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Unidade 1
Fundamentos Licitatórios
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
ELAINE CHRISTINE PESSOA DELGADO
MILENA BARBOSA DE MELO
AUTORIA
Elaine Christine Pessoa Delgado
Sou formada em Administração de Empresas pela Universidade
Federal de Campina Grande (2007) e pós-graduada em Direito
Administrativo pela Faculdade Campos Elíseos (SP), com experiência
técnico-profissional na área de gerência de empresas há mais de 10 anos.
OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;
NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Conceito - finalidade - objeto - destinatários e obrigatoriedade
de licitar........................................................................................................... 12
Conceito ................................................................................................................................................ 12
Objetivos da licitação.................................................................................................................... 14
Objeto da licitação........................................................................................................................... 16
Princípios licitatórios......................................................................................................................25
Legalidade.........................................................................................................................26
Impessoalidade e igualdade................................................................................26
Interesse público...........................................................................................................27
Publicidade e transparência.................................................................................28
Julgamento objetivo...................................................................................................29
Vinculação ao edital....................................................................................................29
Razoabilidade e proporcionalidade................................................................ 30
Motivação.......................................................................................................................... 30
Celeridade.......................................................................................................................... 31
Competitividade............................................................................................................. 31
Segregação de funções........................................................................32
Segurança jurídica.....................................................................................32
Planejamento................................................................................................33
Modalidades de licitação......................................................................... 35
Modalidades........................................................................................................................................35
Concorrência................................................................................................................... 36
Concurso.............................................................................................................................37
Leilão..................................................................................................................................... 39
Pregão.................................................................................................................................. 40
Diálogo competitivo.................................................................................................... 41
01
UNIDADE
10 Licitações Públicas
INTRODUÇÃO
A Administração Pública antes de realizar uma contratação de
determinados objetos deve efetuar um procedimento chamado de
licitação. Para isso, devem ser seguidas regras que estão dispostas na Lei
nº 14.133/2021, que trata exclusivamente das licitações e dos contratos
administrativos.
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até
o término desta etapa de estudos:
Conceito
Vamos iniciar nosso estudo conceituando licitação. Você sabe o
que significa? Para Alexandrino e Paulo (2012), licitação é conceituada
como um procedimento administrativo que deve ser obrigatoriamente
observado pelos entes governamentais, buscando a melhor proposta
diante das apresentadas pelos interessados em como elas tomam
determinadas relações de cunho patrimonial, desde que preenchidas
as condições mínimas à boa execução das obrigações a que eles se
propõem, observando sempre a igualdade entre os participantes.
Fonte: Pixabay
Objetivos da licitação
O objetivo (Figura 2) ou destinação da licitação está totalmente
interligada com o seu conceito e está disciplinada na Lei nº 14.133/2021 em
seu art. 11, a qual dispõe que a licitação possui quatro objetivos, que são:
Assegurar
Justa competição.
Evitar
Sobrepreço.
Superfaturamento.
Incentivar
Inovação.
Objeto da licitação
Conforme Scatolino e Trindade (2016), a licitação possui o objeto
imediato que se estabelece através da seleção de determinada proposta
para o atendimento de um fim público e o objeto mediato constituído na
Licitações Públicas 17
III - locação;
IMPORTANTE:
SAIBA MAIS:
IMPORTANTE:
DEFINIÇÃO:
NOTA:
RESUMINDO:
Legislação da licitação
A estrutura jurídica relacionada à licitação é encontrada de
forma bem ampla, pois ela inicia-se através da nossa Carta Magna – a
Constituição Federal de 1988 – em seu art. 37, inciso XXI, onde está a
base da obrigatoriedade de licitar. Já em seu art. 22, é estabelecido que é
competência privativa da União legislar sobre:
IMPORTANTE:
Princípios licitatórios
A Lei 14.133/2021, em seu art. 5º expressa os princípios que o
procedimento licitatório deverá estar em conformidade, sendo os
seguintes: legalidade, impessoalidade, igualdade, publicidade, moralidade,
probidade administrativa, vinculação ao edital, da eficiência, do interesse
público, da probidade administrativa, do planejamento, da transparência,
da eficácia, da segregação de funções, da motivação, do julgamento
objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da competitividade, da
proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento
nacional sustentável, assim como as disposições constantes na Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro (BRASIL, 2021).
Figura 3 - Princípios Licitatórios
Princípios Licitatórios
Publicidade Celeridade
Moralidade Planejamento
Motivação Proporcionalidade
Igualdade Competitividade
Legalidade
De acordo com Scatolino e Trindade (2012), o princípio da legalidade
é aplicável a todo o direito administrativo e significa que o agente só pode
fazer aquilo que a lei autoriza, pois sua função é cumprir a lei. Dessa forma,
o agente público que atua no ramo das licitações está ligado aos limites
definidos em lei e toda sua atividade deve ser pautada nela.
NOTA:
Impessoalidade e igualdade
Alguns autores chamam esse princípio de igualdade entre os
participantes e afirmam que ele está intimamente ligado ao princípio
da isonomia e do julgamento objetivo. Scatolino e Trindade (2016)
explicam que todos os participantes da licitação devem ter o mesmo
tratamento, porquanto a lei proíbe o tratamento diferenciado de natureza
comercial, previdenciária, legal, trabalhista, ou de qualquer outra forma
entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive referente à moeda,
modalidade ou local de pagamento, mesmo quando envolvidos
financiamentos de agências internacionais, assim como critérios de
preferências ou distinções relacionadas com a naturalidade, da sede ou
domicílio dos licitantes ou qualquer outra circunstância impertinente ou
irrelevante para o objeto do contrato especificado.
NOTA:
Interesse público
O princípio do interesse público pode estar relacionado com o da
impessoalidade, que vimos anteriormente, pelo fato deste requerer da
Administração Pública uma atuação pautada no atendimento do interesse
público e não nos interesses dos agentes que conduzirão o processo
licitatório ou qualquer outro que não seja o público. Assim, a Administração
não pode levar em conta as condições pessoais dos licitantes, pois suas
decisões devem estar pautadas nas necessidades da coletividade, com a
noção da supremacia do interesse público sobre o privado.
Publicidade e transparência
Mello (2012) explica que o princípio da publicidade impõe que os
atos e termos da licitação, inclusive a motivação das suas decisões, devem
ser efetivamente expostos ao conhecimento de qualquer interessado,
sendo um dever de transparência em favor não apenas dos participantes
do procedimento, mas de qualquer cidadão.
• Orçamento da Administração.
Fonte: Pixabay
Licitações Públicas 29
Julgamento objetivo
Segundo Alexandrino e Paulo (2012), o julgamento objetivo está
baseado no critério apontado no edital e nos termos específicos das
propostas. Por via de regra, não pode haver qualquer discricionariedade
na análise das propostas. Devendo essas serem analisadas de forma
objetiva, restringindo ou eliminando a subjetividade.
Vinculação ao edital
→ Subordinado à lei
Vinculação ao edital
→ Subordinado ao edital
Fonte: Elaborado pelas autoras com base na Lei nº 14.133/2021.
30 Licitações Públicas
Razoabilidade e proporcionalidade
O princípio da razoabilidade segundo Alexandrino e Paulo (2012) é
conexo à adequação e à necessidade do ato ou da atuação da Administração
Pública, portanto não satisfaz que o ato tenha uma finalidade legítima, é preciso
ainda que os meios empregados pela Administração sejam adequados
à consecução do fim almejado e que sua utilização seja necessária,
principalmente quando se trate de medidas restritivas ou punitivas.
NOTA:
Motivação
De acordo com Scatolino e Trindade (2016), a motivação é a
indicação dos fatos e fundamentos jurídicos que causaram a prática do
ato administrativo. Ela se apresenta como a justificação do ato cometido,
tratando-se da explicação da conduta administrativa, com a apresentação
da sua justificativa.
Celeridade
De acordo com o princípio da celeridade, os atos da licitação
devem ser realizados dentro de um prazo razoável, devendo-se buscar
o cumprimento dos prazos estabelecidos, sem atrasos injustificados,
pois a demora excessiva pode trazer prejuízos para as partes envolvidas,
especialmente para a administração pública.
O prazo razoável não quer dizer que seja rápido, mas sim que não
tenha protelações desnecessárias, ou seja, deverão ser seguidos os
prazos estabelecidos no edital e caso venha a ocorrer algum problema
que precise adiar alguma fase, que se busque agilidade na resolução para
que seja cumprido.
Competitividade
Mello (2009) destaca que a competitividade é da mesma essência
do procedimento, sendo ela um dos princípios norteadores das licitações
públicas.
Segregação de funções
É definida pela própria Lei nº 14.133/2021, na qual o mesmo agente
público não deve atuar de forma simultânea em funções mais propensas
a riscos, com a finalidade de diminuir a possibilidade de ocultação de
erros e que ocorram fraudes na respectiva contratação.
Segurança jurídica
Tem como finalidade dar mais estabilidade às situações jurídicas e
garantir a aplicação justa da lei. Possui muita relação com a ideia de respeito
à boa-fé, pois caso a Administração adote determinada interpretação
como correta e a aplique em casos concretos, ela não pode depois anular
atos anteriores sob o pretexto de que foram realizados baseados em uma
interpretação errada (DI PIETRO, 2020).
Licitações Públicas 33
Planejamento
Deve existir um planejamento em todas as contratações,
independentemente do nível. Sendo essa uma das características da
fase preparatória, na qual deve existir a compatibilização com o plano de
contratações anual e com as leis orçamentárias.
RESUMINDO:
Modalidades de licitação
OBJETIVO:
Modalidades
Você sabe o que significa uma modalidade de licitação?
NOTA:
Concorrência
De acordo com a Lei nº 14.133/2021, art. 6, XXXVIII, a concorrência é
a modalidade de licitação para contratação de bens e serviços especiais
e de obras e serviços comuns e especiais de engenharia, que poderão ser
utilizados os critérios de julgamentos:
Menor preço;
Técnica e preço;
Concorrência
Procedimento Critérios de
Objeto
comum julgamento
Bens e
Serviços de Todos, exceto
serviços Obras
engenharia maior lance
especiais
Concurso
O concurso trata-se da modalidade de licitação para escolha de
trabalho técnico, científico ou artístico, devendo ser utilizado como
critério de julgamento o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e será
concedido prêmio ou remuneração ao vencedor (BRASIL, 2021).
Figura 7 - Concurso
→ Procedimento especial
Fonte: Elaborado pelas autoras com base na Lei nº 14.133/2021.
Leilão
O leilão é a modalidade de licitação para alienação de bens imóveis
ou de bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a quem
oferecer o maior lance (BRASIL, 2021).
IMPORTANTE:
→ Bens imóveis
→ Alienação
→ Bens móveis inservíveis ou apreendidos
Leilão Critério de
→ → Maior lance
julgamento
→ Procedimento
especial
Pregão
O pregão (Figura 9) é a modalidade de licitação obrigatória para
aquisição de bens e serviços comuns, o qual poderá utilizar o critério de
julgamento o de menor preço ou o de maior desconto (BRASIL, 2021).
Licitações Públicas 41
Figura 9 - Pregão
Pregão
Critério de Procedimento
Aquisição
julgamento comum
Diálogo competitivo
O diálogo competitivo é a modalidade de licitação para contratação
de obras, serviços e compras em que a Administração Pública efetua
diálogos com licitantes selecionados de forma prévia através de critérios
objetivos, com o propósito de desenvolver uma ou mais alternativas
capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar
proposta final após o encerramento dos diálogos (BRASIL, 2021).
42 Licitações Públicas
IMPORTANTE:
RESUMINDO:
Menor preço;
Maior desconto;
Técnica e preço;
Melhor retorno
Menor preço Maior desconto
econômico
Melhor técnica
Técnica e preço Maior lance
ou conteúdo
NOTA:
Contratações futuras.
Insta destacar que para Alexandrino e Paulo (2012), ele é utilizado por
órgãos ou entidades que realizam compras frequentes de determinado
bem (ou serviço), ou quando não é previamente conhecida a quantidade
que será necessário comprar. Algumas vantagens são:
Órgãos e
Não
entidades Participante Gerenciador
participante
do SRP
IMPORTANTE:
SAIBA MAIS:
RESUMINDO:
REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, M.; PAULO, V. Direito Administrativo
Descomplicado. 20. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2012.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: texto
constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, compilado
até a Emenda Constitucional nº 105/2019. Brasília: Senado Federal,
Coordenação de Edições Técnicas, 2020.
BRASIL. Lei 14.133 de 01 de abril de 2021. Lei de Licitações e
Contratos Administrativos. Disponível em: https://bit.ly/32tgV4G. Acesso
em: 13 abr. 2021.
CARVALHO FILHO, J. S. Manual de Direito Administrativo. 23. ed.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
CARVALHO FILHO, J. S. Manual de Direito Administrativo. 25. ed.
rev., ampl. atual. São Paulo: Atlas, 2012.
CHARPINEL, M. V. Sistema de registro de preços: vantagens,
desvantagens e a polêmica figura do carona. 2018. Disponível em:
https://bit.ly/3x4odcg. Acesso em: 28 abr. de 2021.
DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas,
2014.
DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 33. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2020.
GARCIA, F. A.; RIBEIRO, L. C. Licitações Públicas Sustentáveis. 2012.
Disponível em: https://bit.ly/3vbaejA. Acesso em: 28 abr. de 2021.
MELLO, C. A. B. Curso de Direito Administrativo. 26. ed. São Paulo:
Malheiros, 2009.
MELLO, C. A. B. Curso de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo:
Malheiros, 2013.
MOTTA, C. P. C. Eficácia nas Licitações e Contratos. 9. ed. Belo
Horizonte: Del Rey Editora, 2002.
SCATOLINO, G.; TRINDADE, J. Manual de Direito Administrativo.
Notas de estudo de Direito Administrativo. 4. ed. Salvador: Juspodivm.
Volume único, 2016.