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Unidade 2
Estudo das Amebas e Parasitas Balantidium
Coli, Plasmodium e Leishmania
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
RAFAELA CRISTINA DE SOUZA DUARTE
AUTORIA
Rafaela Cristina de Souza Duarte
Olá. Meu nome é Rafaela Cristina de Souza Duarte. Sou formada
em Ciências Biológicas, tenho mestrado em Ecologia e Conservação e
Doutorado em Ciências Biológicas com habilitação em Zoologia, com uma
experiência técnico-profissional na área de invertebrados marinhos de
mais de 10 anos. Passei por Instituições, como a Universidade Estadual da
Paraíba, Universidade Federal da Paraíba e Laboratório de Biologia marinha,
nas quais desenvolvi atividade de pesquisa, ensino e extensão nas áreas
de Zoologia e Ecologia de invertebrados. Sou apaixonado pelo que faço e
adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em
suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar
seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar
você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:
INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;
NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Estudo das amebas de importância parasitológica humana ....... 12
Classificação geral das amebas............................................................................................ 12
Ciclo de vida........................................................................................................................................ 15
Transmissão.......................................................................................................................................... 17
Diagnóstico........................................................................................................................................... 19
Epidemiologia.................................................................................................................................... 20
Profilaxia ................................................................................................................................................ 20
Tratamento ........................................................................................................................................... 21
Ciclo de vida........................................................................................................................................25
Transmissão..........................................................................................................................................27
Diagnóstico...........................................................................................................................................28
Epidemiologia.....................................................................................................................................28
Profilaxia..................................................................................................................................................29
Tratamento........................................................................................................................................... 30
Ciclo de vida........................................................................................................................................34
Transmissão......................................................................................................................................... 36
Diagnóstico...........................................................................................................................................37
Epidemiologia.................................................................................................................................... 38
Profilaxia................................................................................................................................................. 38
Tratamento........................................................................................................................................... 39
Ciclo de vida........................................................................................................................................42
Transmissão..........................................................................................................................................44
Diagnóstico...........................................................................................................................................45
Epidemiologia.....................................................................................................................................47
Profilaxia................................................................................................................................................. 48
Tratamento........................................................................................................................................... 48
Parasitologia Geral 9
02
UNIDADE
10 Parasitologia Geral
INTRODUÇÃO
Olá, querido estudante! Você está pronto para continuarmos
nossos estudos sobre as parasitoses que mais acometem humanos? Aqui
abordaremos mais algumas doenças causadas por organismos parasitas
do grupo dos protozoários. Veremos que cada parasita apresenta
estratégias específicas para desenvolver uma relação parasitária com seu
hospedeiro, no interior do qual desenvolve suas atividades metabólicas
vitais. É necessário compreendermos também como essa doença é
disseminada, levando em consideração o ciclo de vida de seu agente
causador no interior de seus hospedeiros. Além disso, discutiremos acerca
de fatores epidemiológicos das doenças, sua possível endemia, os fatores
ambientais e sociais que podem provocar sua maior ou menor incidência
e de um modo detalhado iremos apresentar protocolos específicos de
diagnóstico e tratamento dessas doenças.
Parasitologia Geral 11
OBJETIVOS
Olá! Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:
Fonte: Imagens das formas de trofozoítos adaptado dos trabalhos de Fotedar et al. (2007)
pg. 514 e imagens das formas de cistos Tchinda et al. (2015) pg.31.
Ciclo de vida
A Entamoeba histolytica é o agente causador da doença chamada de
Amebíase. Esse parasita apresenta um tipo monóxeno de ciclo biológico,
que é direto e bem simples. Nesse tipo de ciclo não há hospedeiros
intermediários. A infecção se dá por via oral, pela ingestão do cisto por
parte do ser humano, presente em água ou alimentos contaminados.
Transmissão
A infecção do hospedeiro por esse parasita se dá por via oral
através da ingestão de cistos maduros, presentes em alimentos líquidos
ou sólidos contaminados com fezes. Estes cistos podem ser transmitidos
através de alguns mecanismos, tais como:
Por tudo isso, é importante que você caro estudante perceba que
as medidas citadas acima, podem ser de fundamental importância para
evitar a disseminação da doença intestinal Amebíase.
Diagnóstico
Devido à semelhança da sua sintomatologia como a outras doenças,
o diagnóstico clínico da amebíase nem sempre é claro, por isso ele só
pode ser considerado definitivo pelo encontro de parasitas nas fezes.
Para os casos hepáticos ou localizados em outros órgãos, é importante
a realização de raios X, cintilografia, ultrassonografia e tomografia
computadorizada.
Epidemiologia
A incidência dessa doença é variável no mundo, podendo estar
relacionada a precárias condições de higiene, educação sanitária
e alimentação dos povos em países subdesenvolvidos. No Brasil, a
prevalência dessa doença também está relacionada a questões sanitárias
precárias. Alguns aspectos devem ser considerados na epidemiologia
dessa parasitose, de acordo com Rocha (2013):
Profilaxia
Consiste em medidas de prevenção para evitar a infecção por
essa doença parasitária, tendo em vista as formas de transmissão e a
epidemiologia da doença:
Vale destacar ainda, que a vacina contra esse parasita já tem sido
testada em cobaias, e, portanto, continuam e fase de teste.
Tratamento
Seguindo protocolos descritos por Neves (2002), os medicamentos
utilizados no tratamento da amebíase podem ser divididos em três grupos:
RESUMINDO:
SAIBA MAIS:
Ciclo de vida
Esse parasita habita o intestino grosso de seu hospedeiro. Ele não
é capaz de penetrar nas mucosas intestinais quando essas estiverem se
nenhum ferimento anterior. Porém, quando as mesmas estão lesionadas ele
é capaz de se instalar e desenvolver sua patogenicidade, desenvolvendo
no ser humano uma doença chamada de Balantidíase. Animais como
suínos, cães e macacos podem ser considerados potenciais reservatórios
dessa espécie na natureza.
26 Parasitologia Geral
SAIBA MAIS:
Transmissão
A Transmissão da Balantidíase se dá pela ingestão das formas
císticas do Balantidium coli presentes em alimentos ou água contaminada,
ou ainda, por contato direto com hospedeiros infectados com estes cistos
e depois levando as mãos a boca.
Diagnóstico
O diagnóstico clínico é difícil de ser realizado, uma vez que a
semelhança com a sintomatologia da colite amebiana e outras parasitoses
intestinais é grande.
Epidemiologia
A Balantidíase configura-se como uma doença cosmopolita, pois
já foi registrado e várias partes do mundo. Estudos epidemiológicos
comprovam baixa incidência na população, porém, surtos são registrados
em locais onde existem aglomerados de pessoas e condições precárias
de higiene como prisões e orfanatos. Uma vez que os suínos podem
ser considerados potenciais reservatórios naturais dos parasitas, há um
alto registro de casos em humanos que têm contato com estes animais
como criadores, comerciantes e abatedores de suínos. A transmissão
por trofozoítos é mais rara, tendo em vista a sensibilidade dessas formas
morfológicas a exposição ao meio externo, na maioria das vezes a infecção
se dá pelos cistos, que podem resistir no meio em um período de até
cinco semanas, quando no interior de fezes úmidas.
Parasitologia Geral 29
Profilaxia
Em vista de conhecimentos epidemiológicos ainda insuficientes
sobre esta doença e sua semelhança com a amebíase, sua profilaxia
limita-se aquelas utilizadas para a amebíase, como:
IMPORTANTE:
Tratamento
Na maioria das vezes, os casos assintomáticos evoluem para uma
cura espontânea. Porém, nas formas mais graves pode haver hemorragias,
perfurações intestinais e desidratação, levando o paciente inclusive a
morte. Os fármacos utilizados no tratamento são:
A adoção de uma dieta láctea por alguns dias, pode ser eficiente na
eliminação do B. coli do organismo humano, em casos mais brandos da
doença. A seguir será apresentado um caso clínico encontrado do livro de
Rocha (2013):
IMPORTANTE:
RESUMINDO:
Ciclo de vida
O ciclo de vida desses indivíduos é heteróxeno, ou seja, se
desenvolve com a presença de mais de um hospedeiro. Sendo um deles o
mosquito do gênero Anopheles, que atua como hospedeiro intermediário.
O habitat do parasita varia de acordo como a fase do ciclo de vida dele
no hospedeiro. No homem, eles circulam na corrente sanguínea, nos
hepatócitos e eritrócitos (fase assexuada); já no interior dos insetos eles
desenvolvem-se na hemolinfa e nas glândulas salivares (fase sexuada).
Transmissão
A Transmissão dessa doença se dá por meio da picada da fêmea do
mosquito do gênero Anopheles contendo formas infectantes dos parasitas
em suas glândulas salivares. Primatas não-humanos podem atuar como
reservatórios desses parasitas. Apesar de raro, pode ocorrer a transmissão
por meio de transfusão sanguínea.
Diagnóstico
O diagnóstico clínico deve levar primeiramente em consideração
se o paciente reside ou estiver em alguma área endêmica ou se recebeu
transfusões sanguíneas recentemente, depois disso, deve-se investigar
alguns sintomas como febre intermitente e anemia.
Epidemiologia
Segundo Rocha (2013), a malária afeta mais de 300 milhões no
mundo anualmente, sendo a principal parasitose em áreas tropicais e
subtropicais. Pode ser considerada endêmica em alguns lugares devido
a incidência constante de casos no decorrer de muitos anos. Existem
diversos níveis de endemicidade determinados por fatores que interferem
na transmissão da doença, dentre os fatores estão:
SAIBA MAIS:
Profilaxia
Pra Neves (2002), a profilaxia desta doença pode ser dar em dois
níveis:
INDIVIDUAL
QUIMIOPROFILAXIA
MEDIDAS COLETIVAS
Tratamento
Para um tratamento eficaz é necessário um diagnóstico correto da
doença, identificando em que fase do ciclo de vida o parasita se encontra,
para uma maior eficácia dos medicamentos antimaláricos. Caso o paciente
apresente vômito a medicação deve ser administrada por via venosa.
RESUMINDO:
Leishmania
Cutânea e Cutânea e
Mucocutânea Visceral Mucocutânea
Velho Mundo Novo Mundo
L. major
L. donovani L. amazonenses
L. tropica
L. infantum L. mexicana
L. aethiopica
Ciclo de vida
O ciclo de vida desses indivíduos é heteróxeno, ou seja, se desenvolve
com a presença de mais de um hospedeiro. Sendo um deles é o mosquito
flebotomíneo, que atua como hospedeiro intermediário. As formas
promastigotas apresentam duas variantes: as promastigotas procíclicas
que ficam fixadas na parede intestinal do inseto e as formas promastigotas
metacíclica, que constituem a forma infectante do protozoário.
Transmissão
A Transmissão dessa doença se dá por meio da picada da fêmea
de mosquitos Flebotomíneos, que tem o nome popular de mosquito
palha, que ao se alimentar do sangue humano inocula formas infectante
na derme humana, que são regurgitadas de seu trato digestório. Os
mecanismos de patogenicidade e sintomatologia da Leishmaniose vão
depender da espécie de parasita transmitido.
Diagnóstico
Para um efetivo diagnóstico é necessário a identificação do parasita,
porém para as formas mais graves esta é uma tarefa mais complicada.
O método mais utilizado para esta identificação é o exame de lâminas
histológicas coradas.
Figura 12: Fotografias de pessoas acometidas por Leishmaniose cutânea. A imagem (A)
demonstra a fase inicial da doença e a imagem (B) mostra a fase mais grave da doença.
Epidemiologia
As espécies do gênero Leishmania que parasitam o homem estão
distribuídas em várias regiões do mundo, atingindo uma boa parcela da
população mundial. Um grande número de espécies de mamíferos age
como reservatório natural da Leishmania. Os parasitos são comumente
encontrados em roedores, marsupiais, endentados, procionídeos e
primatas. Entre os animais domésticos, os cães são importantes na
epidemiologia da doença, principalmente pelo fato de serem considerados
reservatórios naturais de parasita do gênero Leishmania causadores da
forma mais grave da doença, a leishmaniose visceral.
Profilaxia
Dentre as medidas de profilaxia mais importantes estão:
Tratamento
O fármaco mais utilizado para o tratamento dessa doença é o
antimônio pentavalente. Apesar de ele não ser considerado perfeitamente
eficaz e seguro. Não deve ser utilizado por pacientes com problemas
cardíacos devido a manifestações de alguns efeitos colaterais como:
mialgia, dores abdominais, rigidez articular e alguns efeitos mais danosos
como pancreatite, anemia, até choque anafilático e se utilizado por
mulheres grávidas pode ser abortivo. A via de administração é geralmente
intramuscular, mas também pode ser feito endovenoso ou local.
RESUMINDO:
REFERÊNCIAS
BARBOSA, A; BASTOS, O. Avaliação da frequência de Balantidium
coli em suínos, tratadores de suínos e primatas não humanos no estado
do Rio de Janeiro. Revistas ufg. Disponível em: <https://bit.ly/3vMWcG5>.
Acesso em: 26 de abr. 2020.