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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

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FACULDADE DE ECONOMIA
Departamento de Gestão

Licenciatura em Gestão Regime: Pós-laboral

Finanças Publicas

TEMA 1: Finanças Públicas e o papel do Estado

Discente : Hermenegildo Armando Valor Joao

Docentes
Simeão Nhabinde
Arnaldo Nhabinde
Valter Manjate

Maputo, Marco 2021

Exerc. Aplic Tema1 Fin.PublPapelEstado2021. Cursos: Economia, Gestã o, Contabilid. e Finanças


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Múltipla escolha: Escolha a(s) alternativa(s) correcta(s) e sublinhe.

1. Qual das seguintes proposições não diz respeito à análise positiva


a. Uma política de preços subsidiados leva a um excesso de oferta.
b. Se o rendimento mínimo garantido for baixo não haverá diminuição da oferta de
trabalho.
c. Uma política de controlo de rendas é preferível quando as rendas são ajustadas
periodicamente.
d. A subida da taxa de juro vai aumentar os encargo das famílias com endividamento.

2. Segundo critérios de eficiência de Pareto:


a. É possível melhorar o situação de um agente económico sem ser à custa da
diminuição do bem estar de outro agente.
b. Não é possível melhorar o situação de um agente económico sem ser à custa da
diminuição do bem estar de outro agente.
c. Não é possível melhorar o bem-estar de um agente económico à custa da
diminuição do bem estar de outro agente.
d. Não é possível melhorar o situação de um agente económico sem ser à custa da
incremento do bem estar de outro agente.

3. O critério normativo de liberdade (negativa) significa:


a. Que cada indivíduo deve ser livre de fazer aquilo que quer.
b. Que as empresas devem ser livres de realizarem o investimento que quiserem.
c. A ausência de coerção de uma entidade pública (Estado) sobre as escolhas
individuais.
d. A escolha entre sapatos e camisolas não deve ter interferência dos impostos.

4. O aumento das taxas moderadoras nos serviços de urgência hospitalar pode justificar-
se:
a. Apenas por razão de equidade
b. Apenas por razões de eficiência e numa lógica de utilizador pagador.
c. Apenas por razões de encaixe financeiro do Estado.
d. Apenas por razões de justiça distributiva.

5. A função afectação do Estado concretiza-se entre outras medidas com a:


a. Provisão pública de bens de mérito.
b. Tributação progressiva do rendimento.
c. Provisão pública de bens públicos.
d. Tributação de prestações sociais no âmbito da segurança social.

6. A função redistribuição do Estado tem a ver entre outras coisas com a:


a. Provisão pública dos chamados bens de mérito.
b. Regulação das actividades geradoras de externalidades.
c. Provisão pública de bens públicos.
d. Promoção de investimento privado.

7. Qual das seguintes afirmações é falsa:


a. Os defensores do Estado mínimo consideram que o mercado é um processo
justo.
b. Os defensores do Estado de Bem Estar dão sobretudo ênfase à função afectação do
sector público.
c. Os defensores do Estado imperfeito dão ênfase aos fracassos do governo e à
necessidade de controlo.
d. As finanças clássicas advogam que o orçamento do Estado deve ser equilibrado.

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8. A introdução de portagens em estradas com elevado tráfego para além de encaixe
financeiro a medida destina-se a:
a. Liberdade (negativa)
b. Eficiência.
c. Equidade em termos de capacidade de pagar.
d. Igualdade.

9. A noção de que o Estado deve garantir a todos um rendimento mínimo


independentemente do valor da sua propriedade é associados a:
a. Estado mínimo.
b. Estado paternalista.
c. Estado de bem-estar.
d. Estado imperfeito.

10. Rawls considera que a melhoria do bem estar social se verifica necessariamente
quando:
a. Aumenta o rendimento médio da sociedade.
b. Diminui a desigualdade da distribuição de rendimento.
c. Aumenta o bem estar dos que estão pior na sociedade.
d. Aumenta o rendimento mediano da sociedade.

11. Nozick considera que as desigualdades:


a. São todas justas.
b. Que não resultam do roubo, extorsão, etc, são justas.
c. Devem ser corrigidas

12. Fracasso de mercado existe quando:


a. O preço mínimo a que os produtores estão dispostos a vender é superior ao máximo
que os consumidores estão dispostos a pagar.
b. Há oferta do bem, mas não há procura.
c. Há procura do bem, mas não há oferta.
d. Não há procura nem oferta.

13. Existe um conflito entre a eficiência e equidade porque:


a. Não é possível melhoramento de Pareto sem aumentar a desigualdade.
b. A redistribuição de rendimento tende a reduzir os incentivos para um
comportamento eficiente.
c. A eficiência e a equidade são necessariamente objectivos contraditórios.
d. Quem prefere mais equidade não valoriza a eficiência.

14. A provisão pública de um bem público puro em geral não é completamente eficiente
porque:
a. A provisão pública comporta sempre custos superiores à provisão privada.
b. Um bem público puro é aquele em que não há rivalidade no consumo.
c. E difícil conhecer as verdadeiras disposições a pagar por esse bem, logo a
quantidade óptima do bem.
d. Como ninguém paga pelo acesso todos querem consumir mais do que devem.

15. A exclusão verifica-se sempre que.


a. Os direitos de propriedade são privados.
b. Existe uma tecnologia que permite excluir indivíduos do consumo de um bem ou
acesso a um recurso.
c. O consumo só se faz mediante pagamento de um preço.
d. O consumo de um indivíduo afecta o bem-estar de outro indivíduo.

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16. Qual dos seguintes bens não é bem público:
a. Defesa nacional.
b. Iluminação pública
c. Conhecimento científico.
d. Hospitais públicos.

17. O município de Maputo concessionou a uma empresa privada o tratamento do lixo e os


munícipes pagam uma tarifa que cobre os custos de produção. Neste caso está-se
perante:
a. Provisão pública e produção pública.
b. Provisão pública e produção privada.
c. Provisão privada e produção pública.
d. Provisão privada e produção priva.

18. O primeiro teorema fundamental da economia do bem-estar esclarece que:


a. O equilíbrio de mercado é sempre eficiente.
b. Sob certas condições. Mercados competitivos levam a uma afectação de recursos
eficiente.
c. E sempre possível ultrapassar fracassos de mercado.
d. Se o bem-estar de um individuo melhora, então o de outro tem de piorar.

19. Qual das seguintes situações não está associada a um fracasso de mercado:
a. Desigualdade na distribuição de rendimento.
b. Provisão mercantil de bens públicos.
c. Informação completa aos consumidores.
d. Correcção privada de externalidades.

20. A tributação sobre o alcool corresponde a:


a. Subsídio pigouviano que visa corrigir uma externalidade negativa na produção.
b. Um imposto pigouviano que visa corrigir uma externalidade negativa no consumo.
c. Um imposto pigouviano que visa corrigir uma externalidade positiva na produção.
d. Um subsídio Pigouviano que visa corrigir uma externalidade positiva no consumo.

21. Qual é a afirmação verdadeira relativa ao conceito de bem de mérito:


a. É um bem privado cuja provisão pública e compulsiva obedece ao princípio da
soberania do consumidor.
b. É um bem público cuja provisão pública o governo pretende estimular o seu
consumo.
c. É um bem privado cuja provisão pública e compulsiva decorre de uma atitude
paternalista do Estado.
d. É um bem público puro cuja provisão pública e compulsiva respeita a soberania do
consumidor.

22. Na presença do risco moral:


a. O bem-estar dos agentes é inferior ao que seria com informação simétrica.
b. O governo tem sempre maior capacidade de combater o risco moral que os agentes
económicos privados.
c. Há uma relação de agência onde as acções dos agentes não são observadas pelo
principal.
d. O principal tem menos informação que os agentes.

23. Tendo em conta o Teorema de Coase qual das proposições seguintes é verdadeira:
a. Uma clara definição de direitos de propriedade é condição necessária, mas não
suficiente, para internalizar uma externalidade.
b. A intervenção governamental por vezes não é necessária para internalizar uma
externalidade.

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c. Se existirem custos de transacção e obstáculo à negociação, então existe uma
solução eficiente para questões de externalidades.
d. A eficiência é sempre assegurada através da negociação entre as partes envolvidas
na externalidade.

24. Um imposto Pigouviano.


a. Iguala o benefício marginal externo ao nível óptimo da produção inicial.
b. Iguala o custo marginal externo para o nível óptimo de produção.
c. Iguala a diferença entre o benefício marginal social e privado óptimo.
d. Iguala a diferença entre custo marginal privado e externo óptimo.
.
25. O equilíbrio do monopolista é:
a. Eficiente, uma vez os consumidores pagam o bem a um preço elevado do que o
custo marginal.
b. Ineficiente, uma vez os consumidores pagam o bem a um preço elevado do que o
custo marginal.
c. Ineficiente, uma vez os consumidores pagam o bem a um preço baixo do que o
custo marginal.
d. Os consumidores consomem menos do que desejaria com o preço de mercado.

Parte II
Responda as seguintes questões

2.1. Explique qual é a concepção do Estado e tipo de finanças públicas subjacente na


seguinte afirmação “o melhor de todos os planos é gastar pouco e o melhor de todos os
impostos é aquele que for menor” In: Jean Baptiste Say, apud Pereira (2009).
A concepção do Estado subjacente na afirmação dada é o Estado mínimo ou de serviços
que traduz que o papel do estado mínimo é de assegurar as condições necessárias ao bom
funcionamento dos mercados e em particular através da provisão de certos bens públicos e
este era acompanhado pelas finanças públicas clássicas.
Finanças Clássicas (e Estado mínimo)
Despesas: (f. afectação) bens públicos (ex.: diplomacia, defesa, segurança
interna,justiça, infraestruturas).
Receitas: Impostos (não aceitam o recurso à dívida).
Saldo orçamental: equilibrado.
Função das finanças públicas: cobrir as despesas públicas com mínima interferência
nos agentes privaos

2.2. Indicar três medidas de politicas públicas em Moçambique cuja racionalidade


fundamental assenta respectivamente num critério de: a) Eficiência; b) Equidade; c)
Liberdade.
• Eficiência - Para a eficiência temos o exemplo de razoes de eficiência justifica-se que
os responsáveis paguem pelo dano social produzido pela utilização do bem.
• Equidade - Podemos definir por exemplo uma logica de justiça nos princípios de
utilizador-pagador;

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• Liberdade - poemos ter como exemplo a questão do sigilo bancário a liberdade
significa a manutenção de uma esfera privada independente da intervenção coerciva do
estado.

2.3. O nível óptimo de produção de estradas em Moçambique pode ser ultrapassado.


Estando as estradas construídas, mesmo a nível excessivo, ter-se-á que pagar a sua
manutenção de alguma forma de impostos, contribuições ou taxas de utilização.
a) Qual a forma, do ponto de vista teórico, permitiria determinar o nível óptimo de
estradas a construir em Moçambique.
R: sobre ponto de vista teórico a forma que permitiria determinar o nível òptimo de estradas a
construir em Moçambique que seria igual a soma das disposições marginais a pagar com o
custo marginal de produção.
b) Explique as dificuldades de se saber com exactidão qual é esse nível óptimo.
R: As dificuldades de se saber com exactidão qual é esse nível óptimo è pelo facto de que nos
bens públicos na há rivalidade no consumo e também tem a ver com existência dos free-riders.
c) Discuta as formas alternativas que permitiriam encontrar uma resposta
satisfatória ao problema

2.4. Explique as principais diferenças e aspectos comuns dos Estados Mínimo e Bem-estar .
Diferenças
O Estado “mínimo”: a primazia do mercado
Estado “mínimo” ou liberal (nos clássicos):
 Peso reduzido do sector público na economia mista (10-15% do produto)
 Provisão de bens públicos necessários ao bom funcionamento dos mercados
 Direitos de propriedade (deÕnição e manutenção)
 Regulação e protecção jurídica dos contratos
 Infraestruturas
Estado de Bem-estar
A concepção de Estado de Bem-estar parte de uma perspectiva diferente sobre os
mercados:
Se forem competitivos, são um mecanismo poderoso e insubstituível de transmissão de
informação entre agentes económicos (afectação eficiente de recursos).No entanto, não
constituem um processo plena-mente justo, e podem (re)produzir enormes desigualdades,
sobretudo se partirem de uma distri-buição inicial muito desigual dos direitos de
propriedade.

Aspectos comuns

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O papel do Estado é o de assegurar o acesso aos bens primários sociais
(direitos,liberdades e garantias, poderes e oportunidades, rendimento e riqueza),
sobretudo aos mais pobres.

2.5. Num processo de governação podem acontecer certas situações, sendo algumas
consideradas fracassos do governo.
a) Explique o que significa fracassos do governo.
ocorre quando uma intervenção do Estado provoca uma alocação mais ineficiente de bens e
recursos, que não ocorreria sem a intervenção. Da mesma forma, a não intervenção do Estado
numa falha de mercado que resulta numa situação socialmente pior do que a resultante de uma
intervenção é referida como uma falha de Estado passiva (Weimer e Vining, 2004).
b) Quais são as razões de ocorrência desses fracassos do lado da procura?
c) Indique e explique as fontes desses fracassos.

2.6. Explique através de exemplos, em que circunstâncias pode ocorrer o comportamento de


free-riders.
O comportamento de free-riders pode ou correr em seguintes circunstâncias pode acontecer
quando um individuo beneficia-se de um bem sem contribuírem quanto os outros contribuem
para se se beneficiar do mesmo bem público.
2.7. Explique os teoremas que fundamentam a intervenção pública na economia do bem-
estar.
A economia ou teoria do bem-estar assenta numa visão do equilíbrio geral associada ao
conceito de "mão invisível". Este conceito ou teoria, apresentado por Adam Smith, preconiza
que, num contexto de mercado sem qualquer tipo de restrição, a prossecução do interesse
próprio por parte de cada indivíduo resulta no benefício de todos os participantes, como se
uma "mão invisível" zelasse por essa situação. Ao conceito de "mão invisível corresponde" o
teorema fundamental da economia do bem-estar. Por outras palavras, numa situação de
concorrência, o equilíbrio dos mercados constitui um ótimo de Pareto,

Um segundo teorema da economia do bem-estar toma em consideração a questão da equidade


e dos níveis de rendimento dos consumidores. Segundo este teorema, verificando-se
determinados pressupostos, todas as situações de equilíbrio em termos de preferências dos
consumidores são eficientes, independentemente das dotações iniciais de rendimento.

2.8. Explique a racionalidade de intervenção pública na economia do bem-estar.


É um Estado em que o poder organizado é deliberadamente usado num esforço de
modificar o funcionamento das forças de mercado, em pelo menos três direcções:
1. Garantindo aos indivíduos e às famílias um rendimento mínimo independente dovalor
de mercado da sua propriedade.
2. Di minuindo a extensão da insegurança, permitindo aos indivíduos e face a
‘contingências sociais’.
3. Assegurando que a todos os cidadãos, sem distinção de status ou classe, seja
oferecido um certo tipo de serviços sociais

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2.9. Dê o conceito de externalidade. Explique através de exemplos (nacionais) a diferença
entre externalidades negativas e positivas.

As externalidades são então os efeitos das acções de um agente económico sobre outros
agentes económicos, efeitos esses que não são tidos em conta pelo mercado ou sistema de
preços.

As externalidades positivas geram um benefício marginal externo que é o benefício adicional


para todos os agentes económicos beneficiados pela externalidade associado à produção de
mais uma unidade do bem.
As externalidades negativas geram um custo marginal externo que é o custo adicional para
todos os agentes económicos afectados pela externalidade associado à produção de mais uma
unidade do bem.

2.10. Explique a diferença entre imposto Pigouviano e subsídio Pigouviano.


Pigouviano um imposto para corrigir os efeitos de uma externalidade negativa. O seu objectivo
é que os preços de mercado reflictam os custos marginais externos que estão associados à
produção e consumo de certo tipo de bens.

2.11. “O Estado deve envolver-se na correcção das assimetrias na distribuição dos


rendimentos e da riqueza e na promoção activa da igualdade de oportunidades.”
a) Em que concepção de Estado e das finanças públicas esse envolvimento ais
se fundamenta? Justifique.
Finanças Intervencionistas (e Estado de Bem-estar)
Porque É um Estado em que o poder organizado é deliberadamente usado num esforço de
modificar o funcionamento das forças de mercado, em pelo menos três direcções:
1. Garantindo aos indivíduos e às famílias um rendimento mínimo independente do valor de
mercado da sua propriedade.
2. Diminuindo a extensão da insegurança, permitindo aos indivíduos e famílias fazerem
face a ‘contingências sociais’.
3.Assegurando que a todos os cidadãos, sem distinção de status ou classe, sejaoferecido
certo tipo de serviços sociais.

b) Dê exemplos de instrumentos orçamentais que possam utilizar na função de


Musgrave expressa na afirmação.
Olhando para o que o Musgrave expressa na afirmação podemos ter instrumentos orçamentais
como, na função distributiva; faz a redistribuição de rendas realizadas através das
transferências, dos impostos e dos subsídios governamentais, como exemplo é a destinação de
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parte dos recursos provenientes de tributação ao serviço público de saúde, serviço qual é mais
utilizado por indivíduos de menor renda.

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