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Noções de Direito

Unidade 4
Princípios do Direito Tributário e
Direitos Sociais
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
CAMILA COELHO MOREIRA
AUTORIA
Camila Coelho Moreira
Sou formada, pós-graduada e mestre em Direito, com experiência
técnico-profissional na área. Atualmente sou diretora da área de
contencioso civil de um escritório de advocacia no qual eu sou sócia na
cidade de Vitória/ES. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir
minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões.
Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase
de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Noções de Direito Tributário ...................................................................12

Conceito de Direito Tributário ................................................................................................ 12

Princípios do Direito Tributário .............................................................................................. 13

Princípio da legalidade tributária (art. 150, I CF; 97 CTN)................. 13

Princípio da anterioridade tributária (art. 150, III, b da CF)............... 13

Princípio da irretroatividade tributária (art. 150, III, a da CF)........... 14

Princípio da isonomia ou igualdade (art. 150, II da CF)...................... 15

Princípio da capacidade contributiva (art. 145 §1 da CF).................. 15

Princípio da pecúnia non olet .............................................................................. 16

Princípio da vedação do confisco (art. 150, IV da CF)......................... 17

Imunidade tributária....................................................................................................................... 18

Sistema tributário nacional .....................................................................21

Tributos.................................................................................................................................................... 21

Espécies de tributo.........................................................................................................................23

Imposto.................................................................................................................................23

Taxas.......................................................................................................................................24

Contribuição de melhoria.......................................................................................25

Empréstimos compulsórios...................................................................................26

Contribuições especiais...........................................................................................26
A relação jurídico-tributária.................................................................... 30

Surgimento do crédito tributário ........................................................................................ 30

Hipótese de incidência ........................................................................................... 31

Fato gerador...................................................................................................................... 31

Obrigação tributária.....................................................................................................32

Crédito tributário............................................................................................................35

Direitos Sociais ............................................................................................. 40

Direitos sociais na Constituição............................................................................................ 40

A família, a criança, o adolescente e o idoso na Constituição...................... 46

Família ................................................................................................................................. 46

Criança, adolescente e jovem.............................................................................47

Idoso...................................................................................................................................... 48
Noções de Direito 9

04
UNIDADE
10 Noções de Direito

INTRODUÇÃO
Nessa unidade, voltaremos nossos estudos à ciência do Direito
Tributário, que consiste em um ramo do Direito Público formado pelo
conjunto de leis que regulam a arrecadação de receita para o Estado por
meio dos tributos, além de regular toda a sistemática de fiscalização e a
relação entre o ente tributário e o contribuinte. Esse ramo do Direito é de
extrema relevância para o seu processo de aprendizagem, pois em muitos
momentos ele tem relação direta com outras áreas do conhecimento,
como a Contabilidade, Administração e Economia, por exemplo. Tenho
certeza que os conhecimentos que compartilharemos nessa unidade
serão essenciais para a construção de um profissional bem informado
e com capacidade técnica no assunto, qualidades que certamente irão
alavancar sua carreira no mercado de trabalho. Preparado para mais essa
aventura? Tenho certeza que você adorará desbravar essa jornada junto
comigo, quando, ao longo desta unidade letiva você irá mergulhar neste
universo! Bom, chega de perder tempo... vamos nessa!
Noções de Direito 11

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término
desta etapa de estudos:

1. Explicar mais a fundo algumas noções básicas de Direito Tributário.

2. Interpretar o funcionamento do sistema tributário nacional.

3. Desbravar a relação jurídico-tributária brasileira.

4. Identificar os direitos sociais presentes na Constituição de 1988.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho!
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Noções de Direito Tributário

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


algumas noções básicas sobre o Direito Tributário,
envolvendo o conceito e principais princípios que norteiam
essa área do Direito. E então? Motivado para desenvolver
esta competência? Então vamos lá. Avante!

Conceito de Direito Tributário


O Direito Tributário é um ramo do Direito Público Interno que regula
a relação obrigacional composta pelo sujeito passivo, denominado de
contribuinte, que podem ser as pessoas físicas e jurídicas integrantes da
sociedade e o sujeito ativo, composto pelas pessoas jurídicas de direito
público internas, como a União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Tal relação jurídica é capaz de criar o cenário que a doutrina chama


de afetação patrimonial, que consiste na tomada do patrimônio em prol
de um bem comum. Essa tomada de patrimônio resta configurada quando
o fisco (credor) avança em direção ao patrimônio do devedor (contribuinte)
de maneira compulsória, com o fim de se apropriar de valores, que são os
chamados tributos.
Figura 1 – Afetação patrimonial

Fonte: Pixabay
Noções de Direito 13

A apropriação patrimonial é permitida pelo direito brasileiro, desde


que respeitadas as normas jurídicas definidas para tal, configurando-
se como ilícito todo tributo que se encontre fora dos padrões previstos
na Constituição. Tais padrões são denominados como limites ao poder
de tributar e tais limites são derivados dos princípios e das imunidades
constitucionais previstas nos artigos 150, 151 e 152 da Constituição.

O exercício do poder de tributar, portanto, não é absoluto, de modo


que a Constituição Federal impõe restrições às entidades que possuem
esse poder, de forma que o tributo cumpra sua função precípua, que é
a arrecadação patrimonial com o fim de prover recursos financeiros para
o Estado.

Às limitações ao poder de tributar dos entes tributantes encontram-


se nos princípios constitucionais tributários disciplinados pelos artigos
150, 151 e 152 da Constituição Federal, os quais analisaremos a seguir,
vamos nessa?

Princípios do Direito Tributário


Princípio da legalidade tributária (art. 150, I CF; 97 CTN)
Pelo princípio da ilegalidade entende-se que os entes tributantes
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios) só podem criar tributos ou
aumentar os tributos por meio de lei.

Esse princípio constitucional tributário é derivado do princípio


constitucional geral previsto no artigo 5º, II da CF. Em regra, a lei apta a
instituir o tributo é a lei ordinária e em regra não cabe ao poder executivo
criar os tributos, devendo tal atribuição ser de competência dos poderes
legislativos.

Princípio da anterioridade tributária (art. 150, III, b da CF)


Pelo princípio da anterioridade tributária é vedado aos entes
tributantes instituir tributos no mesmo exercício financeiro em que haja
sido publicada lei que os instituiu ou aumentou. Tal princípio determina
14 Noções de Direito

que em regra os entes tributantes não podem cobrar tributos no mesmo


exercício financeiro em que foram instituídos ou majorados.

Você deve estar se perguntando nesse momento: mas o que é


exercício financeiro? O exercício financeiro é sinônimo de ano fiscal, que
coincidentemente representa o ano civil, período de tempo entre primeiro
de janeiro e trinta e um de dezembro.

SAIBA MAIS:

Para aprender um pouco mais sobre o que consiste o


exercício financeiro, sugerimos a leitura do seguinte
material: “Exercício Financeiro”, disponível aqui.

O princípio da anterioridade tributária tem como objetivo evitar que


os contribuintes sejam surpreendidos pelo fisco, de modo que busca
permitir que o contribuinte se prepare financeiramente para arcar com o
pagamento do respectivo tributo. Em resumo, o princípio visa preservar a
segurança jurídica, de modo a manter o equilíbrio entre as partes.

Vocês repararam que eu utilizei a expressão em regra para tratar da


anterioridade tributária? Tal utilização não foi em vão, pois esse princípio
aceita duas exceções.

A primeira dela refere-se aos tributos que a Constituição permite


que sejam cobrados imediatamente (art. 150 §1º) e a outra foi a alteração
trazida pela Emenda Constitucional 42/2003, que excepcionou o prazo
de 90 (noventa) dias para a entrada em vigor de um tributo, a denominada
anterioridade nonagesimal.

Princípio da irretroatividade tributária (art. 150, III, a da CF)


Por esse princípio é vedado aos entes tributários cobrarem tributos
em relação a fatos anteriores às leis que os instituíram ou aumentaram, de
modo que os fatos que ocorrerem antes de uma nova lei que instituiu e
majorou um tributo não estarão sob efeitos da nova legislação.
Noções de Direito 15

A irretroatividade neste caso busca garantir a segurança jurídica, um


dos pilares do Estado Democrático de Direito e será aplicada somente
nos casos em que for benéfica ao contribuinte.

Princípio da isonomia ou igualdade (art. 150, II da CF)


Por tal princípio entende-se que todos são iguais perante à lei, sem
distinção de qualquer natureza, de modo que é vedado o tratamento
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
sendo proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou
função exercida, independente de denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos (BRASIL, 1998).

O artigo supramencionado permite estabelecer diferenças entre


pessoas com capacidade tributária diferentes, devendo a legislação,
baseada na capacidade contributiva do contribuinte, diferenciar quem
possui o maior poder para pagar tributos daqueles que são hipossuficientes
economicamente.

EXEMPLO:

Ana possui rendimentos mensais de R$ 10.000,00 e Gabriela possui


um rendimento mensal de um salário mínimo. Ambas devem
pagar o imposto de renda, mas baseado na diferença econômica
entre ambas, Ana terá que pagar uma alíquota, enquanto Gabriela
estará isenta.

O referido artigo deve ser interpretado no sentido de que não sendo


uma hipótese de imunidade tributária (o que veremos a seguir), não é
permitida pela Constituição qualquer privilégio, vedando o tratamento
desigual entre os contribuintes que se encontrem em uma situação de
equivalência econômica e jurídica.

Princípio da capacidade contributiva (art. 145 §1 da CF)


Pelo princípio da capacidade contributiva, entende-se que sempre
que possível, os impostos terão caráter pessoal e deverão ser cobrados
de acordo com a capacidade econômica do contribuinte.
16 Noções de Direito

O princípio da capacidade contributiva deve ser aplicado somente


aos impostos, não devendo ser aplicado às demais espécies tributárias.
Além disso, a capacidade tributária não abarca todos os tipos de impostos,
mas somente aqueles que tenham estrutura para verificar a capacidade
econômica do contribuinte.
Figura 2 – Princípio da capacidade contributiva

Fonte: Pixabay

O princípio da capacidade contributiva está diretamente ligado ao


princípio da igualdade, configurando-se como um princípio objetivo, que
leva em conta as manifestações de riqueza de cada contribuinte. Isso
significa dizer que a lei não vai levar em conta se o contribuinte é rico ou
pobre, mas sim o valor de seus bens e aplicar o tributo (SABBAG, 2015).

EXEMPLO:

Lucélia encontra-se desempregada, mas é dona de um


apartamento luxuoso no balneário de sua cidade. Lucélia deverá
pagar o valor do IPTU do imóvel baseado no valor venal do imóvel,
independentemente de sua situação financeira.

Princípio da pecúnia non olet


Traduzido do latim como dinheiro não tem cheiro, esse princípio teve
origem histórica a partir de um diálogo entre o Imperador Vespasiano e seu
filho, Tito, que, ao indagar seu pai o porquê da tributação dos banheiros e
mictórios públicos da Roma Antiga, foi ensinado pelo Imperador que, ao
Noções de Direito 17

contrário da sujeira e mal cheiro dos locais de origem, o dinheiro não tinha
cheiro e, portanto, não se deve levar em conta aspectos extrínsecos do
fato gerador.
Figura 3 – Vespasiano

Fonte: Wikimedia

Por esse motivo, todos aqueles que realizarem o fato gerador


deverão em regra arcar com o tributo, não sendo objeto de análise do
Direito Tributário a origem do dinheiro, sua licitude, a capacidade civil do
contribuinte ou a nulidade ou anulabilidade do ato jurídico, bastando para
a cobrança a configuração do fato gerador.

Princípio da vedação do confisco (art. 150, IV da CF)


Esse princípio consiste em um instrumento de proteção ao
contribuinte, pois impede que o Estado institua uma quantidade de
tributos capazes de expropriá-lo de seu patrimônio. Ao vedar o confisco,
a Constituição impede que os entes tributários cobrem do contribuinte
tributos que ultrapassem a capacidade contributiva do cidadão, aplicada
com intenção predatória.

Tal princípio deriva do princípio da capacidade contributiva, também


estudada nessa unidade, pois a capacidade tributária está relacionada
18 Noções de Direito

com o quanto o contribuinte encontra-se apto a suportar a carga tributária


sem que isso prejudique seu sustento e sua existência.

Imunidade tributária
A imunidade tributária refere-se a uma delimitação na cobrança de
um determinado tributo e consiste em uma dispensa constitucional ao
pagamento de tributo.

As principais imunidades presentes na Constituição referem-se


aos impostos, e serão elas que iremos estudar neste capítulo. Presentes
no artigo 150, inciso VI, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘d’ e ‘e’, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre: a)
patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer
culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições
de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão; e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no
Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros
e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os
suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa
de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Note que o referido dispositivo afasta a incidência tão somente de


impostos, sem prejuízos da cobrança de outros tributos, como taxas ou
contribuições de melhoria.

EXEMPLO:

Uma igreja não precisa arcar com o IPTU, entretanto está sujeita ao
pagamento da taxa de coleta de lixo.

A imunidade recíproca (art. 150, VI, a) consiste em uma espécie


de imunidade tributária que impede que os entes tributantes instituam
impostos uns dos outros, em respeito ao pacto federativo. A imunidade
recíproca estende-se às autarquias e fundações públicas, porém não se
aplicam às empresas públicas e às sociedades de economia mista.
Noções de Direito 19

EXEMPLO:

Não deve incidir IPTU sobre um prédio de propriedade da União,


do mesmo modo que não deve incidir IPVA sobre um veículo de
propriedade da prefeitura.

A imunidade para templos de qualquer culto (art. 150 VI, b) busca


preservar a liberdade religiosa bem como a neutralidade do Estado para
com qualquer religião. A laicidade do Estado é um dos fundamentos do
Estado Democrático de Direito, que distancia a administração pública da
religião. Deste modo, havendo privilégio, todos os templos devem de ele
usufruir, independentemente de qual for o culto.

Deste modo, não deve incidir qualquer imposto sobre o patrimônio,


a renda e sobre os serviços relacionados com as finalidades essenciais
das entidades, não se aplicando tal imunidade a questões desassociadas
da função dos templos.

A imunidade para partidos políticos, entidades sindicais de


trabalhadores, instituições de educação e entidades de assistência
social (art. 150 VI, c) visa garantir as liberdades a elas associadas, como
a liberdade política e liberdade de filiação partidária, bem como de
incentivar a difusão da educação e do ensino e a difusão da assistência
social.

Por fim, a imunidade para livros, jornais, periódicos e o papel


destinado à sua impressão tem o condão de assegurar a liberdade de
expressão, a difusão da cultura e a utilidade social.

Quanto à imunidade dos livros, escapam aqueles que não veiculam


ideias, como livros de ponto, livros de bordo, por exemplo. Incluem
no conceito de livros para fins de imunidade os manuais técnicos e as
apostilas.

Em relação aos jornais, a imunidade é plena, mesmo relacionados


com propagandas, devendo estarem impressas no corpo do jornal. Quando
aos periódicos, estes consistem em revistas editadas com periodicidade,
sendo empregada imunidade inclusive a revistas pornográficas e álbuns
de figurinha.
20 Noções de Direito

O papel, único insumo passível de imunidade, é entendido como


todo e qualquer material que venha a ser utilizado para a produção de
livros, jornais e periódicos que guarde correspondência na materialidade
e natureza com o papel.

Quanto à imunidade musical, essa foi fruto da Emenda Constitucional


75, também chamada de PEC da Música, que acrescentou a alínea ‘e’ ao
inciso VI do art. 150 e passou a garantir a imunidade tributária a obras
artísticas de produção de som e de imagem e som, de modo que essa
produção passou a ficar protegida de tributação.

SAIBA MAIS:

Quer se aprofundar neste tema? A seguir um excelente


exemplo sobre o que aprendemos neste capítulo: Artigo:
“Competência Tributária”. Acessível por este link.

RESUMINDO:

Iniciamos essa unidade trabalhando o conceito de Direito


Tributário, esse ramo do Direito público interno objeto de
estudo ao longo dos próximos capítulos. Aprendemos
sobre a relação jurídica tributária, os entes tributantes e a
figura do contribuinte, sujeito passivo da relação tributária.
Juntos, vimos quais são os princípios que norteiam o Direito
Tributário, entre eles o da legalidade, da anterioridade
tributária, da irretroatividade tributária, da isonomia, da
capacidade contributiva, da pecunia non olet e da vedação
do confisco. Por fim, tivemos a oportunidade de aprender
em que consiste a imunidade tributária e quais são as
espécies de imunidade previstas na Constituição Federal,
como a imunidade recíproca, a imunidade para templos
de qualquer culto, a imunidade para partidos políticos,
entidades sindicais de trabalhadores, instituições de
educação e entidades de assistência social e a imunidade
para livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua
impressão.
Noções de Direito 21

Sistema tributário nacional

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de conhecer


como funciona o sistema tributário brasileiro, quais os
tributos integram o sistema tributário nacional e de que
forma eles são aplicados na prática. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

Tributos
Quando falamos de tributos, normalmente os relacionamos aos
impostos, tendo em vista sua popularidade e aplicabilidade no dia a
dia. Ocorre que, além dos impostos, constituem espécies de tributos
os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria, as contribuições
especiais e os empréstimos compulsórios.

O conceito de tributo encontra-se tipificado no artigo 3º do CTN


como “prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”
(BRASIL, 1966).

O tributo é prestação pecuniária, pois trata-se de uma obrigação de


prestar dinheiro ao Estado. Note que, ao adotar tal previsão, o legislador
buscou evitar o recebimento pelo pagamento dos tributos por meio de
bens ou pela prestação de serviços.
22 Noções de Direito

Figura 4 – Tributo

Fonte: Pixabay

O tributo também é compulsório, ou seja, não dá brecha para


discussão nem se sujeita à vontade do contribuinte. Alguns doutrinadores
classificam o tributo como uma receita derivada do poder de império do
Estado na obtenção de recursos (SABBAG, 2015).

Além disso, o tributo não é uma sanção, de modo que multa não
é tributo e tributo não é multa. A multa é uma penalidade, enquanto o
tributo é derivado de um fato gerador, que consiste em uma ação do
contribuinte que enseja o pagamento.

Note que o artigo que define o tributo também traz a previsão


expressa de que todo e qualquer tributo deve ser instituído por lei (lembra
do princípio da legalidade?). Por esse motivo, o tributo nasce a partir da
realização do fato gerador e a vontade das partes é irrelevante.

Por fim, o artigo prevê que o tributo deve ser cobrado por
lançamento e isso significa dizer que a obrigação tributária é consumada
em um documento de cobrança que se dispõe a quantificar e qualificar a
obrigação existente. Não se admite hoje no direito brasileiro o lançamento
verbal, ou seja, a comunicação oral de pagamento do tributo.

Agora que você já aprendeu o que é o tributo, preparado para


conhecer as espécies de tributo existentes no Brasil? Vem comigo!
Noções de Direito 23

Espécies de tributo
Existem no Brasil, hoje, cinco espécies de tributos, os impostos, as
taxas, as contribuições de melhoria, os empréstimos compulsórios e as
contribuições parafiscais, as quais estudaremos detalhadamente a seguir.

Imposto
O imposto possui definição na própria Constituição e consiste
em “tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte” (BRASIL, 1966, online).

Conforme se extrai da inteligência do artigo, o imposto não consiste


em uma contraprestação do Estado, de modo que deve o imposto incidir
automaticamente sobre certas situações da vida cotidiana do contribuinte,
de sua atividade e seu patrimônio, de modo que fez, pagou. O ato de fazer
é denominado de fato gerador.
Figura 5 – Imposto

Fonte: Pixabay

Os impostos foram instituídos com o fim de financiar as atividades


gerais do Estado. É por meio dessa arrecadação que o Estado irá
manter sua organização e executar suas finalidades. Três elementos são
obrigatórios na classificação de um tributo como imposto:
24 Noções de Direito

1. A obrigatoriedade do pagamento.

2. A ausência de qualquer relação de correspondência entre a


exigência tributária e a compensação do estado ao contribuinte.

3. A impossibilidade de reembolso, o que lhe concede o atributo de


definitivo.

A Constituição prevê de modo taxativo quais serão os impostos de


competência de cada ente federativo, senão vejamos:
Quadro 1 – Impostos Brasileiros

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Taxas
As taxas são uma espécie de tributo que diferentemente dos
impostos, sua incidência ou fato gerador são vinculadas a uma atividade
Noções de Direito 25

específica do Estado. Elas serão exigidas em duas situações: em razão


do exercício do poder de polícia ou pela utilização de serviços públicos
específicos e divisíveis.

Ao contrário do que muitos pensam, a taxa de polícia não tem


relação com a atividade cotidiana dos policiais, mas sim com atos de
regularização e fiscalização da administração pública. São exemplos de
taxas de polícia as taxas cobradas para emissão de alvarás, de controle de
fiscalização ambiental e de serviços de cartório, por exemplo.

As taxas de serviço, por sua vez, são aquelas que decorrem da


prestação de um serviço público específico e divisível. É um exemplo de
taxa de serviço a taxa de limpeza pública.

Deverá contribuir com a taxa a pessoa que provocar a atuação do


Estado – no caso do poder de polícia – ou a pessoa que utilizar de algum
serviço público do Estado.

SAIBA MAIS:

Você sabe a diferença entre taxa e tarifa? Sugerimos o


acesso desse material para aprimorar seus conhecimentos.
“Taxa versus Preço Público” disponível aqui.

Contribuição de melhoria
A contribuição de melhoria é classificada como um tributo
democrático e participativo e consiste em um tributo derivado da
valorização de imóveis causada por uma obra pública. É importante que
você saiba que não basta a execução da obra pública, mas que dessa
obra o valor venal do imóvel seja aumentado. Você encontra a definição
legal da contribuição de melhoria no art. 145, III da Constituição Federal
(BRASIL, 1988).

A contribuição de melhoria não se confunde com imposto, pois a


contribuição de melhoria depende de uma atuação específica do Estado
(a execução da obra pública), enquanto o imposto, conforme já vimos, é
independente de qualquer ato do Estado.
26 Noções de Direito

A contribuição de melhoria também não se confunde com a taxa,


pois, enquanto a taxa é vinculada ao exercício regular do poder de polícia
ou a um serviço público, a contribuição de melhoria está vinculada à
realização de obra pública e à valorização do valor venal do imóvel.

Empréstimos compulsórios
Os empréstimos compulsórios estão previstos no art. 148 da
Constituição (BRASIL, 1988) e têm por objetivo custear as despesas
extraordinárias decorrentes de calamidades públicas, da iminência ou
situação de guerra ou ainda em caso de investimento extraordinário que
possua relevante interesse nacional. Somente a União poderá instituir
essa espécie de tributo, por meio de lei complementar específica.

É importante destacar que, nessa modalidade de tributo, por se


tratar de um empréstimo, o Estado deverá restituir aos contribuintes os
recursos captados e a aplicação do dinheiro arrecadado deverá estar
vinculada à despesa que o originou. O empréstimo compulsório não
se baseia em um acordo de vontades entre o contribuinte e o fisco e é
considerado um fenômeno obrigatório.

Contribuições especiais
As contribuições especiais, também chamadas de contribuições
parafiscais, são aquelas destinadas ao financiamento de gastos específicos
de intervenção do Estado no campo social e econômico e dividem-se
em: sociais, de intervenção no domínio econômico e do interesse de
categorias profissionais ou econômicas.
Figura 6 – Contribuição Especial

Fonte: Pixabay
Noções de Direito 27

As contribuições especiais sociais encontram-se disciplinadas


nos arts. 149 e 195 da Constituição Federal e têm função de custear o
orçamento da seguridade social. São exemplos: Contribuição para
Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Contribuição Social Sobre
o Lucro Líquido (CSLL); PIS/PASEP; CPMF, FGTS, Salário Educação etc. O
ente responsável pela instituição das contribuições especiais é a União,
porém caberá ao INSS a fiscalização e arrecadação deste tributo.

A contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE) é


um instrumento de intervenção na economia e tem função de corrigir
distorções em setores da atividade econômica. Um exemplo é a CIDE
dos combustíveis, cujos recursos arrecadados são destinados ao
financiamento de projetos ambientais, programa de infraestrutura de
transporte e subsídios para os preços do combustível.

Por sua vez, as contribuições profissionais ou corporativas são


aquelas destinadas à manutenção das entidades associativas, com o fim
de fomentar os serviços prestados nessas entidades. São exemplos de
contribuições profissionais o Sistema S, OAB, CRM e CRF, entre outros.

Configura contribuição especial a contribuição para o custeio de


iluminação pública, criada pela Emenda Constitucional nº 39 de 2002
(BRASIL, 2002, online). Essa contribuição é fruto de um apelo dos poderes
executivos municipais ao STF após a extinção da taxa de iluminação
pública (Súmula 670 do STF).

Quando se trata de contribuições, é importante mencionarmos a


Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira, a famosa CPMF.
A CPMF consiste em uma contribuição social, de competência tributária
da União, instituída por meio da Emenda Constitucional 12/1996 que
na data que entrou em vigor. Seu prazo de vigência seria de 24 (vinte e
quatro) meses. A receita arrecadada com tal contribuição era destinada ao
Fundo Nacional de Saúde.

Ao longo do tempo, a CPMF foi sendo prorrogada e teve suas


alíquotas e bases de cálculo modificadas de modo que seu procedimento
é bastante conhecido por estudiosos dessa ciência por envolver, ao longo
28 Noções de Direito

desses processos, diversas declarações de inconstitucionalidade pelo


Supremo Tribunal Federal (STF).

A CPMF, desde seu surgimento e ao longo de toda sua história,


foi um tributo cuja constitucionalidade foi duvidosa, tendo em vista sua
instituição temporária e o caráter permanente que fora adquirindo ao
longo dos anos.

A CPMF vigorou no Brasil até o ano de 2007, até que o Plenário do


Senado Federal rejeitou uma nova proposta de prorrogação do referido
tributo, de modo que a não cobrança da referida taxa ensejou em uma
perda para os cofres públicos de aproximadamente R$ 40 milhões e um
ganho para o contribuinte, que não mais precisou de pagá-la.

Existe um projeto do governo federal que pretende recriar a


contribuição sobre o mesmo fato gerador nos moldes da CPMF, com o fim
de devolver aos cofres públicos tal desfalque causado pela suspensão da
cobrança do referido tributo.

SAIBA MAIS:

Quer se aprofundar neste tema? A seguir, um excelente


vídeo da Advocacia Geral da União (AGU) sobre o que
aprendemos neste capítulo: Vídeo: “AGU Explica - Imposto
e tributo”. Acessível aqui.
Noções de Direito 29

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Iniciamos a
unidade aprendendo sobre o sistema tributário nacional,
estabelecendo um conceito para tributo e conhecendo as
espécies de tributos existentes no Brasil. Nesse interim você
aprendeu que tributo é a prestação pecuniária compulsória,
em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada e
a diferença entre tributo e sanção. Também trabalhamos
juntos as cinco espécies de tributos, os impostos, as
taxas, as contribuições de melhoria, os empréstimos
compulsórios e as contribuições parafiscais. Quanto aos
impostos, aprendemos sobre os impostos em espécie, a
diferença entre taxa de polícia e taxa de serviço bem como
a polêmica CMPF.
30 Noções de Direito

A relação jurídico-tributária

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de conhecer


como funciona o sistema tributário brasileiro, quem são
os componentes dessa relação jurídica e de forma ela se
constitui e desenvolve. E então? Motivado para desenvolver
esta competência? Então vamos lá. Avante!

A relação jurídico-tributária consiste na relação que se inicia com a


hipótese de incidência do tributo até a constituição do crédito tributário.
São as etapas que englobam desde o surgimento do tributo até a
cobrança ao contribuinte.

Surgimento do crédito tributário


Aqui, como forma de trazer essa explicação de uma maneira mais
didática, adotaremos o esquema de linha do tempo e explicaremos cada
uma dessas etapas mais detalhadamente (SABBAG, 2015). Dessa forma,
um tributo hoje para ser cobrado no Brasil deve respeitar as seguintes
etapas:
Figura 7 – Esquema da constituição de crédito tributário

Hipótese de Obrigação
Fato gerador
incidência Tributária

Crédito Tributário

Fonte: Elaborada pela autora (2021).


Noções de Direito 31

Hipótese de incidência
A hipótese de incidência consiste em algo abstrato, previsto na
lei, que é capaz de configurar a relação jurídica-tributária. A hipótese de
incidência é a abstração legal de um fato, ou seja, é situação descrita
na lei cuja previsão é abstrata, portanto uma “hipótese”, que poderá vir a
ocorrer no mundo dos fatos, e que, ao ser realizada, se constituirá como
um fato gerador. O professor Sabbag (2015, p. 672) define: “hipótese de
incidência é a situação descrita em lei, recortada pelo legislador entre
inúmeros fatos do mundo fenomênico, a qual, uma vez concretizada no
fato gerador, enseja o surgimento da obrigação principal”.

Uma vez caracterizada a hipótese de incidência, podemos dizer


que há o nascimento da relação tributária.

EXEMPLO:

Constitui hipótese de incidência a previsão pela legislação tributária


que caso determinada pessoa X venha a infringir a lei X, sofrerá a
sanção descrita nessa lei em comento.

Fato gerador
O fato gerador, por sua vez, consiste na materialização da hipótese
de incidência perante uma situação concreta. Uma vez realizada a hipótese
de incidência, podemos dizer que houve o fato gerador do tributo.

Conforme se extrai da inteligência do artigo 118 do CTN, pouco


importa para o fato gerador a natureza do objeto dos atos praticados ou
os efeitos de tais atos, podendo ser tributados atos nulos e ilícitos bem
como objetos ilícitos, conforme aprendemos pelo princípio da pecúnia
non olet.
32 Noções de Direito

Figura 8 – Fato gerador

Fonte: Pixabay

EXEMPLO:

Existe imposto sobre a renda de um traficante de drogas, de um


imóvel em nome de um recém-nascido ou até mesmo sob uma carga de
produtos falsificados, bastando como o fato gerador a renda (IR), o imóvel
(IPTU) e o transporte de carga (ICMS).

Obrigação tributária
A obrigação tributária é composta por quatro elementos: sujeito
ativo, sujeito passivo, objeto e causa.

O sujeito ativo da relação tributária é a pessoa jurídica de direito


público titular da competência para exigir o cumprimento da obrigação
(art. 119 CTN). Os sujeitos ativos podem ser diretos, entendidos por aqueles
que têm o poder de instituir e cobrar o tributo ou indiretas, que são aquelas
que possuem poderes somente de arrecadação e fiscalização do tributo,
como exemplo o CREA, CRC etc.
Noções de Direito 33

Figura 9 – Sujeito ativo tributário é aquele que exige o cumprimento da obrigação

Fonte: Freepik

O sujeito passivo da relação tributária é composto pelo devedor da


obrigação, representado pelos entes destinatários da invasão patrimonial
ocasionada pela retirada compulsória de valores a título de pagamento
dos tributos (SABBAG, 2015). Os sujeitos passivos podem ser direitos,
constituídos pelos contribuintes, pessoas com relação direta com o
fato gerador ou podem ser indiretos, formado pelas pessoas que são
escolhidas pela lei para pagar o tributo, mesmo que não realizem o fato
gerador.
Figura 10 – Sujeito passivo é o contribuinte

Fonte: Freepik
34 Noções de Direito

O objeto da obrigação tributária consiste na prestação que deve


ser adimplida pelo sujeito passivo (contribuinte) ou seu responsável. Tal
prestação pode ser pecuniária ou não pecuniária. Note que aqui não
estamos tratando do objeto de tributo, mas sim da obrigação tributária,
lembrando que o tributo admite somente pagamento em pecúnia.
Figura 11 – Objeto tributário

Fonte: Freepik

A obrigação principal consiste na prestação de pagar (obrigação


de dar) o tributo ou multa com viés de patrimonialidade. A obrigação é
principal ocorre quando o contribuinte deve realizar o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária (multa em dinheiro). A obrigação tributária
irá surgir sempre que ocorrer um fato gerador e será extinta junto com o
crédito tributário que a ela deu origem decorrente (artigo 113, § 1, do CTN).

A obrigação principal somente se extinguirá com o pagamento


(recolhimento) do valor integral devido. Se for recolhido parcialmente, via
de regra não se considera extinto.

A obrigação acessória, por sua vez, consiste em atos de fazer


ou não fazer procedimentos derivados da própria obrigação tributária,
classificados como deveres instrumentais do contribuinte.

A obrigação é acessória quando, por força de lei, tem por objeto


as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da
Noções de Direito 35

arrecadação ou da fiscalização dos tributos. (Artigo 113, § 2, do CTN)


(BRASIL, 1966).

EXEMPLO:

São exemplos de obrigações acessórias os atos de emitir notas


fiscais, escriturar livros fiscais (artigo 200 do CTN).

A causa, tipificada entre os artigos 114 e 115 do CTN, consiste no elo


que liga o sujeito ativo ao sujeito passivo. A causa tributária, pelo princípio
da legalidade, surge somente por meio de lei tributária.

Crédito tributário
O crédito tributário consiste no momento da linha do tempo em que
o tributo passa a ser exigido na relação jurídico-tributária. Dizemos que o
crédito tributário surge com o lançamento tributário (142 CTN).

O lançamento tributário é o ato formal de cobrança por meio da


emissão de um documento que dá vida à cobrança do tributo através da
prática do fato gerador.

Dizemos que o fato gerador cria obrigações ex nunc, ou seja,


obrigações daquele momento em diante, de forma que a partir do
momento em que se concretiza o fato gerador, o tributo encontra-se
pronto para ser cobrado.

A legislação brasileira admite que o lançamento de um tributo seja


realizado de três formas: direto, misto ou por homologação.

O lançamento direto é aquele em que o fisco, uma vez com


acesso a dados do contribuinte, realiza o lançamento do tributo sem
que haja necessidade de auxílio do contribuinte. É o que acontece nos
casos de cobrança de IPTU, taxas e contribuições de melhoria, em que os
próprios dados do objeto da obrigação são suficientes para o lançamento
do tributo.

O lançamento misto ou por declaração é aquele em que o Fisco


depende do auxílio parcial do contribuinte, pois não dispõe de todos
os dados para a realização do lançamento. É o caso dos impostos
36 Noções de Direito

de importação e importação, em que o contribuinte precisa prestar


informações para que o fisco realize a cobrança devida.

Já o lançamento por homologação, também chamado de


auto lançamento, é aquele que ocorre quando o contribuinte contribui
efetivamente com a atividade de lançamento do tributo cabendo ao
fisco somente a homologação, ou seja, a conferência do lançamento.
Um grande exemplo é o lançamento do Imposto de Renda e nos demais
tributos que possuem um maior volume de arrecadação.
Figura 12 – Lançamento por homologação

Fonte: Freepik

Extinção do crédito tributário

A extinção do crédito tributário consiste no marco final da relação


jurídico-tributária, que pode ser dar por várias maneiras, conforme
previsão expressa do artigo 156 do CTN, senão vejamos:
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:

I - o pagamento;

II - a compensação;

III - a transação;

IV - remissão;

V - a prescrição e a decadência;

VI - a conversão de depósito em renda;


Noções de Direito 37

VII - o pagamento antecipado e a homologação do


lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus
§§ 1º e 4º;

VIII - a consignação em pagamento, nos termos do


disposto no § 2º do artigo 164;

IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida


a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser
objeto de ação anulatória;

X - a decisão judicial passada em julgado.

XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma


e condições estabelecidas em lei. (BRASIL, 1966, art. 156)

O pagamento consiste na hipótese mais comum de extinção do


crédito tributário, disciplinada nos artigos 157 a 169 do CTN. A dação
em pagamento consiste em uma forma indireta de extinção e uma
modalidade de pagamento. Enquanto o pagamento consiste na prestação
pecuniária, a dação ocorre em casos previstos pela lei em que se admite a
entrega do bem em substituição da dívida.
Figura 13 – Pagamento

Fonte: Freepik

A compensação tributária encontra-se prevista nos artigos 170 e


170-A do CTN e consiste em uma modalidade indireta de pagamento em
que o contribuinte compensa um crédito que, porventura, possua com a
Fazenda Pública com o pagamento de tributos.

A transação, por sua vez, consiste em uma forma de extinção do


crédito tributário prevista no artigo 171 do CTN em que as partes, por meio
de um acordo, põem fim ao litígio, utilizando-se de concessões, vantagens
38 Noções de Direito

e ônus recíprocos. Um exemplo de concessão recíproca é o desconto no


pagamento em parcela única do IPTU.

A remissão trata-se de uma hipótese de extinção do crédito prevista


no artigo 172 CTN em que o fisco, por meio de uma liberação graciosa,
perdoa a dívida do contribuinte. É preciso, para que haja a remissão, que
ocorra algumas das hipóteses previstas no artigo.

A prescrição e decadência ocorrem quando o fisco deixa de


realizar o lançamento do crédito tributário dentro do prazo previsto na lei.
Ao contrário das hipóteses acima elencadas, não se trata de uma forma
indireta de pagamento, mas sim da perda da possibilidade de cobrar o
tributo.

A conversão do depósito em renda trata-se da hipótese de


extinção do crédito tributário que ocorre nos casos em que o contribuinte
realiza o pagamento do tributo, porém o contesta administrativamente e,
no fim, possui decisão favorável a si, de modo que esse valor depositado
se converte em renda.

O pagamento antecipado e a homologação do lançamento são


uma hipótese de extinção do crédito tributário exclusiva dos tributos cujo
lançamento seja por homologação, pois o pagamento se dá com base
na apuração feita pelo próprio contribuinte. Após o prazo de 5 (cinco)
anos, caso o fisco não se manifesta acerca da irregularidade, haverá a
homologação tácita e, portanto, haverá a perda do direito de lançá-lo.

A consignação em pagamento é a forma de extinção do tributo que


ocorre no seguinte caso: o contribuinte não concorda com o lançamento
do tributo e requer questioná-lo judicialmente. Dessa forma, terá que
fazer o depósito do pagamento em juízo, a consignação em pagamento
e, ao final, se julgada procedente a ação, tal valor converte-se em renda
ao contribuinte.

A decisão administrativa irreformável é aquela favorável ao


contribuinte que extingue a cobrança do crédito, podendo ser objetivo de
discussão judicial. A decisão passada em julgado, por sua vez, consiste no
último pronunciamento de autoridade julgadora, de modo que nem a lei
poderá prejudica-la.
Noções de Direito 39

SAIBA MAIS:

Quer se aprofundar neste tema? A seguir um excelente


exemplo sobre o que aprendemos neste capítulo. Veja
este artigo: “TJ-SP isenta atleta de tiro de pagar ICMS em
importação de munição”. Acessível por este link.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que vimos. Nesse capítulo aprendemos
sobre a relação jurídico tributária, aquela estabelecida
entre o ente tributante (Fisco) e o contribuinte. Trabalhamos
conceitos que envolvem desde o surgimento do crédito
tributário até sua extinção. Em relação ao surgimento
do crédito tributário, aprendemos o que é a hipótese de
incidência, o fato gerador, a obrigação tributária (composta
pelo sujeito ativo, sujeito passivo, objeto e causa) e o
crédito tributário, aquele que surge a partir do lançamento
tributário, documento que materializa a cobrança do tributo.
Aprendemos também as hipóteses de extinção do crédito
tributário: pagamento, compensação, transação, remissão,
prescrição e decadência, entre outras.
40 Noções de Direito

Direitos Sociais

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de conhecer


os direitos sociais presentes na Constituição de 1988, suas
garantias e previsões bem como seus desdobramentos.
E então? Motivado para desenvolver esta competência?
Então vamos lá. Avante!

Direitos sociais na Constituição


Os direitos sociais encontram-se previstos no artigo 6º da
Constituição Federal, sendo eles “educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social,
a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados”
(BRASIL, 1988).

Tais garantias previstas no artigo 6º são consideradas um


desdobramento do Estado Social de Direito, derivado do Estado
Democrático de Direito. Segundo lições de José Afonso da Silva, os direitos
sociais “disciplinam situações subjetivas pessoais ou grupais de caráter
concreto”, de modo que buscam melhores e adequadas condições de
vida aos cidadãos, fazendo parte dos próprios fundamentos da República
(SILVA, 2019).

A seguir, trataremos de forma pormenorizada de cada um desses


direitos, vamos aprender mais um pouco?

O direito à educação consiste em um direito de todos e um dever


que deve ser prestado pelo Estado e pela família. Conforme os ditames
constitucionais, a educação deve ser promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, de modo a promover o pleno desenvolvimento
do indivíduo e prepará-lo para o exercício da cidadania e para o mercado
de trabalho.
Noções de Direito 41

Figura 14 – Direito à educação

Fonte: Freepik

O direito à saúde, por sua vez, deve ser garantido pelo Estado por
meio de políticas sociais e econômicas que visem a redução de risco de
doenças e outros problemas de ordem da saúde de forma universal, além
de promover a fiscalização e controle de doenças (SILVA, 2019).

O Sistema Único de Saúde (SUS) existente no Brasil é um dos


exemplos da prestação do direito à saúde, que apesar de muito criticado
devido à falta de orçamento, é o responsável por manter vivo inúmeros
brasileiros, bem como por prevenir doenças por meio do oferecimento de
vacinas, preservativos e tratamentos gratuitos, por exemplo.
Figura 15 – Direito à saúde e ao SUS

Fonte: Wikimedia
42 Noções de Direito

VOCÊ SABIA?

Segundo um levantamento do The New York Times, em 2012


o custo mediano de ambulância por viagem de paciente
nos EUA estava entre US$ 224 (R$ 1.030,00) e US$ 2.204
(R$ 10.138,40). No Brasil, o serviço é oferecido de maneira
gratuita pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU), criado em 2004.

O Direito à alimentação foi reconhecido como um direito


fundamental em 1993 pela Comissão de Direitos Humanos da ONU. O
direito à alimentação foi introduzido como um direito social no ordenamento
jurídico brasileiro em 2010, por meio da Emenda Constitucional 64/2010,
mas já havia previsão desde 2006, com a criação do sistema de segurança
alimentar e nutricional, o SISAN (SILVA, 2019).

A garantia do direito à alimentação refere-se a uma alimentação


adequada e nutritiva, devendo o poder público não medir esforços e
adotar medidas e ações para que promovam e garantam a segurança
alimentar e nutricional da população brasileira.

SAIBA MAIS:

O programa Fome Zero (2003) e o Programa Comunidade


Solidária (1995) foram programas criados com o fim de
combater a fome no Brasil. No ano de 2003 estimava-se que
havia no Brasil cerca de 44 (quarenta e quatro) milhões de
pessoas ameaçadas de passar fome e hoje esse número,
segundo dados do IBGE, chega a 5 milhões. Além disso,
você encontra mais informações sobre esse direito no portal
do governo federal sobre a política nacional de alimentação,
disponível por meio do endereço disponível aqui.

O direito ao trabalho, também classificado como um direito social,


é um instrumento importante na implementação de condições dignas de
trabalho dentro do território brasileiro. O Estado, por meio desta garantia,
deve incentivar políticas públicas que valorizem o trabalho humano e
Noções de Direito 43

incentivem a livre iniciativa, de modo a evitar políticas recessivas que


prejudiquem empregos plenos.
Figura 16 – A proteção dos direitos do trabalhador é um direito social

Fonte: Wikipedia

VOCÊ SABIA?

No Brasil, segundo dados de 2018, fiscais do Ministério do


Trabalho identificaram 1,7 mil pessoas que trabalhavam em
condições análogas à escravidão, dá pra acreditar?

O direito à moradia consiste em uma importante ferramenta de


assistência social, que entrou em vigor no direito brasileiro somente no
ano 2000. Apesar de sua entrada tardia na Constituição como direito
social expresso, já havia previsão no artigo 23, IX de que todos os entes
federativos possuíam competência administrativa para “promover
programas de construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico” (BRASIL, 1998).

EXEMPLO:

São exemplos políticas públicas que fomentam o direito à moradia a


criação de programas nacionais para habitação, como o Minha Casa
Minha Vida, ações organizadas e cuidadosas voltadas ao resgate
de moradores de rua, à erradicação de favelas e de habitações em
áreas de risco.
44 Noções de Direito

Figura 17 – Direito à moradia – Programa Minha Casa, Minha Vida

Fonte: Wikipedia

O direito ao transporte está diretamente ligado ao direito de ir e


vir das pessoas e consiste em um direito-meio para vários outros direitos
sociais, como o transporte realizado por algum cidadão para ir a um
hospital, à escola, ao trabalho e até mesmo para sua casa.

O transporte público, portanto, ocupa uma função social e, por


muitas vezes, é o único meio que o cidadão dispõe para se locomover.
Mesmo sendo o único meio encontrado por muitas pessoas, em muitas
cidades do Brasil é comum que o transporte público seja extremamente
escasso e mal equipado, de forma que idosos, crianças e pessoas com
deficiência tenham que se sujeitar a situações extremas para ter acesso
aos demais serviços públicos.

O direito ao lazer possui natureza social e está diretamente


relacionado com a qualidade de vida do cidadão, devendo o Estado
proporcionar ao cidadão locais tranquilos, adequados, seguros para que o
cidadão possa manter bem sua saúde mental, ter uma relação com o meio
ambiente de modo a proporcionar um estado de bem-estar à população.

O direito à previdência social é um conjunto de direitos


relacionados com a seguridade social, ou seja, um seguro em que o
trabalhador participa por meio de contribuições mensais. O benefício
dessas contribuições mensais é a garantia de renda quando o trabalhador
Noções de Direito 45

não puder mais trabalhar, de modo que ele ainda terá um meio de
sobrevivência.
Figura 18 – Previdência Social

Fonte: Wikimedia

Além de proteger o trabalhador por meio da aposentadoria,


a previdência social também protege os trabalhadores mediante a
ocorrência de outras situações, como doença, invalidez e gravidez,
por exemplo. Importante salientar que a seguridade social não fornece
somente aposentadorias, mas também auxílios, salários e pensões.

As contribuições prestadas pelos trabalhadores ativos servem como


subsídio para o custeio das aposentadorias dos trabalhadores inativos.
Considerando que o número de beneficiários totais – RGPS e benefícios
assistenciais – saltou de 18,8 milhões em 1999 para 35,1 milhões em
2018, foram realizadas alterações nas regras da previdência social, com o
condão de assegurar a proteção efetiva a todos os cidadãos.

A assistência dos desamparados consiste em direito social que


será prestado a quem necessitar, independentemente de contribuição à
seguridade social.

Além de estabelecer que todos os necessitados deverão ser


amparados pelo Estado, tal direito também determina que devem ser
adotadas ações governamentais na área da assistência social financiadas
por recursos provenientes do orçamento da seguridade social.
46 Noções de Direito

A família, a criança, o adolescente e o


idoso na Constituição
Neste tópico, trataremos dos grupos tratados com prioridade pela
Constituição, tendo em vista suas vulnerabilidades e especificidades.

Família
A família, conforme determinação Constitucional, é a base da
sociedade e terá proteção do Estado (art. 226 da CF). O conceito de família
foi ampliado pela Constituição de 1988, passando a ser reconhecida
como entidade familiar a união estável bem como reconhecendo como
legítimos os filhos havidos fora do casamento.

Além disso, a Constituição Federal de 1988 também passou a


reconhecer como entidade familiar a família monoparental, que é aquela
formada por qualquer um dos pais e seus descendentes.
Figura 19 – Família monoparental

Fonte: Freepik

Outro reconhecimento importante trazido pela evolução legislativa


relativa às famílias é a família socioafetiva, que é aquela formada por laços
de afeto, podendo ser composta por pessoas da mesma família (tia com
sobrinhos, irmãos...) ou não.
Noções de Direito 47

Não podemos deixar de ressaltar, no que concerne à família,


o reconhecimento das uniões homo afetivas no Brasil, que passou a
considerar os integrantes da união como uma entidade familiar, em
analogia à União estável.

As proteções constitucionais relativas a família estão presentes


na legislação esparsa, utilizada como instrumento para a efetivação da
determinação constitucional. Tais proteções encontram-se presentes
na Lei Maria da Penha, no Código Civil, no Código de Processo Civil, no
Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outros.

Criança, adolescente e jovem


A Constituição de 1988 trouxe grandes avanços relacionados com
a proteção da criança e do adolescente ao fixar uma gama de direitos e
garantias fundamentais.

Após a promulgação da Constituição de 1988 sentiu-se uma grande


necessidade de considerar como vulnerável o grupo de pessoas que se
encaixavam na classificação de jovens, tendo em vista o tamanho desse
grupo populacional e as vulnerabilidades relacionadas com a transição
para a fase adulta.

Por esse motivo, foi promulgada a Emenda Constitucional 65/2010,


que passou incentivar ações em relação à proteção específica dos
jovens na transição da adolescência para a vida adulta, fase marcada por
dificuldades e incertezas.
Figura 20 – Jovens

Fonte: Freepik
48 Noções de Direito

A proteção das crianças e dos adolescentes, por sua vez, já se


encontrava prevista na Constituição de 1988 desde sua promulgação,
reforçada pela Convenção sobre os Direitos da Criança realizada pela
ONU e o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90). Conforme
determinação constitucional:
Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar
e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma
de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão. (BRASIL, 1988, art. 227)

Além do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90),


existem previsões na legislação ordinária que possuem o condão de
efetivar as políticas públicas de proteção à criança e ao adolescente,
como, por exemplo, a Lei de Alienação Parental (Lei 12.318/2010), a Lei
Nacional de Adoção (Lei 12.010/2009), entre outras.

Idoso
Ainda sobre o viés protecionista e baseado nos princípios da
solidariedade e da proteção, é dever da família e do Estado promover
a proteção e o amparo de pessoas idosas, de modo a permitir sua
participação na sociedade bem como assegurar seu bem-estar, sua
dignidade e sua vida (art. 230 CF).
Figura 21 – Idoso

Fonte: Freepik
Noções de Direito 49

A Lei 8.842/94 (Política Nacional do Idoso) e o Estatuto do Idoso


(Lei 10.741/2003) constituem importantes mecanismos de proteção às
pessoas idosas. É considerado idosa toda pessoa maior de 60 (sessenta)
anos, sendo assegurada prioridade especial aos maiores de 80 (oitenta)
anos.

SAIBA MAIS:

Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o


acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento:
Vídeo: “Sistema de saúde no Brasil | Coluna #43”
acessível por este link.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Encerramos nosso quarto
e último capítulo tratando dos direitos sociais presentes na
constituição, mais precisamente os presentes no artigo 6o,
sendo eles o direito à educação, à saúde, à alimentação, ao
trabalho, à moradia, ao transporte, ao lazer, à segurança, à
previdência social, à proteção à maternidade e à infância, à
assistência aos desamparados. Ao longo do detalhamento
desses direitos, pudemos ver exemplos práticos de
políticas públicas já implementadas no Brasil que buscam
sua efetivação. Por fim, tratamos dos grupos tratados
com prioridade pela Constituição, tendo em vista suas
vulnerabilidades e especificidades, que são a família, a
criança, o adolescente e o idoso.
50 Noções de Direito

REFERÊNCIAS
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República,
[1988]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/
Constituiçao.htm. Acesso em: 03 mar. 2020.

BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Institui o Código


Tributário Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília, 27 out. 1966. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br>. Acesso
em: 03 mar. 2020.

SABBAG, E. Manual de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 2015.

SILVA, J.A. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo:


Malheiros, 2019.

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