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Manual de Licenciatura do

curso de Contabilidade e
Auditoria

ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO 2023

i
ii
Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e


contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total
deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED).

A não observância do acima estipulado, o infractor é passível a aplicação de processos judiciais


em vigor no País.

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Direcção Académica

Rua Dr. Almeida Lacerda, No212 Ponta - Gêa

Beira - Moçambique

Telefone: +258 23323501

Cel: +258 823055839

Fax:23323501

E-mail: isced@isced.ac.mz

iii
Website: www.isced.ac.m

Agradecimentos

O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos


seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Autor Marisa Iva Abrão Malate Gobeia MSc

Coordenação Direcção Académica do ISCED

Design Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)

Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED)

Revisão Científica dra. Aldo Sanveca, licenciado em Contabilidade


Linguística

Ano de Publicação 2016


Local de Publicação ISCED – BEIRA

iv
Índice

Visão geral 1

Bem-vindo à Disciplina/Módulo de Contabilidade Pública ...............................................1


Objectivos do Módulo........................................................................................................2
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................ 3
Como está estruturado este módulo ............................................................................... 2
Ícones de actividade ......................................................................................................... 4
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 4
Precisa de apoio? ............................................................................................................. 6
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 7
Avaliação .......................................................................................................................... 8

TEMA – I: ABORDAGEM CONCEPTUAL DA CONTABILIDADE PύBLICA 11


Objectivos das unidades: ............................................................................................... 11
Introdução ...................................................................................................................... 11
1.1.1. Objecto, Objectivos e Finalidade da Contabilidade ............................................. 12
1.1.2. Divisões Da Contabilidade .......................................................................... 13
1.1.3. Objectos Da Contabilidade Pública ............................................................ 17
1.1.4. Campo de Aplicaçã..................................................................................... 17
1.1. Escrituração Contabilistica ............................................................................18
1.2. Finalidades ....................................................................................................18
Exercícios de AUTO-AVALIAÇ................................................................................ 23

TEMA – II: Sistemas Contabilísticos e o património Público 26

Objectivos: ..................................................................................................................... 26
2.1.2. Sistema Financeiro ..................................................................................... 27
2.1.3. Sistema Patrimonial.................................................................................... 27
2.1.4. Sistema de compensação ........................................................................... 27
1. 2.2. Conceito do Patrimônio …………………………………………………………………………………. 28

2. 2.3. Estrutura do Patrimônio …………………………………………………………………………………. 28

v
2.3.1. Aspecto Qualitativo ………………………………………………………………………………………………….. 28

2.3.2. ASPECTO QUANTITATIVO 34

3. 2.4. RESULTADOS PATRIMONIAL DO EXERCÍCIO 39

4. 2.6. ESCRITURAÇÃO DOS FACTOS CONTABILÍSTICOS 39


Sumário .......................................................................................................................... 42
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................... 43
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................... 44
Sistema Patrimonia .............................................................................................. 45

Tema III: Introdução e caracterização do Plano Oficial de Contabilidade Pública (POCP)


47

5. Unidade 3.2. Objectivos e Instituições Obrigadas a usar o Plano


oficial da contabilidade Pública ……………………………………………………………………………… 47

6. Unidade 3.3. Demonstrações Contabilísticas ………………………………………………………. 47

7. Unidade 3.4. Estrutura do plano de contabilidade pública…………………………………… 47

8. Unidade 3.5. Contas De Resultados Patrimonial Do Exercício……………………………….. 47

9. Unidade 3.6. Plano de contas no sistema orçamentário……………………………………….. 47


Objectivos da Unidade: .................................................................................................. 47
10. PLANO DE CONTABILIDADE PÚBLICA …………………………………………………………………….47

11. 3.1. Conceito de plano oficial de contabilidade pública (POCP) ……………………………47

12. 3.2. Objectivos e Instituições Obrigadas a usar o Plano oficial da contabilidade


Pública ………….……………………………………………………………………………………………………….49

13. 3.3. Demonstrações Contabilísticas……………………………………………………………………….50

14. 3.4. ESTRUTURA DO PLANO DE CONTABILIDADE PÚBLICA…………………………………….50


15. 3.5. CONTAS DE RESULTADOS PATRIMONIAL DO EXERCÍCIO …………………………………52

Sumário .......................................................................................................................... 55
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................... 57
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................... 58
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................... 59

Tema IV: o plano de Contabilidade Publica em Moçambique regras e Funcionamento 60

vi
Objectivos da Unidade: .................................................................................................. 60
16. 4.1. ………………………………………………CONTAS E REGISTOS DA EXECUÇÃO ORÇAMENTAL
4.11. Despesas por pagar ……………………………………………………………………………………………………….. 74

17. 4.12. Fase da receita ………………………………………………………………………………………………………….74

18. 4.13. Fases da receita ……………………………………………………………………………………………………… 75

19. 19. 4.14. Execução da Receita……………………………………………………………………………………………80

Sumário .......................................................................................................................... 81
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................... 82
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................... 83
20. Perguntas de Reflexão da disciplina ………………………….………………………………………… 85

21. Bibliografia …………………………………………………………………………………………………………. 89

Anexos ………………………………………………………………………………………………………………….... 90

22. Anexo1: Classificador Econômico da Despesa ……………………………………………………….. 90

23. ANEXO II. Estrutura Global da Classificação Económica das Despesas …………………… 96
Fundamentação da criação do Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE)
………………………………………………………………………………………………127

vii
Visão geral

Bem-vindo à Disciplina/Módulo de Contabilidade Pública

Objectivos do Módulo

Ao terminar o estudo deste módulo de Contabilidade publica deverá ser capaz


de: Descrever e caracterizar as principais normas de gestão financeira do
Estado em Moçambique; Analisar as demonstrações financeiras do sector
público; Conhecer as normas internacionais aplicáveis à contabilidade
públicas; Aplicar os conceitos básicos da contabilidade pública no registro e
apresentação das demonstrações financeiras Preparar as demonstrações
financeiras do sector público à luz das normas internacionais

Objectivos Específicos

• Definir Contabilidade Publica e suas aplicações.


• Fazer um breve percurso histórico da disciplina.
• Compreender e aplicar os procedimentos contabilísticos como
instrumento de planeamento, execução, controlo, avaliação e decisão na
esfera governamental;
• Aplicar os conceitos básicos da contabilidade pública no registro e
apresentação das demonstrações financeiras

Quem deveria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para estudantes do 2º ano do curso de


licenciatura em Administração Publica ISCED e outros como Gestão
de Recursos Humanos, Contabilidade e Auditoria, etc. Poderá
ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e
consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-
vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá
adquirir o manual.

Como está estruturado este módulo

Este módulo de Contabilidade Publica, para estudantes do 2º ano


do curso de licenciatura em Administração Publica, à semelhança
dos restantes do ISCED, está estruturado como se segue:

Páginas introdutórias

▪ Um índice completo.

▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,


resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente
de habilidades de estudos.

Conteúdo desta Disciplina / módulo

Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos.

No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são


incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes caracteristicas: Puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não
resolvidos e actividades práticas algunas incluido estudo de
caso.

Outros recursos

A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si,


num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio
de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem,
apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu
módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na
biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos
relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD,
CDROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico
disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital
moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos.

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação

Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final


de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios
de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro
apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo,
exercícios que mostram apenas respostas.

Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação


mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo
a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção
e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do
módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de
avaliação é uma grande vantagem.

Comentários e sugestões

Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados


aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza
didácticoPedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar
apresentadas. Pode ser que graças as suas observações que, em
goso de confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo
venha a ser melhorado.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas


margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes
partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança
de actividade, etc.

Habilidades de estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a


aprender. Aprender aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para


facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais
esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo
dedicado aos estudos, procedendo como se segue:

1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de


leitura.

2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).


3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).

4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua


aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.

5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou


as de estudo de caso se existirem.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,


respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi
referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos
de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para
si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num
sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em
cada hora, etc.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido


estudado durante um determinado período de tempo; Deve
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao
seguinte quando achar que já domina bem o anterior.

Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler


e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos
conteúdos de cada tema, no módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por


tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos
das actividades obrigatórias.
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o
rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um
elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco
tempo, criando interferência entre os conhecimento, perde
sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não
aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar
injustamente incapaz!

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma


avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo,
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área
em que está a se formar.
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será


uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar;

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão,
o material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas
trocadas ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR),
via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta
participando a preocupação.

Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes


(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,
estudante – CR, etc.

As sessões presenciais são um momento em que você caro


estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff
do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED
indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza
pedagógica e/ou administrativa.

O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%


do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida
em que permite lhe situar, em termos do grau de aprendizagem
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades

e auto avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas


é importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes.

Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não


cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da
disciplina/módulo.

Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os


mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.

Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,


contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.

O plágio1é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es).Uma


transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um
autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade
científica e o respeito pelos direitos autorias devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância,


estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/tutor? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja
uma avaliação mais fiável e consistente.

Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com


um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamento da
avaliação.

1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade


intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.

Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo


e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.

A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.

Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)


trabalhos e 1 (um) (exame).

Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados


como ferramentas de avaliação formativa.

Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em


consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.

Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de


Avaliação.
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

TEMA – I: ABORDAGEM CONCEPTUAL DA CONTABILIDADE PύBLICA

Unidade 1: O Sector Público em Moçambique, Caracterização da


Contabilidade Pública

Unidade 1.1 Breves noções sobre Contabilidade Publica


Unidade 1.1.1. Objecto, Objectivos e Finalidade da
Contabilidade
Unidade 1.1.2 Divisões Da Contabilidade

Unidade 1.1.3. Objectos Da Contabilidade Pública


Unidade 1.1.4. Campo de Aplicação

Unidade 1.2. Escrituração Contabilística

Unidade 1.3. Finalidades

Unidade 1.4. Informação Contabilistica

Unidade 1.5. Controle


Unidade 1.6. Análise
Unidade 1.7 Período Administrativo

Unidade 1.8. Exercício Financeiro

Unidade 1.9. Regimes Contábilisticos

Unidade temática 1.10. EXERCÍCIOS deste tema

Objectivos das unidades:

▪ Dominar o conceito de contabilidade Publica;


▪ Conhecer o seu objecto identificar os objectivos;
▪ Dominar as suas finalidades, e ser capaz de
estabelecer os regimes contabilísticos

Introdução
18
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

Antes de falarmos da contabilidade publica e importante abordar


sobre o conceito de contabilidade, seu objeto e finalidade, pois todo
o processo de arrecadação da receita e execução de despesa tem
como suporte os princípios, técnicas e regras de contabilidade.

Segundo Perreira (1980:23) “a Contabilidade é uma ciência de


natureza econômica cujo objecto é a realidade econômica passada,
presente e futura, de qualquer entidade pública ou privada,
analisada em termos quantitativos e por métodos específico com o
fim de obter informações econômico-financeiros indispensáveis à
gestão dessa entidade, nomeadamente ao conhecimento da
situação patrimonial e dos resultados obtidos e ao planeamento e
controle da sua actividade”.

1.1.1. Objecto, Objectivos e Finalidade da Contabilidade

Objecto de estudo

O objecto de estudo da Contabilidade é a realidade econômica


passada, presente e futura de qualquer entidade pública ou privada.

Ou seja, o Patrimônio2 das entidades.

Objectivos da Contabilidade

Produzir informações úteis a gestão para tomada de decisões,


designadamente, elaboração do Balanço e Demonstração dos

2 Conjunto de valores (bens, direitos e obrigações) pertencentes a


uma determinada unidade económica sob uma gestão orientada para
o alcance de certos objectivos.
19
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

resultados. Ou seja, produzir as demonstrações financeiras que


sirvam de suporte para a tomada de decisões pelos gestores das
organizações.

Finalidade da Contabilidade

Servir de suporte na tomada de decisões, isto é, a obtenção de


informações úteis para todos os interessados para ter uma visão
racional na tomada de decisão.

Controlar o patrimônio das entidades (entidade é qualquer pessoa


física ou jurídica detentora de um patrimônio)

1.1.2. Divisões Da Contabilidade

Há semelhança do que acontece em todas outras ciências, também


no tronco comum da contabilidade podemos contemplar vários
ramos disciplinares. O tronco comum é constituído pela
Contabilidade geral que compreende os conceitos básicos, as regras
e os princípios contabilísticos (teoria da contabilidade) e as formas
de representação que são as regras de funcionamento ou seja a
escrituração propriamente dita (que corresponde à técnica
contabilística geral).

20
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

TEORIA DA
CONTABILIDADE
CONTABILIDADE
GERAL

TECNICA
CONTABILISTICA
GERAL

As ramificações do tronco comum em seu conjunto correspondem


à aplicação da contabilidade geral (teoria e técnica) às unidades
econômicas de variada natureza, dimensão e objectivos, com
distinta necessidade de informação.

Assim podemos distinguir a contabilidade aplicada às unidades


econômicas privadas (empresas famílias e outros organismos), às
unidades econômicas públicas (Estado, Autarquias e organismos
autônomos) e ao respectivo conjunto (nação).

Pela contabilidade aplicada podemos ter a Contabilidade Pública ou


Privada. São divisões da contabilidade privada a contabilidade
financeira, contabilidade de custos ou analítica, contabilidade
bancária, contabilidade orçamental, contabilidade agrícola, entre
outras. Pela contabilidade aplicada as unidades econômicas
públicas resulta a contabilidade pública e ou nacional

Interessa por enquanto centrarmo-nos no estudo da contabilidade


aplicada as unidades econômicas privadas, concretamente às
empresas.

Contabilidade da empresa

21
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

Na contabilidade da empresa podemos distinguir :

1.A contabilidade das relações com o exterior( contabilidade


financeira);

2.A contabilidade do movimento interno ou da produção

(contabilidade de custo ou analítica);

3. Contabilidade de controlo e planeamento (contabilidade

orçamental e etc.

Divisões da contabilidade

TEORIA CONTABILID EMPRESA Contabilida


DE
ADE de
CONTABILID
PRIVADA
Financeira
ADE GERAL
Contabilida
de De
Custos Ou
Analítica
De
Produção

Contabilida
de

Bancária
Contabilida
de

Orçamenta

22
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

FAMILIA Contabilida
de Agrícola

TECNICA CONTABILID PESSOAS Contabilida


CONTABILIS ADE COLECTIV de
TICA PÚBLICA AS Administra

PÚBLICAS tiva
(Estado ,
Autarqui

as,
Organism
os
Autónom
os)
CONTABILID Contabilidade da
ADE Nação+ Contabilidade

NACIONAL
Privada+Contabilidade
Pública
Fonte: Perreira (1980:25)

Contabilidade Geral – também designada por Extrema ou


financeira, compreende os conceitos básicos, as regras de
funcionamento e os princípios contabilísticos (teoria da
Contabilidade) e as formas de representação, isto é, a escrituração
propriamente dita (técnica contabilística).

Contabilidade Aplicada (Especial ou Especifica) – também designada


por interna, compreende a aplicação da contabilidade geral a
unidades econômicas, abrande diversas relações complementares
que podem contribuir para uma gestão mais esclarecida e eficaz.

23
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

A Contabilidade aplicada constitui uma aplicação da Contabilidade


Geral, às unidades econômicas de variada natureza, podendo
distinguir:

Contabilidade Privada – a usada às unidades privadas (familiares,


empresas e outros organismos).

Contabilidade Publica – a usada a unidades econômicas públicas


(estado e autarquias).

A Contabilidade Nacional – ao respectivo conjunto. Respeita as


informações inerentes ao produto, rendimento e despesas. É
também designado por Macro contabilidade. É relativa a unidades
econômicas complexas (regiões, nação...)

A contabilidade publica ira ocupar todo o nosso curso e referente a


execução orçamental.

a execução do orçamento e feita meio de um instrumento que se


chama contabilidade publica

A Contabilidade Pública é o ramo da Ciência Contábil que aplica na


administração pública as técnicas de registro dos actos e factos
administrativos, apurando resultados e elaborando relatórios
periódicos, levando em conta as normas de Direito Financeiro
publico os princípios gerais de finanças públicas e os princípios de
contabilidade.

24
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

Ou seja, a contabilidade Publica e uma ciência que estuda e


controla o patrimônio, evidenciando, as suas variações e seus
resultados.

Actos admistrativos- são acontecimentos que ocorrem nas


entidades publicas e que não provocam variações no patrimônio;

Factos admistranistrativos- são acontecimentos que ocorrem nas


entidades publicas e que provocam variações da estrutura ou do
valor do patrimônio;

A Contabilidade Pública registra a previsão da receita e a fixação da


despesa estabelecida no orçamento público aprovado para o
exercício, escritura a execução orçamentária, faz a comparação
entre a previsão e a realização das receitas e despesas, revela as
variações patrimoniais, demonstra o valor do patrimônio e controla:

– as operações de crédito;

– a dívida activa;
– os créditos; e
– as obrigações.

1.1.3. Objectos Da Contabilidade Pública

Sendo o patrimônio publico, pertecentes as entidades ( ou pesssoas


jurídicas) de direito publico, entao , objecto de estudo da
contabilidade publica são essas pesssoas jurídicas de direito
publico:

Estado, Municípios ou Autarquias, Fundos e Fundações.

25
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

Entende-se por patrimônio o “conjunto de direitos e bens, tangíveis


ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos,
recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público,
que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou
futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração
econômica por entidades do setor público e suas obrigações.”

1.1.4. Campo de Aplicação

De acordo com a lei 9/2002 de 12 de fevereiro, sobre o Sistema De

Administração Financeira Do Estado (SISTAF), Manual de


Administração Financeira e Procedimentos Contabilisticos (MAF),
estão sujeitos todos os serviços de administração publica e
autarquias as normas e preceitos da contabilidade publica.

Ela tem um campo de aplicação muito vasto tendo em conta as


relações que se estabelecem com os outros ramos da contabilidade
e também com varias disciplinas jurídicas, essencialmente o direito
Administrativo,direito Financeiro,direito Constitucional,entre
outros.

1.1. Escrituração Contabilistica

A contabilidade matem os registos analíticos e sintéticos dos


bens,direitos e obrigações integrantes do patrimônio dos órgãos e
instituições do Estado. Tendo por base a classificação contábil
estabelecida em um plano de contas, o registro tem por objetivo
apontar os fatos ocorridos e tornálos, tempestivamente ou em data

26
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

futura, uma prova em favor da entidade e de outros interessados


pelas informações, tais como: credores, devedores, financiadores,
fiscalizadores, acionistas, etc. São documentos de registro o livro
diário e o razão, entre outros.

1.2. Finalidades

Um sistema contábil eficaz, nas aziendas públicas, deve:


a) possibilitar a escrituração do patrimônio e de suas variações;
b) ensejar o controle sobre os agentes administrativos, com vistas à
apuração de suas responsabilidades patrimoniais;

c) mostrar os resultados da gestão através dos balanços e das


prestações de contas;

d) facilitar as tarefas relacionadas com as previsões da receita e


despesa e, pois, a organização dos orçamentos;
e) facilitar o controle dos limites autorizados no orçamento;
f) tornar possível o registro sistemático da receita e despesa nas
suas diferentes fases, possibilitando o confronto entre as
operações previstas e realizadas;

g) possibilitar a avaliação e interpretação dos resultados e da


situação econômico-financeira;

h) fornecer dados para a organização do orçamentos;


i) evidenciar as obrigações, os direitos e os bens da entidade;
j) exercer o controle interno.

1.3. Informação Contabilistica

27
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Contabilidade Publica

É a interpretação das demonstrações contábeis e dos registros com


base nas classificações dos fatos, transparecendo o resultado das
ações administrativas sobre o patrimônio da entidade.

Controle

É aplicação dos métodos de acompanhamento e fiscalização dos


atos, fatos e das demonstrações oriundas destes, buscando o
aperfeiçoamento e integridade da entidade.

Análise

É o exame de cada parte e do todo contábil, mediante a aplicação


de procedimentos próprios ou externos, buscando o conhecimento
da natureza dos fatos, das proporções, da evolução e involução dos
resultados, propiciando a tomada de decisão pelos gestores
públicos.

Período Administrativo

É a unidade de tempo em que se divide a vida da entidade para


apuração parcelada da gestão. Em Moçambique, o período
administrativo corresponde a 12meses, coincidindo com o ano civil.

Exercício Financeiro

O exercício financeiro corresponde ao conjunto de operações


financeiro que ocorrem em cada período administrativo.

Princípios e regras específicas


28
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Contabilidade Publica

A Contabilidade Pública respeita, de entre outros, os seguintes


princípios geralmente aceites:

Consistência, na base do qual os procedimentos contabilísticos de


um exercício para o outro não devem ser alterados;

Materialidade, a informação produzida apresenta todos os


elementos relevantes que permitem o acompanhamento de
utilização dos recursos públicos,

Comparabilidade, em conformidade com o qual o registo das


operações as normas determinadas ao longo da vida dos
respectivos órgãos ou instituições, por forma a que possam ser
comparados ao longo do tempo e do espaço os dados produzidos.

Oportunidade, pelo qual a informação deve ser produzida em


tempo oportuno e útil de forma a apoiar a tomada de decisões e
análise da gestão

Do registo do valor original, que obriga ao registo das componentes


do patrimônio pelo valor original com o mundo exterior e expressos
em moeda nacional.

Princípio de gráfico

O critério utilizado para registo de factos e actos administrativos, no


âmbito do SISTAF, é o princípio digráfico ou método das partidas
dobradas

1.8. Regimes Contábilisticos


29
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

O registo contabilístico adoptado e o regime misto, aplicando-se


para receitas de caixa e para as despesas o regime da competência.

Regime de Caixa – destaca como receitas e despesas todas as


entrada e saídas de recursos financeiros ou não, recebidos e pagos,
arrecadas ou recolhidos, efetivamente durante o exercício
financeiro, independente de referir-se a créditos ou a débitos de
outros exercícios.

Regime de Competência – destaca-se com as movimentações


orçamentárias pertencentes a fatos geradores efetivamente
realizados dentro de um exercício, com o reconhecimento e a
apropriação nesse exercício, repercutindo financeiramente no
exercício seguintes.

Regime Misto - O regime contábilistico em Moçambique é o misto,


isto é adota-se ao mesmo tempo o regime de caixa e o regime de
competência.

Moeda a escrituração dos factos e actos administratrativos é


efectuada em moeda nacional.

Sumário

Nesta Unidade temática 1 estudamos e discutimos


fundamentalmente oito itens em termos de Abordagem
Conceptual á disciplina de Contabilidade Publica:

1. Conceito
2. Objecto
3. objectivos

30
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

4. Campo de aplicação
5. Escrituração contabilística

6. Finalidades,
7. Informação Contabilistica, e

8. regimes contabilisticos

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)


1. Enuncie, pelo menos, 4 objectivos específicos desta
disciplina
2. Debruce o conceito de contabilidade restringindo ao
conceito empresa

3. Fale das divisões da ciência contabilística.

4. Defina a Contabilidade Pública e faça referência ao seu


objecto

5. Enuncie o principal objectivo da Contabilidade.

6. Qual é a importância do estudo da Contabilidade


7. Qual é o campo de Aplicação da Contabilidade Pública
8. Enuncie, pelo menos, 5 princípios da Contabilidade
Pública.
9. Refira-se aos tipos de registos que possam ser
efectuados contabilidade Publica

10. Qual é o regime adoptado pelo sector Publico


Moçambicano

Respostas:

Rever objectivos específicos constantes da página 1

Rever a parte final da página 9 (Introdução desta


Unidade):

Rever as páginas 10 a 12
31
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

Rever o 6º parágrafo da página 13 (Introdução desta


Unidade); Rever o ponto 1.1.1 da pagina 10.

da página 15 a 16 último e primeiro parágrafo


respectivamente.

Rever Rever página 10;

Rever ponto 1.1.4 parágrafo 2 da página 14 ;

Rever os conteúdos da página 16 no ponto 1.9.

Rever os conteúdos da página 16 no ponto 1.9 penúltimo


parágrafo.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

1. Qual das instituições abaixo constituem o sector publico


moçambicano no âmbito do campo de aplicação da

contabilidade? Só uma das seguintes respostas é correcta

a) Empresas públicas, Autarquias locais e


ministérios

b) Empresa privada

c) Pessoa jurídica

d) Empresas mistas

32
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

2. A contabilidade Publica e um ramo da contabilidade:


Só uma das seguintes respostas é correcta.

a) Contabilidade Financeira/ geral;


b) Contabilidade Interna;
c) Nacional
d) Privado

3. Quais dos seguintes dados são da contabilidade:


a) Informações de natureza econômico-financeira;
b) Informações de natureza física e;
c) Informações sobre productividade,
d) Informações sobre a efectividade dos trabalhadores

4. O princípio da Consistência é um princípio:


a) Contabilístico
b) Por Competências
c) Da Oportunidade.
d) Económico

GRUPO-3 exercícios de Aplicação prática


1. O que entende por sector Publico Moçambicano?
2. Quais são as finalidades de Contabilidade?
3. Mencione, pelo menos, 2 objectivos cruciais da Contabilidade?
4. Diferencie um acto administrativo de facto administrativo?
5. Qual á natureza da informações prestadas pela contabilidade?
6. Investigue a lei que regula a Contabilidade Publica em Moçambique
debruce sobre os regimes contabilísticos Estudados

33
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

7. Escolha um sector de Actividade no sector público e desenvolva o seu


historial bem como a sua tutela
8. Escolha, pelo menos, dois Princípios da Contabilidade e desenvolva-os
com base em casos concretos, que se observam no dia-a-dia ou no seu
local de trabalho3.

3 Parte de exercícios do TC a serem entregues no seu Centro de Recursos,


até duas semanas antes das próximas sessões tutoriais.
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UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

TEMA – II: Sistemas Contabilísticos e o património Público

Unidade 2: Sistemas Contabilísticos e o património Público

Unidade 2.1 Sistemas Contabilísticos

Unidade 2.1.Sistema Orçamentário

Unidade 2.1.2. Sistema Financeiro

Unidade 2.2 Patrimônio


Unidade 2.2.1. Estrutura do Patrimônio

Unidade 2.2.2 Aspecto Qualitativo

Unidade 2.2.2 Aspecto Quantitativo

Unidade temática 2.3 EXERCÍCIOS deste tema

Objectivos:

• Dominar a importância dos sistemas Contabilísticos e ser


capaz de distingui-los

• Dominar o conceito de Patrimônio e seus elementos

• Conhecer a estrutura do patrimônio

2. SISTEMAS CONTABILÍSTICOS
A contabilidade pública é estruturada em quatro sistemas
contabilísticos que interagem entre eles, com o objectivo de fazer o
acompanhamento do orçamento, da composição financeira e
patrimonial, bem como evidenciar os compromissos assumidos pela
administração pública, nas contas de compensação.

35
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

2.1.1 Sistema Orçamentário

Neste sistema, os registos contabílisticos, estão em função da lei


orçamentária e devem evidenciar o montante dos créditos
orçamentários vigentes, a despesa orçamentária programada e a
despesa orçamentária realizada, a conta de créditos orçamentários
e

ainda as dotações orçamentárias disponíveis. Assim este sistema,


no fina do período (exercício) apresenta resultados comparativos
entre;

a previsão e a execução da receita orçamentária

a fixação e a execução da despesa orçamentária

Evidenciam assim o resultado orçamentário ocorrido no exercício


financeiro, que pode ser nulo, superativo ou deficitário.

2.1.2. Sistema Financeiro

Este sistema baseia-se nos fluxos de caixa, onde todos os


recebimentos pertencentes a entidade são classificados como
receita orçamentária e todos os recebimentos de terceiros que
passam pela entidade são classificados com receitas extra-
orçamentárias. E para fins do balanço financeiro são consideradas
receitas do período as recitas orçamentárias e as extra-

36
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

orçamentárias, que são somadas aos saldos das contas caixa e


bancos do exercício anterior que passam para o exercício seguinte.

2.1.3. Sistema Patrimonial

Este sistema regista todos os bens de carácter permanente com a


indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização
de cada um deles e dos agentes responsáveis por sua guarda na
Administração Pública. Assim, neste sistema, a Administração
Pública regista os bens móveis e imóveis.

2.1.4. Sistema de compensação

Neste sistema são registados nas contas de compensação os bens,

valores e obrigações e situações não

representados nos que compõem o activo e o passivo e que


indirecta ou directamente possam vir afectar o patrimônio.
Representam valores em poder de terceiros, ou recebidos de
terceiros, valores nominais emitidos, contabilizados em contas de
compensação apenas para efeitos de registo e controle, não
alterando o patrimônio a quando do seu registo, mas que possam
alterar no futuro

2.2. Conceito do Patrimônio

37
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

O patrimônio é conceituado como sendo um conjunto de bens,


direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa física ou jurídica.

No caso do patrimônio do Público, este conceito também se aplica,


como uma visão um pouco diferente do patrimônio de uma
empresa, definindo-se da forma que se segue:

O patrimônio do Estado constitui o conjunto de bens, valores


créditos e obrigações de conteúdo econômico e avaliáveis em
moeda que a Fazenda Pública possui e utiliza na consecução dos
seus objectivos.

2.3. Estrutura do Patrimônio

O patrimônio público (Estatal) deve ser analisado sob dois aspectos:

qualitativo e quantitativo, aprofundados a seguir:

2.3.1. Aspecto Qualitativo

O aspecto qualitativo do patrimônio não indica o valor dos


elementos patrimoniais, mas sim, a sua qualidade funcional, isto é,
as formas e composição que melhor concorra para alcançar seus
fins com a máxima economicidade e produtividade. Sob este
prisma, o patrimônio é visto como o conjunto de elementos ou
espécies de que é constituído (Bens, valores, Direitos e obrigações),
que passaremos a analisar separadamente.

I) Bens, o conjunto de meios pelos quais o Estado desenvolve suas


actividades de prestação de serviços á comunidade. São
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UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

subdivididos em: bens de uso comum, bens de uso especial, bens


dominais ou dominicais.

Bens de uso comum – São imóveis de domínio público e não são


apropriados contabilisticamente ao Patrimônio Estatal,
constituindo assim, o Patrimônio comunitário ou social e podem
ser:

b Naturais – praias, quedas de água, rios e lagos, etc

Construídos pela acção do homem – ruas, estradas, pontes, praças,


etc.

Os bens de uso comum, apresentam as seguintes características:

- não permanecem contabilizados após a entrega ao domínio


público

- não são inventariados ou avaliáveis

- não podem ser alienados

- o uso pode ser oneroso ou gratuito e

- estão excluídos do patrimônio da instituição.

Bens de uso especial- São destinados ao uso das


repartições públicas, como instrumentos do Estado para a
prestação de serviços á comunidade – hospitais, museus,
bibliotecas, instalações militares, residências oficiais,

39
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

prédios escolares, prédios administrativos, com seus


mobiliários e/ou equipamentos, etc. São bens de uso
duradouro e apropriáveis ao patrimônio, dividindo-se em:

Bens Móveis - Mobiliários, utensílios, equipamentos, veículos,


aeronaves, etc.

Bens se moventes – Animais destinados á produção, ao trabalho, á


reprodução, etc.

Bens imóveis- terrenos urbanos, propriedades rurais, prédios,


salas, etc.

Os bens de uso especial tem as seguintes características:

- são contabilizados

- são inventariados e avaliados

- Podem ser alienados nos casos e na forma que a lei estabelecer

- Estão incluídos no patrimônio da instituição - Dão e podem

produzir renda.

Valores

São estoques de materiais não permanentes (com menos de dois


anos de vida útil) destinados ao consumo, transformação, venda ou
revenda: acções, títulos de créditos, documentos representado
valores, apólices, jóias, etc,.

40
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

Créditos

São créditos, como em qualquer outra entidade administráveis, o


que o estado tem a dever para com terceiros e das mais diversas
origens.

Resíduos Financeiros

a) Resíduos Financeiros (Crédito financeiro) – São créditos de


origens diferentes das descritas nos itens anteriores. São
considerados “Despesa extra – orçamentária”, na inscrição e
“Receita Extraorçamentária”, no recebimento e/ou apropriação.
Podem ser agrupados em:

-Realizáveis- neste grupo, enquadram-se os resíduos da receita


orçamentária (recursos a receber), débitos de agentes
arrecadadores, depósitos bancários não creditados, pagamentos
efectuados indevidamente e outros que deverão ser convertidos
em numerários. Também neste grupo, são controlados os
desembolsos que serão apropriados, oportunidade, á despesa
orçamentária, como o “suprimento de Fundos e despesa a
regularizar.

- No patrimônio e a despesa a Regularizar.

b) Dívida Activa (Crédito Não-Financeiro) – é um crédito oriundo


basicamente de tributos lançados e não arrecadados dentro de
exercício, inclusive aqueles relativos a autos de infracção não–
contestados pelo actuado até 31 de Dezembro. No entanto, podem

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UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

também ter origem não tributária ou tributária, que apresentam


outras características:

Está sujeita á cobrança judicial, acrescida de encargos financeiros e


honorários para os advogados

Sua arrecadação constitui receita orçamentária do exercício em que


se efectivar “Receita por Mutuações”.

No patrimônio, integra o Activo permanente e sua inscrição é


considerada uma superveniência activa.

A dívida activa com natureza tributária – representa créditos


provenientes de obrigação legal relativa aos tributos mais os
respectivo adicionais e multas.

A Dívida activa de natureza não tributária – representa os créditos


provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições
estabelecidas em lei, multas de qualquer origem, excepto as
tributárias, vendas de mercadorias, indeminizações, reposições,
etc.

Empréstimo Concedido (Crédito não Financeiro), embora não


sendo comum, o Estado eventualmente, pode conceder
empréstimos a terceiros, como por exemplo, o crédito educativo.
Suas principais características são:

Origina-se da execução da despesa orçamentária – “despesa por


mutuações’.

42
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

Sua restrição aos cofres públicos constitui receita orçamentária


(receita por mutuações), geralmente acrescida de juros e
actualizações monetárias (Receita efectiva);

No patrimônio, integra, o activo permanente

Obrigações

As obrigações representam o conjunto das dívidas do estado para


com terceiros, dividas em;

- Dívida flutuante (extra-orçamentária)

- Dívida Fundada (Orçamentária)

a) Dívida Flutuante – que resulta de dívida extra – orçamentária –


“restos a pagar” empréstimos por antecipação de receita
orçamentária (débito de tesouraria) e depósitos recebidos ou
consignados. Integra o passivo financeiro.

Não está sujeita a encargos financeiros, á excepção dos


empréstimos por antecipação de receita orçamentária e neste caso,
estes encargos constituirão despesas orçamentárias.

sua inscrição constitui receita “extra-orçamentária” e seu resgate,


despesa “extra-orçamentária”.

O prazo de resgate, geralmente, não é um patrimônio muito bem


definido, pois, no caso de restos a pagar processados, e suas

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UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

derivações, é uma dívida vencida, já que o Estado compra através


de “contra-apresentação de contas” e no

depósito, seu vencimento será á época de sua desobrigação que


pode ser curto, médio ou longo prazo.

b) Dívida Pública Fundada ou consolidada, respeita o montante


total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do
estado, assumidas em virtude de leis, contractos, convênios ou
tratados e da realização de operações de créditos, para amortização
a prazo, normalmente superior a doze meses. E pode ser:

- Dívida interna – Quando assumidos com instituições que


operaram no território nacional

- Dívida externa – Quando assumidas com instituições que


operam fora dos limites do território nacional.

- Dívida Judicial – Assumidas por conta de sentenças judiciais


transitadas em julgado.

As principais características da Dívida fundada são:

Normalmente originada da receita orçamentária (operações de


Credito) receita por mutuações.

Sua amortização ou registo constitui despesa orçamentária –


despesa por mutuações; e está sujeita a encargos financeiros
(Despesa efectiva), facto este que a distingue da dívida flutuante,
que é amortizada via despesa extra-orçamentária.

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UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

o prazo de resgate não é um parâmetro muito bem definido para


caracterizar a dívida fundada, pois, em 31/12/XI, uma parcela a
vencer no dia seguinte, 01/01/X2, continua sendo dívida fundada, o
que difere da empresa, já que, por ocasião da elaboração do
balanço, essa fracção deixa de ser exigível a longo prazo, para
constituir passivo circulante.

No patrimônio, integra o passivo permanente.

Em alguns países, podemos ter as seguintes definições para as


dívidas públicas

Dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos


emitidos pela união, inclusive os do Banco Central de Moçambique,
do estado e do município.

Operação de crédito, compromisso financeiro assumido em razão


de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição
financiada de bens, recebimento antecipado de valores
provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento
mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive como o suo
de derivativos financeiros.

- Conceito de garantia: compromisso de obrigação financeira ou


contractual assumida por ente da Federação ou entidade a ele
vinculada.

Refinanciamento da dívida mobilíaria: emissão de títulos para


pagamento do principal, acrescido da actualização monetária.

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UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

2.3.2. ASPECTO QUANTITATIVO


O aspecto quantitativo do patrimônio, em vez de indicar a
funcionalidade do patrimônio, ele indica o valor dos elementos
patrimoniais. Sob este prisma, o patrimônio é avaliado pelo seu
saldo orçamental que é a diferença entre os respectivos activos e
passivos, mas também este aspecto privilegia as variações do
patrimônio, que somados ao saldo orçamental inicial, vão dar o
resultado patrimonial do exercício. Assim, no aspecto quantitativo
serão objectos de análise, o activo, o passivo, o saldo patrimonial,
variações patrimoniais e resultado patrimonial do exercício.

Sob o ponto de vista de variação e saldo patrimonial, o patrimônio


é

visto como um fundo de valores, ou

seja, o agrupamento de vários componentes nos 3 elementos


básicos da equação patrimonial (Activo – Passivo = Saldo
Patrimonial), avaliados monetariamente.

ACTIVO

O activo representa o conjunto de elementos representativos das


aplicações de recursos orçamentários e extra-orçamentários, ou
seja, constitui os bens e direitos da entidade que representa a parte
positiva do patrimônio, como afirmam alguns autores. Para ser
activo, o bem ou direito precisa atender a 3 características a saber:

ser da propriedade da entidade

ter mensuração monetária, e

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UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

Representar benefícios presentes e futuros para a entidade.

Nas entidades de administração pública, o activo é subdividido em:

- Activo financeiro – que é constituído do numerário, em caixa ou


depositado em conta corrente bancária, das aplicações financeiras
de curto e médio prazos, fundos de acções ou excedente de
poupança, dos depósitos bancários vinculados a programas
especiais ou importações (disponibilidades), dos créditos a serem
convertidos em numerário e dos desembolsos financeiros a serem
apropriados á despesa (realiável – créditos financeiros).

Activo permanente ou Activo não Financeiro – que é constituído de


bens (Móveis, Imóveis e Semoventes), dos valores (Almoxifarado,
acções, títulos, etc) e dos créditos não financeiros (Dívida activa,
Empréstimos não concedidos), etc.

PASSIVO

O passivo representa o conjunto de elementos patrimoniais,


representativos das obrigações estatais para com terceiros,
subdividido em:

- Passivo financeiro – que é constituído pela Dívida Flutuante

Restos a pagar: despesas empenhadas e não pagar

Serviços da dívida a pagar: restos a pagar da dívida e encargos


Depósitos: Consignações, retenção e cauções, etc.

Depósito de tesouraria: Operação de crédito por antecipação da


receita.
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Passivo Permanente – que é constituído pela Dívida Fundada:


interna, externa e judicial (operação de crédito, dívida judicial
(precatório), dívida mobiliária)

SALDO PATRIMONIAL

O Saldo patrimonial representa a situação patrimonial líquida, ou


seja, a diferença entre o Activo e o Passivo (SP= A-P), que pode ser:

-Activo Real líquido – quando o activo for maior que o passivo (A≥P)

-Passivo real ou passivo a descoberta – quando o passivo for maior


que o activo (A≥P)

-Nulo – quando o activo for igual ao passivo (A=P). Esta situação é


muito rara.

Representação do Patrimônio Público (balanço)

ACTIVO PASSIVO

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Contabilidade Publica

ACTIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIRO

Disponível Restos a pagar

Realizável Serviços da dívida a pagar

Depósitos

Débitos de tesouraria

ACTIVO PERMANENTE PASSIVO PERMANENTE

Bens Dívida interna

Valores Dívida externa

Crédito

SALDO PATRIMONIAL

Passivo real líquido

Variações Patrimoniais

As variações patrimoniais representam o conjunto das modificações


sofridas pelo patrimônio, ou seja, as ocorrências que proporcionam
o aumento ou diminuição nos elementos componentes do activo ou
passivo e podem:

Resultar da execução orçamental – que são os acréscimos ou


decréscimos ocasionados pela execução orçamentária, subdivididos
em:

49
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

a) Variações patrimoniais activas, aquelas que proporcionam


aumento patrimonial e são:

- Receita orçamentária

-Mutuações de despesa – aquisição de bens (materiais de consumo


para stock e material permanente) e/ou valores, amortização,
dívida fundada e concessão de empréstimos.

b) Variações patrimoniais passivas, são aquelas que acarretam


diminuição patrimonial:

- Despesa orçamentária

-Mutuações de receita – alienação de bens e ou valores,


recebimentos de créditos e realizações de operações de crédito.

Ser independentes da execução orçamentária, que são os


acréscimos ou decréscimos verificados nos elementos activos e
passivos, de forma fortuitas e ocasional, não relacionados as
operações orçamentárias, subdividem-se em:

Variações Patrimoniais Activas (VPA), são aquelas que


proporcionam aumento patrimonial:

Superveniências Activas – nascimento de somoventes, incorporação


e ou valores, inscrição, encampação monetária de crédito.

Insubsistência passiva- cancelamento da dívida em geral

Variação patrimonial passiva (VPP), são aquelas que ocasionam


diminuição patrimonial,
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Contabilidade Publica

Insubsistências Activa – morte de somoventes, desincorporação


e/ou baixa residual de bens/valores, cancelamento de créditos.

Superveniências Passivas – enampação e ou actualização


Monetária da dívida em geral.

2.4. RESULTADOS PATRIMONIAL DO EXERCÍCIO

Em face das variações patrimoniais, no fim do exercício temos o


resultado patrimonial do exercício, também chamado de resultado
econômico, representa as diferenças entre as Variações
Patrimoniais activas (VPA) e as Variações Patrimoniais Passivas
(VPP) podendo ser superavitário, deficitário ou nulo.

Resultado Patrimonial (Sp)

-Superavitario (VPA-VPP)

-Nulo (VPA=VPP)

-Deficitario (VPA≤VPP)

VPA Comportamento das VPP


variações

Receita orçamentária Resultante da Despesa orçamentária


execução
orçamentária
Mutação da despesa Mutação da despesa
orçamentária orçamentária

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Contabilidade Publica

Superveniências Independentes da Insubsitências Activas


execução
Activas
orçamentária
Insubsitência passive Superveniências
Passivas

TOTAL VPA TOTAL VPP

Deficitário Resultado Superavitário


Patrimonial

2.6. Escrituração dos factos contabilísticos


As mutações qualitativas ou quantitativas do patrimônio das
entidades públicas devem ser acompanhadas de um sistema lógico
de registo, para que produzam uma informação fiável e utilizável
para a gestão. O registo dos factos contabilísticos, diz-se
lançamento e a técnica de registo desses lançamentos chama-se
escrituração.

O sucesso de uma escrituração depende da existência de:

- Símbolos que representam as diversas componentes patrimoniais;

- livros adequados a técnica contabilística

-linguagem e métodos próprios

- observância dos princípios e convenções usualmente aceites, e -

documentação legal aprove a ocorrência do facto.

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Contabilidade Publica

A contabilidade pública, também usa o método de partidas


dobradas, que se fundamenta no princípio de que não há origem
sem aplicação correspondente, ou não há aplicação sem origem
correspondente.

Este princípio lógico é explicado pela relação: se A deve a B 10


000,00 Mt, na contabilidade de B será registada a dívida de A e na
contabilidade de A será registado um crédito de B, e a equação
fundamental de contabilidade é:

Activo = Passivo + Patrimônio líquido

A = P +PL

Para que esta equação seja permanentemente em


equilíbrio, a todo o aumento do activo, corresponderá um
aumento igual do passivo ou patrimônio líquido. Assim
teremos:

- A soma dos débitos é igual a soma dos créditos

- A soma dos saldos devedores é igual soma dos saldos credores

- O patrimônio líquido é igual a diferença entre a soma dos bens e


direitos com a soma das obrigações

- As receitas são sempre creditadas, pois aumentam o patrimônio


líquido, e

- As despesas são sempre debitadas pois reduzem o patrimônio


líquido

53
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Quadro resumo dos lançamentos contabilísticos

Contas patrimoniais

Tipo de conta A débito A crédito

Do activo Aumentos Diminuições

Do passivo Diminuições Aumentos

Património Líquido Diminuições Aumentos

Contas de Resultados

Tipo de conta A débito A crédito

Receitas e variações Só no caso de estorno Sempre creditada


patrimoniais activas ou encerramento de
contas

Despesas e Variações Sempre debitadas Só no caso de estorno


ou aumento de
Patrimoniais passivas
contas

Sumário

54
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Contabilidade Publica

Nesta Unidade temática 2 estudamos e discutimos


fundamentalmente três itens em termos de Sistemas
Contabilísticos e o património Público :

• Sistemas Contabilísticos conceito e os respectivos tipos

• Noções e Estrutura do patrimônio e os seus respectivos


elementos

• Equação básica da Contabilidade e o respectivo impacto


nos resultados

55
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)


1. O que são Sistemas contabilísticos

2. Quais são os tipos de sistemas contabilísticos por si estudados


3. Defina o património
4. Distinga o aspecto qualitativo e quantitativo do património
5. Defina Activo e seus elementos

6. Defina Passivo e seus elementos

7. Enuncie a equação básica da contabilidade que equilibra o


património

8. Quais são os tipos de saldo que podemos ter partir da equação


de equilíbrio

9. Debruce sobre o conceito da divida e suas características 10.


Conceitue resultado do exercício

Respostas:
1. Rever a página 22 paragrafo 1
2. Rever as páginas 22 a 23 (Introdução desta Unidade):
3. Rever a página 23
4. Rever as páginas 23 e 28
5. Rever página 29
6. Rever página 29;
7. Rever a página 33
8. Rever a página 33
9. Rever os conteúdos das páginas 26 e 27
10. Rever os conteúdos da página 32.

56
UnISCED CURSO: Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Módulo:
Contabilidade Publica

57
Licenciatura em Administração Pública
Disciplina/
Módulo:Contabilidade Publica

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

1. Os sistemas contabilísticos tem objectivo de: Só uma das


seguintes respostas é correcta

Acompanhar o orçamento, da composição financeira e patrimonial,


bem como evidenciar os compromissos assumidos pela
administração pública, nas contas de compensação

Empresas pública, Autarquias locais e ministérios

Acompanhamento das Empresas privadas

a) Fazer a escrituração dos factos administrativos

b) Fazer a escrituração de actos administrativos das Empresas

2. Para ser activo, o bem ou direito precisa atender a características


a saber:

a) Ser da propriedade da entidade

b) Ter mensuração monetária, e

c) Representar benefícios presentes e futuros para a entidade


d) Todas alíneas estão correctas
2. Os bens de uso especial têm as seguintes
características:

58
a) São contabilizados e Estão incluídos no patrimônio

da instituição

b) São inventariados e avaliados Dão e podem produzir


renda

c) Podem ser alienados nos casos e na forma que a lei

estabelecer

d) Todas as alíneas estão incorrectas

e) Alínea a), b) e c) estão correctas

4. O sistema contabilistico patrimonial regista:

a) Todos bens moveis e imóveis

b) Bens de carácter permanente

c) As alíneas a) e b) estão correctas

d) Nenhuma das alternativas

5. O sucesso de uma escrituração depende da existência


de:

a) Símbolos que representam as diversas componentes

patrimoniais;

b) livros adequados a técnica contabilística

59
c) Linguagem e métodos próprios

d) Todas correctas

GRUPO-3 exercícios de Aplicação prática

1. Debruce sobre a equação de Equilíbrio Patrimonial


2. Quais são as finalidades de um sistema Contabilístico
no sector Publico?

3. Mencione, pelo menos, 2 objectivos cruciais do


sistema de Contabilidade?

4. Diferencie um passivo de um Activo e dê exemplos


5. Qual á natureza dos Saldos da situação Patrimonial

60
Tema III: Introdução e caracterização do Plano Oficial de
Contabilidade Pública (POCP)

Unidade 3: Introdução e caracterização do Plano Oficial de


Contabilidade Pública (POCP) l

Unidade 3.1 Plano de Contabilidade Publica


Unidade 3.2. Objectivos e Instituições Obrigadas a usar o Plano
oficial da contabilidade Pública

Unidade 3.3. Demonstrações Contabilísticas

Unidade 3.4. Estrutura do plano de contabilidade pública.

Unidade 3.5. Contas De Resultados Patrimonial Do Exercício

Unidade 3.6. Plano de contas no sistema orçamentário

Objectivos da Unidade:

• Dominar e caracteriza o Plano Oficial de Contabilidade


Pública (POCP),

• Conhecer a estrutura do POCP

PLANO DE CONTABILIDADE PÚBLICA


3.1. Conceito de plano oficial de contabilidade pública (POCP)
O Plano de contas é o objecto responsável pela
transparência dos lançamentos contabilísticos,
demonstra as contas de forma escriturada, obedecendo
os princípios contabilísticos geralmente aceites, e
61
consegue com isso agrupar informações diversas, de
acordo com a forma em que cada conta está sendo
utilizada.

Mas também podemos dizer que o plano de contas constitui uma


estrutura ordenada e sistematizada das contas utilizadas
numa entidade e deve conter as directrizes gerais e
especiais que orientam os registos dos factos ocorridos e
dos actos praticados na entidade.

Deve também, ser flexível para permitir que sejam


introduzidas ou se eliminem contas durante o exercício,
sem prejuízo da sua estrutura básica.

Na contabilidade pública, o plano de contas, objectiva, evidencia


e ordena os seguintes factos:

- Estágios de receitas e despesa

- Entradas e saídas financeiras

- Factos contigentes e aleatórios que afectam o patrimônio; e

- Registos de factos e operações que não produzem alterações


patrimoniais

Assim, o plano oficial de contabilidade pública é, pois, um guia, um


estudo prévio dos factos administrativos que deverão ser
registados, e constitui um documento no qual são estabelecidas as
regras básicas para o registo sistemático desses mesmos factos. E o
conjunto de contas que compõem um plano de contas, que hoje é
adorado pela grande maioria dos estados e municípios, obedece a

62
4 sistemas de contas, orçamento, financeiro, patrimonial e de
compensação.

O plano de contas nas instituições públicas é criado de acordo com


as reais necessidades dessas entidades, como por exemplo, para o
sistema financeiro, patrimonial e compensação, temos o respectivo
plano de contas e para o sistema orçamental, temos outro plano de
contas.

3.2. Objectivos e Instituições Obrigadas a usar o Plano oficial da


contabilidade Pública

Os objectivos da contabilidade pública são o de fornecer a


informação econômica relevante para que cada usuário possa
tomar as suas decisões e realizar os seus julgamentos com
segurança.

Ela deve evidenciar perante as instituições que valem pela


contabilidade pública, a situação de todos os que arrecadam
receitas e efectuam despesas ou administrem ou guardem bens a
eles pertencentes ou confiados.

Todas as instituições ou seja, pessoas jurídicas de direito público,


tais como as uniões, estados, federações, províncias, distritos,
autarquias, municípios, fundos e fundações, que arrecadam receitas
e efectuam despesas ou administrem ou guardam bens a ele
pertencentes ou confiados, são obrigados a usar o plano oficial de
contabilidade pública (POCP), no registo dos factos e actos
administrativos.
63
Para o caso de Moçambique, o POCP, é designado por Plano Básico
de Contabilidade Pública (PBCP) tem por objectivo a uniformização
e sistematização do registo contabilístico dos actos e factos
relacionados com execução orçamental, financeira e patrimonial do
estado. O PBCP deve ser adoptado por todas as unidades do
SISTAFE, sendo ele composto por lista de contas, Plano de objectos
e Tabela de operações Contabilísticas.

É da responsabilidade da unidade de segurança (US) do sistema de


contabilidade pública (SCP) a normalização do PBCP, competindo-
lhe:

Criar, especificar, desdobrar, codificar e extinguir contas

Criar e adequar o Plano de Objectos e a tabela de operações


contabilística de modo a atender as necessidades de registo pelas
unidades executoras dos actos e factos relacionados com execução
do orçamento de estado

emitir instruções sobre a utilização do plano básico de contabilidade


pública, contendo os procedimentos contabilísticos pertinentes

proceder os ajustes no PBCP, sempre que julgado necessário,


observada a sua estrutura básica determinada pela legislação em
vigor.

3.3. Demonstrações Contabilísticas

O governo elabora, no fim de cada exercício econômico, o Balanço,


Mapas de controlo orçamental, demonstração de resultados e o
inventário contabilístico.

Depósitos, constituídos por contas de cauções e fianças.

64
Consignações, constituídos por contas de impostos de renda retidos
na fonte, fundos municipais de previdência e assistência (fundo
municipal de previdência e fundo municipal de assistência).

Débitos de Tesouraria, representada pela conta de operações de


crédito por antecipação da receita orçamentária.

O passivo permanente desdobra-se em:

Dívida fundada interna, constituída pelas contas de dívida fundada


interna em título e dívida fundada interna por contractos.

Dívida fundada externa

Saldo Patrimonial, que comporta: Activo Real Líquido e Passivo real


a descoberto

3.4. ESTRUTURA DO PLANO DE CONTABILIDADE PÚBLICA. O plano


de contas nas instituições públicas é criado com as reais
necessidades dessas entidades, assim, temos um plano de contas
para o sistema financeiro, patrimonial e compensação e outro para
o sistema orçamental.

Plano de contas no sistema financeiro, patrimonial e compensação

Este plano de contas, como o nome diz, é composto por activos


financeiros e permanentes passivo financeiros e permanentes,
saldo patrimonial, e activo e passivo compensado, assim
estruturado.

ACTIVO, que comporta:

O activo financeiro dedobra-se em:

65
Disponível, constituído pelas contas caixa e bancos

Realizável, constituído pelas contas de responsabilidade de


adiantamentos e devedores por empréstimos.

O Activo Permanente desdobra-se em:

Bens móveis, constituídos pelas contas de veículos e sua


depreciação, máquinas e equipamentos e sua depreciação, móveis
e utensílios e sua depreciação.

Bens imóveis, constituídos pelas contas de terras, terrenos,


edificações e suas amortizações e obras em andamento.

Bens de natureza industrial, constituídos pelas contas de bens


móveis (máquinas e equipamentos e suas depreciações), bens
imóveis

(terrenos, edificações e suas amortizações)

Créditos, constituídos pelas de dívida activa (dívida activa tributária


inscrita no ano, e dívida activa não tributária inscrita no ano); e
dívida activa não tributária.

Valores, representada pela conta de acções de empresas.

PASSIVO, que comporta:

Passive financeiro desdobra-se em:

Restos a pagar, constituídos pelas contas restos a pagar


processados

66
de e restos a pagar não processados

de Serviços de dívida a pagar; Despesa orçamentária empenhada a


pagar, Restituições a pagar.

3.5. CONTAS DE RESULTADOS PATRIMONIAL DO


EXERCÍCIO Que comporta:

Variações activas resultantes da execução orçamentária,


representada pela conta de receitas orçamentárias

Variações activas independentes da execução orçamentária,


constituídas pelas contas de superveniências activas (inscrição da
dívida activa tributária, inscrição da dívida activa não tributária,
doações recebidas, heranças vacantes e valorização de bens), e
insubsistência passiva (cancelamento de dívidas passivas,
diminuição de dívida por baixa de taxa cambial, e baixa de
depreciação acumulada).

Mutações patrimoniais activas, constituídas pelas contas de


aquisições de bens móveis (aquisição de veículos), aquisição de
bens imóveis, construção de bens imóveis, aquisição de bens para
almoxifarado e amortização da dívida fundada interna.

Variações patrimoniais passivas resultantes da execução


orçamentária, representada pela conta de despesas orçamentárias.

Variações patrimoniais passivas independentes da execução


orçamentária, constituída pelas contas de insubsistências activas
(baixa de créditos fiscais inscritos, baixa de bens imóveis por doação
ou sinistro, baixa de bens imóveis por consumo, morte,

67
inservibilidade, permuta, doação, furto, roubo e exaustão,
depreciação de bens imóveis, depreciação de bens móveis),
superveniências passivas (inscrição de dívidas passivas, correção
monetária por variação cambial e depreciação acumulada baixada
no exercício).

Alterações patrimoniais passivas, constituída pelas contas de


cobrança de dívida activa, alienação de bens móveis, alienação de
bens imóveis, incorporação da dívida fundada interna e
amortização de empréstimos concedidos.

Resultado patrimonial do exercício, representada pela conta de


resultados de exercício.

ACTIVO COMPENSADO, que comporta: Receita orçamentária


prevista a realizar; Receita orçamentária realizada; Valores em
poder de terceiros (devedores por título de caução);Contrapartida
de valores de terceiros; Responsabilidade de terceiros e,
Contrapartida de despesa orçamentária fixada e realizada.

PASSIVO COMPENSADO, que comporta: Despesa orçamentária


fixada a realizar; Despesa orçamentária realizada; Despesa
orçamentária fixada e realizada; Despesa orçamentária realizada;
Despesa orçamentária empenhada a liquidar; Contrapartida de
valores em poder de terceiros; Valores de terceiros; Contrapartida
de responsabilidade de terceiros e, Contrapartida de receita
orçamentária a realizar.

3.6. Plano de contas no sistema orçamentário

O plano de contas do sistema orçamentário é elaborado, com base


na lei do orçamento vigente neste exercício financeiro e estado e

68
representa as recitas orçamentárias previstas e as despesas
orçamentárias fixadas neste exercício. Para ilustrar o plano de
contas no sistema orçamentário, iremos adoptar as classes 7 e 8,
sem no entanto aprofundar aprofundar a classificação pois esta
depende de país para país.

RECEITA ORÇAMENTÁRIA, Constituída por:

7.1. Receitas correntes, constituídas pelas contas de receitas


tributárias (impostos, taxas e contribuições de melhoria) e receita
de capital (operações de crédito).

7.1.1 Receitas tributária, composto por

7.1.1.1. Impostos

7.1.1.2. Taxas

7.1.1.3. Contribuições de melhoria

7.1.2. Receitas de contribuições, representada pela conta de


contribuições sociais

7.1.3. Receita patrimonial, constituídas pelas contas de


receitas imobiliárias, receitas de valores mobiliários e
outras receitas patrimoniais.

69
7.1.4. Receitas agropecuárias, constituídas pelas contas
de receitas de produção de vegetais, produção animal e
derivados e outras receitas agro-pecuárias.

7.1.5. Receita industrial

7.1.6. Receita e serviços

7.1.7. Transferências correntes, são constituídas por


várias contas representam as transferências do estado
para estado, famílias e empresas.

7.2. Receitas de capital, constituídas por

7.2. Receitas de capital constituídas por

7.2.1 Operações de crédito, constituídas pelas contas de operações


de crédito interno e operações de crédito externo.

7.2.2. Alienação de bens, constituídas pelas contas de


alienação de bens móveis e bens imóveis.

7.2.3. Amortização de empréstimos

7.2.4. Transferência de capital

7.2.5. Outras receitas de capital

Deduções de receitas corrente

DESPESA ORÇAMENTÁRIA

Despesas correntes

Despesas com pessoal

70
Despesas com bens de consumo

Despesas com serviços

Despesas de capital

Construções

Equipamentos e material permanente

Pagamento de dívida com terceiros

Amortização da dívida Fundada interna

Amortização da dívida Fundada externa

Sumário

Nesta Unidade temática 3 estudamos e discutimos


fundamentalmente seis itens em termos de
caracterização do plano básico de contabilidade Pública:
• Plano de Contabilidade Publica

• Objectivos e Instituições Obrigadas a usar o Plano


oficial da contabilidade Pública

• Demonstrações Contabilísticas

• Estrutura do plano de contabilidade pública.

• Contas De Resultados Patrimonial Do Exercício

• Plano de contas no sistema orçamentário

71
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

1. Defina o Plano oficial de Contabilidade Publica


(POCP)
2. Debruce sobre os objectivos do POCP
3. Quais as instituições que estão sujeitas ao POCP
4. Debruce sobre a estrutura do POCP

5. Diferencie o activo Compensado do


passivo compensado

6. Fale da responsabilidade da Unidade de Segurança


na Normalização

7. Discuta sobre a designação do POCP em


Moçambique
8. O que são alterações passivas

9. Comente sobre as demonstrações contabilísticas


10. Defina débitos de Tesouraria Respostas:

1. Rever os conteúdos da página 48

2. Rever os conteúdos da página 48 (Introdução desta Unidade):

3. Rever os conteúdos da página 50 ,3⁰ paragrafo

4. Rever os conteúdos das paginas 51 e 52 respectivamente

5. Rever os conteúdos da página 52

6. Rever os conteúdos da página 50;

7. Rever os conteúdos da página 50

8. Rever os conteúdos da página 53

9. Rever os conteúdos das páginas 26 e 27 10. Rever os conteúdos da página 51.

72
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

1. O Plano de contas é o objecto responsável:

a) Pela transparência dos lançamentos contabilísticos

b) Guia para empresas privadas

c) Pela terminologia dos actos administrativos

d) Pela Nomenclatura dos lançamentos

2. Receitas correntes, constituídas pelas:

a) Contas referentes a actividade Agro- Pecuaria

b) Contas de receitas tributárias (impostos, taxas e


contribuições de melhoria)

c) Receita de capital (operações de crédito)

d) As alíneas b) e c)

3. Para o caso de Moçambique, o POCP, é designado por:

a) Plano Básico de Contabilidade Pública (PBCP)

b) Plano de Contas

c) Plano Geral de Contas NIRF

d) Plano quinquenal do governo

4. Receitas tributária, composto por:

a) Impostos

b) Taxas

73
c) Contribuições de melhoria

d) Todas as alíneas estão correctas


5. O activo financeiro desdobra-se em:

a) Disponível, constituído pelas contas caixa e bancos

b) Realizável, constituído pelas contas de responsabilidade de


adiantamentos e devedores por empréstimos

c) Factos administrativos

d) a) e b)

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-3 (Exercícios de Aplicação Pratica)

1. Distinga despesas correntes das despesas de capital

2. Enuncie os tipos de receitas

3. Distinga o plano geral de contas e o plano básico de


contabilidade pública

4. Defina unidade de Segurança

5. No âmbito da receita tributária distinga imposto e taxa

74
Tema IV: o plano de Contabilidade Publica em Moçambique regras e
Funcionamento

Unidade 4:. o plano de Contabilidade Publica em


Moçambique regras e Funcionamento

Unidade 4.1.CONTAS E REGISTOS DA EXECUÇÃO ORÇMENTAL

UNIDADE 4.2 EXECUÇÃO ORÇAMENTAL

Unidade 4.3 FUNDO DE MANEIO

UNIDADE 4.16 EXERCÍCIOS DESTE TEMA

Objectivos da Unidade:

• Dominar e saber identificar os códigos das contas


quer da despesa e da receita publica;

• Conhecer as fases de execução da despesa versus


Receita

Estrutura do plano de contas em Moçambique


A Estrutura do plano básico de contabilidade pública
representa a organização das contas utilizadas na
contabilidade pública. Para Moçambique, esta estrutura
deve ser seguida na contabilização de todas as operações

75
das instituições públicas conforme ilustra a estrutura a
seguir:

Estrutura das contas do plano básico de contabilidade pública

1. Activo 2. Passivo

1.1. Circulante 2.1. Circulante

1.2. Realizável a Médio e longo 2.2. Exigível a Médio e longo


prazo prazo

1.3. Imobilizado 2.3. Resultado de


Exercícios
fututros

2.4. Fundos próprios

3. DESPESA 4. RECEITA

3.1. Despesas correntes 4.1. Receitas correntes

3.2. Despesas de capital 4.2. Receitas de capital

76
5. RESULTADO DE VARIAÇÃO 6. RESULTADO DE VARIAÇÃO

PATRIMONIAL NEGATIVA PATRIMONIAL POSITIVA

5.1. Resultado ordinário 6.1. Resultado ordinário

5.2. Resultado extraordinário 6.2. Resultado extraordinário

6.3. Resultado Patrimonial

7. CONTAS DE ORDEM ACTIVAS 8. CONTAS DE ORDEM ACTIVAS

7.1. Execução orçamental 8.1. Previsão orçamental


da receita da receita

7.2. Fixação orçamental 8.2. Execução orçamental


da despesa da despesa

7.3. Execução da programação 8.3. Execução da programação


financeira financeira

7.4. Execução das despesas por 8.4. Execução das despesas por
pagar pagar

7.5. Execução de 8. 5.Direitos e


acordos e
obrigações acordadas
contractos

8.6. Outras contas de ordem


7.9. Outras contas de ordem
passivas
activas

4.1. CONTAS E REGISTOS DA EXECUÇÃO


ORÇAMENTAL A lista de conta do PBCP representa a
relação de contas contabilísticas adoptadas pela
contabilidade pública organizada de maneira uniforme e
77
sistematizada, afim de atender aos registos contabilísitcos
dos actos e factos relacionados a administração dos
recursos de estado pelos seus órgãos e instituições.

4.1.1. Conceito da conta


A conta corresponde ao título representattivo da
formação, composição, variação, situação de um
patrimônio, bem como dos bens, direitos e obrigações e
situações nele não compreendidas, que directa ou
indirectamente possam vir afecta-lo, exigindo, por isso,
controlo específico. As contas são agrupadas segundo a
sua função, possibilitando:

• Identificar, classificar e efectuar a escrituração


contabilística,

pelo método das partidas


dobradas, dos actos e factos de gestão, de maneira uniforme
e sistematizada.

• Conhecer a situação dos responsáveis que, de


algum modo, arrecadam receitas, efectuam
despesas e administram ou guardam bens
pertencentes ou confiados aos estados

• Acompanhar e controlar a execução orçamental,


evidenciando a receita prevista, cobrada e
recolhida, bem como a despesa autorizada,
cabimentada e realizada e também as dotações
disponíveis

• Elaborar os balanços, mapa de controlo


orçamental e as demonstrações de resultados

• Conhecer a composição e situações de patrimônio


analisando

78
• Analisar e interpretar os resultados econômicos e
financeiros

• Individualizar os credores e devedores, com a


especificação necessária ao controlo contabilística
do direito ou obrigações, e,

• Controlar contabilisticamente os direitos e


obrigações provenientes de ajuste ou contractos
de interesse de gestão.

4.1.2 Estrutura das contas, tipos e natureza


As contas contabilísticas são estruturadas por níveis de
desdobramento, classificadas e codificadas, de modo a facilitar o
conhecimento e análise da situação orçamental, financeira e
patrimonial, compreendendo seis níveis de desdobramento, da
seguinte forma:

Classificação Econômica da Despesa ( vide em anexo o


classificador

79
econômico)

X.X.X.X.X.XX- Conta Contabilistica

1⁰ Nivel:Classe

2⁰ Nivel: Grupos

3⁰ Nivel :Sub-grupo

4⁰Nivel: Elementos

5⁰Nivel:Sub-elemento

6⁰Nivel:Item

Exemplo: conta – 2.1.1.1.1.06 – Assistência médica e


medicamentosa

Níveis Conta Título de níveis

Classe 2 Passivo

Grupo 1 Passivo circulante

Sub-grupo 1 Retenções de curto prazo

Elemento 1 Consignações

Sub-elemento 1 Previdência social

Item 06 Assitência médica e


medicamentosa

80
Além dos 6 níveis acima mencionados, as contas podem
sofre desdobramento de acordo com o Planto de Objecto,
o qual não faz parte da estrutura da conta contabilística,
e o que objectiva individualizar os actos e factos a serem
registados, afim de permitir a qualificação do registo
contabilístico.

As contas são, ainda, separadas em escrituradas aquelas


que admitem registos e não escrituradas, aquelas que não
admitem registos e compreendem o somatório dos
valores escriturados nos seus desdobramnetos.

As contas contabilísticas são também classificadas segundo a sua


natureza:

a) Devedores – cujos lançamentos devedores são aqueles que


aumentam os seus saldos, em regras, são iniciadas por números
pares.

b) Credores – cujos lançamentos são aqueles que aumentam


seus saldos, em regra, são iniciadas por números pares

c) De redução – são aquelas que deduzam o grupo aqui


pertencem, sendo a sua natureza contrárias as dos demais
grupos.

Nível de desdobramento de contas

O primeiro nível representa a classificação máxima na agregação


das contas e está desdobrado nas seguintes classes:

1- Activo 2 – Passivo

81
3 – Despesa 4- Receitas

5 – Resultado de 6 – Resultado de
variações variações
patrimonial negativo patrimonial positivo

7 – Contas de ordem actives 8 – Contas de ordem pasivos

4.2. Activo
São contas do activo, as de classe 1 que inclui as contas
correspondentes aos bens e direitos, demonstrando as aplicações
de recursos e compreendem os seguintes grupos de contas,
dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez

Activo circulante – As disponibilidades de numerário, os recursos a


receber bem como outros bens e direitos pendentes ou em
circulação, realizáveis até ao término do exercício seguinte,

Activo realizável a médio e longo prazos – os bens e direitos,


normalmente realizáveis após término do exercício seguinte

Activo imobilizado – os activos de carácter permanente


representados pelas imobilizações corpóreas, bem como as
amortizações e reintegrações acumuladas.

4.3. Passivo

São contas do passivo, as de classe 2, que inclui as contas relativas


as obrigações evidenciando as origens dos recursos aplicados as
quais estão dispostas no PBCP em ordem decrescente de grau de
exigibilidade e compreende os seguintes grupos:

82
Passivo circulante – As retenções de curto prazo, as coberturas de
défices de tesourarias, as obrigações a pagar e os valores pendentes
exigíveis até o término do exercício seguinte.

Passivo exigível a médio e longo prazos – As obrigações exigíveis


normalmente após o término do exercício seguinte

Resultados exercícios futuros – São as contas representativas de


receita de exercícios futuros, bem como das despesas a elas
correspondentes

Fundos Próprios – O patrimônio da gestão, reservas de capital e


outras que forem definidas, assim como o resultado acumulado.

4.4. DESPESA
São contas das despesas, as da classe 3 que inclui as contas
representativas dos recursos dispendidos na gestão, a serem
considerados no apuramento do resultado do exercício, tendo
características de contas de resultados, estando desdobradas nas
seguintes categorias;

Despesas correntes – compreendem as contas desdobradas em


transferências e aplicações directas, dispesas com pessoal, bens e
serviços, encargos de dívida, subsídio, outras despesas correntes e
exercícios findos.

Despesas de Capital – Compreendem as contas desdobradas em


transferências e aplicações directas, de despesas de capital,
operações financeiras e outras despesas de capital.

4.4.1. Códigos das contas de despesas

83
Os códigos das contas de despesas iniciam-se com o número 3,
sendo que os demais dígitos correspondem a classificação
econômica de Despesa ( vide anexo 1 deste manual).

Exemplo:

Classificação Econômica da Despesa (vide em Anexo


neste
manual)

3.1.1.1.0.01-Conta Contabilistica

Classe:Despesa

Grupo :Despesas Correntes

Sub-grupo:Despesas com Pessoal

Elemento : Salário e Remunerações

Sub-elemento

Item( vencimento base do quadro do Pessoal)


4.5. EXECUÇÃO ORÇAMENTAL

Fase da despesa

Constitui despesa pública todo o dispêndio de recursos monetários,


seja qual for a sua proveniência ou natureza, gastos pelo estado,
com ressalva daquele em que o benefício se encontra obrigado a
reposição dos mesmos. Em nenhuma despesa pode ser assumida,
ordenada ou realizada sem que, sendo legal, se encontra escrita
devidamente no orçamento do estado aprovado, tenha cabimento
na correspondente verba orçamental e seja justificada quanto a

84
economicidade, eficiência e eficácia. Ou seja, as despesas só
poderão ser assumidas durante o ano econômico para o qual
estiverem orçamentadas, devendo-se sempre respeitar os
princípios da economia (minimização de custos), eficiência
(maximização dos resultados) e eficácia (obtenção dos resultados
pretendidos).

As dotações orçamentais constituem o limite máximo a utilizar na


realização das despesas públicas no correspondente exercício
econômico.

4.6. Realização de despesas

A realização de despesas dado o estado, traduz-se na execução


ordenada, e por etapas, de determinados princípios no
correspondente exercício econômico.

Nenhuma despesa se pode efectuar sem que haja lei que a


autorize, ou seja, para se realizar uma despesa é imperioso que
exista uma lei que a autorize. Normalmente trata-se das leis que
criaram e organizam os serviços, envolvendo assim a permissão
implícita para se efectuarem as despesas necessárias ao seu
funcionamento.

É proibido realizar as despesas que não tenham sido inscritas no


orçamento – a inscrição orçamental implica a existência da
descrição adequada em que a despesa possa ser classificada e
compreendida, não podendo os serviços utilizar importâncias
inscritas em rubricas diferentes daquela que respeitam os encargos.

85
Não se deve exceder as dotações orçamentais – os créditos
orçamentais são limites a que os serviços devem sujeitar a
realização das suas despesas.

A realização da despesa obedece as seguintes fases: Cabimento,


liquidação e pagamento

Cabimento orçamental: é o acto administrativo de verificação,


registo e cativo do valor do encargo a assumir pelo estado. Este acto
só pode ser efectuado pelo gestor público se a unidade gestora
possuir saldo suficiente nas contas denominadas Dotação
disponível e quota de limite orçamental a utilizar, onde os registos
contabilísiticos, quando da emissão de um cabimento, são os
seguinte:

Exemplo da emissão do cabimento – OC – 23001:

Código e título da Registo Código e titulo da Registo


conta conta

8.2.1.1.0.00 – D- 8.2.1.3.1.00 –C
Dotação Dotação

Disponível cabimentada a

liquidar

8.3.1.4.1.00 –D- 8.3.1.4..12.00 –C-


Quota de limite Quota de limite
orçamental a orçamental a

utilizar utilizada

86
7.2.4.1.00 – D- 8.2.4.1.01 – C-
Emissão de nota a
Cabimento
de cabimento
liquidar

a) Liquidaçao, apuramneto do valor que efectivamente há a


pagar para emissão da competente ordem de pagamento
cujos registos contabilísticos, são;

Exemplo da emissão liquidação – OC – 240 XX + Apropriação da


obrigação – OC – 430XX

Código e titulo da Registo Código e título de Registo


conta conta

3.X.X.X.XX – D- 2.1.X.X.X.X.X- C-
obrigação
Despesa

8.2.1.3.1.00 – D- 8.2.4.1.2.01- C-
Dotação cabimentos
cabimentada liquidados
liquidar a

8.2.4.1.1.01 – D- 8.2.4.1.2.01 – C-
a
Cabimentos Cabimentos
Liquidar Liquidados

8.3.2.0.0.00 D- 7.3.2.1.0.00- C-
disponibilidades disponibilidasdes
financeiras por FR

87
7.3.2.1.0.00 8.3.2.0.0.00
disponibilidasdes disponibilidades
por FR D- financeiras C-

b) Pagamento ou entrega de uma importância em dinheiro


ao titular do documento de despesa, cujos registos
contabilisticos são;

c) Exemplo da liquidação da obrigação – OC – 440XX +


pagamento –
OC – 42004

Codigo e titulo da Registo Codigo e Titulo da Registo


Conta Conta

2..1.X.X.X.XX- 3.X.X.X.XX –
obrigação Despesa
D- C-

8.2.4.1.1.01 – 8.2.4.1.3.01 –
Cabimentos
Cabimentos a
D- pagos C-
Liquidados

8.3.2.0.0.00 7.3.2.1.0.00-
disponibilidades disponibilidasdes
financeiras D- por FR C-

88
As despesas que sejam reconhecidas judicialmente no exercício em
curso, pertencentes a exercícios anteriores, mas nele não
liquidadas, são pagas em rubricas orçamentárias adequadas do
orçamento do estado desse exercício em curso.

4.7. Dotação orçamental

A dotação orçamental, em linguagem técnica conhecida por


créditos orçamentais, ordinários ou autorizações orçamentais, são
as importâncias inscritas no orçamento de cada serviço ou Direcção
da autarquia e representam os limites máximos até aos quais se
podem contrair encargos para satisfazer as necessidades durante
um determinado ano econômico.

4.8. Dotação utilizável

A dotação utilizável significa a dotação total inscrita no orçamento


ou a percentagem de que se pode dispor. Assim, a título de
exemplo, se uma dotação orçamental no montante de 1.000.000,00
Mt estiver sujeita, de acordo com a lei orçamental a dedução de
10%, isto é, de 100.000,00 Mt, a dotação utilizável é de 900.000,00
Mt (1.000.000,00 Mt – 100.000,00 Mt).

Contudo, se outra dotação orçamental da mesma importância de


1.000.000, 00 Mt não estiver, por hipótese, sujeita a qualquer
dedução, a própria dotação orçamental é ao mesmo tempo a
dotação orçamental disponível.

A dotação disponível ou disponibilidade por vencer significa a


dotação que em determinado momento está disponível para ser
gasta com encargos contraídos por conta dessa rubrica orçamental.

4.9. Alterações orçamentais


89
Os reforços de determinadas dotações provocam naturalmente a
diminuição em outras, visto que é necessário garantir o equilíbrio
orçamental. São as chamadas Anulações em despesas. Nestes
casos, porém há que calcular os duodécimos da dotação que restar.

Os duodécimos, a contar do mês (inclusive) em que a alteração for


autorizada, serão representados pelo quociente que se obtiver das
seguintes divisões:

Dotação reforçada – Dividendo: soma da dotação (após abatimento


dos duodécimos dos meses anteriores) com a importância do
reforço; Divisor: número de meses qua faltarem para o fim de ano,
incluindo o mês de autorização; Dotação reduzida – Dividendo:
diferença entre a dotação (após o abatimento dos duodécimos dos
meses anteriores) e a importância da anulação; divisor: número de
meses que faltarem para o fim de ano, contados a partir do mês
inclusive em que foi autorizada a alteração orçamental. Cada
duodécimo vence no primeiro dia de cada mês.

Deste modo, em Janeiro, no caso das dotações sujeitas ao regime


duo decimal, pode gastar-se a importância de um duodécimo desde
o dia 1, está disponível a importância do duodécimo desse mês
adicionada de qualquer saldo, que tenha ficado do duodécimo do
mês anterior. E, assim sucessivamente, até ao mês de Dezembro
(duodécimo do próprio mês, mais o saldo dos meses anteriores).
Torna-se pois, necessário estabelecer a conta corrente com a
dotação orçamental correspondente ao instrumento de controle da
utilização das dotações.

Como já vimos no capítulo sobre os princípios de contabilidade


pública, nas dotações sujeitas ao regime duodecimal, os
responsáveis pela gestão dos serviços são obrigados a limitar, em

90
cada mês, a realização das despesas á fracção de 1/12 de cada uma
dessas dotações, a medida que se for tornando disponível, acrescida
dos saldos dos meses anteriores que não tenham sido utilizados.

Dada a autonomia de que se revestem as autarquias locais, o regime


duodecimal é apenas aplicável em relação aos recursos transferidos
do orçamento do estado, nomeadamente o fundo de compensação
autárquica e o investimento de iniciativa autárquica e outros.

4.10. FUNDO DE MANEIO

O fundo de maneio destina-se a cobrir despesas de pequena monta,


pagas em numerário, para atender a situações previstas e
devidamente identificadas, designadamente:

- Aquisições directas no mercado local ou despesas urgentes em


outra praça cuja natureza obrique o pagamento em numerário

- adiantamentos por motivo de deslocação e

- outros caos, prévia e devidamente fundamentados.

4.11. Despesas por pagar


Constituem despesas por pagar, as despesas liquidadas e não pagas
até 31 de Dezembro do exercício econômico em curso, sendo que
as despesas por pagar devem ser anuladas, caso não sejam pagas,
decorridos um ano.

91
Anulação da despesa

Em função da adopção do regime de compromissos para o registo


da despesa pública, os valores das despesas anuladas no exercício
revertem a respectiva dotação enquanto a anulação ocorrer após o
encerramento do respectivo exercício econômico, o valor anulado
deverá ser considerado receita d o ano em que a anulação se
efectivar.

4.12. Fase da receita


São contas de receita, as de classe 4, que inclui as contas
representativas dos recursos auferidos na gestão, a serem
consideradas no apuramento do resultado do exercício, tendo
características de contas de resultados desdobradas nas categorias
econômicas de receitas correntes e de receitas de capital.

- Receitas correntes – receitas fiscais, não fiscais, as consignadas e


as de donativos

- Receitas de capital – receita de alimentação de bens, receitas de


donativos e receitas de fundos de empréstimos.

4.13. Fases da receita


Constituem receita pública todos os recursos monetários, seja qual
for a sua fonte ou natureza, postos a disposição do estado com
ressalva daquelas em que o estado seja mero depositário
temporário e nenhuma receita pode ser estabelecida, escrita no
orçamento do estado ou cobrada sem não em virtude da lei e, ainda
que por lei, as receitas só podem ser cobradas se estiverem
previstas no orçamento do Estado aprovado.

Os momentos de receita escrito no orçamento de estado


constituem limites mínimos a serem cobrados no correspondente
92
exercício. Os códigos das contas de receita iniciam-se como número
4, sendo que os demais dígitos correspondem a classificação
econômica da receita.

Exemplo:

Classificação Econômica da Receita

4.1.1.3.0.02-Conta Contabilistica : imposto sobre Veiculos

Classe:Receita

Grupo : Receitas Correntes

Sub-grupo: Receita Fiscal

Elemento : Outros impostos

Sub-elemento

Item( impostos sobre veiculos)


A Execução da receita compreende 3 fases:

Lançamento – Consiste no procedimento administrativo de


verificação da ocorrência do facto gerador da obrigação
correspondente.

Liquidação – Consiste no cálculo do montante da receita devida e


identificação do respectivo sujeito passivo.

Faz-se através da identificação da receita devida (ex: licença de


bicicleta), o montante devido que corresponde a taxa em vigor e a
identificação do sujeito passivo (contribuinte, proprietário da
bicicleta).

Cobrança – Consiste na acção de cobrar, receber ou tomar posse de


receita e subsequente entrega ao tesouro público, em função da

93
adopção do regime de caixa para lançamentos da receita pública,
somente esta fase ocasiona registos contabilísticos, que asseguir
apresentamos;

Recolha da receita classificada – OC – 12001

Código e titulo da Registo Código e titulo da Registo


conta conta

1.1.1.2.2.00- D- 4.X.X.X.X.XX- C-
receita
Banco CUT

7.1.1.2.1.0.00- D- 7.1.1.1.1.0.00- C-
Receita realizada Receita realizada

7.3.2.1.0.00- D- 8.3.2.0.0.00- C-
Disponibiliddades
Disponibiliddades
por FR

Anulação da receita

Em função da adopção do regimo de caixa utilizado para o registo


da receita pública, a restituição da receita arrecadada
indevidamente, quando ocorra no respectivo exercício da sua
arrecadação, deve ser efectuda neste exercício, mediante anulação
do valor da rubrica orçamental respectiva e quando a restituição da
receita arrecadada indevidamente ocorra em exercícios
posteriores, esta deverá ser realizada em rubrica orçamental da
despesa adequada, do exercício em que ela ocorra.

Dívida activa

94
Constitui dívida activa os valores relativas a contribuição e impostos
e demais créditos fiscais do Estado liquidados e não cobrados
dentro do exercício financeiro de origem, sendo incorporados pela
contabilidade pública, em contas próprias findo exercício.

Resultados de variação patrimonial negativa

São contas de resultados de variações patrimoniais negativas, as de


classe 5, que inclui as contas representativas das variações
negativas da situação líquida, sendo consideradas no apuramento
de resultados respectivo, tendo características de contas de
resultados, desdobradas nos grupos de variações ordinárias e
variações extraordinárias.

a) Variações ordinárias – Correspondem a diminuições de situação


líquida resultante da execução das despesas orçamentais,
transferências passivas e mutações passivas.

b)Variações extraordinárias, correspondem a diminuição da


situação líquida, ocorrida de forma independente da execução
orçamental e inclui as contas de despesas não orçamentais,
transferências passivas e decréscimos patrimoniais.

Resultados de variações patrimoniais positivas

São contas de resultados de variações patrimoniais positivas, as de


classe 6, que inclui as contas representativas das variações positivas
da situação líquida, sendo consideradas no apuramento de
resultado respectivo, tendo características de contas de resultados,
desdobradas nos grupos de variações ordinárias, extraordinárias e
resultado patrimonial.

95
a)Variações ordinárias – correspondem aos aumentos da situação
líquida e inclui as contas de receita orçamentárias, transferências
activas e mutações activas

b)Variações extraordinárias – correspondem aos aumentos da


situação líquida do patrimônio, ocorrida de forma independente da
execução orçamental e incluem as contas representativas das
receitas não orçamentais, transferências activas e acréscimos
patrimoniais

c)Resultado patrimonial – conta transitória utilizada no


encerramento do exercício, para demosntrar o apuramento do
resultado patrimonial do exercício, obtido pelo confronto das
variações activas e passivas (classe 3+5x classe 4+6) ocorridas no
período, podendo ser positivo (quando apurado um superativo), ou
negativo (quando apurado um déficit).

Contas de ordem

As contas de ordem são as da classe 7 e 8 compostas por contas de


ordem activas e passivas, respectivamente, que tem a função
primária de controle da execução orçamental, financeiras e de
outros não compreendidos no patrimônio, mas que directa ou
indirectamente possa vir efectua-lo, tais como:

Conta Tipo de Conta Tipo de


Controlo controlo

96
7.1.1.1.1.00- Execução da 8.1.1.1.0.00previsão Previsão do
inicial da receita Orçamental da
Receita a Orçamental
realizar Receita
Receita
classificada

7.2.1.1.1.00 – Fixação da 8.2.1.1.0.00dotação Execução


Orçamental disponível Orçamental da
Dotação inicial
despesa despesa

7.3.1.1.1.00- Programaçã o 8.3.1.1.0.00- Programaçã o


financeira
Execução financeira Execução da
de Programação
programação financeira
financeira

7.4.1.1.1.00-Execução das 8.4.0.0.0.00- Execução das


despesas por despesas por
Execução das Execução das
pagar pagar
despesas por despesas por pagar

pagar

7.5.1.0.0.00- Execução de 8.5.1.0.0.00 - Execução de


valor acordado acordos e celebração de acordos e

acordos e
Contratos Contratos
Contratos

7.9.0.0.0.00- Demais 8.9.0.0.0.00- Demais


Contas Controlos contas de Controlos
de ordem passivas
Necessários Necessários
Ordem Activas diversas
diversas

Demonstrações contabilísticas

97
A estrutura do PBCP em classes e grupos tem como objectivos a
escrituração contabilísticas e a preparação das demonstrações
contabilísticas, com a finalidade de visualizar o patrimônio e suas
variações, padronizar o nível de entrada e saídas de dados das
unidades integrantes do SISTAF, bem como possibilitar o uso de um
sistema único de dados para proceder ao processamento da
execução orçamental, financeira e patrimonial do Estado.

O governo elabora, no fim de cada exercício econômico as seguintes


demonstrações contabilísticas:

- O balanço

- Mapas de controle orçamental

- Demosntração de resultados

- O inventário contabilístico

4.14. Execução da Receita


A execução da receita obedece as seguintes fases: lançamento,
liquidação e cobrança.

98
FASES DA EXECUÇÃO DA RECEITA

1. Lançamento (Aprovação do Orçamento delineamento de


Metas)

2.Liquidação ( calculo do montante devido e identificação do Sujeito


Passivo)

3.Cobrança (cobrança do numerário e entrega ao tesouro publico


pelos Arrecadadores)

Sumário

Nesta Unidade temática 4 estudamos e discutimos


fundamentalmente quinze itens em termos de regras e
funcionamento do POCP:

• CONTAS E REGISTOS DA EXECUÇÃO ORÇAMENTAL

• Estrutura Das Contas, Tipos E Natureza

• Activo

Passivo

Despesa

Códigos Das Contas De Despesas

Execução Orçamental

Dotação Orçamental

Dotação Utilizável

Dotação orçamental

Dotação utilizável

Alterações orçamentais

99
FUNDO DE MANEIO

Despesas por pagar

Fase da receita
• Fases da receita

• Execução da Receita

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)


1. Enuncie, pelo menos, 2 objectivos específicos desta unidade
2. Defina o termo Despesa
3. Diferencie despesas correntes das despesas de capital
4. Conceitue dotação orçamental
5. Discuta o Conceito Conta e a sua forma de agrupamento
6. Debruce sobre a natureza das Contas
7. Descreva as fases da realização da despesa pública
8. Defina o termo desdobramentos
9. Enuncie as fases da receita
10. O que são contas de Ordem

Respostas:
1. Rever objectivos específicos constantes da na parte
introdutória do da unidade

2. Rever página 66
3. Rever os conteúdos da página 65
4. Rever os conteúdos da página 70
5. Rever os conteúdos da página 61
6. Rever os conteúdos da página 61
7. Rever os conteúdos da página 67
8. Rever os conteúdos do Glossário do manual
100
9. Rever os conteúdos da página 79
10. Rever os conteúdos da página 77

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

1. No âmbito da execução o Lançamento Consiste:

a) No procedimento administrativo de verificação da ocorrência do


facto gerador da obrigação correspondente

b) No procedimento contabilístico

c) No procedimento comum do sector publico

d) Nenhuma das alternativas

2. A liquidação consiste:

a) Cálculo do montante da receita devida e identificação do


respectivo sujeito passivo

b) Cálculo da divida do sujeito activo

c) Cálculo do imposto a favor do Estado

d) Todas acima

101
3. Os Elementos Receitas correntes são :

a) Receitas fiscais,

b) Receitas não fiscais, as consignadas e as de donativos

c) As alíneas a) e b)

d) Nenhuma alínea

4. Os elementos das receitas de capital são :

a) Receita de alimentação de bens

b) Receitas de donativos
c) Receitas de fundos de empréstimos

d) Todas acima 5. Receita Publica são:

a) Todos os recursos monetários, seja qual for a sua fonte ou


natureza, postos a disposição do estado

b) Dispêndios de recursos

c) Receitas privada

d) Donativos privados

Grupo 3 :Exercícios de aplicação pratica

1. Fale das fases da execução da receita

2. O plano oficial de contabilidade publica é um


instrumento para o sector publico fale da natureza das
suas contas.

3. Diferencie a despesa da receita publica


102
4. O que são contas de ordem

5. Classifique as despesas e indique o respectivo código a


baixo usando o classificador econômico da despesa em
anexo I neste manual

a) Pagamento de ajudas de custo ao director provincial


de Educação;

b) Compra de uma viatura no valor 25.000,00 MT para o


instituto Nacional de estatística

c) Compra de consumíveis para os escritórios da


electricidade de Moçambique

d) Pagamento de salários aos funcionários públicos

e) Pagamento de passagens aéreas aos directores por


ocasião da visita presidencial

f) Pagamento de pensões aos funcionários reformados

Perguntas de Reflexão da disciplina


1. Defina a Contabilidade Pública e faça referência ao seu
objecto.
2. Qual é o campo de Aplicação da Contabilidade Pública.
3. Enuncie, pelo menos, 5 princípios da Contabilidade.
4. Discuta o Conceito no âmbito do POCP Conta e a sua
forma de agrupamento e natureza das Contas.

5. Diferencie o activo Compensado do passivo


compensado.
6. Fale da responsabilidade da Unidade de Segurança na
Normalização.

7. Discuta sobre a designação do POCP em Moçambique.


8. O que são alterações passivas.

103
9. O que são contas de ordem

10. Classifique as despesas e indique o respectivo código a


baixo usando o classificador econômico da despesa em
anexo I neste manual

g) Pagamento de ajudas de custo ao director provincial


de
Educação;

h) Compra de uma viatura no valor 25.000,00 MT para o


instituto Nacional de estatística

i) Compra de consumíveis para os escritórios da


electricidade de Moçambique

j) Pagamento de salários aos funcionários públicos

k) Pagamento de passagens aéreas aos directores por


ocasião da visita presidencial

l) Pagamento de pensões aos funcionários reformados

Glossário

1) Alteração orçamental: qualquer modificação produzida em uma


ou mais dotações orçamentais na tabela de despesa de qualquer
serviço ou unidade orgânica do sector público, incluindo projectos;
2) Ano econômico: período correspondente ao ano civil;

Anulação de uma dotação orçamental: é a supervisão de uma


dotação orçamental da tabela da despesa do orçamento do estado,
do serviço ou unidade orgânica do sector público ou de um projecto.

Autorização de despesa: é a permissão dada pela entidade


competente, para a efectivação de um encargo que envolva um

104
dispêndio financeiro a partir de uma ou de várias dotações
orçamentais de um serviço ou unidade org6anica do sector pública
e a executar de acordo com as determinações legais em vigor.

5) Cabimento orçamental: é o acto administrativo de verificação,


registo e cativo do valor do encargo a assumir pelo estado.

6) Caixas subsidiárias do tesouro: são as entidades competentes do


STP com responsabilidade na cobrança das receitas públicas e
pagamento de despesas específicas.

7) Cativação: é o registo do compromisso assumido, com a


conseqüente afectação na dotação orçamental própria do
montante necessário ao seu pagamento.

8) Cativo obrigatório: é o montante resultante da aplicação, de uma


determinada percentagem, definida nos termos da legislação
específica, sobre as dotações orçamentais atribuídas;

9) Classificação econômica: é a organização das receitas e das


despesas segundo a sua natureza, que recebem uma designação e
um código próprios, constituindo uma rubrica orçamental;

10) Classificação funcional: é a organização das despesas de acordo


com as funções exercidas pelo Estado, as quais são atribuídas uma
designação e um código próprios, manual de formação de execução
orçamental.

11) Classificação orgânica: é a organização das despesas de acordo


com os serviços ou unidades orgânicas do Estado, que assumem
uma designação própria e um código que as identifica;

105
12) Classificação programática: é a organização de um orçamento
de despesas de acordo com código e uma designação próprios que
identifica um agrupamento de despesas públicas por níveis
estruturais e que define os programas, medidas e projectos ou
acções a executar.

13) Classificação territorial: é a organização e identificação das


receitas e das despesas públicas, segundo a divisão território do País

14) Cobrança: acção de cobrar, receber ou tomar posse de receita e


subseqüente entrega ao tesouro público

15) Conta única do tesouro: é uma conta bancária tipo piramidal,


com as necessárias sub-contas, através da qual se movimenta quer
a cobrança de receitas quer o pagamento de despesas, seja qual for
a sua proveniência ou natureza;

16) Contas de ordem: constituem na tabela de despesas do


orçamento do Estado, a sede orgânica onde são inscritas as
contrapartidas das receitas próprias dos serviços ou unidades
orgânicas do estado com autonomia administrativa administrativa
e financeira, consignadas ao pagamento das suas despesas.

17) Contrapartida: é o montante deduzido numa ou mais dotações


orçamentais para reforço de uma ou mais dotações orçamentais.
18) Distribuição de dotações orçamentais: é a repartição, segundo
a classificação econômica da despesa de um montante global que
constitui o limite máximo de despesa de um dado serviço ou
unidade orgânica do sector público ou de um programa ou projecto.

19) Dotação orçamental: é o montante inscrito em cada rubrica


orçamental de despesa, acrescido dos reforços e deduzido das

106
anulações, constituindo o limite máximo de despesa a realizar no
respectivo ano econômico;

20) Dotação orçamental disponível: é a dotação orçamental,


inscrita no orçamento de estado, sob gestão manual de formação
de execução orçamental do ministro que superintende a área das
finanças, destinada a fazer face a despesas não previstas e
inadiáveis.

21) Duodécimo: corresponde a um doze avos da dotação


orçamental, calculados após dedução do cativo obrigatório; 23)
Exercício: é o período de tempo, em que se desenvolve o processo
de execução orçamental

22) Inscrição da nova dotação orçamental: é o acto de inscrever no


orçamento do estado uma dotação orçamental anteriormente
existente

23) Libertação do cativo obrigatório: é a autorização, concedida a


título excepcional pela entidade competente, para que um serviço
ou unidade orgânica do sector público, sob pedido devidamente
fundamentado, utilize o cativo obrigatório para a realização de
despesas ou encargos próprios

24) Limites orçamentais: são os valores máximos para as despesas


a assumir e os valore mínimos para as receitas a cobrar.

25) Ordem de pagamento: é a autorização dada ao órgão


competente para o desembolso da importância liquidada.

107
Bibliografia

Filellini, A. (1994). Economia do sector publico. Editora Atlas:


São Paulo

Franco, António L. De Sousa (2008). Finanças públicas e direito


financeiro. 4 edição, Vol.1, Livraria Almedina: Coimbra,

Perreira, P T, et all (2005). Economia e finacas publicas. Escolar


Editora: Lisboa.

Pinto, A. C. & Paulo, G. S. dos (2005). Gestão Orçamental Pública.


Publisher Team: Lisboa.

Waty, Teodoro Andrade (2004); Introdução à Finanças Públicas e


Direito Financeiro, W&W Editora Lda., Maputo.

António C. Pires Caiado & Ana Calado Pinto (2002). Manual Do


Plano Oficial De Contabilidade Pública. Áreas Editora.

António C. Pires Caiado; João Baptista da Costa Carvalho;


Olga Cristina Pacheco Silveira (2007). Contabilidade
Pública - Casos Práticos. Áreas Editora;

Susana Catarino Rua & João Baptista da Costa Carvalho (2006).


Contabilidade Pública – Estrutura Conceptual; Publisher Team;

Legislação

• Lei nº.9/2002 de 12 de Fevereiro, aprova o Sistema de


Administração Financeira do Estado (SISTAFE).
Publicação Oficial da
República de Moçambique

108
• Decreto nº.23/2007 de 20 de Agosto, aprova o Regulamento do
Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE).

• Diploma Ministerial nº.169/2007 de 31 de Dezembro, aprova o


Manual de Administração Financeira e
Procedimentos Contabilísticos — MAF.

Anexos
Anexo1: Classificador Econômico da Despesa

MAPA II

CLASSIFICAÇÃO ECONÓMICA DAS DESPESAS

CLASSIFICAÇÃO DESIGNAÇÃO DAS DESPESAS


ECONÓMICA

3.00.00.00 Despesas Correntes

3.01.00.00 Despesa com pessoal

3.01.01.00 Remunerações certas e permanents

3.01.01.01 Pessoal do quadro especial

3.01.01.02 Pessoal do quadro

3.01.01.03 Pessoal contratado

3.01.01.04 Gratificações permanents

3.01.01.05 Subsídios permanentes

109
3.01.01.06 Despesas de representação

Remunerações variáveis de caracter não


permanente
3.01.02.00
3.01.02.01 Gratificações eventuais

3.01.02.02 Horas extraordinárias

3.01.02.03 Alimentação e alojamento

3.01.02.04 Subsídio de instalação

3.01.02.90 Remunerações variaveis diversas

3.01.03.00 Segurança social para agentes do Estado

3.01.03.01 Encargos com a saúde

3.01.03.02 Abono de família

3.01.03.03 Contribuções para a segurança social

Seguros acidentes no trabalho e doenças


profissionais
3.01.03.04
3.01.03.90 Encargos de segurança social diversas

3.01.04.00 Dotação Provisional para Despesas com Pessoal

3.01.04.01 Aumento salarial

3.01.04.02 Recrutamentos e nomeações

3.01.04.03 Progressões

3.01.04.04 Reclassificações

3.01.04.05 Reingressos

3.01.04.06 Promoções

3.01.04.90 Outras dotações

110
3.01.90.00 Outras despesas com pessoal

3.02.00.00 Aquisição de bens e serviços

3.02.01.00 Mercadorias

3.02.02.00 Matérias primas e subsidiárias

3.02.03.00 Produtos e pequenos equipamentos

3.02.03.01 Medicamentos

Produtos alimentares para não servidores do


Estado
3.02.03.02
3.02.03.03 Roupa e calçado

3.02.03.04 Pequenos equipamentos

3.02.03.90 Produtos e pequenos equipamentos diversos

3.02.04.00 Outros aprovisionamentos

3.02.05.00 Material militar de defesa e de segurança

3.02.05.01 Construções militares

3.02.05.02 Munições e explosives

Materiais militar de defesa e de segurança


diversos
3.02.05.90
3.02.07.00 Trabalhos realizados por outras entidades

3.03.00.00 Fornecimentos e serviços externos

3.03.01.00 Água

3.03.02.00 Electricidade

3.03.03.00 Combustivéis e lubrificantes

3.03.04.00 Conservação e manutenção

111
3.03.05.00 Equipamentos de desgaste rápido

3.03.06.00 Consumo de secretaria

3.03.07.00 Rendas e alugueres

3.03.08.00 Representação dos services

3.03.09.00 Comunicações

3.03.10.00 Seguros

3.03.11.00 Vigilância e segurança

3.03.12.00 Assistência técnica

3.03.13.00 Deslocações e estadias

3.03.14.00 Limpeza, higiéne e conforto

3.03.90.00 Outros fornecimentos e services

3.04.00.00 Encargos da dívida

3.04.01.00 Juros da dívida

3.04.01.01 Juros da dívida interna

3.04.01.02 Juros da dívida externa

3.04.90.00 Outros encargos

3.05.00.00 Transferências correntes

3.05.01.00 Transferências a Administrações Públicas

3.05.01.01 Fundos e Serviços Autónomos

3.05.01.02 Municípios

3.05.01.03 Embaixadas e serviços consulares

3.05.01.90 Outras transferências

3.05.02.00 Transferências a Administrações Privadas

112
3.05.02.01 Partidos Politicos

3.05.02.02 Organizações não Governamentais

3.05.02.90 Outras transferências

3.05.03.00 Transferências a Familias

3.05.03.01 Pensões

3.05.03.02 Bolsas de Estudo

3.05.03.03 Evacuação de doentes

3.05.03.90 Outras transferências

3.05.04.00 Transferências ao Exterior

3.05.04.01 Quotas a Organismos Internacionais

3.05.04.90 Outras Transferências

3.06.00.00 Subsídios

3.06.01.00 Empresas Públicas não financeiras

3.06.02.00 Empresas Públicas financeiras

3.06.03.00 Empresas Mistas não financeiras

3.06.04.00 Empresas Mistas financeiras

3.06.05.00 Empresas Privadas não Financeiras

3.06.06.00 Empresas Privadas financeiras

3.00.90.00 Subsidios diversos

3.07.00.00 Outras despesas correntes

3.07.01.00 Restituções

3.07.02.00 Impostos e taxas

3.07.03.00 Indemnizações

113
3.07.88.00 Dotação provisional

3.07.89.00 Despesas extraordinarias

3.07.90.00 Outras despesas

4.00.00.00 Despesas de Capital

4.01.00.00 Imobilizações Corpóreas

4.01.01.00 Terrenos e recursos naturais

4.01.02.00 Redes de infraestruturas

4.01.03.00 Habitações

4.01.04.00 Edificios

4.01.05.00 Maquinarias e equipamentos básico

4.01.06.00 Ferramentas e utensílios

4.01.07.00 Equipamentos de carga e transporte

4.01.08.00 Equipamentos administrativos e mobiliário diverso

4.01.90.00 Outras investimentos corpóreos

4.02.00.00 Imobilizações incorpóreas

4.02.01.00 Patentes, marcas e licencas

4.02.02.00 Estudos investigação e desenvolvimento

4.02.90.00 Outras imobilizações incorpóreas

4.03.00.00 Transferências de capital

4.03.01.00 Transferências a Administrações Públicas

4.03.01.01 Fundos e Serviços Autónomos

4.03.01.02 Municípios

4.03.01.90 Outras Transferências

114
4.03.02.00 Transferências a Administrações Privadas

4.03.02.01 Organizações não Governamentais

4.03.02.90 Outras Transferências

4.03.90.00 Outras transferências de capital

4.04.00.00 Outras Despesas de capital

4.04.01.00 Impostos e taxas

4.04.88.00 Dotação provisional

4.04.90.00 Outras despesas

ANEXO II. Estrutura Global da Classificação Económica das


Despesas
1. A classificação económica apresenta uma estrutura que
distingue dois grandes tipos de despesas, Despesas Correntes e
Despesas de Capital, assim subdivididos:

Código Designação

3.00.00.00 Despesas Correntes

3.01.00.00 Despesas com Pessoal

3.02.00.00 Aquisição de Bens e Serviços

3.03.00.00 Fornecimentos e
Serviços
Externos
3.04.00.00 Encargos Financeiros

3.05.00.00 Transferências Correntes

3.06.00.00 Subsídios

3.07.00.00 Outras Despesas Correntes

115
4.00.00.00 Despesas de Capital

4.01.00.00 Bens de Capital

4.02.00.00 Transferências de Capital

4.03.00.00 Outras Despesas de Capital

1. Estrutura Detalhada da Classificação Económica

2.1 Despesas Correntes


2. As Despesas Correntes englobam os gastos que não contribuem
directamente para a formação ou aquisição de um bem de capital e
destinam-se ao funcionamento dos serviços públicos
nomeadamente os encargos com o pessoal, aquisição de materiais
e pequenos equipamentos, juros da dívida pública e as
transferências correntes concedidas. Elas subdividem-se nos
seguintes grupos agregados:

3.01.00. Despesas com Pessoal


00

3.02.00. Aquisição de Bens e Serviços


00

3.03.00. Fornecimentos e
00 Serviços
Externos
3.04.00. Encargos Financeiros
00

3.05.00. Transferências Correntes


00

116
3.06.00. Subsídios
00

3.07.00. Outras Despesas Correntes


00

2.1.1 Despesas com Pessoal

3. As Despesas com Pessoal englobam os salários, remunerações e


outros abonos, ajudas de custo, gratificações, horas extraordinárias,
etc. que o Estado paga aos titulares de cargos políticos, aos seus
empregados

4. Como entidade patronal, aos agentes militares e para-militares.


Os empregados do Estado são todos os funcionários, agentes e
outros indivíduos que figuram no quadro do pessoal ou que lhe
prestem serviço nos termos fixados nos respectivos contratos.

2.1.1.1 Remunerações Certas e Permanentes

5. Engloba os salários e outras remunerações de caracter


permanente ao abrigo do dispositivo legal em vigor.

As Remunerações Certas e Permanentes subdividem-se em:

3.01.01. Pessoal do Quadro Especial


01

3.01.01. Pessoal do Quadro


02

3.01.01. Pessoal Contratado


03

117
3.01.01. Gratificações Permanentes
04

3.01.01. Subsídios Permanentes


05

3.01.01. Despesas de Representação


06

Pessoal do Quadro Especial: engloba os vencimentos e salários-


base do pessoal que integra os cargos de quadro especial (cargos
civis e cargos militares). Engloba ainda os vencimentos–base dos
titulares dos cargos políticos cujo estatuto remuneratório consta da
lei.

Pessoal do Quadro: engloba os vencimentos e salários-base dos


funcionários e agentes, com vínculo contratual e que fazem parte
dos quadros legalmente aprovados seja de quadro comum cujo
estatuto remuneratorio se sujeita a PCCS e demais nromas em vigor.

Pessoal Contratado: engloba os vencimentos e saláriosbase dos


indivíduos que, sendo providos por contrato, não fazem contudo
parte do organismo respectivo. Inclui ainda o pessoal contratado a
prazo, contratado em regime de avença ou de tarefa e contratado
ao abrigo dos acordos de cooperação.

Gratificações Permanentes: engloba apenas os abonos cujos


quantitativos estejam fixados por lei sob a designação expressa de
gratificações e sejam devidos regularmente.

Subsídios Permanentes: engloba apenas os subsídios criados por lei


e cujos quantitativos estejam fixados em lei e sejam devidos
regularmente.

118
Despesas de Representação: Engloba os abonos feitos juntamente
com os vencimentos a servidores que ocupam determinados cargos
e no intuito de os compensar pelo acréscimo de despesas que têm
que suportar no desempenho desses cargos.

2.1.1.2 Remunerações Variáveis de Caracter não


Permanente

6. Engloba as despesas com servidores do Estado,


que, por proposta e despacho da tutela,
prestam serviço por tempo limitado, para
atender necessidades temporárias, de caracter
eventual. A sua decomposição é a seguinte:

3.01.02. Gratificações Eventuais


01

3.01.02. Horas Extraordinárias


02

3.01.02. Alimentação e Alojamento


03

3.01.02. Subsídio de Instalação


04

3.01.02. Remunerações Diversas


90

Gratificações Eventuais: engloba os abonos feitos a título de


gratificações, criadas por lei, e cuja efectivação esteja condicionada
à quantidade de serviço ou à verificação de determinados requisitos
inerentes ao mesmo, como por exemplo, as senhas de presença, os
abonos para falhas, as velas do pessoal da saúde.

Horas Extraordinárias: engloba os abonos em horas extraordinárias


a serem processados em conformidade com a lei em vigor.
119
Alimentação e Alojamento: engloba os abonos em dinheiro e em
espécie a servidores que, por disposição expressa da lei, ou pelos
contratos, tenham direito a tais benefícios. Inclui os abonos para o
pagamento das rendas de casa e despesas com a instalação e
alimentação dos cooperantes, de acordo com os montantes fixados
pelos respectivos contratos.

Subsídio de Instalação: engloba os encargos com subsídios de


instalação previstos de conformidade com a lei em vigor.

Remunerações Diversas: engloba outros encargos de caracter não


permanente não previstas anteriormente.

2.1.1.3 Segurança Social para Agentes do Estado

7. Engloba as despesas de encargos que o Estado paga, como


entidade patronal, nomeadamente, com a saúde, abonos de
família, quotizações para a previdência social e outros encargos de
segurança social havidos com o agente servidor do Estado, nos
termos da lei. A sua decomposição é a seguinte:

3.01.03. Encargos com a Saúde


01

3.01.03. Abono de Família


02

3.01.03. Contribuições para a Segurança Social


03

3.01.03. Seguros Acidentes no Doenças


04 Trabalho e
Profissionais

120
3.01.03. Encargos de Segurança Social Diversos
90

Encargos com a Saúde: engloba as despesas com a compra de


artigos a fornecer ou a utilizar (em espécie) e as despesas (em
numerário) com os serviços médico - hospitalar e com a assistência
medicamentosa destinados aos beneficiários do sistema de
segurança social da Administração Pública, do regime contributivo
e não contributivo. Engloba ainda as despesas com a evacuação dos
doentes no país e no exterior e as despesas com a deslocação e
estadia com a assistência médica dos funcionários da Administração
Pública.

Abono de Família: engloba os abonos de família concedidos nos


termos da lei. A dotação desta rubrica é feita com base na lista
nominal dos beneficiários.

Contribuições para a Segurança Social: engloba as despesas com o


pagamento pelo Estado, como entidade patronal, de quotizações
para a previdência social, nos termos da lei.

Seguros Acidentes no Trabalho e Doenças Profissionais: engloba as


despesas com o pagamento pelo Estado, como entidade patronal,
de quotizações para o seguro obrigatório de acidentes no trabalho
e doenças profissionais, conforme dispositivos legal em vigor.

Encargos de Segurança Social Diversos: engloba encargos com


assistência na doença e as outras prestações sociais
complementares e que nos termos da lei não se compreendem nas
rubricas anteriores.

2.1.1.3 Dotação Provisional para Despesas com Pessoal

121
8. Na Dotação Provisional para Despesas com Pessoal inscreve-se a
previsão de montantes para fazer face a encargos com
recrutamentos e nomeações, progressões, reclassificações,
reingressos, aumento salarial e outras situações como é o caso da
regularização salarial A sua desagregação é a seguinte:

3.01.04.01 Aumento Salarial

3.01.04.02 Recrutamentos e Nomeações

3.01.04.03 Progressões

3.01.04.04 Reclassificações

3.01.04.05 Reingressos

3.01.04.06 Promoções

3.01.04.90 Outras Dotações

9. A designação destas rubricas indica o respectivo significado.

Contudo, nas Outras Dotações devem ser inscritos apenas recursos


para situações muito bem identificadas, como por exemplo a
Regularização Salarial. Entende-se por Regularização Salarial
encargos com o pessoal cuja situação salarial deve ser regularizada,
i.e. os funcionários que recebem os respectivos salários e que
aguardam a integração num determinado escalão.

2.1.1.3 Outras Despesas com Pessoal

10. Engloba as outras despesas com pessoal cuja classificação não


se enquadra nas rubricas anteriores.

122
3.01.90.00 Outras Despesas com Pessoal

2.1.2 Aquisição de Bens e Serviços

11. Engloba as despesas relativas à aquisição de materiais e


produtos indispensáveis para que os serviços públicos possam ser
realizados, podendo ser armazenáveis. Desagregam-se nas
seguintes rubricas :

3.02.01.0
0 Mercadorias

3.02.02.0
0 Matérias primas e subsidiárias

3.02.03.0
0 Produtos e pequenos equipamentos:

3.02.03.
01 - Medicamentos

123
adquiridos pelos serviços públicos com destino a venda, que não
sejam objecto de trabalho posterior de natureza industrial.

Matérias Primas e Subsidiárias: engloba as despesas com a


aquisição de matérias primas e subsidiárias utilizadas em
organismos que desenvolvem actividades de produção industrial, de
investigação e ensino em oficinas, laboratórios, escolas, etc.

124
Produtos e Pequenos Equipamentos: Engloba as despesas com a
compra de artigos a fornecer ou a utilizar (em espécie) e as despesas
(em numerário) com os serviços públicos, nomeadamente, médico-
hospitalares e com a assistência medicamentosa, etc. destinados
aos indivíduos não servidores do Estado

Medicamentos: engloba as despesas com aquisição de


medicamentos destinados à protecção e defesa à saúde publica de
todos os indivíduos não servidores do Estado normalmente
utilizados nos Hospitais, Centros de Saúde, Postos Sanitários ou
outros.

Produtos Alimentares: engloba os género alimentícios,


normalmente, adquiridos para o fornecimento a indivíduos não
servidores do Estado (hospitais, asilos, prisões, etc.).

Roupa e Calçado: engloba roupa e calçado, normalmente, adquirido


para o fornecimento a indivíduos não servidores do Estado
(hospitais, asilos, prisões, etc.). Também engloba o valor das
despesas para adquirir lençóis, fronhas, cobertores, toalhas de rosto
e de mesa e pijamas. Enfim, tudo o que se relaciona com roupa e
tecido para cama, mesa e cozinha necessários aos hospitais,
laboratórios, prisões, etc.

Pequenos Equipamentos: engloba encargos com pequenos


equipamentos para os serviços públicos, nomeadamente,
hospitalares tais como película raio X, seringas e afins destinados à
protecção e defesa à saúde publica de todos os indivíduos não
servidores do Estado e normalmente utilizados nos Hospitais,
Centros de Saúde, Postos Sanitários ou outros.

125
Produtos e Pequenos Equipamentos Diversos: rubrica residual que
engloba despesas diversas com compra de produtos e outros
pequenos equipamentos não enquadráveis nas rubricas anteriores.

Outros Aprovisionamentos: engloba despesas com compra de


materiais diversos sujeitos a armazenamento, nomeadamente,
combustíveis, peças de reposição, materiais diversos, embalagens e
vasilhames e material de oficina.

Material Militar, de Defesa e de Segurança: engloba as despesas


com a aquisição de material militar, de defesa e segurança. A
dotação orçamental deverá ser feita de acordo com a relação das
necessidades, indicando-se quantidades, os preços de referência e
os valores.

Trabalhos Realizados por Outras Entidades: engloba as despesas


com os trabalhos necessários ao processo produtivo próprio,
relativamente aos quais se obteve a cooperação de outras
entidades, submetidos a compromissos formalizados ou a simples
acordos. Não abrange pessoal em regime de prestação de serviços
(profissionais liberais) e que efectua trabalhos de caracter regular.
Normalmente este tipo de subcontratos denominase
subempreitadas ou subcontratação.

2.1.3 Fornecimentos e Serviços Externos

12. Engloba todos os encargos do Estado com os fornecimentos e


serviços externos, excluindo-se os custos relacionados com compra
de produtos armazenáveis que se registam no elemento de
despesas anterior. Desagregam-se nas seguintes rubricas :

Código Designação

126
3.03.01.0
0 Água

3.03.02.0
0 Electricidade

3.03.03.0
0 Combustivéis e lubrificantes

3.03.04.0
0 Conservação e manutenção

3.03.05.0
0 Equipamentos de desgaste rápido

3.03.06.0
0 Consumo de secretaria

3.03.07.0
0 Rendas e alugueres

3.03.08.0
0 Representação dos serviços

3.03.09.0
0 Comunicações

3.03.10.0
0 Seguros

3.03.11.0
0 Vigilância e segurança

3.03.12.0
0 Assistência Técnica

3.03.13.0
0 Deslocações e estadias

3.03.14.0
0 Limpeza, higiéne e conforto

3.03.90.0 Outros fornecimentos e serviços


0 externos

Água: engloba as despesas com aquisição de água.

127
Electricidade: engloba as despesas com o consumo de
electricidade.

Combustivéis e Lubrificantes: engloba combustíveis para máquinas,


veículos automóveis, aviões, barcos, etc., gás em garrafas, oxigénio
e outros compostos empregados na produção de força motriz, calor
ou luz.

Conservação e Manutenção: engloba as despesas de manutenção e


conservação dos edifícios públicos, das máquinas e equipamentos,
das viaturas, executadas ou contratadas através de serviço externo.
A dotação orçamental é feita de acordo com os contratos existentes
ou previstos.

Equipamentos de Desgaste Rápido: engloba as despesas com


aquisição de equipamentos e utensílios cuja vida útil não seja
superior a um ano, não sujeitos ao armazenamento.

Consumo de Secretaria: engloba as despesas com a aquisição de


materiais de consumo corrente de secretaria, nomeadamente,
papéis, impressos, jornais, revistas, lápis, borracha, clipes, colas,
marcadores, disquetes, tintas para impressoras e fotocopiadoras,
etc.

Rendas e Alugueres: engloba as despesas com as rendas de


terrenos e edifícios e aos alugueres de equipamentos, automóveis
e outros bens imóveis e moveis. Não inclui as rendas e alugueres de
bens em regime de locação financeira, mas sim as de bens de
locação operacional.

Representação dos Serviços: engloba as despesas com a


representação dos serviços quer efectuadas no pais ou no

128
estrangeiros, tais como

recepções, participações em congressos ou aquisição de bens para


oferta.

Comunicações: engloba as despesas com a comunicação,


nomeadamente, com telefones, faxes, telexes, internet, selos,
correios e outras comunicações.

Seguros: engloba as despesas com os seguros de viaturas, de


equipamentos, de mercadorias, recheios, aviões, etc., com
excepção dos relativos a custos com o pessoal.

Vigilância e Segurança: engloba as despesas com a vigilância e


segurança dos edifícios e instalações públicas feitos por empresas.
A dotação orçamental é feita com base nos contratos existentes ou
previstos.

Assistência Técnica: engloba os custos de serviços técnicos


especializados prestados por outras entidades, nomeadamente,
serviços de auditoria, informática, análise laboratoriais, trabalhos
tipográficos, estudos e pareceres. A Assistência Técnica é
desdobrada em Assistência Técnica Residente e não Residente.

Assistência Técnica Residente: custo de serviços prestados por


pessoas colectivas ou singulares residentes, ao Estado ou a favor
deste, desde que não estejam ligados à construção, equipamento
ou outras despesas classificáveis como despesa de capital.
Enquadram-se nesses serviços a realização de estudos, a formação
de quadros, a assistência técnica incluída ou não em projectos de
apoio ou reforço Institucional e financiada pelo exterior a favor do
Governo e a pedido deste. A fonte de financiamento (interna ou

129
externa) não e revelante para esta classificação. Não importa, pois,
se o financiamento desses serviços é coberto pelo Governo ou pelo
exterior. Um consultor ou assistente

técnico pode residir no pais, mas se

presta serviços enquanto pessoal integrado ou contratado por uma


instituição não residente (uma empresa ou organismo não
residente, organismo internacional, embaixada , outras
instituições) esse serviço deve ser classificado como serviço
prestado por um organismo não residente.

Assistência Técnica não Residente: a definição anterior é aplicável


a esta rubrica mas com a diferença de os fornecedores de serviços
serem não residentes de acordo com o conceito anteriormente
descrito (ver nota 2).

Deslocações e Estadias: engloba as despesas com a alimentação,


alojamento e transporte, nomeadamente, aquisição de bilhetes de
passagem, ajudas de custos, despesas com a concessão de vistos e
outras relacionadas com as viagens e deslocações previstas nos
termos da lei.

Limpeza, Higiéne e Conforto: engloba todas as despesas com


produtos e serviços de limpeza, higiene e conforto nas instalações
do Estado.

Outros Fornecimentos e Serviços Externos: Rubrica residual que


engloba despesas com outros fornecimentos e serviços prestados
por empresas e entidades externas e que não sejam enquadráveis
nas rubricas anteriores.

2.1.4 Encargos da Dívida


130
Os Encargos da Dívida englobam os juros, as comissões bancárias e
outras despesas decorrentes da contracção ou utilização de
empréstimos recebidos pelo Estado, no país ou fora dele. Este grupo
é constituído pelas seguintes rubricas.

Código Designação

3.04.01.00 Juros da Dívida

3.04.01.01 - Juros da Dívida Interna

3.04.01.02 - Juros da Dívida Externa

3.04.90.00 Outros Encargos

Juros da Dívida: engloba os juros resultantes da utilização de


capitais alheios no financiamento das actividades do Governo.

Juros da Dívida Interna: despesas com o pagamento dos juros da


divida pública interna.

Juros da Dívida Externa: despesas com o pagamento dos juros da


divida pública externa.

Outros Encargos: comissões e outras despesas bancárias


resultantes da contracção ou utilização de empréstimos contraídos
no País e no exterior.

2.1.5. Transferências Correntes

2.1.5.1. Diferença entre Transferências e Subsídios

As Transferências são transacções através das quais, neste caso, o


Governo fornece bens, serviços ou activos a um outro agente ou
outro nível do próprio Governo (por exemplo, a uma instituição

131
autónoma), sem que ele receba qualquer bem ou serviço desse
agente ou beneficiário.

As Transferências podem ser em espécie ou em numerário e


subdividem-se em: Transferências Correntes (quando se trata de
bens e serviços correntes) e Transferências de Capital (quando
incide sobre Bens de Capital).

Os Subsídios são uma forma de transferência cuja utilização é


condicionada pelo Governo. Importa separar de forma clara essas
duas transacções, porque os subsídios são equivalentes a impostos
negativos e, assim sendo, constituem uma categoria de relevância
para o cálculo de certos agregados macroeconómicos.

2.1.5.2. Classificação das Transferências

As Transferências são classificadas em função de grupos de agentes


económicos que delas beneficiam. Esses grupos de agentes, por
razões metodológicas e de simplificação, são agrupados em
unidades homogéneas que desempenham funções principais
idênticas e são denominadas unidades institucionais. Estas, por sua
vez, são agrupadas em sectores institucionais. Distinguem-se três
sectores institucionais residentes e um não residente:

o Governo que também é denominado Administrações Públicas:


compreende os serviços e órgãos públicos de âmbito central e local,
as representações diplomáticas e outros serviços dependentes
desses órgãos sediadas no exterior. As Administrações Públicas,
para além das suas responsabilidades políticas, têm como função
principal a produção de serviços não comercializáveis à
colectividade;

132
as instituições sem fins lucrativos, também denominadas
Administrações Privadas: compreendem o conjunto das instituições
que fornecem serviços não comercializáveis à sociedade, mas o seu
financiamento provém basicamente da contribuição voluntárias
dos particulares. Englobam os partidos políticos, os organismos das
confissões religiosas, as associações não governamentais de cariz
social ou recreativo (associações de profissionais, associações
desportivas, etc.);

as Famílias: estas são compostas pelos particulares enquanto


consumidores e vendedores da sua força de trabalho e pelos
produtores individuais que não cosntituem empresas; e

ao Exterior: que agrupa o conjunto de todos os sectores


institucionais não residentes.

É com base nesta organização da economia que as Transferências e


os Subsídios são classificados. Assim, as Transferências Correntes
compõem-se dos seguintes grupos desagregados:

Código Designação

3.05.01.00 Administrações Públicas

3.05.02.00 Administrações Privadas

3.05.03.00 Famílias

3.05.04.00 Exterior

2.1.5.3 Transferências a Administrações Públicas


As Transferências a Admnistrações Públicas são as efectuadas do
Governo para outras instituições ou organismos públicos que têm
como actividade principal o fornecimento de serviços à
colectividade, sem que esta forneça quaisquer contrapartidas. Essas

133
transferências permitem complementar o financiamento das
despesas para que o cumprimento da missão fixada a esses
organismos seja possível.

18. Numa linguagem mais simples e de acorco com a nossa


realidade, consistem na passagem de fundos do Governo para
certas instituições públicas cujo nível de receitas mostra-se
insuficiente para cobrir as despesas inerentes ao desempenho da
sua actividade. De acordo com as práticas actuais, fazem parte
deste grupo, nomeadamente, as instituições autónomas e os
municípios.

19. As seguintes rubricas integram as Transferências Correntes para


Administrações Públicas:

Código Designação

3.05.01.01 Fundos e Serviços Autónomos

3.05.01.02 Municípios

3.05.01.02 Embaixadas e Serviços


Consulares

3.05.01.90 Outras Transferências

Fundos e Serviços Autónomos: transferências que o Governo


efectua a favor dos Fundos e Serviços Autónomos.

Munícipios: transferências que o Governo efectua a favor dos


Municípios. A dotação é feita por cada Munícipio.

Embaixadas e Serviços Consulares: transferências que o Governo


efectua para cobrir as despesas de funcionamento das
representações diplomáticas sediadas no estrangeiro.

134
Outras Transferências: qualquer outro tipo de transferência não
classificável nas rubricas anteriores.

2.1.5.4 Transferências a Administrações Privadas

As Transferências a Administrações Privadas são aquelas que o


Governo efectua para instituições sem fins lucrativos que fornecem
serviços não comercializáveis a particulares. Enquadram-se neste
grupo, as transferências aos partidos políticos, organismos não
governamentais, associações e equipas desportivas, outras
associações recreativas, ou de cariz social, organizações de jovens,
mulheres, trabalhadores (sindicatos), associações profissionais ou
de produtores, etc. Embora estas administrações

sejam, por definição, financiadas por contribuições voluntárias dos


particulares, as transferências permitem complementar os recursos
de que dispõem para que possam cumprir os seus objectivos nas
melhores condições.

As Transferências a Administrações Privadas agrupam as seguintes


rubricas:

Código Designação

3.05.02.01 Partidos Políticos

3.05.02.02 Organizações não-


Governamentais

3.05.02.90 Outras

Partidos Políticos: cobre as transferências aos partidos políticos de


acordo com a legislação em vigor.

135
Organizações não-Governamentais: qualquer transferência a
organizações não-governamentais legalamente constituídas.

Outras Transferências: englobam transferências a associações e


equipas desportivas, associações recreativas, ou de cariz social,
organizações de jovens, mulheres, trabalhadores (sindicatos),
associações profissionais ou de produtores, etc.

2.1.5.5 Transferências a Famílias

O sector institucional Famílias engloba particulares como


consumidores e fornecedores de mão de obra e os produtores
individuais. Neste grupo de transferências são incluídas as que se
destinam à cobertura de despesas a que incorrem ou são assumidas
pelas famílias devido ao surgimento de certos riscos ou
necessidades ligadas a desastres naturais, calamidades naturais,
etc.

Englobam ainda todos os benefícios pagos pelo Estado na sua


qualidade de empregador aos seus funcionários e familiares
(pensões e outras transferências similares), as despesas que
decorrem do auxílio prestado a crianças, jovens, mulheres, pessoas
idosas, incapacitados e outros grupos vulneráveis ou em situação de
risco, assim como bolsas de estudo (quando pagas em numerário
directamente a uma instituição ou a alunos), etc. Estas
transferências têm como efeito directo o aumento do rendimento
dos beneficiários.

São subgrupos deste grupo:

Código Designação

136
3.05.03.01 Pensões

3.05.03.01.0 - Aposentação
1

3.05.03.01.0 - Sobrevivência
2

3.05.03.01.0 - Reserva
3

3.05.03.01.0 - Regime não-


4 Contributivo

3.05.03.02 Bolsas de Estudo

3.05.03.03 Evacuação de Doentes

3.05.03.90 Outras Transferências

32. As Pensões englobam quadtro tipos de


pensões:

Pensões de Aposentação: encargos com o pagamento das Pensões


de Aposentação criadas em conformidade com a lei.

Pensões de Sobrevivência: encargos com o pagamento das Pensões


de Sobrevivência criadas em conformidade com a lei.

Pensões de Reserva: encargos com o pagamento das Pensões de


Reservas criadas em conformidade com a lei.

Regime não-Contributivo: despesas com pensões de regime não


contribuitivo contempladas pelo Estado.

Bolsas de estudo: englobam as bolsas de estudo pagas pelo


Governo em numerário no país ou no estrangeiro a estudantes

137
bolseiros, a favor ou por conta do Governo (por exemplo, no quadro
da cooperação internacional).

Evacuação de Doentes: transferências para efeitos de evacuação,


dentro do país ou ou para o exterior, de doentes não servidores do
Estado e sem capacidade financeira.

As Outras Transferências cobrem as transferências não


classificáveis nas rubricas anteriores em benefício das famílias.

2.1.5.6 Transferências ao Exterior

Engloba as Transferências que o Governo efectua para o exterior,


i.e. para não residentes. As contribuições ou quotas pagas ou a
pagar aos organismos internacionais aos quais o país aderiu, são
contabilizadas neste grupo:

Código Designação

3.05.04.01 Organismos
Internacionais
3.05.04.90 Outras Transferências

Organismos Internacionais: contribuições ou quotas a organismos


internacionais (ONU, União Africana e outros).

A dotação é inscrita com base na relação dos organismos e

respectivas quotas a pagar

no exercício económico a que diz respeito o Orçamento do Estado.

Outras Transferências: outras transferências para o exterior não


classificáveis na rubrica precedente.

138
2.1.6 Subsídios

Os Subsídios são uma forma de transferência a empresas, privadas


ou públicas, destinadas ao alcance do seu equilíbrio financeiro ou
para que possam praticar níveis de preços de certos produtos ou
serviços básicos, inferiores aos custos de produção ou de aquisição,
nos termos e com base nos contratos que impõe essa obrigação ao
Governo. Tal é o caso, por exemplo, dos juros bonificados. É
indiferente se essas empresas são produtoras, importadoras ou
exerçam actividades comerciais.

Os Subsídios subdividem-se em:

transferências efectuadas a título de indemnização compensatória


a empresas públicas não financeiras, nos

termos e com base nos

contratos que impõe essa obrigação ao Estado. Destinamse ao


alcance do equilíbrio financeiro das empresas beneficiárias ou para

139
que possam praticar níveis de preços de acordo com o estipulado
nos referidos contratos.

Empresas Públicas Financeiras: engloba as transferências


efectuadas a título de indemnização compensatória a empresas
públicas financeiras, nos termos e com base nos contratos que
impõe essa obrigação ao Estado. Os juros bonificados são aqui
classificados.

Empresas Mistas não Financeiras:a definição apresentada para


Subsídios a Empresas Públicas não Financeiras é também válida
para este caso.

Empresas Mistas Financeiras: a definição apresentada para


Subsídios a Empresas Públicas Financeiras é também válida para
este caso.

Empresas Privadas não Financeiras:a definição apresentada para


Subsídios a Empresas Públicas não Financeiras é também válida
para este caso.

Empresas Privadas Financeiras:a definição apresentada para


Subsídios a Empresas Públicas Financeiras é também válida para
este caso.

Subsídios Diversos: compreende quaisquer outros subsídios a favor


de agentes económicos que produzem bens e serviços
comercializáveis, não classificáveis nas rubricas anteriores.

2.1.6 Outras Despesas Correntes

43. Neste grupo devem ser contabilizadas as despesas não


classificáveis nas classificações anteriores.
140
Código Designação

3.07.01.00 Restituições

3.07.02.00 Impostos e Taxas

3.07.03.00 Indemnizações

3.07.88.00 Dotação Provisional

3.07.89.00 Despesas Extraordinárias

3.07.90.00 Outras Despesas

Restituições: destina-se à restituição de cobranças feitas


indevidamente aos contribuintes, assim como à cobertura das
respectivas despesas.

Impostos e Taxas: engloba as despesas que tenham esta natureza


efectuadas pelos serviços públicos.

Indemnizações: engloba as despesas com as indemnizações pagas a


terceiros.

Dotação Provisional: dotação orçamental gerida directamente


pelos serviços centrais do Ministério das Finanças para fazer face a
despesas não previstas e inadiáveis.

Despesas Extraordinárias: despesas consideradas extraordinárias


face à actividade normal da entidade e que não são classificáveis na
rubrica seguinte.

Outras Despesas: quaisquer despesas cuja classificação em outras


rubricas seja absolutamente inviável.

141
2.2 Despesas de Capital

44. As Despesas de Capital são subdivididas nos


seguintes agregados:

Código Designação

4.01.00.00 Imobilizações Corpóreas

4.02.00.00 Imobilizações
Incorpóreas
4.03.00.00 Transferências de Capital

4.05.00.00 Outras Despesas


de
Capital
2.2.1 Imobilizações Corpóreas
As Imobilizações Corpóreas (ou Bens de Capital) compreendem a
aquisição, reconstrução, grande reparação, renovação e ampliação
de bens de capital, i.e., de bens duradouros que são usados
contínua e repetidamente na produção de bens e serviços, sem que
dessa utilização resulte uma alteração significativa da sua estrutura
técnica.

De acordo com a classificação das Contas Nacionais, os Bens de


Capital dividem-se em: bens tangíveis e intangíveis. Os bens
intangíveis constituem aqueles que resultam da produção
intelectual (por exemplo, patentes, licenças, programas
informáticos, etc.), enquanto os tangíveis correspondem aos
restantes bens de capital.

Os Bens de Capital, tangíveis e intangíveis, são separados em Bens


Novos e Bens Existentes. Por Bens de Capital Novos devese
entender todos aqueles que estão a ser adquiridos pela primeira
vez, isto é, que nunca pertenceram ou foram usados como bens de
capital por algum agente económico. Em contrapartida, os Bens de

142
Capital Existentes são todos os que pertenceram e foram utilizados
anteriormente. Resulta, pois, que o principal critério de distinção
entre Bens de Capital

Novos e Existentes é o da propriedade e do uso (contabilização

anterior como Bem de Capital).

Tendo em conta que o serviço do património do Estado ainda não


possui um sistema aperfeiçoado de registo de aquisições, não se
justifica estruturar, nesta fase, o Classificador Económico de
Despesa Pública de forma a reflectir as divisões atrás enunciadas.
Assim, na expectativa da sua aplicação futura, são retidas
classificações simplificadas relativas aos Bens de Capital.

Importa sublinhar que as despesas com a aquisição de Bens de


Capital devem incluir o preço de compra desses bens e os custos
que o Estado tem de suportar até dispor deles e começar a usá-los,
como por exemplo, fretes ou transporte, seguros, impostos
aduaneiros, imposto sobre o valor acrescentado e outros impostos
indirectos e taxas aplicáveis. Estes custos devem ser somados ao
preço de compra e o resultado desta soma ser inscrito na rubrica
relativa ao respectivo bem de capital.

As Imobilizações Corpóreas compõem-se como segue:

Código Designação

4.01.01.00 Terrenos e Recursos Naturais

4.01.02.00 Redes de Infraestruturas

4.01.03.00 Habitações

143
4.01.04.00 Edificios

4.01.05.00 Maquinarias e Equipamentos

4.01.06.00 Ferramentas e Utensilios

4.01.07.00 Equipamentos de Carga e Transporte

4.01.08.00 Equipamentos Administrativos e


Mobiliário Diverso

4.01.90.00 Outras Imobilizações Corpóreas

Terrenos e Recursos Naturais: englobam despesas com terrenos


para construção, propriedades rústicas, plantações de natureza
permanente, pedreiras, etc. Devem ser consideradas aqui as
despesas de desbravamento, movimentação de terras e drenagem.
São ainda registados nesta conta os terrenos subjacentes a edifícios
e outras construções, mesmo que tenham sido adquiridas em
conjunto e sem indicação separada de valores.

Redes de Infraestruturas: engloba as despesas com a compra, a


construção, grande reparação de redes e equipamentos destinados
à redes de infraestruturas, nomeadamente, viárias, rodoviárias, de
saneamento, portos e aeroportos.

Habitações: engloba a compra, a construção e a grande reparação


de edifícios destinados à habitação.

Edifícios: engloba a compra, a construção e a grande reparação de


edifícios destinados aos edifícios públicos.

Maquinarias e Equipamentos: engloba a aquisição de máquinas e


equipamentos de acordo com o “Classificador Geral de Bens Móveis
do Estado”, assim como as respectivas grandes reparações, com os

144
quais se realizam a extracção, transformação e elaboração dos
produtos ou a prestação dos serviços.

Equipamentos de Carga e Transporte: engloba as despesas com


aquisição de veículos automóveis para uso de transporte de pessoas
ou de materiais.

Equipamentos Administrativos e Mobiliário Diverso: engloba as


despesas com aquisição de equipamentos administrativo, social e
mobiliário diversos. Incluem-se as despesas com os artigos de
conforto e decoração (candeeiros, tapetes, alcatifas, objectos
decorativos, etc.); equipamento de cozinha, postos médicos,
instalações desportivas e culturais, refeitórios, cantinas e outras
instalações.

Outras Imobilizações Corpóreas: engloba as despesas de aquisição


de outros bens de equipamentos corpóreos não previstas
especificamente nas rubricas anteriores.

2.2.2 Imobilizações Incorpóreas

Englobam as despesas com aquisição de bens de capital intangíveis.


Estes são aqueles que resultam da produção intelectual (por
exemplo, patentes, licenças, programas informáticos, etc.)

As Imobilizações Incorpóreas subdividem-se em:

Código Designação

4.02.01.00 Patentes, Marcas e Licenças

4.02.02.00 Estudos, Investigação e


Desenvolvimento

145
4.02.90.00 Outras Imobilizações Incorpóreas

Patentes, Marcas e Licenças: engloba as despesas de aquisição de


direitos de propriedade, i.e. de patentes, marcas e licenças.

Estudos, Investigação e Desenvolvimento: engloba as despesas de


aquisição de estudos nas áreas da investigação e desenvolvimento
(pré-factibilidade, factibilidade, viabilidade económica, etc) . Os
estudos realizados no quadro de programas, projectos e actividades
de reforço institucional (por exemplo, diagnósticos sectoriais,
planos de desenvolvimento, estratégias sectoriais, balanços de
execução, etc.) são devem ser classificados como Despesas
Correntes na conta apropriada.

Outras Imobilizações Incorpóreas: engloba as despesas de


aquisição de direitos de propriedade, i.e. de patentes, marcas e
licenças.

2.2.3 Transferências de Capital

Conforme já foi dito, as Transferências de Capital são aquelas que o


Governo efectua para outros agentes com a finalidade de aumentar
o seu capital ou visando o aumento ou reposição de bens de capital
danificados ou destruídos. A participação do Estado no capital social
de empresas não é considerada uma transferência, mas o aumento
de activos financeiros (ver Operações Activas).

As Transferências de Capital subdividem-se em:

Código Designação

4.03.01.00 Administrações Públicas

4.03.02.00 Administrações Privadas

146
4.03.90.00 Outras Transferências

Administrações Públicas: são transferências de capital efectuadas


do Governo para outras instituições públicas ou organismos
autónomos que têm como actividade principal o fornecimento de
serviços à colectividade. Else integram as seguintes rubricas:

Código Designação

4.03.01.0 Fundos e Serviços Autónomos


1

4.03.01.0 Municípios
2

4.03.01.9 Outras Transferências


0

Fundos e Serviços Autónomos: inclui as Transferências de Capital


que o Governo efectua para os Fundos e Serviços Autónomos
autónomas para efeitos de aquisição, melhoria ou reposição de
Bens de Capital.

Municípios: englobam as Transferências de Capital que o Governo


efectua para os municípios para efeitos de aquisição, melhoria ou
reposição de Bens de Capital.

Outras Transferências: referem-se a qualquer outro tipo de


Transferência de Capital não classificável nas rubricas anteriores.

Administrações Privadas: são transferências de capital efectuadas


do Governo para instituições não governamentais sem fins

147
lucrativos e que têm como actividade principal o fornecimento de
serviços à colectividade. Eles integram as seguintes rubricas:

Código Designação

4.03.02.01 Organizações não-


Governamentais

4.03.02.90 Outras Transferências

Organizações não-Governamentais: inclui as Transferências de


Capital que o Governo efectua para os Fundos e Serviços
Autónomos para efeitos de aquisição, melhoria ou reposição de
Bens de Capital.

Outras Transferências: referem-se a qualquer outro tipo de


Transferência de Capital não classificável nas rubricas anteriores.

2.2.3 Outras Despesas de Capital

Inclui Impostos e Taxas suportadas pelas entidades relacionadas


com Bens de Capital, uma Dotação Provisional para fazer face a
Despesas de Capital não previstas e que poderão ocorrer ao longo
do exercício, assim como outras despesas de capital não
classificáveis nas rubricas precedentes. A Dotação Provisional é
colocada sob gestão dos serviços centrais do Ministério das
Finanças.

Este grupo de despesas engloba as rubricas seguintes:

Código Designação

4.04.01.00 Impostos e Taxas

4.04.02.00 Dotação Provisional

148
4.04.90.00 Outras Despesas

Fundamentação da criação do Sistema de Administração


Financeira do Estado (SISTAFE)

O SISTAFE estabelece e harmoniza regras e


procedimentos de programação, gestão, execução e
controle do erário público, de modo a permitir o seu uso
eficaz e eficiente, bem como produzir a informação de
forma integrada e atempada, concernente à
administração financeira dos órgãos e instituições do
Estado Pelo Decreto nº 17/2002, de 27 de Junho, o
Governo aprovou o Regulamento do Sistema de
Administração Financeira do Estado que teve o mérito de
introduzir alterações profundas ao anterior sistema que
era caracterizado por:
✓ Dispersão das normas que o disciplinavam;

✓ Burocracia excessiva;

✓ Incoerência no seu funcionamento;

✓ Pobreza de informações indispensáveis a gestão;

✓ Fraquezas no sistema de controlo;

✓ Recursos Humanos com baixos níveis de formação; ✓ Execução

por processos manuais, dentre outros.

Com a introdução do novo sistema, conseguiu-se de entre outros:

149
• Adoptar mecanismos mais modernos de gestão reduzindo a
burocracia desnecessária;

• Adoptar modelos de funcionamento informatizados;

• Introduzir um sistema de controlo interno com padrões


geralmente aceites;

• Elevar o nível de formação dos recursos humanos. Não


obstante os objectivos que nortearam a aprovação do Decreto
nº 17/2002, de 27 de Junho, o presente projecto de Decreto
assenta na necessidade de actualização de modo a:

• Conformar o regulamento do SISTAFE com o seu modelo


conceptual, uma vez que este foi concebido depois de o
regulamento ser aprovado;

• Integrar novos classificadores para sua conformação com o


modelo conceptual;

• Introduzir uma visão do sistema integrado da gestão


orçamental, financeira e patrimonial;

• Introduzir três níveis de actuação – supervisão, intermédio e


de gestão;

• Atender os três níveis mantendo padronizado: o Plano Básico


de Contabilidade Pública (PBCP), o Procedimentos de gestão
das finanças publicas atendendo as especificidades de cada
ente, nos termos do artigo 2 da Lei 9/02 de 12 de Fevereiro, o
A introdução de instrumentos que permitem a transparência

150
na gestão do erário público e controlo interno dos actos de
gestão das finanças publicas; 30/06/2004

• Harmonização do regulamento com a Lei 9/02, 12 de


Fevereiro. Volvidos mais de dois anos sobre a aprovação do
Decreto nº 17/2002, de 27 de Junho, e resultado da aplicação
prática do mesmo, torna-se necessário proceder-se a uma
reformulação do mesmo, de modo a que possa responder cada
vez melhor aos desafios de aplicação encontrados.

REGULAMENTO DO SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA


DO

ESTADO

Âmbito de aplicação

O Regulamento aplica-se a todos os órgãos e instituições


do Estado incluem as autarquias e as empresas do Estado,
Para efeitos Regulamento, são empresas do Estado todas
aquelas em que o Estado detém 100% do capital social.

Objecto

O Regulamento tem por objecto o estabelecimento de


um sistema integrado, uniforme e harmonizado de
normas e procedimentos para a aplicação do Sistema de
Administração Financeira do Estado (SISTAFE) a todos os
órgãos e instituições do Estado, respeitando os limites de
autonomia legalmente estabelecidos.
O Regulamento contém as normas de gestão orçamental,
financeira, patrimonial, contabilística e de controlo
interno. Regime financeiro geral.

151
Subsistemas do SISTAFE

O SISTAFE compreende os seguintes subsistemas:

a) Subsistema do Orçamento do Estado;

b) Subsistema da Contabilidade Pública;

c) Subsistema do Tesouro Público;

d) Subsistema do Património do Estado; e

e) Subsistema do Controlo Interno.

Autonomia Administrativa e Financeira

A autonomia administrativa e financeira é caracterizada


pela capacidade que um órgão e instituição do Estado têm
de realizar, para além do referido no artigo anterior, a
programação financeira com base nas suas receitas
próprias

O regime geral de administração financeira dos órgãos e


instituições do Estado é o de autonomia administrativa
caracterizada pela capacidade que um órgão ou
instituição do Estado tem de executar as fases da receita
e da despesa.

Os órgãos e instituições do Estados abrangidos pelo


regime financeiro geral devem: a) Executar as fases da
receita tendo como limite mínimo os montantes fixados
nas respectivas tabelas; b) Recolher ao Tesouro Público
toda a receita cobrada; c) Executar as fases da despesa

152
respeitando o limite máximo fixado nas respectivas
tabelas; d) Gerir o patrimônio posto à sua disposição.

Determinados órgãos ou instituições do Estado poderão beneficiar


do regime excepcional, de autonomia administrativa e financeira..
Os órgãos e instituições do Estado dotados de autonomia
administrativa e financeira, não obstante a personalidade jurídica de
que dispõem, ficam obrigados às disposições legais contempladas
no presente Regulamento e em demais legislação.

Requisitos

1. Os órgãos e instituições do Estado só podem dispor de autonomia


administrativa e financeira quando esta se justifique para a sua
adequada gestão e, cumulativamente, as suas receitas próprias
atinjam o mínimo de dois terços das despesas totais.

2. Constituem receitas próprias dos órgãos e instituições do Estado,


para a verificação dos requisitos constantes do número anterior, as
que resultem de pagamentos, por outros órgãos ou instituições do
Estado ou por entidades privadas, por serviços prestados no âmbito
das suas atribuições legais.

3. A concessão do regime excepcional referido no nº 1 do presente


artigo está condicionada ao resultado a apurar nos demonstrativos
contabilísticos do último exercício económico, obtidos através da
escrituração individual de cada órgão ou instituição do Estado no
eSISTAFE.

4. A falta de cumprimento da realização da receita própria nos


termos referidos no número 1 determina a cessação do regime
financeiro excepcional e a consequente sujeição ao regime
financeiro geral a que se refere o artigo 3 do regulamento.

153
5. Verificando-se as circunstâncias previstas no número anterior, o
órgão ou instituição do Estado em causa deverá ser considerado nos
limites da respectiva entidade de tutela a partir do exercício
seguinte.

6. Os órgãos ou instituições do Estado dotados de autonomia


administrativa e financeira, que recebam subsídios do Orçamento
do Estado, devem, no pagamento das suas despesas, utilizar em
primeiro lugar as receitas próprias, e só depois, as provenientes do
Orçamento do Estado.

7. As autarquias e empresas do Estado não carecem dos requisitos


fixados no presente artigo, para se manterem no regime
excepcional, uma vez que seu regime é fixado por Lei específica.

154
Referencias bibliográficas

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NETO, Oscar Guimarães. Análise de custos, 2009

Mota, Rosaura Conceicao, Contabilidade Publica, Capes: 2010

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Contabilidade

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Contabilidade Aplicada ao Sector Publico

ANTÓNIO C. P. C. e PINTO, A. C. (2002). Manual do Plano Oficial


de Contabilidade Pública; Áreas Editora.

CAIADO, A. C. P. et al (2007). Contabilidade Pública - casos


práticos; Áreas Editora.

PINTO, A. C. e SANTOS, P.G. dos (2005). Gestão Orçamental


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MARION, J. C. (2010). Contabilidade básica. 10ª Edição. São


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Edição. São Paulo: Atlas.

PADOVEZE, C. L. (2010). Contabilidade Gerencial: Um enfoque


em sistemas de informação contábil. 7ª Edição. São Paulo:
Atlas.

RODRIGUES, J. A. (1998). Práticas de Consolidação de Contas,


Áreas Editora.

VLAEMMINCK, J.H (1961). Historia e Doctrinas de la


Contabilidad, Madrid, Editorial EJES.

155
Decreto nº 70/2009, de 22 de Dezembro Aprova o actual Plano
Geral de Contas - Plano Geral de Contabilidade (PGC - PE)

Decreto nº 36/2006, de 21 de Setembro Aprova o actual Plano


Geral de Contas – Plano Geral de Contabilidade (PGC).

Lei nº 34/2007, de 31 de Dezembro Aprova o novo texto do


Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas aplicável
ao rendimento do ano de e subsequentes, sendo revogado o
Decreto 21/2002, 30 Julho.

156

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