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Gestão Tributária

Contabilidade e Legislação Fisco-Tributária


Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
LUCIANE ROSA DE OLIVEIRA
AUTORIA
Luciane Rosa de Oliveira
Sou formada em Administração de Empresas e em Ciências
contábeis, além de possuir Mestrado em Administração e formação
pedagógica, o que propicia a licenciatura no curso de Administração, com
uma experiência técnico-profissional na área de Planejamento através de
projetos e ainda conhecimento na área empresarial de mais de 14 anos.
Passei por empresas como Prefeituras, empresas do ramo farmacêutico
e agropecuário, sendo que além da experiência em empresas descobri
uma nova paixão que é a docência, então desde 2012 atuo como docente
trabalhando com ensino técnico e posteriormente com nível superior. Sou
apaixonada pelo o que faço e adoro transmitir minha experiência de vida
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes.
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Contabilidade Tributária............................................................................10
Contabilidade Fisco Tributária ..............................................................................................10

Conceito e Objeto da Contabilidade Tributária....................................... 15

Campo de Ação................................................................................................................................. 16

Legislação Tributária..................................................................................17
Código Tributário Nacional....................................................................................................... 20

Objeto e Método............................................................................................23
Planejamento Tributário...............................................................................................................23

Elisão e Evasão Fiscal...................................................................................................................24

Planejamento Contábil.................................................................................................................25

Contabilidade Fisco Tributária............................................................... 27


Fato Gerador........................................................................................................................................27

Sujeito Passivo....................................................................................................................................27

Sujeito Ativo..........................................................................................................................................28

Objeto...................................................................................................................................................... 30

Alíquota................................................................................................................................................... 31

Obrigações Principais................................................................................................................... 31

Obrigações Acessórias.................................................................................................................32
Gestão Tributária 7

01
UNIDADE
8 Gestão Tributária

INTRODUÇÃO
Você sabia que a área gestão tributária é uma das mais demandadas
nas organizações, e será responsável pela geração de inúmeros empregos
nos próximos cinco anos? Isso mesmo. A área de gestão tributária faz
parte da contabilidade de uma empresa. Sua principal responsabilidade é
analisar os tributos pagos demonstrando as melhores formas para realizar o
planejamento tributário de uma organização. Todas as empresas precisam
estar em dia com o fisco e o Brasil é conhecido como um dos países com
maior incidência de carga tributária, sendo assim, um campo muito vasto
para você estudante. Conhecer os tributos e as formas de tributação de
uma empresa é essencial para o gestor para a tomada de decisões, pois
conhecer e realizar uma gestão tributária de forma eficiente pode ser a
diferença entre o sucesso e o fracasso de uma empresa. Entendeu? Ao
longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Gestão Tributária 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1.Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:

1. Explicar como funciona a contabilidade fisco tributária brasileira.

2. Analisar a Legislação tributária brasileira.

3. Identificar e solucionar problemas relacionados ao planejamento


tributário e contábil dentro das organizações.

4. Apontar as obrigações acessórias dentro das organizações.

Portanto, aqui você vai conhecer e entender a importância da gestão


tributária e como ela é essencial para uma gestão eficiente dentro das
organizações. Ter esse conhecimento será um diferencial para você! Então
bons estudos.
10 Gestão Tributária

Contabilidade Tributária

OBJETIVO:

Ao término desta competência você será capaz de


entender como funciona, de forma geral, a contabilidade
tributária, conhecendo conceitos de tributos e sobre a
legislação tributária brasileira que é regida por diversas
leis normativas. Isto será fundamental para o exercício de
sua profissão, uma vez que, todo gestor precisa ter esses
conhecimentos para a tomada de decisões. Dados do
SEBRAE nos mostra que as pessoas que tentaram abrir
um negócio, um empreendimento no Brasil, sem um
planejamento e uma análise da carga tributária, encerram
suas atividades em menos de dois anos de existência.
Conhecer a gestão tributária é uma área essencial para
gestor, pois sem a devida instrução terão problemas de
dívidas com o fisco. E então? Motivado para desenvolver
está competência? Então vamos lá. Avante!.

Contabilidade Fisco Tributária


As micro e pequenas empresas brasileiras são responsáveis
por grande parte dos empregos diretos bem como no pagamento de
impostos. Mas um dos grandes entraves da economia brasileira é a carga
tributária. O Brasil é considerado um país empreendedor, pois a cada dia
uma empresa é aberta, mas nota-se que o empreendedorismo brasileiro
é muito mais por necessidade (aquele que empreende, pois precisa
para sua manutenção) do que propriamente por oportunidade (quando
o empreendedor visualiza uma lacuna no mercado, uma oportunidade),
também pudera, estudos apontam que o Brasileiro precisa trabalhar até
153 dias apenas para pagamento dos tributos.
Gestão Tributária 11

VOCÊ SABIA?

No Brasil foi feito um cálculo que o brasileiro trabalha 153


dias para o pagamento de imposto, sendo que em algumas
cidades possuem o impostômetro que seria como se fosse
o “placar” do valor de imposto que foi pago naquele período.

Figura 1- Impostômetro

Fonte: Wikimedia Commons

Na figura 1 podemos ver o impostômetro da cidade de São Paulo,


sendo que, essa iniciativa foi criada pela Associação Comercial de São
Paulo visando demonstrar à população a alta carga tributária brasileira.

Dessa forma, quando o empreendedor vai abrir uma empresa


ele precisa considerar a forma que a mesma será tributada e quais os
principais tributos serão pagos.
12 Gestão Tributária

REFLITA:

Como uma forma de protesto pela alta carga tributária, foi


criado o “dia da liberdade de impostos” normalmente no
dia 153 do ano (final de maio) que é o dia calculado que o
brasileiro trabalha em média para pagar seus impostos e
algumas empresas oferecem seus produtos sem impostos
como postos de gasolina, sendo que praticamente 43% do
valor do combustível são impostos (como ICMS, COFINS e
CIDE).

Mas afinal o que é tributo? Podemos entender que tributo é o valor


pago por uma pessoa física ou jurídica ao governo. Todo o fato como a
realização de uma atividade, aquisição de um bem ou recebimento ou
ainda para a legalização de um empreendimento é passível do pagamento
de tributos.

DEFINIÇÃO:

“Tributo” é a principal fonte de recursos do Estado, dessa


forma, é previsto em lei, ou seja, está no artigo três do
Código Tributário Nacional que define que o tributo têm
as seguintes características: é uma prestação pecuniária
compulsória, deve ser pago em moeda, cobrado de ações
lícitas mediante a atividade administrativa plenamente
vinculada. E a receita advinda dos tributos é uma receita
DERIVADA, pois o Estado tem o poder de instituí-la, sendo
assim tem o direito a cobra-la (Souza, 2018). .

O que você precisa entender é que o governo busca por meio da


tributação formas de arrecadar dinheiro para a sua manutenção. Dessa
forma, existe divergência entre os juristas com relação às espécies
tributárias, sendo que com base no Código Tributário Nacional as espécies
tributárias são analisadas por quatro diferentes teorias, demonstradas no
quadro 1.
Gestão Tributária 13

Quadro 1- Teoria versus Espécies tributárias

Teoria Espécie tributária


Apenas tributos vinculados requerem uma contrapresta-
Bipartite
ção específica do Estado.
São considerados tributos: impostos, taxas e contribui-
Tripartite
ção de melhoria.
São considerados tributos: impostos, taxas e contribui-
Quadripartite
ção de melhoria e empréstimos compulsórios.
São considerados tributos: impostos, taxas e contribui-
Pentapartite ção de melhoria, empréstimos compulsórios e contribui-
ções especiais.
Fonte: Souza (2018).

Independente da teoria, os impostos brasileiros devem ser


analisados de acordo com o FATO GERADOR. Dessa forma, os impostos
normalmente são o que mais incidem nas empresas, sendo que tanto
a União, estados e municípios poderão criar tributos, pois eles são
fundamentados no Artigo 145 da Constituição Federal de 1988 que prevê
além dos impostos as taxas e contribuições de melhoria.
Quadro 2- Tributos

Tributo Características
A ocorrência do imposto depende do FATO GERADOR. Sen-
do que não há incidência de contraprestação do estado em
Imposto benefício do contribuinte. São exemplos de imposto o IPVA,
o fato gerador é aquisição de um veículo, isso incide no pa-
gamento do IPVA.
Quando uma empresa começa suas atividades precisa uti-
lizar-se de determinado serviço público, como a solicitação
de um ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO. Esse alvará é dispo-
nibilizado pelo estado para o contribuinte. Para essa solicita-
Taxa ção é pago uma TAXA para solicitar o ALVARÁ. Sendo assim
o ente público tem poder de polícia, ou seja, tem o dever de
fiscalizar se a empresa possui o alvará. Outros exemplos de
taxas são alvarás de construção ou a outro tipo de serviço,
como iluminação pública ou coleta de lixo.
São valores que o contribuinte paga ao governo após a
Contri- realização de uma melhoria, o que ocasionará um benefício
buição de a ele. São exemplos de contribuições de melhoria o calça-
melhoria mento de uma rua, o que beneficiará o contribuinte trazen-
do uma valoração no preço do seu imóvel.
Fonte: Souza (2010). .
14 Gestão Tributária

Figura 2 – Contas

Fonte: Freepik

Após o entendimento sobre o a diferenciação entre os tributos e


entendendo melhor o que são impostos, percebe-se que as empresas,
ao constituírem de forma física ou virtual, no momento da criação do
seu CNPJ ( Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) serão passíveis do
pagamento de tributos. Portanto, cabe ao gestor analisar as melhores
formas de tributação para trazer economia nas empresas.

ACESSE:

Para saber mais sobre os diferentes tributos existentes,


acesso o Portal Tributário clicando aqui.

Dessa forma, existe um ramo da ciência contábil que é a


contabilidade tributária que estuda as melhores formas de análise dos
tributos buscando uma diminuição dos encargos, o que veremos a seguir:
Gestão Tributária 15

Conceito e Objeto da Contabilidade Tributária


Podemos definir o termo “contabilidade fisco tributária” dentro do
contexto organizacional da seguinte maneira:

DEFINIÇÃO:

“Contabilidade tributária” tem como objeto de estudo as


regras de apuração dos tributos empresariais, as normas
fiscais que estabelecem as práticas contábeis, os registros
e outras formalidades exigidas pela legislação fiscal das
empresas, assim como métodos e procedimentos de
planejamento tributário (POHLMANN, 2010, p. 9).

Em outras palavras, a contabilidade tributária é o ramo da ciência


contábil que analisa as regras de apuração dos tributos, respeitando a
legalidade e a licitude, visando uma maior vantagem possível para a
organização.
Figura 3 – Fazendo contas

Fonte: Freepik
16 Gestão Tributária

Campo de Ação
Toda organização após a criação de um CNPJ é passível ao
pagamento de tributos, sendo assim, existe a necessidade da análise
da contabilidade tributária. A Constituição Federal de 1988 assegura o
direito aos municípios, estados, Distrito Federal e a União na criação de
impostos, sendo que há a regra da competência tributária privativa, ou
seja, um ente não poderá criar um imposto que seja de competência de
outro ente. Dessa forma, podemos visualizar os principais impostos:
Figura 4- Exemplos de imposto e sua competência

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

Dessa forma, podemos notar que as organizações precisam pagar


impostos Federais, Estaduais e Municipais, sendo que cada um têm
uma competência, com base no FATO GERADOR. Outro ponto bastante
relevante é sobre propostas de reforma tributária, em que pequenas
empresas pagam uma carga muito alta de tributos.

Considerando o apresentado sobre a gestão tributária, você leitor


precisa compreender que a carga tributária que incide nas empresas
Gestão Tributária 17

brasileiras acarreta a diminuição de empregos, na falta de competitividade


destas, pois elas precisam repassar os impostos para o consumidor
final, aumentando assim o preço. O campo de atuação da contabilidade
tributária é muito vasto, pois muitas vezes o empresário nem tem o
conhecimento necessário sobre o assunto, o que acaba em sonegação
de impostos ou ainda no pagamento de multas. Fique atento.

RESUMINDO:

Nesta competência você compreendeu como funciona


a gestão tributária, aprofundou-se neste capítulo sobre
as diferenças entre os tributos, entendendo que todos
os impostos são tributos, mas nem todos os tributos são
impostos, sendo que as taxas e contribuições de melhoria
também são tributos. Mostrou-se que as organizações
pagam uma alta carga tributária e que no Brasil as pessoas
trabalham aproximadamente 153 dias apenas para pagar
impostos e isso dificulta a criação de empregos e o
desenvolvimento regional. Os impostos têm diversas
competências, pois esses valores são arrecadados pelo
governo para sua manutenção sendo que existem impostos
em diversas competências podendo ser federais, estaduais
e municipais, e que para a criação dos mesmos depende
de um FATO GERADOR, ou seja, se você adquire um carro
obrigatoriamente o fato de ter o carro (a propriedade do
bem) cria a necessidade do pagamento do IPVA (Imposto
de propriedade de veículos automotores), assim como o
imposto de renda.

Legislação Tributária
O Brasil é instituído por três esferas de poder: municípios, estados e
pela União, sendo que cada uma dessas esferas possui tributos próprios.
Dessa forma, a Legislação tributária nada mais é que o conjunto de leis
que definem tributos e suas relações
18 Gestão Tributária

DEFINIÇÃO:

De acordo com o Código Tributário Nacional na Lei


5.172/1966 “Legislação tributária” abarca leis, tratados
e convenções internacionais, decretos e normas
complementares que tratem, no todo ou em parte, sobre
tributos e suas relações jurídicas (Souza, 2018).

A Constituição Federal de 1988 propõe sobre os tributos como a


forma de arrecadação de recursos para o orçamento público, definindo-
os em impostos, taxas e contribuições de melhorias, sendo que nos
artigos 145 a 162 corroboram sobre tributos.

A Constituição Federal foi criada em 1988, sendo assim é passível


de modificações que podem ocorrer através de PEC, que são propostas
de emenda que podem ser solicitadas pelo presidente da República ou
ainda, por interesse da Câmaras sendo apresentado por no mínimo um
terço dos Deputados Federais; ou ainda por um terço dos senadores. Os
deputados estaduais por meio de suas assembleias poderão solicitar
modificações da PEC sendo o seguinte critério: por metade, no mínimo,
das Assembleias Legislativas dos Estados, sendo que cada Assembleia
Estadual com a maioria dos votos Souza (2018).

Souza (2018) corrobora trazendo que além da Constituição Federal


as leis complementares regulamentam sobre a tributação brasileira, como
os conflitos das competências, as limitações sobre o que e como tributar
e dispõem sobre a tributação, além das empresas simples as sociedades
cooperativas sendo que para sua aprovação é necessário votação com
maioria absoluta dos votos dos parlamentares.
Gestão Tributária 19

Figura 5 - Estimativas

Fonte: Freepik

Existem ainda as LEIS ORDINÁRIAS, as que definem o FATO


GERADOR, definindo assim os impostos, elas estabelecem a incidência,
a base de cálculo sendo aprovadas pelo legislativo por maioria simples,
sendo essas leis as mais comuns para a criação de um tributo.

Exemplo:

Trazemos como exemplo de leis ordinárias: a Lei 12.973/2014,


que é a lei que altera a legislação tributária federal relativa ao Imposto
sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, à Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido - CSLL, à Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins; revoga o Regime
Tributário de Transição - RTT, instituído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio
de 2009; dispõe sobre a tributação da pessoa jurídica domiciliada no
Brasil, com relação ao acréscimo patrimonial decorrente de participação
em lucros auferidos no exterior por controladas e coligadas;.acabou com
o Regime Tributário de Transição (RTT) que havia sido estabelecido pela
Lei 11.941/2009. Sendo que o fato gerador seriam as mudanças nas
20 Gestão Tributária

tributações, sendo que esta Lei altera alguns regimes de tributação de


determinados tipos de empresa (Souza 2018).

Os tributos ainda podem ser definidos por DECRETOS LEGISLATIVOS


que integram o direito positivo nacional, propostos pelo Congresso
Nacional que são dispositivos legais que ratificam as convenções
internacionais. Existe ainda os DECRETOS propostos pelo chefe do
executivo.

Exemplo:

O Imposto de Renda que é um tributo sobre a renda do brasileiro


é um imposto regulamentado pelo Decreto 3.000/1999. Neste Decreto
ficam determinadas a regulamentação, a fiscalização e a forma de
arrecadação dos proventos de renda de qualquer natureza.

Ainda como formas de definição de tributos eles podem ser por


RESOLUÇÕES, que são instrumentos legais que estabelecem limites para
as alíquotas, sob a responsabilidade do Senado Federal.

Outra forma de regulamentar a tributação é por meio de TRATADOS


e CONVENÇÕES INTERNACIONAIS, quando são realizados acordos entre
chefes do executivo de dois ESTADOS SOBERANOS, mas precisam ser
aprovados pelo Congresso Nacional.

Já a INSTRUÇÃO NORMATIVA é a forma em que a lei é detalhada,


realizando melhores explicações sobre uma lei e não pode aumentar as
alíquotas ou bases de cálculo.

Código Tributário Nacional


O Código Tributário Nacional foi instituído por meio de lei sob o Nº
5.172, de 25 de outubro de 1966, que dispõe sobre o Sistema Tributário
Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União,
Estados e Municípios, instituindo assim o sistema tributário nacional,
determinando a competência tributária de cada ente da federação,
determinando que os tributos serão classificados em contribuição de
melhoria, taxas e impostos, sendo classificadas de acordo com seu fato
gerador.
Gestão Tributária 21

O código tributário Nacional ainda define os seguintes impostos


sobre o comércio exterior no Capítulo II, nas seções I e II da lei sob o Nº
5.172/1966.

• Na seção I sobre o Imposto sobre a Importação, ou seja, a entrada


de produtos estrangeiros ao Brasil, sendo de competência federal;

• Na seção II sobre o imposto de Exportação, ou seja, sobre a saída


de produtos brasileiros para outros países, sendo de competência
federal.

Sobre o Patrimônio e a renda o CTN define os seguintes impostos


no Capitulo III, nas seções I, II, III e IV da lei sob o Nº 5.172/1966.

• Imposto sobre a propriedade territorial rural, o ITR, tendo com fato


gerador a propriedade ou domínio de terra, propriedade fora da
zona urbana de um município de competência federal.

• Imposto sobre a Propriedade Predial Urbana, o IPTU tendo como


fato gerador a posse de propriedade na zona urbana de município
sendo de competência municipal.

• Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a eles


Relativos tendo como fato gerador a transmissão de bens imóveis
e de direitos a eles relativos, de competência estadual.

• Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza, tendo


com o fato gerador a renda ou qualquer provento sendo de
competência federal.

Sobre os produtos industrializados o CTN define o IPI impostos sobre


produtos industrializados de competência da União e ainda Imposto sobre
Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações Relativas a
Títulos e Valores Mobiliários e o Imposto sobre Serviços de Transportes e
Comunicações.

E ainda considera como impostos especiais os seguintes, lei sob o


Nº 5.172/1966:

• Imposto sobre Operações Relativas a Combustíveis, Lubrificantes,


Energia Elétrica e Minerais do País;
22 Gestão Tributária

• Impostos Extraordinários

Com relação as taxas e contribuições de melhorias estas o CTN


define que são valores pagos a municípios, estado ou União sendo que as
taxas têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou
a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição, e a contribuição de
melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que
decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada
e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para
cada imóvel beneficiado (LEI Nº 5.172/1966).

Desta forma, podemos definir que o Código Tributário Nacional é


a ferramenta que propõe a aplicabilidade dos tributos, define seu fato
gerador a sua extensão, o seu alcance, seus limites, direitos e deveres
dos contribuintes, bem como deve ocorrer a atuação dos agentes
fiscalizadores e demais normas tributárias.

SAIBA MAIS:

Para saber mais sobre a lei nº 5.172, de 25 de outubro 1966,


retificada que dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e
institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União,
Estados e Municípios, acesse aqui.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudo? Agora, só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir
tudo o que vimos. Falamos sobre contabilidade fisco
tributária, código tributário nacional e campo de ação.
Gestão Tributária 23

Objeto e Método
As organizações precisam realizar o planejamento tributário e o
planejamento contábil.

Planejamento Tributário
O planejamento é essencial dentro das organizações. Planejamento
de vendas, de compras de estoque. Muitas vezes as empresas esquecem
de um planejamento muito importante: o planejamento tributário, que
nada mais é que a ação de análise e aplicações com a finalidade a
economia no pagamento de impostos, por parte das empresas.

É uma análise entre os procedimentos lícitos da forma de


pagamento de tributos que seja menos onerosa para a empresa. As
empresas precisam analisar dentro do seu faturamento, o tipo de atuação
e o melhor regime de tributação, o que ocasionará uma diminuição na
carga tributária. Dessa forma, buscando a eficiência do planejamento
tributário ele precisa seguir alguns aspectos como:
Quadro 3-Análise do planejamento tributário

Tipos de ações Exemplos 2 ...


Atos e fatos contábeis
Ações internas
Análise dos procedimentos fiscais e contábeis.
Ações administrativas Pedidos de restituição e compensação.
Ações jurídicas Ações, embargos à execução fiscal.
Fonte: Pohlmann (2010). .

O planejamento tributário deve ser realizado dentro da organização


a fim de diminuir, evitar, ou ainda, adiar a tributação de uma empresa/
negócio ou atividade, por meio de um estudo prévio dos efeitos jurídicos,
fiscais e econômicos de determinada decisão dentro da organização
visando propor a opção legal menos onerosa para realizar determinada
operação, sendo essencial a sua realização de forma prévia antes da
realização em si do fato administrativo, visando entender seus efeitos
24 Gestão Tributária

jurídicos e econômicos buscando assim as alternativas legais que gerem


um menor dispêndio financeiros dentro da organização (Souza, 2018).

Elisão e Evasão Fiscal


Visando a diminuição dos impostos é possível fazer o uso da
elisão fiscal, que é uma forma capaz de diminuir a incidência tributária,
atendendo os princípios legais, proporcionando informações para que
os gestores possam tomar a decisão, de forma independente, quanto
realizar ou não as “hipóteses de incidência dos tributos”.

DEFINIÇÃO:

A elisão fiscal lícita é um ato realizado de forma jurídica


visando à economia de tributos que não se adequa à
descrição abstrata do fato gerador de algum tributo, desde
que, não haja abuso de direito realizada anterior ao fato
gerador. já a evasão fiscal licita consiste na ocultação da
ocorrência do fato gerador já ocorrido, com o objetivo de
não pagar o tributo devido. Sendo exemplos de evasão:
a sonegação, o conluio, a falsificação e a adulteração de
documentos, livros, registros e declarações fiscais, bem
como, a prestação de informações falsas ou inexatas com
o intuito de não pagar tributos, ou pagar quantia menor que
a devida (Souza, 2018).

Portanto podemos entender que a diferença entre elisão e evasão


fiscal:
Quadro 4-Elisão e evasão fiscal

Elisão Fiscal Evasão fiscal


Busca de forma legal a dimi-
Busca ocultar a ocorrência de fato ge-
nuição do pagamento de tri-
rador.
butos.
Estratégia para diminuição do
Sonegação do imposto.
imposto.
Uso do planejamento. Uso da má fé.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Gestão Tributária 25

Planejamento Contábil
Toda organização precisa realizar o planejamento contábil e
utilizando uma análise organizacional o planejamento pode ser feito sobre
três esferas sendo elas: a estratégica, a tática e a operacional:

• Estratégico é aquele planejamento de longo prazo que analisa


diversos fatores como o ambiente em que a empresa está inserida,
buscando trazer resultados consistentes à organização como a
diminuição do pagamento de impostos, tem uma visão do todo
da empresa.

• Tática é de um período de um a três anos, sendo que essa análise


é departamentalizada.

• Operacional é aquele realizada em curto prazo no período de três


a seis meses visando apenas o cumprimento de obrigações fiscais.
Figura 6- Planejamento contábil

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

O cuidado que precisa ao realizar esse planejamento é com


uma análise do ambiente trazendo os pontos positivos, negativos,
as oportunidades e ameaças realizando assim um levantamento dos
26 Gestão Tributária

dados, realização das previsões de faturamento, previsão das despesas


operacionais, margens de lucro e a simulação do comportamento do
mercado.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudo? Agora, só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir
tudo o que vimos. Falamos sobre planejamento tributário,
seu objeto e método, elisão e evasão fiscal e planejamento
contábil.
Gestão Tributária 27

Contabilidade Fisco Tributária

OBJETIVO:

Todo contribuinte que pode ser pessoa física ou jurídica


é passível do pagamento de tributos. Para a ocorrência
de uma obrigação tributária precisam ocorrer quatro
elementos sendo eles o fato gerador, o sujeito ativo, o
sujeito passivo e o objeto. .

Fato Gerador
O fato gerador é a ação que o sujeito ativo realiza. Ele é definido no
CTN nos artigos 114 e 115 sendo assim o disposto:

• Art. 114: fato gerador da obrigação principal é a situação definida


em Lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.

• Art. 115: fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação


que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a
abstenção de ato que não configure obrigação principal.

Entenda então que o fato gerador pode ocorrer uma obrigação


principal, como a aquisição de um veículo que traz a obrigatoriedade
de pagar o IPVA, por exemplo, ou criar uma obrigação acessória como a
necessidade de dar nota fiscal, escrituração nos livros contábeis.

Sujeito Passivo
Esse sujeito passivo pode ser uma pessoa física ou uma pessoa
jurídica (empresa) que fez a ação, que é responsável pelo FATO GERADOR.
O sujeito passivo é o contribuinte. Dessa forma, é necessário compreender
que o contribuinte pode ser de FATO ou contribuinte RESPONSÁVEL.
Pegas (2017) define que e o contribuinte responsável, normalmente a
empresa que tem a obrigação tributária devido a determinação em lei,
como recolhimento de FGTS, já o contribuinte de fato, é aquele que
28 Gestão Tributária

efetivamente suporta o ônus tributário, ou seja, ele mesmo que contrai


a obrigação;
Quadro 6- Contribuinte de fato versus contribuinte responsável

Contribuinte/ situação FATO RESPONSÁVEL


Pagamento de IOF sobre um em- Pessoa Fí- Instituição Finan-
préstimo bancário sica ceira
Recolhimento do INSS Empregado Empresa
IPI cobrado do comprador na nota
Comprador Vendedor
fiscal
Fonte: Pegas (2017).

Sujeito Ativo
O Sujeito ativo é um ente do Estado que faz a cobrança do imposto.
A Constituição Federal de 1988 define que os entes da federação poderão
criar, instituir e cobrar tributos, seguindo a sua competência. Dessa forma,
municípios, estados e união realizam as cobranças. Veja alguns exemplos
de impostos no quadro 7.
Quadro 7- Impostos e suas competências

FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL


Imposto de circulação de Imposto sobre
Imposto de
mercadorias e serviços Transmissão de Bens
Importação (II)
(ICMS) Inter Vivos (ITBI)

Imposto sobre Imposto sobre


Imposto sobre
produtos Serviços (ISS)
Transmissão Causa
industrializados
(IPI) Mortis e Doação (ITCMD)

Imposto sobre a
Imposto sobre Propriedade de Veículos Imposto sobre a
operações Automotores (IPVA) Propriedade Predial e
financeiras (IOF) Territorial Urbana (IPTU)

Imposto de
Renda Pessoa
Jurídica (IRPJ)
Gestão Tributária 29

Imposto de
Renda Pessoa
Física (IRPF)
Imposto sobre
a Propriedade
territorial rural
(ITR)
Contribuição
para o
financiamento
da seguridade
social (COFINS)
Contribuição
de intervenção
no Domínio
Econômico
(CIDE)
Contribuição
Social sobre o
Lucro Líquido
(CSLL)
Instituto
Nacional da
Seguridade
Nacional (INSS)
Fundo de
Garantia do
Tempo de
Serviço (FGTS)
Programa de
Integração
Social e
Programa de
Formação do
Patrimônio do
Servidor Público
(PIS/PASEP)
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

Nota-se que a maioria de impostos são de competência federal,


ou seja, a maioria está sobre a responsabilidade do governo federal. Isso
acarreta que uma grande “fatia do bolo” está sob a responsabilidade da
30 Gestão Tributária

União, sendo que os municípios possuem inúmeras responsabilidades,


até porque quando uma pessoa precisa de um remédio ou de uma
matrícula para o seu filho ele procura a prefeitura, e não o governo federal.

REFLITA:

Se o governo federal recebe a maior parte dos tributos (dos


impostos) como os estados e os municípios conseguem se
manter? Os estados recebem o FPE (fundo de participação
dos estados) e os municípios recebem o FPM (fundo de
participação dos municípios). O FPE considera o tamanho
do estado e sua população. Já o FPM é um percentual do
Imposto de Renda e Imposto de Produtos industrializados
que é repassado ao município.

Objeto
O objeto é a obrigação que deverá ser cumprida. Nesse caso, após
o sujeito passivo (contribuinte) realizar o fator gerador, o objeto é a ação,
ou seja, é a realização do fato em si.
Figura 7- Elementos da obrigação tributária

Fonte: Elaborado pela autora com base em Souza (2018).


Gestão Tributária 31

Dessa forma, as obrigações tributárias são impostas as pessoas


sendo divididas em obrigações principais e obrigações acessórias.

Alíquota
Para o cálculo do imposto devido, o governo precisa saber o valor
do bem/ produto e propõe um percentual sobre ele. Isso é a alíquota, é
o percentual definido em lei aplicado sobre a base de cálculo do produto
ou bem, que visa apurar o valor do montante do tributo que o contribuinte
precisa pagar. A modificação de alíquota deve obedecer aos princípios da
legalidade, ou seja, deve estar previsto na legislação tributária. Lembre-
se que a alíquota vai depender do tipo de tributo, do Estado em que a
pessoa compra/ vende e do tipo de produto.

Obrigações Principais
Na aquisição de um bem, por exemplo, uma casa, você sabe que
precisa pagar o IPTU para a prefeitura, ou quando você compra um carro o
sujeito passivo (contribuinte) sabe que precisa pagar o IPVA. O pagamento
desse tipo de imposto é considerado uma obrigação principal, pois a
pessoa tem o dever de realizar o pagamento do tributo. O fato gerador
é aquisição do bem, o que obriga o contribuinte a fazer o pagamento do
imposto que deve. Assim também funciona com o imposto de renda. No
Brasil a pessoa que trabalha e recebe renda a partir de um determinado
valor é passível do pagamento do imposto de renda. Então a obrigação
principal só será extinta com o pagamento do imposto. E se a pessoa
realizar o pagamento parcial, esta só será extinta com o pagamento
integral.
Tabela 1: Alíquotas de imposto de renda no Brasil 2019

Base de cálculo Alíquota Parcela a deduzir IR


Até R$ 1.903, 98 ISENTO ISENTO
De R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65 7,5% R$ 142,80
De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 15% R$ 354,80
De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 22,5% R$ 636,13
Acima de R$ 4.664,68 27,5% R$ 869,36
Fonte: Elaborado pelo autor com base no site da Receita Federal (2019).
32 Gestão Tributária

Note que quanto maior é o salário do contribuinte, maior será a


alíquota que a pessoa precisa pagar de imposto de renda, que muitas
vezes já é descontado na própria folha de pagamento. Observe que
anualmente o contribuinte precisará fazer a declaração de imposto de
renda a fim de ficar quite com o fisco. Caso seja necessário o contribuinte
realizará o pagamento do imposto de renda, ou receberá a restituição. É
importante destacar também que alguns aspectos devem ser respeitados
como número de dependentes e os gastos com saúde e educação
que podem ser deduzidos. Esse imposto então é um exemplo de uma
obrigação principal que podemos ter como definição:

DEFINIÇÃO:

As obrigações principais dependem de um FATO GERADOR.


Dessa forma, é uma obrigação o pagamento dos tributos,
penalidade pecuniária ou ambos, e seus acréscimos. Est
obrigação encerra com o pagamento, que é quando se
extingue o crédito tributário ou ainda com a compensação
de crédito em favor do contribuinte, prescrição, decadência
ou sentença transitada em julgado (Souza, 2018).

Obrigações Acessórias
No momento da abertura de uma empresa a legislação determina
alguns regramentos. O empresário precisará abrir um CNPJ que é o
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica. Normalmente o empresário busca
o auxílio de um contador, pois sabe que terá algumas obrigações fiscais
e legais.

Uma delas é vender com nota fiscal. O fato de tirar a nota fiscal é um
exemplo de uma obrigação acessória assegurada pela lei e decorre da
prestação a ser cumprida, da necessidade de fazer ou não fazer (no caso
tirar a nota fiscal), pois, dessa forma, o fisco poderá realizar a arrecadação,
fiscalização dos tributos.
Gestão Tributária 33

DEFINIÇÃO:

As obrigações acessórias decorrem da legislação e


se referem à determinação para que o sujeito passivo,
contribuinte, faça ou deixe de fazer algo no interesse da
arrecadação ou da fiscalização dos tributos. A obrigação
acessória tem por finalidade viabilizar a averiguação da
ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal.
A obrigação tributária acessória não cumprida se transforma
em obrigação principal, pois culmina na aplicação de multa
(Souza, 2018).

Então todas as vendas dentro de uma empresa, a emissão de notas


fiscais e o lançamento nos livros contábeis são obrigações acessórias.

Exemplo:

As obrigações de emitir nota fiscal e de escriturar livros fiscais são


exemplos de obrigações tributárias acessórias. O contribuinte sempre
será obrigado a cumprir com a obrigação acessória, mesmo não sendo
obrigado ao cumprimento de obrigação principal, como na venda isenta
do ICMS. Mesmo que o ICMS não precise ser pago o contribuinte precisa
emitir a nota fiscal de venda.

Pontos relevantes com relação ás obrigações acessórias que


devem ser analisados são as mudanças com a criação do SPED. SPED é
o sistema público de escrituração digital. Esse sistema visa a integração
das três esferas governamentais fiscalizatórias unindo a escrituração
fiscal, contábil e a nota fiscal eletrônica. Ao invés do envio manual dos
livros contábeis o profissional encaminha de forma virtual as informações,
sendo que a validade dos mesmos é garantida pela certificação digital.
34 Gestão Tributária

Figura 7 - Estimativas

Fonte: Freepik

As empresas não poderão mais vender com a nota fiscal manual, pois
desde outubro de 2005 foi aprovada e assegurada em lei a necessidade
de todas as empresas, inclusive micro e pequenas empresas de emitirem
a nota fiscal eletrônica.

DEFINIÇÃO:

Nota fiscal eletrônica como sendo um documento


de existência apenas digital, emitido e armazenado
eletronicamente, com o intuito de documentar, para fins
fiscais, uma operação de circulação de mercadorias ou uma
prestação de serviços, ocorrida entre as partes. Sua validade
jurídica é garantida pela assinatura digital do remetente
(garantia de autoria e de integridade) e a autorização de uso
fornecida pelo fisco, antes da ocorrência do fato gerador
(Ministério da Fazenda, 2019).
Gestão Tributária 35

Além da nota fiscal eletrônica, o SPED recebe informações contábeis


e fiscais visando uma integração das informações sendo elas do SPED
FISCAL e do SPED CONTÁBIL.
Figura 8- SPED

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

O SPED traz inúmeras vantagens tanto para o governo como para


empresa. Para o governo ele recebe a integração de informações o
que diminui a sonegação, promove a integração entre os fiscos federal,
estadual e municipal, racionaliza e uniformiza as obrigações acessórias
para os contribuintes, torna mais célere a identificação de ilícitos tributários
e ainda busca a transparência das operações. Para o contribuinte, se for
varejista, uma redução de seus custos, proporciona uma padronização
das informações enviadas ao fisco e os erros são minimizados.

O SPED FISCAL visa a escrituração de todos os movimentos da


empresa. Toda empresa que realiza a venda de mercadorias para o
ICMS ou o IPI, dessa forma, o SPED FISCAL envia as informações sobre
a entrada, saída de mercadorias, pagamentos de impostos, valores das
operações.

O SPED CONTÁBIL visa o envio de informações relacionadas aos


LIVROS CONTÁBEIS, que são obrigações que devem ser enviadas até o
último dia útil do mês de maio do ano seguinte, sendo que no envio é
assegurado um recibo de transmissão dos dados.
36 Gestão Tributária

ACESSE:

Caso queira se aprofundar no assunto, acesso o artigo


“Sistema Público de Escrituração Digital Sped Fiscal –
vantagens e importância” acessando o link aqui

Os livros contábeis são: o livro diário, livro razão, livro caixa, livro de
registro de inventário e livro de registro de prestação de serviços. Mas
lembre-se, a obrigatoriedade vai depender do regime tributário em que
cada empresa se encontra.

VOCÊ SABIA?

Que a profissão de contador é bastante antiga, pois o


homem sempre teve a necessidade de analisar o seu
patrimônio. No Brasil a profissão foi regulamentada o dia
22 de setembro de 1945 com o primeiro curso de ciências
contábeis na UFMG (Universidade Federal de Minas
Gerais, mas que por muito tempo ele foi conhecido como
guarda livros, pois era responsável pela escrituração e pela
guarda em boa ordem dos livros mercantis das empresas
comerciais. Hoje a nomenclatura “guarda livro” para definir
o contador é bastante errônea, pois nos dias de atuais, uma
vez que, esse profissional tem uma função não apenas para
a emissão de guias e boletos. Esse profissional tem função
bastante estratégica dentro da organização, sendo que
na gestão tributária o bom conhecimento do profissional
pode auxiliar e muito a empresa. Cabe ao profissional estar
sempre atento as mudanças nas leis e normas a fim de
não prejudicar a empresa. Por isso, essa área é bastante
requisitada.

Conhecendo um pouco mais sobre os tributos, como eles são


cobrados, entendendo que o processo de tributação necessita de quatro
fatores: de um sujeito ativo (governo que tem o poder de tributar), sujeito
passivo (contribuinte que pode ser pessoa física ou pessoa jurídica), um
Gestão Tributária 37

objeto e um fato gerador. Esse processo gera as obrigações acessórias


e as obrigações principais. A aquisição de uma casa, o fato gerador é a
aquisição e isso gera uma obrigação principal. Já quando você abre uma
empresa precisa tirar nota fiscal das suas vendas, realizar a escrituração
realizando os lançamentos dos livros que podem ser livro diário, livro razão
e livro caixa e que a partir de 2005 esses lançamentos são feitos de forma
digital por meio do SPED que visa a integração do fisco estadual, federal e
municipal o que proporciona agilidade nas declarações nas informações
prestadas. E O SPED é composto pela união do SPED contábil, do SPED
fiscal e da nota fiscal eletrônica. Com todas essas informações você deve
ter compreendido a importância do profissional responsável pela área
e que a gestão tributária é uma campo com mudanças muito rápidas,
fazendo com que o gestor precise estar adequado para o sucesso da
organização.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo sobre os conceitos fundamentais sobre a gestão
tributária? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo desta unidade
letiva, vamos resumir tudo o que vimos. Nesta unidade
letiva você teve a oportunidade de conhecer um pouco
sobre os tributos, entendendo que existem os impostos, as
taxas e as contribuições de melhoria. Que na abertura de
uma empresa, ou seja, na criação de um CNPJ (cadastro
nacional de pessoa jurídica o responsável tem ciência que
terá diversas obrigações.

Que cada tributo tem uma competência, ou seja, a esfera federal,


estadual e municipal poderá criara tributos, pois esses possuem
diversas legislações que os asseguram podendo ser por meio de lei, leis
complementares, decretos e instruções normativas. Também aprendeu
que existe o CTN que é o código de tributos nacional que rege os tributos,
e que existe uma disparidade, uma vez que, a maior parte da fatia dos
impostos vão para a união e que estes repassam por meio da FPE
38 Gestão Tributária

(Fundo de participação dos estados) e pela FPM (Fundo de participação


de municípios) para estados e municípios. Entendeu também que o
empresário precisa realizar o planejamento tributário, pois existe a elisão
e evasão fiscal, sendo que uma é uma estratégia para a diminuição dos
impostos e o outro é sonegação de impostos. Compreendeu também que
para acontecer o pagamento do tributo precisam de quatro fatores: o fato
gerador, o objeto, o sujeito ativo e o sujeito passivo. Que os impostos são
alíquotas que são percentuais colocados no valor do bem e que estes são
normatizados por lei. Que o contribuinte terá obrigações principais como a
compra de um imóvel, o fato gerador é a aquisição do imóvel e por isso já
gera a obrigação do pagamento do IPTU, mas que existem as obrigações
acessórias que são obrigações que devem ser realizadas como a emissão
de nota fiscal, o envio dos livros contábeis e que com a informatização dos
meios contábeis. O Brasil criou o SPED que é o sistema de escrituração
digital que uniu informações da nota fiscal eletrônica, do SPED fiscal que
é o envio dos livros fiscais e do SPED contábil que verifica as entradas e
saídas de mercadorias, o recolhimento de impostos. Dessa forma, você
aluno teve um apanhado geral sobre a gestão tributária entendendo a
importância do planejamento para o sucesso da organização.
Gestão Tributária 39

REFERÊNCIAS
POHLMANN , M.C. Contabilidade tributária . 1 ed. Curitiba: IESDE,
2019.

SOUZA, E. P. de. Contabilidade tributária : aspectos práticos e


conceituais 1. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

PÊGAS, P. H. Manual de contabilidade tributária. 9. ed. São Paulo:


Atlas, 2017.

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