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Práticas

Financeiras
Dayanna dos Santos Costa Maciel

Unidade 3

Livro Didático
Digital
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autora
DAYANNA DOS SANTOS COSTA MACIEL
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
A AUTORA
Dayanna dos Santos Costa Maciel
Olá! Meu nome é Dayanna dos Santos Costa Maciel. Sou formada
em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
com Mestrado acadêmico nessa mesma área de conhecimento, este com
ênfase em Estratégia e Inovação (pela Universidade Federal da Paraíba
em 2019). Também possuo mestrado acadêmico em Gestão de Recursos
Naturais (UFCG, 2014) com ênfase de pesquisa em Estratégia Ambiental
focada em modelos e ferramentas de gestão nas empresas. Tenho
experiência técnico-profissional no ensino da Administração ministrando
disciplinas como Planejamento Estratégico, Cultura organizacional e
liderança, Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais, Engenharia
Econômica, entre outras a nível de graduação e pós-graduação. Sou
apaixonada por gestão e planejamento, e lecionar esse conteúdo
para mim consiste emergir junto com os discentes em um universo de
possibilidades de gestão, nas quais a criatividade para traçar estratégias e
analisar cenários torna-se o principal ingrediente presente no processo de
ensino e aprendizagem, bem como da atuação dos futuros gestores em
formação. Adoro transmitir meus conhecimentos e minha experiência de
vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes.
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha
de aprendizagem toda vez que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova com- novo conceito;
petência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou
mento; discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Análise de financiamento de capital: entendendo as decisões e
as fontes de financiamento..................................................................... 11
Decisões de Financiamento......................................................................................................11

Teoria do custo de capital...................................................................................... 15

Custo de Capital de terceiros.................................................................................................. 17

.Custo de Capital Próprio.............................................................................................................19

Análise de investimentos: entendendo as decisões de


investimentos................................................................................................24
A decisão de investimento: O valor do dinheiro no tempo...............................24

Formas de Capitalização: Juros Simples.................................................... 26

Formas de capitalização: Juros compostos............................................. 29

Formas de capitalização: Capitalização contínua................................. 31

.Decisões de investimento: Reflexões básicas............................................................32

Orçamento de capital: conceito e implicações.............................. 35


Decisões de Investimento de longo prazo e importância do orçamento
de capital................................................................................................................................................35

Orçamento empresarial e o orçamento de caixa.................................................... 38

Orçamento: a importância como ferramenta de controle e


previsão do futuro da empresa..............................................................43
Í.ndices econômicos- Financeiros como ferramenta para planejamento e
controle orçamentário: Introdução......................................................................................43

Análise de liquidez......................................................................................................................... 46

.Análise de atividade...................................................................................................................... 46

.Análise do endividamento........................................................................................................ 48

.Análise de lucratividade............................................................................................................. 49

Demonstração da composição do resultado............................................................. 50


8 Práticas Financeiras

03
UNIDADE
Práticas Financeiras 9

INTRODUÇÃO
As empresas dependem de capital para manter o desenvolvimento
de suas atividades. Pois bem, quais decisões os gestores precisam
tomar a respeito desse capital? Resposta: Resumindo, assim como
você, as empresas então preocupadas em onde conseguir e onde
investir esse recurso financeiro. Nesse sentido, as decisões básicas nas
empresas a respeito de capital remetem a decisões de financiamento e
de investimento. Esse é o nosso foco de estudo nessa unidade. Vamos
apreender os aspectos de devem ser considerados tanto para tomada
de decisão de financiamento como de investimento, bem como ressaltar
a importância do orçamento de capital para as empresas. Prepare-se! Ao
longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! O universo
das decisões de capital empresarial. Avante!
10 Práticas Financeiras

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:

1. Entender os aspectos que envolvem as decisões de financiamento


nas empresas;

2. Compreender os cálculos básicos que sustentam as decisões de


investimento, a partir da percepção do valor do dinheiro no tempo e as
reflexões sobre a decisão de investir;

3. Definir o que é orçamento de capital e descrever seus


componentes visando analisar investimentos;

4. Fazer uso de índices econômicos e financeiros para fins de


planejamento e controle de orçamento empresarial.

Então? Preparado para continuar a navegar no mar do conhecimento


sobre recursos financeiros? Alçar velas e boa viagem!
Práticas Financeiras 11

Análise de financiamento de capital:


Entendendo as decisões e as fontes de
financiamento.

OBJETIVOS
Ao término deste capítulo você será capaz de entender
os aspectos que envolvem as decisões de financiamento
nas empresas. Isso é de suma importância na sua atuação
profissional, uma vez que a partir desse conhecimento
você poderá ajudar as empresas em seu campo de
atuação a gerenciar custos de financiamento, ou seja o
custo de capital. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então vamos lá. Avante!

Decisões de Financiamento
Você já parou para pensar de onde vem o dinheiro que as empresas
fazem uso, ou seja, financiarem o seu funcionamento de desenvolvimento?
Esse dinheiro tem algum custo? Bem, esse dinheiro vem de alguma fonte
que gera algum tipo de custo para a empresa. Esse custo chamamos de
custo de capital. Portanto, decisões de financiamento são baseadas a
análise desse custo.

DEFINIÇÃO
Custo de capital é a expectativa de ganho dos investidores
ante as decisões financeiras da empresa. Para o investidor
o custo de capital é o que ele ganha ao “emprestar” um
capital e para a empresa que recebe esse “empréstimo” o
custo de capital é o valor que ela paga para ter esse à sua
disposição.
12 Práticas Financeiras

Nesse sentido, aqui vamos tratar o custo de capital na perspectiva


da empresa requerente e não do investidor detentor do capital (à termos
de referência apenas, pois os conhecimentos aqui estudados se aplicam a
ambas as partes). Isso porque assim como é importante para uma pessoa
física, também é importante para empresa conhecer exatamente quanto
ela paga ou pagará pelos seus recursos financeiros. Nesse sentido, se
em nossa atuação pessoal ou profissional temos que se tomar decisões
financiamento, precisamos ter conhecimento dos principais conceitos e
teorias que remetem ao custo de capital e como esse custo pode ser
calculado. Para tanto, vamos aprender aqui como calcular o custo de
capital de algumas fontes de financiamento, uma vez que na hora de
tomarmos decisões de capital esse custo é uma variável preponderante.
Para início de nossos estudos vamos ter em mente que o custo de capital,
ou seja o valor que se paga para ter recursos financeiros à disposição, é
afetado por diversos fatores, os quais são destacados na figura 1.

Figura 1 – Fatores que afetam o custo de capital.

•• Demanda
Condições •• Oferta
gerais da •• Inflação
economia •• Outros

Condições •• Facilidade de negociação


dos títulos;
gerais do
•• Facilidade de obtenção de
Custo de mercado crédito

Decisões
•• Avaliação dos risicos do
operacionais negócio
e financeiras •• Avaliação dos riscos
finaceiros
da empresa

Volume de
recursos •• Volume do recurso financeiro
a serem •• Oferta do recurso

financiados

Fonte: o autor
Práticas Financeiras 13

VOCÊ SABIA?
A variável sucesso empresarial está ligada ao custo que
a empresa tem em financiar seus projetos. Consideramos
projetos tudo que a empresa imobiliza seu capital financeiro
visando um retorno, portanto os produtos, serviços, bens
materiais e imateriais da empresa são frutos de projetos
implementados. Então por exemplo, quanto maior o custo
de capital da empresa, maior o custo de seus projetos, de
modo que arcar com esse custo pode ser tanto um risco
ou uma oportunidade da empresa em se destacar no meu
mercado de atuação.

Diante da complexidade das variáveis que influenciam o custo de


capital, podemos concluir que a composição desse custo pode abranger
várias fontes de capital, de modo que precisamos o definir de forma mais
específica. Para tanto, temos o custo de capital médio ponderado. A esse
respeito assevera Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p. 199):

Custo médio ponderado de capital é a remuneração


recomendada para servir como taxa de desconto da
avaliação de projetos. É possível financiar-se inteiramente
com recursos próprios, emitindo ações. Poderá
também financiar-se apenas com capital de terceiros.

Por hora vamos nos concentrar no custo de capital. Vejamos antes


de aprender a calcula-lo outros termos cuja suas definições estão a
ele relacionadas. O quadro 1 apresenta tais termos e suas respectivas
definições.
14 Práticas Financeiras

Quadro 1 – Termos e definições relacionadas ao custo de capital.

Termo Definição
É qualquer bem suscetível de ser aplicado à
produção, toda riqueza capaz de proporcionar
Capital
renda. É um fator necessário ao funcionamento do
negócio e tem um custo.
Custo de capital É o custo de um componente dos financiamentos
de terceiros de terceiros, calculado após o imposto de renda.
Custo de ações É o custo de financiamento por meio de emissão de
preferências novas ações preferenciais. Não tem desconto do IR.
É o custo de lucros não distribuídos aos acionistas.
Custo de lucros
Por se tratar de capital próprio interno não incorre
retidos
custo de corretagem.
Custo de ações É o custo de novas ações ordinárias lançadas no
ordinárias. mercado, que incorrem em custos de corretagem.
Fonte: Adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p.200)

Vamos aprofundar nas definições apresentadas no quadro 1 ao


longo dessa unidade, contudo elas foram apresentadas a fim de termos
um conhecimento prévio para enfim apreendemos a calcular o custo de
capital. Então vamos lá: como podemos calcular o custo de capital? O
custo de capital pode ser calculado a partir da aplicação da equação 1.
Na equação temos como numerador a remuneração do capital (custo de
capital) e no denominador os capitais.

Equação 1: Custo de capital.

𝑗 𝑑
𝑘= +
𝐶𝑡 𝐶𝑝
Fonte: Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p.200)

Na equação 1 temos: k = custo de capital; j = juros; d = dividendos; ct


= capital de terceiros de longo prazo cp = capital próprio.
Práticas Financeiras 15

Vejamos um exemplo. Uma a empresa J.J dispõe R$200.000,00


de capital para financiar seus projetos durante um ano. Desse valor R$
150.000,00 é financiado por capital próprio, ao um custo de 19% a.a, o
restante é financiado por capital de terceiros a uma taxa de juros de 15%
a.a. Qual o custo de capital para a J.J nessas condições? Aplicando a
equação temos que o custo de capital da J.J é 34% a.a (7.500/50.000 +
28.500/150.000).

Esse custo de capital é considerado pelo investidor como taxa


de retorno exigidas pelos projetos de investimento. No exemplo acima
a J.J deve investir em projetos que no mínimo lhe traga um retorno de
35% do valor investido. O que lhe garantia ao menos cumprir com seus
compromissos gerados pelo financiamento. Contudo vamos ver mais
à frente que é o custo médio ponderado de capital que vai melhor ser
referência para essa análise como destaca Lemes Júnior, Rigo e Cherobim
(2010, p. 200):

Qual custo de capital deve ser considerado para decisões de


investimento? A resposta adequada é o custo ponderado de
capital Kmp, porque ao usá-lo estamos valendo do princípio
robusto de buscar o equilíbrio entre endividamento e capital
próprio. Se usarmos apenas capital próprio, estaremos elevando
o custo de capital. Se utilizarmos só capital de terceiros,
com o tempo, estaremos com excesso de endividamento...

O custo de capital como mecanismo de avalição de padrão


financeiro é fundamentado nos pressupostos.

Teoria do custo de capital


A teoria de custo de capital pressupõe que o retorno de um capital
está condicionado ao risco. Portanto, temos aqui mais dois termos cuja a
definição devemos recordar, uma vez que estão ligados diretamente as
16 Práticas Financeiras

decisões de financiamento: Risco e Retorno. Contudo no caso do risco, a


exposição ao mesmo provoca sobre a taxa de retorno exigida, dos tipos
de risco: o risco de negócio e o risco financeiro.

DEFINIÇÃO
Risco de negócio é o risco de não gerar receitas suficientes
para os custos operacionais, já o risco financeiro é o de não
gerar recursos para pagar os compromissos financeiros.

Assim temos que o risco do negócio remete a receitais, custos,


despesas, investimentos, entre outros elementos da operação da empresa;
já o custo financeiro remete a decisão de financiamento e endividamento.
Como o nosso foco nos estudos é decisões de financiamento aqui vamos
nos ater ao risco financeiro. Em relação ao risco financeiro as empresas
podem adotar três posturas: agressiva, intermediária e conservadora.

EXPLICANDO MELHOR
A postura da empresa em relação ao risco remete
a intensidade de sua exposição ao risco financeiro
(endividamento). Nesse sentido, em uma postura agressiva
a empresa assume grande endividamento; na postura
intermediária, uma posição de médio endividamento;
consequentemente na postura conservadora ela busca o
mínimo de endividamento.

Mas, onde o custo de capital entra nessa história? Tendo em vista


que o custo de capital considera o retorno do investidor, e esse retorno está
relacionado ao risco, ao se calcular o custo de capital para fins de análises
de decisões de financiamento considerando os seguintes condicionantes:
momento específico do custo de capital; reflexão do custo financeiro de
projetos; fixação para determinado volume de recursos; variação quando
a necessidade de capital, além do volume fixado de recursos; desconto
do imposto de renda e invariabilidade da taxa do imposto de renda.
Práticas Financeiras 17

Vejamos a seguir especificamente como se calcular o custo de


capital para financiamento de capital de terceiros e capital próprio.

Custo de Capital de terceiros

DEFINIÇÃO
“Custo de capital de terceiros é a remuneração dos
financiamentos de longo prazo, após Imposto de Renda
(IR)” (LEMES JÚNIOR, RIGO E CHEROBIM; 2010, p.202)

Em suma para se calcular esse custo precisamos dos seguintes


dados: juros, alíquota de IR, valor do capital de terceiros de longo prazo.
Possuindo tais informações podemos calcular o custo desse capital
aplicando a equação 2.

Equação 2: Custo de capital de terceiros.

𝒋
𝑲𝒕 =
𝑪𝒕(1 − 𝑰𝑹)

Fonte: Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p.202)

Na equação 2 temos: kt = custo de capital de terceiros; j = juros; ct =


capital de terceiros de longo prazo; IR = alíquota de IR. A figura 2 apresenta
um exemplo de aplicação do cálculo de custo de capital de terceiros.
18 Práticas Financeiras

Figura 2 –Exemplo de cálculo do custo de capital.

Fonte: Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p.202)

Ainda a respeito do capital de terceiros temos o custo de capital de


debêntures. Que pode ser calculado usando a remuneração contratada
até o vencimento desse título, para se obter a taxa interna de retorno.
Conforme apresenta o exemplo disposto pela figura 3.

DEFINIÇÃO
“Custo de capital de debêntures é a remuneração paga a
investidores proprietários de debêntures, após o Imposto
de Renda.” (LEMES JÚNIOR, RIGO E CHEROBIM; 2010, p.202)
Práticas Financeiras 19

Figura 3 –Exemplo de cálculo do custo de capital de terceiros.

Fonte: Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p.204)

No exemplo da figura 2, foi calculado inicialmente o capital de custo


de terceiros, cujo tem-se na equação de cálculo: Kflp= Custo de capital de
terceiros de longo prazo; klr=Custo do título livre de risco; Prn= Prêmio de
risco de negócios; Prf=Prêmio de risco financeiro; IR=Imposto de Renda.

Custo de Capital Próprio

DEFINIÇÃO
“Custo de capital próprio é a remuneração mínima que os
acionistas exigem por financiarem permanentemente a
empresa” (LEMES JÚNIOR, RIGO E CHEROBIM; 2010, p.204).

O custo de capital próprio é calculado fazendo uso da equação 3.

Equação 3: Custo de capital de terceiros.

𝒅
𝑲𝒑 =
𝑪𝒑

Fonte: Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p.2002)

Na equação 3 temos: kp = custo de capital próprio; d = dividendos;


cp = capital próprio.
20 Práticas Financeiras

Mas esse capital próprio é financiado de que forma? Pelas fontes


de captação de capital próprio: ações ordinárias, preferências e lucros
retidos. Essas fontes estudamos na unidade anterior quando aprendemos
sobre estrutura de capital. Aqui vamos nos focar como os calcular os
custos de capital advindo dessas fontes. O quadro 2 define cada tipo de
capital próprio com base nessas fontes, bem como apresenta a equação
para cálculos de custos.

Quadro 2 – Tipos de custo de capital próprio.

Custo de
capital da Definição Equação para cálculo de custo
(de):
Kao = Custo de capital
da ação ordinária;
Po = preço atual da
Abordagem de ação;
crescimento de dl = dividendo
dividendos. esperado no ano, ou

𝑑𝑙 dividendo pago no ano;


É a remuneração 𝐾𝑎𝑜 = +𝑐
𝑃𝑜 c =taxa de crescimento
a ser paga aos
esperada dos
proprietários de
dividendos.
ações ordinárias.
Ação ordinária Kao = Custo de capital
Existem três Abordagem do
da ação ordinária;
abordagens para Capital Asset
Klr = Taxa livre de risco;
cálculo desse Pricing Model –
Km = Taxa de retorno
custo. CAPM.
de mercado;
Kao= Klr+ βe (Km-Klr)
ße = Beta
Abordagem do Kao = Custo de capital
custo de capital da ação ordinária;
de terceiros mais Kt = custo de capital
prêmio de risco. de terceiros;
Kao=Kt+Pe Pe = Prêmio de risco;
Práticas Financeiras 21

É a remuneração
que os acionistas
exigem sobre Klur= Custo de lucros
o capital retidos;
Lucros retidos próprio obtido Klur=Kao Kao = Custo de capital
pela retenção da ação ordinária;
de parte dos
lucros gerados
internamente.
Knao = Custo
de novas ações
É a remuneração ordinárias;
exigida pelos vLnao = valor líquido
acionistas de obtido da venda da
ações ordinárias, nova ação;
Novas ações 𝑑𝑙
considerando 𝐾𝑛𝑎𝑜 = +𝑐 dl = dividendo
ordinárias 𝑣𝐿𝑛𝑎𝑜
os custos de esperado no ano, ou
lançamento dividendo pago no
das ações no ano;
mercado. c =taxa de
crescimento esperada
dos dividendos.
Kap = Custo das
É a remuneração ações preferenciais;
Kap=Kao x ajuste
que os Kao = Custo de capital
do mercado
acionistas da ação ordinária;
Ações de ações dl = dividendo
Ou
preferenciais preferenciais esperado no ano, ou
esperam obter 𝑑𝑙 dividendo pago no
𝐾𝑎𝑝 =
sobre o seu 𝑃𝑎𝑝 ano;
capital. Pap = Preço da ação
preferencial

Fonte: Adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010)


22 Práticas Financeiras

Quando consideramos os custos apresentados acima e a


participação de cada um na estrutura de capital da empresa podemos
calcular o custo médio ponderado de capital. A figura 4 apresenta um
exemplo do cálculo do custo médio ponderado de capital.

DEFINIÇÃO
“Custo médio ponderado de capital é o custo de capital
calculado pela ponderação da participação das fontes
específicas de capital de longo prazo, pelos seus
respectivos custos de capital.” (LEMES JÚNIOR, RIGO E
CHEROBIM; 2010, p.211)

Figura 4 – Exemplo do cálculo do custo médio ponderado de capital.

Fonte: Adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p.211)


Práticas Financeiras 23

RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter
aprendido que as decisões de financiamento são tomadas
considerando o custo de capital usado para financiar
projetos da empresa. Esse custo de capital considera
tanto o custo de capital de terceiros, como o custo de
capital próprio. Você também tomou conhecimento que
o custo de capital é afetado por vários fatores de cunho
econômico, mercadológico, operacional e financeiro da
empresa, bem como o montante a ser financiado. Ainda
aqui você apreendeu também como calcular o custo de
capital de empresa e o custo médio ponderado de capital,
sendo esse último tomado como padrão financeiro para
avaliação de projetos de investimento de longo prazo. Por
fim, ao término dessa unidade você possui informações
suficientes para calcular o custo de capital oriundo de
diversas fontes, e assim ter dados que fomentem as
decisões de financiamento que você porventura tomar em
sua atuação profissional. Gostou do que apreendeu? Então
vamos diante em nossos estudos!
24 Práticas Financeiras

Análise de Investimentos: Entendendo


as decisões de investimentos.

OBJETIVOS
Ao término deste capítulo você será capaz de compreender
os cálculos básicos que sustentam as decisões de
investimento a partir da percepção do valor do dinheiro
no tempo e as reflexões sobre a decisão de investir. Os
conceitos aqui apresentados irão norteá-lo quando em
sua prática profissional quando for necessário analisar
opções de investimento da empresa em projetos com
fins de seleção. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então vamos lá. Avante!

Compreender os cálculos básicos que sustentam as decisões de


investimento, a partir da percepção do valor do dinheiro no tempo

A decisão de investimento: O valor do


dinheiro no tempo
Vamos lá! Aqui vamos começar reforçando, o que é um investimento.
Podemos pelo senso comum definir investimento como a aplicação de
algo (tempo, dinheiro, conhecimento) almejando um benefício futuro que
convencionamos chamar de retorno. Contudo no âmbito das questões
financeiras o investimento necessita de uma definição mais específica. Para
tanto vamos considerar investimento nesse contexto como a imobilização
de capital em um ativo da empresa, que um determinado período de
tempo renderá como retorno lucros financeiros. Nesse sentido, o que é
em suma uma decisão de investimento.
Práticas Financeiras 25

DEFINIÇÃO
Decisão de investimento nas empresas é decidir sobre
como, e em que ativo tangível ou intangível se irá imobilizar
um dado capital.

As dentro dessa perspectiva temos que ativos são bens da


empresa e podem ser tangíveis (terrenos, prédios, equipamentos,
máquinas, estoque, veículos, etc.) e intangíveis (marca, tecnologias,
capital intelectual, etc). Assim podemos concluir que produtos e serviços
que as empresas lançam no mercado por exemplo são frutos de decisões
de investimento que foram implementadas, analisadas em um dado
momento considerando o valor do dinheiro no tempo.

VOCÊ SABIA?
Diante de inúmeras possibilidades de investimento é
necessário que o investidor conheça técnicas que o ajude
na tomada de decisão mostrando as condições em que
esses serão realizados e possíveis retornos. Portanto a
primeira noção que o investidor deve ter é sobre o valor do
dinheiro no tempo, ou seja: O dinheiro recebido hoje tem
mais valor do que o mesma quantia recebida amanhã, de
modo que abrir mão desse hoje só tem lógica somente se
valor a ser recebido no futuro for maior. Essa é a base da
Teoria de Preferência de liquidez.

Compreender o valor do dinheiro no tempo, para poder tomar


decisões de investimento requer que tenhamos conhecimentos sobre
as formas de capitalização. Portanto, antes de aprofundarmos nesse
conhecimento é importante que tenhamos clara em nossa mente algumas
definições e notações que iremos utilizar, como a definição de juros, taxa
de juros, tempo, valor futuro, etc. Essas definições são apresentadas no
quadro 3.
26 Práticas Financeiras

Quadro 3 – Definições relacionadas ao valor do dinheiro no tempo.

Termo Notação Definição


É o montante emprestado no início
Valor presente VP, P, Co, PV do período. Valor presente hoje do
empréstimo ou aplicação.
É a remuneração a ser paga pelos
Taxa de Juros i, k, r
recursos emprestados.
É o montante a ser devolvido
Valor futuro ou M, VF,FV, F, ou resgatado ao final do prazo
montante Cn do empréstimo ou período de
aplicação.
Prestação ou pagamentos
Prestação PMT, Pr, Ct
intermediários.
Tempo t Período de tempo da aplicação.
Períodos n Número de períodos da aplicação.
Juros J Montante de Juros pagos.
Fonte: adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p.105)

Agora que já temos noção básica de definições importantes vamos


lá aprofundar nosso conhecimento a respeito do valor do dinheiro no
tempo. Esse é o conhecimento que vamos adquirir nessa unidade nos
tópicos a seguir.

Formas de Capitalização: Juros Simples


Antes de iniciarmos o entendimento sobre juros simples, primeiro
temos que entender o que é capitalização. Capitalização diante da
matemática financeira consiste em um processo agregar valor ao capital
através da replicação de juros gerados pela aplicação.
Práticas Financeiras 27

IMPORTANTE
Basicamente há duas formas de capitalização de juros a
linear (juros simples) e a exponencial (Juros compostos).
“Apesar de os juros compostos constituírem a metodologia
de cálculo mais recomendada, o mercado financeiro de
curto prazo costuma operar com taxas referenciadas em
juros simples” (ASSAF NETO; LIMA, 2017, p.66)

Sendo a capitalização o processo de agregar valor ao capital através


dos juros. Quando esse valor é agregado de forma linear, não é cobrado
juros sobre juros, portanto consideramos que sob esse capital incide uma
taxa de juros simples. Em suma, os juros incidem sobre o capital em um
dado período de tempo dado origem a um montante que é nada mais
nada menos que o capital acrescido dos juros. No regime de juros simples
aplicamos para cálculo dos juros a equação 4 e para cálculo do montante
a equação 4.

Equação 4: Cálculo dos Juros Simples.

J=C×i×n
Fonte: Assaf, Neto e Lima (2017, p.67)

Onde: J = Juros, C=Capital, i = taxa de juros, e n=período

Equação 5: Cálculo do montante.

M=C+J
0u
M=C ×(1+i × n)

Fonte: Assaf, Neto e Lima (2017, p.67)

Onde: J = Juros, M= Montante, i = taxa de juros, e n=período.


28 Práticas Financeiras

IMPORTANTE
Ao se aplicar as equações para cálculo de juros deve-se
sempre utilizar as taxas de juros e o período na mesma
unidade temporal, ou seja, se o período refere-se a anos a
taxa deve ser anual e vice-versa.

O regime de juros simples a taxa de juros que incide sob o capital


pode ser nominal ou proporcional. A taxa nominal refere-se a taxa de juros
contratada ou declarada em uma operação financeira, essa taxa é fixa.
Já a taxa proporcional, a taxa cobrada (atualizada) é igual do período de
capitalização dos juros. Na taxa nominal, o que se é cobrado é uma taxa
normalmente superior à do período de capitalização dos juros.

Vejamos na figura 5 dois exemplos de aplicação de juros simples no


seu dia-dia. Nos exemplos usaremos a nomenclatura VP (valor presente
para nos referirmos ao capital) e VF (Valor futuro para nos referirmos ao
montante).

Figura 5 – Exemplos de capitalização linear – Juros simples.

Fonte: Adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p.107)


Práticas Financeiras 29

Formas de capitalização: Juros compostos

NOTA
Os juros são denominados de compostos quando esses
incidem sempre sobre o montante gerado ao longo do
período.

Os juros compostos e a forma de capitalização exponencial. Nesse


sentido a sua capitalização ocorre sob o montante, ou seja, em um
regime de juros sobre juros. No regime de juros compostos temos que
o juro gerado em determinada data é incorporando ao capital principal,
dado origem a um montante que serve de base para cálculo no período
posterior. No regime de juros simples aplicamos para cálculo dos juros a
equação 6 e para cálculo do montante a equação 6.

Equação 5: Cálculo dos Juros compostos.

𝒏
𝑭𝑽 = 𝑷𝑽 1 + 𝒊
Ou

𝑭𝑽
𝑷𝑽 = 𝒏
1+𝒊

Fonte: Assaf, Neto e Lima (2017, p.68)

Vejamos nas figuras 6 e 7 exemplos de aplicação e cálculo de juros


compostos. Nos exemplos usaremos a nomenclatura VP (valor presente
para nos referirmos ao capital) e VF (Valor futuro para nos referirmos ao
montante final ao longo do investimento).
30 Práticas Financeiras

Figura 6 – Exemplos de capitalização exponencial– Juros compostos.

Fonte: Adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010,p.111)


Práticas Financeiras 31

Figura 7 – Exemplos de capitalização exponencial– Juros compostos.

Fonte: Adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p.112)

Formas de capitalização: Capitalização contínua

DEFINIÇÃO
Capitalização contínua é a forma de capitalização na qual
os juros são incorporados ao capital a cada instante ao logo
do período do empréstimo.

Virmos que em um regime capitalização simples os juros são


incorporados ao capital uma única vez ao longo do período, enquanto
os juros no regime de capitalização composta incidem sobre o capital a
cada período. No regime de capitalização contínua esses juros incidem a
cada instante do período do empréstimo. Para se calcular a capitalização
contínua podemos fazer uso da equação 6.
32 Práticas Financeiras

Equação 6: Cálculo da capitalização contínua.

VF=VP(e)in
Fonte: Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p.124).

Na equação 6 temos: VF=Valor futuro; VP = Valor presente, e=2,7183...


(algarismo neperiano), i= taxa de juros, n=período de capitalização
financeira.

Decisões de investimento: Reflexões básicas


Se você chegou até aqui, já adquiriu o conhecimento básico da
matemática que embasa os modelos de análise de investimentos de
longo prazo, esses modelos serão tratados na próxima unidade. Nessa
unidade o nosso propósito é entender a base básica das decisões de
investimento, portanto agora é o momento de conhecermos as reflexões
iniciais que envolve as decisões de investimento. Mas então, quais
reflexões envolvem as decisões de investimento? A esse respeito Assaf,
Neto e Lima (2017, p.367) asseveram:

As decisões de investimento envolvem a elaboração, avaliação


e seleção de propostas de aplicação de capital efetuadas
com o objetivo, normalmente de médio e longo prazos, de
produzir determinado retorno aos proprietários de ativos.

Assim de um modo geral temos que as reflexões básicas sobre


as decisões de investimento consiste em pensar em que investir, o que
envolve o conhecimento das origens das propostas de investimento e
os tipos de investimentos existentes. Nesse sentido, a priori vejamos na
figura 8 as possíveis origens das propostas de investimento.
Práticas Financeiras 33

NOTA
Em suma, as origens dos investimentos estão nas
necessidades de recursos para atender as estratégias da
empresa.

Quanto ao tipo de investimento, esses podem ser: economicamente


independentes; com restrição orçamentária; economicamente
dependentes; mutuamente excludentes; e com dependência estatística.
Na próxima unidade aprofundaremos sobre cada um desses tipos de
investimento.

Figura 8 – Origens das propostas de investimento.

•• Justifica-se pela insuficiencia da capa-


Expansão
cidade máxima da empresa de atender a
de atividades
demanda efetida dos produtos da empresa

Reposição e •• Recorre da necessidade de


modernização avaliação do estado físico de
de ativos bens produtivos
fixos

•• Considera a obtenção de
Arrendamento ativos fixos sob arrenda-
ou aquisição mento ou aquisição.

Outras •• Inclui modalidades como: acessorias,


origens. pesquisa e desenvolvimento, etc

Fonte: Adaptado de :Assaf, Neto e Lima (2017, p.366-367) | Freepik


34 Práticas Financeiras

RESUMINDO
E agora? Você já compreendeu direitinho os cálculos
e as reflexões básicas que dão suporte as decisões de
investimento? Para garantirmos uma resposta positiva,
vamos então revisar o que foi estudado nessa competência.
Estudamos aqui os cálculos básicos que envolve o valor
do dinheiro no tempo. Assumimos inicialmente a premissa
que o uso de um dado valor hoje só vale a pena ser
substituído se a opção futura gerar mais valor do que no
presente. Portanto, a base matemática que dá suporte
as decisões de investimentos é a matemática financeira.
Nessa base o dinheiro de capitaliza em função de uma taxa
de juros gerando um montante no futuro maior que o valor
investido inicialmente. Essa capitalização pode ocorrer por
intermédio da incidência de juros simples, compostos ou
contínuos. Para cada forma de capitalização, estudados as
equações para cálculo. Por último, virmos que inicialmente
as decisões básicas de investimento requer reflexões que
remetem ao conhecimento das origens das propostas de
investimento e os tipos de investimentos.
Práticas Financeiras 35

Orçamento de Capital: Conceito e


implicações

OBJETIVOS
Ao término deste capítulo você será capaz de definir o que
é orçamento de capital e descrever seus componentes
visando investimentos. O entendimento do orçamento de
capital ajudará você a tomar decisões de investimento de
logo prazo em seu campo de atuação profissional, haja
vista o orçamento de capital envolver quantificação e
alocação de recursos. E então? Pronto para desenvolver
esta habilidade? Então vamos lá. Avante!

Decisões de Investimento de longo prazo e


importância do orçamento de capital
Estudamos anteriormente que as decisões de investimento devem
se valer de métodos e técnicas que auxiliem nesse sentido as quais
iremos detalhar na próxima unidade. Contudo, existe um processo que
precisamos conhecer antes desses métodos e técnicas: O orçamento de
capital. Pois esse processo evolve projeções de recursos que se aplicam
aos projetos de investimento.

DEFINIÇÃO
“Orçamento de capital é a seleção dos projetos aprovados
e a quantificação dos recursos a serem alocados” (LEMES
JÚNIOR, RIGO E CHEROBIM; 2010, p.163)

Assim temos a relação básica entre projetos de investimento e


orçamento de capital. Nessa relação, quando um projeto irá ser posto
em prática é necessário que o mesmo assegure de alguma forma a
maximização dos lucros do acionista, e a alocação de recursos por meio
de critérios condizentes consiste em uma dessas formas. E assim como
36 Práticas Financeiras

os projetos tem suas origens nas estratégias empresariais, o orçamento


de capital procura atender objetivos estratégicos, a exemplo dos listados
na figura 9.

Figura 9 – Exemplos de objetivos estratégicos que direcionam o orçamento de capital.

Maximização da riqueza do acionista

Sinergia entre diversos projetos

Redução de custos e deficiências

Proteção do mercado

Conhecimento e domínio de novas tecnologias

Domínio de novos mercados

Inibição de concorrentes

Proveitamento de recursos existentes e potencial de crédito

Fonte: Adaptado deLemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p.163)

Agora que temos uma ideia do que direciona o orçamento de capital,


por onde devemos começar a construí-lo? O processo de orçamento de
capital é complexo e a forma com que ele é idealizado é condicionado
a visão de quem o elabora. Contudo podemos definir um escopo básico
para o processo de orçamento de capital, conforme explicita a figura 10.

Figura 9 –Processo de orçamento de capital.

Geração de Determinação Tomada de


propostas de alternativas decisão
viáveis

Avaliação de
Implantação
desempenho

Fonte: Adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p.166)


Práticas Financeiras 37

Conforme o disposto na figura 9, o processo de orçamento de


capital é composto por cinco fases. Na primeira fase é gerada os projetos
de investimentos possíveis, ou seja, é fase da geração de opções. Ideias
de projetos geralmente surgem dentro da empresa do fluxo de novas
ideias de seus gestores e colaboradores. Na segunda fase se aplica as
análises financeiras dos recursos orçados no projeto, as previsões de
lucros e receitas, etc.

Consequentemente, a próxima fase remete a escolha em si do projeto


a ser implementado. Essa decisão implica em comprimento de recursos.
Depois da escolha e aprovação, a fase seguinte remete a implementação, a
qual consiste em uma fase crítica por requerer uma gestão dos processos e
comprometimento para que as previsões e orçamentos do projeto possam
ser compridas. Por último, as empresas devem avaliar os resultados do
projeto por meio de procedimentos formais.

IMPORTANTE
Devido ao orçamento de capital ser um processo chave da
tomada de decisão de investimento ele requer a obtenção
de informações e dados os mais precisos e realistas
possíveis. Informações e dados imprecisos podem conduzir
a orçamentos que não condizem com a realidade, levando
a decisões errôneas de investimento.

No processo de orçamento de capital dados e informações


financeiras são de suma importância, por tanto as empresas necessitam
ter um sistema de informação que forneça informações e dados que
permita extrair análises sobre: vida econômica do projeto de investimento,
taxa de retorno exigida, fluxo de caixa do projeto, reação dos concorrentes
mediante o projeto e implicações do projeto para o planejamento
estratégico da empresa. Dentre essas análises vamos focar nessa unidade
no orçamento de caixa, conforme o disposto no item seguinte.
38 Práticas Financeiras

Orçamento empresarial e o orçamento de


caixa
VOCÊ SABIA?
As empresas se baseiam em planejamentos financeiros para
guiar suas ações para atingir metas de curto de logo prazo.
Nesse sentido, o orçamento de capital no planejamento da
empresa aprece de duas formas: na forma de orçamento
de caixa (foco no curto prazo) e de Plano de financiamento
(Foco no longo prazo).

Você sabe do que é composto e a lógica de um planejamento


financeiro da operação de uma empresa? Para compreendemos o lugar
o orçamento empresarial e a lógica desse dentro de um planejamento
operacional, vamos analisar a figura 10 que consiste em um fluxograma
que representa o planejamento operacional de uma empresa.

Figura 10 – Fluxograma do planejamento operacional para orçamento de caixa.

Fonte: Adaptado Ferreira (2005, p.87)

Podemos ver na figura 10 que o orçamento de capital fornece base


para o orçamento de caixa e o plano de financiamento, desse modo
podemos concluir que esses também influenciam na sua construção. Diante
disso vamos entender agora do que é composto o orçamento de caixa.
Práticas Financeiras 39

DEFINIÇÃO
O orçamento de caixa é demonstrativo financeiro que
apresenta as projeções de fluxo (entrada e saída) do caixa da
empresa para fins de estimação de necessidades de caixa.

Estamos falando aqui de análise de investimento, nesse sentido


os fluxos de caixas associados a projetos nesse sentido podem ser
classificados como fluxos de caixa: convencional, não convencional,
relevantes e incrementais.

Os fluxos de caixa remetem ao seguinte fluxo que consiste em uma


saída única e capital, seguida por várias entradas durante o período de
tempo. Já no fluxo de caixa não convencional há uma saída inicial de caixa
e uma sequência de entradas que em algum momento é interrompida
por uma nova saída sequenciada de novas entradas. Visualmente a figura
11 representa visualmente as diferenças de entrada e saída nos fluxos de
caixa convencional e não convencional.

Figura 11 –Representação visual dos fluxos de caixa convencionais e não convencionais.

Fonte: Adaptado de Gitman (2010, p.329-330)


40 Práticas Financeiras

Ainda no contexto de investimentos, os fluxos de caixa podem ser


classificados como relevantes e incrementais. A esse respeito Gitman
(2010, p. 329) esclarece:

Para avaliar alternativas de investimento de capital, a empresa


deve determinar os fluxos de caixa relevantes, que são a saída
de caixa incremental (investimento) e as entradas resultantes e
subsequentes. Os fluxos de caixa incrementais representam
os fluxos de caixas adicionais - saídas ou entradas – que se
espera obter de uma proposta de investimento de capital.

Observado ainda a representação visual dos fluxos de caixa nos


cabe refletir; quais são efetivamente os componentes básicos de um fluxo
de caixa? Virmos na figura 11 que independentemente do fluxo de caixa
ser convencional ou não, ambos apresentam os seguintes elementos:
investimento inicial e entradas de caixa. Pois bem, podemos ainda
dividir as entradas do fluxo de caixa em duas partes: entradas de caixa
operacionais e fluxo de caixa terminal como ilustra a figura 12.

Figura 12 –Representação visual dos elementos componentes de fluxos de caixa.

Fonte: Gitman (2010, p. 3331)


Práticas Financeiras 41

Portando são elementos básicos que compõe o fluxo de caixa de


uma empresa: investimento inicial (saída de caixa na data zero do projeto);
entradas de caixa operacionais (entradas incrementais após dedução do
imposto de renda) e fluxo de caixa terminal (fluxo de caixa não operacional
após imposto de renda). A figura 13 mostra uma visão geral desses
elementos.

NOTA
Independente dos tipos de projetos (expansão,
arrendamento, etc.) todos possuem investimento inicial e
entradas operacional, contudo, nem todos apresentam
como elemento componente o fluxo de caixa terminal.

Figura 13 – Visão dos elementos componentes de fluxos de caixa.

Fonte: Gitman (2010, p. 332)

A respeito do investimento inicial ele é determinado pelas somas


dos custos dos projetos o que inclui o custo total do ativo o qual almeja-
se investir. Nesse sentido, ele é composto pelo custo do ativo adquirido
mais custos referentes a instalação desses. Os fluxos operacionais são as
entradas provenientes do novo ativo, enquanto as de caixa terminal são as
obtidas após liquidar-se o ativo.
42 Práticas Financeiras

RESUMINDO
Ops! Gostou de entender mais sobre como orçar um
investimento? Consegue agora entender os componentes
do fluxo de caixa de um investimento? Vamos então revisar.
Aqui virmos que o orçamento de capital e um processo
primordial para que se possa analisar e tomar decisões de
investimentos de longo prazo. Nesse sentido, ele é definido
como o processo de seleção de projetos de investimentos e
quantificação dos recursos a serem alocados nesse projeto.
Aprendemos também que o orçamento de capital deve ter
por base os objetivos estratégicos da empresa, dentre os
quais podemos destacar por exemplo a redução de custos e
do domínio de novos mercados. Você também viu aqui que
o orçamento de capital visto como um processo pode ser
decomposto em cinco fases a saber: geração de propostas,
determinação de alternativas viáveis, tomada de decisão,
implantação, e por último a avaliação de desempenho. Por
fim concluímos destacando que o orçamento de capital é
presenta no fluxo de caixa empresarial. Esse fluxo de caixa é
composto basicamente por três elementos a saber: entrada
de caixa, entradas operacionais e fluxo de caixa terminal.

TESTANDO
Chegou o momento de testar sua compreensão a respeito
das decisões empresárias de investimento. Corre lá no
banco de questões!
Práticas Financeiras 43

Orçamento: A importância como


ferramenta de controle e previsão do
futuro da empresa.

OBJETIVOS
Oi! Ao término deste capítulo você conhecerá alguns
índices econômico-financeiros destituindo o que cada um
reflete sobre as condições financeiras. Esse conhecimento
permitirá que em sua prática profissional você possa fazer
uso desses índices para fins de planejamento e controle de
orçamento empresarial. E então? Pronto para desenvolver
esta habilidade? Então vamos lá. Avante!

Índices econômicos- Financeiros como


ferramenta para planejamento e controle
orçamentário: Introdução
As empresas tomam decisões de planejamento financeiro todo
tempo. Elas optam por investir em ativos, cancelar investimentos não
lucrativos, gerenciam entrada e saída de caixa, financiamentos, etc. Mas
em que essas decisões se baseiam? Elas se baseiam em análises feitas
das demonstrações financeiras. Como por exemplo o orçamento de
capital, a exemplo do que virmos anteriormente.

Nesse sentido, podemos afirmar que as decisões de orçamento


empresarial se embasam em análises financeiras que consistem em:
análise comparativa de demonstrativos financeiros, análise de índices das
demonstrações financeiras, fatores que afetam os índices, interpretação
de análises especializadas, análise das demonstrações de mercado de
capitais. O quadro 4 resume cada um desses elementos que fazem parte
das análises financeiras para fins de tomada de decisão.
44 Práticas Financeiras

Quadro 4 – No que consiste as análises financeiras?

Elemento O que envolve?


Cruzamento de demonstrações financeiras
Comparação para obtenção e confirmação de informações.
das São exemplos de demonstrações financeiras:
demonstrações demonstração de resultado, balanço patrimonial,
financeiras demonstração de origem e aplicações de
recursos, orçamento de caixa, etc.
Ferramentas (índices) que expressão uma relação
Análise de matemática entre duas quantidades ou valores.
índices Permite a identificação de necessidade de ajustes
nas diferentes áreas da empresa.
Condições operacionais internas, eventos
Fatores que
econômicos, fatores do segmento industrial da
afetam os
empresa, política de administração, mudanças de
índices
procedimentos contábeis, entre outros.
Consideração de todos os fatores que envolvem
a situação da empresa. Os índices quando
Interpretações
interpretados apresentam variações que em um
dos índices
determinado tempo de análise e pode significar
tendências futuras.
Ferramentas
São ferramentas de análise financeira específicas
de análise
para um dado segmento da economia.
especializadas
Análise do
Transações do mercado de capitais e tendências
mercado de
desse mercado.
capitais
Fonte: adaptado de Ferreira (2005)

Seja qual for a forma de análise financeira, elas remetem a índices


que didaticamente podem ser organizados em 5 blocos como apresenta
a figura 14.
Práticas Financeiras 45

Figura 14 –Índices de análise das descontrações financeiras em blocos conforme finalidade.

Liquidez de Fluxos de Estrutura de


curto prazo caixa capital

Refere-se às Disponibilidade Recursos


condições efetivas de futuroa
da empresa caixa para necessários
em cumprir satisfazer para cumprir
com suas pagamento obrigações
obrigações dos passsivos de longo
de curto da empresa e prazo
prazo financiar suas
atividades.

Retorno de Utilização de Desenpenho


investimentos ativos operacional

Condições Capacidade Capacidade


de propriciar de geração de
retorno de recursos maximização
financeiros dos ativos de resultado.
aos
investimentos
e investidores

Fonte: adaptado de Ferreira (2005, p.19)

Tendo em vista importância da análise dos índices financeiros


devido esta propiciar comparação entre desempenho e situação da
empresa no passado e futuro além da comparação com outras empresas,
vamos conhecer melhor cada índice financeiro no item seguinte.
46 Práticas Financeiras

Análise de liquidez
DEFINIÇÃO
Liquidez é a capacidade da empresa cumprir suas
obrigações financeiras de curto prazo, na data de
vencimento.

A liquidez permite analisar a solvência financeira de uma empresa.


São índices de liquidez empresarial: capital circulante líquido, índice de
liquidez, e índice de liquidez seca. O quadro 5 define cada um desses
índices, bem como apresenta a equação para cálculo.

Quadro 5 –Índices de liquidez.

Índice Descrição Equação para cálculo


Capital Capital circulante
Mede a liquidez global
circulante líquido=ativo circulante –
da empresa.
líquido passivo circulante
Mede a capacidade da Índice de liquidez
Índice de
empresa cumprir as corrente = ativo
Liquidez
obrigações financeiras circulante/passivo
corrente
e curto prazo. circulante.
Mede a capacidade de
Índice de liquidez
cumprir as obrigações
Índice de seca = ativo circulante
financeiras sem
liquidez seca – estoques/passivo
considerar o estoque
circulante.
da empresa.
Fonte: adaptado de Ferreira (2005)

Análise de atividade

DEFINIÇÃO
Análise de atividade mede a velocidade com que as contas
circulantes são convertidas em caixa.
Práticas Financeiras 47

A análise circulante permite identificar com que rapidez estoques,


duplicatas a receber e duplicatas a pagar são convertidas em caixa
disponível. São índices de atividade: giro de estoques, período de
cobrança, período médio de pagamento, giro do ativo permanente e giro
do ativo total. O quadro 6 define cada um desses índices, bem como
apresenta a equação para cálculo.

Quadro 6–Índices de atividade.

Índice Descrição Equação para cálculo


Mede em quanto
Giro dos estoques =
Giro dos tempo ele está
custo dos produtos
estoques transformando os
vendidos /estoque
estoques em vendas.
Permite Período médio de
Período de estabelecimento de cobrança=contas a
cobrança estratégias para crédito receber/vendas médias
e cobrança. dia
Indica o prazo médio Período médio de
Período de necessário para pagamento = duplicatas
pagamento pagamento das a pagar/compras médias
duplicatas. dia
Mede a eficiência com
que a empresa tem Giro do ativo
Giro do ativo
utilizado seus bens permanente=vendas/
permanente
operacionais para gerar ativo permanente líquido
receita de vendas.
Indica a eficiência com
que a empresa utiliza
Giro do ativo Giro do ativo total =
todos os ativos para
total vendas/ativos totais
gerar suas receitas de
vendas

Fonte: adaptado de Ferreira (2005)


48 Práticas Financeiras

Análise do endividamento

DEFINIÇÃO
Análise do endividamento revela a situação de
endividamento da empresa ao indicar quanto de recursos
de terceiros está sendo usado na tentativa de gerar
resultados positivos.

A análise de endividamento da empresa pode ser feita a partir da


identificação dos seguintes índices: índice de endividamento geral, índice
do exigível a longo prazo/patrimônio líquido; e índice de cobertura de
juros. O quadro 7 define cada um desses índices, bem como apresenta a
equação para cálculo.

Quadro 7–Índices de endividamento.

Índice Descrição Equação para cálculo


Mede a proporção
Índice de endividamento
Endividamento dos ativos totais da
geral =exigível total/ativo
geral empresa financiado
total
pelos credores.
Mede a relação entre
recursos de longo
Índice de exigível a longo
Exigível a longo prazo fornecidos
prazo = exigível a longo
prazo por credores e os
prazo/patrimônio líquido.
recursos fornecidos por
acionistas.
Índice de cobertura de
Mede a capacidade da
Cobertura de juros = lucro antes juros
empresa cumprir juros
juros e imposto de renda-
contratuais.
despesa anual de juros.
Fonte: adaptado de Ferreira (2005)
Práticas Financeiras 49

Análise de lucratividade
DEFINIÇÃO
Análise de lucratividade é a avalição do lucro da empresa
referende as suas vendas, ativos, patrimônio líquido e
ações.

A análise da lucratividade da empresa é realizada a partir da


obtenção dos seguintes índices: demonstração da composição percentual
do resultado, margem bruta, margem operacional, margem líquida, taxa de
retorno sobre o ativo total, taxa de retorno sobre o patrimônio líquido, lucro
por ação e índice preço lucro. O quadro 8 define cada um desses índices
(exceto a demonstração da composição percentual do resultado que
iremos tratar na sequência), bem como apresenta a equação para cálculo.

Quadro 7–Índices de lucratividade.

Índice Descrição Equação para cálculo


Mede a relação
percentual de cada
unidade monetária
Margem bruta = lucro
Margem bruta de venda após de
bruto/vendas
dedução dos impostos
e do custo dos
produtos vendidos.
Mede o lucro apurado Margem operacional
Margem
na operação da = lucro operacional/
operacional
empresa vendas
Mede o valor das
Margem líquida=lucro
receitas após dedução
Margem líquida líquido do exercício/
de custos e despesas
vendas
totais.
Taxa de retorno Mede a eficiência na
ROA=lucro líquido do
sobre o ativo geração de lucro pelos
exercício/ativo total
total (ROA) ativos disponíveis.
50 Práticas Financeiras

Taxa de Mede o retorno do


ROE =lucro líquido do
retorno sobre investimento efetuado
exercício/patrimônio
o patrimônio pelos acionistas da
líquido
líquido (ROE) empresa.
Mede o lucro que
estará disponível aos LPA=lucro disponível aos
Lucro por ação
acionistas para fins acionistas/número de
(LPA)
de retorno do capital ações emitidas
investido.
Reflete o montante
Índice preço que os investidores P/L= preço de mercado
lucro (P/L) estariam dispostos a da ação/lucro da ação.
pagar por ação.

Fonte: adaptado de Ferreira (2005)

IMPORTANTE
O lucro por ação é de suma interesse tanto dos acionais
atuais da empresa ou potenciais, haja vista demostrar o
retorno que o mesmo terá ao investir nas ações ou tendo
investido em ações da empresa.

Demonstração da composição do resultado.


DEFINIÇÃO
A demonstração da composição percentual do resultado
consiste em uma comparação entre vendas, despesas e
custos em relação ao lucro obtido pela empresa.

A demonstração da composição de resultado analisa dois exercícios


da empresa. Vejamos um exemplo de aplicação na figura 15.
Práticas Financeiras 51

Figura 15 – Exemplo de demonstrativo da composição de resultado.

Fonte: Ferreira (2005, p.35-36)

Agora que conhecemos os índices utilizados nas análises


financeiras, como podemos afirmar se a situação de empresa é boa ou
ruim considerando esses índices? Vamos agora então compreender os
parâmetros de análise desses indícios.

No que tange aos índices de liquidez, as questões a serem


observadas são: Não se deve ter um excesso de liquidez a ponto de
afetar a aplicação em ativos operacionais; em relação ao fluxo de caixa, os
passivos circulantes podem ser uma boa fonte de geração de recursos.
52 Práticas Financeiras

Quanto aos indicadores de atividade, devemos ter em mente que


quanto maior a atividade maior a previsão de caixa.

NOTA
“Quanto maior o giro dos bens utilizados para a fabricação
de produtos, maior a previsão de caixa a ser destinada para
a reposição de bens”. (FERREIRA; 2010, p.33)

No referente a análise de endividamento, quando menor os índices


calculados, melhor a situação da empresa em relação a sua dependência
de capital de terceiros.

Por último quanto aos indicadores de lucratividade, devemos


considerar que quanto maior os valores encontramos maior a empresa
remunera seus acionistas e se encontra em uma boa condição financeira.
Em suma a figura 16 apresenta uma visão geral desses indicadores, afim
de que possamos evitar confusão em relação ao objetivo de cada um.

TESTANDO
Chegou o momento de testar sua compreensão a
respeito do uso de indicadores financeiros para fins de
análise e decisão de investimentos. Corre lá na atividade
contextualizada!
Práticas Financeiras 53

Figura 16 – Visão geral dos índices.

Liquidez Atividade

Capital Giro de
circulante estoques
líquido
Período de
Índice de cobrança
liquidez e de
corrente pagamento

Índice de
liquidez seca Giro do ativo
permanente e
Giro do ativo
total

Endivida- Lucrativi-
mento dade
Indíce de Demostração
endividamento da compos.
geral
Margem
Exigível a bruta,
longo prazo operaciona e
líquida
Cobertura de
juros
ROA

ROE

LPA

P/L

Fonte: o autor
54 Práticas Financeiras

RESUMINDO
Chegamos ao fim dessa unidade, e nesse finalzinho
você apreendeu como se pode realizar uma análise das
demonstrações financeiras para fins de planejamento
de orçamento empresarial e decisões de investimento.
Estudamos que os indicadores financeiros podem
ser divididos em quatro blocos de acordo com o que
se busca avaliar: liquidez, atividade, endividamento e
lucratividade. Aprendemos também que os índices devem
ser interpretados considerando os fatores que envolvem a
situação da empresa, tanto fatores internos como externos.
Práticas Financeiras 55

REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 7ª ed. S. Paulo: Atlas, 2016.

FERREIRA, J.A.S. Finanças corporativas: conceitos


e aplicações. 1ª ed. . Paulo: Pearson, 2005.

GITMAN,L.J.PrincípiosdeAdministraçãoFinanceira.12ªed.Paulo: Pearson,2010.

LEMESJUNIOR,A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM,A. P. M. S.Administração Financeira:


Princípios,FundamentosePráticasbrasileiras.3ªed.RiodeJaneiro:Elsevier,2010.
Práticas Financeiras

Dayanna dos Santos Costa Maciel

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