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Pensamento Científico

Unidade 2
Técnicas de leitura, resumo e fichamento
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
THALYTA MABEL NOBRE BARBOSA
AUTORIA
André de Faria Thomáz
Olá. Meu nome é André de Faria Thomáz. Sou bacharel em Ciências
Contábeis pela Faculdade de Minas (2006), pós-graduando em Docência
Superior pela Universidade Gama Filho (2009), pós-graduado em MBA
Executivo em Administração de Empresas (2009-2012), mestre em
Administração pela Pontifícia Universidade Católica (2011) e doutor em
Administração Prática nas Funções de Contador pela mesma instituição
(2018). Também sou professor universitário, conteudista e curador. Sou
apaixonado pelo que faço e adoro transmitir a minha experiência de vida
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidado
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes.
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e
trabalho. Conte comigo!

Thalyta Mabel Nobre Barbosa


Olá. Meu nome é Thalyta Mabel. Sou graduada em Serviço Social
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e mestre
em Serviço Social, tendo como objeto de estudo o Serviço Social
na Previdência Social, pela mesma instituição. Possuo experiência
como docente nas áreas de Serviço Social e Metodologia Científica
na graduação e na pós-graduação de instituições públicas e privadas.
Atuo como autora, designer educacional e consultora educacional na
elaboração, gestão e implementação de materiais didáticos para a EaD.
Fui convidada mais uma vez pela Editora Telesapiens a integrar o seu
elenco de autores independentes e estou muito feliz em poder ajudar
você a conhecer o mundo maravilhoso da pesquisa científica e contribuir
para o seu aprendizado nesta fase. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
A leitura do texto teórico ......................................................................... 10
A importância da leitura no nível superior ....................................................................10

Finalidades e a importância da leitura............................................................................. 12

Aspectos para uma leitura proveitosa.............................................................................. 18

Resumo............................................................................................................. 22
Conceito e tipos de resumo .................................................................................................... 22

Fichamento..................................................................................................... 27
Conceito e tipos de fichamento ...........................................................................................27

Resenha ........................................................................................................... 33
Conceito e a importância da resenha ..............................................................................33
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02
UNIDADE
8 Pensamento Científico

INTRODUÇÃO
A partir do momento em que você ingressa no ensino superior,
obtém contato com diversas formas de conhecimento. Esse contato
é possibilitado por meio das aulas, dos seminários, das pesquisas, dos
eventos científicos e outros. Para que você tenha um maior proveito das
informações adquiridas no universo acadêmico, é essencial que você
desenvolva habilidades que facilitem o seu estudo. Grande parte das
informações a qual você terá acesso será orientada pelos textos teóricos.
Nesse sentido, a proposta deste capítulo é a de disponibilizar elementos
que facilitem o estudo dos textos teóricos. A apreensão do conteúdo
ministrado em cada disciplina que você cursar implica uma dedicação
que pode ser mais bem sistematizada se você tiver mecanismos que
simplifiquem as suas tarefas. O acesso ao conteúdo recebido em uma
aula encontra, na leitura, uma grande aliada. Torna-se, assim, fundamental
o conhecimento de técnicas que auxiliem na compreensão do material
que você precisa ler. Diante desse contexto, abordaremos técnicas de
leitura e análise de textos, tais como resumo, fichamento e resenha. Saiba
que uma boa leitura possibilita a apropriação do conteúdo em suas várias
possibilidades. Além disso, as atividades de leitura são extremamente
necessárias tanto na sua vida acadêmica quanto na vida profissional, uma
vez que, por meio dela, você enriquece a memória, estimula o senso
crítico, amplia os seus conhecimentos e aprofunda os seus estudos,
permitindo melhor entendimento do conteúdo lido.
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OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliá-lo no
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término
desta etapa de estudos:

1. Aplicar as técnicas de leitura no estudo de textos teóricos.

2. Elaborar resumos acadêmicos.

3. Identificar os tipos de fichamentos existentes.

4. Elaborar uma resenha.

Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao


trabalho!
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A leitura do texto teórico


INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo, você será capaz aplicar as


técnicas de leitura no estudo de textos teóricos. Essas
técnicas serão fundamentais para que a sua escrita
tenha um desenvolvimento prático e coeso. Ressaltamos
que algumas técnicas lhe ajudarão em vários trabalhos
acadêmicos, em escritas profissionais e para a aplicabilidade
do conhecimento. Motivado para desenvolver essas
competências? Vamos lá. Avante!

A importância da leitura no nível superior


Ao darmos início a um curso de nível superior, adentramos em
um universo repleto de conhecimento e novas habilidades a serem
desenvolvidas. Essas exigências são apresentadas ao aluno de modo
que, gradativamente, sejam internalizadas por eles. Como exemplos
de exigências de novas habilidades, podemos citar: a utilização de
programas de editor de texto; a navegação pela Internet, para a realização
das pesquisas acadêmicas, e em base de dados; a utilização de planilhas
de cálculo; e a elaboração de apresentação de slides. Além desses itens,
podemos citar a leitura, a produção e a apresentação do texto acadêmico.

Ao chegar à pós-graduação, muitas dificuldades já foram superadas.


No entanto, a leitura e a utilização da informática são exigências e
habilidades que perpassam qualquer que seja o seu estágio de formação
acadêmica. Portanto, é fundamental que você, como aluno de um
curso a distância e que utiliza de forma frequente o ambiente virtual de
aprendizagem, perceba que a leitura é uma atividade que deve integrar a
sua rotina de estudos.

Primeiramente, é importante afirmar que, se você não possui um


hábito de leitura frequente, deve desenvolvê-lo. Podemos definir o ato
de ler como o ato de significar o mundo. Perceba que, cada vez que
atribuímos significado ao mundo que nos cerca, estamos realizando
Pensamento Científico 11

uma leitura. Nesse sentido, estamos constantemente lendo, sejam fatos,


acontecimentos, paisagens, livros, entre outros.
Figura 1 – Leitura por intermédio da tecnologia

Fonte: Pixabay

Na universidade, também realizamos várias leituras, mas


destacamos, neste processo, a leitura do texto teórico. Isso se deve, uma
vez que é preciso que nos apropriemos da produção que a humanidade já
disponibilizou para avançarmos na busca por novas possibilidades.
Figura 2 – Leitura como o ato de significar o mundo

Fonte: Pixabay
12 Pensamento Científico

REFLITA:

Qual é a importância da leitura para a sua vida acadêmica?


Você já se questionou a esse respeito? A leitura viabiliza o
aprimoramento do vocabulário, a interpretação da realidade
e a reflexão de forma crítica.

Sobre a leitura, Alves (1999, p. 64) explica que:

[...] a leitura é igual à música. Para que a leitura dê prazer, é


preciso que quem leia domine a técnica de ler. A leitura não dá
prazer quando o leitor é igual ao pianeiro: sabem juntar as letras,
dizer o que significam – mas não têm o domínio da técnica.

Diante do exposto, podemos inferir que a leitura nos coloca diante


do mundo do conhecimento. Para uma perfeita compreensão do texto,
você deverá atuar não só como um decodificador da palavra, mas deverá
dialogar com o texto, recriar sentidos implícitos e estabelecer relações.

REFLITA:

Como é o seu processo de seleção de material para leitura?


Quais são as principais fontes que você tem contato para a
obtenção de informação?

Finalidades e a importância da leitura


É importante que você saiba que, ao encontrar um determinado
material para leitura, é fundamental realizar uma varredura de
reconhecimento. Isso se dá pela verificação da capa, do autor, do sumário,
das referências indicadas pelo próprio autor, da introdução e prefácio (no
caso dos livros), para, depois, iniciar a leitura. Esse ato é chamado de
análise textual, que é a visão panorâmica do texto, a fim de prepará-lo para
a leitura. De maneira geral, a leitura é feita com as seguintes finalidades:

• Informativa – é a leitura que está direcionada à aquisição de uma


cultura geral. Como exemplo, temos a leitura dos clássicos da
literatura, de revistas culturais, de arte etc.
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• Formativa – relacionada com a aquisição e a ampliação de


conhecimentos. Como exemplos, temos a leitura de textos
científicos, técnicos, de revistas científicas etc.
Figura 3 – Exemplo de texto científico

Fonte: Freepik

• Entretenimento – voltada à promoção da distração no leitor.


Como exemplo, temos a leitura de jornais, revistas de moda, de
curiosidades, em quadrinhos etc.
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Figura 4 – Leitura de jornal

Fonte: Freepik

A leitura de estudo é classificada por muitos autores, tais como


Cervo e Bervian (2003), como leitura formativa. A partir disso, é necessário
que você, ao ter algo para ler, estabeleça a finalidade da leitura daquele
texto, pois, assim, a sua leitura será bem mais proveitosa.

REFLITA:

Quais são as leituras que você realiza em seu cotidiano?


Você consegue classificá-las de acordo com as finalidades
apresentadas?

No contexto acadêmico, que é a nossa realidade em questão,


o texto, seja ele científico, técnico ou filosófico, destaca-se como uma
ferramenta que servirá de suporte ao seu aprendizado. A leitura que se
desenvolve por intermédio desses textos é chamada de leitura analítica,
uma vez que procede a uma análise do texto.
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Os processos apresentados são parte integrante de uma abordagem


exploratória do tema, com o intuito de fornecer subsídios das validades de
se ler o documento ou não. Dessa maneira, será possível identificar se a
leitura é importante para o alcance do objetivo proposto no estudo que
está sendo realizado.

Uma dica que pode ser usada quando há a realização de uma


pesquisa é: sempre que estiver lendo, faça anotações dos aspectos
principais do documento em fichas de leitura, bem como anote a fonte
em que a informação foi consultada. Armazene esses dados de forma
acessível, para que você possa retornar a eles quando necessário. Isso
é o que chamamos de leitura temática e leitura interpretativa. Nesse
momento, você decifrará a mensagem do autor, estabelecerá as ideias
centrais e secundárias, e realizará um diálogo com o autor, posicionando-
se frente às ideias apresentadas. É quando você desenvolve a crítica do
texto lido.

EXPLICANDO MELHOR:

A ideia central é identificada quando você reconhece a


mensagem que o autor quer transmitir, a tese que ele
defende.
As ideias secundárias são os argumentos utilizados
pelo autor para justificar a sua ideia central, ou seja, para
defender a sua tese.

Atualmente, fazemos a leitura de arquivos digitalizados por meio do


nosso computador ou tablet, por exemplo. Assim, é importante que você
redija comentários neles e escreva as suas observações referentes a eles.
Outro aspecto que merece a sua atenção é a separação dos textos, em
seu computador pessoal, por áreas e subáreas do conhecimento. Além
disso, os links que remetem a eles e as datas em que você teve acesso
são informações fundamentais, caso seja necessário apresentá-los nas
referências de algum trabalho acadêmico elaborado por você.
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Figura 5 – Leitura digital

Fonte: Pixabay

NOTA:

Recomendamos a elaboração de uma planilha com as


seguintes informações: título da obra, resumo, link e data
do acesso. Dessa forma, você organizará a sua biblioteca
digital particular. Que tal aplicar isso em seu cotidiano
acadêmico?

O que foi apresentado é muito importante para fins de organização


e de sistematização do conhecimento. Não perca essas informações,
pois, sem elas, informações importantes não poderão ser utilizadas na
realização do trabalho. Além disso, foi possível compreender que a leitura
de um material tem como principal missão memorizar determinado
conteúdo, aprender algo e desenvolver uma visão crítica sobre algum
aspecto.

Para que possamos aplicar um método em nosso cotidiano, tendo


em vista a sua importância nos processos do dia a dia, existem algumas
regras básicas que facilitam a aprendizagem.
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Primeiramente, atribua atenção ao que está sendo feito. Parece ser


uma etapa desnecessária e que deveria ser realizada implicitamente por
todos, sem a necessidade de ser parte do método. Contudo, não é assim
que acontece. É necessário esclarecer que a atenção é a capacidade de
estar concentrado, com foco único, direcionado a uma só atividade. Além
disso, considere que, se a atenção for aplicada durante um período para
determinada leitura, deve haver obrigatoriamente outro momento de
repouso. Caso o assunto seja de interesse do leitor(a), tem-se uma maior
facilidade de mantê-la fixa.

Em segundo lugar, há a memória, que nada mais é do que o


processo de retenção daquilo que foi lido e estudado. Não é sinônimo
de decorar alguma coisa. A memória tem relação com a execução de um
bom método de leitura, composto por uma atenção coerente, interesse e
relação entre o que está sendo lido com outros conteúdos já observados.
Isso se dá pela construção das bases comuns do conhecimento.

ACESSE:

Indicamos que você acesse a Scielo por meio do site: www.


scielo.com.br. A Scielo é uma biblioteca eletrônica brasileira
que abrange uma coleção selecionada de periódicos
científicos das mais diversas áreas.

Finalmente chegamos à etapa do indivíduo associar ideias de


maneira a extrapolar fatos e acontecimentos. É muito evidente quando
existe uma correlação entre o que está sendo apresentado e as
experiências anteriores dos autores. Isso se dá naturalmente por trocas
de palavras na conversa. Para um aprendizado adequado, é passível a
utilização de tal técnica para associar o conteúdo. Então, para se adequar
o hábito de leitura ao melhor possível, é necessário que o tempo para ler
seja selecionado e reservado diariamente, com local e material adequado.
Que tal iniciar com as suas leituras?
18 Pensamento Científico

Aspectos para uma leitura proveitosa


Vivemos, hoje, em uma era tecnológica e é fácil perceber que a
informação é transmitida de maneira muito rápida. Apesar de tudo isso, é
necessário que entendamos a importância da leitura como fonte principal
e melhor forma para a aquisição do conhecimento. Ainda que possamos
ouvir informações por outros meios de comunicação, a leitura desenvolve
e aprimora capacidades cognitivas relevantes ao ser humano.

Por meio da leitura, podemos nos comunicar melhor, aumentar o


nosso próprio vocabulário e, ainda, expor as nossas ideias de maneira
mais eficiente. Diante disso, para que a leitura se desenvolva da melhor
maneira, existem técnicas que colaboram com o processo.

Em primeiro lugar, é preciso realizar uma pré-leitura para o


reconhecimento do que se tem nas mãos. Nesses momentos, devemos
ler o começo e o final do documento de maneira genérica. Se for um
livro, o início e o fim; se for um capítulo, o primeiro e o último parágrafo.
Já se estivermos lendo um jornal ou revista, de maneira geral, o título e as
chamadas definem bem o conteúdo. Tenha em mente que os primeiros
parágrafos, normalmente, trazem as informações mais importantes para
reter a atenção e fazem referência direta ao que será apresentado.

Após isso, precisamos ter em mente que a leitura deve ser seletiva,
de modo a descartar o que é irrelevante ou desinteressante ao foco
desejado. Entretanto, para esta etapa, é necessário que esteja claro qual
é o objetivo do trabalho, ou seja, é fundamental que saibamos os critérios
que serão usados para abordá-los de maneira correta. O problema da
pesquisa precisa estar muito bem definido, a fim de que o material seja
corretamente aproveitado.

Para a sequência, deve-se realizar a leitura de forma crítica. Assim, a


capacidade de selecionar as ideias principais e separar tudo aquilo que é
secundário ao material é considerada a principal abordagem. Ao verificar
qual é o cenário da pesquisa, o aluno precisa analisar e comparar as
informações, no intuito de julgar e levantar as semelhanças para construir
a sua visão sobre o assunto. Nesse aspecto, é imprescindível que se tenha
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uma visão sistêmica do todo, a fim que se possa realizar uma análise do
contexto para uma síntese.
Figura 6 – Grupo de jovens realizando a leitura

Fonte: Freepik

Passamos, então, para a fase da leitura interpretativa do que foi


observado. O pesquisador procura entender e formar uma opinião sobre
as informações apresentadas pelo autor. Nesse momento, é de extrema
importância a integração entre os dados que foram descobertos na
execução da leitura.

Podemos seguir os procedimentos apresentados em conjunto com


algumas práticas apresentadas a seguir:

• Não ler um material sem ter definido qual é o foco ou necessidade


dessa leitura.

• Atentar-se na assimilação correta do conteúdo, ao lê-lo mais de


uma vez, se necessário.

• Ser sempre crítico em relação ao texto. Isso pode parecer genérico


ou vago, mas, quando a leitura for realizada, é importante se
questionar sobre a ideia principal do texto, o argumento que está
sendo defendido e se vale a pena continuar com a leitura.
20 Pensamento Científico

• Verificar a ordem lógica do texto e a sua devida coerência.

• Realizar a leitura de reconhecimento antes do final é uma etapa


importante.

• Verificar a veracidade das informações a partir da fonte que ela


está sendo consultada.

• Finalmente, tente entender o porquê o autor escreveu aquilo.


Isso também pode ser definido como a justificativa do trabalho.
Essencialmente, se você tiver entendido a motivação da
construção do trabalho, a leitura ficará mais fácil.

Agora, já é possível entender os resultados esperados a partir de


uma boa leitura. Passemos para a fase de organização da pesquisa, ou
seja, a documentação.
Figura 7 – Organização da pesquisa

Fonte: Freepik

Para que a pesquisa obtenha êxito, precisamos entender que não


basta ler exaustivamente todo o material encontrado sobre determinado
tema: é importante que haja compreensão e que o conteúdo seja
corretamente assimilado. A fim de que você possa se organizar e obter
o melhor rendimento possível dos seus estudos, existe uma prática que,
Pensamento Científico 21

se adotada, vai te auxiliar positivamente. A documentação correta das


suas leituras é algo efetivo e tem como intuito facilitar o processo de
aquisição do conhecimento. Para tanto, existem, basicamente, dois tipos
de documentação:

SAIBA MAIS:

A documentação geral é a organização do que foi


encontrado em caixas ou até mesmo em pastas. Os
documentos podem ser apostilas, jornais ou textos
consultados e lidos, os quais são, geralmente, apenas
organizados por temas, o que pode ocasionar uma
demora quando buscada alguma fonte.

Já a documentação bibliográfica tem como foco a separação


do conteúdo de diversas maneiras. As principais são: por comentários
das leituras, resumos ou, ainda, por citações. As separações podem
ser realizadas por meio do fichamento, que torna mais fácil, caso seja
necessária a realização da referência de determinada obra. Para que
possamos elaborar uma referência de uma determinada fonte, seja ela
um livro, revista, site ou periódico em geral, é necessário que façamos
utilização das normas ABNT. Essas normas serão explicadas de maneira
mais detalhada adiante.

RESUMINDO:

Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo?


Agora, só para termos a certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos
o que estudamos. Você deve ter aprendido as técnicas
de leitura no estudo de textos teóricos. Não só, mas
conheceu as suas finalidades e a sua devida importância.
Por fim, compreendeu os aspectos para se ter uma leitura
proveitosa.
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Resumo
INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de elaborar os


resumos acadêmicos. A principal função dos resumos se dá
em um processo de filtragem das principais ideias de uma
obra, o que exige que você saiba como funciona cada uma
dessas fases de filtração. Motivado para desenvolver essa
competência? Vamos lá. Avante!

Conceito e tipos de resumo


A leitura analítica apresentada no capítulo anterior deve garantir
que o leitor apreenda aquilo que realmente é essencial. Essa apreensão
pode ser bem melhor possibilitada mediante a elaboração do resumo da
leitura efetuada. No entanto, o que seria resumir?

Todas as vezes que falamos sobre resumo, a primeira ideia que


temos é a de que se trata de textos curtos e objetivos, o que não é verdade:
resumir é bem mais que isso. Esse formato é também compreendido
como uma condensação do texto, mas sempre se deve ter o cuidado de
fazer com que sejam permanecidas a intenção e a opinião do autor.

O formato de resumo não aceita avaliação, julgamento de opinião


ou comentários sobre o documento original. Resumir não é simplesmente
recortar e reproduzir partes do texto original. É necessário que seja
expressa, a partir de suas próprias palavras, a ideia central do texto.

De acordo com a NBR 6028 da Associação Brasileira de Normas


Técnicas (ABNT, 2003), um resumo é a apresentação concisa dos pontos
relevantes de um texto. Dessa forma, é plausível afirmar que os resumos
se constituem em um processo de filtragem das principais ideias de uma
obra sem perder a origem e o contexto que o autor nos transmite.

Nesse aspecto, o resumo comporta maior espaço para o registro de


observações e comentários sobre a obra do autor, ou seja, confere mais
detalhes e maior importância ao tema e suas primícias centrais. Lembre-
Pensamento Científico 23

se que as observações quanto aos comentários devem manter coerência,


visto que é um fator primordial para que o resumo atinja o seu objetivo
central, que é o de nos fornecer informações sem perder a sua natureza,
a partir das ideias contidas na obra que se está resumindo.

A partir do exposto, podemos afirmar que o ato de resumir um


texto exige muita atenção e fidelidade aos pensamentos do autor,
principalmente quando se trata do equilíbrio de algumas informações.
Dessa forma, o resumo não comporta críticas que se oponham às ideias
originais apresentadas, como “gostei”, “concordo”, “não considero válido”
etc. Trata-se de uma síntese dos principais elementos constitutivos da
obra e de sua comunicação conosco.

Podemos dar início ao resumo com o registro do tema, do problema


de pesquisa do autor e a sua síntese. Caso se trate de um livro com muitos
capítulos, pode-se realizar o registro por capítulos. Além disso, o resumo
deve conter os principais argumentos utilizados pelo autor e algumas
citações diretas ou indiretas (as últimas são as mais utilizadas nesse tipo
de esquema).

Você precisa, antes de fazer um resumo, compreender o material


que será resumido. Você sabe o que é resumir e para que serve um
resumo? Pode parecer redundante realizar esse questionamento, mas
um dos erros mais comuns é o de realizar um resumo ao mesmo tempo
em que se lê o texto pela primeira vez. Em outras palavras, a primeira
leitura deve ser realizada de maneira direta e sem interrupções. É a partir
da segunda leitura que é possível compreender as ideias e separar as
partes principais para a construção do resumo.

Um resumo pode seguir alguns passos importantes para que haja


uma boa execução, tais como:

• Expor inicialmente a ideia mais importante do texto, bem como


apresentar de onde ele é e onde foi publicado.

• As articulações de ideias são, necessariamente, reflexos das ideias


dadas pelo autor.

• As conclusões do autor original são o foco do resumo.


24 Pensamento Científico

• Fazer menção ao autor sempre comentando em terceira pessoa.

• Não usar frases de maneira integral.

• Não fazer juízo ou realizar crítica a respeito da obra original.

• O resumo deve ser facilmente compreensível, sem haver a


necessidade de consulta ao texto original. No entanto, devido à
falta de detalhes, o resumo deve despertar o interesse pela obra
original, caso necessário.

• Evitar o uso de sentenças longas ao fazer menção ao que foi


escrito no trabalho original.

Os resumos podem caracterizados em três tipos:

• O resumo informativo é, normalmente, o tipo de documento isento


de opinião, apenas representando, de forma curta e direta, o texto
que foi lido. Ele apresenta as ideias principais do autor, respeita
a sua posição e, se for necessária alguma citação integral, é
apresentada entre aspas.

• O resumo crítico é dado por um formato no qual quem o elabora


redige normalmente a síntese de um documento lido. Posterior a
isso, expressa a sua opinião em razão do que foi exposto, ou seja,
realiza uma crítica.

• O resumo acadêmico científico pode ser definido como um


texto muito curto, mas que representa todas as etapas de um
trabalho científico. Sua utilização vai desde monografias e artigos
(geralmente 250 palavras) até teses e dissertações (geralmente
500 palavras). Em sua sequência, encontram-se as palavras-chave,
responsáveis por localizar e exemplificar o que o documento trata.
A norma que o define é a ABNT NBR 6028:2003, a qual estabelece
os seus devidos limites.

Vejamos, a seguir, o resumo da dissertação de mestrado do


Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da UFRN, intitulada
O Serviço Social na Previdência Social: a afirmação do seu espaço na
materialização dos direitos, de Rozendo (2010).
Pensamento Científico 25

Quadro 1 – Exemplo de resumo

RESUMO

O trabalho profissional do/a assistente social na política previdenciária, vê-se envolto


numa conjuntura adversa à consolidação do projeto ético-político profissional,
marcada pela materialização da política de cunho neoliberal que promove
essencialmente a redução dos direitos sociais historicamente conquistados pela
luta da classe trabalhadora. Neste sentido, com o objetivo de analisar a afirmação
do trabalho do Assistente Social na Previdência Social, suas lutas e desafios para a
materialização de direitos, frente à conjuntura atual é que se processa a base teórica
das discussões a serem travadas. Para tanto, realizamos como procedimentos
metodológicos uma pesquisa bibliográfica e documental no detalhamento das
nossas categorias analíticas, a fim de fundamentarmos o debate sobre a política
previdenciária. A pesquisa realizada teve como área de abrangência a Gerências
Executivas da Previdência Social de Mossoró e Natal-RN, correspondendo um
total de 07 (sete) Assistentes Sociais pesquisadas, que trabalham no Setor de
Serviço Social. Assim, a pesquisa, permitiu-se uma aproximação com o trabalho
das Assistentes Sociais e com isso possibilitou-nos chegar a algumas conclusões:
Primeiro, ao fato de que a Previdência Social não garante, em sua totalidade, as
condições necessárias para o trabalho do(a) Assistente Social, tendo em vista a
falta de recursos materiais e humanos para a sua efetivação, bem como da quase
inexistência de sigilo profissional; segundo, que as Assistentes Sociais pesquisadas
afirmam o Projeto Ético-Político do Serviço Social, no seu exercício profissional, a
partir do engajamento em projetos e movimentos sociais relacionados à defesa
dos direitos sociais e as classe trabalhadora; terceiro, que a afirmação deste projeto
profissional, contribui para a formação de um novo fazer profissional, calcado
numa análise de totalidade e de uma ação mais interventiva, crítica e propositiva,
capaz de se relacionar com os interesses dos(as) usuários que procuram os seus
serviços, na consolidação e socialização dos direitos sociais. Assim, os rumos do
trabalho profissional do/a assistente social com respaldo no amadurecimento
teórico-metodológico adquirido nos últimos anos e na competência ético-política
cotidiana consolida o seu espaço na instituição previdenciária afirmando, os
direitos arduamente combatidos numa conjuntura calcada na desestruturação
das lutas sociais.

Palavras-chaves: Política social. Previdência Social. Serviço Social. Trabalho Profissional.


Direitos sociais.
Fonte: Rozendo, 2010 (Adaptado).
26 Pensamento Científico

Figura 8 – O ato de resumir

Fonte: Pixabay

Perceba que o exemplo anterior se trata de um resumo o qual


apresenta introdução, objetivos, metodologia, resultados e conclusão. Ele
é originário de uma pesquisa científica e é um meio de divulgar a produção
acadêmica. Por fim, o resumo deve ser uma prática usual durante toda a
sua formação, uma vez que, a cada nova disciplina, aumenta-se a carga
de leitura solicitada.

RESUMINDO:

Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo?


Agora, só para termos a certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos o
que estudamos. Você deve ter aprendido a como elaborar
resumos acadêmicos, bem como conheceu os seus tipos
e finalidades. Além disso, percebeu a importância de se
ter uma prática usual e rotineira desse gênero textual para
obter êxito nos estudos acadêmicos.
Pensamento Científico 27

Fichamento
INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar


os diversos tipos de fichamentos existentes. Isso será
fundamental para o aprendizado adquirido em sua trajetória
acadêmica. Motivado para desenvolver essa competência?
Vamos lá. Avante!

Conceito e tipos de fichamento


Apesar do homem, a cada dia, avançar no conhecimento de novas
possibilidades para melhorar a sua existência, ele ainda não consegue usar
toda a sua capacidade intelectiva. Nós não somos computadores, os quais
armazenam um número infinito de informações. Por exemplo, no início
de um curso, sempre estamos em contato com disciplinas interessantes,
cujos conteúdos se diluem durante o curso. Muitas vezes, são conteúdos
que fundamentam novos conhecimentos, mas não conseguimos
armazená-los e eles se perdem, porque não são devidamente arquivados.

O processo de fichamento é usado para que haja ordem na


organização dos dados consultados, quando feita a pesquisa dos
documentos relevantes ao tema. A finalidade é a de reunir as informações
principais e contribuir na identificação da obra que foi estudada. Até
alguns anos atrás, quando um professor nos solicitava um fichamento,
o aluno, para confeccioná-lo, ia até uma livraria para comprar uma ficha
de cartolina com tamanhos padronizados. Hoje, o avanço da informática
permite que você faça o seu fichamento em qualquer programa de banco
de dados de um computador, abrindo pastas para as diversas disciplinas.

Pelo fato de estar no início de seus estudos, você pode estar


subestimando a validade ou a importância do fichamento. Pode
considerá-lo um retrabalho ou uma atividade desnecessária quando se
está realizando uma pesquisa. Todavia, esse tipo de recurso constitui um
dos mais importantes durante a execução da pesquisa. Além disso, é
necessário fazer uso das normas ABNT para o fichamento, o que nos traz
28 Pensamento Científico

uma padronização do conteúdo consultado, de forma a ter disponíveis as


informações necessárias no momento de se escrever sobre determinado
assunto.

NOTA:

O fichamento ou o conjunto de fichas de identificação que


você elaborar pode ser armazenado no computador, a
fim de facilitar o acesso às informações. No entanto, aos
conservadores, é possível que essas fichas sejam feitas de
forma manual. A vantagem disso é a garantia de uma maior
dificuldade na perca dos dados devido a um problema de
sistema. Outra forma de não perder o conteúdo é armazená-
lo no computador, mas deixar o backup direcionado para a
“nuvem”, que nada mais é do que deixar o arquivo salvo em
algum servidor on-line.

A composição padrão de um fichamento é:

a. Primeiramente, o cabeçalho, que pode ser dividido em título geral


e título específico do trabalho.

b. Em seguida, temos a referência, a qual contém o autor, o título, o


local em que foi publicado, a editora e o ano de publicação.

c. Posteriormente, tem-se o corpo ou texto do fichamento/ficha,


que também pode ser traduzido como o conteúdo do que está
sendo arquivado. Ele pode ser constituído por um resumo geral
ou até mesmo uma citação. Não só, mas também pode mudar
de maneira específica, dependendo do tipo de fichamento que
estiver sendo realizado.
Pensamento Científico 29

Figura 9 – Modelo de ficha catalográfica

Título Geral Título Específico Nº da ficha →


Cabeçalho
Referência Bibliográfica de acordo com a ABNT →

→ Corpo ou texto da ficha

Local onde a obra se


(biblioteca X) → encontra
Fonte: Elaborado pelos autores.

Para exemplificar e dividi-los em casos diferentes, traremos uma


ficha de citação e uma ficha de resumo. Ao estabelecer as diferenças
entre elas:

A ficha de citação é constituída mediante o uso de partes das obras


ou de capítulos do que foi estudado. A transcrição faz menção aos textos
que foram consultados e estudados, de forma a obter-se citações diretas,
as quais, quando escritas, devem seguir as normas propostas pela ABNT.
As transcrições são classificadas em:

• Citações diretas, com todo o texto redigido da maneira como foi


escrito pelo autor.

• Citações com omissão de parte do texto que não tem relevância no


momento da citação, indicado por intermédio de três pontos e dois
colchetes “[...]”. Dessa forma, quando se transcreve o texto na ficha
em questão, é necessário observar todas as normas cabíveis para
citações. Nesse caso, devem-se seguir as seguintes premissas:
30 Pensamento Científico

bloco, letra 10 e espaço simples para citações com mais de três


linhas; texto direto e entre aspas duplas (“ ”) se a citação for de até
três linhas, não se esquecendo de citar a página ao final da citação.
Figura 10 – Exemplo de ficha de citação

Fundamentos de
01
Metodologia
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. São Paulo:
Atlas, 1993.

“O tamanho-padrão das fichas é 7,5 cm por 12,5 cm; ou


12,5 cm por 20,0 cm. O pesquisador poderá optar por outro
tamanho que atenda a seus propósitos (p. 108)”.

(biblioteca particular)
Fonte: Elaborado pelos autores.

É importante lembrar que, no momento de realização do fichamento,


não é necessário o apresentar o autor e nem o ano, pois esses dados já
foram inseridos no cabeçalho da própria ficha. Além disso, no momento
em que você estiver estudando as normas da ABNT, atente-se em
compreender o que deve ser levado em consideração para a construção
do fichamento.
Pensamento Científico 31

Já a ficha de resumo é uma síntese das ideias que são exploradas


de maneira central na obra consultada. Em outras palavras, o foco dessa
ficha é atribuído a um grupo de informações que possa sintetizar uma obra
que foi lida, no intuito de facilitar a busca por certa informação na fonte.
Esse recurso é um dos mais comuns quando se realiza uma pesquisa
bibliográfica.
Figura 11 – Ficha de resumo

Fundamentos de
01
Metodologia

FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. São Paulo:


Atlas, 1993.

A autora inicia sua obra situando a importância do


conhecimento na vida do homem e os principais tipos de
conhecimento. Destacando a ciência, situa o método como
característica desse conhecimento. A seguir, discute a
pesquisa como recurso necessário ao desenvolvimento da
ciência. Nesse sentido, traça as etapas de um projeto de
pesquisa e define a estrutura básica de um trabalho científico.

(biblioteca particular)

Fonte: Elaborado pelos autores.

É possível, também, optar por uma ficha mista, aonde você pode
facilmente resumir as ideias do autor e também incluir algumas citações
longas e curtas. É você que escolhe qual é o tipo de ficha mais interessante.
32 Pensamento Científico

Veja que apesar de estarmos em um mundo cada vez mais


tecnológico no qual praticamente se extinguiu a escrita à mão você pode
realizar o Fichamento de uma outra forma. Isso quer dizer que, ao invés de
ter as fichas impressas pode realizar essa atividade diretamente em seu
computador e armazenar todas as fichas lá.

RESUMINDO:

Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo?


Agora, só para termos a certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos o
que estudamos. Você deve ter aprendido os diversos tipos
de fichamento e as suas características. Também conheceu
a importância de se utilizar essa técnica de estudo em sua
vida acadêmica e as possibilidades que ela oferece.
Pensamento Científico 33

Resenha
INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de elaborar


uma resenha e compreender quais são as suas vantagens
quando bem elaborada, inclusive, para a troca de
conhecimento e divulgação científica. Motivado para
desenvolver essas competências? Vamos lá. Avante!

Conceito e a importância da resenha


A resenha é o mais completo tipo de resumo, pois requer de quem
a redige um conhecimento sobre a temática/objeto de sua análise. Além
da crítica ao texto lido, deve conter comparações com obras da mesma
área e avaliação da relevância da obra em relação às outras do mesmo
gênero. É um recurso bastante utilizado quando se é lançado um livro
de determinada área no comércio, pois possibilita a sua divulgação. Na
verdade, a resenha não é nada além de um resumo crítico, em que as ideias
centrais devem ser escritas de forma mais clara e objetiva. Além disso, por
se tratar de um resumo, deve manter semelhança em seu ato constitutivo,
ou seja, não deve perder a origem básica da comunicação inicial.

Dessa forma, podemos afirmar que a resenha é uma forma ou


técnica de realização de um resumo mais crítico ou até mesmo mais
analítico sobre um texto. Com ela, temos a liberdade de acrescentarmos
as nossas opiniões pessoais sobre o texto, atribuindo, assim, mais ênfase
a uma comunicação com o texto por meio de nossa interpretação. Nesse
momento, todavia, é importante partirmos de uma análise crítica das
ideias/argumentos que realmente se encontram no texto, dado que não
podemos criar ou definir nada fora do contexto inicial.

Sendo assim, durante a escrita do resumo, o pesquisador fará a


crítica, o julgamento da obra e dos principais aspectos ao seu redor. Para
esse tipo de esquema, Santos e Candeloro (2006, p. 5) aconselham os
seguintes passos:
34 Pensamento Científico

a) Citação bibliográfica do texto lido de acordo com a ABNT

[...], com inclusão do número de páginas do texto que está


sendo resenhado.

b) Caso seja longo e estruturado em capítulos, o texto a ser


resumido, descrever a organização dos capítulos e os temas
abordados pelos mesmos. Em se tratando de um texto curto
descrever apenas o tema abordado pelo autor.

c) Descrição clara do problema abordado pelo autor no texto.

d) Descrição das conclusões apresentadas pelo autor (ideias

centrais) e os argumentos por ele utilizados.

e) Julgamento crítico das ideias e da argumentação do autor


(grifo nosso).

Observamos, ainda, que uma resenha pode prescindir do resumo


se o texto já for muito difundido. Nesse caso, o autor da resenha pode
expressar diretamente a sua opinião crítica sobre o pensamento do autor.
O modelo clássico, no entanto, principia pelo resumo como forma mais
concreta de comunicação.

Para todos os efeitos, a resenha é um tipo de resumo crítico.


Neste momento, você já compreende que isso significa a construção de
um resumo no qual você redige a sua opinião. Contudo, nesse gênero
textual, a sua liberdade é um pouco maior. É possível comparar o texto
lido com obras da mesma área e formar juízo de valor, o que exige um
conhecimento mais específico sobre o assunto.

Em linhas gerais, a resenha precisa, inicialmente, referenciar a


obra de maneira correta, apresentando todas as informações e direções
para encontrá-las. Não só, mas também é necessário que se apresente
o que foi abordado e executado na obra original. Entretanto, a resenha
pode, ainda, ser apenas descritiva, sem necessariamente incluir a opinião
de quem a elaborou. Como um padrão adotado, a resenha deve ter, no
máximo, quatro folhas com espaços duplos.
Pensamento Científico 35

Na construção de uma resenha, é necessário que sejam observados


um pequeno número de passos:

• Referência à obra original, de acordo com a NBR 6023 (ABNT,


2003).

• Abordar, de maneira geral, o autor da obra.

• Sintetizar o conteúdo do tema e os aspectos principais.

• Apresentar o que o autor original concluiu.

• Realizar a crítica sobre o que foi exposto.

Para a elaboração da quinta etapa, é necessário trabalhar com uma


lógica que questione: o mérito da obra; a contribuição dada; se as ideias
são originais; e se o texto é coerente e preciso. Além disso, é preciso
verificar qual é o público destinado a entender a obra e se ela está de
acordo, bem como se há certo equilíbrio no que foi transmitido.

Em suma, a resenha tem uma proposta que sustenta que você deve,
primeiramente, dominar o tema que está sendo abordado, esquematizar
o resumo e, então, elaborar uma crítica sobre determinada obra.

RESUMINDO:

Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo?


Agora, só para termos a certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos o
que estudamos. Você deve ter aprendido a importância da
resenha para o estudo dos textos teóricos. Percebeu que
ela é de suma importância para a divulgação científica e a
consequente troca de conhecimentos. Também entendeu
como se elabora uma resenha e quais são as suas
características.
36 Pensamento Científico

BIBLIOGRAFIA
ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
6028: Informação e documentação - Resumo – Apresentação. Rio de
Janeiro: ABNT, 2003.

ALVES, R. Entre a ciência e a sapiência: o dilema da educação. São


Paulo: Loyola, 1999.

ANDRADE, M. M. de. Introdução à metodologia do trabalho científico.


São Paulo: Atlas, 2001.

CARVALHO, M. C. M. de (org.). Construindo o saber. Campinas:


Papirus, 2003.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. São Paulo:


Prentice Hall, 2003.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia


científica. São Paulo: Atlas, 2001.

PLATÃO, F. S.; FIORIN, J. L. Para entender o texto: leitura e redação.


2. ed. São Paulo: Ática, 1991.

SANTOS, V. dos; CANDELORO, R. J. Trabalhos acadêmicos: uma


orientação para a pesquisa e norma técnica. Porto Alegre: AGE, 2006.

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