Você está na página 1de 54

Meio Ambiente,

Desenvolvimento
e Sustentabilidade
Unidade 2
Desenvolvimento e Meio Ambiente
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
GABRIELLA ELDERETI MACHADO
STEPHANIE FREIRE BRITO
AUTORIA
Gabriella Eldereti Machado
Sou licenciada em Química, com uma experiência técnico-
profissional na área de Meio Ambiente de mais de três anos. Pós-graduada
em Educação Ambiental e Educação, sou apaixonada pelo que faço e
adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando
em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a
integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder
ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!

Stephanie Freire Brito


Sou paraibana, formada em Administração pela Universidade
Federal da Paraíba (2016), possuo MBA em Marketing e Inteligência de
Mercado (2018) e Mestrado em Administração pela Universidade Federal
de Campina Grande – UFCG (2021). Atualmente desenvolvo pesquisas
científicas na área de gestão de cidades, indicadores de sustentabilidade,
Smart Cities, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ministro
cursos e palestras na área de negócios e atuo como professora conteudista.
Sou empreendedora, e estou muito satisfeita em poder colaborar com o
seu crescimento profissional através do estudo.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Desenvolvimento ambiental .......................................................................10

Contextualizando o desenvolvimento sustentável.................................................10

O desenvolvimento sustentável olha para o futuro................................................ 15

Economia ambiental no Brasil..................................................................... 21

Contextualização da economia ambiental.................................................................... 21

Os fisiocratas ......................................................................................................................................23

Teoria da renda da terra..............................................................................................................24

Thomas Malthus e a teoria da escassez de alimentos........................................25

Marx e o capital.................................................................................................................................26

Economia sustentável e seus desdobramentos.......................................................27

Economia Ecológica...................................................................................................28

Economia Ambiental .................................................................................................29

Economia Verde ...........................................................................................................29

Valoração ambiental........................................................................................32

A valoração na economia ambiental..................................................................................32

A valoração ambiental na gestão ambiental................................................................37

Instrumentos econômicos para gestão ambiental...........................43

O que vem a ser os instrumentos econômicos de gestão ambiental?....43

Instrumentos econômicos nas normas de proteção.............................................45

Métodos de valoração para compensação ambiental econômica............ 46

Ordenamento jurídico brasileiro para gestão ambiental.................................... 49


Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 7

02
UNIDADE
8 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

INTRODUÇÃO
Você conhece o conceito de desenvolvimento ambiental? Já
ouviu falar sobre economia ecológica? O desenvolvimento ambiental é
sinônimo da definição de desenvolvimento sustentável, ambos possuem
como objetivo suprir as necessidades da população atual, através da
concepção de não comprometer a capacidade do meio ambiente para
as futuras gerações. Ou seja, é a concepção de desenvolvimento que
não esgota os recursos naturais e ambientais. E devido a isso busca
alternativas economicamente sustentáveis para prover os recursos e
proporcionar uma conduta social consciente. Entendeu? Ao longo desta
unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término
desta etapa de estudos:

1. Interpretar a relevância do conceito de Desenvolvimento Ambiental.

2. Explicar os conceitos fundamentais da Economia ambiental.

3. Permear o tema da valoração ambiental.

4. Apontar instrumentos econômicos para gestão ambiental.

Então, preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho! A persistência é o caminho para o êxito, vamos lá!
10 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Desenvolvimento ambiental

OBJETIVO:

O objetivo desta unidade é conhecer as etapas necessárias


para chegar ao estágio de desenvolvimento ambiental e
sustentável. Ao término deste capítulo, você será capaz de
entender como funciona esse modelo de desenvolvimento.
Isso será fundamental para o avanço do seu desempenho
nos capítulos adiante e para a sua formação profissional.
E então, motivado para desenvolver essa competência?
Vamos lá, avante!

Contextualizando o desenvolvimento
sustentável
Iniciaremos esse estudo com um resgate da história dos problemas
ambientais que enfrentamos na atualidade. Temos como ponto inicial a
era da pré-história, onde o Homo Erectus, há 2 milhões de anos, possuía o
modo de vida era baseado na caça, pesca e colheita e de caráter nômade,
sem moradia fixa.

Essa população permanecia na área ocupada até o uso total dos


nutrientes alimentares disponíveis, e quando acabava, saia em busca de outro
local que pudesse oferecer um espaço de sobrevivência. O uso dos recursos
naturais era feito de forma razoável, sem prejuízos ao meio ambiente.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 11

Figura 1 - Homo Erectus

Fonte: Freepik

O marco central de mudança desse paradigma foi o surgimento da


agricultura, proporcionando o desenvolvimento de um habitat não mais
nômade, pois, a partir do plantio, era possível a obtenção de alimentos.

Quando deixam de ser nômades, o espaço é organizado para


a moradia, e, por consequência, se tem o aumento populacional. O
ambiente local era organizado em pequenas comunidades ao redor das
plantações, resultando no que hoje conhecemos como cidades.

Nesse período, para além da agricultura, houve outras mudanças


nas relações sociais, devido ao surgimento das cidades, como também
inovações como o uso do fogo, da roda e da escrita.

É a partir desses acontecimentos que os seres humanos começam a


interferir no meio ambiente com o objetivo de suprir as suas necessidades.
Nesse contexto, ocorrem tanto modificações no ambiente natural, como
também na concepção de cultura, em que o homem percebe que é parte
da natureza.

Posterior ao período descrito acima, temos o desenvolvimento da


concepção de Ecodesenvolvimento, por meio da busca do equilíbrio
ambiental e do uso racional dos recursos. Essa demanda aparece com
maior força nos anos 1970, devido à relação entre meio ambiente e
desenvolvimento.
12 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Nessa ocasião, ocorre o expressivo processo de industrialização


acompanhado com o desenvolvimento tecnológico da agricultura,
seja com maquinários como também com agrotóxicos. A partir do
ecodesenvolvimento, pensava-se em uma forma de minimizar a
degradação ambiental.

O ecodesenvolvimento possui como objetivos centrais a satisfação


das necessidades básicas da população, o sentimento de solidariedade
com as gerações futuras, incentivo a participação das pessoas em prol do
meio ambiente, a preservação dos recursos naturais e do meio ambiente,
a construção de um sistema social com garantia de emprego, segurança
social e respeito às culturas e o fortalecimento da educação ambiental
(PEREIRA & CURI, 2012).

A base do conceito de desenvolvimento sustentável está em


relacionar a mudança do modo de produção e o consumo impulsionado
pelo sistema capitalista, para priorizar um consumo sustentável.
Figura 2 - Consumo sustentável

Fonte: Freepik

Quando a concepção econômica é atrelada a esse conceito, ele


modificou-se, durante a década de 1980, e começou a ser trabalhado o
conceito de desenvolvimento ambientalmente sustentável. Já o conceito
de desenvolvimento sustentável propriamente dito é caracterizado
durante o evento da Conferência Rio92, desenvolvido como um sinônimo
para o conceito de ecodesenvolvimento.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 13

É importante lembrar que o desenvolvimento sustentável é um


termo que conceitua um modelo de desenvolvimento, questionando
o modelo vigente que é o capitalismo. Apesar de a literatura dispor de
muitas definições, a sua aplicação é muito abrangente, devido aos
inúmeros contextos de aplicação e de intervenção que a prática desse
modelo provoca.

Na verdade, podemos afirmar que desenvolvimento sustentável é


um termo essencialmente amplo e multifacetado devido a sua abrangente
aplicação em múltiplos contextos empíricos e científicos. Inicialmente,
o termo integra em sua composição, basicamente, os três pilares do
conhecido triple botton line. Esses pilares compreendem os fatores de
âmbito econômico, social e ambiental, um conceito cunhado por John
Elkington em 1997, originalmente para o contexto empresarial, mas que
rapidamente foi aplicado em outros contextos.

No entanto, com o passar do tempo, o próprio autor revisitou o


seu conceito e comentou sobre o avanço do tripple botton line em se
desmembrar para que considere novas dimensões. Diante disso, novos
registros literários consideram que o modelo de desenvolvimento a ser
utilizado deve integrar dimensões institucionais e de governança, resultando
no envolvimento das empresas e organizações e da sociedade civil nas
atitudes que serão tomadas para alcançar o desenvolvimento sustentável.
Figura 3 - Desenvolvimento sustentável

Fonte: Freepik
14 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Devido às aplicações empíricas e científicas nos mais diversificados


contextos, o desenvolvimento sustentável percorre um processo histórico
de adaptações, dependendo de seu contexto. Como se trata de um
modelo de desenvolvimento que prevê a mudanças de ações no mundo
inteiro, instituições políticas e de governança, terminam por estabelecer
leis e políticas que conduzam a sociedade a um comportamento com
novos teores e objetivos.

Consequentemente, a Constituição Federal, como um recurso


direcionador das políticas e ações em uma nação, passa a adotar a premissa
do desenvolvimento sustentável, como um dispositivo que garante a
preservação do meio ambiente e mantém o mesmo ecologicamente
equilibrado.

A interferência nos recursos naturais e a consequência do


desequilíbrio ecológico é algo que fere o direito de todos, de acordo com
o que está previsto na Constituição Federal, que defende como sendo
bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida.

Diante disso, se faz necessário a elaboração e práticas de normas


e leis que regularizem, fiscalizem, monitorem e punam as ações que
vão de encontro com esse direito. Por esse motivo, o Direito Ambiental
tem a tarefa de estabelecer normas que indiquem como verificar as
necessidades de recursos ambientais, verificando a razoabilidade da
exploração dos recursos naturais, devendo, quando a sua utilização for
desmedida ou desnecessária, negar o uso dos mesmos, ainda que os
bens não sejam escassos (MACHADO, 2003, p. 49)

Veja o que diz Cherni (2002) sobre os apontamentos em relação ao


desenvolvimento sustentável.
O princípio do desenvolvimento sustentável ou sustainable
development, é atualmente assunto obrigatório nas
discussões acerca de políticas de desenvolvimento,
tratando-se de teoria que preconiza a revitalização do
crescimento da economia global de modo a reduzir a
degradação ambiental e a pobreza, posto que os modelos
existentes de desenvolvimento não são sustentáveis
a longo prazo, sendo seu pressuposto a mudança no
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 15

crescimento econômico, para torná-lo menos intensivo e


mais equitativo em seus impactos. (CHERNI, 2002 p.48-49)

Desse modo, prover o desenvolvimento sustentável está relacionado


a garantir e assegurar as necessidades econômicas, sociais e ambientais
comprometidas com a preservação do meio ambiente. Tendo como
concepção clássica sobre o desenvolvimento ambiental sustentável, o
conhecimento do mesmo como aquele com capacidade de atender as
necessidades dos sujeitos sem comprometer as gerações futuras.

Conforme vimos anteriormente, o conceito de desenvolvimento


sustentável surge no ano de 1983, criado pela Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Organização das Nações Unidas
(ONU). Propondo-se a partir desse conceito uma nova forma de economia
e desenvolvimento aliado ao campo ambiental e social, de modo que o
crescimento não prejudicasse as gerações futuras.

O desenvolvimento sustentável olha para o


futuro
Apesar das críticas o principal intuito do desenvolvimento sustentável
não é pensando apenas no agora, mas sim no futuro. Questiona-se que o
modo de viver para sustentar o sistema capitalista é algo destruidor, que
tende a não resistir por muitos anos. O desenvolvimento sustentável propõe,
inclusive, um meio de manter as atividades econômicas funcionando.

IMPORTANTE:

Não esqueça que os princípios defendidos pelo


desenvolvimento sustentável não objetivam impedir o
desenvolvimento econômico, mas sim encontrar um meio
termo, um equilíbrio entre a economia e o meio-ambiente,
por representar a atividade econômica muitas vezes uma
imensurável degradação ambiental (Sanson, 2006).

Para efetivar ações em coerência com esses princípios, em 2015


a Assembleia Geral da ONU institucionaliza um documento, ou uma
16 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

agenda, que pretende representar uma nova maneira coerente de pensar


sobre como questões tão diversas como pobreza, educação e mudança
climática se encaixam.

Esse documento envolve metas econômicas, sociais e ambientais


em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como um “todo
indivisível”. Como objetivos, foram traçados seguindo as políticas nacionais
e as atividades de cooperação internacional para serem concretizados até
2030, dando origem a Agenda Pós-2015. Com isso, temos os seguintes
objetivos:

• Erradicar a pobreza.

• Erradicar a fome.

• Saúde de qualidade.

• Educação de qualidade.

• Igualdade de gênero.

• Água potável e saneamento.

• Energias renováveis e acessíveis.

• Trabalho digno e crescimento econômico.

• Indústrias, inovação e infraestruturas.

• Redução das desigualdades.

• Cidades e comunidades sustentáveis.

• Consumo e produção responsáveis.

• Ação contra a mudança global do clima.

• Vida na água.

• Vida terrestre.

• Paz, justiça e instituições eficazes.

• Parcerias e meios de implementação.


Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 17

Em relação ao desenvolvimento ambiental sustentável no Brasil,


é organizado por meio de documentos e políticas públicas voltadas ao
incentivo dessa prática.

O País foi sede de dois eventos importantes na área ambiental,


os quais foram a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento (Rio-92) e a Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

A partir desses eventos, foram aprovados os seguintes documentos e


acordos: Agenda 21; Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento;
Declaração de Princípios sobre Florestas; Convenções sobre Biodiversidade,
Mudança Climática e Desertificação. Essas ações possuem o intuito de
modificar os padrões de consumo e conscientizar sobre os cuidados e a
preservação ambiental.

Assim, passamos a conhecer algumas iniciativas práticas que


dão retorno efetivo à população e cooperam com o desenvolvimento
sustentável, sendo elas: reciclagem; utilização de fontes de energia
renovável; reflorestamento.

NOTA:

A reciclagem é o processo de conversão de desperdício


em materiais ou produtos de potencial utilidade.

Figura 4 - Reciclagem

Fonte: Freepik
18 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

As energias renováveis são fontes de energia, as quais são geradas


a partir dos processos e recursos naturais que são continuamente
reabastecidos em uma escala de tempo humana. Isso inclui a energia
solar, a energia geotérmica, a energia eólica, a energia das marés, a
energia hídrica, e várias formas de bioenergia.

As fontes de energias renováveis possuem diversas vantagens em


seus usos, pois, através delas, o meio ambiente é menos prejudicado, se
comparadas às fontes convencionais de energia, além de fornecerem a
mesma eficácia das energias não renováveis, que tem como principal fator
negativo o fato de não se renovarem, levando à escassez ou esgotamento,
se usadas de forma exagerada.

Podemos citar como exemplo de fontes de energias não renováveis


os seguintes: petróleo, carvão mineral, gás natural, derivados de
combustíveis fósseis, algumas fontes de energia hídrica (água doce),
urânio, xisto, entre outros.
Figura 5 - Energias renováveis – energia eólica

Fonte: Pixabay

O reflorestamento é a renovação natural ou intencional de florestas


e matas que foram anteriormente esgotadas, devido ao desmatamento.

Outro conceito que emerge dessas iniciativas para o


desenvolvimento sustentável é o de cidade sustentável, no qual coloca
previsões de melhoria na gestão urbana das cidades.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 19

Com isso, para ser considerada sustentável, uma cidade deve


contemplar alguns aspectos como a responsabilidade ambiental,
economia sustentável e incentivo cultural.

Desse modo, temos como objetivo central da cidade sustentável


promover o aproveitamento dos recursos, sem o esgotamento dos
mesmos, preservando e garantindo um futuro ambientalmente sustentável.

A cidade sustentável deve prover de algumas ações, como:

• Destinação correta e reaproveitamento dos resíduos sólidos.

• Abastecimento de água de qualidade.

• Reaproveitamento da água da chuva.

• Uso de fontes de energia renováveis.

• Transporte público de qualidade para a população.

• Cultura e lazer.

Embora atualmente não tenha cidades totalmente sustentáveis, o


que se tem são iniciativas de cidades para chegar a esse status, as quais
são: Zurique na Suíça; Estocolmo na Suécia; Viena na Áustria; Londres na
Inglaterra; Frankfurt, Munique e Hamburgo na Alemanha; Seul na Coreia
do Sul; Praga na República Checa.

No Brasil, temos o exemplo de Curitiba, no Paraná, que possui a


proposta de tornar-se uma cidade sustentável. Essa ideia é desenvolvida
na cidade por meio de um plano diretor municipal, que começou a ser
traçado e colocado em prática nos anos 1970. Como efeito, atualmente,
passou a ser considerada uma cidade sustentável.
20 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

RESUMINDO:

E então? Você gostou dessa primeira competência do


capítulo 2? Esperamos que sim. Agora, só para termos
certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo
deste primeiro capítulo, vamos resumir tudo o que vimos
nele. Primeiramente, você deve ter compreendido sobre
o contexto histórico que envolve o sistema de produção,
crescimento e desenvolvimento no planeta, e como esse
modo de viver pode ter construído as práticas de exploração
natural e de degradação do meio ambiente, inserindo o
homem em um meio natural do capitalismo. Vimos também
que na era do Homo Erectus, há 2 milhões de anos, em que
o modo de vida era baseado na caça, pesca e colheita e de
caráter nômade, sem moradia fixa. A base dessa população
era a utilização dos recursos alimentares disponíveis até seu
fim, e de forma nômade saiam em busca de outro local que
pudesse oferecer um espaço de sobrevivência. Nos anos
1970, estabelece-se a concepção de Ecodesenvolvimento,
por meio da busca do equilíbrio ambiental e do uso
racional dos recursos. A partir do ecodesenvolvimento,
ou desenvolvimento sustentável, pensava-se em uma
forma de minimizar a degradação ambiental. A base do
conceito de ecodesenvolvimento está em relacionar a
mudança do modo de produção e consumo impulsionado
pelo sistema capitalista, para priorizar um consumo
sustentável. O desenvolvimento sustentável, por sua vez,
está relacionado a garantir e assegurar as necessidades
econômicas, sociais e ambientais comprometidas com a
preservação do meio ambiente, mantendo a capacidade
de atender as necessidades dos sujeitos sem comprometer
as gerações futuras. Em relação ao desenvolvimento
ambiental sustentável no Brasil, ele é organizado por meio
de documentos e políticas públicas voltadas ao incentivo
desta prática. O País foi sede de dois eventos importantes
na área ambiental, a saber: a Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e
a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável (Rio+20).
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 21

Economia ambiental no Brasil

OBJETIVO:

Ao término deste novo capítulo você será capaz de


entender os fundamentos, os conceitos e os princípios
norteadores da ecologia. Além desses conhecimentos
basilares, veremos situações cotidianas refletidas na nossa
vida e no mundo através dos princípios ecológicos. Estes
conhecimentos serão fundamentais para o exercício de
sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Vamos lá. Avante!

Contextualização da economia ambiental


O pilar econômico é um dos princípios do desenvolvimento
sustentável, por esse motivo é de suma importância que aprendamos
mais sobre essa dimensão nessa disciplina. Antes de partirmos para
discussões mais profundas sobre esse tema, convém conhecermos um
pouco melhor sobre a definição de economia.

Economia é definida como uma ciência que estuda a forma


como as sociedades utilizam os recursos, a produção de bens com
valor e a distribuição desses bens. Ela é dividida em microeconomia e
macroeconomia.

Diante dessa definição, é preciso pontuar que a microeconomia


estuda o comportamento dos agentes econômicos individuais, empresas
e consumidores, em suas relações mútuas. A macroeconomia, por sua
vez, contempla os estudos do comportamento da economia em análises
de diversas variáveis econômicas globais, como a produção, consumo,
desemprego e inflação.

Além disso, a economia tradicional não tem em seus princípios


considerar qualquer aspecto relacionado ao meio ambiente, no contexto
dos sistemas ecológicos. A sua única função consiste em estudar os fluxos
econômicos e monetários em um sistema fechado, em que o dinheiro
22 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

vai e vem entre produtores e consumidores, entre empresas e indivíduos


(Oliveira, 2017), e isso é tudo!
Figura 6 - Fluxo monetário

Produtores Consumidores

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).

Dentro desse sistema, a mecânica básica da economia não tende a


considerar a raiz e os impactos do meio ambiente, pois essa não é a sua
função. As questões ambientais, ecológicas, os impactos sociais, ficaram
conhecidos, dentro da economia, como uma “externalidade”, de acordo
com Cavalcanti (2010).

As primeiras associações, de modo mais efetivo, entre a economia


e as questões ambientais ocorrem a partir da década de 1970 com a
efetivação do debate ambiental em conferências e convenções a nível
global. Oliveira (2017) afirma que essa associação entre os dois campos de
conhecimento ocorre devido a três fatores:
O primeiro fator se destaca pelo aumento da poluição
em países desenvolvidos, principalmente nos Estados
Unidos e Japão. O segundo está associado ao aumento
no valor do petróleo entre os anos 1973 a 1979, o que
instigou um debate sobre a viabilidade permanente
deste recurso natural. E o terceiro fator, preponderante
desta aproximação entre meio ambiente e economia,
foi o relatório denominado “Os Limites do Crescimento”,
que enfatiza que se o crescimento da população e da
economia se mantivessem, o meio ecológico não teria
condições de continuar a suprir tamanha demanda de
produção e consumo, o que causaria diversos impactos
negativos sociais, ambientais e econômicos. (OLIVEIRA,
2017, p.89)

Os três fatos citados pelo autor, foram fundamentais para que


o tradicional sistema econômico passasse a considerar, no primeiro
momento, as dimensões ambientais na economia e, posteriormente, as
sociais. Dessa forma, nasce a economia ambiental e também a economia
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 23

ecológica. As denominações passaram a variar com o tempo. Após o


surgimento dessas duas novas economias, nasce também a economia
verde. Independentemente da nomenclatura, o intuito principal dessas
três novas economias é envolver a temática ambiental no meio econômico.

O contexto histórico e filosófico sobre a economia como campo


de conhecimento possibilita uma melhor compreensão dos movimentos
que temos hoje. Por esse motivo, veremos adiante algumas correntes
filosóficas em torno dessa discussão e conheceremos um pouco melhor
sobre os grandes nomes que construíram essas teorias. Vamos adiante!

Os fisiocratas
O primeiro contexto econômico a ser estudado é o dos Fisiocratas,
os quais, no século XVIII na França, contribuíram para as ideias sobre
o plano econômico e social ao longo do século XVIII na França. Nesse
século, estavam sendo desenvolvidas as ideias do chamado Iluminismo,
com base nos princípios da liberdade, igualdade, direitos do homem e do
cidadão.

Esses valores deram origem a vertentes políticas que continham


influências do nacionalismo, do socialismo e do liberalismo. Iremos
conhecer como era constituída essa forma de pensamento e agir
econômico.

O significado do conceito de fisiocracia, com base nos gregos, é


relacionada à natureza de governar e colocar ordem, ou seja, governo da
natureza. Os fisiocratas tinham a concepção de economia baseada nas
relações entre natureza e sociedade, e entendiam a economia como uma
ciência da ordem natural.

O principal pensador dessa corrente econômica foi François


Quesnay, o qual estudou as relações da agricultura com as relações
comerciais. Ele utiliza a agricultura como base de seus estudos devido
ao seu entendimento de que havia três classes na sociedade moderna: a
classe agrícola, a de proprietários e a das indústrias. Dentre elas, escolhe
a agrícola, pois em sua concepção é a mais concisa para a análise.
24 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Nesse contexto, os fisiocratas eram a favor e defendiam o direito


à propriedade privada e à liberdade de mercado, sendo base em alguns
países para a doutrina liberal da economia.

Teoria da renda da terra


A Teoria da Renda da Terra foi elaborada por David Ricardo, o qual
analisou a renda da terra partindo de três ideias: 1ª teoria do monopólio;
2ª produtividade; 3ª teoria dos rendimentos decrescentes. A diferença
dele para os demais economistas é o fato de que ele analisa as três
possibilidades juntas.

Explica que a terra, por meio da concepção de renda, é uma parcela


do produto, que é paga ao proprietário pelo seu uso. A teoria de Ricardo
é um dos pilares do modelo de desenvolvimento de uma economia
capitalista.
Figura 7 - David Ricardo

Fonte: Wikimedia Commons

Ricardo propôs essa teoria pelo fato dessas rendas serem desiguais
e possuírem fertilidade natural, por isso, as relações de mercado dos
valores de terras devem ser diferentes. Propõe ainda o entendimento do
conceito de renda da terra mediante o conceito de renda diferencial e
produtividade marginal.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 25

Nesse cenário, a renda é a diferença entre o total produzido


em relação ao que é fabricado na última terra cultivável. A noção de
produtividade tem relação com a fertilidade e a escassez do recurso.
Desse modo, a fertilidade da terra é decrescente, devido à utilização de
terras menos férteis. Ao contrário da escassez que é crescente devido à
oferta (REIS & SANTIN, 2007).

Thomas Malthus e a teoria da escassez de


alimentos
Thomas Malthus era um economista de origem inglesa, sua teoria tem
base no princípio da população, no qual menciona que o número de pessoas
cresce não linear com a produção de alimentos. Pois, a produção crescia de
forma aritmética, e o crescimento populacional de forma alarmante.

Essas teorias são radicais. Nessa perspectiva, as guerras, doenças


e epidemias eram necessárias ao mundo para promoção de uma política
de controle de natalidade. Os estudos eram impulsionados pelo grande
crescimento populacional evidenciado nos anos 1960. Ao longo do período,
houve mudanças demográficas da população de países subdesenvolvidos
para desenvolvidos, agravando problemas de pobreza e desemprego.
Figura 8 - Thomas Malthus

Fonte: Wikimedia Commons


26 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

É a partir dessa teoria que começam a ser pensadas políticas


públicas que trouxessem algumas providências e soluções para o
controle de natalidade por meio do planejamento familiar (FREITAS, 2019).
Isso ocorre com o apoio de instituições financeiras como Banco Mundial e
o Fundo Monetário Internacional.

Marx e o capital
Karl Marx descreve, em seus estudos, as mudanças ocorridas no
século XX e no século XXI. Nesse período, o capital tem uma mutação
no seu processo de valorização, em decorrência do trabalho, pois há o
esvaziamento das fábricas com o processo de automação da indústria.
Figura 9 - Karl Marx

Fonte: Wikimedia Commons

O capitalismo tem suas bases no processo de valorização que


ocorre durante o trabalho. Ou seja, o capitalista, quando compra a força
de trabalho do trabalhador, troca o valor em forma de salário.

O trabalho excedente, em que o tempo de trabalho é superior ao


tempo necessário para produção, tem o nome de mais-valia, no qual o
capitalista lucra (MARX, 1984). Desse modo, o trabalhador produz, mas não
para si, e sim para o capital/capitalista. É, nesse sentido, que a produção
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 27

capitalista se configura como trabalho assalariado, a partir da troca dessa


variável do capital.

Economia sustentável e seus desdobramentos


A Economia dos recursos naturais começa a ser discutida em 1970,
com a inserção dos recursos naturais como escopo principal da teoria
econômica, após o congresso chamado de Clube de Roma. Esse conceito
passa a ser conhecido como economia dos recursos naturais, sendo um
campo da teoria microeconômica que emerge das análises neoclássicas.

IMPORTANTE:

O campo de estudo é oriundo de teorias que tinham


como base as terras agrícolas, recursos minerais,
recursos florestais e da água, ou seja, os recursos naturais
reprodutíveis e os não reprodutíveis, cujo foco principal
está no uso eficiente desses recursos.

Esse ramo da economia analisa os recursos ambientais no seu papel


de matérias-primas e os processos produtivos. Vinculado à abordagem
neoclássica, mantém-se fundamentado no utilitarismo, no individualismo
metodológico e no equilíbrio, realizando, portanto, análises sobre as
formas de “uso ótimo” dos recursos.

Esse sistema possui como critério de avaliação dos recursos


naturais a capacidade de recomposição de um recurso, o qual é extraído
mais rápido do que é reabastecido por processos naturais é um recurso
não renovável, e vice-versa. Desse modo, possui a seguinte classificação:
renováveis ou reprodutíveis - solos, ar, águas, florestas, fauna e flora no
geral; não renováveis, ou exauríveis, esgotáveis ou não reprodutíveis:
minérios e combustíveis.

Essa nova relação entre áreas de conhecimento, estabelecida na


década de 1970, acaba sugerindo alguns questionamentos, como por
exemplo: o que é economia verde, ambiental e ecológica? Quais as
principais características das mesmas? Existe diferença entre elas? Quais
28 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

são as diferenças? Existem semelhanças entre os modelos? Quais? Que


contribuição cada um destes modelos pode trazer para o meio ambiente?
A tabela abaixo pode responder algumas dessas perguntas:
Tabela 1 - Distinções entre os conceitos

Fonte: Oliveira (2017)

Para responder cada uma das perguntas restantes, vejamos os


significados dos conceitos e as características deles, bem como as
semelhanças e diferenças entre os modelos.

Economia Ecológica
A primeira forma de economia que considerou os elementos
ambientais em sua lógica de funcionamento foi denominada por
“economia ecológica”. Essa economia tem suas motivações advindas
da década de 1960, que foi a época em que a problemática ambiental
começou a ganhar notoriedade a nível mundial.

Um grande teórico dessa economia, Georgescu (1971), defende


que a economia tradicional não é um sistema fechado, mas que faz parte
do todo, por isso existe abertura para a integração de novas abordagens.
Essa forma de economia busca estudar a relação não só entre produtor e
consumidor, mas sim entre homem, natureza e economia.

Sobre o modelo de economia ecológica, Oliveira (2017 p. 95)


comenta o seguinte:
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 29

O sistema econômico ecológico leva em conta todos os


custos de produção, não somente os monetários. Também
não acredita que o desenvolvimento econômico irá trazer
soluções para os problemas ambientais e tampouco aceita
a ideia de crescimento infinito da economia. (OLIVEIRA,
2017, p. 95)

A principal contribuição da economia ecológica é demonstrar


que a economia é apenas um sistema dentro de outro muito maior: o
meio ambiente. Além de defender que o modelo econômico praticado
por milênios pode se autodestruir por acabar com a natureza que tanto
necessita para continuar produzindo.

Economia Ambiental
A economia ambiental também é derivada do debate ambiental
que foi intensificado nas décadas de 1960 e 1970. A sua principal
particularidade é considerar, além das questões ambientais, as questões
sociais, no modelo econômico monetário.

De acordo com Pearce e Turner (1995) são necessárias considerar


duas regras da economia ambiental para que o sistema econômico
tradicional continue funcionando: primeiro a utilização de bens naturais
não pode exceder as capacidades dos ecossistemas se renovarem; e
segundo não descartar resíduos além da capacidade do meio ambiente
de assimilação ou deterioração dos materiais não utilizáveis.

A principal contribuição da economia ambiental é olhar para


a questão ambiental de modo monetário, ou seja, valorizar o meio
ambiente não pelas suas qualidades intrínsecas, mas sim pelo seu
possível valor em dinheiro.

Economia Verde
Esse modelo de economia surgiu algum tempo depois dos outros,
mais precisamente foi lançada em meio à crise financeira de 2008 pelo
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), para se
adequar a um plano global coerente com o desenvolvimento sustentável
e erradicação da pobreza.
30 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

De acordo com o PNUMA (2011 p.17) a economia verde é:


... um modelo econômico que resulta em “melhoria do
bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo
tempo em que reduz significativamente riscos ambientais
e escassez ecológica”. Em outras palavras, uma economia
verde tem baixa emissão de carbono, é eficiente em
seu uso de recursos e é socialmente inclusiva. Em uma
economia verde, o crescimento de renda e emprego deve
ser impulsionado por investimentos públicos e privados
que reduzam as emissões de carbono e a poluição,
aumentem a eficiência energética e o uso de recursos
e impeçam a perda da biodiversidade e dos serviços
ecossistêmicos. (PNUMA, 2011, p.17)

O conceito estabelecido pelo PNUMA é respeitado e preservado


por muitos estudiosos e gestores envolvidos com a temática, mas
também passa por muitas críticas. E, além da ligação da economia verde
com o desenvolvimento sustentável, esse modelo se destaca e contribui
com a causa ambiental ao influenciar sobre a preocupação com a melhor
utilização dos bens e recursos ambientais de forma responsável no
processo produtivo.

SAIBA MAIS:

A economia verde é uma realidade para muitas pessoas e


em muitos casos. O contexto histórico e a aplicação desse
modelo econômico podem ser melhor compreendidos
através do vídeo “A história da Agricultura e a Economia
Verde” do canal FarmingFirst. O vídeo demonstra como
podemos alimentar uma população crescente e ainda
proteger o meio ambiente. Para assistir ao vídeo, clique aqui.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 31

RESUMINDO:
Chegamos ao final de mais uma seção desta unidade, na qual
tratamos inicialmente fundamentos, os conceitos e os princípios
norteadores da economia ambiental. Inicialmente, você estudou
sobre o conceito definidor de economia, onde compreendemos
que além de ser uma ciência dividida em microeconomia e
macroeconomia, pode ser compreendida como um sistema
fechado em que o dinheiro vai e vem entre produtores e
consumidores. Além disso, você conheceu os contextos filosófico-
econômicos, onde o primeiro deles, os Fisiocratas contribuíram
para as ideias sobre o plano econômico e social ao longo do século
XVIII na França. Nesse século, foram desenvolvidas as ideias do
chamado Iluminismo, com base nos princípios da liberdade,
igualdade, direitos do homem e do cidadão. Em seguida, vimos
a teoria de David Ricardo analisou a renda da terra, partindo de
três ideias: 1ª teoria do monopólio; 2ª produtividade; 3ª teoria
dos rendimentos decrescentes. A diferença dele para os demais
economistas é o fato de que ele analisa as três possibilidades
juntas. Nesse sentido, ele explica que a terra é concebida por
meio da concepção de renda, em que é uma parcela do produto,
que é paga ao proprietário pelo seu uso. Por outro lado, vimos
que Thomas Malthus, um economista inglês, baseia sua teoria no
princípio da população, mencionando que o número de pessoas
cresce não linear com a produção de alimentos e, por último na
linha das teorias filosofo-econômicas, Karl Marx, que descreve
em seus estudos sobre as mudanças ocorridas no século XX e no
século XXI, onde o capital tem uma mutação no seu processo de
valorização, em decorrência do trabalho, pois há o esvaziamento
das fábricas com o processo de automação da indústria. Essas
correntes teóricas possibilitam entender as novas formas de
economia estabelecidas com a difusão do debate ambiental pelo
mundo. Sabendo que a intensa busca de produção econômica
e monetária provoca danos irreversíveis ao meio ambiente, a
economia passa a desmembrar-se, dando origem, primeiro,
a economia ecológica, que vincula a economia tradicional ao
meio ambiente; em seguida, surge a economia ambiental, com
o princípio de atribuir valor monetário aos bens ambientas, uma
vez que é através do uso deles que se consegue os provimentos
monetários e, por fim, a economia verde, defendendo o uso dos
recursos naturais, porém, de maneira eficiente e responsável,
comprometendo-se a erradicar pobreza, emitir baixo carbono e
cooperar com a sustentabilidade global.
32 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Valoração ambiental

OBJETIVO:

Chegamos a mais uma competência e nela vamos


conhecer mais sobre o processo de atribuição de valor
monetário aos recursos naturais. Além disso, veremos
como o processo da economia ambiental se desenvolve
nesse contexto, apontando seus impactos positivos no
processo de melhoria da problemática ambiental. Então,
vamos aprender mais esta competência? Avante!

A valoração na economia ambiental


Vimos que com a difusão do debate ambiental em níveis globais,
novos modelos econômicos surgiram, dentre eles a economia ambiental,
que consiste em um modelo econômico voltado para a mensuração
de bens do meio ambiente. Esse modelo é favorável ao crescimento
econômico e busca a preservação dos recursos naturais de modo que
eles sirvam para a sustentação da economia.

A transição de um modelo puramente capitalista para um modelo


que considera outras prioridades em seu princípio é algo lento, gradual
e constante. É de suma importância que busquemos compreender mais
sobre essa transição de um modelo para o outro e isso requer amplitude
de temas e aplicações.

Priorizaremos nesse capítulo a temática da valoração aos recursos


do meio ambiente, ou valoração ambiental. Antes de partirmos para
discussões mais profundas sobre esse tema, conheceremos um pouco
melhor de onde vem o termo valoração e o que ele significa.

O processo de valoração é utilizado para designar quanto de valor


existe em um bem ou serviço. De acordo com Dicio (2021) Valoração é
a ação de atribuir valor, o ato de valorar, de determinar a importância, a
qualidade ou o preço de algo.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 33

Diante dessa definição, é preciso pontuar que no contexto ambiental


a valoração não necessariamente significa dizer o quanto custa uma
árvore, em específico, ou quanto custa um animal, ou o preço para poluir
um rio. O conceito de Valoração ambiental pode ser definido como uma
tentativa de estimar o valor monetário do recurso ambiental em relação
aos outros bens e serviços disponíveis na economia tradicional.
Figura 10 - Valoração de bens

Fonte: Pixabay

No entanto, é muito importante relembrar que a valoração ambiental


não deve ser confundida com uma mera conversão monetária dos
recursos ambientais. Embora seja uma área nova da economia ambiental,
tem como objetivo atuar na questão dos preços de mercado para que
uma determinada empresa construa o seu preço dentro do local onde
está, e respeitando-o.

A estratégia da utilização de valores serve para que a população, o


poder público e também as empresas saibam quanto vale este local para
ele permanecer como está, sem que haja a destruição do mesmo. Nesse
conceito, é atribuído um valor aos bens e serviços, assim como ocorre na
economia tradicional.

A atribuição de valores aos recursos naturais é um mecanismo da


economia ambiental, a qual se aproxima mais do pilar econômico do
desenvolvimento sustentável, do que do pilar ecológico, ou ambiental. Em
34 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

uma disputa na busca do equilíbrio entre os pilares do desenvolvimento


sustentável, a economia verde e a economia ecológica se aproximam
um pouco mais, em suas considerações, do pilar ambiental do que a
economia ambiental.

Para entender um pouco melhor as diferenças entre essas


economias, Cavalcanti (2010) ilustra através de uma escala. Observe essa
escala na imagem a seguir:
Figura 11 - Diferenças entre economias

Fonte: Cavalcanti (2010)

Cavalcanti (2010) explica essa escala de diferenças entre as


economias da seguinte forma:
As disciplinas da ecologia e da economia podem ser
colocadas como pontos extremos da escala. A primeira
cuida apenas do mundo da natureza, com exclusão dos
humanos, enquanto a segunda considera exclusivamente
a realidade humana–como o fazem também, de modo
geral, as ciências sociais –, considerando o ecossistema
uma externalidade. Mais próxima da ecologia, um pouco
no centro da escala, vai aparecer a economia ecológica.
À sua direita, aproximando-se da economia, localiza-se a
economia ambiental. Não há nenhum sentido normativo
nessa confrontação. A economia ambiental aplica aos
problemas ecológicos as ferramentas da economia
neoclássica. Olha o meio ambiente, mas seu propósito
é internalizá-lo no cálculo econômico. Ou seja, valorá-
lo monetariamente: dar aos preços a condição de refletir
valores hipotéticos para serviços e funções da natureza. Já
a economia ecológica tem como propósito dizer em que
medida o uso da natureza pode ser feito sustentavelmente.
(CAVALCANTI, 2010, p.60)
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 35

A teoria de que o crescimento econômico sustentável é possível


existe e se alinha com os princípios da valoração ambiental e da economia
ambiental que atua em quatro níveis: nível macroeconômico, nível setorial,
nível microeconômico e nível global. De acordo com Oliveira (2017 p.98-
99) a explicação desses níveis segue a seguinte explicação:

• Nível macroeconômico - Foca na relação desenvolvimento e


meio ambiente, no qual prestigia o desenvolvimento econômico
e social, com a perspectiva também de proteção dos recursos
ambientais. Neste caso, desenvolvimento econômico não implica
somente em crescimento, mas também progresso tecnológico e
aprimoramento do material humano.

• Nível setorial - Aqui são consideradas as relações internacionais,


partindo da visão que as empresas que investem em questões
ambientais são mais competitivas no mercado internacional. Os
investimentos empresariais devem incluir as despesas com a
questão ambiental em suas análises, que devem estar sujeitos às
mesmas regras dos demais investimentos da empresa.

• Nível microeconômico - Enfatiza como as unidades de produção


agem perante o meio ambiente, ou seja, quem causa poluição
paga. As indústrias devem internalizar esses custos e evitar
prejuízos ambientais através de inovações tecnológicas.

• Nível global - Aqui se encontra preocupações com desastres


ambientais. Parte-se da visão que os impactos ambientais
não possuem fronteiras, e questões como mudança climática,
desertificação dos solos, contaminação da água, perda da
biodiversidade são problemáticas que afetam a toda sociedade
com altos custos econômicos.

A valoração é uma técnica alinhada com a filosofia da economia


ambiental, porém, não deve ser vista como uma vilã, e sim como uma
estratégia de adaptação nesse processo de transição dos sistemas de
desenvolvimentos vividos atualmente. Essa atribuição de valores também
deve atuar, de acordo com as questões dos recursos naturais e os
impactos ambientais provocados pelas atividades humanas, buscando
36 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

atuar de forma coerente. Associando algum valor ou valorando recursos


ambientais e naturais, e a partir disso obter o valor econômico ou
monetário.

Esse mecanismo da economia ambiental pode ser usado com


estratégia de minimização de impactos, pois grande parte das decisões
em nossa sociedade são com base em valores monetários. O termo valor
de um bem ou serviço ambiental é a expressão monetária dos benefícios
obtidos de sua provisão do ponto de vista pessoal de cada indivíduo.
O valor de uso é aquele atribuído pelos indivíduos no que diz respeito
à participação numa determinada atividade; isto é, pelo uso atual da
amenidade ambiental.

IMPORTANTE:

Determinar o valor econômico de um recurso ambiental


é estimar o valor monetário deste em relação aos outros
bens e serviços disponíveis na economia. Qualquer que
seja a forma de gestão a ser desenvolvida por governos,
organizações não governamentais, empresas ou mesmo
famílias, o gestor terá que equacionar o problema de alocar
um orçamento financeiro limitado frente a inúmeras opções
de gastos que visam diferentes opções de investimentos
ou de consumo (MOTTA, 1998, p.1).

O valor de opção tem a ver com o valor que se dispõe a pagar


para conservar um determinado recurso ou amenidade ambiental, o
qual poderá vir a ser utilizado no futuro e cuja substituição seria difícil
ou impossível. Dessa forma, o valor de opção expressa também uma
preocupação com as gerações futuras. O valor de existência é quando
os indivíduos obtêm benefícios pelo simples conhecimento de que
determinada amenidade ambiental ou certa espécie existe, sem que haja
a intenção de apreciá-las ou usá-las de alguma forma.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 37

Figura 12 - Sustentabilidade

Fonte: Freepik

Desse modo, a valoração ocorre como resultado de processos


estratégicos de sustentabilidade, que perpassam o desenvolvimento e a
agricultura sustentável, promovendo a interação de sistemas econômicos
e sistemas naturais.

Em suma, a valoração ambiental é o processo de atribuir um preço


em ativos ambientais, às mudanças ocorridas nesses espaços e aos
efeitos que essas alterações oferecem ao bem-estar do homem. Esta
perspectiva está baseada no princípio de que o meio ambiente é um bem
público e os efeitos ambientais são frutos de externalidades produzidas
pela manutenção da economia.

A valoração ambiental na gestão ambiental


A compreensão da intervenção econômica na dimensão ambiental
é explicada por algumas correntes econômicas que vem buscando
desenvolver conceitos, métodos e técnicas com o objetivo de mensurar
os valores econômicos e monetários dos prejuízos causados ao meio
ambiente através da intensa utilização e exploração dos recursos.
38 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Figura 13 - Exploração de recursos naturais

Fonte: Pixabay

Quando falamos em valoração ambiental é preciso ter atenção


sobre um termo bem específico: externalidades. Vamos à sua definição
antes de nos aprofundar um pouco mais nessa explicação:

De acordo com Marta (1999) Externalidade é um termo da economia


ambiental neoclássica que indica custos de degradação ambiental não
pagos por quem o provoca, sendo assim, estes custos são externalidades
econômicas. Geram custos que não podem ser pagos.

Normalmente os custos decorrentes da atividade econômica que


utiliza os recursos naturais afetam pessoas, espécies vegetais e espécies
animais que perdem o acesso ao recurso necessário para o seu bem-
estar, ou até mesmo para a sua sobrevivência. No contexto do meio
ambiente, dificilmente esses custos podem ser compensados.

O resultado disso é a apropriação do capital natural, em que


poucos se beneficiam sem compensar os custos de sua exploração e
destruição. Se pensarmos nas gerações futuras, tal qual a premissa do
desenvolvimento sustentável, iremos perceber que as próximas gerações
herdarão um estoque de capital natural degradado, explorado e destruído,
arcando com os custos deixados pelas gerações anteriores.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 39

Esse cenário indica uma urgência do ponto de vista da gestão das


instituições atuais, seja governamental ou privada, os custos gerados
precisam ser cobrados. Deste ponto de vista, é possível encontrar alguns
mecanismos que induzem o aumento da responsabilidade e atenção
com os recursos naturais que são as políticas econômicas de proteção
ambiental aplicando multas e indenizações, e as leis e normas voltadas
para fiscalização, monitoramento e aplicação de outras penalidades.

IMPORTANTE:

O ordenamento jurídico brasileiro dispõe de normas que


tratam da proteção ambiental. A Constituição Federal de
1988, a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente são
importantes determinações legislativas que viabilizam
a proteção dos recursos naturais e do ecossistema.
No mesmo contexto, o Brasil também possui outras
leis infraconstitucionais que asseguram a proteção do
ecossistema.

Sobre as principais dificuldades da gestão ambiental em relação a


conservação da diversidade biológica, Motta (1998) cita:
Os atuais problemas podem, contudo, ser classificados
em três categorias principais: (i) baixas provisões
orçamentárias face aos altos custos de gerenciamento;
(ii) políticas econômicas indutoras de perdas ambientais;
e (iii) questões de equidade que dificultam o cumprimento
da lei. Assim, é possível afirmar que nós temos uma clara
situação que requer a introdução do critério econômico
na gestão ambiental. Esta noção do papel do critério
econômico está longe de ser inovadora e está cada vez
mais difundida em outros países. (MOTTA, 1998, p.3)

Por outro lado, é necessário observar que o avanço das medidas


de proteção, bem como do debate ambiental passa a se intensificar com
o tempo. Em 1999 o autor conseguia mencionar esses desafios, mas 20
anos depois Santos Gomes et al (2018) apontam o surgimento de políticas
públicas, baseado em penalidades monetárias atuando com o objetivo
40 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

de diminuir os efeitos causados pelas atividades econômicas ao meio


ambiente.

Independentemente da atuação visando livrar-se das penalidades


vigentes na legislação, a gestão ambiental deve aumentar a eficiência
de suas ações sem, necessariamente, a utilização complementar de um
critério econômico. Ou seja, reforçando e investindo em alguns elementos
fundamentais do processo de evolução organizacional: a dimensão
humana, o investimento em melhoria contínua de processos, tecnologias
limpas, e responsabilidade socioambiental.
Figura 14 - Melhoria contínua de processos e tecnologia

Fonte: Pixabay

Além disso, os autores demonstram em seu estudo que o


processo de valoração ambiental ocorre em diversos contextos, mas
ressaltam a importância das práticas de educação ambiental de modo
que as externalidades possam ser compensadas de alguma forma pela
comunidade. Veja o que diz Santos Gomes et al. (2018):
Ficou evidente em todas as pesquisas que a sociedade
apresenta um bom nível de conscientização acerca das
questões ambientais, no entanto recomenda-se que ações
como a prática da educação ambiental seja mais enfatizada,
é importante que tal prática rompa a dimensão a escolar
e atinja a comunidade como um todo. A percepção da
conscientização da sociedade se expressa de forma mais
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 41

nítida quando percebe-se o número relevante de pessoas


dispostas a pagar por bens ou serviços ambientais, tal feito
não significa dizer que os indivíduos que se mostraram
indispostos a pagar não disponha de consciência acerca
das questões ambientais, porém é pertinente afirmar que
ao se dispor a pagar a pessoa passa a possibilitar uma ação
prática, deixando assim a superficialidade do discurso que
também tem um papel fundamental na conservação dos
recursos naturais no entanto é necessário associá-lo a
ações práticas. (SANTOS GOMES et al., 2018, p.193)

O trecho deixa a lição de que os mecanismos econômicos nem


sempre são uma estratégia suficiente para conter a degradação ambiental
e aliar isso aos fatos econômicos não é uma tarefa simples. Enquanto
a dimensão econômica visa expandir seus negócios, fortalecendo o
crescimento econômico, os ambientalistas discutem sobre como isso
pode afetar o Meio Ambiente, e prejudicar pessoas, espécies e cenários
naturais. Ocorre que, a melhor estratégia é pensar em manter os objetivos
de ambos, compatibilizados.
42 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

RESUMINDO:

Chegamos ao fim de mais um capítulo dessa unidade. Até


aqui você vem gostando do que está sendo estudado?
Agora, para garantir que você realmente entendeu o tema
de estudo deste capítulo, vamos resumir mais uma vez
todo o assunto que trabalhamos. Iniciamos o debate com
uma contextualização acerca dos aspectos que envolvem
o processo de valoração no modo econômico e a valoração
no contexto ambiental. Sobre esse aspecto, vimos que a
Valoração Ambiental é uma forma de estímulo ao valor
monetário do recurso ambiental em relação aos outros bens
e serviços disponíveis na economia tradicional. Ressalta-se
que a valoração ambiental não deve ser confundida com
uma mera conversão monetária dos recursos ambientais.
Isso porque ela atua de acordo com as questões dos
recursos naturais e os impactos ambientais provocados
pelas atividades humanas, buscando atuar de forma
coerente. Associando algum valor ou valorando recursos
ambientais e naturais, e a partir disso obter o valor econômico
ou monetário. Temos, então, a valoração monetária que é a
expressão mais corrente desse valor, pois grande parte das
decisões em nossa sociedade são com base em valores
monetários. Vimos também que a valoração ambiental
está intimamente relacionada com a economia ambiental,
uma vez que ambas buscam atribuir valores aos recursos
naturais, embora esse seja um eficiente mecanismo da
gestão ambiental, utilizada para inibir ações de degradação
ambiental decorrentes do processo produtivo para geração
de crescimento econômico. Por fim, conclui-se que o ideal
é buscar o equilíbrio na interação entre o ambiente e os
processos econômicos, já que a economia depende das
características físicas do planeta para se desenvolver.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 43

Instrumentos econômicos para gestão


ambiental

OBJETIVO:

Nesta competência iremos compreender como a aplicação


dos instrumentos econômicos são aplicáveis pela gestão
ambiental para conter processos de degradação do meio
ambiente pelas atividades produtivas. Esse aprendizado
será importante para o desenvolvimento de habilidades
práticas em seu exercício profissional. Vamos aprender
mais esta competência? Avante!

O que vem a ser os instrumentos


econômicos de gestão ambiental?
Nessa etapa dos nossos estudos iremos conhecer os instrumentos
que facilitam o alcance da economia ambiental. Em gestão ambiental a
busca pela melhoria contínua de processos, produtos e recursos levam
ao encontro dos instrumentos econômicos para gestão ambiental, que
se baseiam, basicamente, na ideia de que é possível corrigir algumas
falhas de mercado geradas em decorrência da não consideração dos
custos ambientais e sociais relacionados as decisões de produção e
consumo.

Desse modo, utiliza-se o sistema de agregação da variável ambiental,


relativas à sua produção ou ao seu consumo no preço para designar
elementos que serão passíveis de interferências dos instrumentos
econômicos.

Existem muitos tipos de instrumentos econômicos para gestão


ambiental, com diferentes graus variáveis de sucesso, uma vez que a
implementação de cada um deles requer um contexto e necessidades
adequadas. Esses instrumentos têm sido usados em diversas nações para
decisões que envolvem a temática ambiental.
44 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Para problemas que envolvem questões relativas a poluição


industrial e contextos de problemas nos centros urbanos, esses
instrumentos podem ser classificados em dois tipos principais: os
instrumentos reguladores, ou instrumentos do tipo comando e controle, e
instrumentos de mercado ou instrumentos econômicos (IE).

Alguns recursos de ecoeficiência também são utilizados como


instrumento econômico de gestão ambiental. De acordo com Ruppenthal
(2014):
A ecoeficiência é alcançada através da disponibilização de
bens e serviços a preços competitivos, que satisfaçam as
necessidades humanas e promovam a qualidade de vida.
Ao mesmo tempo, reduz os impactos ao meio ambiente e
a intensidade do uso de recursos ao longo da vida útil do
bem ou serviço, em níveis equivalentes aos da capacidade
de suporte da Terra. (RUPPENTHAL, 2014, p.117)

Podemos citar, de modo prático, o desenvolvimento da ecoeficiência


que é classificado em: recursos renováveis e não renováveis. Desse modo,
os recursos naturais são todos os elementos da natureza, como a luz
solar, a água, o solo, os minérios, o ar, os animais, os vegetais, e que são
utilizados pelo homem com a finalidade de desenvolver as mais variadas
atividades.

Os recursos não renováveis, por sua vez, são aqueles que, uma
vez retirados do ambiente, não podem ser repostos pelo homem, por
exemplo, o petróleo, os minerais e a matéria-prima do vidro.

Os recursos naturais são aqueles que podem ser repostos na


natureza, tal como ocorre quando o homem retira da natureza os vegetais
para sua alimentação, devendo, então, plantar novos vegetais para nova
retirada, sem deixar faltar para a sua alimentação.

Para além dos conceitos iniciais, temos o termo “custo de mão


de obra” entendido como o uso desenfreado do solo, causando assim
o crescimento da malha urbana e o aumento do nível educacional do
trabalhador, devido aos danos causados ao solo que devem ser reparados.
Isso gera uma diminuição do percentual de mais valia, devido aos salários
mais caros, pelos mesmos serviços.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 45

Ainda há o conceito de imagem da empresa, que é entendido como


um dos principais diferenciais de uma empresa, devido a sua relação
com o que se chama de selos verdes, o qual integra os selos ISO (9000,
9001, 14000) que demonstram a qualidade ambiental e produtiva de uma
empresa.

Nesse contexto, temos a importância da fiscalização, por meio de


servidores responsáveis pela preservação ambiental nos mais diversos
órgãos públicos, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), fazendo cumprir as leis e as
normas ambientais de características protetivo-repressivo.

Instrumentos econômicos nas normas de


proteção
A contextualização sobre a relação entre as práticas de ordem
econômica e o desequilíbrio ambiental explicam a causa do cenário
ambiental problemático que estamos lidando atualmente. Esses
problemas podem ser identificados como falhas de mercado, onde o seu
responsável não pode implementar mudanças e correções por iniciativa
própria, por esse motivo, se faz necessária a intervenção do Estado através
de normas específicas de regulação.

Caracterizando os recursos naturais como recursos escassos,


passa a ser possível determinar a estes um valor adequado e,
consequentemente, tratá-los como produtos que podem entrar no fluxo
econômico do mercado. Dessa forma, vem se tornando cada vez mais
frequente e necessário os chamados “serviços ambientais”, o seu processo
de valoração ambiental e remuneração àqueles que os preservam.

A cobrança pelo uso dos recursos, ocorre através dos mecanismos


de normas e regulação, levando à prática o princípio do usuário pagador,
bem como o do poluidor pagador. Essa cobrança ocorre por meio de
impostos e taxas de funcionamento, ou até mesmo multas. O cumprimento
dessa regulação ocorre através do pagamento pelo preço sugerido aos
recursos utilizados para a execução da atividade produtiva.
46 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Quando não ocorre a valoração ambiental do recurso, ocorre o


fenômeno da troca de custos e benefícios, não captadas pelo mercado e
suportada, portanto, por terceiros ou por uma coletividade não beneficiada
pelas atividades utilizadoras de recursos ambientais.

Temos ainda a compreensão de instrumentos econômicos, que são


definidos como aqueles que atuam diretamente nos custos de produção
e consumo dos agentes cujas atividades estejam inseridas nos objetivos
da política em questão.

Como exemplos, têm-se os tributos em geral e os preços públicos,


que podem ser criados, majorados ou reduzidos. As multas, porém, não se
enquadram na categoria dos instrumentos econômicos na medida em que
constituem uma sanção, normalmente, associada ao descumprimento de
instrumentos de controle.

Métodos de valoração para compensação


ambiental econômica
No entanto, as penalidades devem estar baseadas em um valor
econômico do recurso natural, ou seja, em sua valoração ambiental.
Motta (1998) sugere a taxonomia geral do valor econômico do recurso
ambiental, como um meio de determinar o valor do recurso ambiental.
Essa taxonomia pode ser melhor entendida através da tabela a seguir:
Tabela 2 - Taxonomia geral do valor econômico do recurso ambiental

Fonte: Motta (1998 p.12)


Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 47

O autor explica como implementar e utilizar cada um dos valores


econômicos do recurso natural:

• Valor de uso direto (VUD) - É utilizado no momento que se utiliza


de um recurso, por exemplo, visitação à uma ilha com espécies
em extinção, áreas de preservação ou atividade de produção ou
consumo direto.

• Valor de uso indireto (VUI) - É pago pelo uso de forma indireta


dos recursos que desempenham funções ecossistêmicas. Por
exemplo, a proteção do solo e a estabilidade climática decorrente
da preservação das florestas.

• Valor de opção (VO) - Um valor pago para conservar recursos


naturais que possa ser usado no futuro próximo e cuja preservação
pode ser ameaçada. Esse valor expressa uma preocupação com
as gerações futuras. Podemos citar como exemplo, o benefício
advindo de fármacos desenvolvidos com base plantas de florestas
tropicais ainda não conhecidas.

• Valor de existência (VE) - Um valor atribuído pela sua existência,


independente do uso presente ou futuro. Esse valor está atribuído
à uma posição moral, cultural, ética ou altruística em relação aos
direitos de existência de espécies não-humanas ou preservação
de outras riquezas naturais, mesmo que estas não representem
uso atual ou futuro para o indivíduo.

Sobre a adequação e os critérios de escolha para os métodos


adequados no processo de valoração através da gestão ambiental, Lima
(2018 p.157) comenta:
Por conseguinte, de acordo com Motta (1997), os métodos
de valoração econômica de recursos ambientais devem
ser avaliados pelo gestor ambiental de acordo com, os
limites dos valores estimados e o grau de validade de suas
mensurações para o fim desejado, sendo que a adoção
de cada método dependerá do objetivo da valoração,
das hipóteses assumidas, da disponibilidade de dados e
conhecimento da dinâmica ecológica do objeto que está
sendo valorado. (LIMA, 2018, p.157)

Porém, os métodos para valoração ambiental não se resumem


a esses quatro indicados por Motta em 1998. Lima (2018 p157-158)
48 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

acrescenta seis métodos de a serem utilizados em outros contextos,


são eles: Método de Valoração Contingente (MVC), Método de Custo
Viagem (MCV), Método de Preços Hedônicos (MPH), Método Dose-
Resposta (MDR), Método de Custo de Reposição (MCR), Método Custos
Evitados (MCE).

• Método de Valoração Contingente (MVC): considera a preferência


que os indivíduos atribuem aos diferentes tipos de bens ou
serviços ambientais e o quanto estariam dispostos a pagar pela
sua utilização.

• Método de Custo Viagem (MCV): utiliza como parâmetro o


valor que um bem ambiental adquire em um mercado voltado
a recreação e ao turismo. A monetização será feita a partir dos
gastos na conservação do bem para o usufruto dos indivíduos,
considerando ainda a localização do mesmo e as características
socioeconômicas do visitante.

• Método de Preços Hedônicos (MPH): faz a mensuração do


valor a partir do preço implícito que o bem ambiental possui no
mercado conjuntamente com o valor de seus atributos, as suas
características peculiares que o individualizam perante os demais
bens ambientais.

• Método Dose-Resposta (MDR): considera o bem ambiental


como um fator de produção e por isso procura estabelecer um
relacionamento entre variáveis que retratam a qualidade ambiental
e o nível do produto de mercado em termos de quantidade e de
qualidade, eventuais mudanças na qualidade ambiental podem
ocasionar alterações no custo da produção e consequentemente
no produto.

• Método de Custo de Reposição (MCR): a valoração do recurso


ambiental será calculada através dos valores necessários para
repor ou reparar o dano causado pela atividade empresarial.

• Método Custos Evitados (MCE): aplica-se aos bens utilizados


como substitutos ou complementares de determinado bem
ambiental, tendo em vista que as características do bem original
não oferecem segurança a saúde ou ao bem-estar humano.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 49

É importante ressaltar que cada método possui seus pontos fortes


e seus pontos fracos e que a escolha correta dependerá dos critérios
utilizados pelo gestor ambiental, de acordo com as compatibilidades de
cada modelo.

Ordenamento jurídico brasileiro para


gestão ambiental
A Constituição Federal de 1988 dedica um capítulo exclusivo
para tratar apenas sobre o meio ambiente, integrando o direito ao meio
ambiental ecologicamente equilibrado ao status de direito fundamental.
Veja o que diz o art. 225 da Carta Magna:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações. (BRASIL, 2008)

Além disso, o art. 225 menciona diretrizes específicas para o direito


ambiental. Porém, a abordagem ambiental da Constituição Federal não
fica restrita a esse artigo, uma vez que é tratada em diversos momentos
da Carta, atribuições direcionadas à proteção e defesa do meio ambiente,
com o objeto final do direito ambiental e a garantia da vida humana em
perfeita harmonia com o ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida.

Em concordância com a definição de desenvolvimento sustentável


que prioriza a atenção com as gerações presentes e futuras, as menções
da constituição retratam que o dever de preservar os recursos naturais
para a atual e para as futuras gerações cabe à sociedade e ao Poder
Público, tendo em vista que o meio ambiente é um bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida (Lima, 2018).

No Brasil existem uma Lei específica para Crimes Ambientais. Ainda


sobre o ordenamento jurídico brasileiro para crimes ambientais, Lima
(2018) faz o seguinte comentário:
Também merece destaque a Lei de Crimes Ambientais -Lei
n. 9.605/1998. As penas previstas nesta Lei são aplicadas
conforme a gravidade da infração, assim, quanto mais
reprovável a conduta, mais severa a punição, podendo ser
50 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

privativa de liberdade, em que o sujeito condenado deverá


cumprir sua pena em regime penitenciário ou restritiva
de direitos, cujas penalidades podem ser a prestação
de serviços à comunidade, a interdição temporária
de direitos, a suspensão de atividades, a prestação
pecuniária, o recolhimento domiciliar ou multas aplicadas
ao sujeito infrator em substituição à pena privativa de
liberdade. Destarte, a farta legislação em favor do meio
ambiente, os princípios ambientais desempenham um
papel fundamental na interpretação e aplicação destas
leis, muito embora não haja no direito ambiental brasileiro
um consenso sobre os seus princípios, variando conforme
entendimento de cada doutrinador. (LIMA, 2018, p. 151-152)

Os cuidados com os recursos ambientais não devem acontecer


apenas sob ações corretivas, e sim preventivas. As ações de prevenção
são mais eficazes e estão mencionadas como um preceito fundamental
no direito ambiental, pois a maioria dos danos ambientais são irreparáveis
e irreversíveis. De acordo com o Princípio 15, da Declaração do Rio sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992:
Para proteger o meio ambiente medidas de precaução
devem ser largamente aplicadas pelos Estados segundo
suas capacidades. Em caso de risco de danos graves ou
irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não
deve servir de pretexto para procrastinar a adoção de
medidas efetivas visando a prevenir a degradação do meio
ambiente. (BRASIL, 2008)

A adoção de mecanismos econômicos para alertar e punir os seus


usuários de modo que valorizem os recursos e serviços ambientais serão
uma boa estratégia para a conservação, porém, não será o suficiente.
A atenção da humanidade aos processos mais limpos, consumo mais
consciente e práticas de educação ambiental também serão eficazes
nesse contexto, a curto e longo prazo.

SAIBA MAIS:

Para fixar o conteúdo recomendamos um caso real de


imprudência das atividades econômicas que causaram
grandes prejuízos ambientais e à vida humana no Brasil.
No vídeo intitulado “Brumadinho: 8 funcionários da Vale
são presos”, você poderá verificar a penalidade das leis
ambientais no Brasil. Assista ao vídeo clicando aqui.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 51

RESUMINDO:
E então, gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Iniciamos o capítulo
contextualizando o uso dos instrumentos econômicos de
gestão ambiental e os recursos de ecoeficiência como
meios para a competitividade empresarial. Além disso, você
deve ter aprendido que os recursos não renováveis, por sua
vez, são aqueles que, uma vez retirados do ambiente, não
podem ser repostos pelo homem. Em seguida, trabalhamos
o conceito dos instrumentos econômicos nas normas de
proteção, verificando a intervenção dos os chamados
‘serviços ambientais’, o seu processo de valoração ambiental
e de cobrança pelo uso dos recursos levando à prática do
princípio do usuário pagador, bem como o do poluidor
pagador. Os instrumentos econômicos são definidos como
aqueles que atuam diretamente nos custos de produção
e consumo dos agentes, cujas atividades devem estar
inseridas nos objetivos da política em questão. Os exemplos
são os tributos em geral e os preços públicos, que podem
ser criados, majorados ou reduzidos. As multas, porém, não
se enquadram na categoria dos instrumentos econômicos
na medida em que constituem uma sanção, normalmente,
associada ao descumprimento de instrumentos de controle.
No entanto, as penalidades devem estar baseadas em
um valor econômico do recurso natural, ou seja, em sua
valoração ambiental, para isso foram apresentados os
tipos de valor econômico ambiental, que são: Valor de uso
direto (VUD); Valor de uso indireto (VUI); Valor de opção
(VO); Valor de existência (VE); e os métodos de valoração
ambiental, que são: Método de Valoração Contingente
(MVC), Método de Custo Viagem (MCV), Método de Preços
Hedônicos (MPH), Método Dose-Resposta (MDR), Método
de Custo de Reposição (MCR),Método Custos Evitados
(MCE). Finalizamos o capítulo e a unidade 3 mencionando
e comentando trechos do ordenamento jurídico brasileiro
para gestão ambiental, compreendendo normas e regras
que visam a preservação, prevenção de danos e a atenção
às gerações futuras.
52 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade

REFERÊNCIAS
CAVALCANTI, C. Concepções da economia ecológica: suas
relações com a economia dominante e a economia ambiental. Revista
Estudos Avançados, v. 24, n. 68, p. 53-68, 2010.

CHERNI, J. A. Economic Growth versus the Environment: The Politics


of Wealth, Health and Air Pollution. Great Britain: Palgrave, 2002.

LIMA, J.L. A valoração econômica ambiental no Brasil. Revista


Diálogos: Economia e Sociedade v. 2, n. 1, p. 147-163, 2018.

MACHADO, P.A.L. Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo: Malheiros


Editores Ltda., 2003.

MARTA, J.M.C. Externalidades: uma resenha. Revista de Estudos


Sociais, v. 1, n. 2, p. 17-26, 1999.

MARX, K. O Capital: crítica da economia política. São Paulo: Abril


Cultural, 1984.

MERQUIOR, J. G. O Liberalismo: antigo e moderno. São Paulo:


Realizações, 2014.

MOTTA, R.S. Manual para valoração econômica de recursos


ambientais. IPEA/MMA/PNUD/CNPq, 1998.

OLIVEIRA, E. Economia verde, economia ecológica e economia


ambiental: uma revisão. Revista Meio Ambiente e Sustentabilidade, v.
13, n. 6, 2017.

PEARCE, D; TURNER, R. Economía de los Recursos Naturales y del


MedioAmbiente. Madri: Celeste,1995.

PEREIRA, S. S.; CURI, R. C. Meio Ambiente, Impacto Ambiental e


Desenvolvimento Sustentável: Conceituações Teóricas sobre o Despertar
da Consciência Ambiental. REUNIR – Revista de Administração,
Contabilidade e Sustentabilidade. vol. 2, no 4, p.35-57, Set-Dez/2012.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 53

REIS, A.; SANTIN, M. F. C. de L. A teoria da renda da terra Ricardiana:


um marco unificador entre as economias da poluição e dos recursos
naturais. Perspectiva Econômica. v.3, n, 2: 65 - 81, jul./dez. 2007.

RUPPENTHAL, J.E. Gestão ambiental. Santa Maria: Rede E-Tec


Brasil, 2014.

SANSON, A. O princípio do desenvolvimento sustentável como


limitação do poder econômico. Revista JurisFIB, v. 1, n. 1, 2011.

SANTOS GOMES, A. et al. Valoração ambiental: uma ampla


abordagem. Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais, v. 9, n. 5,
p. 188-195, 2018.

Você também pode gostar