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MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2º Ano

Disciplina: CONTABILIDADE PÚBLICA


Código: ISCED22-CONTCFE003

Total Horas/2o Semestre: 125


Créditos (SNATCA):5
Número de Temas: 4

INSTITUTO SUPER

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA- ISCED


ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED),


e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou
total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED).

A não observância do acima estipulado, o infractor é passível a aplicação de processos


judiciais em vigor no País.

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Beira - Moçambique
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Cel: +258 823055839

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

Agradecimentos

O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos


seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Autor Marisa Iva Abrão Malate Gobeia MSc

Coordenação Direcção Académica do ISCED

Design Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)

Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED)

Revisão Científica dra. Aldo Sanveca, licenciado em Contabilidade


Linguística

Ano de Publicação 2016


Local de Publicação ISCED – BEIRA

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

Índice

Visão geral 1
Bem-vindo à Disciplina/Módulo de Contabilidade Pública .............................................. 1
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 1
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2
Ícones de actividade ......................................................................................................... 4
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 4
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 6
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 7
Avaliação ........................................................................................................................... 8

TEMA – I: ABORDAGEM CONCEPTUAL DA CONTABILIDADE PύBLICA 11


Objectivos das unidades: ................................................................................................ 11
Introdução....................................................................................................................... 11
1.1.1. Objecto, Objectivos e Finalidade da Contabilidade .............................................. 12
1.1.2. Divisões Da Contabilidade ........................................................................... 13
1.1.3. Objectos Da Contabilidade Pública ............................................................. 17
1.1.4. Campo de Aplicação ................................................................................... 17
1.1. Escrituração Contabilistica .......................................................................... 18
1.2. Finalidades .................................................................................................. 18
1.3. Informação Contabilistica ........................................................................... 19
1.4. Controle ...................................................................................................... 19
1.5. Análise ......................................................................................................... 19
1.6. Período Administrativo ............................................................................... 19
1.7. Exercício Financeiro .................................................................................... 20
1.8. Regimes Contábilisticos .............................................................................. 21
Sumário ........................................................................................................................... 21
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 22
Rever objectivos específicos constantes da página 1 22

Rever a parte final da página 9 (Introdução desta Unidade): 22

Rever as páginas 10 a 12 22

Rever o 6º parágrafo da página 13 (Introdução desta Unidade); 22

Rever o ponto 1.1.1 da pagina 10. 22

da página 15 a 16 último e primeiro parágrafo respectivamente. 22

Rever Rever página 10; 22

Rever ponto 1.1.4 parágrafo 2 da página 14 ; 22

Rever os conteúdos da página 16 no ponto 1.9. 22

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Rever os conteúdos da página 16 no ponto 1.9 penúltimo parágrafo. 22

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 23

TEMA – II: Sistemas Contabilísticos e o património Público 26


Objectivos: ...................................................................................................................... 26
2.1.2. Sistema Financeiro ...................................................................................... 27
2.1.3. Sistema Patrimonial..................................................................................... 27
2.1.4. Sistema de compensação ............................................................................ 27
1. 2.2. Conceito do Patrimônio 28

2. 2.3. Estrutura do Patrimônio 28

2.3.1. Aspecto Qualitativo 28

2.3.2. ASPECTO QUANTITATIVO 34

3. 2.4. RESULTADOS PATRIMONIAL DO EXERCÍCIO 39

4. 2.6. ESCRITURAÇÃO DOS FACTOS CONTABILÍSTICOS 39

Sumário ........................................................................................................................... 42
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 43
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 44
Sistema Patrimonia ............................................................................................... 45

Tema III: Introdução e caracterização do Plano Oficial de Contabilidade Pública (POCP) 47


5. Unidade 3.2. Objectivos e Instituições Obrigadas a usar o Plano
oficial da contabilidade Pública 47

6. Unidade 3.3. Demonstrações Contabilísticas 47

7. Unidade 3.4. Estrutura do plano de contabilidade pública. 47

8. Unidade 3.5. Contas De Resultados Patrimonial Do Exercício 47

9. Unidade 3.6. Plano de contas no sistema orçamentário 47

Objectivos da Unidade: ................................................................................................... 47


10. PLANO DE CONTABILIDADE PÚBLICA 47

11. 3.1. Conceito de plano oficial de contabilidade pública (POCP) 47

12. 3.2. Objectivos e Instituições Obrigadas a usar o Plano oficial da contabilidade


Pública 49

13. 3.3. Demonstrações Contabilísticas 50

14. 3.4. ESTRUTURA DO PLANO DE CONTABILIDADE PÚBLICA. 50

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15. 3.5. CONTAS DE RESULTADOS PATRIMONIAL DO EXERCÍCIO 52

Sumário ........................................................................................................................... 55
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 57
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 58
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 59

Tema IV: o plano de Contabilidade Publica em Moçambique regras e Funcionamento 60


Objectivos da Unidade: ................................................................................................... 60
16. 4.1. CONTAS E REGISTOS DA EXECUÇÃO ORÇAMENTAL
4.11. Despesas por pagar 74

17. 4.12. Fase da receita 74

18. 4.13. Fases da receita 75

19. 4.14. Execução da Receita 80

Sumário ........................................................................................................................... 81
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 82
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 83
20. Perguntas de Reflexão da disciplina 85

21. Bibliografia 89

Anexos 90

22. Anexo1: Classificador Econômico da Despesa 90

23. ANEXO II. Estrutura Global da Classificação Económica das Despesas 96

Fundamentação da criação do Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE)127

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Visão geral

Bem-vindo à Disciplina/Módulo de Contabilidade Pública

Objectivos do Módulo

Ao terminar o estudo deste módulo de Contabilidade publica deverá


ser capaz de: Descrever e caracterizar as principais normas de gestão
financeira do Estado em Moçambique; Analisar as demonstrações
financeiras do sector público; Conhecer as normas internacionais
aplicáveis à contabilidade públicas; Aplicar os conceitos básicos da
contabilidade pública no registro e apresentação das demonstrações
financeiras Preparar as demonstrações financeiras do sector público à
luz das normas internacionais

Objectivos Específicos

 Definir Contabilidade Publica e suas aplicações.

 Fazer um breve percurso histórico da disciplina.

 Compreender e aplicar os procedimentos contabilísticos como


instrumento de planeamento, execução, controlo, avaliação e decisão
na esfera governamental;
 Aplicar os conceitos básicos da contabilidade pública no registro e
apresentação das demonstrações financeiras

Quem deveria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para estudantes do 2º ano do curso de licenciatura


em Administração Publica ISCED e outros como Gestão de Recursos Humanos,
Contabilidade e Auditoria, etc. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que
queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

serão bem-vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá
adquirir o manual.

Como está estruturado este módulo

Este módulo de Contabilidade Publica, para estudantes do 2º ano do curso de


licenciatura em Administração Publica, à semelhança dos restantes do ISCED,
está estruturado como se segue:

Páginas introdutórias

 Um índice completo.

 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,


resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como
componente de habilidades de estudos.

Conteúdo desta Disciplina / módulo

Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos.

No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são


incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.

Os exercícios de avaliação têm as seguintes caracteristicas: Puros


exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e
actividades práticas algunas incluido estudo de caso.

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

Outros recursos

A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si,


num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio
de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem,
apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu
módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na
biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos
relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-
ROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico
disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital
moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus
estudos.

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação

Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final


de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características:
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo,
exercícios que mostram apenas respostas.

Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação


mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de
campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de
correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame
do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os
exercícios de avaliação é uma grande vantagem.

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

Comentários e sugestões

Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados


aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas.
Pode ser que graças as suas observações que, em goso de
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser
melhorado.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de
aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova
actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Habilidades de estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender.


Aprender aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a


aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação
e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com
estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde e
quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos,
procedendo como se segue:

1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura.

2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).

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3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica


dos conteúdos (ESTUDAR).

4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem


confere ou não com a dos colegas e com o padrão.

5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de estudo


de caso se existirem.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,


respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido no início
deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o
ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de
tarde/fins de semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num
sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30
minutos, em cada hora, etc.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante
um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em
profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o
anterior.

Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar,
que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao
agradável: Saber com profundidade todos conteúdos de cada tema, no
módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo


superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez)
a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-se descanso à mudança de
actividades). Ou seja que durante o intervalo não se continuar a tratar dos
mesmos assuntos das actividades obrigatórias.

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Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório, pode


conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o
estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos,
em pouco tempo, criando interferência entre os conhecimento, perde
sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai
em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz!

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação.


Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não
estudar apenas para responder a questões de alguma avaliação, mas sim
estude para a vida, sobre tudo, estude pensando na sua utilidade como futuro
profissional, na área em que está a se formar.

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias
deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir
como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao
estudo e a outras actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma


necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A
colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo
que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode escrever
conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também
utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está
a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão
do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre
que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar;

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material
de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza,
alguns erros de concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza,

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fraca visibilidade, páginas trocadas ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte


os serviços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos
(CR), via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta
participando a preocupação.

Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e


Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com
qualidade e sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a Distância
(EAD), onde o recurso as TIC se torna incontornável: entre estudantes,
estudante – Tutor, estudante – CR, etc.

As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a


oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou
com parte da equipa central do ISCED indigitada para acompanhar as sua
sessões presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos
de natureza pedagógica e/ou administrativa.

O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo
de estudos a distância, é muita importância, na medida em que permite lhe
situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas.
Desta maneira ficará a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos
colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os
conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e


autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante
que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas antes das
sessões presenciais seguintes.

Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento


dos prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre

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presente que a nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser
admitido ao exame final da disciplina/módulo.

Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos


devem ser dirigidos ao tutor/docente.

Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os


mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do
autor.

O plágio1é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es).Uma transcrição


à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor, sem o citar é
considerada plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos
direitos autorias devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor
(estudante do ISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando eles


fisicamente separados e muito distantes do docente/tutor? Nós dissemos: Sim
é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e consistente.

Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo
de 90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo.
Quando o tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do
total de tempo do módulo. A avaliação do estudante consta detalhada do
regulamento da avaliação.

Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e aprendizagem no


campo, pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames.

Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem


durante as sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 75%, o que
adicionado aos 25% da média de frequência, determinam a nota final com a
qual o estudante conclui a cadeira.
1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de
outras pessoas, sem prévia autorização.

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A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.

Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) trabalhos e 1


(um) (exame).

Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como


ferramentas de avaliação formativa.

Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração


a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de
conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências
bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.

Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação.

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TEMA – I: ABORDAGEM CONCEPTUAL DA CONTABILIDADE PύBLICA

Unidade 1: O Sector Público em Moçambique, Caracterização da


Contabilidade Pública

Unidade 1.1 Breves noções sobre Contabilidade Publica


Unidade 1.1.1. Objecto, Objectivos e Finalidade da Contabilidade
Unidade 1.1.2 Divisões Da Contabilidade
Unidade 1.1.3. Objectos Da Contabilidade Pública
Unidade 1.1.4. Campo de Aplicação
Unidade 1.2. Escrituração Contabilística
Unidade 1.3. Finalidades
Unidade 1.4. Informação Contabilistica
Unidade 1.5. Controle
Unidade 1.6. Análise
Unidade 1.7 Período Administrativo
Unidade 1.8. Exercício Financeiro
Unidade 1.9. Regimes Contábilisticos
Unidade temática 1.10. EXERCÍCIOS deste tema

Objectivos das unidades:

 Dominar o conceito de contabilidade Publica;

 Conhecer o seu objecto identificar os objectivos;

 Dominar as suas finalidades, e ser capaz de estabelecer os


regimes contabilísticos

Introdução

Antes de falarmos da contabilidade publica e importante abordar


sobre o conceito de contabilidade, seu objeto e finalidade, pois todo o
processo de arrecadação da receita e execução de despesa tem como

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suporte os princípios, técnicas e regras de contabilidade.

Segundo Perreira (1980:23) “a Contabilidade é uma ciência de


natureza econômica cujo objecto é a realidade econômica passada,
presente e futura, de qualquer entidade pública ou privada, analisada
em termos quantitativos e por métodos específico com o fim de obter
informações econômico-financeiros indispensáveis à gestão dessa
entidade, nomeadamente ao conhecimento da situação patrimonial e
dos resultados obtidos e ao planeamento e controle da sua
actividade”.

1.1.1. Objecto, Objectivos e Finalidade da Contabilidade

Objecto de estudo

O objecto de estudo da Contabilidade é a realidade econômica


passada, presente e futura de qualquer entidade pública ou privada.
Ou seja, o Patrimônio2 das entidades.

Objectivos da Contabilidade

Produzir informações úteis a gestão para tomada de decisões,


designadamente, elaboração do Balanço e Demonstração dos
resultados. Ou seja, produzir as demonstrações financeiras que sirvam
de suporte para a tomada de decisões pelos gestores das
organizações.

Finalidade da Contabilidade

 Servir de suporte na tomada de decisões, isto é, a obtenção de


informações úteis para todos os interessados para ter uma
visão racional na tomada de decisão.

2
Conjunto de valores (bens, direitos e obrigações) pertencentes a uma determinada unidade
económica sob uma gestão orientada para o alcance de certos objectivos.
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 Controlar o patrimônio das entidades (entidade é qualquer


pessoa física ou jurídica detentora de um patrimônio)

1.1.2. Divisões Da Contabilidade

Há semelhança do que acontece em todas outras ciências, também no


tronco comum da contabilidade podemos contemplar vários ramos
disciplinares. O tronco comum é constituído pela Contabilidade geral
que compreende os conceitos básicos, as regras e os princípios
contabilísticos (teoria da contabilidade) e as formas de representação
que são as regras de funcionamento ou seja a escrituração
propriamente dita (que corresponde à técnica contabilística geral).

TEORIA DA
CONTABILIDADE
CONTABILIDADE
GERAL

TECNICA
CONTABILISTICA
GERAL

As ramificações do tronco comum em seu conjunto correspondem à


aplicação da contabilidade geral (teoria e técnica) às unidades
econômicas de variada natureza, dimensão e objectivos, com distinta
necessidade de informação.

Assim podemos distinguir a contabilidade aplicada às unidades


econômicas privadas (empresas famílias e outros organismos), às
unidades econômicas públicas (Estado, Autarquias e organismos
autônomos) e ao respectivo conjunto (nação).

Pela contabilidade aplicada podemos ter a Contabilidade Pública ou


Privada. São divisões da contabilidade privada a contabilidade
financeira, contabilidade de custos ou analítica, contabilidade

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

bancária, contabilidade orçamental, contabilidade agrícola, entre


outras. Pela contabilidade aplicada as unidades econômicas públicas
resulta a contabilidade pública e ou nacional

Interessa por enquanto centrarmo-nos no estudo da contabilidade


aplicada as unidades econômicas privadas, concretamente às
empresas.

Contabilidade da empresa

Na contabilidade da empresa podemos distinguir :

 A contabilidade das relações com o exterior( contabilidade


financeira);
 A contabilidade do movimento interno ou da produção
(contabilidade de custo ou analítica);
 Contabilidade de controlo e planeamento (contabilidade
orçamental
 etc.

Divisões da contabilidade

Contabilida
de
Financeira

TEORIA DE CONTABILID Contabilida


CONTABILIDADE APLICADA

CONTABILID ADE EMPRESA de


CONTABILIDADE GERAL

De
ADE GERAL PRIVADA Custos Ou
CONTABILIDADE

Analítica
De
Produção

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Contabilida
de
Bancária

Contabilida
de
Orçamenta

FAMILIA Contabilida
de Agrícola

CONTABILID PESSOAS
ADE COLECTIV
PÚBLICA AS
PÚBLICAS
Contabilida
(Estado ,
de
Autarqui
Administra
TECNICA as,
tiva
CONTABILIS Organism

TICA os
Autónom
os)

CONTABILID Contabilidade da
ADE Nação+ Contabilidade
NACIONAL Privada+Contabilidade
Pública

Fonte: Perreira (1980:25)

Contabilidade Geral – também designada por Extrema ou financeira,


compreende os conceitos básicos, as regras de funcionamento e os
princípios contabilísticos (teoria da Contabilidade) e as formas de
representação, isto é, a escrituração propriamente dita (técnica
contabilística).

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

Contabilidade Aplicada (Especial ou Especifica) – também designada


por interna, compreende a aplicação da contabilidade geral a unidades
econômicas, abrande diversas relações complementares que podem
contribuir para uma gestão mais esclarecida e eficaz.

A Contabilidade aplicada constitui uma aplicação da Contabilidade


Geral, às unidades econômicas de variada natureza, podendo
distinguir:

Contabilidade Privada – a usada às unidades privadas (familiares,


empresas e outros organismos).

Contabilidade Publica – a usada a unidades econômicas públicas


(estado e autarquias).

A Contabilidade Nacional – ao respectivo conjunto. Respeita as


informações inerentes ao produto, rendimento e despesas. É também
designado por Macro contabilidade. É relativa a unidades econômicas
complexas (regiões, nação...)

A contabilidade publica ira ocupar todo o nosso curso e referente a


execução orçamental.

a execução do orçamento e feita meio de um instrumento que se


chama contabilidade publica

A Contabilidade Pública é o ramo da Ciência Contábil que aplica na


administração pública as técnicas de registro dos actos e factos
administrativos, apurando resultados e elaborando relatórios
periódicos, levando em conta as normas de Direito Financeiro publico
os princípios gerais de finanças públicas e os princípios de
contabilidade.
Ou seja, a contabilidade Publica e uma ciência que estuda e controla o
patrimônio, evidenciando, as suas variações e seus resultados.

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

Actos admistrativos- são acontecimentos que ocorrem nas entidades


publicas e que não provocam variações no patrimônio;

Factos admistranistrativos- são acontecimentos que ocorrem nas


entidades publicas e que provocam variações da estrutura ou do valor
do patrimônio;

A Contabilidade Pública registra a previsão da receita e a fixação da


despesa estabelecida no orçamento público aprovado para o exercício,
escritura a execução orçamentária, faz a comparação entre a previsão
e a realização das receitas e despesas, revela as variações
patrimoniais, demonstra o valor do patrimônio e controla:
– as operações de crédito;
– a dívida activa;
– os créditos; e
– as obrigações.

1.1.3. Objectos Da Contabilidade Pública

Sendo o patrimônio publico, pertecentes as entidades ( ou pesssoas


jurídicas) de direito publico, entao , objecto de estudo da
contabilidade publica são essas pesssoas jurídicas de direito publico:
Estado, Municípios ou Autarquias, Fundos e Fundações.

Entende-se por patrimônio o “conjunto de direitos e bens, tangíveis ou


intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos,
recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que
seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro,
inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração econômica
por entidades do setor público e suas obrigações.”

1.1.4. Campo de Aplicação

De acordo com a lei 9/2002 de 12 de fevereiro, sobre o Sistema De

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

Administração Financeira Do Estado (SISTAF), Manual de


Administração Financeira e Procedimentos Contabilisticos (MAF),
estão sujeitos todos os serviços de administração publica e autarquias
as normas e preceitos da contabilidade publica.

Ela tem um campo de aplicação muito vasto tendo em conta as


relações que se estabelecem com os outros ramos da contabilidade e
também com varias disciplinas jurídicas, essencialmente o direito
Administrativo,direito Financeiro,direito Constitucional,entre outros.

1.1. Escrituração Contabilistica

A contabilidade matem os registos analíticos e sintéticos dos


bens,direitos e obrigações integrantes do patrimônio dos órgãos e
instituições do Estado. Tendo por base a classificação contábil
estabelecida em um plano de contas, o registro tem por objetivo
apontar os fatos ocorridos e tornálos, tempestivamente ou em data
futura, uma prova em favor da entidade e de outros interessados
pelas informações, tais como: credores, devedores, financiadores,
fiscalizadores, acionistas, etc. São documentos de registro o livro
diário e o razão, entre outros.

1.2. Finalidades

Um sistema contábil eficaz, nas aziendas públicas, deve:


a) possibilitar a escrituração do patrimônio e de suas variações;
b) ensejar o controle sobre os agentes administrativos, com vistas à
apuração de suas responsabilidades patrimoniais;
c) mostrar os resultados da gestão através dos balanços e das
prestações de contas;
d) facilitar as tarefas relacionadas com as previsões da receita e
despesa e, pois, a organização dos orçamentos;

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

e) facilitar o controle dos limites autorizados no orçamento;


f) tornar possível o registro sistemático da receita e despesa nas suas
diferentes fases, possibilitando o confronto entre as operações
previstas e realizadas;
g) possibilitar a avaliação e interpretação dos resultados e da situação
econômico-financeira;
h) fornecer dados para a organização do orçamentos;
i) evidenciar as obrigações, os direitos e os bens da entidade;
j) exercer o controle interno.

1.3. Informação Contabilistica

É a interpretação das demonstrações contábeis e dos registros com


base nas classificações dos fatos, transparecendo o resultado das
ações administrativas sobre o patrimônio da entidade.

1.4. Controle

É aplicação dos métodos de acompanhamento e fiscalização dos atos,


fatos e das demonstrações oriundas destes, buscando o
aperfeiçoamento e integridade da entidade.

1.5. Análise

É o exame de cada parte e do todo contábil, mediante a aplicação de


procedimentos próprios ou externos, buscando o conhecimento da
natureza dos fatos, das proporções, da evolução e involução dos
resultados, propiciando a tomada de decisão pelos gestores públicos.

1.6. Período Administrativo

É a unidade de tempo em que se divide a vida da entidade para


apuração parcelada da gestão. Em Moçambique, o período
administrativo corresponde a 12meses, coincidindo com o ano civil.

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

1.7. Exercício Financeiro

O exercício financeiro corresponde ao conjunto de operações


financeiro que ocorrem em cada período administrativo.

Princípios e regras específicas

A Contabilidade Pública respeita, de entre outros, os seguintes


princípios geralmente aceites:

a) Consistência, na base do qual os procedimentos contabilísticos de


um exercício para o outro não devem ser alterados;

b) Materialidade, a informação produzida apresenta todos os


elementos relevantes que permitem o acompanhamento de utilização
dos recursos públicos,

c) Comparabilidade, em conformidade com o qual o registo das


operações as normas determinadas ao longo da vida dos respectivos
órgãos ou instituições, por forma a que possam ser comparados ao
longo do tempo e do espaço os dados produzidos.

d) Oportunidade, pelo qual a informação deve ser produzida em


tempo oportuno e útil de forma a apoiar a tomada de decisões e
análise da gestão

e) Do registo do valor original, que obriga ao registo das componentes


do patrimônio pelo valor original com o mundo exterior e expressos
em moeda nacional.

Princípio de gráfico

O critério utilizado para registo de factos e actos administrativos, no


âmbito do SISTAF, é o princípio digráfico ou método das partidas
dobradas

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

1.8. Regimes Contábilisticos

O registo contabilistico adoptado e o regime misto, aplicando-se para


receitas de caixa e para as despesas o regime da competência .

Regime de Caixa – destaca como receitas e despesas todas as entrada


e saídas de recursos financeiros ou não, recebidos e pagos, arrecadas
ou recolhidos, efetivamente durante o exercício financeiro,
independente de referir-se a créditos ou a débitos de outros
exercícios.
Regime de Competência – destaca-se com as movimentações
orçamentárias pertencentes a fatos geradores efetivamente realizados
dentro de um exercício, com o reconhecimento e a apropriação nesse
exercício, repercutindo financeiramente no exercício seguintes.
Regime Misto - O regime contábilistico em Moçambique é o misto,
isto é adota-se ao mesmo tempo o regime de caixa e o regime de
competência.
Moeda a escrituração dos factos e actos administratrativos é
efectuada em moeda nacional.

Sumário

Nesta Unidade temática 1 estudamos e discutimos fundamentalmente


oito itens em termos de Abordagem Conceptual á disciplina de
Contabilidade Publica:
1. Conceito
2. Objecto
3. objectivos
4. Campo de aplicação
5. Escrituração contabilística
6. Finalidades,
7. Informação Contabilistica, e
8. regimes contabilisticos

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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)


1. Enuncie, pelo menos, 4 objectivos específicos desta disciplina
2. Debruce o conceito de contabilidade restringindo ao conceito
empresa
3. Fale das divisões da ciência contabilística.
4. Defina a Contabilidade Pública e faça referência ao seu objecto
5. Enuncie o principal objectivo da Contabilidade.
6. Qual é a importância do estudo da Contabilidade
7. Qual é o campo de Aplicação da Contabilidade Pública
8. Enuncie, pelo menos, 5 princípios da Contabilidade Pública.
9. Refira-se aos tipos de registos que possam ser efectuados
contabilidade Publica
10. Qual é o regime adoptado pelo sector Publico Moçambicano

Respostas:

Rever objectivos específicos constantes da página 1


Rever a parte final da página 9 (Introdução desta Unidade):
Rever as páginas 10 a 12
Rever o 6º parágrafo da página 13 (Introdução desta Unidade);
Rever o ponto 1.1.1 da pagina 10.
da página 15 a 16 último e primeiro parágrafo respectivamente.
Rever Rever página 10;
Rever ponto 1.1.4 parágrafo 2 da página 14 ;
Rever os conteúdos da página 16 no ponto 1.9.
Rever os conteúdos da página 16 no ponto 1.9 penúltimo parágrafo.

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

1. Qual das instituições abaixo constituem o sector publico


moçambicano no âmbito do campo de aplicação da
contabilidade? Só uma das seguintes respostas é correcta

a) Empresas públicas, Autarquias locais e ministérios

b) Empresa privada

c) Pessoa jurídica

d) Empresas mistas

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2. A contabilidade Publica e um ramo da contabilidade:


Só uma das seguintes respostas é correcta.

a) Contabilidade Financeira/ geral;


b) Contabilidade Interna;
c) Nacional
d) Privado

3. Quais dos seguintes dados são da contabilidade:


a) Informações de natureza econômico-financeira;
b) Informações de natureza física e;
c) Informações sobre productividade,
d) Informações sobre a efectividade dos trabalhadores

4. O princípio da Consistência é um princípio:


a) Contabilístico
b) Por Competências
c) Da Oportunidade.
d) Económico

GRUPO-3 exercícios de Aplicação prática


1. O que entende por sector Publico Moçambicano?
2. Quais são as finalidades de Contabilidade?
3. Mencione, pelo menos, 2 objectivos cruciais da Contabilidade?
4. Diferencie um acto administrativo de facto administrativo?
5. Qual á natureza da informações prestadas pela contabilidade?
6. Investigue a lei que regula a Contabilidade Publica em Moçambique
debruce sobre os regimes contabilísticos Estudados
7. Escolha um sector de Actividade no sector público e desenvolva o seu
historial bem como a sua tutela

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

8. Escolha, pelo menos, dois Princípios da Contabilidade e desenvolva-os


com base em casos concretos, que se observam no dia-a-dia ou no seu
local de trabalho3.

3
Parte de exercícios do TC a serem entregues no seu Centro de Recursos, até duas
semanas antes das próximas sessões tutoriais.
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TEMA – II: Sistemas Contabilísticos e o património Público

Unidade 2: Sistemas Contabilísticos e o património Público

Unidade 2.1 Sistemas Contabilísticos


Unidade 2.1.Sistema Orçamentário
Unidade 2.1.2. Sistema Financeiro
Unidade 2.2 Patrimônio
Unidade 2.2.1. Estrutura do Patrimônio
Unidade 2.2.2 Aspecto Qualitativo
Unidade 2.2.2 Aspecto Quantitativo
Unidade temática 2.3 EXERCÍCIOS deste tema

Objectivos:

 Dominar a importância dos sistemas Contabilísticos e ser capaz


de distingui-los

 Dominar o conceito de Patrimônio e seus elementos

 Conhecer a estrutura do patrimônio

2. SISTEMAS CONTABILÍSTICOS
A contabilidade pública é estruturada em quatro sistemas
contabilísticos que interagem entre eles, com o objectivo de fazer o
acompanhamento do orçamento, da composição financeira e
patrimonial, bem como evidenciar os compromissos assumidos pela
administração pública, nas contas de compensação.

2.1.1 Sistema Orçamentário

Neste sistema, os registos contabílisticos, estão em função da lei


orçamentária e devem evidenciar o montante dos créditos
orçamentários vigentes, a despesa orçamentária programada e a

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

despesa orçamentária realizada, a conta de créditos orçamentários e

ainda as dotações orçamentárias disponíveis. Assim este sistema, no


fina do período (exercício) apresenta resultados comparativos entre;

- a previsão e a execução da receita orçamentária

- a fixação e a execução da despesa orçamentária

- Evidenciam assim o resultado orçamentário ocorrido no exercício


financeiro, que pode ser nulo, superativo ou deficitário.

2.1.2. Sistema Financeiro

Este sistema baseia-se nos fluxos de caixa, onde todos os


recebimentos pertencentes a entidade são classificados como receita
orçamentária e todos os recebimentos de terceiros que passam pela
entidade são classificados com receitas extra-orçamentárias. E para
fins do balanço financeiro são consideradas receitas do período as
recitas orçamentárias e as extra-orçamentárias, que são somadas aos
saldos das contas caixa e bancos do exercício anterior que passam
para o exercício seguinte.

2.1.3. Sistema Patrimonial

Este sistema regista todos os bens de carácter permanente com a


indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de
cada um deles e dos agentes responsáveis por sua guarda na
Administração Pública. Assim, neste sistema, a Administração Pública
regista os bens móveis e imóveis.

2.1.4. Sistema de compensação

Neste sistema são registados nas contas de compensação os bens,


valores e obrigações e situações não

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

representados nos que compõem o activo e o passivo e que indirecta


ou directamente possam vir afectar o patrimônio. Representam
valores em poder de terceiros, ou recebidos de terceiros, valores
nominais emitidos, contabilizados em contas de compensação apenas
para efeitos de registo e controle, não alterando o patrimônio a
quando do seu registo, mas que possam alterar no futuro

2.2. Conceito do Patrimônio


O patrimônio é conceituado como sendo um conjunto de bens,
direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa física ou jurídica.

No caso do patrimônio do Público, este conceito também se aplica,


como uma visão um pouco diferente do patrimônio de uma empresa,
definindo-se da forma que se segue:

O patrimônio do Estado constitui o conjunto de bens, valores créditos


e obrigações de conteúdo econômico e avaliáveis em moeda que a
Fazenda Pública possui e utiliza na consecução dos seus objectivos.

2.3. Estrutura do Patrimônio


O patrimônio público (Estatal) deve ser analisado sob dois aspectos:
qualitativo e quantitativo, aprofundados a seguir:

2.3.1. Aspecto Qualitativo


O aspecto qualitativo do patrimônio não indica o valor dos elementos
patrimoniais, mas sim, a sua qualidade funcional, isto é, as formas e
composição que melhor concorra para alcançar seus fins com a
máxima economicidade e produtividade. Sob este prisma, o
patrimônio é visto como o conjunto de elementos ou espécies de que
é constituído (Bens, valores, Direitos e obrigações), que passaremos a
analisar separadamente.

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

I) Bens, o conjunto de meios pelos quais o Estado desenvolve suas


actividades de prestação de serviços á comunidade. São subdivididos
em: bens de uso comum, bens de uso especial, bens dominais ou
dominicais.

Bens de uso comum – São imóveis de domínio público e não são


apropriados contabilisticamente ao Patrimônio Estatal, constituindo
assim, o Patrimônio comunitário ou social e podem ser:

a) b Naturais – praias, quedas de água, rios e lagos, etc

b) Construídos pela acção do homem – ruas, estradas, pontes, praças,


etc.

Os bens de uso comum, apresentam as seguintes características:

- não permanecem contabilizados após a entrega ao domínio público

- não são inventariados ou avaliáveis

- não podem ser alienados

- o uso pode ser oneroso ou gratuito e

- estão excluídos do patrimônio da instituição.

Bens de uso especial- São destinados ao uso das repartições públicas,


como instrumentos do Estado para a prestação de serviços á
comunidade – hospitais, museus, bibliotecas, instalações militares,
residências oficiais, prédios escolares, prédios administrativos, com
seus mobiliários e/ou equipamentos, etc. São bens de uso duradouro e
apropriáveis ao patrimônio, dividindo-se em:

Bens Móveis - Mobiliários, utensílios, equipamentos, veículos,


aeronaves, etc.

Bens se moventes – Animais destinados á produção, ao trabalho, á

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

reprodução, etc.

Bens imóveis- terrenos urbanos, propriedades rurais, prédios, salas,


etc.

Os bens de uso especial tem as seguintes características:

- são contabilizados

- são inventariados e avaliados

- Podem ser alienados nos casos e na forma que a lei estabelecer

- Estão incluídos no patrimônio da instituição

- Dão e podem produzir renda.

Valores

São estoques de materiais não permanentes (com menos de dois anos


de vida útil) destinados ao consumo, transformação, venda ou
revenda: acções, títulos de créditos, documentos representado
valores, apólices, jóias, etc,.

Créditos

São créditos, como em qualquer outra entidade administráveis, o que


o estado tem a dever para com terceiros e das mais diversas origens.

Resíduos Financeiros

a) Resíduos Financeiros (Crédito financeiro) – São créditos de origens


diferentes das descritas nos itens anteriores. São considerados
“Despesa extra – orçamentária”, na inscrição e “Receita Extra-
orçamentária”, no recebimento e/ou apropriação. Podem ser
agrupados em:

- Realizáveis- neste grupo, enquadram-se os resíduos da receita

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

orçamentária (recursos a receber), débitos de agentes arrecadadores,


depósitos bancários não creditados, pagamentos efectuados
indevidamente e outros que deverão ser convertidos em numerários.
Também neste grupo, são controlados os desembolsos que serão
apropriados, oportunidade, á despesa orçamentária, como o
“suprimento de Fundos e despesa a regularizar.

- No patrimônio e a despesa a Regularizar.

b) Dívida Activa (Crédito Não-Financeiro) – é um crédito oriundo


basicamente de tributos lançados e não arrecadados dentro de
exercício, inclusive aqueles relativos a autos de infracção não–
contestados pelo actuado até 31 de Dezembro. No entanto, podem
também ter origem não tributária ou tributária, que apresentam
outras características:

- Está sujeita á cobrança judicial, acrescida de encargos financeiros e


honorários para os advogados

- Sua arrecadação constitui receita orçamentária do exercício em que


se efectivar “Receita por Mutuações”.

- No patrimônio, integra o Activo permanente e sua inscrição é


considerada uma superveniência activa.

A dívida activa com natureza tributária – representa créditos


provenientes de obrigação legal relativa aos tributos mais os
respectivo adicionais e multas.

A Dívida activa de natureza não tributária – representa os créditos


provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições
estabelecidas em lei, multas de qualquer origem, excepto as
tributárias, vendas de mercadorias, indeminizações, reposições, etc.

Empréstimo Concedido (Crédito não Financeiro), embora não sendo


comum, o Estado eventualmente, pode conceder empréstimos a

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

terceiros, como por exemplo, o crédito educativo. Suas principais


características são:

- Origina-se da execução da despesa orçamentária – “despesa por


mutuações’.

- Sua restrição aos cofres públicos constitui receita orçamentária


(receita por mutuações), geralmente acrescida de juros e actualizações
monetárias (Receita efectiva);

- No patrimônio, integra, o activo permanente

Obrigações

As obrigações representam o conjunto das dívidas do estado para com


terceiros, dividas em;

- Dívida flutuante (extra-orçamentária)

- Dívida Fundada (Orçamentária)

a) Dívida Flutuante – que resulta de dívida extra – orçamentária –


“restos a pagar” empréstimos por antecipação de receita
orçamentária (débito de tesouraria) e depósitos recebidos ou
consignados. Integra o passivo financeiro.

- Não está sujeita a encargos financeiros, á excepção dos empréstimos


por antecipação de receita orçamentária e neste caso, estes encargos
constituirão despesas orçamentárias.

- sua inscrição constitui receita “extra-orçamentária” e seu resgate,


despesa “extra-orçamentária”.

- O prazo de resgate, geralmente, não é um patrimônio muito bem


definido, pois, no caso de restos a pagar processados, e suas
derivações, é uma dívida vencida, já que o Estado compra através de
“contra-apresentação de contas” e no

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

depósito, seu vencimento será á época de sua desobrigação que pode


ser curto, médio ou longo prazo.

b) Dívida Pública Fundada ou consolidada, respeita o montante total,


apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do estado,
assumidas em virtude de leis, contractos, convênios ou tratados e da
realização de operações de créditos, para amortização a prazo,
normalmente superior a doze meses. E pode ser:

- Dívida interna – Quando assumidos com instituições que operaram


no território nacional

- Dívida externa – Quando assumidas com instituições que operam


fora dos limites do território nacional.

- Dívida Judicial – Assumidas por conta de sentenças judiciais


transitadas em julgado.

As principais características da Dívida fundada são:

a) Normalmente originada da receita orçamentária (operações de


Credito) receita por mutuações.

b) Sua amortização ou registo constitui despesa orçamentária –


despesa por mutuações; e está sujeita a encargos financeiros (Despesa
efectiva), facto este que a distingue da dívida flutuante, que é
amortizada via despesa extra-orçamentária.

c) o prazo de resgate não é um parâmetro muito bem definido para


caracterizar a dívida fundada, pois, em 31/12/XI, uma parcela a vencer
no dia seguinte, 01/01/X2, continua sendo dívida fundada, o que
difere da empresa, já que, por ocasião da elaboração do balanço, essa
fracção deixa de ser exigível a longo prazo, para constituir passivo
circulante.

d) No patrimônio, integra o passivo permanente.

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

Em alguns países, podemos ter as seguintes definições para as dívidas


públicas

Dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos


emitidos pela união, inclusive os do Banco Central de Moçambique, do
estado e do município.

Operação de crédito, compromisso financeiro assumido em razão de


mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição
financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes
da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras
operações assemelhadas, inclusive como o suo de derivativos
financeiros.

- Conceito de garantia: compromisso de obrigação financeira ou


contractual assumida por ente da Federação ou entidade a ele
vinculada.

Refinanciamento da dívida mobilíaria: emissão de títulos para


pagamento do principal, acrescido da actualização monetária.

2.3.2. ASPECTO QUANTITATIVO


O aspecto quantitativo do patrimônio, em vez de indicar a
funcionalidade do patrimônio, ele indica o valor dos elementos
patrimoniais. Sob este prisma, o patrimônio é avaliado pelo seu saldo
orçamental que é a diferença entre os respectivos activos e passivos,
mas também este aspecto privilegia as variações do patrimônio, que
somados ao saldo orçamental inicial, vão dar o resultado patrimonial
do exercício. Assim, no aspecto quantitativo serão objectos de análise,
o activo, o passivo, o saldo patrimonial, variações patrimoniais e
resultado patrimonial do exercício.

Sob o ponto de vista de variação e saldo patrimonial, o patrimônio é


visto como um fundo de valores, ou

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

seja, o agrupamento de vários componentes nos 3 elementos básicos


da equação patrimonial (Activo – Passivo = Saldo Patrimonial),
avaliados monetariamente.

ACTIVO

O activo representa o conjunto de elementos representativos das


aplicações de recursos orçamentários e extra-orçamentários, ou seja,
constitui os bens e direitos da entidade que representa a parte
positiva do patrimônio, como afirmam alguns autores. Para ser activo,
o bem ou direito precisa atender a 3 características a saber:

a) ser da propriedade da entidade

b) ter mensuração monetária, e

c) Representar benefícios presentes e futuros para a entidade.

Nas entidades de administração pública, o activo é subdividido em:

- Activo financeiro – que é constituído do numerário, em caixa ou


depositado em conta corrente bancária, das aplicações financeiras de
curto e médio prazos, fundos de acções ou excedente de poupança,
dos depósitos bancários vinculados a programas especiais ou
importações (disponibilidades), dos créditos a serem convertidos em
numerário e dos desembolsos financeiros a serem apropriados á
despesa (realiável – créditos financeiros).

Activo permanente ou Activo não Financeiro – que é constituído de


bens (Móveis, Imóveis e Semoventes), dos valores (Almoxifarado,
acções, títulos, etc) e dos créditos não financeiros (Dívida activa,
Empréstimos não concedidos), etc.

PASSIVO

O passivo representa o conjunto de elementos patrimoniais,


representativos das obrigações estatais para com terceiros,

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

subdividido em:

- Passivo financeiro – que é constituído pela Dívida Flutuante

Restos a pagar: despesas empenhadas e não pagar

Serviços da dívida a pagar: restos a pagar da dívida e encargos

Depósitos: Consignações, retenção e cauções, etc.

Depósito de tesouraria: Operação de crédito por antecipação da


receita.

Passivo Permanente – que é constituído pela Dívida Fundada: interna,


externa e judicial (operação de crédito, dívida judicial (precatório),
dívida mobiliária)

SALDO PATRIMONIAL

O Saldo patrimonial representa a situação patrimonial líquida, ou seja,


a diferença entre o Activo e o Passivo (SP= A-P), que pode ser:

- Activo Real líquido – quando o activo for maior que o passivo (A≥P)

- Passivo real ou passivo a descoberta – quando o passivo for maior


que o activo (A≥P)

- Nulo – quando o activo for igual ao passivo (A=P). Esta situação é


muito rara.

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Representação do Patrimônio Público (balanço)

ACTIVO PASSIVO

ACTIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIRO

Disponível Restos a pagar

Realizável Serviços da dívida a pagar

Depósitos

Débitos de tesouraria

ACTIVO PERMANENTE PASSIVO PERMANENTE

Bens Dívida interna

Valores Dívida externa

Crédito

SALDO PATRIMONIAL

Passivo real líquido

Variações Patrimoniais

As variações patrimoniais representam o conjunto das modificações


sofridas pelo patrimônio, ou seja, as ocorrências que proporcionam o
aumento ou diminuição nos elementos componentes do activo ou
passivo e podem:

Resultar da execução orçamental – que são os acréscimos ou


decréscimos ocasionados pela execução orçamentária, subdivididos
em:

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

a) Variações patrimoniais activas, aquelas que proporcionam


aumento patrimonial e são:

- Receita orçamentária

-Mutuações de despesa – aquisição de bens (materiais de consumo


para stock e material permanente) e/ou valores, amortização, dívida
fundada e concessão de empréstimos.

b) Variações patrimoniais passivas, são aquelas que acarretam


diminuição patrimonial:

- Despesa orçamentária

-Mutuações de receita – alienação de bens e ou valores, recebimentos


de créditos e realizações de operações de crédito.

Ser independentes da execução orçamentária, que são os acréscimos


ou decréscimos verificados nos elementos activos e passivos, de forma
fortuitas e ocasional, não relacionados as operações orçamentárias,
subdividem-se em:

a) Variações Patrimoniais Activas (VPA), são aquelas que


proporcionam aumento patrimonial:

Superveniências Activas – nascimento de somoventes, incorporação e


ou valores, inscrição, encampação monetária de crédito.

Insubsistência passiva- cancelamento da dívida em geral

b) Variação patrimonial passiva (VPP), são aquelas que ocasionam


diminuição patrimonial,

Insubsistências Activa – morte de somoventes, desincorporação e/ou


baixa residual de bens/valores, cancelamento de créditos.

Superveniências Passivas – enampação e ou actualização Monetária


da dívida em geral.

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2.4. RESULTADOS PATRIMONIAL DO EXERCÍCIO


Em face das variações patrimoniais, no fim do exercício temos o
resultado patrimonial do exercício, também chamado de resultado
econômico, representa as diferenças entre as Variações Patrimoniais
activas (VPA) e as Variações Patrimoniais Passivas (VPP) podendo ser
superavitário, deficitário ou nulo.

Resultado Patrimonial (Sp)

-Superavitario (VPA-VPP)

-Nulo (VPA=VPP)

-Deficitario (VPA≤VPP)

VPA Comportamento das VPP


variações

Receita orçamentária Resultante da Despesa


execução orçamentária
orçamentária
Mutação da despesa Mutação da despesa
orçamentária orçamentária

Superveniências Independentes da Insubsitências Activas


Activas execução
orçamentária
Insubsitência passive Superveniências
Passivas

TOTAL VPA TOTAL VPP

Deficitário Resultado Superavitário


Patrimonial

2.6. Escrituração dos factos contabilísticos


As mutações qualitativas ou quantitativas do patrimônio das entidades

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públicas devem ser acompanhadas de um sistema lógico de registo,


para que produzam uma informação fiável e utilizável para a gestão. O
registo dos factos contabilísticos, diz-se lançamento e a técnica de
registo desses lançamentos chama-se escrituração.

O sucesso de uma escrituração depende da existência de:

- Símbolos que representam as diversas componentes patrimoniais;

- livros adequados a técnica contabilística

-linguagem e métodos próprios

- observância dos princípios e convenções usualmente aceites, e

- documentação legal aprove a ocorrência do facto.

A contabilidade pública, também usa o método de partidas dobradas,


que se fundamenta no princípio de que não há origem sem aplicação
correspondente, ou não há aplicação sem origem correspondente.

Este princípio lógico é explicado pela relação: se A deve a B 10 000,00


Mt, na contabilidade de B será registada a dívida de A e na
contabilidade de A será registado um crédito de B, e a equação
fundamental de contabilidade é:

Activo = Passivo + Patrimônio líquido

A = P +PL

Para que esta equação seja permanentemente em equilíbrio, a todo o


aumento do activo, corresponderá um aumento igual do passivo ou
patrimônio líquido. Assim teremos:

- A soma dos débitos é igual a soma dos créditos

- A soma dos saldos devedores é igual soma dos saldos credores

- O patrimônio líquido é igual a diferença entre a soma dos bens e

40
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direitos com a soma das obrigações

- As receitas são sempre creditadas, pois aumentam o patrimônio


líquido, e

- As despesas são sempre debitadas pois reduzem o patrimônio líquido

Quadro resumo dos lançamentos contabilísticos

Contas patrimoniais

Tipo de conta A débito A crédito

Do activo Aumentos Diminuições

Do passivo Diminuições Aumentos

Património Líquido Diminuições Aumentos

Contas de Resultados

Tipo de conta A débito A crédito

Receitas e variações Só no caso de estorno Sempre creditada


patrimoniais activas ou encerramento de
contas

Despesas e Variações Sempre debitadas Só no caso de


Patrimoniais passivas estorno ou aumento
de contas

41
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Sumário

Nesta Unidade temática 2 estudamos e discutimos fundamentalmente


três itens em termos de Sistemas Contabilísticos e o património
Público :
 Sistemas Contabilísticos conceito e os respectivos tipos
 Noções e Estrutura do patrimônio e os seus respectivos
elementos
 Equação básica da Contabilidade e o respectivo impacto nos
resultados

42
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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)


1. O que são Sistemas contabilísticos
2. Quais são os tipos de sistemas contabilísticos por si estudados
3. Defina o património
4. Distinga o aspecto qualitativo e quantitativo do património
5. Defina Activo e seus elementos
6. Defina Passivo e seus elementos
7. Enuncie a equação básica da contabilidade que equilibra o
património
8. Quais são os tipos de saldo que podemos ter partir da equação de
equilíbrio
9. Debruce sobre o conceito da divida e suas características
10. Conceitue resultado do exercício

Respostas:
1. Rever a página 22 paragrafo 1
2. Rever as páginas 22 a 23 (Introdução desta Unidade):
3. Rever a página 23
4. Rever as páginas 23 e 28
5. Rever página 29
6. Rever página 29;
7. Rever a página 33
8. Rever a página 33
9. Rever os conteúdos das páginas 26 e 27
10. Rever os conteúdos da página 32.

43
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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

1. Os sistemas contabilísticos tem objectivo de: Só uma das


seguintes respostas é correcta

a) Acompanhar o orçamento, da composição financeira e


patrimonial, bem como evidenciar os compromissos assumidos
pela administração pública, nas contas de compensação
Empresas pública, Autarquias locais e ministérios

b) Acompanhamento das Empresas privadas

c) Fazer a escrituração dos factos administrativos

d) Fazer a escrituração de actos administrativos das Empresas

2. Para ser activo, o bem ou direito precisa atender a


características a saber:

a) Ser da propriedade da entidade

b) Ter mensuração monetária, e

c) Representar benefícios presentes e futuros para a entidade


d) Todas alíneas estão correctas

44
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3. Os bens de uso especial têm as seguintes características:

a) São contabilizados e Estão incluídos no patrimônio

da instituição

b) São inventariados e avaliados Dão e podem produzir renda

c) Podem ser alienados nos casos e na forma que

a lei estabelecer

d) Todas as alíneas estão incorrectas

e) Alínea a), b) e c) estão correctas

4. O sistema contabilistico patrimonial regista:

a) Todos bens moveis e imóveis

b) Bens de carácter permanente

c) As alíneas a) e b) estão correctas

d) Nenhuma das alternativas

5. O sucesso de uma escrituração depende da existência de:

a) Símbolos que representam as diversas componentes

patrimoniais;

b) livros adequados a técnica contabilística

c) Linguagem e métodos próprios

d) Todas correctas

Sistema Patrimonia

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GRUPO-3 exercícios de Aplicação prática

1. Debruce sobre a equação de Equilíbrio Patrimonial


2. Quais são as finalidades de um sistema Contabilístico no
sector Publico?
3. Mencione, pelo menos, 2 objectivos cruciais do sistema
de Contabilidade?
4. Diferencie um passivo de um Activo e dê exemplos
5. Qual á natureza dos Saldos da situação Patrimonial

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Tema III: Introdução e caracterização do Plano Oficial de


Contabilidade Pública (POCP)

Unidade 3: Introdução e caracterização do Plano Oficial de


Contabilidade Pública (POCP) l

Unidade 3.1 Plano de Contabilidade Publica


Unidade 3.2. Objectivos e Instituições Obrigadas a usar o Plano
oficial da contabilidade Pública

Unidade 3.3. Demonstrações Contabilísticas

Unidade 3.4. Estrutura do plano de contabilidade pública.

Unidade 3.5. Contas De Resultados Patrimonial Do Exercício

Unidade 3.6. Plano de contas no sistema orçamentário

Objectivos da Unidade:

 Dominar e caracteriza o Plano Oficial de Contabilidade Pública


(POCP),

 Conhecer a estrutura do POCP

PLANO DE CONTABILIDADE PÚBLICA


3.1. Conceito de plano oficial de contabilidade pública (POCP)
O Plano de contas é o objecto responsável pela transparência dos
lançamentos contabilísticos, demonstra as contas de forma
escriturada, obedecendo os princípios contabilísticos geralmente
aceites, e consegue com isso agrupar informações diversas, de acordo
com a forma em que cada conta está sendo utilizada.

Mas também podemos dizer que o plano de contas constitui uma

47
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estrutura ordenada e sistematizada das contas utilizadas numa


entidade e deve conter as directrizes gerais e especiais que orientam
os registos dos factos ocorridos e dos actos praticados na entidade.

Deve também, ser flexível para permitir que sejam introduzidas ou se


eliminem contas durante o exercício, sem prejuízo da sua estrutura
básica.

Na contabilidade pública, o plano de contas, objectiva, evidencia e


ordena os seguintes factos:

- Estágios de receitas e despesa

- Entradas e saídas financeiras

- Factos contigentes e aleatórios que afectam o patrimônio; e

- Registos de factos e operações que não produzem alterações


patrimoniais

Assim, o plano oficial de contabilidade pública é, pois, um guia, um


estudo prévio dos factos administrativos que deverão ser registados, e
constitui um documento no qual são estabelecidas as regras básicas
para o registo sistemático desses mesmos factos. E o conjunto de
contas que compõem um plano de contas, que hoje é adorado pela
grande maioria dos estados e municípios, obedece a 4 sistemas de
contas, orçamento, financeiro, patrimonial e de compensação.

O plano de contas nas instituições públicas é criado de acordo com as


reais necessidades dessas entidades, como por exemplo, para o
sistema financeiro, patrimonial e compensação, temos o respectivo
plano de contas e para o sistema orçamental, temos outro plano de
contas.

48
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3.2. Objectivos e Instituições Obrigadas a usar o Plano oficial da


contabilidade Pública
Os objectivos da contabilidade pública são o de fornecer a informação
econômica relevante para que cada usuário possa tomar as suas
decisões e realizar os seus julgamentos com segurança.

Ela deve evidenciar perante as instituições que valem pela


contabilidade pública, a situação de todos os que arrecadam receitas e
efectuam despesas ou administrem ou guardem bens a eles
pertencentes ou confiados.

Todas as instituições ou seja, pessoas jurídicas de direito público, tais


como as uniões, estados, federações, províncias, distritos, autarquias,
municípios, fundos e fundações, que arrecadam receitas e efectuam
despesas ou administrem ou guardam bens a ele pertencentes ou
confiados, são obrigados a usar o plano oficial de contabilidade pública
(POCP), no registo dos factos e actos administrativos.

Para o caso de Moçambique, o POCP, é designado por Plano Básico de


Contabilidade Pública (PBCP) tem por objectivo a uniformização e
sistematização do registo contabilístico dos actos e factos relacionados
com execução orçamental, financeira e patrimonial do estado. O PBCP
deve ser adoptado por todas as unidades do SISTAFE, sendo ele
composto por lista de contas, Plano de objectos e Tabela de operações
Contabilísticas.

É da responsabilidade da unidade de segurança (US) do sistema de


contabilidade pública (SCP) a normalização do PBCP, competindo-lhe:

a) Criar, especificar, desdobrar, codificar e extinguir contas

b) Criar e adequar o Plano de Objectos e a tabela de operações


contabilística de modo a atender as necessidades de registo pelas
unidades executoras dos actos e factos relacionados com execução do
orçamento de estado

49
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c) emitir instruções sobre a utilização do plano básico de contabilidade


pública, contendo os procedimentos contabilísticos pertinentes

d) proceder os ajustes no PBCP, sempre que julgado necessário,


observada a sua estrutura básica determinada pela legislação em
vigor.

3.3. Demonstrações Contabilísticas


O governo elabora, no fim de cada exercício econômico, o Balanço,
Mapas de controlo orçamental, demonstração de resultados e o
inventário contabilístico.

Depósitos, constituídos por contas de cauções e fianças.

Consignações, constituídos por contas de impostos de renda retidos


na fonte, fundos municipais de previdência e assistência (fundo
municipal de previdência e fundo municipal de assistência).

Débitos de Tesouraria, representada pela conta de operações de


crédito por antecipação da receita orçamentária.

O passivo permanente desdobra-se em:

Dívida fundada interna, constituída pelas contas de dívida fundada


interna em título e dívida fundada interna por contractos.

Dívida fundada externa

Saldo Patrimonial, que comporta: Activo Real Líquido e Passivo real a


descoberto

3.4. ESTRUTURA DO PLANO DE CONTABILIDADE PÚBLICA.


O plano de contas nas instituições públicas é criado com as reais
necessidades dessas entidades, assim, temos um plano de contas para
o sistema financeiro, patrimonial e compensação e outro para o
sistema orçamental.

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Plano de contas no sistema financeiro, patrimonial e compensação

Este plano de contas, como o nome diz, é composto por activos


financeiros e permanentes passivo financeiros e permanentes, saldo
patrimonial, e activo e passivo compensado, assim estruturado.

ACTIVO, que comporta:

O activo financeiro dedobra-se em:

Disponível, constituído pelas contas caixa e bancos

Realizável, constituído pelas contas de responsabilidade de


adiantamentos e devedores por empréstimos.

O Activo Permanente desdobra-se em:

Bens móveis, constituídos pelas contas de veículos e sua depreciação,


máquinas e equipamentos e sua depreciação, móveis e utensílios e sua
depreciação.

Bens imóveis, constituídos pelas contas de terras, terrenos,


edificações e suas amortizações e obras em andamento.

Bens de natureza industrial, constituídos pelas contas de bens móveis


(máquinas e equipamentos e suas depreciações), bens imóveis
(terrenos, edificações e suas amortizações)

Créditos, constituídos pelas de dívida activa (dívida activa tributária


inscrita no ano, e dívida activa não tributária inscrita no ano); e dívida
activa não tributária.

Valores, representada pela conta de acções de empresas.

PASSIVO, que comporta:

Passive financeiro desdobra-se em:

Restos a pagar, constituídos pelas contas restos a pagar processados


de e restos a pagar não processados

51
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de Serviços de dívida a pagar; Despesa orçamentária empenhada a


pagar, Restituições a pagar.

3.5. CONTAS DE RESULTADOS PATRIMONIAL DO EXERCÍCIO


Que comporta:

Variações activas resultantes da execução orçamentária,


representada pela conta de receitas orçamentárias

Variações activas independentes da execução orçamentária,


constituídas pelas contas de superveniências activas (inscrição da
dívida activa tributária, inscrição da dívida activa não tributária,
doações recebidas, heranças vacantes e valorização de bens), e
insubsistência passiva (cancelamento de dívidas passivas, diminuição
de dívida por baixa de taxa cambial, e baixa de depreciação
acumulada).

Mutações patrimoniais activas, constituídas pelas contas de


aquisições de bens móveis (aquisição de veículos), aquisição de bens
imóveis, construção de bens imóveis, aquisição de bens para
almoxifarado e amortização da dívida fundada interna.

Variações patrimoniais passivas resultantes da execução


orçamentária, representada pela conta de despesas orçamentárias.

Variações patrimoniais passivas independentes da execução


orçamentária, constituída pelas contas de insubsistências activas
(baixa de créditos fiscais inscritos, baixa de bens imóveis por doação
ou sinistro, baixa de bens imóveis por consumo, morte,
inservibilidade, permuta, doação, furto, roubo e exaustão, depreciação
de bens imóveis, depreciação de bens móveis), superveniências
passivas (inscrição de dívidas passivas, correção monetária por
variação cambial e depreciação acumulada baixada no exercício).

52
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Alterações patrimoniais passivas, constituída pelas contas de


cobrança de dívida activa, alienação de bens móveis, alienação de
bens imóveis, incorporação da dívida fundada interna e amortização
de empréstimos concedidos.

Resultado patrimonial do exercício, representada pela conta de


resultados de exercício.

ACTIVO COMPENSADO, que comporta: Receita orçamentária prevista


a realizar; Receita orçamentária realizada; Valores em poder de
terceiros (devedores por título de caução);Contrapartida de valores de
terceiros; Responsabilidade de terceiros e, Contrapartida de despesa
orçamentária fixada e realizada.

PASSIVO COMPENSADO, que comporta: Despesa orçamentária fixada


a realizar; Despesa orçamentária realizada; Despesa orçamentária
fixada e realizada; Despesa orçamentária realizada; Despesa
orçamentária empenhada a liquidar; Contrapartida de valores em
poder de terceiros; Valores de terceiros; Contrapartida de
responsabilidade de terceiros e, Contrapartida de receita
orçamentária a realizar.

3.6. Plano de contas no sistema orçamentário

O plano de contas do sistema orçamentário é elaborado, com base na


lei do orçamento vigente neste exercício financeiro e estado e
representa as recitas orçamentárias previstas e as despesas
orçamentárias fixadas neste exercício. Para ilustrar o plano de contas
no sistema orçamentário, iremos adoptar as classes 7 e 8, sem no
entanto aprofundar aprofundar a classificação pois esta depende de
país para país.

53
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

RECEITA ORÇAMENTÁRIA, Constituída por:

7.1. Receitas correntes, constituídas pelas contas de receitas


tributárias (impostos, taxas e contribuições de melhoria) e receita de
capital (operações de crédito).

7.1.1 Receitas tributária, composto por

7.1.1.1. Impostos

7.1.1.2. Taxas

7.1.1.3. Contribuições de melhoria

7.1.2. Receitas de contribuições, representada pela conta de


contribuições sociais

7.1.3. Receita patrimonial, constituídas pelas contas de receitas


imobiliárias, receitas de valores mobiliários e outras receitas
patrimoniais.

7.1.4. Receitas agropecuárias, constituídas pelas contas de receitas de


produção de vegetais, produção animal e derivados e outras receitas
agro-pecuárias.

7.1.5. Receita industrial

7.1.6. Receita e serviços

7.1.7. Transferências correntes, são constituídas por várias contas


representam as transferências do estado para estado, famílias e
empresas.

7.2. Receitas de capital, constituídas por

7.2. Receitas de capital constituídas por

7.2.1 Operações de crédito, constituídas pelas contas de operações de

54
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

crédito interno e operações de crédito externo.

7.2.2. Alienação de bens, constituídas pelas contas de alienação de


bens móveis e bens imóveis.

7.2.3. Amortização de empréstimos

7.2.4. Transferência de capital

7.2.5. Outras receitas de capital

Deduções de receitas corrente

DESPESA ORÇAMENTÁRIA

Despesas correntes

Despesas com pessoal

Despesas com bens de consumo

Despesas com serviços

Despesas de capital

Construções

Equipamentos e material permanente

Pagamento de dívida com terceiros

Amortização da dívida Fundada interna

Amortização da dívida Fundada externa

Sumário

Nesta Unidade temática 3 estudamos e discutimos fundamentalmente


seis itens em termos de caracterização do plano básico de
contabilidade Pública:

55
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 Plano de Contabilidade Publica

 Objectivos e Instituições Obrigadas a usar o Plano


oficial da contabilidade Pública

 Demonstrações Contabilísticas

 Estrutura do plano de contabilidade pública.

 Contas De Resultados Patrimonial Do Exercício

 Plano de contas no sistema orçamentário

56
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)


1. Defina o Plano oficial de Contabilidade Publica (POCP)
2. Debruce sobre os objectivos do POCP
3. Quais as instituições que estão sujeitas ao POCP
4. Debruce sobre a estrutura do POCP
5. Diferencie o activo Compensado do passivo
compensado
6. Fale da responsabilidade da Unidade de Segurança na
Normalização
7. Discuta sobre a designação do POCP em Moçambique
8. O que são alterações passivas
9. Comente sobre as demonstrações contabilísticas
10. Defina débitos de Tesouraria
Respostas:
1. Rever os conteúdos da página 48

2. Rever os conteúdos da página 48 (Introdução desta


Unidade):

3. Rever os conteúdos da página 50 ,3⁰ paragrafo

4. Rever os conteúdos das paginas 51 e 52 respectivamente

5. Rever os conteúdos da página 52

6. Rever os conteúdos da página 50;

7. Rever os conteúdos da página 50

8. Rever os conteúdos da página 53

9. Rever os conteúdos das páginas 26 e 27

10. Rever os conteúdos da página 51.

57
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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

1. O Plano de contas é o objecto responsável:

a) Pela transparência dos lançamentos contabilísticos

b) Guia para empresas privadas

c) Pela terminologia dos actos administrativos

d) Pela Nomenclatura dos lançamentos

2. Receitas correntes, constituídas pelas:

a) Contas referentes a actividade Agro- Pecuaria

b) Contas de receitas tributárias (impostos, taxas e contribuições


de melhoria)

c) Receita de capital (operações de crédito)

d) As alíneas b) e c)

3. Para o caso de Moçambique, o POCP, é designado por:

a) Plano Básico de Contabilidade Pública (PBCP)

b) Plano de Contas

c) Plano Geral de Contas NIRF

d) Plano quinquenal do governo

4. Receitas tributária, composto por:

a) Impostos

b) Taxas

c) Contribuições de melhoria

d) Todas as alíneas estão correctas

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

5. O activo financeiro desdobra-se em:

a) Disponível, constituído pelas contas caixa e bancos

b) Realizável, constituído pelas contas de responsabilidade de


adiantamentos e devedores por empréstimos

c) Factos administrativos

d) a) e b)

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-3 (Exercícios de Aplicação Pratica)

1. Distinga despesas correntes das despesas de capital

2. Enuncie os tipos de receitas

3. Distinga o plano geral de contas e o plano básico de


contabilidade pública

4. Defina unidade de Segurança

5. No âmbito da receita tributária distinga imposto e taxa

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

Tema IV: o plano de Contabilidade Publica em Moçambique regras e Funcionamento

Unidade 4:. o plano de Contabilidade Publica em Moçambique


regras e Funcionamento

 Unidade 4.1.CONTAS E REGISTOS DA EXECUÇÃO


ORÇAMENTAL Error! Bookmark n

 Unidade 4.2.Execução Orçamental Error! Bookmark n

 Unidade 4.3 FUNDO DE MANEIO Error! Bookmark n

 Unidade 4.16 Exercícios Deste Tema

Objectivos da Unidade:

 Dominar e saber identificar os códigos das contas quer da


despesa e da receita publica;

 Conhecer as fases de execução da despesa versus Receita

Estrutura do plano de contas em Moçambique


A Estrutura do plano básico de contabilidade pública representa a
organização das contas utilizadas na contabilidade pública. Para
Moçambique, esta estrutura deve ser seguida na contabilização de
todas as operações das instituições públicas conforme ilustra a
estrutura a seguir:

60
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

Estrutura das contas do plano básico de contabilidade pública

1. Activo 2. Passivo

1.1. Circulante 2.1. Circulante

1.2. Realizável a Médio e longo 2.2. Exigível a Médio e longo


prazo prazo

1.3. Imobilizado 2.3. Resultado de Exercícios


fututros

2.4 Fundos próprios

3. DESPESA 4. RECEITA

3.1. Despesas correntes 4.1. Receitas correntes

3.2. Despesas de capital 4.2. Receitas de capital

5. RESULTADO DE VARIAÇÃO 6. RESULTADO DE VARIAÇÃO

PATRIMONIAL NEGATIVA PATRIMONIAL POSITIVA

5.1. Resultado ordinário 6.1. Resultado ordinário

5.2. Resultado extraordinário 6.2. Resultado extraordinário

6.3. Resultado Patrimonial

7. CONTAS DE ORDEM ACTIVAS 8. CONTAS DE ORDEM ACTIVAS

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ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

7.1. Execução orçamental da 8.1. Previsão orçamental da


receita receita

7.2. Fixação orçamental da 8.2. Execução orçamental da


despesa despesa

7.3. Execução da programação 8.3. Execução da programação


financeira financeira

7.4. Execução das despesas por 8.4. Execução das despesas por
pagar pagar

7.5. Execução de acordos e 8.5.Direitos e obrigações


contractos acordadas

7.9. Outras contas de ordem 8.6. Outras contas de ordem


activas passivas

4.1. CONTAS E REGISTOS DA EXECUÇÃO ORÇAMENTAL


A lista de conta do PBCP representa a relação de contas contabilísticas
adoptadas pela contabilidade pública organizada de maneira uniforme
e sistematizada, afim de atender aos registos contabilísitcos dos actos
e factos relacionados a administração dos recursos de estado pelos
seus órgãos e instituições.

4.1.1. Conceito da conta


A conta corresponde ao título representattivo da formação,
composição, variação, situação de um patrimônio, bem como dos
bens, direitos e obrigações e situações nele não compreendidas, que
directa ou indirectamente possam vir afecta-lo, exigindo, por isso,
controlo específico. As contas são agrupadas segundo a sua função,
possibilitando:

 Identificar, classificar e efectuar a escrituração contabilística,


pelo método das partidas

62
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

dobradas, dos actos e factos de gestão, de maneira uniforme e


sistematizada.
 Conhecer a situação dos responsáveis que, de algum modo,
arrecadam receitas, efectuam despesas e administram ou
guardam bens pertencentes ou confiados aos estados
 Acompanhar e controlar a execução orçamental, evidenciando
a receita prevista, cobrada e recolhida, bem como a despesa
autorizada, cabimentada e realizada e também as dotações
disponíveis
 Elaborar os balanços, mapa de controlo orçamental e as
demonstrações de resultados
 Conhecer a composição e situações de patrimônio analisando
 Analisar e interpretar os resultados econômicos e financeiros
 Individualizar os credores e devedores, com a especificação
necessária ao controlo contabilística do direito ou obrigações,
e,
 Controlar contabilisticamente os direitos e obrigações
provenientes de ajuste ou contractos de interesse de gestão.

4.1.2 Estrutura das contas, tipos e natureza


As contas contabilísticas são estruturadas por níveis de
desdobramento, classificadas e codificadas, de modo a facilitar o
conhecimento e análise da situação orçamental, financeira e
patrimonial, compreendendo seis níveis de desdobramento, da
seguinte forma:

63
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

Classificação Econômica da Despesa ( vide em anexo o classificador


econômico)

X.X.X.X.X.XX- Conta Contabilistica

1⁰ Nivel:Classe

2⁰ Nivel: Grupos

3⁰ Nivel :Sub-grupo

4⁰Nivel: Elementos

5⁰Nivel:Sub-elemento

6⁰Nivel:Item

Exemplo: conta – 2.1.1.1.1.06 – Assistência médica e medicamentosa

Níveis Conta Título de níveis

Classe 2 Passivo

Grupo 1 Passivo circulante

Sub-grupo 1 Retenções de curto prazo

Elemento 1 Consignações

Sub-elemento 1 Previdência social

Item 06 Assitência médica e


medicamentosa

Além dos 6 níveis acima mencionados, as contas podem sofre


desdobramento de acordo com o Planto de Objecto, o qual não faz
parte da estrutura da conta contabilística, e o que objectiva

64
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

individualizar os actos e factos a serem registados, afim de permitir a


qualificação do registo contabilístico.

As contas são, ainda, separadas em escrituradas aquelas que admitem


registos e não escrituradas, aquelas que não admitem registos e
compreendem o somatório dos valores escriturados nos seus
desdobramnetos.

As contas contabilísticas são também classificadas segundo a sua


natureza:

a) Devedores – cujos lançamentos devedores são aqueles que


aumentam os seus saldos, em regras, são iniciadas por números pares.

b) Credores – cujos lançamentos são aqueles que aumentam seus


saldos, em regra, são iniciadas por números pares

c) De redução – são aquelas que deduzam o grupo aqui pertencem,


sendo a sua natureza contrárias as dos demais grupos.

Nível de desdobramento de contas

O primeiro nível representa a classificação máxima na agregação das


contas e está desdobrado nas seguintes classes:

1- Activo 2 – Passivo

3 – Despesa 4- Receitas

5 – Resultado de variações 6 – Resultado de variações


patrimonial negativo patrimonial positivo

7 – Contas de ordem actives 8 – Contas de ordem pasivos

4.2. Activo
São contas do activo, as de classe 1 que inclui as contas
correspondentes aos bens e direitos, demonstrando as aplicações de

65
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recursos e compreendem os seguintes grupos de contas, dispostas em


ordem decrescente de grau de liquidez

a) Activo circulante – As disponibilidades de numerário, os recursos a


receber bem como outros bens e direitos pendentes ou em circulação,
realizáveis até ao término do exercício seguinte,

b) Activo realizável a médio e longo prazos – os bens e direitos,


normalmente realizáveis após término do exercício seguinte

c) Activo imobilizado – os activos de carácter permanente


representados pelas imobilizações corpóreas, bem como as
amortizações e reintegrações acumuladas.

4.3. Passivo
São contas do passivo, as de classe 2, que inclui as contas relativas as
obrigações evidenciando as origens dos recursos aplicados as quais
estão dispostas no PBCP em ordem decrescente de grau de
exigibilidade e compreende os seguintes grupos:

a) Passivo circulante – As retenções de curto prazo, as coberturas de


défices de tesourarias, as obrigações a pagar e os valores pendentes
exigíveis até o término do exercício seguinte.

b) Passivo exigível a médio e longo prazos – As obrigações exigíveis


normalmente após o término do exercício seguinte

c) Resultados exercícios futuros – São as contas representativas de


receita de exercícios futuros, bem como das despesas a elas
correspondentes

d) Fundos Próprios – O patrimônio da gestão, reservas de capital e


outras que forem definidas, assim como o resultado acumulado.

4.4. DESPESA
São contas das despesas, as da classe 3 que inclui as contas
representativas dos recursos dispendidos na gestão, a serem

66
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considerados no apuramento do resultado do exercício, tendo


características de contas de resultados, estando desdobradas nas
seguintes categorias;

a) Despesas correntes – compreendem as contas desdobradas em


transferências e aplicações directas, dispesas com pessoal, bens e
serviços, encargos de dívida, subsídio, outras despesas correntes e
exercícios findos.

b) Despesas de Capital – Compreendem as contas desdobradas em


transferências e aplicações directas, de despesas de capital, operações
financeiras e outras despesas de capital.

4.4.1. Códigos das contas de despesas


Os códigos das contas de despesas iniciam-se com o número 3, sendo
que os demais dígitos correspondem a classificação econômica de
Despesa ( vide anexo 1 deste manual).

Exemplo:

Classificação Econômica da Despesa (vide em Anexo neste


manual)

3.1.1.1.0.01-Conta Contabilistica

Classe:Despesa

Grupo :Despesas Correntes

Sub-grupo:Despesas com Pessoal

Elemento : Salário e Remunerações

Sub-elemento

Item( vencimento base do quadro do Pessoal)

67
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4.5. EXECUÇÃO ORÇAMENTAL

Fase da despesa

Constitui despesa pública todo o dispêndio de recursos monetários,


seja qual for a sua proveniência ou natureza, gastos pelo estado, com
ressalva daquele em que o benefício se encontra obrigado a reposição
dos mesmos. Em nenhuma despesa pode ser assumida, ordenada ou
realizada sem que, sendo legal, se encontra escrita devidamente no
orçamento do estado aprovado, tenha cabimento na correspondente
verba orçamental e seja justificada quanto a economicidade, eficiência
e eficácia. Ou seja, as despesas só poderão ser assumidas durante o
ano econômico para o qual estiverem orçamentadas, devendo-se
sempre respeitar os princípios da economia (minimização de custos),
eficiência (maximização dos resultados) e eficácia (obtenção dos
resultados pretendidos).

As dotações orçamentais constituem o limite máximo a utilizar na


realização das despesas públicas no correspondente exercício
econômico.

4.6. Realização de despesas


A realização de despesas dado o estado, traduz-se na execução
ordenada, e por etapas, de determinados princípios no
correspondente exercício econômico.

a) Nenhuma despesa se pode efectuar sem que haja lei que a


autorize, ou seja, para se realizar uma despesa é imperioso que exista
uma lei que a autorize. Normalmente trata-se das leis que criaram e
organizam os serviços, envolvendo assim a permissão implícita para se
efectuarem as despesas necessárias ao seu funcionamento.

b) É proibido realizar as despesas que não tenham sido inscritas no


orçamento – a inscrição orçamental implica a existência da descrição

68
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adequada em que a despesa possa ser classificada e compreendida,


não podendo os serviços utilizar importâncias inscritas em rubricas
diferentes daquela que respeitam os encargos.

c) Não se deve exceder as dotações orçamentais – os créditos


orçamentais são limites a que os serviços devem sujeitar a realização
das suas despesas.

A realização da despesa obedece as seguintes fases: Cabimento,


liquidação e pagamento

a) Cabimento orçamental: é o acto administrativo de verificação,


registo e cativo do valor do encargo a assumir pelo estado. Este acto
só pode ser efectuado pelo gestor público se a unidade gestora possuir
saldo suficiente nas contas denominadas Dotação disponível e quota
de limite orçamental a utilizar, onde os registos contabilísiticos,
quando da emissão de um cabimento, são os seguinte:

Exemplo da emissão do cabimento – OC – 23001:

Código e título Registo Código e titulo Registo


da conta da conta

8.2.1.1.0.00 – D- 8.2.1.3.1.00 – C
Dotação Dotação
Disponível cabimentada a
liquidar

8.3.1.4.1.00 – D- 8.3.1.4..12.00 – C-
Quota de limite Quota de limite
orçamental a orçamental a
utilizar utilizada

69
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7.2.4.1.00 – D- 8.2.4.1.01 – C-
Emissão de nota Cabimento a
de cabimento liquidar

b) Liquidaçao, apuramneto do valor que efectivamente há a pagar


para emissão da competente ordem de pagamento cujos registos
contabilísticos, são;

Exemplo da emissão liquidação – OC – 240 XX + Apropriação da


obrigação – OC – 430XX

Código e titulo Registo Código e título Registo


da conta de conta

3.X.X.X.XX – D- 2.1.X.X.X.X.X- C-
Despesa obrigação

8.2.1.3.1.00 – D- 8.2.4.1.2.01- C-
Dotação cabimentos
cabimentada a liquidados
liquidar

8.2.4.1.1.01 – D- 8.2.4.1.2.01 – C-
Cabimentos a Cabimentos
Liquidar Liquidados

8.3.2.0.0.00 D- 7.3.2.1.0.00- C-
disponibilidades disponibilidasdes
financeiras por FR

70
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7.3.2.1.0.00 D- 8.3.2.0.0.00 C-
disponibilidasdes disponibilidades
por FR financeiras

c) Pagamento ou entrega de uma importância em dinheiro ao titular


do documento de despesa, cujos registos contabilisticos são;

d) Exemplo da liquidação da obrigação – OC – 440XX + pagamento –


OC – 42004

Codigo e titulo Registo Codigo e Titulo Registo


da Conta da Conta

2..1.X.X.X.XX- D- 3.X.X.X.XX – C-
obrigação Despesa

8.2.4.1.1.01 – D- 8.2.4.1.3.01 – C-
Cabimentos a Cabimentos
Liquidados pagos

8.3.2.0.0.00 D- 7.3.2.1.0.00- C-
disponibilidades disponibilidasdes
financeiras por FR

As despesas que sejam reconhecidas judicialmente no exercício em


curso, pertencentes a exercícios anteriores, mas nele não liquidadas,
são pagas em rubricas orçamentárias adequadas do orçamento do
estado desse exercício em curso.

71
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4.7. Dotação orçamental


A dotação orçamental, em linguagem técnica conhecida por créditos
orçamentais, ordinários ou autorizações orçamentais, são as
importâncias inscritas no orçamento de cada serviço ou Direcção da
autarquia e representam os limites máximos até aos quais se podem
contrair encargos para satisfazer as necessidades durante um
determinado ano econômico.

4.8. Dotação utilizável


A dotação utilizável significa a dotação total inscrita no orçamento ou
a percentagem de que se pode dispor. Assim, a título de exemplo, se
uma dotação orçamental no montante de 1.000.000,00 Mt estiver
sujeita, de acordo com a lei orçamental a dedução de 10%, isto é, de
100.000,00 Mt, a dotação utilizável é de 900.000,00 Mt (1.000.000,00
Mt – 100.000,00 Mt).

Contudo, se outra dotação orçamental da mesma importância de


1.000.000, 00 Mt não estiver, por hipótese, sujeita a qualquer
dedução, a própria dotação orçamental é ao mesmo tempo a dotação
orçamental disponível.

A dotação disponível ou disponibilidade por vencer significa a dotação


que em determinado momento está disponível para ser gasta com
encargos contraídos por conta dessa rubrica orçamental.

4.9. Alterações orçamentais


Os reforços de determinadas dotações provocam naturalmente a
diminuição em outras, visto que é necessário garantir o equilíbrio
orçamental. São as chamadas Anulações em despesas. Nestes casos,
porém há que calcular os duodécimos da dotação que restar.

Os duodécimos, a contar do mês (inclusive) em que a alteração for


autorizada, serão representados pelo quociente que se obtiver das
seguintes divisões:

72
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Dotação reforçada – Dividendo: soma da dotação (após abatimento


dos duodécimos dos meses anteriores) com a importância do reforço;
Divisor: número de meses qua faltarem para o fim de ano, incluindo o
mês de autorização; Dotação reduzida – Dividendo: diferença entre a
dotação (após o abatimento dos duodécimos dos meses anteriores) e
a importância da anulação; divisor: número de meses que faltarem
para o fim de ano, contados a partir do mês inclusive em que foi
autorizada a alteração orçamental. Cada duodécimo vence no
primeiro dia de cada mês.

Deste modo, em Janeiro, no caso das dotações sujeitas ao regime duo


decimal, pode gastar-se a importância de um duodécimo desde o dia
1, está disponível a importância do duodécimo desse mês adicionada
de qualquer saldo, que tenha ficado do duodécimo do mês anterior. E,
assim sucessivamente, até ao mês de Dezembro (duodécimo do
próprio mês, mais o saldo dos meses anteriores). Torna-se pois,
necessário estabelecer a conta corrente com a dotação orçamental
correspondente ao instrumento de controle da utilização das
dotações.

Como já vimos no capítulo sobre os princípios de contabilidade


pública, nas dotações sujeitas ao regime duodecimal, os responsáveis
pela gestão dos serviços são obrigados a limitar, em cada mês, a
realização das despesas á fracção de 1/12 de cada uma dessas
dotações, a medida que se for tornando disponível, acrescida dos
saldos dos meses anteriores que não tenham sido utilizados.

Dada a autonomia de que se revestem as autarquias locais, o regime


duodecimal é apenas aplicável em relação aos recursos transferidos do
orçamento do estado, nomeadamente o fundo de compensação
autárquica e o investimento de iniciativa autárquica e outros.

73
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4.10. FUNDO DE MANEIO


O fundo de maneio destina-se a cobrir despesas de pequena monta,
pagas em numerário, para atender a situações previstas e
devidamente identificadas, designadamente:

- Aquisições directas no mercado local ou despesas urgentes em outra


praça cuja natureza obrique o pagamento em numerário

- adiantamentos por motivo de deslocação e

- outros caos, prévia e devidamente fundamentados.

4.11. Despesas por pagar


Constituem despesas por pagar, as despesas liquidadas e não pagas
até 31 de Dezembro do exercício econômico em curso, sendo que as
despesas por pagar devem ser anuladas, caso não sejam pagas,
decorridos um ano.

Anulação da despesa

Em função da adopção do regime de compromissos para o registo da


despesa pública, os valores das despesas anuladas no exercício
revertem a respectiva dotação enquanto a anulação ocorrer após o
encerramento do respectivo exercício econômico, o valor anulado
deverá ser considerado receita d o ano em que a anulação se
efectivar.

4.12. Fase da receita


São contas de receita, as de classe 4, que inclui as contas
representativas dos recursos auferidos na gestão, a serem
consideradas no apuramento do resultado do exercício, tendo
características de contas de resultados desdobradas nas categorias

74
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econômicas de receitas correntes e de receitas de capital.

- Receitas correntes – receitas fiscais, não fiscais, as consignadas e as


de donativos

- Receitas de capital – receita de alimentação de bens, receitas de


donativos e receitas de fundos de empréstimos.

4.13. Fases da receita


Constituem receita pública todos os recursos monetários, seja qual for
a sua fonte ou natureza, postos a disposição do estado com ressalva
daquelas em que o estado seja mero depositário temporário e
nenhuma receita pode ser estabelecida, escrita no orçamento do
estado ou cobrada sem não em virtude da lei e, ainda que por lei, as
receitas só podem ser cobradas se estiverem previstas no orçamento
do Estado aprovado.

Os momentos de receita escrito no orçamento de estado constituem


limites mínimos a serem cobrados no correspondente exercício. Os
códigos das contas de receita iniciam-se como número 4, sendo que os
demais dígitos correspondem a classificação econômica da receita.

Exemplo:

Classificação Econômica da Receita

4.1.1.3.0.02-Conta Contabilistica : imposto sobre Veiculos

Classe:Receita

Grupo : Receitas Correntes

Sub-grupo: Receita Fiscal

Elemento : Outros impostos

Sub-elemento

Item( impostos sobre veiculos)

75
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A Execução da receita compreende 3 fases:

a) Lançamento – Consiste no procedimento administrativo de


verificação da ocorrência do facto gerador da obrigação
correspondente.

b) Liquidação – Consiste no cálculo do montante da receita devida e


identificação do respectivo sujeito passivo.

Faz-se através da identificação da receita devida (ex: licença de


bicicleta), o montante devido que corresponde a taxa em vigor e a
identificação do sujeito passivo (contribuinte, proprietário da
bicicleta).

c) Cobrança – Consiste na acção de cobrar, receber ou tomar posse de


receita e subsequente entrega ao tesouro público, em função da
adopção do regime de caixa para lançamentos da receita pública,
somente esta fase ocasiona registos contabilísticos, que asseguir
apresentamos;

Recolha da receita classificada – OC – 12001

Código e titulo da Registo Código e titulo da Registo


conta conta

1.1.1.2.2.00- D- 4.X.X.X.X.XX- C-
Banco CUT receita

7.1.1.2.1.0.00- D- 7.1.1.1.1.0.00- C-
Receita realizada Receita realizada

7.3.2.1.0.00- D- 8.3.2.0.0.00- C-
Disponibiliddades Disponibiliddades
por FR

76
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Anulação da receita

Em função da adopção do regimo de caixa utilizado para o registo da


receita pública, a restituição da receita arrecadada indevidamente,
quando ocorra no respectivo exercício da sua arrecadação, deve ser
efectuda neste exercício, mediante anulação do valor da rubrica
orçamental respectiva e quando a restituição da receita arrecadada
indevidamente ocorra em exercícios posteriores, esta deverá ser
realizada em rubrica orçamental da despesa adequada, do exercício
em que ela ocorra.

Dívida activa

Constitui dívida activa os valores relativas a contribuição e impostos e


demais créditos fiscais do Estado liquidados e não cobrados dentro do
exercício financeiro de origem, sendo incorporados pela contabilidade
pública, em contas próprias findo exercício.

Resultados de variação patrimonial negativa

São contas de resultados de variações patrimoniais negativas, as de


classe 5, que inclui as contas representativas das variações negativas
da situação líquida, sendo consideradas no apuramento de resultados
respectivo, tendo características de contas de resultados, desdobradas
nos grupos de variações ordinárias e variações extraordinárias.

a) Variações ordinárias – Correspondem a diminuições de situação


líquida resultante da execução das despesas orçamentais,
transferências passivas e mutações passivas.

b) Variações extraordinárias, correspondem a diminuição da situação


líquida, ocorrida de forma independente da execução orçamental e
inclui as contas de despesas não orçamentais, transferências passivas
e decréscimos patrimoniais.

77
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Resultados de variações patrimoniais positivas

São contas de resultados de variações patrimoniais positivas, as de


classe 6, que inclui as contas representativas das variações positivas da
situação líquida, sendo consideradas no apuramento de resultado
respectivo, tendo características de contas de resultados, desdobradas
nos grupos de variações ordinárias, extraordinárias e resultado
patrimonial.

a) Variações ordinárias – correspondem aos aumentos da situação


líquida e inclui as contas de receita orçamentárias, transferências
activas e mutações activas

b) Variações extraordinárias – correspondem aos aumentos da


situação líquida do patrimônio, ocorrida de forma independente da
execução orçamental e incluem as contas representativas das receitas
não orçamentais, transferências activas e acréscimos patrimoniais

c) Resultado patrimonial – conta transitória utilizada no encerramento


do exercício, para demosntrar o apuramento do resultado patrimonial
do exercício, obtido pelo confronto das variações activas e passivas
(classe 3+5x classe 4+6) ocorridas no período, podendo ser positivo
(quando apurado um superativo), ou negativo (quando apurado um
déficit).

Contas de ordem

As contas de ordem são as da classe 7 e 8 compostas por contas de


ordem activas e passivas, respectivamente, que tem a função primária
de controle da execução orçamental, financeiras e de outros não
compreendidos no patrimônio, mas que directa ou indirectamente
possa vir efectua-lo, tais como:

78
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Conta Tipo de Conta Tipo de


Controlo controlo

7.1.1.1.1.00- Execução 8.1.1.1.0.00- Previsão do


Receita a Orçamental da previsão inicial Orçamental da
realizar Receita da receita Receita
classificada

7.2.1.1.1.00 – Fixação 8.2.1.1.0.00- Execução


Dotação inicial Orçamental da dotação Orçamental da
despesa disponível despesa

7.3.1.1.1.00- Programação 8.3.1.1.0.00- Programação


Execução de financeira Execução da financeira
programação Programação
financeira financeira

7.4.1.1.1.00- Execução das 8.4.0.0.0.00- Execução das


Execução das despesas por Execução das despesas por
despesas por pagar despesas por pagar
pagar pagar

7.5.1.0.0.00- Execução de 8.5.1.0.0.00 - Execução de


valor acordado acordos e celebração de acordos e
Contratos acordos e Contratos
Contratos

7.9.0.0.0.00- Demais 8.9.0.0.0.00- Demais


Contas de Controlos contas de Controlos
Ordem Activas Necessários ordem passivas Necessários
diversas diversas

79
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Demonstrações contabilísticas

A estrutura do PBCP em classes e grupos tem como objectivos a


escrituração contabilísticas e a preparação das demonstrações
contabilísticas, com a finalidade de visualizar o patrimônio e suas
variações, padronizar o nível de entrada e saídas de dados das
unidades integrantes do SISTAF, bem como possibilitar o uso de um
sistema único de dados para proceder ao processamento da execução
orçamental, financeira e patrimonial do Estado.

O governo elabora, no fim de cada exercício econômico as seguintes


demonstrações contabilísticas:

- O balanço

- Mapas de controle orçamental

- Demosntração de resultados

- O inventário contabilístico

4.14. Execução da Receita


A execução da receita obedece as seguintes fases: lançamento,
liquidação e cobrança.

FASES DA EXECUÇÃO DA RECEITA

1. Lançamento (Aprovação do Orçamento delineamento de


Metas)

2.Liquidação ( calculo do montante devido e identificação do Sujeito


Passivo)

3.Cobrança (cobrança do numerário e entrega ao tesouro publico


pelos Arrecadadores)

80
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Sumário

Nesta Unidade temática 4 estudamos e discutimos fundamentalmente


quinze itens em termos de regras e funcionamento do POCP:
 CONTAS E REGISTOS DA EXECUÇÃO ORÇAMENTAL

 Estrutura Das Contas, Tipos E Natureza

 Activo

 Passivo Error! Bookmark

 Despesa Error! Bookmark

 Códigos Das Contas De Despesas Error! Bookmark

 Execução Orçamental Error! Bookmark not d

 Dotação Orçamental

 Dotação Utilizável

 Dotação orçamental Error! Bookmark

 Dotação utilizável Error! Bookmark

 Alterações orçamentais Error! Bookmark

 FUNDO DE MANEIO Error! Bookmark

 Despesas por pagar

 Fase da receita Error! Bookmark

 Fases da receita

 Execução da Receita

81
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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)


1. Enuncie, pelo menos, 2 objectivos específicos desta unidade
2. Defina o termo Despesa
3. Diferencie despesas correntes das despesas de capital
4. Conceitue dotação orçamental
5. Discuta o Conceito Conta e a sua forma de agrupamento
6. Debruce sobre a natureza das Contas
7. Descreva as fases da realização da despesa pública
8. Defina o termo desdobramentos
9. Enuncie as fases da receita
10. O que são contas de Ordem

Respostas:
1. Rever objectivos específicos constantes da na parte introdutória
do da unidade
2. Rever página 66
3. Rever os conteúdos da página 65
4. Rever os conteúdos da página 70
5. Rever os conteúdos da página 61
6. Rever os conteúdos da página 61
7. Rever os conteúdos da página 67
8. Rever os conteúdos do Glossário do manual
9. Rever os conteúdos da página 79
10. Rever os conteúdos da página 77

82
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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

1. No âmbito da execução o Lançamento Consiste:

a) No procedimento administrativo de verificação da ocorrência


do facto gerador da obrigação correspondente

b) No procedimento contabilistico

c) No procedimento comum do sector publico

d) Nenhuma das alternativas

2. A liquidação Consiste:

a) Cálculo do montante da receita devida e identificação do


respectivo sujeito passivo

b) Calculo da divida do sujeito activo

c) Calculo do imposto a favor do Estado

d) Todas acima

3. Os Elementos Receitas correntes são :

a) Receitas fiscais,

b) Receitas não fiscais, as consignadas e as de donativos

c) As alíneas a) e b)

d) Nenhuma alínea

4. Os elementos das receitas de capital são :

a) Receita de alimentação de bens

b) Receitas de donativos

83
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c) Receitas de fundos de empréstimos

d) Todas acima

5. Receita Publica são:

a) Todos os recursos monetários, seja qual for a sua fonte ou


natureza, postos a disposição do estado

b) Dispêndios de recursos

c) Receitas privada

d) Donativos privados

Grupo 3 :Exercícios de Aplicação Pratica

1. Fale das fases da execução da receita

2. O plano oficial de contabilidade publica é um instrumento


para o sector publico fale da natureza das suas contas.

3. Diferencie a despesa da receita publica

4. O que são contas de ordem

5. Classifique as despesas e indique o respectivo código a


baixo usando o classificador econômico da despesa em anexo I
neste manual

a) Pagamento de ajudas de custo ao director provincial de


Educação;

b) Compra de uma viatura no valor 25.000,00 MT para o


instituto Nacional de estatística

c) Compra de consumíveis para os escritórios da electricidade


de Moçambique

d) Pagamento de salários aos funcionários públicos

e) Pagamento de passagens aéreas aos directores por ocasião


da visita presidencial

f) Pagamento de pensões aos funcionários reformados

84
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Perguntas de Reflexão da disciplina


1. Defina a Contabilidade Pública e faça referência ao seu objecto.
2. Qual é o campo de Aplicação da Contabilidade Pública.
3. Enuncie, pelo menos, 5 princípios da Contabilidade.
4. Discuta o Conceito no âmbito do POCP Conta e a sua forma de
agrupamento e natureza das Contas.
5. Diferencie o activo Compensado do passivo compensado.
6. Fale da responsabilidade da Unidade de Segurança na
Normalização.
7. Discuta sobre a designação do POCP em Moçambique.
8. O que são alterações passivas.

9. O que são contas de ordem

10. Classifique as despesas e indique o respectivo código a


baixo usando o classificador econômico da despesa em anexo I
neste manual

g) Pagamento de ajudas de custo ao director provincial de


Educação;

h) Compra de uma viatura no valor 25.000,00 MT para o


instituto Nacional de estatística

i) Compra de consumíveis para os escritórios da electricidade


de Moçambique

j) Pagamento de salários aos funcionários públicos

k) Pagamento de passagens aéreas aos directores por ocasião


da visita presidencial

l) Pagamento de pensões aos funcionários reformados

85
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Glossário

1) Alteração orçamental: qualquer modificação produzida em uma


ou mais dotações orçamentais na tabela de despesa de qualquer
serviço ou unidade orgânica do sector público, incluindo projectos;
2) Ano econômico: período correspondente ao ano civil;
3) Anulação de uma dotação orçamental: é a supervisão de uma
dotação orçamental da tabela da despesa do orçamento do
estado, do serviço ou unidade orgânica do sector público ou de um
projecto.
4) Autorização de despesa: é a permissão dada pela entidade
competente, para a efectivação de um encargo que envolva um
dispêndio financeiro a partir de uma ou de várias dotações
orçamentais de um serviço ou unidade org6anica do sector pública
e a executar de acordo com as determinações legais em vigor.
5) Cabimento orçamental: é o acto administrativo de verificação,
registo e cativo do valor do encargo a assumir pelo estado.
6) Caixas subsidiárias do tesouro: são as entidades competentes
do STP com responsabilidade na cobrança das receitas públicas e
pagamento de despesas específicas.
7) Cativação: é o registo do compromisso assumido, com a
conseqüente afectação na dotação orçamental própria do
montante necessário ao seu pagamento.
8) Cativo obrigatório: é o montante resultante da aplicação, de
uma determinada percentagem, definida nos termos da legislação
específica, sobre as dotações orçamentais atribuídas;
9) Classificação econômica: é a organização das receitas e das
despesas segundo a sua natureza, que recebem uma designação e
um código próprios, constituindo uma rubrica orçamental;

86
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10) Classificação funcional: é a organização das despesas de


acordo com as funções exercidas pelo Estado, as quais são
atribuídas uma designação e um código próprios, manual de
formação de execução orçamental.
11) Classificação orgânica: é a organização das despesas de acordo
com os serviços ou unidades orgânicas do Estado, que assumem
uma designação própria e um código que as identifica;
12) Classificação programática: é a organização de um orçamento
de despesas de acordo com código e uma designação próprios que
identifica um agrupamento de despesas públicas por níveis
estruturais e que define os programas, medidas e projectos ou
acções a executar.
13) Classificação territorial: é a organização e identificação das
receitas e das despesas públicas, segundo a divisão território do
País
14) Cobrança: acção de cobrar, receber ou tomar posse de receita
e subseqüente entrega ao tesouro público
15) Conta única do tesouro: é uma conta bancária tipo piramidal,
com as necessárias sub-contas, através da qual se movimenta quer
a cobrança de receitas quer o pagamento de despesas, seja qual
for a sua proveniência ou natureza;
16) Contas de ordem: constituem na tabela de despesas do
orçamento do Estado, a sede orgânica onde são inscritas as
contrapartidas das receitas próprias dos serviços ou unidades
orgânicas do estado com autonomia administrativa administrativa
e financeira, consignadas ao pagamento das suas despesas.
17) Contrapartida: é o montante deduzido numa ou mais dotações
orçamentais para reforço de uma ou mais dotações orçamentais.

87
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18) Distribuição de dotações orçamentais: é a repartição, segundo


a classificação econômica da despesa de um montante global que
constitui o limite máximo de despesa de um dado serviço ou
unidade orgânica do sector público ou de um programa ou
projecto.
19) Dotação orçamental: é o montante inscrito em cada rubrica
orçamental de despesa, acrescido dos reforços e deduzido das
anulações, constituindo o limite máximo de despesa a realizar no
respectivo ano econômico;
20) Dotação orçamental disponível: é a dotação orçamental,
inscrita no orçamento de estado, sob gestão manual de formação
de execução orçamental do ministro que superintende a área das
finanças, destinada a fazer face a despesas não previstas e
inadiáveis.
22) Duodécimo: corresponde a um doze avos da dotação
orçamental, calculados após dedução do cativo obrigatório;
23) Exercício: é o período de tempo, em que se desenvolve o
processo de execução orçamental
24) Inscrição da nova dotação orçamental: é o acto de inscrever
no orçamento do estado uma dotação orçamental anteriorimente
existente
25) Libertação do cativo obrigatório: é a autorização, concedida a
título excepcional pela entidade competente, para que um serviço
ou unidade orgânica do sector público, sob pedido devidamente
fundamentado, utilize o cativo obrigatório para a realização de
despesas ou encargos próprios
26) Limites orçamentais: são os valores máximos para as despesas
a assumir e os valore mínimos para as receitas a cobrar.
29) Ordem de pagamento: é a autorização dada ao órgão
competente para o desembolso da importância liquidada.

88
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Bibliografia

Filellini, A. (1994). Economia do sector publico. Editora Atlas: São


Paulo
Franco, António L. De Sousa (2008). Finanças públicas e direito
financeiro. 4 edição, Vol.1, Livraria Almedina: Coimbra,
Perreira, P T, et all (2005). Economia e finacas publicas. Escolar
Editora: Lisboa.
Pinto, A. C. & Paulo, G. S. dos (2005). Gestão Orçamental Pública.
Publisher Team: Lisboa.
Waty, Teodoro Andrade (2004); Introdução à Finanças Públicas e
Direito Financeiro, W&W Editora Lda., Maputo.

António C. Pires Caiado & Ana Calado Pinto (2002). Manual Do Plano
Oficial De Contabilidade Pública. Áreas Editora.

António C. Pires Caiado; João Baptista da Costa Carvalho; Olga Cristina


Pacheco Silveira (2007). Contabilidade Pública - Casos Práticos. Áreas
Editora;

Susana Catarino Rua & João Baptista da Costa Carvalho (2006).


Contabilidade Pública – Estrutura Conceptual; Publisher Team;

Legislação

 Lei nº.9/2002 de 12 de Fevereiro, aprova o Sistema de


Administração Financeira do Estado (SISTAFE). Publicação Oficial da
República de Moçambique

 Decreto nº.23/2007 de 20 de Agosto, aprova o Regulamento do


Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE).

 Diploma Ministerial nº.169/2007 de 31 de Dezembro, aprova o


Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos
— MAF.

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Anexos
Anexo1: Classificador Econômico da Despesa
MAPA II

CLASSIFICAÇÃO ECONÓMICA DAS DESPESAS

CLASSIFICAÇÃO
DESIGNAÇÃO DAS DESPESAS
ECONÓMICA

3.00.00.00 Despesas Correntes

3.01.00.00 Despesa com pessoal

3.01.01.00 Remunerações certas e permanents

3.01.01.01 Pessoal do quadro especial

3.01.01.02 Pessoal do quadro

3.01.01.03 Pessoal contratado

3.01.01.04 Gratificações permanents

3.01.01.05 Subsídios permanentes

3.01.01.06 Despesas de representação

Remunerações variáveis de caracter não


3.01.02.00 permanente

3.01.02.01 Gratificações eventuais

3.01.02.02 Horas extraordinárias

3.01.02.03 Alimentação e alojamento

90
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3.01.02.04 Subsídio de instalação

3.01.02.90 Remunerações variaveis diversas

3.01.03.00 Segurança social para agentes do Estado

3.01.03.01 Encargos com a saúde

3.01.03.02 Abono de família

3.01.03.03 Contribuções para a segurança social

Seguros acidentes no trabalho e doenças


3.01.03.04 profissionais

3.01.03.90 Encargos de segurança social diversas

3.01.04.00 Dotação Provisional para Despesas com Pessoal

3.01.04.01 Aumento salarial

3.01.04.02 Recrutamentos e nomeações

3.01.04.03 Progressões

3.01.04.04 Reclassificações

3.01.04.05 Reingressos

3.01.04.06 Promoções

3.01.04.90 Outras dotações

3.01.90.00 Outras despesas com pessoal

3.02.00.00 Aquisição de bens e serviços

3.02.01.00 Mercadorias

3.02.02.00 Matérias primas e subsidiárias

3.02.03.00 Produtos e pequenos equipamentos

3.02.03.01 Medicamentos

Produtos alimentares para não servidores do


3.02.03.02 Estado

3.02.03.03 Roupa e calçado

91
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

3.02.03.04 Pequenos equipamentos

3.02.03.90 Produtos e pequenos equipamentos diversos

3.02.04.00 Outros aprovisionamentos

3.02.05.00 Material militar de defesa e de segurança

3.02.05.01 Construções militares

3.02.05.02 Munições e explosives

Materiais militar de defesa e de segurança


3.02.05.90 diversos

3.02.07.00 Trabalhos realizados por outras entidades

3.03.00.00 Fornecimentos e serviços externos

3.03.01.00 Água

3.03.02.00 Electricidade

3.03.03.00 Combustivéis e lubrificantes

3.03.04.00 Conservação e manutenção

3.03.05.00 Equipamentos de desgaste rápido

3.03.06.00 Consumo de secretaria

3.03.07.00 Rendas e alugueres

3.03.08.00 Representação dos services

3.03.09.00 Comunicações

3.03.10.00 Seguros

3.03.11.00 Vigilância e segurança

3.03.12.00 Assistência técnica

3.03.13.00 Deslocações e estadias

3.03.14.00 Limpeza, higiéne e conforto

3.03.90.00 Outros fornecimentos e services

92
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3.04.00.00 Encargos da dívida

3.04.01.00 Juros da dívida

3.04.01.01 Juros da dívida interna

3.04.01.02 Juros da dívida externa

3.04.90.00 Outros encargos

3.05.00.00 Transferências correntes

3.05.01.00 Transferências a Administrações Públicas

3.05.01.01 Fundos e Serviços Autónomos

3.05.01.02 Municípios

3.05.01.03 Embaixadas e serviços consulares

3.05.01.90 Outras transferências

3.05.02.00 Transferências a Administrações Privadas

3.05.02.01 Partidos Politicos

3.05.02.02 Organizações não Governamentais

3.05.02.90 Outras transferências

3.05.03.00 Transferências a Familias

3.05.03.01 Pensões

3.05.03.02 Bolsas de Estudo

3.05.03.03 Evacuação de doentes

3.05.03.90 Outras transferências

3.05.04.00 Transferências ao Exterior

3.05.04.01 Quotas a Organismos Internacionais

3.05.04.90 Outras Transferências

3.06.00.00 Subsídios

3.06.01.00 Empresas Públicas não financeiras

93
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3.06.02.00 Empresas Públicas financeiras

3.06.03.00 Empresas Mistas não financeiras

3.06.04.00 Empresas Mistas financeiras

3.06.05.00 Empresas Privadas não Financeiras

3.06.06.00 Empresas Privadas financeiras

3.00.90.00 Subsidios diversos

3.07.00.00 Outras despesas correntes

3.07.01.00 Restituções

3.07.02.00 Impostos e taxas

3.07.03.00 Indemnizações

3.07.88.00 Dotação provisional

3.07.89.00 Despesas extraordinarias

3.07.90.00 Outras despesas

4.00.00.00 Despesas de Capital

4.01.00.00 Imobilizações Corpóreas

4.01.01.00 Terrenos e recursos naturais

4.01.02.00 Redes de infraestruturas

4.01.03.00 Habitações

4.01.04.00 Edificios

4.01.05.00 Maquinarias e equipamentos básico

4.01.06.00 Ferramentas e utensílios

4.01.07.00 Equipamentos de carga e transporte

4.01.08.00 Equipamentos administrativos e mobiliário diverso

4.01.90.00 Outras investimentos corpóreos

4.02.00.00 Imobilizações incorpóreas

94
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4.02.01.00 Patentes, marcas e licencas

4.02.02.00 Estudos investigação e desenvolvimento

4.02.90.00 Outras imobilizações incorpóreas

4.03.00.00 Transferências de capital

4.03.01.00 Transferências a Administrações Públicas

4.03.01.01 Fundos e Serviços Autónomos

4.03.01.02 Municípios

4.03.01.90 Outras Transferências

4.03.02.00 Transferências a Administrações Privadas

4.03.02.01 Organizações não Governamentais

4.03.02.90 Outras Transferências

4.03.90.00 Outras transferências de capital

4.04.00.00 Outras Despesas de capital

4.04.01.00 Impostos e taxas

4.04.88.00 Dotação provisional

4.04.90.00 Outras despesas

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ANEXO II. Estrutura Global da Classificação Económica das Despesas


1. A classificação económica apresenta uma estrutura que
distingue dois grandes tipos de despesas, Despesas Correntes e
Despesas de Capital, assim subdivididos:

Código Designação

3.00.00.00 Despesas Correntes

3.01.00.00 Despesas com Pessoal

3.02.00.00 Aquisição de Bens e Serviços

3.03.00.00 Fornecimentos e Serviços


Externos

3.04.00.00 Encargos Financeiros

3.05.00.00 Transferências Correntes

3.06.00.00 Subsídios

3.07.00.00 Outras Despesas Correntes

4.00.00.00 Despesas de Capital

4.01.00.00 Bens de Capital

4.02.00.00 Transferências de Capital

4.03.00.00 Outras Despesas de Capital

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2. Estrutura Detalhada da Classificação Económica

2.1 Despesas Correntes


2. As Despesas Correntes englobam os gastos que não
contribuem directamente para a formação ou aquisição de um
bem de capital e destinam-se ao funcionamento dos serviços
públicos nomeadamente os encargos com o pessoal, aquisição
de materiais e pequenos equipamentos, juros da dívida pública
e as transferências correntes concedidas. Elas subdividem-se
nos seguintes grupos agregados:

Código Designação

3.01.00. Despesas com Pessoal


00

3.02.00. Aquisição de Bens e Serviços


00

3.03.00. Fornecimentos e Serviços


00 Externos

3.04.00. Encargos Financeiros


00

3.05.00. Transferências Correntes


00

3.06.00. Subsídios
00

3.07.00. Outras Despesas Correntes


00

2.1.1 Despesas com Pessoal


3. As Despesas com Pessoal englobam os salários, remunerações
e outros abonos, ajudas de custo, gratificações, horas
extraordinárias, etc. que o Estado paga aos titulares de cargos
políticos, aos seus empregados

97
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como entidade patronal, aos agentes militares e para-militares.


Os empregados do Estado são todos os funcionários, agentes e
outros indivíduos que figuram no quadro do pessoal ou que lhe
prestem serviço nos termos fixados nos respectivos contratos.

2.1.1.1 Remunerações Certas e Permanentes


4. Engloba os salários e outras remunerações de caracter
permanente ao abrigo do dispositivo legal em vigor.
5. As Remunerações Certas e Permanentes subdividem-se em:

Código Designação

3.01.01. Pessoal do Quadro Especial


01

3.01.01. Pessoal do Quadro


02

3.01.01. Pessoal Contratado


03

3.01.01. Gratificações Permanentes


04

3.01.01. Subsídios Permanentes


05

3.01.01. Despesas de Representação


06

 Pessoal do Quadro Especial: engloba os vencimentos e


salários-base do pessoal que integra os cargos de quadro
especial (cargos civis e cargos militares). Engloba ainda os
vencimentos–base dos titulares dos cargos políticos cujo
estatuto remuneratório consta da lei.

 Pessoal do Quadro: engloba os vencimentos e salários-base


dos funcionários e agentes, com vínculo contratual e que
fazem parte dos quadros legalmente aprovados seja de
quadro comum cujo estatuto remuneratorio se sujeita a

98
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

PCCS e demais nromas em vigor.

 Pessoal Contratado: engloba os vencimentos e salários-


base dos indivíduos que, sendo providos por contrato, não
fazem contudo parte do organismo respectivo. Inclui ainda
o pessoal contratado a prazo, contratado em regime de
avença ou de tarefa e contratado ao abrigo dos acordos de
cooperação.

 Gratificações Permanentes: engloba apenas os abonos


cujos quantitativos estejam fixados por lei sob a designação
expressa de gratificações e sejam devidos regularmente.

 Subsídios Permanentes: engloba apenas os subsídios


criados por lei e cujos quantitativos estejam fixados em lei
e sejam devidos regularmente.

 Despesas de Representação: Engloba os abonos feitos


juntamente com os vencimentos a servidores que ocupam
determinados cargos e no intuito de os compensar pelo
acréscimo de despesas que têm que suportar no
desempenho desses cargos.

2.1.1.2 Remunerações Variáveis de Caracter não Permanente

6. Engloba as despesas com servidores do Estado, que, por


proposta e despacho da tutela, prestam serviço por tempo
limitado, para atender necessidades temporárias, de
caracter eventual. A sua decomposição é a seguinte:

Código Designação

3.01.02. Gratificações Eventuais


01

3.01.02. Horas Extraordinárias


02

99
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3.01.02. Alimentação e Alojamento


03

3.01.02. Subsídio de Instalação


04

3.01.02. Remunerações Diversas


90

 Gratificações Eventuais: engloba os abonos feitos a título


de gratificações, criadas por lei, e cuja efectivação esteja
condicionada à quantidade de serviço ou à verificação de
determinados requisitos inerentes ao mesmo, como por
exemplo, as senhas de presença, os abonos para falhas, as
velas do pessoal da saúde.

 Horas Extraordinárias: engloba os abonos em horas


extraordinárias a serem processados em conformidade com
a lei em vigor.

 Alimentação e Alojamento: engloba os abonos em dinheiro


e em espécie a servidores que, por disposição expressa da
lei, ou pelos contratos, tenham direito a tais benefícios.
Inclui os abonos para o pagamento das rendas de casa e
despesas com a instalação e alimentação dos cooperantes,
de acordo com os montantes fixados pelos respectivos
contratos.

 Subsídio de Instalação: engloba os encargos com subsídios


de instalação previstos de conformidade com a lei em
vigor.

 Remunerações Diversas: engloba outros encargos de


caracter não permanente não previstas anteriormente.

2.1.1.3 Segurança Social para Agentes do Estado

7. Engloba as despesas de encargos que o Estado paga, como


entidade patronal,

100
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nomeadamente, com a saúde, abonos de família, quotizações


para a previdência social e outros encargos de segurança social
havidos com o agente servidor do Estado, nos termos da lei. A
sua decomposição é a seguinte:

Código Designação

3.01.03. Encargos com a Saúde


01

3.01.03. Abono de Família


02

3.01.03. Contribuições para a Segurança Social


03

3.01.03. Seguros Acidentes no Trabalho e Doenças


04 Profissionais

3.01.03. Encargos de Segurança Social Diversos


90

 Encargos com a Saúde: engloba as despesas com a compra


de artigos a fornecer ou a utilizar (em espécie) e as
despesas (em numerário) com os serviços médico -
hospitalar e com a assistência medicamentosa destinados
aos beneficiários do sistema de segurança social da
Administração Pública, do regime contributivo e não
contributivo. Engloba ainda as despesas com a evacuação
dos doentes no país e no exterior e as despesas com a
deslocação e estadia com a assistência médica dos
funcionários da Administração Pública.

 Abono de Família: engloba os abonos de família


concedidos nos termos da lei. A dotação desta rubrica é
feita com base na lista nominal dos beneficiários.

 Contribuições para a Segurança Social: engloba as

101
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despesas com o pagamento pelo Estado, como entidade


patronal, de quotizações para a previdência social, nos
termos da lei.

 Seguros Acidentes no Trabalho e Doenças Profissionais:


engloba as despesas com o pagamento pelo Estado, como
entidade patronal, de quotizações para o seguro
obrigatório de acidentes no trabalho e doenças
profissionais, conforme dispositivos legal em vigor.

 Encargos de Segurança Social Diversos: engloba encargos


com assistência na doença e as outras prestações sociais
complementares e que nos termos da lei não se
compreendem nas rubricas anteriores.

2.1.1.3 Dotação Provisional para Despesas com Pessoal

8. Na Dotação Provisional para Despesas com Pessoal inscreve-se


a previsão de montantes para fazer face a encargos com
recrutamentos e nomeações, progressões, reclassificações,
reingressos, aumento salarial e outras situações como é o caso
da regularização salarial A sua desagregação é a seguinte:

Código Designação

3.01.04.01 Aumento Salarial

3.01.04.02 Recrutamentos e Nomeações

3.01.04.03 Progressões

3.01.04.04 Reclassificações

3.01.04.05 Reingressos

3.01.04.06 Promoções

3.01.04.90 Outras Dotações

9. A designação destas rubricas indica o respectivo significado.

102
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Contudo, nas Outras Dotações devem ser inscritos apenas


recursos para situações muito bem identificadas, como por
exemplo a Regularização Salarial. Entende-se por Regularização
Salarial encargos com o pessoal cuja situação salarial deve ser
regularizada, i.e. os funcionários que recebem os respectivos
salários e que aguardam a integração num determinado
escalão.

2.1.1.3 Outras Despesas com Pessoal

10. Engloba as outras despesas com pessoal cuja classificação não


se enquadra nas rubricas anteriores.

Código Designação

3.01.90.00 Outras Despesas com Pessoal

2.1.2 Aquisição de Bens e Serviços

11. Engloba as despesas relativas à aquisição de materiais e


produtos indispensáveis para que os serviços públicos possam
ser realizados, podendo ser armazenáveis. Desagregam-se nas
seguintes rubricas :

Código Designação

3.02.01.0
0 Mercadorias

3.02.02.0
0 Matérias primas e subsidiárias

3.02.03.0
0 Produtos e pequenos equipamentos:

3.02.03.
01 - Medicamentos

103
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Código Designação

3.02.03.
02 - Produtos alimentares

3.02.03.
03 - Roupa e calçado

3.02.03.0
4 - Pequenos equipamentos

3.02.03.9 - Produtos e pequenos equipamentos


0 diversos

3.02.04.0
0 Outros aprovisionamentos

3.02.05.0
0 Material militar de defesa e de segurança:

3.02.05.0
1 - Construções militares

3.02.05.0
2 - Munições e explosivos

3.02.05.0 - Materiais militar de defesa e de segurança


3 diversos

3.02.07.0
0 Trabalhos realizados por outras entidades

 Mercadorias: engloba as despesas com a aquisição de bens


adquiridos pelos serviços públicos com destino a venda,
que não sejam objecto de trabalho posterior de natureza
industrial.

 Matérias Primas e Subsidiárias: engloba as despesas com a


aquisição de matérias primas e subsidiárias utilizadas em
organismos que desenvolvem actividades de produção
industrial, de investigação e ensino em oficinas,
laboratórios, escolas, etc.

104
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

 Produtos e Pequenos Equipamentos: Engloba as despesas


com a compra de artigos a fornecer ou a utilizar (em
espécie) e as despesas (em numerário) com os serviços
públicos, nomeadamente, médico-hospitalares e com a
assistência medicamentosa, etc. destinados aos indivíduos
não servidores do Estado

 Medicamentos: engloba as despesas com aquisição de


medicamentos destinados à protecção e defesa à saúde
publica de todos os indivíduos não servidores do Estado
normalmente utilizados nos Hospitais, Centros de Saúde,
Postos Sanitários ou outros.

 Produtos Alimentares: engloba os género alimentícios,


normalmente, adquiridos para o fornecimento a indivíduos
não servidores do Estado (hospitais, asilos, prisões, etc.).

 Roupa e Calçado: engloba roupa e calçado, normalmente,


adquirido para o fornecimento a indivíduos não servidores
do Estado (hospitais, asilos, prisões, etc.). Também engloba
o valor das despesas para adquirir lençóis, fronhas,
cobertores, toalhas de rosto e de mesa e pijamas. Enfim,
tudo o que se relaciona com roupa e tecido para cama,
mesa e cozinha necessários aos hospitais, laboratórios,
prisões, etc.

 Pequenos Equipamentos: engloba encargos com pequenos


equipamentos para os serviços públicos, nomeadamente,
hospitalares tais como película raio X, seringas e afins
destinados à protecção e defesa à saúde publica de todos
os indivíduos não servidores do Estado e normalmente
utilizados nos Hospitais, Centros de Saúde, Postos Sanitários
ou outros.

 Produtos e Pequenos Equipamentos Diversos: rubrica

105
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

residual que engloba despesas diversas com compra de


produtos e outros pequenos equipamentos não
enquadráveis nas rubricas anteriores.

 Outros Aprovisionamentos: engloba despesas com compra


de materiais diversos sujeitos a armazenamento,
nomeadamente, combustíveis, peças de reposição,
materiais diversos, embalagens e vasilhames e material de
oficina.

 Material Militar, de Defesa e de Segurança: engloba as


despesas com a aquisição de material militar, de defesa e
segurança. A dotação orçamental deverá ser feita de
acordo com a relação das necessidades, indicando-se
quantidades, os preços de referência e os valores.

 Trabalhos Realizados por Outras Entidades: engloba as


despesas com os trabalhos necessários ao processo
produtivo próprio, relativamente aos quais se obteve a
cooperação de outras entidades, submetidos a
compromissos formalizados ou a simples acordos. Não
abrange pessoal em regime de prestação de serviços
(profissionais liberais) e que efectua trabalhos de caracter
regular. Normalmente este tipo de subcontratos denomina-
se subempreitadas ou subcontratação.

2.1.3 Fornecimentos e Serviços Externos

12. Engloba todos os encargos do Estado com os fornecimentos e


serviços externos, excluindo-se os custos relacionados com
compra de produtos armazenáveis que se registam no
elemento de despesas anterior. Desagregam-se nas seguintes
rubricas :

Código Designação

106
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

3.03.01.0
0 Água

3.03.02.0
0 Electricidade

3.03.03.0
0 Combustivéis e lubrificantes

3.03.04.0
0 Conservação e manutenção

3.03.05.0
0 Equipamentos de desgaste rápido

3.03.06.0
0 Consumo de secretaria

3.03.07.0
0 Rendas e alugueres

3.03.08.0
0 Representação dos serviços

3.03.09.0
0 Comunicações

3.03.10.0
0 Seguros

3.03.11.0
0 Vigilância e segurança

3.03.12.0
0 Assistência Técnica

3.03.13.0
0 Deslocações e estadias

3.03.14.0
0 Limpeza, higiéne e conforto

3.03.90.0 Outros fornecimentos e serviços


0 externos

107
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

 Água: engloba as despesas com aquisição de água.

 Electricidade: engloba as despesas com o consumo de


electricidade.

 Combustivéis e Lubrificantes: engloba combustíveis para


máquinas, veículos automóveis, aviões, barcos, etc., gás em
garrafas, oxigénio e outros compostos empregados na
produção de força motriz, calor ou luz.

 Conservação e Manutenção: engloba as despesas de


manutenção e conservação dos edifícios públicos, das
máquinas e equipamentos, das viaturas, executadas ou
contratadas através de serviço externo. A dotação
orçamental é feita de acordo com os contratos existentes
ou previstos.

 Equipamentos de Desgaste Rápido: engloba as despesas


com aquisição de equipamentos e utensílios cuja vida útil
não seja superior a um ano, não sujeitos ao
armazenamento.

 Consumo de Secretaria: engloba as despesas com a


aquisição de materiais de consumo corrente de secretaria,
nomeadamente, papéis, impressos, jornais, revistas, lápis,
borracha, clipes, colas, marcadores, disquetes, tintas para
impressoras e fotocopiadoras, etc.

 Rendas e Alugueres: engloba as despesas com as rendas de


terrenos e edifícios e aos alugueres de equipamentos,
automóveis e outros bens imóveis e moveis. Não inclui as
rendas e alugueres de bens em regime de locação
financeira, mas sim as de bens de locação operacional.

 Representação dos Serviços: engloba as despesas com a


representação dos serviços quer efectuadas no pais ou no
estrangeiros, tais como

108
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recepções, participações em congressos ou aquisição de


bens para oferta.

 Comunicações: engloba as despesas com a comunicação,


nomeadamente, com telefones, faxes, telexes, internet,
selos, correios e outras comunicações.

 Seguros: engloba as despesas com os seguros de viaturas,


de equipamentos, de mercadorias, recheios, aviões, etc.,
com excepção dos relativos a custos com o pessoal.

 Vigilância e Segurança: engloba as despesas com a


vigilância e segurança dos edifícios e instalações públicas
feitos por empresas. A dotação orçamental é feita com
base nos contratos existentes ou previstos.

 Assistência Técnica: engloba os custos de serviços técnicos


especializados prestados por outras entidades,
nomeadamente, serviços de auditoria, informática, análise
laboratoriais, trabalhos tipográficos, estudos e pareceres. A
Assistência Técnica é desdobrada em Assistência Técnica
Residente e não Residente.

Assistência Técnica Residente: custo de serviços prestados


por pessoas colectivas ou singulares residentes, ao Estado
ou a favor deste, desde que não estejam ligados à
construção, equipamento ou outras despesas classificáveis
como despesa de capital. Enquadram-se nesses serviços a
realização de estudos, a formação de quadros, a assistência
técnica incluída ou não em projectos de apoio ou reforço
Institucional e financiada pelo exterior a favor do Governo
e a pedido deste. A fonte de financiamento (interna ou
externa) não e revelante para esta classificação. Não
importa, pois, se o financiamento desses serviços é coberto
pelo Governo ou pelo exterior. Um consultor ou assistente
técnico pode residir no pais, mas se

109
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presta serviços enquanto pessoal integrado ou contratado


por uma instituição não residente (uma empresa ou
organismo não residente, organismo internacional,
embaixada , outras instituições) esse serviço deve ser
classificado como serviço prestado por um organismo não
residente.

Assistência Técnica não Residente: a definição anterior é


aplicável a esta rubrica mas com a diferença de os
fornecedores de serviços serem não residentes de acordo
com o conceito anteriormente descrito (ver nota 2).

 Deslocações e Estadias: engloba as despesas com a


alimentação, alojamento e transporte, nomeadamente,
aquisição de bilhetes de passagem, ajudas de custos,
despesas com a concessão de vistos e outras relacionadas
com as viagens e deslocações previstas nos termos da lei.

 Limpeza, Higiéne e Conforto: engloba todas as despesas


com produtos e serviços de limpeza, higiene e conforto nas
instalações do Estado.

 Outros Fornecimentos e Serviços Externos: Rubrica


residual que engloba despesas com outros fornecimentos e
serviços prestados por empresas e entidades externas e que
não sejam enquadráveis nas rubricas anteriores.

2.1.4 Encargos da Dívida

13. Os Encargos da Dívida englobam os juros, as comissões


bancárias e outras despesas decorrentes da contracção ou
utilização de empréstimos recebidos pelo Estado, no país
ou fora dele. Este grupo é constituído pelas seguintes
rubricas.

Código Designação

110
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3.04.01.00 Juros da Dívida

3.04.01.01 - Juros da Dívida Interna

3.04.01.02 - Juros da Dívida Externa

3.04.90.00 Outros Encargos

 Juros da Dívida: engloba os juros resultantes da utilização


de capitais alheios no financiamento das actividades do
Governo.

 Juros da Dívida Interna: despesas com o pagamento dos


juros da divida pública interna.

 Juros da Dívida Externa: despesas com o pagamento dos


juros da divida pública externa.

 Outros Encargos: comissões e outras despesas bancárias


resultantes da contracção ou utilização de empréstimos
contraídos no País e no exterior.

2.1.5. Transferências Correntes

2.1.5.1. Diferença entre Transferências e Subsídios

14. As Transferências são transacções através das quais, neste


caso, o Governo fornece bens, serviços ou activos a um outro
agente ou outro nível do próprio Governo (por exemplo, a
uma instituição autónoma), sem que ele receba qualquer bem
ou serviço desse agente ou beneficiário.

15. As Transferências podem ser em espécie ou em numerário e


subdividem-se em: Transferências Correntes (quando se trata
de bens e serviços correntes) e Transferências de Capital
(quando incide sobre Bens de Capital).

16. Os Subsídios são uma forma de transferência cuja utilização é


condicionada pelo Governo. Importa separar de forma clara

111
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

essas duas transacções, porque os subsídios são equivalentes a


impostos negativos e, assim sendo, constituem uma categoria
de relevância para o cálculo de certos agregados macro-
económicos.

2.1.5.2. Classificação das Transferências

17. As Transferências são classificadas em função de grupos de


agentes económicos que delas beneficiam. Esses grupos de
agentes, por razões metodológicas e de simplificação, são
agrupados em unidades homogéneas que desempenham
funções principais idênticas e são denominadas unidades
institucionais. Estas, por sua vez, são agrupadas em sectores
institucionais. Distinguem-se três sectores institucionais
residentes e um não residente:

 o Governo que também é denominado Administrações


Públicas: compreende os serviços e órgãos públicos de
âmbito central e local, as representações diplomáticas e
outros serviços dependentes desses órgãos sediadas no
exterior. As Administrações Públicas, para além das suas
responsabilidades políticas, têm como função principal a
produção de serviços não comercializáveis à colectividade;

 as instituições sem fins lucrativos, também denominadas


Administrações Privadas: compreendem o conjunto das
instituições que fornecem serviços não comercializáveis à
sociedade, mas o seu financiamento provém basicamente
da contribuição voluntárias dos particulares. Englobam os
partidos políticos, os organismos das confissões religiosas,
as associações não governamentais de cariz social ou
recreativo (associações de profissionais, associações
desportivas, etc.);

 as Famílias: estas são compostas pelos particulares

112
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enquanto consumidores e vendedores da sua força de


trabalho e pelos produtores individuais que não cosntituem
empresas; e

 ao Exterior: que agrupa o conjunto de todos os sectores


institucionais não residentes.

18. É com base nesta organização da economia que as


Transferências e os Subsídios são classificados. Assim, as
Transferências Correntes compõem-se dos seguintes grupos
desagregados:

Código Designação

3.05.01.00 Administrações Públicas

3.05.02.00 Administrações Privadas

3.05.03.00 Famílias

3.05.04.00 Exterior

2.1.5.3 Transferências a Administrações Públicas


19. As Transferências a Admnistrações Públicas são as efectuadas
do Governo para outras instituições ou organismos públicos
que têm como actividade principal o fornecimento de serviços
à colectividade, sem que esta forneça quaisquer
contrapartidas. Essas transferências permitem complementar o
financiamento das despesas para que o cumprimento da
missão fixada a esses organismos seja possível.

20. Numa linguagem mais simples e de acorco com a nossa


realidade, consistem na passagem de fundos do Governo para
certas instituições públicas cujo nível de receitas mostra-se
insuficiente para cobrir as despesas inerentes ao desempenho
da sua actividade. De acordo com as práticas actuais, fazem
parte deste grupo, nomeadamente, as instituições autónomas

113
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e os municípios.

21. As seguintes rubricas integram as Transferências Correntes


para Administrações Públicas:

Código Designação

3.05.01.01 Fundos e Serviços Autónomos

3.05.01.02 Municípios

3.05.01.02 Embaixadas e Serviços


Consulares

3.05.01.90 Outras Transferências

 Fundos e Serviços Autónomos: transferências que o


Governo efectua a favor dos Fundos e Serviços Autónomos.

 Munícipios: transferências que o Governo efectua a favor


dos Municípios. A dotação é feita por cada Munícipio.

 Embaixadas e Serviços Consulares: transferências que o


Governo efectua para cobrir as despesas de funcionamento
das representações diplomáticas sediadas no estrangeiro.

 Outras Transferências: qualquer outro tipo de transferência


não classificável nas rubricas anteriores.

2.1.5.4 Transferências a Administrações Privadas

29. As Transferências a Administrações Privadas são aquelas que o


Governo efectua para instituições sem fins lucrativos que
fornecem serviços não comercializáveis a particulares.
Enquadram-se neste grupo, as transferências aos partidos
políticos, organismos não governamentais, associações e
equipas desportivas, outras associações recreativas, ou de cariz
social, organizações de jovens, mulheres, trabalhadores
(sindicatos), associações profissionais ou de produtores, etc.
Embora estas administrações

114
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sejam, por definição, financiadas por contribuições voluntárias


dos particulares, as transferências permitem complementar os
recursos de que dispõem para que possam cumprir os seus
objectivos nas melhores condições.

30. As Transferências a Administrações Privadas agrupam as


seguintes rubricas:

Código Designação

3.05.02.01 Partidos Políticos

3.05.02.02 Organizações não-


Governamentais

3.05.02.90 Outras

 Partidos Políticos: cobre as transferências aos partidos


políticos de acordo com a legislação em vigor.

 Organizações não-Governamentais: qualquer transferência


a organizações não-governamentais legalamente
constituídas.

 Outras Transferências: englobam transferências a


associações e equipas desportivas, associações recreativas,
ou de cariz social, organizações de jovens, mulheres,
trabalhadores (sindicatos), associações profissionais ou de
produtores, etc.

2.1.5.5 Transferências a Famílias

32. O sector institucional Famílias engloba particulares como


consumidores e fornecedores de mão de obra e os produtores
individuais. Neste grupo de transferências são incluídas as que
se destinam à cobertura de despesas a que incorrem ou são
assumidas pelas famílias devido ao surgimento de certos riscos
ou necessidades ligadas a desastres naturais, calamidades

115
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

naturais, etc.

33. Englobam ainda todos os benefícios pagos pelo Estado na sua


qualidade de empregador aos seus funcionários e familiares
(pensões e outras transferências similares), as despesas que
decorrem do auxílio prestado a crianças, jovens, mulheres,
pessoas idosas, incapacitados e outros grupos vulneráveis ou
em situação de risco, assim como bolsas de estudo (quando
pagas em numerário directamente a uma instituição ou a
alunos), etc. Estas transferências têm como efeito directo o
aumento do rendimento dos beneficiários.

34. São subgrupos deste grupo:

Código Designação

3.05.03.01 Pensões

3.05.03.01.0 - Aposentação
1

3.05.03.01.0 - Sobrevivência
2

3.05.03.01.0 - Reserva
3

3.05.03.01.0 - Regime não-Contributivo


4

3.05.03.02 Bolsas de Estudo

3.05.03.03 Evacuação de Doentes

3.05.03.90 Outras Transferências

35. As Pensões englobam quadtro tipos de pensões:

 Pensões de Aposentação: encargos com o pagamento das


Pensões de Aposentação criadas em conformidade com a
lei.

116
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 Pensões de Sobrevivência: encargos com o pagamento das


Pensões de Sobrevivência criadas em conformidade com a
lei.

 Pensões de Reserva: encargos com o pagamento das


Pensões de Reservas criadas em conformidade com a lei.

 Regime não-Contributivo: despesas com pensões de


regime não contribuitivo contempladas pelo Estado.

36. Bolsas de estudo: englobam as bolsas de estudo pagas pelo


Governo em numerário no país ou no estrangeiro a estudantes
bolseiros, a favor ou por conta do Governo (por exemplo, no
quadro da cooperação internacional).

37. Evacuação de Doentes: transferências para efeitos de


evacuação, dentro do país ou ou para o exterior, de doentes
não servidores do Estado e sem capacidade financeira.

38. As Outras Transferências cobrem as transferências não


classificáveis nas rubricas anteriores em benefício das famílias.

2.1.5.6 Transferências ao Exterior

39. Engloba as Transferências que o Governo efectua para o


exterior, i.e. para não residentes. As contribuições ou quotas
pagas ou a pagar aos organismos internacionais aos quais o
país aderiu, são contabilizadas neste grupo:

Código Designação

3.05.04.01 Organismos Internacionais

3.05.04.90 Outras Transferências

 Organismos Internacionais: contribuições ou quotas a


organismos internacionais (ONU, União Africana e outros).
A dotação é inscrita com base na relação dos organismos e
respectivas quotas a pagar

117
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no exercício económico a que diz respeito o Orçamento do


Estado.

 Outras Transferências: outras transferências para o exterior


não classificáveis na rubrica precedente.

2.1.6 Subsídios

40. Os Subsídios são uma forma de transferência a empresas,


privadas ou públicas, destinadas ao alcance do seu equilíbrio
financeiro ou para que possam praticar níveis de preços de
certos produtos ou serviços básicos, inferiores aos custos de
produção ou de aquisição, nos termos e com base nos
contratos que impõe essa obrigação ao Governo. Tal é o caso,
por exemplo, dos juros bonificados. É indiferente se essas
empresas são produtoras, importadoras ou exerçam
actividades comerciais.

41. Os Subsídios subdividem-se em:

Código Designação

3.06.01.00 Empresas Públicas não Financeiras

3.06.02.00 Empresas Públicas Financeiras

3.06.03.00 Empresas Mistas não Financeiras

3.06.04.00 Empresas Mistas Financeiras

3.06.05.00 Empresas Privadas não Financeiras

3.06.06.00 Empresas Privadas Financeiras

3.06.90.00 Subsidios Diversos

 Empresas Públicas não Financeiras: engloba as


transferências efectuadas a título de indemnização
compensatória a empresas públicas não financeiras, nos
termos e com base nos

118
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contratos que impõe essa obrigação ao Estado. Destinam-


se ao alcance do equilíbrio financeiro das empresas
beneficiárias ou para que possam praticar níveis de preços
de acordo com o estipulado nos referidos contratos.

 Empresas Públicas Financeiras: engloba as transferências


efectuadas a título de indemnização compensatória a
empresas públicas financeiras, nos termos e com base nos
contratos que impõe essa obrigação ao Estado. Os juros
bonificados são aqui classificados.

 Empresas Mistas não Financeiras:a definição apresentada


para Subsídios a Empresas Públicas não Financeiras é
também válida para este caso.

 Empresas Mistas Financeiras: a definição apresentada para


Subsídios a Empresas Públicas Financeiras é também válida
para este caso.

 Empresas Privadas não Financeiras:a definição


apresentada para Subsídios a Empresas Públicas não
Financeiras é também válida para este caso.

 Empresas Privadas Financeiras:a definição apresentada


para Subsídios a Empresas Públicas Financeiras é também
válida para este caso.

 Subsídios Diversos: compreende quaisquer outros subsídios


a favor de agentes económicos que produzem bens e
serviços comercializáveis, não classificáveis nas rubricas
anteriores.

2.1.6 Outras Despesas Correntes

43. Neste grupo devem ser contabilizadas as despesas não


classificáveis nas classificações anteriores.

119
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Código Designação

3.07.01.00 Restituições

3.07.02.00 Impostos e Taxas

3.07.03.00 Indemnizações

3.07.88.00 Dotação Provisional

3.07.89.00 Despesas Extraordinárias

3.07.90.00 Outras Despesas

 Restituições: destina-se à restituição de cobranças feitas


indevidamente aos contribuintes, assim como à cobertura
das respectivas despesas.

 Impostos e Taxas: engloba as despesas que tenham esta


natureza efectuadas pelos serviços públicos.

 Indemnizações: engloba as despesas com as indemnizações


pagas a terceiros.

 Dotação Provisional: dotação orçamental gerida


directamente pelos serviços centrais do Ministério das
Finanças para fazer face a despesas não previstas e
inadiáveis.

 Despesas Extraordinárias: despesas consideradas


extraordinárias face à actividade normal da entidade e que
não são classificáveis na rubrica seguinte.

 Outras Despesas: quaisquer despesas cuja classificação em


outras rubricas seja absolutamente inviável.

2.2 Despesas de Capital

44. As Despesas de Capital são subdivididas nos seguintes


agregados:

120
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Código Designação

4.01.00.00 Imobilizações Corpóreas

4.02.00.00 Imobilizações Incorpóreas

4.03.00.00 Transferências de Capital

4.05.00.00 Outras Despesas de


Capital

2.2.1 Imobilizações Corpóreas


45. As Imobilizações Corpóreas (ou Bens de Capital) compreendem
a aquisição, reconstrução, grande reparação, renovação e
ampliação de bens de capital, i.e., de bens duradouros que são
usados contínua e repetidamente na produção de bens e
serviços, sem que dessa utilização resulte uma alteração
significativa da sua estrutura técnica.

46. De acordo com a classificação das Contas Nacionais, os Bens de


Capital dividem-se em: bens tangíveis e intangíveis. Os bens
intangíveis constituem aqueles que resultam da produção
intelectual (por exemplo, patentes, licenças, programas
informáticos, etc.), enquanto os tangíveis correspondem aos
restantes bens de capital.

47. Os Bens de Capital, tangíveis e intangíveis, são separados em


Bens Novos e Bens Existentes. Por Bens de Capital Novos deve-
se entender todos aqueles que estão a ser adquiridos pela
primeira vez, isto é, que nunca pertenceram ou foram usados
como bens de capital por algum agente económico. Em
contrapartida, os Bens de Capital Existentes são todos os que
pertenceram e foram utilizados anteriormente. Resulta, pois,
que o principal critério de distinção entre Bens de Capital
Novos e Existentes é o da propriedade e do uso (contabilização
anterior como Bem de Capital).

121
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

48. Tendo em conta que o serviço do património do Estado ainda


não possui um sistema aperfeiçoado de registo de aquisições,
não se justifica estruturar, nesta fase, o Classificador
Económico de Despesa Pública de forma a reflectir as divisões
atrás enunciadas. Assim, na expectativa da sua aplicação
futura, são retidas classificações simplificadas relativas aos
Bens de Capital.

49. Importa sublinhar que as despesas com a aquisição de Bens de


Capital devem incluir o preço de compra desses bens e os
custos que o Estado tem de suportar até dispor deles e
começar a usá-los, como por exemplo, fretes ou transporte,
seguros, impostos aduaneiros, imposto sobre o valor
acrescentado e outros impostos indirectos e taxas aplicáveis.
Estes custos devem ser somados ao preço de compra e o
resultado desta soma ser inscrito na rubrica relativa ao
respectivo bem de capital.

50. As Imobilizações Corpóreas compõem-se como segue:

Código Designação

4.01.01.00 Terrenos e Recursos Naturais

4.01.02.00 Redes de Infraestruturas

4.01.03.00 Habitações

4.01.04.00 Edificios

4.01.05.00 Maquinarias e Equipamentos

4.01.06.00 Ferramentas e Utensilios

4.01.07.00 Equipamentos de Carga e Transporte

4.01.08.00 Equipamentos Administrativos e


Mobiliário Diverso

4.01.90.00 Outras Imobilizações Corpóreas

122
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 Terrenos e Recursos Naturais: englobam despesas com


terrenos para construção, propriedades rústicas, plantações de
natureza permanente, pedreiras, etc. Devem ser consideradas
aqui as despesas de desbravamento, movimentação de terras e
drenagem. São ainda registados nesta conta os terrenos
subjacentes a edifícios e outras construções, mesmo que
tenham sido adquiridas em conjunto e sem indicação separada
de valores.

 Redes de Infraestruturas: engloba as despesas com a compra, a


construção, grande reparação de redes e equipamentos
destinados à redes de infraestruturas, nomeadamente, viárias,
rodoviárias, de saneamento, portos e aeroportos.

 Habitações: engloba a compra, a construção e a grande


reparação de edifícios destinados à habitação.

 Edifícios: engloba a compra, a construção e a grande reparação


de edifícios destinados aos edifícios públicos.

 Maquinarias e Equipamentos: engloba a aquisição de


máquinas e equipamentos de acordo com o “Classificador Geral
de Bens Móveis do Estado”, assim como as respectivas grandes
reparações, com os quais se realizam a extracção,
transformação e elaboração dos produtos ou a prestação dos
serviços.

 Equipamentos de Carga e Transporte: engloba as despesas


com aquisição de veículos automóveis para uso de transporte
de pessoas ou de materiais.

 Equipamentos Administrativos e Mobiliário Diverso: engloba


as despesas com aquisição de equipamentos administrativo,
social e mobiliário diversos. Incluem-se as despesas com os
artigos de conforto e decoração (candeeiros, tapetes, alcatifas,
objectos decorativos, etc.); equipamento de cozinha, postos

123
ISCED CURSO: Licenciatura em Administração Pública Disciplina/ Módulo: Contabilidade Publica

médicos, instalações desportivas e culturais, refeitórios,


cantinas e outras instalações.

 Outras Imobilizações Corpóreas: engloba as despesas de


aquisição de outros bens de equipamentos corpóreos não
previstas especificamente nas rubricas anteriores.

2.2.2 Imobilizações Incorpóreas

51. Englobam as despesas com aquisição de bens de capital


intangíveis. Estes são aqueles que resultam da produção
intelectual (por exemplo, patentes, licenças, programas
informáticos, etc.)

52. As Imobilizações Incorpóreas subdividem-se em:

Código Designação

4.02.01.00 Patentes, Marcas e Licenças

4.02.02.00 Estudos, Investigação e


Desenvolvimento

4.02.90.00 Outras Imobilizações Incorpóreas

 Patentes, Marcas e Licenças: engloba as despesas de aquisição


de direitos de propriedade, i.e. de patentes, marcas e licenças.

 Estudos, Investigação e Desenvolvimento: engloba as despesas


de aquisição de estudos nas áreas da investigação e
desenvolvimento (pré-factibilidade, factibilidade, viabilidade
económica, etc) . Os estudos realizados no quadro de
programas, projectos e actividades de reforço institucional (por
exemplo, diagnósticos sectoriais, planos de desenvolvimento,
estratégias sectoriais, balanços de execução, etc.) são devem
ser classificados como Despesas Correntes na conta apropriada.

 Outras Imobilizações Incorpóreas: engloba as despesas de


aquisição de direitos de propriedade, i.e. de patentes, marcas e

124
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licenças.

2.2.3 Transferências de Capital

53. Conforme já foi dito, as Transferências de Capital são aquelas


que o Governo efectua para outros agentes com a finalidade
de aumentar o seu capital ou visando o aumento ou reposição
de bens de capital danificados ou destruídos. A participação do
Estado no capital social de empresas não é considerada uma
transferência, mas o aumento de activos financeiros (ver
Operações Activas).

54. As Transferências de Capital subdividem-se em:

Código Designação

4.03.01.00 Administrações Públicas

4.03.02.00 Administrações Privadas

4.03.90.00 Outras Transferências

Administrações Públicas: são transferências de capital


efectuadas do Governo para outras instituições públicas ou
organismos autónomos que têm como actividade principal o
fornecimento de serviços à colectividade. Else integram as
seguintes rubricas:

Código Designação

4.03.01.0 Fundos e Serviços Autónomos


1

4.03.01.0 Municípios
2

125
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4.03.01.9 Outras Transferências


0

 Fundos e Serviços Autónomos: inclui as Transferências de


Capital que o Governo efectua para os Fundos e Serviços
Autónomos autónomas para efeitos de aquisição, melhoria
ou reposição de Bens de Capital.

 Municípios: englobam as Transferências de Capital que o


Governo efectua para os municípios para efeitos de
aquisição, melhoria ou reposição de Bens de Capital.

 Outras Transferências: referem-se a qualquer outro tipo de


Transferência de Capital não classificável nas rubricas
anteriores.

Administrações Privadas: são transferências de capital


efectuadas do Governo para instituições não governamentais
sem fins lucrativos e que têm como actividade principal o
fornecimento de serviços à colectividade. Eles integram as
seguintes rubricas:

Código Designação

4.03.02.01 Organizações não-


Governamentais

4.03.02.90 Outras Transferências

 Organizações não-Governamentais: inclui as Transferências


de Capital que o Governo efectua para os Fundos e Serviços
Autónomos para efeitos de aquisição, melhoria ou
reposição de Bens de Capital.

 Outras Transferências: referem-se a qualquer outro tipo de


Transferência de Capital não classificável nas rubricas
anteriores.

126
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2.2.3 Outras Despesas de Capital

55. Inclui Impostos e Taxas suportadas pelas entidades


relacionadas com Bens de Capital, uma Dotação Provisional
para fazer face a Despesas de Capital não previstas e que
poderão ocorrer ao longo do exercício, assim como outras
despesas de capital não classificáveis nas rubricas precedentes.
A Dotação Provisional é colocada sob gestão dos serviços
centrais do Ministério das Finanças.

56. Este grupo de despesas engloba as rubricas seguintes:

Código Designação

4.04.01.00 Impostos e Taxas

4.04.02.00 Dotação Provisional

4.04.90.00 Outras Despesas

Fundamentação da criação do Sistema de Administração Financeira


do Estado (SISTAFE)
O SISTAFE estabelece e harmoniza regras e procedimentos de
programação, gestão, execução e controle do erário público, de modo
a permitir o seu uso eficaz e eficiente, bem como produzir a
informação de forma integrada e atempada, concernente à
administração financeira dos órgãos e instituições do Estado Pelo
Decreto nº 17/2002, de 27 de Junho, o Governo aprovou o
Regulamento do Sistema de Administração Financeira do Estado que
teve o mérito de introduzir alterações profundas ao anterior sistema
que era caracterizado por:

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 Dispersão das normas que o disciplinavam;

 Burocracia excessiva;

 Incoerência no seu funcionamento;

 Pobreza de informações indispensáveis a gestão;

 Fraquezas no sistema de controlo;

 Recursos Humanos com baixos níveis de formação;

 Execução por processos manuais, dentre outros.

Com a introdução do novo sistema, conseguiu-se de entre outros:

• Adoptar mecanismos mais modernos de gestão reduzindo a


burocracia desnecessária;

• Adoptar modelos de funcionamento informatizados;

• Introduzir um sistema de controlo interno com padrões geralmente


aceites;

• Elevar o nível de formação dos recursos humanos. Não obstante os


objectivos que nortearam a aprovação do Decreto nº 17/2002, de 27
de Junho, o presente projecto de Decreto assenta na necessidade de
actualização de modo a:

• Conformar o regulamento do SISTAFE com o seu modelo conceptual,


uma vez que este foi concebido depois de o regulamento ser
aprovado;

• Integrar novos classificadores para sua conformação com o modelo


conceptual;

• Introduzir uma visão do sistema integrado da gestão orçamental,


financeira e patrimonial;

• Introduzir três níveis de actuação – supervisão, intermédio e de

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gestão;

• Atender os três níveis mantendo padronizado: o Plano Básico de


Contabilidade Pública (PBCP), o Procedimentos de gestão das finanças
publicas atendendo as especificidades de cada ente, nos termos do
artigo 2 da Lei 9/02 de 12 de Fevereiro, o A introdução de
instrumentos que permitem a transparência na gestão do erário
público e controlo interno dos actos de gestão das finanças publicas;
30/06/2004

• Harmonização do regulamento com a Lei 9/02, 12 de Fevereiro.


Volvidos mais de dois anos sobre a aprovação do Decreto nº 17/2002,
de 27 de Junho, e resultado da aplicação prática do mesmo, torna-se
necessário proceder-se a uma reformulação do mesmo, de modo a
que possa responder cada vez melhor aos desafios de aplicação
encontrados.

REGULAMENTO DO SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO


ESTADO

Âmbito de aplicação

O Regulamento aplica-se a todos os órgãos e instituições do Estado


incluem as autarquias e as empresas do Estado, Para efeitos
Regulamento, são empresas do Estado todas aquelas em que o Estado
detém 100% do capital social.

Objecto

O Regulamento tem por objecto o estabelecimento de um sistema


integrado, uniforme e harmonizado de normas e procedimentos para
a aplicação do Sistema de Administração Financeira do Estado
(SISTAFE) a todos os órgãos e instituições do Estado, respeitando os
limites de autonomia legalmente estabelecidos.

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O Regulamento contém as normas de gestão orçamental, financeira,


patrimonial, contabilística e de controlo interno. Regime financeiro
geral.

Subsistemas do SISTAFE

O SISTAFE compreende os seguintes subsistemas:

a) Subsistema do Orçamento do Estado;

b) Subsistema da Contabilidade Pública;

c) Subsistema do Tesouro Público;

d) Subsistema do Património do Estado; e

e) Subsistema do Controlo Interno.

Autonomia Administrativa e Financeira

A autonomia administrativa e financeira é caracterizada pela


capacidade que um órgão e instituição do Estado têm de realizar, para
além do referido no artigo anterior, a programação financeira com
base nas suas receitas próprias

O regime geral de administração financeira dos órgãos e instituições


do Estado é o de autonomia administrativa caracterizada pela
capacidade que um órgão ou instituição do Estado tem de executar as
fases da receita e da despesa.

Os órgãos e instituições do Estados abrangidos pelo regime financeiro


geral devem: a) Executar as fases da receita tendo como limite mínimo
os montantes fixados nas respectivas tabelas; b) Recolher ao Tesouro
Público toda a receita cobrada; c) Executar as fases da despesa
respeitando o limite máximo fixado nas respectivas tabelas; d) Gerir o
patrimônio posto à sua disposição.

Determinados órgãos ou instituições do Estado poderão beneficiar do

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regime excepcional, de autonomia administrativa e financeira.. Os


órgãos e instituições do Estado dotados de autonomia administrativa e
financeira, não obstante a personalidade jurídica de que dispõem,
ficam obrigados às disposições legais contempladas no presente
Regulamento e em demais legislação.

Requisitos

1. Os órgãos e instituições do Estado só podem dispor de autonomia


administrativa e financeira quando esta se justifique para a sua
adequada gestão e, cumulativamente, as suas receitas próprias
atinjam o mínimo de dois terços das despesas totais.

2. Constituem receitas próprias dos órgãos e instituições do Estado,


para a verificação dos requisitos constantes do número anterior, as
que resultem de pagamentos, por outros órgãos ou instituições do
Estado ou por entidades privadas, por serviços prestados no âmbito
das suas atribuições legais.

3. A concessão do regime excepcional referido no nº 1 do presente


artigo está condicionada ao resultado a apurar nos demonstrativos
contabilísticos do último exercício económico, obtidos através da
escrituração individual de cada órgão ou instituição do Estado no e-
SISTAFE.

4. A falta de cumprimento da realização da receita própria nos termos


referidos no número 1 determina a cessação do regime financeiro
excepcional e a consequente sujeição ao regime financeiro geral a que
se refere o artigo 3 do regulamento.

5. Verificando-se as circunstâncias previstas no número anterior, o


órgão ou instituição do Estado em causa deverá ser considerado nos
limites da respectiva entidade de tutela a partir do exercício seguinte.

6. Os órgãos ou instituições do Estado dotados de autonomia


administrativa e financeira, que recebam subsídios do Orçamento do

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Estado, devem, no pagamento das suas despesas, utilizar em primeiro


lugar as receitas próprias, e só depois, as provenientes do Orçamento
do Estado.

7. As autarquias e empresas do Estado não carecem dos requisitos


fixados no presente artigo, para se manterem no regime excepcional,
uma vez que seu regime é fixado por Lei específica.

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