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Liderança e

Gestão de
Equipes
Carolina Galvão Sarzedas

Unidade 3

Livro Didático
Digital
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autora
CAROLINA GALVÃO SARZEDAS
A AUTORA
Carolina Galvão Sarzedas
Olá. Meu nome é Profa Dra Carolina Galvão Sarzedas. Sou formada
em ciências biológicas, com mestrado e doutorado em Ciências com
experiência técnico-profissional na área ensino de mais de 18 anos. Minha
formação acadêmica começou na UFRJ onde me apaixonei pela ciência e
pela educação. Tenho experiência tanto na área de orientação acadêmica
quanto na produção de material didático para grandes empresas de
educação. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Formação de Equipes................................................................................. 12
Definição................................................................................................................................................. 12

Equipes e grupos............................................................................................................................. 13

Trabalho em equipe....................................................................................................................... 14

Fases de formação de equipes............................................................................................. 17

Efetividade das equipes.............................................................................................................. 18

Tipos de Equipes.......................................................................................... 21
Introdução.............................................................................................................................................. 21

Autogeridas....................................................................................................................... 21

Multifuncionais................................................................................................................23

Alta gerência.....................................................................................................................24

Grupos De Afinidade...................................................................................................24

Virtuais..................................................................................................................................24

Competências necessárias para uma equipe.............................................................25

Avaliação de desempenho.......................................................................30
Introdução............................................................................................................................................. 30

Por que avaliar o desempenho?............................................................................................ 31

Quem avalia o desempenho?.................................................................................................33

Autoavaliação..................................................................................................................33

O Líder...................................................................................................................................34

O Líder/gestor e o colaborador.........................................................................34
A equipe de trabalho..................................................................................................35

Avaliação de 360º .......................................................................................................35

Avaliação vertical...........................................................................................................35

Comissão de avaliação............................................................................................ 36

Métodos de avaliação.................................................................................................................. 36

Escalas gráficas..............................................................................................................37

Escolha forçada..............................................................................................................37

Pesquisa de campo.....................................................................................................37

Incidentes críticos.........................................................................................................37

Lista de verificação..................................................................................................... 38

Processo de comunicação e relações interpessoais....................40


Introdução............................................................................................................................................. 40

Processo de comunicação........................................................................................................ 41

Feedback................................................................................................................................................42

Como melhorar a comunicação............................................................................................44

Relações interpessoais................................................................................................................45
Liderança e Gestão de Equipes 9

03
UNIDADE

LIVRO DIDÁTICO DIGITAL


10 Liderança e Gestão de Equipes

INTRODUÇÃO
Você sabia que a formação e o desenvolvimento de equipes é
primordial para o sucesso de qualquer empreendimento. Uma equipe não
nasce pronta, ela depende de um líder competente que esteja interessado
em conhecer cada um dos seus membros e desenvolvê-lo pessoal e
profissionalmente. Você já deve ter percebido que o velho conceito de
separar as pessoas em cargos individuais vem sendo substituído por
juntar as pessoas de diferentes especialidades em equipes de trabalho,
resultando em aumento de produção e maior motivação. Os pontos
fortes e fracos de cada equipe passam a ser observados e avaliados
periodicamente, para que os rumos sejam corrigidos em busca das metas
propostas. Para que tudo isso aconteça, é preciso canais de comunicação
claros e abertos, onde todos compartilhem seus pensamentos para
juntos vencer os desafios. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você
vai mergulhar neste universo!
Liderança e Gestão de Equipes 11

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso propósito é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o
término desta etapa de estudos:

1. Compreender a formação de uma equipe;

2. Entender os diferentes tipos de equipes e suas competências;

3. Descrever os métodos de avaliação de desempenho;

4. Definir o que é comunicação e sua importância nas relações


interpessoais;

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho!
12 Liderança e Gestão de Equipes

Formação de Equipes

INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender como


as equipes de trabalho são formadas e sua importância no
atingimento de metas e objetivos. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

Definição
Podemos definir trabalho em equipe como uma atividade executada
através de uma ação coordenada de dois ou mais indivíduos, onde cada
um propõe ideias e participa ativamente da elaboração de uma lógica
comum.
Figura 1: Formação de equipe

Fonte: Freepik

É usar a capacidade de integração dos seus membros para gerar


resultados.

Hoje em dia, a partilha de ideias tem estado cada vez mais alinhada
com as estratégias das empresas, fazendo do compartilhamento do
Liderança e Gestão de Equipes 13

conhecimento uma forma de mudança cultural, focando no sucesso e na


eficiência de seus times.

As equipes possuem a diversidade de conhecimentos, de atitudes,


de habilidades e competências, de maneira a permitir que esta integração
ofereça respostas rápidas, inovadoras e flexíveis aos problemas,
melhorando o rendimento e a satisfação dos seus integrantes.

Equipes e grupos
Você deve estar pensando que trabalhar em grupo e em equipe é
a mesma coisa, mas está enganado, há uma diferenciação entre ambos,
embora existam mais semelhanças do que diferenças.

Um grupo é composto por duas ou mais pessoas que interagem


umas com as outras para realizar metas ou atender necessidades.
Enquanto uma equipe não é qualquer agregado de pessoas dentro
das organizações, é composta por membros que trabalham juntos e de
maneira intensa para atingir metas e objetivos específicos comuns.

A natureza do esforço despendido em uma atividade diferencia


grupos de equipes, pois nos grupos o esforço tende a ser individual,
enquanto nas equipes é coletivo. Assim como a responsabilidade sobre o
êxito, mesmo com esforços em conjunto para atingir objetivos, nos grupos
a responsabilidade pelos resultados é individualizada.

Enquanto em equipes, os resultados negativos e positivos são


compartilhados. Podemos tomar como exemplo um campeonato
esportivo, onde mesmo que cada membro tenha contribuições diferentes,
a vitória ou a derrota é responsabilidade da equipe como um todo.

•• Segundo alguns autores o que diferencia equipe e grupo é a


intensidade com que os membros trabalham em prol de um objetivo.
14 Liderança e Gestão de Equipes

Na escolha dos membros de uma equipe, as pessoas são escolhidas


de acordo com as competências exigidas para a meta proposta, mostrando
que a presença de cada membro é justificada pela contribuição que pode
oferecer ao plano de trabalho. Podemos afirmar, portanto, que todos os
membros de uma equipe sabem quais são as metas a serem alcançadas,
do contrário, não se trata de uma equipe ou possui uma estrutura errada.

De uma forma resumida, podemos então diferenciar grupos e


equipes quanto aos seguintes critérios:

Esforço: Em equipes, o esforço é coletivo, em grupos é mais


individual.

Responsabilidade: Uma equipe tem como característica principal o


compartilhamento de responsabilidades pelo trabalho realizado.

Relação com a empresa: O trabalho em equipe é organizado


baseado na autonomia.

Trabalho em equipe
Um trabalho em equipe demanda que pessoas diferentes entre
sim compartilhem habilidades e conhecimentos, por isso, tem sido tão
importante que as empresas se esforcem para desenvolver programas
ou modelos de gestão de diversidade. As organizações precisam prezar
e valorizar as diferenças individuais em torno de um significado que as
mova, dando sentido às equipes e fazendo com que os talentos humanos
fluam.

Para formar uma equipe, é preciso um constante autoconhecimento


e autodesenvolvimento individual, enfatizando como cada um pode
contribuir para o desenvolvimento do outro. Se cada pessoa da equipe,
Liderança e Gestão de Equipes 15

não se sentir membro, esse conjunto jamais poderá ser chamado de


equipe.

E quem seria o responsável por criar e nutrir as condições e os


processos que determinam que uma equipe será bem-sucedida? Seus
líderes e gestores.

O trabalho que está sendo executado determina os conhecimentos


e as habilidades para o seu desenvolvimento, por isso, vemos diferenças
significativas no funcionamento das equipes, que dependendo do
momento precisam de mais ou menos flexibilidade na sua coordenação e
no seu plano de trabalho.

Muitos fatores podem interferir no funcionamento das equipes,


como:

•• Formalismo

•• Quantidade e qualificação das pessoas

•• Capacidade técnica do coordenador em relação ao funcionamento


de equipes.

•• Tipo de trabalho executado

•• Componentes com ou sem experiência

•• Cultura organizacional para o trabalho em equipe

•• Comportamento das pessoas

•• Fluxo das atividades

Para o desenvolvimento de uma equipe eficiente, o gerente/


coordenador precisa trabalhar as seguintes características:

Objetivos claros: a missão e os objetivos da equipe devem ser


definidos de maneira clara e aceitos por todos os membros que compõem
16 Liderança e Gestão de Equipes

o grupo. É preciso que um membro ajude o outro, fazendo com que os


objetivos individuais sejam apoiados por toda a equipe.

Participação conjunta: os participantes da equipe devem possuir


uma percepção integrada e coerente da situação em que se encontram.

•• A percepção integrada ajuda na visualização de problemas, na


definição dos propósitos e na integração das atividades da equipe.]]

Divisão do trabalho: É fundamental que a distribuição de papéis


e de posições de trabalho seja feita de acordo com a personalidade,
as competências, as habilidades e as propensões de cada membro.
As divisões precisam ser bem esclarecidas para que as competências
individuais sejam maximamente desempenhadas.

•• Decisões em conjunto: Burocracias e formalidades devem ser


evitadas, o foco precisa ser, alcançar decisões colaborativas a partir
de discussões e consenso espontâneo entre os membros.

•• Liderança compartilhada: as funções de liderança da equipe devem


passar de pessoa para pessoa, dependendo da situação, necessidades
da equipe e dos membros.

•• Ideias novas para a solução de problemas: O “descordo” é encarado


como uma maneira de discutir novas ideias e desenvolver maneiras
criativas e inovadoras de resolver os assuntos.

•• Avaliação da eficácia: O desempenho precisa ser continuamente


avaliado pela equipe, de modo a haver o questionamento sobre a
realização de tarefas e a construção e manutenção de relacionamentos
entre os membros.
Liderança e Gestão de Equipes 17

Fases de formação de equipes


Podemos dizer que depois de formar uma equipe, ela precisa passar
por diferentes etapas até que alcance o desempenho pleno na realização
de tarefas. A passagem de fases não obedece à uma sequência lógica, e
o processo de amadurecimento ainda pode sofrer interferências internas
e externas que podem atrapalhar seu avanço.

As etapas podem ser divididas da seguinte maneira:

1. Formação: momento inicial da estruturação de uma equipe,


onde os componentes entram em contato entre si e conhecem a
meta de trabalho. Neste momento é importante que as regras de
funcionamento coletivo precisam ser propostas e a meta de trabalho
é mais bem delimitada. É uma etapa de incertezas, tanto sobre
regras, normas e procedimentos, como sobre comportamentos,
responsabilidades e papéis de cada membro, que se encerra quando
os indivíduos se reconhecem como membros da equipe, com metas
de trabalho compartilhadas e sabendo a contribuição esperada para
cada membro.

2. Conflito: é uma fase onde ocorrem:

Ajustes: estabelecimento da forma com que o trabalho será


organizado e a divisão de tarefas;

Negociação: alguns membros podem não concordas com as


decisões, e as regras precisam ser redefinidas.

É esperada uma certa discordância entre os membros, por isso


é importante que o líder saiba lidar com o conflito ao invés de eliminá-
lo, deixando claro sua importância para o processo de formação e
estruturação da equipe. O encerramento da fase se dá quando acordos
começam a ser estabelecidos.

3. Normatização: é uma fase caracterizada pela coesão e identificação


dos membros da equipe. Surgem aproximações, sentimentos e
18 Liderança e Gestão de Equipes

percepções compartilhadas. As trocas de informações passam a


ser mais espontâneas e abertas, com maior tolerância perante as
divergências e maior concordância para com as metas e objetivos. Os
líderes e os membros chegam a um acordo entre os papéis, as tarefas,
as estratégias e as responsabilidades de cada um. A fase termina com
a aceitação das normas de comportamento e dos procedimentos que
irão pautar as tarefas a serem cumpridas.

4. Desempenho: é a etapa da produtividade, onde toda a energia está


voltada para a execução das atividades. Dependendo da equipe
haverá aprimoramento de desempenho e aumento dos níveis de
produtividade. Neste momento é possível medir o nível ótimo de
desempenho da equipe, sendo finalizada com a meta de trabalho
atingida.

5. Desintegração: é quando se conclui o processo de desenvolvimento.


Ocorre quando se atinge os objetivos e não há mais razão para que
a equipe continue a existir. Não havendo continuidade na tarefa, a
equipe é desfeita e seus membros voltam aos seus departamentos
de origem. Para o caso de equipes permanentes, é só a conclusão de
um ciclo de tarefas, para que outro se inicie.

Apesar de as fases de desenvolvimento serem identificáveis, elas


não ocorrem de maneira sequencial; trata-se de um ciclo, porque, por
exemplo: ações de interferência podem fazer a equipe que está na fase
de desempenho voltar à fase de conflito.

Efetividade das equipes


A efetividade das equipes de trabalho pode ser resultado da
presença de três indicadores que avaliados em conjunto, podem favorecer
a compreensão global dos resultados de desempenho:

Resultados produtivos do desempenho: Devem atingir ou exceder


os padrões organizacionais, em relação à quantidade e à qualidade. Para
Liderança e Gestão de Equipes 19

afirmar que a equipe foi bem sucedida na realização da sua tarefa, é


preciso que critérios como tempo e o produto do trabalho sejam levados
em consideração.

Satisfação dos membros: Mesmo com a atividade tendo sido


realizada em conjunto, é preciso que os membros tenham suas
necessidades individuais satisfeitas. Na ocorrência de padrões de
comportamentos destrutivos que tenham impactos negativos no bem-
estar dos componentes das equipes, não se considera a equipe como
uma unidade efetiva, mesmo com metas atingidas.

Sobrevivência da equipe: os processos sociais envolvidos na


execução do trabalho precisam favorecer o incremento ou a manutenção
do funcionamento da equipe. Em caso de elevadas taxas de rotatividade
e absenteísmo, considera-se que a equipe não é efetiva.

•• Uma equipe pode ser considerada muito produtiva, mas se houver


alto grau de insatisfação dos seus componentes, ela não poderá ser
avaliada como eletiva, apenas como produtiva.

Os critérios acima apresentados definem a efetividade de uma


equipe e destacam quais os mecanismos favorecem essa efetividade.

Para outras informações sobre Gestão de equipes, acesse: https://


bit.ly/2XTLcrZ (Acesso em 03/01/2020).

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que
trabalho em equipe é uma atividade executada através de
uma ação coordenada de dois ou mais indivíduos, onde cada
um propõe ideias e participa ativamente da elaboração de
uma lógica comum, com o objetivo de gerar resultados.
20 Liderança e Gestão de Equipes

RESUMINDO (continuação):

A natureza do esforço despendido em uma atividade


diferencia grupos de equipes, pois nos grupos o esforço tende
a ser individual, enquanto nas equipes é coletivo. Líderes e
gestores são os responsáveis por criar e nutrir as condições
e os processos que determinam que uma equipe será
bem-sucedida. O desenvolvimento de uma equipe eficiente
necessita que as seguintes características sejam trabalhadas:
objetivos claros, participação conjunta, divisão do trabalho,
decisões em conjunto, liderança compartilhada, ideias
novas para a solução de problemas, avaliação da eficácia. As
fases da formação de uma equipe são: formação, conflito,
normatização, desempenho e desintegração.
Liderança e Gestão de Equipes 21

Tipos de Equipes

INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender os


diferentes tipos de equipes e quais as características mais
importantes para uma equipe de sucesso. E então? Motivado
para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

Introdução
Percebemos que o novo modelo de gestão busca processos mais
flexíveis, com foco nos objetivos e nos valores da empresa, que seja
aberto à mudanças e se adapte facilmente ao mercado globalizado. E ao
mesmo tempo crie uma cultura organizacional que atraia novos talentos e
motive a equipe de trabalho.

Porém, cada equipe é composta por características ímpares, como


veremos a seguir.

Segundo Chiavenato, as equipes podem ser:

Autogeridas
São aquelas onde os membros têm autonomia e poder para
desempenhar funções que anteriormente só eram atribuídas ao líder.

A autogestão inclui:

•• planejamento e cronograma de trabalho;

•• treinamento dos membros;

•• compartilhamento de tarefas;

•• cumprimento de metas de desempenho;

•• garantia de alta qualidade;

•• resolução de problemas no dia a dia.


22 Liderança e Gestão de Equipes

Muitas vezes um membro da equipe é escolhido como líder e faz a


ligação entre a equipe e o nível mais alto da gerência.

Abaixo listaremos algumas características das equipes autogeridas:

•• Ênfase na participação;

•• Líder e membros trabalham juntos;

•• Tomada de decisão em grupo;

•• Tarefas compartilhadas;

•• Responsabilidade Coletiva.

Diferentes autores descrevem vantagens e desvantagens para as


equipes autogeridas, veremos algumas:

Melhor desempenho: comparação entre empresas de mesmo


seguimento autogeridas com aquelas com gestão tradicional mostrou um
desempenho melhor em 40%, e ainda com custo menor.

Mais engajamento: uma empresa autogerida faz com que seus


colaboradores se sintam donos do negócio, assim como diretores e
sócios da empresa.

Maior capacidade de adaptação: as decisões precisam ser tomadas


com mais velocidade de modo a acompanhar as necessidades de um
ambiente que muda constantemente.

EXEMPLO:: Em uma pesquisa realizada no departamento de


tecnologia do estado de Washington, o tempo para resolver um problema
durante uma reunião e tomar uma decisão, caiu 93% depois da adoção de
práticas de autogestão.

A transição não é um processo simples: esta pode ser considerada


a maior desvantagem da autogestão, o tempo e a energia gastos para
promover a transição. O hábito geral é operar usando uma cadeia
de comando, dar autonomia requer treinamento, e quanto maior a
organização, mais difícil é a transição.
Liderança e Gestão de Equipes 23

Figura 2: Equipes auto gerenciáveis.

Fonte: Freepik

Multifuncionais
É formada por colaboradores de diferentes especialidades, que se
reúnem para realizar uma tarefa e possuem o mesmo nível organizacional.

O objetivo deste tipo de equipe é juntar o talento de especialidades


diferentes para desempenhar uma tarefa que precise desta combinação.
É comum encontrarmos equipes multifuncionais no desenvolvimento
de novos produtos, redução de custos ou melhoria da qualidade da
organização.

De forma semelhante às equipes multifuncionais podemos citar:

Equipes de projetos: formadas especialmente para desenhar um


novo produto ou serviço, onde os participantes são designados com base
nas suas habilidades e o grupo se desfaz após a tarefa concluída.

Equipes de força-tarefa: é criada com o objetivo de resolver um


problema imediato. O grupo fica responsável por um plano de longo
prazo para a resolução do problema.
24 Liderança e Gestão de Equipes

Equipes de melhorias de processos e solucionadora de problemas:


as pessoas se tornam membro por designação da gerência, geralmente
são pessoas experientes advindas de diferentes departamentos e funções.
Esta equipe passa a ficar encarregada de melhorar a qualidade, reduzir
custos, incrementar a produtividade em processos internos que afetem
todos os departamentos e resolver problemas.

Alta gerência
É formada pelos altos executivos das organizações e são
consideradas equipes porque as principais decisões são tomadas em
colaboração.

Grupos De Afinidade
É o tipo de equipe composto por colaboradores que se reúnem fora
de seus grupos funcionais. O objetivo é aplicar seus conhecimentos e sua
atenção a questões como círculos de qualidade ou grupos de soluções
de problema.

Não é um arranjo permanente, mas sim uma estrutura de


conveniência unida enquanto durar o projeto. A equipe pode ser fechada
(por questão de segurança) e ter os assuntos mantidos em segredo
mesmo após o término das atividades.

•• Um colaborador pode participar de vários grupos de afinidade, como


por exemplo: grupos literários, políticos, entre outros

Virtuais
São equipes que trabalham juntas por intermédio da internet e não
com a interação física. As reuniões são eletrônicas, onde os membros
utilizam ferramentas como videoconferências, e-mails, e redes sociais.
Liderança e Gestão de Equipes 25

Existe maior flexibilidade por parte dos participantes agilizando


as tomadas de decisão, porém as vantagens só são possíveis se a
comunicação for bem gerida.

A equipe virtual precisa trabalhar de forma colaborativa e manter o


sentimento de união e motivação, e ainda compartilhar as informações de
maneira que, mesmo sem estar no mesmo local, todos tenham acesso
ao compartilhamento de arquivos através de plataformas como Dropbox,
OneDrive, entre outros.
Figura 3: Equipes virtuais.

Fonte: Freepik

Competências necessárias para uma


equipe
Estamos na Era da Informação, e neste momento o velho modelo
burocrático composta por cargos e departamentos não se encaixa mais.
O velho conceito de separar as pessoas em cargos individuais está sendo
substituído por juntar as pessoas de especialidade diferentes em equipes
26 Liderança e Gestão de Equipes

ou células de produção, resultando em aumento de produção e maior


motivação.

Uma equipe para ser considerada de alto desempenho precisa


possuir algumas competências, de maneira a alcançar autonomia e
alcançar seus objetivos:

•• Assessoria: relaciona-se com dar e receber informações, de modo


que cada membro deve verificar as atividades dos outros e fazer
uso das melhores práticas. As informações são passadas através de
relatórios, reuniões, artigos, livros ou conversas. Existe a presença de
um assessor responsável por manter a equipe informada para que
possa analisar as situações e tomar as melhores decisões.

•• Inovação: é um aspecto-chave do trabalho em equipe e relaciona-


se com criação e experimentação de novas tecnologias e ideias. É
considerada essencial para a melhoria contínua, porque o inovador
introduz criatividade, novos conceitos e novas ideias. A falta de
atualização acarreta aumento de custos e prejudica a competitividade.

•• Promoção: significa que a equipe precisa promover (vender) o que está


fazendo com o objetivo de conseguir recursos (dinheiro, equipamento,
etc). Para a implantação de novas ideias, a equipe precisa influenciar
os níveis mais elevados da organização. O promotor (explorador) pega
as ideias e os novos conceitos do inovador e as “vende” dentro e fora
da organização.

•• Desenvolvimento: está relacionado com a aplicabilidade das


novas abordagens, pois nem todas as novas ideias tem utilizada
ou são práticas para a organização. O desenvolvimento assegura
a configuração adequada das novidades para que atenda às
necessidades dos clientes ou usuários. O desenvolvedor precisa saber
quais são as necessidades e incorporá-las ao plano organizacional da
melhor maneira possível.

•• Organização: é a maneira de se trabalhar. Através de objetivos


claros e bem definidos, a ação deve ser implementada de modo a
assegurar melhores resultados em menor tempo e com menor custo.
Liderança e Gestão de Equipes 27

O organizador faz com que as coisas aconteçam de maneira com que


todos os componentes da equipe saibam o que fazer, como e quando.

•• Produção: está relacionado com a conclusão e a entrega dos


resultados. A equipe pode se concentrar na produção a partir da
definição dos planos e da sua execução, focando na entrega do
produto (serviço) de acordo com os padrões organizacionais de
eficiência e eficácia. O produtor tem a força para executar os planos
e alcançar as metas e resultados de maneira controlada e ordenada,
sendo prático e conduzindo as coisas até o fim.

•• Inspeção: controla e auditora os sistemas de trabalho. Para evitar


erros é essencial que se verifique as atividades regularmente, com
auditorias de qualidade dos produtos, serviços, processos, entre
outros. O inspetor (controlador) é reflexivo e analítico, com foco em
detalhes do trabalho.

•• Manutenção: é quem salvaguarda dos padrões e processos, pois


todas as equipes precisam seguir padrões e manter processos que
sejam eficazes de trabalho, do contrário pode haver falhas e erros.
O mantenedor assegura que os processos de qualidade sejam
submetidos a revisões regulares para aumentar a eficiência da equipe.

•• Ligação: relaciona-se com a coordenação e a integração do trabalho


dos componentes da equipe. A pessoa da ligação (relacionador)
precisa assegurar que os membros trabalhem em conjunto, não
como um grupo de pessoas, mas como uma equipe eficiente e eficaz.

As equipes eficazes precisam ter foco em todos os nove


fatores e são compostas por assessores, inovadores, promotores,
desenvolvedores, organizadores, integradores, entre outros.

Podemos concluir que oito fatores são arranjados ao redor do centro


da roda, que é o nono fator (ligação), O interligador tem como função
28 Liderança e Gestão de Equipes

integrar os outros oito fatores, de maneira a juntar as competências e


extrair os resultados multiplicados.

Cada equipe deve compor uma combinação de funções e na roda


do trabalho em equipe, as funções adjacentes são mais próximas entre si.
O trabalho do promotor, por exemplo, requer habilidades, capacidades e
competências diferentes daquelas encontradas em um inspetor.

A roda do trabalho é uma ferramenta muito útil no desenvolvimento


de equipes, permitindo um modo de mudar e melhorar as maneiras pelas
quais a equipe trabalha.
Figura 4: Roda do trabalho em equipe

Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2010.

Quer saber mais sobre tipos de equipes e como lidar com cada uma
delas, acesse https://bit.ly/2AYZAGm (Acesso em 03/01/2020).
Liderança e Gestão de Equipes 29

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que vimos. Você deve ter percebido que o
novo modelo de gestão busca processos mais flexíveis, com
foco nos objetivos e nos valores da empresa, que seja aberto
à mudanças e se adapte facilmente ao mercado globalizado,
ao mesmo tempo em que cria uma cultura organizacional que
atraia novos talentos e motive a equipe de trabalho. A equipes
podem sem: autogeridas (onde os membros têm autonomia
para desempenhar funções que anteriormente só eram
atribuídas ao líder); multifuncionais (formada por colaboradores
de diferentes especialidades, com o objetivo de realizar
uma tarefa); alta gerência (formada pelos altos executivos
das organizações); grupos de afinidade (equipe composta
por colaboradores que se reúnem fora de seus grupos
funcionais); equipes virtuais (equipes que trabalham juntas por
intermédio da internet). Competências necessárias para uma
equipe: assessoria, inovação, promoção, desenvolvimento,
organização, produção, inspeção, manutenção e ligação.
30 Liderança e Gestão de Equipes

Avaliação de desempenho

INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender a


importância das avaliações de desempenho e quais são os
métodos mais usados pelas empresas. E então? Motivado
para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

Introdução
Você já parou para pensar que somos avaliados desde o momento
em que nascemos? Avaliam nossa saúde, nossa altura, peso, e a até se
somos os mais bonitos do berçário. Enquanto crescemos, continuamos
sendo avaliados e passamos também avaliar tudo ao nosso redor, provando
que avaliação é um tema constante em nossas vidas particulares.

Ao desenvolvermos nossas vidas profissionais nos deparamos com


avaliações constantes de desempenho, pois o que move as empresas são
as avaliações dos diferentes desempenhos, como operacional, financeiro,
técnico, vendas, e muitos outros.

É preciso avaliar a qualidade de produtos, dos serviços, atendimento


ao cliente e, claro, o desempenho humano, porque é considerado a
mola mestra das organizações. E em tempos de alta concorrência, o
desempenho humano precisa ser excelente para manter a competitividade
da organização, não sendo possível a permanência de indivíduos com
desempenho fraco ou abaixo da média.

Podemos começar dizendo que, em se tratando de avaliação e


monitoramento de desempenho, as empresas estão preocupadas com
os seguintes aspectos:

•• Resultados concretos e finais alcançados dentro um prazo


determinado;
Liderança e Gestão de Equipes 31

•• Desempenho ou instrumentos usados para pôr o objetivo em prática;

•• Competências que são oferecidas ou agregadas à organização;

•• Fatores críticos de sucesso como aspectos fundamentais para o bom


desempenho da organização.

Avaliar individualmente o desempenho de alguém significa apreciar


de maneira sistemática seu desempenho em função das atividades
exercidas, das metas e resultados que ela pretende alcançar, e ainda, as
competências e o potencial que ela oferece, de forma a medir qual é a
sua real contribuição para o crescimento da organização.

A avaliação de desempenho é uma poderosa ferramenta para


melhorar a qualidade de vida e de trabalho dentro das organizações.

Por que avaliar o desempenho?


Para saber se estamos fazendo um bom trabalho ou se precisamos
corrigir algum ponto importante, é preciso receber retroação a respeito do
nosso desempenho, não acham? Sem esse direcionamento, caminhamos
às cegas, sem saber nosso desempenho e onde melhorar, assim como as
empresas precisam avaliar para desenvolver o potencial de cada indivíduo.

As empresas têm motivos especiais para se preocupar em avaliar


o desempenho de seus colaboradores, abaixo listaremos algumas razões
para tal:

•• Recompensas: é a avaliação por mérito, o desempenho do indivíduo


justifica aumentos salariais, promoções, transferências e até mesmo
demissões.

•• Retroação: é uma maneira dos colegas avaliarem o desempenho, as


atitudes e as competências uns dos outros.
32 Liderança e Gestão de Equipes

•• Desenvolvimento: avaliam-se os pontos fortes, para que sejam


aplicados no trabalho e os pontos fracos, para que sejam melhorados
através de treinamentos e desenvolvimento pessoal.

•• Relacionamento: permite uma melhora nos relacionamentos de cada


colaborador com seus superiores, pares ou subordinados.

•• Percepção: é uma maneira de melhorar a autopercepção e do entorno


social, assim, o colaborador sabe o que as pessoas ao redor pensam
sobre ele.

•• Potencial de desenvolvimento: é uma avaliação que fornece


meios para conhecer o potencial de cada colaborador, de modo a
desenvolver programas de treinamento e desenvolvimento, planos
de carreira, promoções, entre outros.

•• Aconselhamento: é a avaliação que oferece informações ao


especialista em recursos humanos ou ao gerente sobre como
aconselhar e orientar os colaboradores.

Porém, nem sempre o processo de avaliação de desempenho é


feito de maneira correta ou é visto com bons olhos pelos colaboradores,
alguns pontos fracos das avaliações podem ser analisados quando:

As pessoas envolvidas percebem a avaliação como uma punição


pelo desempenho anterior ou como apenas uma situação de recompensa;

A ênfase passa a ser mais o preenchimento de papéis do que uma


avaliação criteriosa e objetiva;

As pessoas percebem que o processo é injusto ou tendencioso,


prejudicando a avaliação;

O avaliador faz comentários desfavoráveis fazendo com que o


avaliado se sinta não-aceito;

A avaliação não conduz a nada e não agrega valor a ninguém,


levando a uma avaliação inócua.

Inócuo é algo que não provoca prejuízo ou danos, inofensivo.


Liderança e Gestão de Equipes 33

Quem avalia o desempenho?


A maior parte das organizações faz uso de diferentes métodos de
avaliação, geralmente, as mais participativas e democráticas permitem
que o próprio colaborador seja responsável por autoavaliar seu
desempenho. Porém, os sistemas de avaliação podem variar, sempre
levando em consideração a política de pessoal e as características dos
cargos envolvidos, como veremos a partir de agora:

Autoavaliação
Este tipo de avaliação é feito obedecendo a critérios específicos
a fim de evitar a subjetividade já implícita no processo, contudo é um
importante exercício de autoconhecimento, que realmente vai ajudar no
crescimento pessoal e profissional do funcionário.

Durante a autoavaliação, o funcionário pode refletir sobre suas


habilidades, sentimentos, atitudes, performance, eficiência e eficácia,
obedecendo parâmetros fornecidos pela organização, com o objetivo de
alcançar metas e superar expectativas.

Com o mapeamento de pontos fortes e fracos permite a definição


de ações que aprimorem os aspectos e se possível, defina prazos.

Algumas perguntas que podem ser usadas pela empresa em um


processo de autoavaliação de desempenho:

•• Sua conduta está alinhada com os valores da empresa?

•• Você é pontual?

•• Qual é a sua contribuição para a interação da equipe?

•• Você tem atitudes positivas em relação a mudanças?


34 Liderança e Gestão de Equipes

•• Você se responsabiliza por suas atividades?

•• Você observa as normas legais e regulamentares estabelecidas pela


Instituição?

Você é capaz de encontrar soluções que se adequem ao problema


de maneira que atenda, supere as necessidades ou as expectativas do
setor?

Entre muitas outras, que avaliem assiduidade, disciplina, capacidade


de iniciativa, produtividade e responsabilidade.

O Líder
A maior parte das empresas tem o gestor como responsável pela
avaliação de desempenho de seus colaboradores, associado com o setor
de recursos humanos estabelecendo critérios e meios para que aconteça.

O RH participa com a função de montar, acompanhar e controlar o


sistema, e o gestor ou líder avalia o trabalho, pois não tem conhecimento
especializado para desenvolver um sistema de avaliação de pessoas.

É uma maneira de dar mais liberdade e flexibilidade ao líder, que


passa a ser realmente o gestor da sua equipe.

O Líder/gestor e o colaborador
Este sistema passa a ser atrativo se pensarmos que o maior
interessado no desempenho é o próprio colaborador, certo?

É uma forte tendência das empresas usarem este sistema, por se


tratar de uma maneira de aproximar o colaborador do seu gestor, que
funciona como um orientador enquanto o colaborador avalia o seu
desempenho em função do feedback fornecido pelo gestor.

O gestor fica responsável por fornecer orientação, treinamento,


aconselhamento, informação, equipamentos, metas e objetivos a serem
Liderança e Gestão de Equipes 35

alcançados. Em contrapartida, o colaborador mostra seus resultados


e cobra recursos para alcançá-los. É um intercâmbio onde cada um
contribui para a melhoria do desempenho e dos resultados.

A equipe de trabalho
Neste sistema, a própria equipe de trabalho avalia cada membro
individualmente, assim como, seu desempenho como um todo. A equipe
se torna responsável pela avaliação do desempenho de seus participantes
e define seus objetivos e metas a alcançar.

Avaliação de 360º
É feita de modo circular por todos os componentes ao redor do
avaliado (gestores, colegas, pares, subordinados, clientes e fornecedores),
abrangendo 360º.

Através deste sistema é possível produzir informações ricas advindas


de todos os lados do ambiente de trabalho ou de seus parceiros. Porém, é
preciso estar mentalmente preparado para o “tiroteio” de avaliações.

Avaliação vertical
É o sistema onde o subordinado avalia seu gestor, sobre os meios
e recursos oferecidos por ele para que a equipe alcance os objetivos, e
como o gestor pode melhorar os resultados, incrementando a eficácia da
equipe.

Permite que a equipe promova negociações e intercâmbios com


o gestor exigindo novas abordagens em termos de liderança, motivação
e comunicação, tornando as relações de trabalho mais livres e eficazes.

É uma forma de atuação democrática, sugestiva, consultiva e


participativa.
36 Liderança e Gestão de Equipes

Algumas organizações propõem também uma avaliação da


empresa pelos colaboradores para obtenção de feedback dos resultados
alcançados e medidas corretivas necessárias para que o ambiente de
trabalho seja ajustado de acordo com a expectativa dos colaboradores.

Comissão de avaliação
É feita através da atribuição de uma comissão especial, que pode
ter interesse direto ou indireto no desempenho dos colaboradores. A
comissão pode ser constituída por componentes permanentes (presidente
ou representante, executivo de RH e especialista em avaliação de
desempenho) ou transitórios (gestor de cada colaborador avaliado e seu
respectivo superior).

É um sistema muito criticado por ser centralizador e pelo espírito de


julgamento do passado do avaliado, além de ser uma alternativa onerosa,
trabalhosa e demorada, já que todos os colaboradores serão avaliados
pela comissão.

Métodos de avaliação
Não é uma tarefa fácil, avaliar o desempenho de uma grande
quantidade de pessoas de modo justo e neutro e ao mesmo tempo
estimular o colaborador para alcançar melhores resultados. Por isso,
muitas empresas desenvolvem seu próprio método de avaliação, ajustado
para suas necessidades e características.

Podemos citar alguns métodos tradicionais de avaliação como:


escalas gráficas, escolha forçada, pesquisa de campo, incidentes críticos
e listas de verificação. Veremos de forma mais detalhada logo abaixo:
Liderança e Gestão de Equipes 37

Escalas gráficas
É um método baseado em uma tabela constando os fatores de
avaliação (comportamentos e atitudes selecionados e valorizados pela
organização) e os graus de avaliação do desempenho (ótimo, bom,
regular, sofrível e fraco). O número de fatores de avaliação varia conforme
os interesses de cada organização, em geral entre 5 e 10 fatores.

Escolha forçada
É um método de avaliação de desempenho composto por frases
descritivas que focalizam determinados aspectos do comportamento.
O avaliador é “forçado” a escolher apenas uma ou duas frases que mais
se assemelham ou se distanciam do comportamento do colaborador
avaliado.

Pesquisa de campo
É considerado um dos métodos mais tradicionais e completos de
avaliação de desempenho.

São entrevistas entre especialistas em avaliação e o gestor,


para em conjunto, avaliarem o desempenho dos colaboradores. O
método se desenvolve em quatro etapas: entrevista de avaliação inicial,
entrevista de análise complementar, planejamento das providências e
acompanhamento posterior dos resultados.

Incidentes críticos
É um método baseado nas características extremas que representam
desempenhos de sucesso (positivo) ou de fracasso (negativo), sem se
preocupar com o desempenho mediano. Cada fator é transformado em
38 Liderança e Gestão de Equipes

incidentes críticos ou excepcionais, de modo a avaliar os pontos fortes e

fracos de cada colaborador.

Lista de verificação
Relaciona fatores de avaliação a serem considerados a respeito de
cada funcionário, sendo que cada fator recebe uma avaliação quantitativa.
É um tipo de “lembrete” para que o gestor não se esqueça de avaliar todas
as características principais de um colaborador.

Podemos dizer que é uma simplificação das escalas gráficas.

Outros métodos têm sido desenvolvidos e aplicados com o


intuito de melhorar a avaliação de desempenho de equipes, como a
Avaliação Participativa por Objetivos (APPO) que é democrática, proativa,
participativa e envolvente. Este método é dividido em 6 etapas:

1. Formulação de objetivos consensuais;

2. Comprometimento pessoal quanto ao alcance dos objetivos


conjuntamente formulados;

3. Negociação com o gerente sobre a alocação dos recursos e meios


necessários para o alcance dos objetivos;

4. Desempenho;

5. Constante monitoração dos resultados e comparação com os


objetivos formulados;

6. Retroação intensiva e contínua avaliação conjunta.


Liderança e Gestão de Equipes 39

Figura 5: Avaliação participativa por objetivos

Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2010.

Entenda um pouco mais sobre avaliação de desempenho, acesse


https://bit.ly/3fh5n8V (Acesso em 04/01/2020).

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que ao
desenvolvermos nossas vidas profissionais nos deparamos
com avaliações constantes de desempenho, pois o que move
as empresas são as avaliações dos diferentes desempenhos,
como operacional, financeiro, técnico, vendas, e muitos
outros. As empresas têm motivos especiais para se preocupar
em avaliar o desempenho de seus colaboradores como:
recompensas, retroação, desenvolvimento, relacionamento,
percepção, potencial de desenvolvimento e aconselhamento.
Entre os sistemas de avaliação podemos citar: autoavaliação,
avaliação realizada pelo líder ou pelo líder em conjunto com
o colaborador e com a equipe, avaliação de 360º, vertical
e comissão de avaliação. Entre os métodos de avaliação
vimos: escalas gráficas, escolha forçada, pesquisa de campo,
incidentes críticos e lista de verificação.
40 Liderança e Gestão de Equipes

Processo de comunicação e relações


interpessoais
INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender o


processo de comunicação e das relações interpessoais para o
sucesso de uma equipe. E então? Motivado para desenvolver
esta competência? Então vamos lá. Avante!

Introdução
Dentro de uma empresa, a comunicação pode ocorrer em dois
níveis: formal e informal.

A comunicação formal obedece às normas da organização e tem


o objetivo de fazer com que todos trabalhem para alcançar as metas
estabelecidas.

Já a comunicação informal acontece de forma espontânea, entre


pessoas do mesmo nível e não tem nenhum objetivo específico.

O gestor faz uso da comunicação formal com o seguinte intuito:

•• Transmitir ordens (verbais ou escritas);

•• Apresentar sugestões (verbais ou escritas);

•• Fazer entrevistas;

•• Fazer reuniões de trabalho;

•• Treinar os subordinados;

•• Dar informações aos superiores

Podemos observar que todas as ações acima possuem o objetivo


de atingir, de alguma forma, os objetivos propostos pela organização.

O gestor precisa mostrar, através da comunicação, a importância


do trabalho dos colaboradores, para que em conjunto consigam atingir as
metas. Somente um gestor que sabe liderar consegue reconhecer que a
Liderança e Gestão de Equipes 41

comunicação poder conduzir sua equipe a cumprir o que se espera dela


de maneira eficiente.

Processo de comunicação
Podemos definir comunicação como o ato de transmitir uma
mensagem e receber outra de volta.
Figura 6: Processos de comunicação

Fonte: Pixabay

Toda ideia, informação ou sentimento que influencia o


comportamento de quem recebe pode ser chamada de mensagem.

A comunicação é composta pelos seguintes elementos: emissor,


receptor, mensagem, meio e retroalimentação (feedback).

O emissor e o receptor são aqueles que comunicam e recebem a


mensagem, respectivamente, através de um meio de comunicação ou
um canal e sem ruído.

EXEMPLO: meio de comunicação: rádio, jornal, televisão, quadro de


avisos, sistemas de alto-falantes, ordens orais ou escritas, ...
42 Liderança e Gestão de Equipes

Chamamos de retroalimentação ou feedback como sendo a


resposta do receptor, que mostra ao emissor se a comunicação teve o
efeito esperado por ele.

Você já deve ter percebido que emissor e receptor trocam


constantemente de lugar dependendo da situação.

A comunicação nem sempre tem êxito, muitas vezes os ruídos


dificultam o entendimento da mensagem entre as pessoas, isto pode
acontecer quando:

•• são usados termos inadequados ou imprecisos;

•• o número de informações é insuficiente ou excessivo;

•• o meio é inadequado ou tem erros gráficos ou defeitos de aparelhagem;

•• a mensagem é interpretada de maneira incorreta;

•• o receptor está distraído e não presta atenção à mensagem.

Feedback
O processo de feedback tem sido bastante utilizado pelas
organizações, por se tratar de uma comunicação onde ambos são
correspondidos. Precisamos deixar claro, mais uma vez, que feedback
não significa criticar ou elogiar, mas sim uma maneira de regular os
desempenhos.

É muito utilizado quando há desequilíbrio entre o processo e


a obtenção de resultados, e tem o objetivo trazer de volta o equilíbrio,
corrigindo e melhorando tanto os processos quanto os resultados.

O feedback possui duas maneiras de regular o desempenho dos


indivíduos:

1. mantendo e somente aperfeiçoando os bons aspectos do


comportamento: maneira mais vantajosa, pois evita ressentimentos e
reações defensivas, o receptor dá mais atenção as observações feitas
Liderança e Gestão de Equipes 43

pelo emissor, o receptor fica motivado a aperfeiçoar os aspectos mais


valorizados e aumenta a probabilidade do bom desempenho ser
repetido.

2. modificando e corrigindo os aspectos indesejáveis do comportamento:


não é tão eficaz, pois foca em mudar os aspectos indesejáveis do
comportamento, sem valorizar os aspectos positivos.

A habilidade de prover feedback tem como pré-requisito ouvir e


prestar atenção ao comportamento do outro.

Alguns componentes formais e funcionais caracterizam a emissão


eficaz de um feedback, dentre eles podemos citar:

•• Chamar a pessoa que receberá o feedback diretamente pelo nome;

•• Manter o contato visual com o receptor, de modo a encorajá-lo a uma


aproximação, demonstrando cumplicidade e confiança;

•• Utilizar tom de voz calmo;

•• Um gesto somado à comunicação verbal pode traduzir, contradizer,


confirmar ou negar o que o emissor está dizendo;

•• Manter a postura corporal de modo que os sinais captados pelo


observador sejam de interesse e amizade e não de aversão ou repulsa;

•• As expressões faciais são um grande instrumento de comunicação,


pois as emoções são facilmente interpretadas nas interações sociais;

•• A emissão do feedback deve ser feita de forma específica, oportuna e


esclarecida, de maneira compatível com as necessidades do emissor
e do receptor;

O cuidado ao se emitir um feedback recai na nossa incapacidade


de compreender as necessidades dos outros, muitas vezes usando o
feedback, erradamente, como exercício de poder e mostrando que tem
44 Liderança e Gestão de Equipes

dificuldade em solicitar, de modo eficaz, a mudança de comportamento


do receptor.

Uma maneira de se obter sucesso ao solicitar uma mudança


de comportamento está em descrever o que se deseja substituir,
evidenciando as possíveis consequências positivas da mudança.

A dificuldade também está em quem recebe o feedback, quando


estamos nesta posição tendemos a ser defensivos, achando que uma
crítica poderá acarretar na perda da autoestima e do “status” adquirido.

Como melhorar a comunicação


Todos os dias precisamos nos comunicar, seja por e-mail, telefone
ou frente a frente, na vida pessoal ou profissional. É preciso que a emissão
seja clara, objetiva, sem ruídos, para que o receptor posse entender a
mensagem e dar o feedback.

Gestores enfrentam o desafio da comunicação eficiente todos


os dias, onde uma falha no processo pode significar a falha de metas e
objetivos.

A comunicação, assim como a liderança, pode ser melhorada e


desenvolvida através do trabalho da organização das informações de
acordo com os seguintes critérios:

Determine o que precisa ser comunicado:

•• Apoie-se em fatos

•• Defina exatamente o que vai ser transmitido

Prepare a forma de comunicação:

•• Verbal ou escrita

•• Seja claro, conciso e preciso

•• Leve em consideração o receptor da comunicação

•• Esteja de acordo com as normas e regulamentos da empresa


Liderança e Gestão de Equipes 45

•• Faça de tudo para ser compreendido

Faça a comunicação:

•• O meio e o momento precisam ser adequados

•• Não faça comentários que antecipem a transmissão

•• Não se esqueça de nenhum detalhe

Verifique os resultados:

•• A comunicação foi bem recebida e entendida?

•• O efeito foi o esperado?

Relações interpessoais
Como o próprio nome sugere é a conexão entre pessoas em um
mesmo círculo, que pode ser profissional, familiar, entre amigos ... É a
maneira como os indivíduos se relacionam e se tratam.

Podemos dizer que no ambiente corporativo, as relações


interpessoais contribuem para que as equipes sejam harmônicas e
tenham uma boa relação de parceria.

Segundo Chiavenato, a cooperação é o elemento essencial da


organização. As pessoas cooperam desde que o seu esforço proporcione
satisfações e vantagens pessoais que justifiquem tal esforço. A cooperação
é fruto da decisão de cada pessoa em função dessas situações e
vantagens pessoais (CHIAVENATO, 2010, p. 116).

EXEMPLO: : estudos mostram que ter empatia pelos colaboradores


facilita o desenvolvimento dos grupos, aumenta a produtividade e reduz
46 Liderança e Gestão de Equipes

os conflitos internos, além disso, as divergências são trabalhadas de


maneira agregadora.

O desenvolvimento das relações interpessoais corporativas é


de responsabilidade do líder. É ele quem coordena as discussões
e abre espaço para o diálogo, mostrando que as ideias podem ser
desenvolvidas e complementadas com outras propostas até que possam
ser implementadas.

Uma maneira de criar este espaço com os colaboradores é fazer


com que eles sintam que suas atribuições e ideias são valorizadas,
assim podem sugerir novas estratégias, pois sabem que não serão
menosprezados pela forma diferente de pensar.

O respeito e a cordialidade entre colegas de trabalho mostram que


a equipe alcançou boas relações interpessoais e estão alinhados com a
missão e os valores da empresa.

As relações interpessoais de uma equipe são consideradas tão


importantes para o sucesso de uma empresa quanto às qualificações
individuais, porque através da cooperação os resultados são mais
consistentes.

Os líderes e o setor de recursos humanos se deparam com alguns


desafios quando falamos em desenvolvimento e manutenção das
relações interpessoais, dentre eles, podemos citar:

Alinhamento do perfil profissional com os valores institucionais da


organização: quando se faz um processo de seleção e recrutamento,
avaliam-se quais os profissionais estão em sintonia com os valores

institucionais. Empresas que não carregam seus valores têm mais


dificuldades para desenvolver boas relações interpessoais.

Falta de clareza no processo de comunicação: a dificuldade de


Liderança e Gestão de Equipes 47

se expressar tem como resultado o alcance deficiente das mensagens


por parte dos interlocutores. Para o desenvolvimento de uma empresa,
problemas na comunicação são muito graves.

Respeito à diversidade: este é um grande desafio para as relações


interpessoais em uma empresa e deve ser uma batalha contínua por
parte dos gestores. Medidas devem ser adotadas para a manutenção
da boa convivência, assim como a segurança e o bem-estar de todos os
colaboradores.

Empatia: é quando nos colocamos no lugar do outro, é tratar


o outro como ele gostaria de ser tratado. Este tipo de atitude facilita o
relacionamento interpessoal e ajuda no direcionamento de estratégias
como direcionar atividades e estimular habilidades. É um diferencial na
gestão de negócios, porque identifica perfis de liderança, retém talentos
e antecipa conflitos.

É muito importante que o líder saiba identificar os


comportamentos e esteja preparado para harmonizar sua equipe e
interferir no momento certo.

Para saber mais sobre relações interpessoais, acesse: https://bit.


ly/3dWhDvj (Acesso em 04/01/2020).

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que dentro de
uma empresa, a comunicação pode ocorrer em dois níveis:
formal (obedece às normas da organização e tem o objetivo
de fazer com que todos trabalhem para alcançar as metas
estabelecidas) e informal (acontece de forma espontânea,
entre pessoas do mesmo nível e não tem nenhum objetivo
específico). O gestor faz uso da comunicação formal para:
transmitir ordens (verbais ou escritas); apresentar sugestões
48 Liderança e Gestão de Equipes

RESUMINDO (continuação):

(verbais ou escritas); fazer entrevistas; fazer reuniões de trabalho


e treinar os subordinados. Podemos definir comunicação como
sendo o ato de transmitir uma mensagem e receber outra
de volta e é composta pelos seguintes elementos: emissor,
receptor, mensagem, meio e retroalimentação (feedback),
sendo que o processo de feedback tem sido bastante utilizado
pelas organizações, por se tratar de uma comunicação onde
ambos são correspondidos. O desenvolvimento das relações
interpessoais corporativas é de responsabilidade do líder, pois
é ele quem coordena as discussões e abre espaço para o
diálogo.
Liderança e Gestão de Equipes 49

REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas; o novo papel dos recursos
humanos nas organizações / Idalberto Chiavenato. - 3.ed. - Rio de Janeiro:
Elsevier, 2010. ISBN 978-85-352-3754-2

GOMES, A.F. Curso de Gestão de Equipes. Disponível em http://


javali.fcav.unesp.br/Home/gidrh/20110412_105710.PDF. Acesso em 04 de
janeiro de 2020.

SENGE, P. et al. A quinta disciplina: Caderno de Campo: estratégias e


ferramentas para construir uma organização que aprende. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2000.

WOLFF, L., CABRAL, P.M.F. e LOURENÇO, P.R.M.R.S. O papel da


Liderança na Eficácia de Equipes de Trabalho. Revista Gestão & Tecnologia,
13 (1), 177-204, 2013. e-ISSN: 2177-6652.

ZANELLI, J.C., BORGES-ANDRADE, J.E. e BASTOS, A.V. Psicologia,


organizações e trabalho no Brasil. 2ª ed. Artmed, 2014. ISBN 978-85-8271-
085-2
Liderança e Gestão de
Equipes

Carolina Galvão Sarzedas

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