produção de 120 milhões de Giga Joules de gás para o consumo
em Moçambique e comercialização na Africa do Sul por 25 anos, este compromisso viabilizou o
projecto de gás natural a partir dos jazigos de Pande e Temane e construção de um gazeduto de
865km entre Temane e Secunda na Africa do sul, permitindo que Moçambique torne-se maior
produtor e explorador de gás natural na Africa Austral (CIP, 2017:7).
3
Justificativa
A nivel académico, são várias pesquisas que abordam sobre o impacto do investimento directo
estrangeiro no desenvolvimento económico de Moçambique como as dos pesquisadores
Morgado (2017), e Mucanze (2016). Contudo, poucas pesquisas falam do impado do IDE no
desenvolvimento económico das comunidades locais. Nesta perpespetiva, com o
desenvolvimento desta pesquisa, pretende-se estudar o Investimento Directo da SASOL e como
este influencia no desenvolvimento económico das comunidades locais em Moçambique,
particularmente na província de Inhambane.
Problematização
Moçambique tem sido alvo de investimentos no sector energético por razões de significativas
descobertas e de sucessos de exploração de recursos naturais. Tem havido várias argumentações
diferentes por parte de especialistas na área, no que tange ao desenvolvimento económico do país
através da exploração de recursos energéticos.
Por outro lado, segundo Wache (2008, citando Kassotche, 1999:67)2, As empresas
multinacionais que implantam os megaprojectos são operadoras imperialistas que exploram em
benefício dos seus dirigentes, ao mesmo tempo em que criam um trama de dependência política e
subdesenvolvimento económico e drenam a maior parte dos resultados da sua produção para os
países de origem, estando interessadas em manter o uso de uma força de trabalho relativamente
barata, baixas taxas de impostos e ter uma liberdade de manobra dentro do país. Para Nogueira
(2012:45), as multinacioanais enquanto no processo de exploraçao dos recursos naturais estão
apenas preocupadas no seu benefício económico a longo prazo através de pequenos incentivos a
2
Kassotche, F. D., (1999) Globalização: receios dos países em vias de desenvolvimento, ISRI, Maputo
4
sociedade onde estão inseridas sem qualquer compromisso no desenvolvimento da mesma
sociedade.
A divergência de opiniões entre os autores acima citados mostra que não existe uma única
percepção do impacto das multinacionais como é o caso da Sasol na promoção do
desenvolvimento das comunidades locais. Nesta perspectiva, urge questionar:
5
Objectivo Geral
Objetivos especificos
Questões de Pesquisa
Hipoteses
6
Metodologia
Classificação da Pesquisa
Quanto à Natureza a pesquisa é básica, este tipo de pesquisa tem como objectivo gerar
conhecimentos novos, úteis para o avanço da Ciência, sem aplicação prática prevista. Envolve
verdades e interesses universais (Gil, 2007:43). Neste ámbito, a pesquisa contribui para o avanço
da ciência no geral, e em particular para a área de Economia de Desenvolvimento e aprofundar
os estudos sobre os resultados do Investimento Directo Estrangeiro em Moçambique.
Quanto aos Objetivos a pesquisa é analítica-explicativa. Segundo Gil (1999 citado por Lundin,
2016:121)3 a pesquisa explicativa tem como objetivo básico a identificação dos fatores que
determinam ou que contribuem para a ocorrência de um fenômeno. É o tipo de pesquisa que
mais aprofunda o conhecimento da realidade, pois tenta explicar a razão e as relações de causa e
efeito dos fenômenos. Desta forma, a pesquisa permite a percepção da presença da SASOL em
Moçambique de forma analítica e explicativa, permite descrever os factores que contribuem para
que haja investimentos no país por parte da SASOL e como estes influeciam no desenvolvimento
económico das comunidades locais em Moçambique.
3
Gil, António Carlos (1999). Metodologia. Como Elaborar Projetas de Pesquis. Atlas. São Paulo
7
investimento directo estrangeiro proveniente da SASOL no desenvolvimento económico das
comunidades locais em Moçambique.
Métodos da Pesquisa
Métodos de Abordagem
Segundo Andrade (1998:118), é o caminho que se utiliza para realizar o objectivo geral da
pesquisa científica. Em outras palavras, o método de abordagem refere-se ao conjunto de
métodos que vão organizar, de forma lógica, o pensamento para solucionar o problema da
pesquisa. Para esta pesquisa recorreu-se ao método de abordagem hipotético-dedutivo.
Métodos de Procedimentos
Os métodos de procedimento tem uma finalidade mais restrita, aplicando-se aos objectivos
específicos do trabalho (Andrade, 1998:118). Para apesquisa recorreu-se aos seguintes métodos
de procedimentos: Histórico, Comparativo e Monográfico.
8
económico das comunidades locais de Moçambique através do investimento estrangeiro
proveniente da Sasol.
Método Monográfico - parte do princípio de que o estudo de um caso em profundidade pode ser
considerado representativo de muitos outros ou até de todos os casos semelhantes, o método
monográfico consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições,
grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações, (Marconi e Lakatos
2003:108). O método monográfico ajudou a entender e fazer um estudo aprofundado sobre o
impacto do investimento directo estrangeiro no desenvolvimento económico das comunidades
locais em Moçambique.
Técnicas do Trabalho
São conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência, e podem ser também
habilidades ou normas, para obtenção de propósitos, (Marconi e Lakatos 2003:222). Para
elaboração da presente pesquisa recorreu-se à seguintes técnicas: Entervista, Documental e
Bibliográfica
Técnica de Entrevista - é uma das principais técnicas de coletas de dados e pode ser definida
como conversa realizada face a face pelo pesquisador junto ao entrevistado, seguindo um método
para se obter informações sobre determinado assunto. Esta técnica foi usada para obter
informações sobre o tema em estudo através da interação do pesquisador com os especialistas na
matéria em estudo, (Cervo & Bervian 2002).
Pesquisa Documental - trata-se de fontes primárias que são usadas como suporte para a
pesquisa em combinação com os métodos de pesquisa escolhidos. Este método auxiliou na
9
recolha leitura e análise da documentação com vista a garantir a credibilidade e autenticidade da
informação para o desenvolvimento da Pesquisa.
10
Capitulo 1: Quadro Teórico e Conceptual
O quadro teórico aborda sobre a ferramenta de análise com a qual a pesquisa é lida e explicada,
facilitando assim a analise e interpretação dos fenómenos. Nesta pesquisa, aplicam-se duas
teorias, nomeadamente a Teoria Pluralista e o Paradigma Eclético de Dunning.
O Pluralismo é uma das teorias de relações internacionais que ganhou destaque pelo seu
liberalismo explicativo sobre as diferentes questões das relações internacionais contrariando as
ideiais do realismo.
As origens do pluralismo podem ser buscadas no pensamento político da Antiga Grécia, dos
liberais dos séculos XVIII e XIX e, mais recentemente, nos escritos académicos sobre o
comportamento de grupos de interesse e organizações. Tal como o termo sugere, os pluralistas
11
vêm as relações internacionais em termos da multiplicidade dos actores desafiando assim a
posição privilegiada em que os realistas colocam o Estado.
Segundo Viotti e Kauppi (1993:229 citado por Bedin et al)4, no pluralismo é difícil identificar os
precursores devido ao facto de muitos dos seus escritores não terem sido observadores das
relações internacionais como tal, mas sim economistas, cientistas sociais, teólogos ou cientistas
políticos interessados em políticas domésticas. No entanto, Grotius (1957) e Carr (1939) tiveram
um impacto significante nos teóricos associados à imagem pluralista.
• Os Estados não são actores unitários. Ele é composto por indivíduos que estão em
competição. O Estado é algo abstracto e não pode ser tratado como se fosse um ser físico
que age sempre de maneira coerente. O Estado é composto por burocracias, grupos de
interesses e indivíduos que tentam formular ou influenciar a política externa. A
competição, construção de coligações, conflito e compromisso entre estes actores são os
ingredientes da política. A decisão não é feita por uma entidade abstracta (Estado
4
Kauppi, Mark V., e Viotti, Paul R, (1993). International Relations. Realism, Pluralism, Globalism, andbeyond.
Allynand Bacon: Boston.
5
Kauppi, Mark V., e Viotti, Paul R, (1993). International Relations. Realism, Pluralism, Globalism, andbeyond.
Allynand Bacon: Boston
12
unitário), mas sim pela combinação de actores no âmbito do estabelecimento da política
externa.
• Por fim, para os pluralistas, a agenda das relações internacionais é extensiva, apesar de a
segurança nacional ser importante. Para estes teóricos, a agenda tem que abranger
questões que têm a ver com a economia, com a sociedade, e com questões ecológicas que
emergem da crescente interdependência entre os Estados e sociedades. Os pluralistas
rejeitam a dicotomia highpolitcs versus lowpolitics aceite pela maioria dos realistas, pelo
que as questões socioeconómicas por vezes são tão importantes quanto aos militares.
A teoria pluralista é aplicável a pesquisa pelo facto deste apresentar pressupostos suficientes que
que foram pertinentes para o desenvolviemento do trabalho. O pluralismo quanto teoria aplicável
a pesquisa, ajudou no desenvolvimento do trabalho por propor a multidimensionalidade dos
actores não estatais nas relações imternacionais tais como: as organizações internacionais, as
corporações multinacionais e suas influencias na agenda dos Estados. Desta forma, o pluralismo
contribuiu na explicação da actuação da multinacional SASOL em Moçambique e como esta
influencia na agenda do desenvolvimento económico das comunidades locais através do
investimento directo estrangeiro no sector energético.
13
1.1.2. Teoria do Paradigma Eclético de Dunning
O Paradigma Eclético de Dunning (modelo OLI) se destaca a partir da década de 70, por ser
considerada a mais completa e integradora. Até meados da década de 70, o cenário acadêmico
mundial era dominado por diversas teorias a respeito da internacionalização produtiva das
empresas. Tais teorias, apesar de trazerem importantes insights sobre os motivos e efeitos do
movimento de internacionalização, eram consideradas insatisfatórias.
Nesta perspectiva, surge o Paradigma Eclético de John Dunning apresentado no Simpósio Nobel
de 1976 em Estocolmo, com o objetivo de explicar a atuação e o padrão das firmas no exterior,
ela se tornou uma teoria específica para um caso particular do processo de internacionalização,
pois ela trata tão somente dos fatores que orientam uma empresa a realizar investimentos diretos
em países estrangeiros de modo a entender como funcionava a produção internacional como um
todo (Rodrigues, 2010:2).
Segundo os autores Taggart e McDermott (1993: 27), Seabra (2002: 14) e Costa et al. (2015: 4)
apresentam como formulador deste paradigma o estudioso John Dunning um economista
britânico.
14
1.1.2.3. Pressupostos Teoria Eclética de Dunning
O Paradigma Ecléctico de Dunning, Segundo Seabra (2002: 14) e Costa et al (2015: 4) assenta-se
em três pressupostos básicos:
O Paradigma Eclético de Dunning é aplicável à esta pesquisa pelo facto deste enunciar
pressupostos que melhor explicam os factores determinates para que haja investimento directo
estrangeiro e compreender porque os investidores dos países desenvolvidos em sua estratégia de
internacionalização produtiva tendem a se dirigir para países intensivos em recursos naturais e ou
mão-de-obra acessível. O paradigma foi escolhido pelo facto de ir ao encontro do primeiro e
segundo objectivo específico da pesquisa, indificar e explicar os factores determinantes do IDE
da SASOL em Moçambique.
15
1.1.3. Complementaridade das Teorias
6
OCDE (2013). “OECD Factbook 2013: Environmental and Social Statistics”, OECD Ilibrary [Online] Consultado
em: http://www.oecd-ilibrary.org/sites/factbook-2013- en/04/02/01/index.html?itemId=/content/chapter/factbook-
2013-34-en. aos 23 de Julho de 2022.
7
Mencinger, J. (2003). Does foreign direct investment always enhance economic growth?. Consultado em:
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1046/j.0023-5962.2003.00235.x/abstract aos 23 de julho de 2022.
16
desenvolvimento, este fenómeno surge muitas vezes associado a vetores de transferências de
riqueza e conhecimento de um país para outro, estimulando assim, o crescimento nos países de
acolhimento.
Nos três conceitos apresentados acima, a pesquisa apoio-se na definição de IDE enunciado por
Mencinger (2003, citado por Santos 2017:3), na qual enfatiza a tranferencias de riqueza e
conhecimento de um país para outro impulsionando o crescimento económico, não somente
criando lucros para o investidor.
17
dos seus recursos e das suas energias, fruto dos esforços da sua população que condiciona a
existência de um projecto de desenvolvimento integrando as suas componentes económicas,
sociais e culturais.
8
Vazquez-Barquero, A; Garofoli G. (199) Desarrolo económico, Organización de la Producción y territon.
Desarrolo Económico Local en Europa. Colegio de Economistas de Madrid.
18
Capitulo 2: Investimento Directo Estrangeiro da SASOL em Moçambique
9
OCDE (2013). “OECD Factbook 2013: Environmental and Social Statistics”, OECD Ilibrary [Online] Consultado
em: http://www.oecd-ilibrary.org/sites/factbook-2013- en/04/02/01/index.html?itemId=/content/chapter/factbook-
2013-34-en aos 23 de julho de 2022.
10
Mencinger, J. (2003). Does foreign direct investment always enhance economic growth?. Consultado em:
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1046/j.0023-5962.2003.00235.x/abstract aos 23 de julho de 2022.
19
2.1.1. Tipos de Investimento Directo Estrangeiro
Referente aos tipos de IDE a literatura não apresenta consenso, havendo uma multiplicidade de
autores que apresentam opiniões diferentes sobre esta questão. Na perspectiva de Protsenko
(2003:13) as multinacionais investem no estrangeiro por duas razões, primeiro para servir um
mercado estrangeiro, mas também para obter recursos produtivos de menor custo. Assim sendo,
uma distinção é feita entre os dois principais tipos de IDE: os IDE horizontais e os verticais.
De acordo com Dos Santos (2017:5), O IDE horizontal diz respeito ao fabrico no estrangeiro de
serviços e produtos mais ou menos semelhantes aos que a empresa investidora produz no seu
próprio mercado. Esta tipologia de IDE tem o nome de horizontal porque deste modo, a empresa
duplica a mesma actividade que exerce, mas em diferentes países.
Os modelos horizontais prevêem que actividades multinacionais podem surgir entre países
semelhantes. A intuição por trás do IDE horizontal é mais bem descrita na forma de uma
equação com custos de um lado e benefícios do outro. Estabelecer uma produção estrangeira em
vez de servir o mercado com exportações significa custos adicionais de se lidar com um novo
país. Além disso, existem custos de produção, fixos e variáveis, dependendo dos preços dos
factores e da tecnologia. As economias de escala em nível de fábrica aumentarão os custos de
estabelecimento de fábricas no exterior. Do outro lado da equação, há economia de custos ao
passar das exportações para a produção local. Os mais óbvios são os custos de transporte e as
tarifas. Benefícios adicionais surgem da proximidade com o mercado à medida que uma entrega
mais curta e uma resposta mais rápida ao mercado se tornam mais fácil. Assim, se os benefícios
superarem os custos, uma empresa multinacional conduzirá um IDE (Protsenko 2003:13).
20
2.1.1.2. IDE vertical
O investimento directo estrangeiro vertical diz respeito às empresas que dividem o seu processo
de produção por vários países. Este tipo de IDE é apelidado de vertical porque há uma separação
vertical da cadeia de produção, isto é, há uma exteriorização de determinadas etapas da sua
produção no estrangeiro. O conceito de base deste género de IDE é que o processo de produção é
constituído por várias etapas com exigências de entradas diferentes. Visto que, os custos
associados aos recursos produtivos (capital, trabalho, terra) variam consoante cada país onde é
feito o investimento (Dos Santos 2017:6).
Segundo Protsenko, (2003:20), salienta que em semelhante à intuição dos modelos horizontais, a
decisão de conduzir IDE vertical pode ser descrita como um trade-off11 entre custos e benefícios.
Os benefícios decorrem dos menores custos de produção no novo local. A cadeia de produção
consiste em várias etapas, muitas vezes com diferentes factores exigidos para cada etapa. Uma
diferença nos preços dos factores torna então lucrativo transferir estágios específicos para os
países, onde esse factor é relativamente mais barato. Isso só é lucrativo enquanto os custos de
fragmentação forem menores do que a economia de custos. Os custos de divisão do processo de
produção surgem na forma de custos de transporte, custos adicionais para actuar em um novo
país, ou de ter diferentes partes da produção em diferentes países (Protsenko, (2003:20).
Segundo Rodrigues (2009:43-45), quando uma empresa decide estabelecer uma produção no
exterior, ela pode fazê-lo de duas formas distintas: i) estabelecendo uma nova filial, ou ii)
investindo através da aquisição de (ou da fusão com) uma empresa estrangeira já existente.
Dessa maneira, classifica-se o Investimento Directo Estrageiro pelas seguintes formas:
investimento novo (Greenfield Investiments); Fusões e Aquisições; Lucros Reinvestidos; e outras
formas de Investimento Directo de Capital.
11
Trade-off refere-se à compensação que ocorre quando a perda em algum aspecto propicia o ganho em outro
aspecto (Amaral, 2012:111).
21
resultante da expansão do capital, criar novos postos de trabalho, permitir transferência e difusão
de tecnologias e do know how, promover ligações com mercados globais de insumos e de
produtos finais, garantindo assim de forma mais direta o progresso no desempenho econômico
do país receptor (Rodrigues, 2009:43-45).
No que tange as Fusões e Aquisições são investimentos feitos de modo a transferir parte ou a
totalidade dos direitos de propriedade de uma empresa residente numa dada economia para os
investidores não residentes. Pode-se incluir nesse tipo de investimento, as transações de
empresas privadas e públicas, de oferta pública, aquisição em mercado aberto, permuta de ações,
privatizações, aquisição reversiva, colocação de ações, recapitalização e aquisição de
participações maioritárias (Rodrigues (2009:45),
No que concerne aos Lucros Reinvestidos são definidos como os lucros não distribuídos aos
investidores directos estrangeiros que são reinvestidos na empresa de investimento directo. Estes
lucros são oriundos das participações dos investidores não residentes nas empresas do
investimento estrangeiro, abrangem os dividendos das empresas subsidiárias, associadas e das
sucursais que não são reemitidos para o investidor directo (Rodrigues 2009:46).
De acordo com os tipos de IDE acima citados, a pesquisa constatou que o IDE horizontal explica
melhor a actuação da Sasol em Mocambique, segundo Protsenko (2003:13) , o IDE horizontal
diz respeito a fabrico de serviços e produtos mais ou menos semelhantes no estrangeiro aos que a
empresa investidora produz no seu próprio mercado ou país de origem.
22
2.2. A SASOL
Segundo Chichava (2005:11), historia do Grupo Sasol começou em 1927, quando foi
estabelecida uma comissão no parlamento sul-fricano na perspectiva de investigar condições de
estabelecimento de uma insdústria de carvão e petróleo, pois a Africa do Sul nao tinha reservas
de crude, sendo assim, a balança de pagamentos tinha que ser protegida contra os aumentos na
importação de petróleo. Depois de muitos anos de pesquisa e negocioações foi fundada em 1950
a South African Coal Oil and Gas Corporation.
A Sasol é caracterizada pela sua composição de oito (5) grupos ou unidades de comércio,
nomeadamente: Mineração (Sasol Mining), Combistível Sintético (Sasol Synfuels), Petróleo e
Gás (Sasol Oil & Gás, Químicos (Sasol Chemical Business), Tecnologias (Sasol Technology).
Segundo Sasol (2021:8) Sasol opera seis minas de carvão que fornecem aproximadamente 40
milhões de toneladas por ano de matéria-prima de carvão térmico para as operações da Sasol em
Secunda e Sasolburg, África do Sul e para o mercado de exportação.
23
2.2.1.2. Combustível Sintético na Sasol
A Sasol usa sua própria tecnologia para converter gás de síntese em componentes de combustível
sintético, gás de dutos e matéria-prima química para a produção de solventes, polímeros,
comonômeros e outros produtos químicos (Ibid).
Segundo Sasol (2021:10), a Sasol Exploration and Production International (SEPI) desenvolve e
gere os interesses upstream do grupo na exploração e produção de petróleo e gás em
Moçambique, África do Sul, Canadá, Gabão e Austrália.
A SEPI está impulsionando o desenvolvimento dos negócios upstream da Sasol para permitir
que o grupo atinja seu objetivo estratégico de acelerar o crescimento de sua tecnologia
proprietária de gás para líquido (GTL). Nos últimos anos, forma tomadas várias medidas para
expandir o portfólio global de upstream, incentivados pela abundância global de gás natural e
pelo rápido desenvolvimento da indústria de gás de xisto, bem como pela menor intensidade de
carbono do gás natural (Ibid).
24
carbono de alta qualidade, bem como alumina de alta pureza e alumina de alta pureza e
subdivisão de gases especiais (Sasol, 2021:11).
Segundo (Sasol, 2021:13). processo Sasol Slurry Phase Distillate(processo Sasol SPD)13 está no
centro da tecnologia GTL da Sasol. O processo de três estágios combina três tecnologias
proprietárias.
No primeiro estágio de reforma, o gás natural é combinado com oxigênio para formar um gás de
síntese que é então submetido à conversão no processo Sasol Low Temperature Fischer Tropsch
(Sasol LTFT) para a produção de syncrude ceroso. Finalmente, este produto é quebrado e
refinado em uma etapa de elaboração do produto para produzir os produtos finais sintéticos
(Ibid).
A força do processo Sasol SPD não é simplesmente a qualidade inerente das três tecnologias de
componentes, mas a maneira como elas são combinadas e integradas para aumentar a eficiência e
otimizar a produção. Esta integração eficiente baseia-se na experiência incomparável da Sasol,
abrangendo mais de 60 anos de produção de combustíveis sintéticos (Ibid).
A Sasol figura na lista das 5 maiores companhias sul-africanas e está cotada nas bolsas da África
do Sul (JSE – Johanesburg Stock Exchange) e dos Estados Unidos (NYSE – New York Stock
Exchange). A Sasol destinguiu-se no desenvolvimento de tecnologias de ponta no processo de
conversão de carvão mineral em combustíveis e produtos químicos de valor. A partir de 2012, as
12
Fischer-Tropsch é o processo que compreende a uma reação química catálica na qual o monóxido de carbono
(CO) e o hidrogênio (H2) no gás de síntese são convertidos em hidrocarbonetos de vários pesos moleculares.
Consultado em: https://www.netl.doe.gov.com aos 18 de Novembro de 2022.
13
Slurry Phase Destillate (SPD) este processo oferece uma oportunidade para converter as abundantes reservas de
gás natural do mundo em um combustível líquido convencional que é facilmente transportável e comercializável.
Consultado em: https://www.trid.trb.org aos 18 de Novembro de 2022.
25
operações estendem-se em 36 países e exporta os seus produtos para mais de 100 países,
(Chichava 2005:12).
Sasol é uma empresa internacional de energia e químicos que opera em 36 países, esta
desenvolve e comercializa tecnologias e produz produtos como combustíveis líquidos, químicos
e electrecidade. A multinacional é especializada em fabrico de Gás para líquidos (GTL) e carvão
para líquidos (CTL) Chichava 2005:13).
Na África do Sul, a Sasol obtêm ganhos que advém do processamento de Gás e Carvão nas
operações de Segunda, Sasolburg e Natref. No exterior, a companhia opera em Moçambique na
província de Inhambane nos consórcios de Pande e Temane através do Acordo de Produção de
Petróleo (PPA) e em Qatar em ORYX no projecto Gas to Liquids (GTL) (Sasol 2021:5).
Segundo a Sasol (2021:6), a companhia tem vários projectos de exploração de gás em diferentes
níveis conhecidos como: offshore Mozambique (PT5-C), onshore Mozambique (A5-A) e
offshore South África (ER236). O gás natural e condessado são explorados através do projecto
onshore Pende e Temane (PPA) e enviados para a central de facilitação de processamento (CPF),
a maioria do gás é transportado usando a pipeline de ROMPCO saindo de CPF para Secunda.
Em Canadá a Sasol obtêm 50% de equidade em parcerias com o prodo projecto Energy Canada
Lda para o desenvolvimento e operação dos consórcios de gás. As sucursais em Kwa-Zulu Natal
(KZN) e em Witbank Middleburg na África do sul é abastecido pelo gás metano (Methane Gás
MG) saindo de Secunda, (Ibid).
26
Tabela 1 Tipos de Gás Produzidos pela Sasol e Quantidade de Venda
Gás Condensado Aproximadamente cerca de 200 a 250 m bbl são exportados para o
mercado internacional.
De acordo com a tabela acima, a multinacional Sasol produz e comercializa três tipos de gás
sendo estes: Gás Natural que são vendidos aproximadamente de 15 bscf para o mercado
moçambicano, 32 a 36 para o mercado sul africano e 100 bscf são vendidos nas operações de
Secunda e Sasolburg, Gás Condensado são exportados para o mercado internacional cerca de 200
a 250 m bbl e por o último o Gás Metano que são vendidos aproximadamente cerca de 20 a 22
bscf para o mercado sul africano.
A área de mineração na companhia Sasol é operada através das instalações de Secunda na África
do sul. A produção é de aproximadamente 40 mt de carvão à venda por ano, com exportações
entre 2 – 3 mt por ano, existe um contrato de longo prazo com o Anglo que exige uma compra de
27
aproximadamente 5,1 mt por ano, este acordo expira em 2026 e complementa o carvão
produzido nas Operações de Secunda (Sasol 2021:6).
De acordo a tabela, a área de mineração da Sasol está dívida em três complexos que são:
Complexo de carvão para líquidos (CTL) que fornece aproximadamente 33 MT de. Carvão para
Secunda na África do Sul, Complexo Sigma que fornece 1 mt de carvão para Sasolburg na
África do Sul e por último Complexo de Exportação são beneficiados e exportados
aproximadamente cerca de 2 a 3 mt de carvão e também são usados nas operações de Secunda
Middings de planta de exportação.
28
2.2.2.3. Área de Químicos da Sasol
Na área de produção de químicos a Sasol tem uma presença global e diversificada organizada
em três principais níveis para os seus clientes em regiões como África, América e Eurásia sendo
estes: Materiais Avançados, Químicos Básicos. Produtos Químicos de Cuidados Essencias (Sasol
2021:13)..
Quanto aos químicos básicos a Sasol produz suplementos para área deagrícultura, tubos, tecidos,
protetores solares, fertilizantes, produção de vitaminas e muito mais. São aproveitamos matérias-
primas vantajosas para comercializar um amplo portfólio de produtos químicos de commodities
como: Ammona, mono-etilenoglico (MEG) e metano que aparecem em usos finais como
agricultura, têxteis e tubulações (Sasol 2021:14).
Os produtos químicos básicos produzidos e comercializados pela Sasol são: monoetileno glicol
(MEG); monômeros: etileno e propileno;produtos químicos e reagentes de mineração: misturas
Sasfroth e cianeto de sódio; cloro-álcalis: Soda cáustica, ácido clorídrico, ácido sulfúrico, cloreto
de cálcio e cloro; misturas e hidrocarbonetos: Álcoois e misturas aromáticas; metanol: álcool
metílico; Polímeros: Polietileno, polipropileno e cloreto de polivinila; fenólicos: cresóis, xilenóis
e fenóis fertilizantes: nitrato de amônio de calcário, solução de nitrato de amônio e ácido nítrico
(Ibid).
29
2.2.2.3.3. Produtos Químicos de Cuidados Essenciais
No que concerne a Formulações Técnicas para Apoiar Aplicações Industriais a Sasol fornece
produtos aditivos funcionais, componentes e soluções que viabilizam processos técnicos e a
fabricação de bens industriais. Os produtos são usados como emulsificantes, espumantes,
antiespumantes, inibidores, dispersantes, solventes, carreadores, agentes de limpeza, fluidos
espaçadores, agentes umectantes, modificadores de viscosidade e redutores. (Ibid).
30
2.3. Sasol em Moçambique
Segundo Chichava (2005:12), o investimento inicial da Sasol foi de 530 milhões USD (dólares
americanos) na construção do campo e central de processamento de gás natural em temane, 410
milhões de USD na construção do gasoduto (com uma extensão de 511km) que liga
Moçambique (Temane/Pande) a África do sul (Secunda) e, 2.100 milhões de rands na conversão
de Sasolburg na África do sul, modificações na unidade de secunda e conversão de distribuição
de gás natural e clientes.
Dos campos de produção de Pande e Temane são extraídos, o gás natural (como recurso
principal) e, o combustível condensado (como subproduto). Este gás bruto combinado de ambos
os campos é processado no local de CPF, por meio do qual o condensado e a água são removidos
do gás. O gás limpo e seco é comprimido, medido, analisado e transferido através de uma linha
subterrânea de 865km de comprimento para diferentes clientes em Moçambique e na África do
Sul (Chichava 2005:12).
31
Transporte de Gás (contratos comerciais assinados entre as afiliadas da Sasol e da ENH.), (CIP
2017:9)
Para além do contrato para a exploração dos campos de Pande e Temane, a SASOL, através das
suas subsidiárias, tem dois contratos de pesquisa e produção de hidrocarbonetos em áreas
próximas dos jazigos agora em exploração. A companhia pretende, desta forma, pesquisar áreas
adicionais para fazer face à demanda de novos mercados de gás natural em Moçambique, na
África do Sul e no mundo em geral. A Sasol, de acordo com o seu Director Executivo, Pieter
Cox, está particularmente satisfeita com o relacionamento que tem com o governo moçambicano,
(Ibid).
O quadro Legal para actuação da Sasol em Moçambique foi estabelecido ao abrigo da Lei 3/81,
lei reguladora de actividades petrolíferas em moçambique que concedeu a ENH autorização de
realizar pesquisas e produção de petróleo no território moçambicano. O quadro legal evoluíu
com a aprovação de uma nova Lei de Petróleo (a Lei nº 3/2001), esta lei retirou à ENH o
monopólio da realização de trabalhos de pesquisa, passando a empresa a participar como
associada e representando o interesse comercial do Estado em vários projectos (CIP 2017:7).
32
No processo da assinatura do acordo de exploraçao de gás em Pande e Temane entre o Governo
e Sasol, a multinacional assumiu a responsabilidade jurídica de respeitar, materializar os direitos
das comunidades afectadas em conformidade com a lei e melhorar as condições de suas vidas,
sobretudo, através do reassentamento, consubstanciado num Plano de Acção (OAM,2016,2).
Segundo CIP (2017:9-10), a lei moçambicana 3/81 de 3 de Outubro, compete ao Estado decidir
sobre a atribuição da licença de reconhecimento de prospecção e pesquisa de petróleo e gás a
empresas nacionais e estrangeiras. Na relaçao contractual entre o governo de Moçambique e a
Sasol, foram estabelecidos os seguintes acordados:
33
e) Contrato de Transporte de Gás: também com a duração de 25 anos, é o contrato para o
transporte anual dos 120 milhões de gigajoules de gás natural, desde Temaneaté Secunda
na África do Sul, assinado entre a Sasol Gas (expedidor) a empresa de gasoduto
ROMPCO.
A pesquisa constatou também que na África, a Sasol destaca-se mais em Moçambique onde
opera desde 2004 na exploração de gás nos campos de Pande e Temane na Província de
Inhambane ao abrigo da lei moçambicana 3/81 de 3 de Outubro de 2000 na qual o Estado atribui
licença de reconhecimento de prospecção e pesquisa de petróleo e gás a empresas nacionais e
estrangeiras.
34
Capítulo 3: Factores Determinantes do Investimento Directo Estrangeiro da Sasol em
Moçambique.
A estabilidade política em Moçambique assistisse desde 1992 após o acordo de paz entre o
Governo moçambicano e o ex-presidente do partido RENAMO. Deste modo, com a estabilidade
política em Moçambique, o país mostrou-se internacionalmente atractivo aos IDEs, sendo que, a
14
Perreira, Luís Filipe (2022) Estabilidade Política. Consultado em ://sol.sapo.pt/artigo/758855/estabilidade-
politica-estabilidade-para-qu-, aos 10 de Outubro de 2022.
35
multinacional Sul-africana Sasol desde o ano 2000 investe no sector energético no país para
exploração de gás nos campos de Pande e Temane na Província de Inhambane (Ibid).
15
HTTPS://www.mic.gov.mz/por/Comercio-Interno/Politica-Estrategia-Comercial Consultado aos 24 de Novembro
de 2022.
36
.3.3. Recursos Energéticos em Moçambique
Segundo Hanlon (2013:01 citado por Chibielo, 2013:21)16, a ocorrência de carvão mineral em
Moçambique estão nas províncias de Cabo Delgado (Lugenda e Vuzi), Niassa (Maniamba e
Metangula), Manica e Tete (Moatize-Minjava e Mucanha), o valor de reservas consideradas
como provadas é de 6 biliões de tonelada. A pronvíncia de Tete é a que mais acumula grandes
espessuras e onde encontram-se empresas e multinacionais explorando o carvão mineral.
Em Moçambique a exploração do carvão mineral data desde o período colonial, contudo, era
menos relevante na economia do país. Após a independência, o carvão mineral era explorado
pela empresa CARBOMOC (Empresa Estatal de Carvão de Moçambique) este explorava o
carvão de coque nas minas de Moatize (Selemane 2009:10).
16
37
Os estudos de pré-viabilidade e de viabilidade que compuseram o Projecto Carvão Moatize
tiveram início no ano de 2005, envolvendo a realização de diversos estudos de carácter
geológico, logístico, socioeconómico e sócio-ambiental, além de actividades de promoção da
participação popular, sempre com o acompanhamento dos governos locais, regional e nacional
moçambicanos. Tais actividades compuseram a etapa de implantação do Projecto Carvão
Moatize, que se seguiu até o ano de 2011. A fase de operação, caracterizada pela efectiva
extracção de carvão mineral, teve início em 2011 e estima-se que terá duração de cerca de trinta
e cinco anos até o esgotamento das minas, com previsão de produção de até 26 milhões de
toneladas de carvão ao ano quando alcançada sua capacidade total (Rodrigues, 2016:53).
38
Tabela 3: Companhias que Pesquisam e Exploram o Carvão Mineral em Moçambique
De acordo com a tabela acima, são apresentados as empresas que pesquisam e exploram o carvão
mineral em moçambique. Começando pela Vale, empresa brasileira de mineração que explora
carvão mineral na provincia de Tete no distrito de Moatize, de seguida apresenta-se a empresa
australiana Riversdale que opera em benga, a empresa Anglo-Australiana Rio Tinto que opera
em Moatize, a Jindal Stell Power Limited empresa indiana que opera em Chirondzi e Changara,
a empresa ENRC (Eurásia Natural Resource Corporation) junção entre United Kingdom e
39
Cazaquistão e por fim, empresas que operam em Moaize como a Ncondzedzi Coal Compan do
Reino Unido, Minas Revubué junçao entre UK Estados Unidos e Minas de Moatize de
moçambique.
As pretensões voltariam à tona nos anos oitenta, altura em que foi aprovada a Lei dos Petróleos (
Lei nº 3/81) e criada a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH). Nos anos seguintes, um
trabalho extenso foi levado a cabo com vista a delinear e avaliar o campo de Pande, incluindo a
realização de trabalhos de prospecção sísmica e furos de sondagem. Ainda na década de 80, as
Companhias Esso, Shell, Amoco e BP (British Petroleum) estiveram activas na pesquisa de
petróleo em Moçambique, tendo sido realizados um furo de pesquisa em Mocímboa da Praia, na
Bacia do Rovuma, e um outro off shore próximo de Xai-Xai (Selemane 2009:8).
17
Petróleo e Gás em Moçambique: Upstream e Midstream, in News Lextter (2010).
40
Delgado. Foram avaliadas em quantidades cerca de 70 milhões de pés cúbicos (mpc)18, 30mpc e
4mpc respetivamente. Estas qualidades avaliadas colocam Moçambique na terceira posição das
maiores reservas de GN em África depois da Nigéria e Argélia e em 15 posição no mundo,
(Ibid).
De acordo com a tabela acima, foram apresentados as multinacionais que pesquisam e exploram
o Gás Natural em moçambique. Anadarko de origem americana explora e faz pesquisas de gás
natural na Bacia do Rovuma em Cabo Delgado, de seguida a multinacional italiana ENI que
também opera na Bacia do Rovuma, a Statoil de Noruega faz pesquisas em Cabo Delgado, a
multinacional Petrobras de Malásia que opera na Bacia de Rovuma, Rio Tinto proveniente de
18
Em inglês: million cubics feet (mcf).
41
uma junção entre Austrália e UK faz pesquisas em Teté e por último a Sasol multinacional sul-
africana que explora gás nos campos de Pande e Temane em Inhambane.
Na conclusão deste capítulo, constatou-se que o IDE é atraído por determinantes existentes num
país. Para o caso de Moçambique, foram descritos alguns determinantes neste capitulo que
atraíram o investimento da multinacional Sasol, sendo estes, a estabilidade política que é um dos
factores determinantes e importante para atração de IDE, sendo que, os investidores são atraídos
e tem confiança em países que o seu investimento é seguro e vive-se em um ambiente de paz e
estabilidade como é o caso da Sasol em Moçambique.
Por outro lado, a abertura comercial para o mercado internacional é também um dos
determinantes da presença da Sasol em Moçambique na medida que o governo moçambicano
cria políticas de incentivos fiscais e é parte de acordos de íntegração eliminando as Barreiras
comerciais com seus parceiros no mercado internacional, um dos exemplos foi acordo o
Protocolo Comercial da SADC que visa liberalizar o comércio intra-regional através da criação
de acordos comercials mutuamente benéficos, melhorando assim o investimento e a
produtividade na região.
42
Capítulo 4: Impacto do Investimento Directo Estrangeiro da Sasol no Desenvolvimento
Económico das Comunidades Locais em Moçambique.
4.1. Infraestrutura
Foi através dos mercados construídos e reabilitados pela SASOL que a qualidade de vida de
muitos cidadãos melhorou e reduziu os altos índices de desemprego. A título de exemplo temos o
caso do mercado de Maimelane, uma infraestrutura que compreende um alpendre, balneários,
fossa séptica, dreno, vedação e fontanário no interior do estabelecimento comercial e em 2018 a
43
SASOL fez a reabilitação do centro de saúde de Mangungumeta, além do fornecimento de
sistema de abastecimento de água potável no mesmo centro de saúde (Alberto, 202122)19
4.1 Emprego
Segundo Massinguile (2021:29), nos países em via de desenvolvimento, os empregos são a pedra
angular do desenvolvimento, produzindo benefícios muito além da renda. Os governos precisam
colocar o emprego no foco central para promover a prosperidade e combater a pobreza (Banco
Mundial, 2012). Neste âmbito, a promoção de emprego criada pela Sasol como conteúdo local
contribui no desenvolvimento económico das comunidades em que a empresa opera, na medida
em que o emprego proporciona melhoria de vida dos cidadãos.
19
Cinco-Reis, Alberto_ Técnico de Medicina geral no centro de saúde de Mangungumeta, Entrevistado aos 27 de
Setembro de 2022.
20
Agostinho, Jorge - Gestor de conteúdo local da SASOL, Entrevistado a 26 de Setembro de 2022, no Distrito de
Inhassoro.
44
4.2. Saúde
A Sasol contribui de forma significativa na área de saúde nas comunidades locais. Neste âmbito,
o contributo da Sasol abrange os distritos de Magude concretamente na localidade de Moiane.
Com esforço e coordenação das comunidades, do Governo e da SASOL, construiu-se um centro
de Saúde nos finais de 2004 orçado em USD 340.000 (Sasol 2009:21).
Segundo Sasol (2021:22), além da empresa dispor no seu centro de produção um centro de saúde
que atende aos funcionários, a SASOL tem contribuído através do apoio aos programas
comunitários de prevenção e tratamento de doenças como a malária, a cólera, o HIV/SIDA
através de parceiros com ONG’s ligadas a saúde e direcções provinciais de saúde.
4.3. Educação
A educação é uma das áreas essenciais na luta contra a pobreza, a SASOL tem apoiado
continuamente este sector nas comunidades locais em que actua e alguns distritos do sul do país.
No distrito de Inhassoro, os esforços tem estado mais aliados a melhoria da qualidade e inclusão
no ensino da comunidade. Cientes dos desafios impostos à empresa, a multinacional posta no
desenvolvimento da educação e de competências através de doações de computadores, da
formação do Centro de Formaçao de Inhassoro, programas de mestrado em derivados de
petróleo, programa de estágios e seminários de capacitação e formação para professores
(Massinguile 2021:37).
45
No mesmo âmbito, foi implementado o projecto “Olhar de Esperança‖”, cuja gestão é do
Ministério da Educação e Cultura. Este projecto proposto pela Sasol, tendo o ministério que
tutela a área de educação como a principal gestora, possibilitou que a SASOL pudesse construir
duas escolas primárias em Maimelane em Inhassoro e fornecer livros a escolas primárias a nível
do Distrito de Inhassoro (Ibid).
4.4. Agricultura
A SASOL tem apoiado na área da agricultura, o que permite a redução das bolsas de fome nas
comunidades locais.
No ano de 2005 foram 49 os camponeses contemplados pela SASOL, cujo custo foi de USD
142,920. Através deste investimento foi implementado um projecto de desenvolvimento agrícola
em duas comunidades no distrito de Chigubo, foi lançado um programa de pulverização de
cajueiros em Pande, foi estabelecido o programa de criação de gado em Temane, Vulanjane e
Chitsekane, houve apoio a uma associação de camponeses no Chókwe (Sasol 2009:25).
Nesta âmbito, a Sasol contribuí de forma significativa nas comunidades locais, o que evidencia
o seu engajamento na responsabilidade social como uma empresa. Assim, no âmbito social a
Sasol assume uma posição participativa no desenvolvimento das comunidades locais.
46
5. Conclusão
A presente pesquisa tinha como objectivo analisar o impacto do investimento directo estrangeiro
da Sasol no desenvolvimento econômico das comunidades locais em Moçambique, num
horizonte cronológico compreendido entre os anos de 2004 à 2018. Com base na pesquisa feita
constatou-se que a multinacional Sasol tem implementado acções que contribuem para o
desenvolvimento econômico das comunidades locais em que esta opera.
A solidariedade tem como objectivo fundamental promover a mudança social, mas este objectivo
não tem sido muito fácil de alcançá-lo. As comunidades que vivem numa determinada região
têm a sua visão sobre a vida, sua personalidade está implicado nessa, de acordo com o vínculo
social e no que acontece em sua volta. A resolução dos problemas existentes quer de âmbito,
de âmbito uma mudança rumo a solução dos tais problemas.
A Sasol exporta quase toda a sua produção no mercado sul-africano, mas trata de satisfazer as
comunidades locais moçambicanas em que esta opera. Trata-se de um sentimento intrínseco na
qual a empresa como membro da sociedade, constrói projectos de investimento social de
melhoria das condições de vida das populações, permite a conquista da confiança pública.
A acção social empreendida pela Sasol compreende aspectos ligados ao papel criativo
institucional que tem em vista a valorização do potencial local para desenvolvimento da própria
comunidade, como a construção ou melhoramento de escolas, hospitais e vias de acesso no
Distrito de Inhassoro. Estás acções corporizam-se através do fornecimento de equipamentos e
materiais para as escolas e os hospitais da comunidade e a oferta de emprego bem como a
concessão de formações técnicas para os moradores da comunidade com vista a torná-los
preparados para o mercado de emprego.
Deste modo, a Sasol tem impacto positivo quanto ao desenvolvimento econômico das
comunidades locais em que esta opera, apresentado assim, um papel importante na promoção da
melhoria de vida dos cidadãos na comunidade.
47
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Artigos
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