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Direito Empresarial

Unidade 1
Sociedades e Empresas
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
LIVIA REGINA DE FIGUEIREDO
AUTORIA
Livia Regina de Figueiredo
Sou formada em Direito, pós-graduada em Magistério Superior em
Direito, cursei o mestrado em Direito e Desenvolvimento e, atualmente,
curso o Doutorado em Direito Privado na Universidade de Salamanca,
Espanha. Advogo, desde 1989, e há alguns anos presto serviços para
grandes grupos econômicos na área de medicamentos e alimentos.
Amo advogar e sou apaixonada pela docência. Também gosto muito de
compartilhar minha experiência com aqueles que estão iniciando suas
vidas profissionais. Em razão da minha experiência e qualificação, fui
convidada pela Editora TeleSapiens para integrar o seu elenco de autores
independentes e me sinto muito honrada com esse convite. Estou feliz
por ajudá-lo nessa fase de estudo e trabalho. Tenho certeza que o seu
esforço e empenho nos estudos lhe trará muito sucesso.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Personificação das sociedades.............................................................. 10
A união das pessoas com um fim comum....................................................................10

Pessoa jurídica................................................................................................................................... 12

Sociedade e empresa................................................................................................................... 14

Elementos essenciais do contrato...................................................................................... 14

Registros mercantis.................................................................................... 19
Importância dos registros mercantis................................................................................. 19

Atos constitutivos............................................................................................................................ 20

Concretização do registro mercantil................................................................................. 20

Trâmite dos registros – controle e fiscalização..........................................................23

Sigilo..................................................................................................................29
A dinâmica do sigilo no contexto empresarial............................................................29

Nome empresarial...........................................................................................................................32

Estabelecimento empresarial.................................................................................................35

Microempresas e empresas de pequeno porte..............................36


Entendendo as micros e pequenas empresas.......................................................... 36

Simples Nacional...........................................................................................................37

Lucro Presumido........................................................................................................... 41

Sociedades simples e sociedades empresárias ..................................................... 41

Sociedades não personificadas.............................................................................................43


Direito Empresarial 7

01
UNIDADE
8 Direito Empresarial

INTRODUÇÃO
Você sabia que a área do Direito Empresarial é uma das mais
importantes e demandadas na atual realidade brasileira e mundial? O
empreendedorismo é cada vez mais incentivado nos países ocidentais
e a iniciativa privada não pode prescindir de advogados especializados
nesta área. Cada vez mais grandes escritórios e empresas buscam
advogados especializados para assessoria no Direito Empresarial,
oferecendo também uma boa remuneração a esses especialistas.
Diante deste cenário, nesta unidade, vamos estudar sobre a sociedade
empresária e os empresários, os atos constitutivos e registro das
sociedades, e, por fim, os direitos e obrigações das pessoas jurídicas.
Tenho certeza que você amará essa introdução nos meandros do
Direito Empresarial. Vamos começar?
Direito Empresarial 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1 – Direito Empresarial.
Nosso objetivo é auxiliar você a desenvolver as seguintes competências
profissionais até o término desta etapa de estudos:

1. Explicar o empresário individual e a sociedade empresária.

2. Identificar os requisitos e as razões legais para o registro mercantil.

3. Interpretar os trâmites para os registros.

4. Explicar a razão dos procedimentos simplificados para micro e


pequenos empresários.

Então, preparado para uma viagem sem volta rumo ao


conhecimento? Ao trabalho!
10 Direito Empresarial

Personificação das sociedades


OBJETIVO:

Olá, seja bem-vindo à disciplina de Direito Empresarial. Ao


término deste primeiro capítulo, você será capaz de entender
como se formam as sociedades e quais as exigências
legais para os registros mercantis. Esse conhecimento será
fundamental para desenvolver competências nessa área.
E então, motivado para desenvolver seus estudos? Vamos
lá, avante! Neste capítulo, você aprenderá sobre como se
formam as sociedades e quais as exigências legais para
os registros mercantis, lembrando que podem nominar as
relações jurídicas empresariais como Direito Empresarial,
termo preferido pelos civilistas, ou como Direito Comercial,
termo contido na Constituição Federal. Além disso, o Código
Civil de 2002 revogou apenas a parte geral do Código
Comercial de 1850, seguindo vigente a parte especial. Vale
salientar que conhecer as exigências legais para a formação
e o desempenho das sociedades, bem como a importância
dos registros e os riscos da sua ausência, é importante
para que você entenda, posteriormente, as características
de cada uma das espécies de sociedades, e seu papel no
nicho de mercado que ocupam. E então, motivado para
desenvolver essa competência e vencer? Vamos nessa!

A união das pessoas com um fim comum


Os interesses sociais têm sua base na assunção de obrigações,
cujas fontes estão na Lei, nas declarações unilaterais de vontade, nos
contratos e nos atos ilícitos.

A lei é classicamente definida como a norma escrita emanada de


um poder competente e é base para as relações sociais, por força do art.
5°, inciso II, da Constituição Federal, que reza: ninguém pode ser obrigado
a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei.
Direito Empresarial 11

As declarações unilaterais de vontade obrigam apenas aqueles que


as firmam. Elas estão subdivididas em: unilaterais, quando as obrigações
são apenas de quem firma o documento, a exemplo do doador ou do
emitente de um cheque e bilaterais ou plurilaterais, quando as obrigações
são mútuas, como no caso dos contratos.

Os contratos são negócios jurídicos bilaterais ou plurilaterais


que obrigam dois ou mais contratantes, cuja vontade converge para
a concretização de interesses comuns. Quanto aos seus efeitos, eles
podem ser considerados unilaterais, se obrigam apenas uma das partes;
ou bilaterais, se obrigam duas ou mais partes.

Atos ilícitos ou antijurídicos são faculdades de agir direcionadas


para a infração às leis penais ou civis, que podem ou não resultar em
danos e no consequente dever de ressarcir a lesão.

Ao longo da história da humanidade, as pessoas uniram esforços


para produzir e comercializar mais e melhor, obtendo maiores lucros.
Inicialmente, reunidas em pequenos grupos familiares; posteriormente,
com a revolução industrial, expandiram essa união e formaram sociedades
empresarias, as quais, por sua vez, evoluíram para as atuais pequenas,
médias e grandes empresas com atuação em todos os segmentos
econômicos. Essa diversidade e quantidade de sociedades comerciais
precisam ser regulamentadas para exercerem a função social que lhes é
designada pela Constituição Federal.

De 1850 a 2003, quando entrou em vigência o Código Civil de 2002,


as relações empresariais eram regulamentadas no Brasil pelo Código
Comercial.

Nos dias atuais, o Direito Empresarial está regulamentado no Código


Civil de 2002, que define as regras gerais para a constituição e a gestão
das sociedades empresariais e não empresariais.

Porém, o Código Comercial não foi integralmente revogado. A parte


especial segue vigente e regulamenta o comércio marítimo, as quebras
e as falências.
12 Direito Empresarial

Figura 1 - Diversos tipos de lojas

Fonte: Freepik

Pessoa jurídica
O termo pessoa jurídica é extremamente amplo e abrange tanto
organizações da área pública como da área privada. Ele pode referir-se a
órgãos públicos, autarquias, empresas e fundações públicas, e também a
empresas privadas de qualquer porte.

DEFINIÇÃO:

Pessoa jurídica é definida como uma entidade criada


nos termos da lei, com finalidade específica, dotada de
personalidade jurídica própria e independente dos seus
representantes legais, detentora de honra subjetiva (pode
sofrer dano moral), que se subdivide em pessoa jurídica
de direito público, interno ou externo, e de direito privado
(art. 40, CC).
Direito Empresarial 13

Observe com atenção as definições a seguir:

a. Pessoas jurídicas de direito público externo: são os Estados dotados


de soberania, a exemplo dos Estados Unidos, França, China,
Argentina, entre outros, bem como os organismos internacionais
dotados de personalidade jurídica, regida pelo direito internacional
público, a exemplo da Organização das Nações Unidas – ONU, da
Organização Mundial do Comércio – OMC, do Fundo Monetário
Internacional – FMI, da Organização Internacional do Trabalho –
OIT, etc. (art. 42, CC).

b. Pessoas jurídicas de direito público interno: são a União, os


Estados, o Distrito Federal e os Territórios – lembrando que na
atual organização estatal não temos territórios –, os municípios,
as autarquias (INSS, agências reguladoras, etc.), as associações
públicas (consórcios públicos, Lei 11.107/2005), as fundações
públicas, e todas aquelas a que a lei conferir este status (art. 41, CC).
Todas as pessoas jurídicas de direito público interno são criadas
por lei, a qual estabelece que essas pessoas devem submeter-se
ao regime público ou ao regime privado do Código Civil. Essas
pessoas jurídicas são também civilmente responsáveis pelos
atos praticados pelos seus agentes que resultarem em danos a
terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do
dano em caso de culpa ou dolo. (art. 43, CC).

c. Pessoa jurídica de direito privado: são pessoas jurídicas


constituídas com base no princípio da liberdade e da autonomia
privada, fundadas em relações e interesses particulares, com
objetivo lucrativo ou filantrópico, criadas a partir dos registros dos
seus atos constitutivos nas Juntas Comerciais ou nos Cartórios do
Registro Civil das Pessoas Jurídicas. As pessoas de direito privado
são: as associações, as sociedades, as fundações, as organizações
religiosas, os partidos políticos e as empresas individuais de
responsabilidade limitada. Com base nos recursos utilizados para a
sua constituição, as empresas privadas podem ter caráter público,
se o capital em sua maior parte vier do Poder Público, ou privado,
se o capital em sua maior parte vier de fonte privada. (art. 44, CC).
14 Direito Empresarial

Sociedade e empresa
Sociedade e empresa não são institutos sinônimos. Sociedade é
forma jurídica resultante da união de uma ou mais pessoas que objetivam
alcançar um fim comum. Em uma sociedade, prevalece os interesses dos
sócios, mas é a lei que regulamenta as suas obrigações, a sua estrutura
interna e a responsabilidade civil perante terceiros. O Código Civil divide
as sociedades entre empresárias e não empresárias ou simples.

Empresa, por sua vez, é atividade econômica. Para a caracterização


da empresa, o importante é a forma “como” a atividade econômica é
desenvolvida. Por esta razão, ela é mais abrangente que a sociedade,
pois envolve interesses dos sócios e de terceiros, como empregados,
consumidores, fornecedores, fisco etc.

A sociedade pode existir sem que haja uma empresa, da mesma


forma que uma empresa pode existir sem que haja uma sociedade.
Exemplos são o MEI, o Empresário Individual e a EIRELI, nos quais não há
sócios e centram na pessoa de um único indivíduo os direitos e obrigações
empresariais; e as sociedades simples, ou não empresariais, que exercem
atividades voltadas para a produção de bens e serviços.

IMPORTANTE:

As empresas não são sujeitos de direito e obrigações, mas


objeto de direitos, conforme decisão do STJ em Recurso
Repetitivo: Resp 1355812/RS, Tema Repetitivo 164. Primeira
Seção, relator Min. Mauro Campbell Marques, publ. DJe em
31/05/2013, Você pode ler a decisão completa, Clique aqui.

Elementos essenciais do contrato


Os contratos podem ser definidos como um acordo entre duas ou mais
pessoas, de caráter patrimonial, fundado na boa-fé e na função social, que
tem por finalidade regulamentar e delimitar interesses comuns, de acordo
com o estabelecido na ordem jurídica brasileira, e por objetivo a aquisição,
alteração e extinção de direitos em proveito econômico das partes.
Direito Empresarial 15

São princípios formadores do contrato:

a. Autonomia da vontade: é a exteriorização de vontade das pessoas


físicas e jurídicas na prática de atos jurídicos, para determinar a
sua forma, efeitos e conteúdo sempre que não contrariem as leis,
a ordem pública e os bons costumes. Abrange todos os aspectos
dos negócios jurídicos, inclusive as opções de contratar, distratar
ou não contratar.

b. Consensualismo: é a essência do contrato, o acordo mútuo


acerca do seu objeto. Ele pode ser manifestado de forma verbal
ou escrita, expressa ou tácita e subdivide-se em: consensualismo
puro quando se trata de acordo de vontades, ex.: o contrato de
compra e venda (art. 482, CC); e consensualismo real, quando,
além do acordo de vontades, ocorre a tradição da coisa, como por
exemplo, o comodato (art. 579, CC) e o contrato de depósito (art.
627, CC).

c. Obrigatoriedade ou Força obrigatória: Esse princípio é expresso


no direito pelo brocardo latino pacta sunt servanda, ou seja, o que
foi pactuado em contrato deve ser respeitado e cumprido pelas
partes. É um princípio do liberalismo de que o contrato faz lei
entre as partes. Esse princípio é relativizado pela cláusula rebus
sic stantibus, ou seja, enquanto as condições contratadas não se
alterarem criando ônus que torne difícil para qualquer das partes
cumprir o acordado. É a chamada Teoria da Imprevisão.

d. Relatividade dos efeitos: Segundo esse princípio, os efeitos


dos contratos só obrigam as partes contratante e contratada,
vincula-se ao objeto do contrato e não atingem terceiros ou o seu
patrimônio.

e. Boa-fé: Se traduz pela boa intenção, lealdade e confiança que deve


nortear as partes contratantes desde a formação até a execução
do contrato (arts. 113 e 422 do CC). A boa-fé contratual se subdivide
em: objetiva, é um dever de conduta, de honestidade mútua que
traduz pelo respeito de uma parte com relação à outra; e subjetiva,
16 Direito Empresarial

é um valor interno, uma qualidade das partes de dizer aquilo em


que acreditam e ter convicção no que dizem.

f. Probidade: É o dever de honestidade, decoro, eticidade, lealdade


contratual que deve nortear os atos das partes contratante e
contratada durante toda a relação contratual.

g. Equilíbrio econômico: O princípio do equilíbrio econômico decorre


do princípio constitucional da igualdade substancial (art. 3°, III,
CF) e se traduz por paridade, simetria nas prestações recíprocas
contratadas, de forma a evitar que, diante de fatos concretos,
uma das partes seja excessivamente onerada pelas obrigações
contratadas, em detrimento do benefício ou lucro monetário
muito superior da outra parte. Vantagens e encargos devem estar
sempre em equilíbrio e em harmonia para as partes contratante e
contratada.

h. Função social: O princípio da função social do contrato decorre


do princípio da solidariedade e está ligado não só à proteção
dos interesses privados em favor do ser humano, mas à própria
dignidade da pessoa humana (art. 421 e parágrafo único do art.
2.035, CC). Esse é um conceito aberto, que extrapola os interesses
unicamente privados para abranger toda a sociedade e o seu
bem-estar. Isso significa dizer que o contrato deve ser instrumento
de progresso e pacificação social.

A lei relativiza a pacta sunt cervanda em prol da igualdade e da


harmonia social, ordenando que o contrato seja um instrumento de
progresso em favor da sociedade. Por isso, as cláusulas contratuais que
ofendem a ordem pública e a dignidade da pessoa humana são nulas de
pleno direito.

Além do respeito e obediência aos princípios, a norma civil exige,


para a validade dos negócios jurídicos, que os agentes sejam capazes,
e ainda que o objeto do contrato seja lícito, possível, determinado ou
determinável, e que obedeça à forma prescrita ou não defesa em lei.
Direito Empresarial 17

A capacidade é uma qualidade mental do contratante para exercer


os atos da vida civil. Ela está ligada à consciência do sujeito quanto ao
ato em si e às consequências e responsabilidades que advêm das suas
escolhas (art. 972, CC).

Isso não significa que os incapazes ou os relativamente capazes não


possam contratar. Os interditos (incapazes) ou curatelados (relativamente
capazes) podem fazê-lo por meio de pessoas que os representem
legalmente (art. 974, III). A Lei 13.146/2015, chamada Estatuto da Pessoa
com Deficiência, por sua vez, tem por norte a plena integração na
sociedade das pessoas com deficiência, estimulando a sua participação
na economia nacional, na medida da sua capacidade física e mental, seja
através de empregos públicos ou privados, seja participando como sócios
ou cotistas em empresas, independente do seu porte.

O objeto lícito, possível, determinado ou determinável:

a. Licitude: Se traduz por objeto que não esteja em desacordo com


as leis.

b. Possível: É sinônimo de viável, de objeto que possa ser concretizado.


Ninguém pode contratar uma viagem de turismo para o sol, pois,
por impossibilidade absoluta, é impossível concretizar o traslado e
a estadia no sol. Porém, alguém pode contratar uma viagem para a
lua, pois existe tecnologia para isso, o que torna a impossibilidade
relativa, dependente de condições externas para a concretização
do objeto. Como exemplo, tem-se as condições físicas do viajante,
que, durante os meses de preparação para a viagem, passa de
70 Kg a 150 kg de massa corporal. O peso excessivo inviabiliza
uma viagem ao espaço, mas, como a impossibilidade relativa está
no plano das eficácias, isso pode ser revertido se o contratante
emagrecer e voltar aos 70 Kg.

c. Determinado ou determinável: Determinado é o objeto que pode


ser perfeitamente identificado e delimitado, como, por exemplo,
uma casa e os limites do seu terreno; determinável é um objeto
que pode ser identificado no momento da assinatura do contrato
em seus elementos mínimos, mas que será delimitado e melhor
18 Direito Empresarial

especificado no futuro. Exemplo desse tipo de contrato é a


compra de uma unidade habitacional em regime de cooperativa,
cujas unidades serão sorteadas entre os compradores depois do
prédio pronto.

Em resumo, são três os elementos essenciais do contrato: a res, o


pretium e o consensum, ou seja, a coisa objeto do contrato, o preço e a
livre vontade de contratar.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir algo do que vimos. Você deve ter aprendido
o que é a personificação das sociedades, a união das
pessoas com um fim comum, o que é a pessoa jurídica, o
que é sociedade e empresa e os elementos essenciais do
contrato.
Direito Empresarial 19

Registros mercantis
OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender


como funcionam os registros mercantis, sua importância,
os atos constitutivos, a concretização do registro comercial
e os trâmites dos registros (controle e fiscalização. E então?
Motivado para desenvolver essa competência? Então
vamos lá. Avante!

Importância dos registros mercantis


A partir da Revolução Industrial os atos negociais se diversificaram
de tal modo que se tornou imprescindível para os Estados estabelecer
uma forma de controle sobre as empresas responsáveis pela produção
e circulação de bens e serviços; inicialmente, para o recolhimento dos
impostos e, no decorrer dos anos, na medida em que a dignidade
da pessoa humana passou a ser mais e mais valorizada, também para
facilitar a fiscalização das atividades, a segurança dos trabalhadores, o
acatamento das leis trabalhistas etc.

Hoje, os registros públicos mercantis são serviços públicos prestados


por órgãos federais e estaduais para dar vida às pessoas jurídicas, guardar
o histórico dos seus atos - do registro inicial à extinção -, e publicitar esses
atos para conhecimento de toda a sociedade.

Os registros mercantis e as atividades afins estão regulamentados


em Lei Especial, Lei 8.934/94, são obrigatórios em todo território nacional
e devem ser feitos de forma sistêmica por órgãos federais, estaduais e
distritaisl, com as seguintes finalidades:
Art. 1°.

I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança


e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis,
submetidos a registro na forma desta lei;

II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras


em funcionamento no País e manter atualizadas as
informações pertinentes;
20 Direito Empresarial

III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do


comércio, bem como ao seu cancelamento. (BRASIL, 1994)

O registro confere credibilidade aos atos empresariais, criando


presunção relativa de verdade aos negócios jurídicos e aos atos
negociais, protege o nome empresarial e os direitos da empresa frente à
concorrência desleal, garante externalidades positivas para a sociedade
ao reduzir riscos para quem negocia com as empresas e possibilita ao
Estado administrar a tributação do sistema econômico.

A única exceção à imposição legal do registro diz respeito à


atividade rural. Porém, em que pese facultativo, uma vez efetuado o
registro, o empresário rural equipara-se aos empresários para todos os
efeitos legais (art. 971, CC).

Atos constitutivos
O Ato constitutivo é o documento inicial para registro da vontade
do empresário de constituir empresa. A Regra geral é um Contrato Social
ou, no caso da empresa individual, uma Declaração de Empresário, nos
quais constará o tipo jurídico da empresa, o objetivo social, as regras para
o funcionamento e a administração, os bens que integrarão o patrimônio
da empresa, os direitos e as obrigações dos sócios, a forma como se dará
a dissolução da sociedade e a destinação final dos bens etc.

Os atos constitutivos são elaborados pelo próprio interessado ou


pelos seus contadores e, posteriormente, levados a registro nos termos
do Código Civil, Lei Complementar 123/2006, Lei 11.107/2005, Lei
8.934/1994, Lei 6.404/1976, entre outros diplomas legais, dependendo da
exigência legal para cada tipo empresarial.

Concretização do registro mercantil


Para o exercício do registro público, a Lei 8.934/94 criou o Sistema
Nacional de Registro de Empresas Mercantis - SINREM, integrado pelo
Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração, gestor
central técnico, normativo e administrativo e pelas Juntas Comerciais,
órgãos locais que executam e administram os serviços registrais.
Direito Empresarial 21

O Código Civil também estabelece regras para os registros


públicos de empresas mercantis, mas, em que pese exigir o registro de
empresário antes do início da atividade empresarial (art. 967, CC), esse ato
é meramente declaratório frente à exigência legal do exercício profissional
e habitual de atividades efetivamente empresariais para a constituição de
empresário (art. 966, CC).

Em outras palavras, mesmo que o empresário ou a sociedade


não estejam registrados na Junta Comercial antes do início das suas
atividades, ainda assim serão considerados empresário individual ou
sociedade empresária, nos termos do Enunciado 198, do Conselho da
Justiça Federal, muito embora sofram as consequências limitativas da
falta do registro, como a impossibilidade de requerer recuperação judicial
(art. 48, Lei 11.101/2005).

ACESSE:

A inscrição do empresário na Junta Comercial não é


requisito para a sua caracterização, admitindo-se o
exercício da empresa sem tal providência. O empresário
irregular reúne os requisitos do art. 966, sujeitando-se às
normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo
naquilo em que forem incompatíveis com a sua condição
ou diante de expressa disposição em contrário. (CJF.
Enunciado 198. Coordenador-Geral Ministro Ruy Rosado de
Aguiar. Referência Legislativa: Código Civil de 2002, Lei n.
10.406/2002, Art 967. Disponível aqui.

Cada estado-membro da federação tem uma Junta Comercial


responsável por executar e administrar os registros empresariais.

Para efetivar a inscrição, o empresário deve atender também


as formalidades legais do art. 968, do Código Civil, e protocolar um
requerimento na Junta Comercial do estado onde exercerá suas atividades,
no qual conste a sua qualificação completa (nome, nacionalidade,
domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens), assinatura autógrafa
ou digital, o capital da empresa, seu objeto e sede, e esteja visado por
advogado, exigência da Lei 8.906/94, art. 1°, parágrafo 2°.
22 Direito Empresarial

Pelo fato das Juntas Comerciais integrarem a estrutura administrativa


dos estados-membros, elas se submetem tecnicamente ao Departamento
Nacional de Registro Empresarial e Integração, órgão central do Sistema
Nacional de Registro de Empresas Mercantis – SINREM, que é federal, mas,
administrativamente, seguem as regras administrativas estatais. Por isso,
não são raras variantes protocolares e de prazos administrativos nas Juntas
Comerciais dos diferentes estados-membros. Esse caráter híbrido interfere
também na competência jurisdicional. A análise judicial dos atos técnicos do
registro de empresa no Departamento Nacional de Registro Empresarial e
Integração, órgão do SIREM, é de competência da Justiça Federal; já a dos
atos administrativos de competência exclusivamente das Juntas Comerciais
são de competência da Justiça Estadual (art. 8°, da Lei 8.934/1994).

Filiais, sucursais ou agências abertas em estado diferente daquele


no qual foi feito o registro da matriz devem ser registrados na Junta
Comercial estadual mediante apresentação da inscrição originária.
Estabelecimentos secundários, ainda que na mesma sede da matriz,
também devem ser registrados (art. 969 e parágrafo único, CC). Para efeitos
jurídicos: Filial é um estabelecimento subordinado à matriz, mas que tem
gestão própria; Sucursal é um ponto de negócio acessório, subordinado
à matriz administrativamente; Agência é um estabelecimento que atua de
forma intermediária em prestação de serviços.

Para efeitos de competência jurisdicional territorial, a súmula 363


do Supremo Tribunal Federal estabelece que “a pessoa jurídica de direito
privado pode ser demandada no domicílio da agência, ou estabelecimento,
em que se praticou o ato”. Nesse sentido, o art. 75, parágrafo 1°, do Código
Civil prevê: “Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares
diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele
praticados”. Porém, se no local da prática do ato ou do evento danoso não
houver agência ou estabelecimento, a competência é do juízo da sede da
empresa.

A exceção à exigência do registro na Junta Comercial é o processo


de abertura, registro, alteração e baixa das microempresas e empresas de
pequeno porte, cujo trâmite é especial, simplificado e eletrônico, sendo
possível a dispensa das informações relativas a estado civil e regime de
Direito Empresarial 23

bens, remessa de documentos e firma (art. 4°, parágrafo 1°, inciso I, Lei
Complementar 123/2006, c/c o art. 468, parágrafo 4°, do CC).

Trâmite dos registros – controle e


fiscalização
Nos termos do art. 8°, da Lei 8.934/1994, a competência das Juntas
Comerciais é executiva e todos os seus atos devem ser publicizados
através de publicação no Diário Oficial dos Estados ou do Distrito Federal,
conforme o caso. Ou seja, cabe a ela executar os atos de registro dos
empresários que se dividem em matrícula, cancelamento, arquivamento
e autenticação (art. 32, Lei 8.934/1994).

a. Matrícula: É o ato de registro nas Juntas Comerciais de profissionais


específicos: leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais,
trapicheiros e administradores de armazéns-gerais;

b. Cancelamento: É o ato de revogação do registro de matrícula. A


inscrição do nome empresarial, a requerimento do interessado,
será cancelada quando cessar o exercício da atividade empresária
ou quando a sociedade for liquidada (art. 1.168, CC);

c. Arquivamento: É o ato de registro nas Juntas Comerciais dos atos


constitutivos do empresário individual e das sociedades empresárias.
São arquivados: os documentos de constituição, alteração, dissolução
e extinção de firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e
cooperativas; os atos relativos a consórcio e grupo de sociedades
anônimas (Lei nº 6.404/1976); os atos de empresas mercantis
estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil; as declarações de
microempresa; os atos ou documentos legalmente atribuídos ao
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, ou que
interessem ao empresário e às empresas mercantis;

d. Autenticação: É o ato de registro dos livros empresariais


obrigatórios, destinados à escrituração contábil das empresas
mercantis registradas e dos agentes auxiliares do comércio. Esse é
um pré-requisito de regularidade contábil e está previsto também
no art. 1.181, do Código Civil.
24 Direito Empresarial

Como o objetivo primeiro do ato registral é a publicidade, antes de


formalizado ele não pode ser oposto a terceiros, exceto quando provado
que este o conhecia. Porém, concretizado o registro, é vedado ao terceiro
alegar desconhecimento (art. 1.154 e parágrafo único, CC).

IMPORTANTE:

A proteção do nome empresarial é consequência


automática dos atos de registro (art. 33, Lei 8.934/1994).

Os seguintes órgãos integram as juntas comerciais:


A Presidência, como órgão diretivo e representativo; o
Plenário, como órgão deliberativo superior; as Turmas,
como órgãos deliberativos inferiores; a Secretaria Geral,
como órgão administrativo; a Procuradoria, como órgão
de fiscalização e de consulta jurídica” e, a critério de
cada uma, assessoria técnica constituída por advogados,
economistas, contadores ou administradores de empresa
(art. 9°, Lei 8.934/1994). (BRASIL, 1994)

O plenário é composto por vogais e suplentes, formado por


brasileiros natos ou naturalizados de conduta ilibada, em gozo dos
direitos civis e políticos, quites com o serviço militar e com as obrigações
eleitorais, nomeados pelos governos dos Estados e do Distrito Federal
para mandatos de 04 anos, permitida uma recondução (art. 11 e 16, Lei
8.934/1994).

Às Turmas, compostas por três vogais, cabe julgar originariamente


os pedidos de registro, à Secretaria Geral cabe executar os serviços de
registro e administração das Juntas Comerciais, e à Procuradoria cabe
fiscalizar e promover o cumprimento das normas legais e executivas,
oficiando interna e externamente em atos e feitos de natureza jurídica,
inclusive judiciais (arts. 23 a 28, Lei 8.934/1994).

Os interessados têm prazo de 30 dias corridos da assinatura dos


documentos descritos no inciso II, do art. 32, da Lei 8.934/1994, para
protocolar os documentos para arquivo na Junta Comercial, que serão
decididos pelos vogais de forma singular em dois dias úteis, com efeitos
ex tunc, ou seja, retroagindo à data da assinatura pelos sócios. Protocolado
Direito Empresarial 25

extemporaneamente, o efeito é ex nunc, ou seja, o arquivamento será


decidido no mesmo prazo de dois dias úteis, mas a eficácia se dará a partir
da data do despacho que o deferir (art. 36, Lei 8.934/1994).

O Código Civil praticamente replica o art. 36, da Lei 8.934/1994, no


art. 1.151, mas acrescenta no inciso 3°, norma de responsabilidade civil pela
demora ou omissão do responsável por providenciar os registros:
Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à formalidade
exigida no artigo antecedente será requerido pela pessoa
obrigada em lei, e, no caso de omissão ou demora, pelo
sócio ou qualquer interessado.

§ 1° Os documentos necessários ao registro deverão ser


apresentados no prazo de trinta dias, contado da lavratura
dos atos respectivos.

§ 2 Requerido além do prazo previsto neste artigo, o


registro somente produzirá efeito a partir da data de sua
concessão.

§ 3 As pessoas obrigadas a requerer o registro responderão


por perdas e danos, em caso de omissão ou demora.
(BRASIL, 1994)

Alguns atos, pelo nível de complexidade envolvido no exame dos


documentos e consequências advindas dos registros, são julgados de
forma colegiada, no prazo de cinco dias úteis, o arquivamento dos atos
de constituição das sociedades anônimas, atas de assembleias gerais,
entre outros atos sujeitos ao Registro Público, os atos de transformação,
incorporação, fusão e cisão de empresas mercantis, e os atos de
constituição e alterações de consórcio e de grupo de sociedades nos
termos da Lei 6.404/1976, que dispõe sobre as Sociedades por Ações,
e, finalmente, o julgamento dos recursos interpostos contra decisões
singulares dos vogais.

Os prazos para recursos ao Plenário, sem efeito suspensivo, são de


10 dias úteis para o interessado. A Procuradoria, se não interpôs o recurso,
é ouvida no mesmo prazo e, posteriormente, o feito é julgado no prazo
de 30 dias. Da decisão do Plenário cabe recurso ao Ministro da Economia,
Indústria, Comércio Exterior e Serviços em última instância administrativa.
26 Direito Empresarial

IMPORTANTE:

É importante ressalvar que, na análise dos documentos


levados ao registro, as juntas comerciais analisam tão
somente os aspectos formais exigidos nas leis. O exame de
mérito do contido nos documentos, acordado entre sócios
ou decidido em reuniões de acionistas, não é competência
das Juntas Comerciais.

Algumas empresas, além do registro nas juntas comerciais, precisam


ter registros em outros órgãos. Exemplo são as empresas de auditoria, que
devem se registrar também na Comissão de Valores Mobiliários – CVM.
Como os assentamentos nas juntas comerciais são públicos, qualquer
pessoa, sem necessidade de justificar razões, pode consultar os atos
registrados e pedir certidões, pagando taxas administrativas (art. 29, Lei
8.934/1994).

Para desburocratizar os registros das empresas, a Lei Complementar


123/2006, criou a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da
Legalização de Empresas e Negócios – REDESIM, regulamentada pela Lei
11.598/2007, que na atual estrutura administrativa federal está sob gestão
do Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços, e
simplificou os atos de registro, que hoje podem, em grande parte, tramitar
pela internet, e diminuir prazos nos processos administrativos.

ACESSE:

Veja aqui a REDESIM, para conferir como as atividades de


registro foram desburocratizadas pelo uso da internet.

Os empresários individuais ou sociedades empresárias devem


manter um sistema de escrituração contábil que varia de acordo com
a complexidade das atividades produtivas e negociais. O Código Civil
assegura que:
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária
são obrigados a seguir um sistema de contabilidade,
mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme
de seus livros, em correspondência com a documentação
Direito Empresarial 27

respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial


e o de resultado econômico.

§ 1 Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de


livros ficam a critério dos interessados.

§ 2 É dispensado das exigências deste artigo o pequeno


empresário a que se refere o art. 970.

Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é


indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas
no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica.

Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de


livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial
e do de resultado econômico. (BRASIL, 1994)

A escrituração é tão importante que a lei que regulamenta a


recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da
sociedade empresária, tipifica como crime a falta de elaboração,
escrituração ou autenticação do livro contábil diário, antes ou após a
decretação judicial da falência, concessão da recuperação judicial ou
homologação do plano de recuperação extrajudicial, com pena de
detenção de um a dois anos e multa, se o fato não constituir crime mais
grave (art. 178 e 180, Lei 11.101). O livro diário pode ser substituído por
um sistema de lançamento de fichas e pelo livro Balancetes Diários e
Balanços (art. 1.185 e 1.186, CC).

Pelo Código Civil, afora o Livro Diário, balanço patrimonial e de


resultado econômico, os demais livros “em tese” seriam opcionais e para
controle interno das empresas, como livro-caixa, razão, estoque, etc.
Porém, os dados inseridos no livro diário precisam ser comprovados,
por meio de informações contidas nos livros auxiliares, tornando-os
obrigatórios por conexão.

As leis trabalhistas, previdenciárias e fiscais, por sua vez, também


exigem escrituração em livros específicos que, entretanto, não são
considerados legalmente livros empresariais. Tem-se alguns exemplos: os
leiloeiros, que devem ter os Livros de Registro Diário de Entradas, Diário
de Saída, Contas Correntes, Protocolo, Diário de Leilões e Livro Talão, por
forma de comando legal contido nos arts. 31 e 32 do Decreto 21.981/1932
e as Sociedades Anônimas, que devem ter os Livros de Registro de Ações
28 Direito Empresarial

Nominativas, Transferência de Ações Nominativas, Registro de Partes


Beneficiárias Nominativas, Atas das Assembleias Gerais, Presença dos
Acionistas, Atas das Reuniões do Conselho de Administração e Atas e
Pareceres do Conselho Fiscal, nos termos do art. 100, da Lei 6.404/1976.

Para fins penais, os livros mercantis são equiparados a documentos


públicos e sua falsificação, no todo ou em parte, também é tipificada
como crime de falsificação de documento público, com pena de reclusão
de dois a seis anos e multa (art. 297, § 2.º, do Código Penal).

SAIBA MAIS:

Para saber mais sobre a Junta Comercial do seu estado,


pesquise os serviços de registro disponíveis, os preços,
como pedir certidões etc., Clique aqui.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir algo do que vimos. Você deve ter
compreendido como funcionam os registros mercantis,
sua importância, os atos constitutivos, a concretização do
registro comercial e os trâmites dos registros (controle e
fiscalização).
Direito Empresarial 29

Sigilo
OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender o


sigilo, o nome e o estabelecimento empresarial. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!

A dinâmica do sigilo no contexto


empresarial
Muitas empresas, especialmente as de grande porte, investem em
pesquisas, têm produtos protegidos por regras de patentes, investem
dinheiro de pessoas que não querem, até por segurança, ter os seus
nomes divulgados, entre muitas outras situações que não devem ser
tornadas públicas.

Pensando nisso, o legislador estabeleceu, no art. 1.190, do Código


Civil, que ressalvados os casos previstos em lei, para exibição e/ou
publicidade obrigatórios, “nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob
qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o
empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros
e fichas, as formalidades prescritas em lei”.

À primeira vista, esse artigo passa a impressão de que as empresas


estão blindadas contra as ordens judiciais para a exibição dos seus livros e
análise por juízes, peritos, fiscais, procuradores e outros operadores do direito,
mas não é bem assim. Afinal, nos termos do entendimento consagrado pelo
Supremo Tribunal Federal, nenhuma norma é absoluta e nem deve ser
interpretada de forma isolada do restante do ordenamento jurídico.

O que a lei veda neste artigo é a arbitrariedade. A solicitação e a


exibição dos livros sem uma razão respaldada na lei, protegendo-os da
mera curiosidade alheia. Sempre que houver previsão legal os livros devem
ser apresentados e podem ser examinados. E o próprio Código Civil elenca
algumas exceções, como no art. 1.191 e 1.193, o qual assevera que:
30 Direito Empresarial

Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos


livros e papéis de escrituração quando necessária para
resolver questões relativas à sucessão, comunhão ou
sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou
em caso de falência.

Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo


ao exame da escrituração, em parte ou por inteiro, não
se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da
fiscalização do pagamento de impostos, nos termos
estritos das respectivas leis especiais. (BRASIL, 2002)

Porém, a Lei também teve o cuidado de restringir o exame dos


livros àqueles que interessam para o esclarecimento do problema levado
ao exame judicial (art. 1.191, parágrafo 1°, CC).

Há uma exceção importante também no art. 195 e parágrafo único,


da Lei 5.172/1966, Código Tributário Nacional, que torna sem aplicação
quaisquer normas que excluam ou limitem os exames de mercadorias,
livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais de todos
os empresários, até à prescrição, determinando ainda a obrigatoriedade
da guarda de todos os livros e documentos até a sua ocorrência.

A Súmula 439 do Supremo Tribunal Federal, por sua vez, reconhece


o direito fiscalizador do Estado e a obrigação de exibição dos livros com
limites: “Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer
livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação”.

O Código de Processo Civil autoriza o juiz a ordenar, a pedido


da parte, a exibição integral ou parcial dos livros empresariais e dos
documentos de arquivo nos casos de liquidação de sociedade, sucessão
por morte de sócio ou quando e como determinarem as leis, extraindo
deles o que interessar ao litígio, inclusive reproduções autenticadas (arts.
420 e 421, Lei 13.105/2015).

A mesma norma estabelece que a recusa de exibição de documentos


não será admitida quando a parte tiver o dever legal de exibi-lo, quando
o objetivo da exibição é constituir prova e quando o documento, pelo
seu conteúdo, for comum às partes, podendo o juiz penalizar a recusa
na apresentação com a pena de confissão ou adotar medidas indutivas,
coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para obrigar a exibição do
Direito Empresarial 31

documento. A Lei das Sociedades Anônimas, Lei 6.404/1976, prevê a


exibição dos livros:
Art. 105. A exibição por inteiro dos livros da companhia pode
ser ordenada judicialmente sempre que, a requerimento
de acionistas que representem, pelo menos, 5% (cinco por
cento) do capital social, sejam apontados atos violadores
da lei ou do estatuto, ou haja fundada suspeita de graves
irregularidades praticadas por qualquer dos órgãos da
companhia. (BRASIL, 1976)

Existem outras normas no mesmo sentido.

Assim, a vedação de exibição prevista no Código Civil é relativa


ante a previsão em várias normas legais de exibição dos livros mercantis,
especialmente, para fins de fiscalização e prova judicial.

Um questionamento doutrinário é se os livros auxiliares, não


obrigatórios, também precisam ser exibidos.

A resposta é sim. Desde que haja previsão legal para a exibição


de documentos, ordem judicial ou requisição justificada do fisco, os
livros auxiliares devem ser exibidos. Além disso, a escrituração contábil
é indivisível, não fazendo diferença como valor probante se os livros são
obrigatórios ou auxiliares (art. 419, CPC).

Esse entendimento encontra respaldo também no art. 1.194 do


Código Civil, que ordena ao empresário e à sociedade empresária a
guarda adequada de toda a escrituração, correspondência e demais
papéis concernentes à sua atividade até a ocorrência da prescrição ou da
decadência.

Os micros e pequenos empresários, inclusive rurais, são desobrigados


de manter escrituração mercantil, mas não são desobrigados da guarda
dos documentos comprobatórios de renda e despesas (Decreto-Lei
486/69, Lei Complementar 123/2006, Lei Complementar 48/84, Decreto
3.474/2000, Decreto 9.580/2018).

Por fim, cabe ressaltar o valor probante dos documentos


empresariais, reconhecidos expressamente nos arts. 417 e 419 do Código
de Processo Civil:
32 Direito Empresarial

Art. 417. Os livros empresariais provam contra seu autor,


sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos
os meios permitidos em direito, que os lançamentos não
correspondem à verdade dos fatos.

Art. 418. Os livros empresariais que preencham os requisitos


exigidos por lei provam a favor de seu autor no litígio entre
empresários. (BRASIL, 2002)

Nome empresarial
O nome empresarial, ainda denominado popularmente “razão
social”, recebe proteção especial da lei, tanto por ter conteúdo
econômico, como pela sua importância subjetiva, enquanto designação
e individuação do exercício de empresa pelo empresário individual ou da
sociedade empresária, e ainda por ter a capacidade de se tornar marca,
designação que permite a pronta e imediata identificação da empresa, do
produto ou serviço que oferece. Um exemplo clássico desse cenário é a
Coca-Cola Company, nome empresarial que se tornou marca de um dos
refrigerantes mais consumidos no mundo, a Coca-Cola.

O nome empresarial também desempenha papel de ordem objetiva


ao espelhar o bom nome, a reputação, a fama do empresário individual
ou da sociedade empresária. Equipara-se ao nome empresarial, para
os efeitos de proteção legal, a denominação das sociedades simples,
associações e fundações (art. 1.155, parágrafo único, CC). Dessa forma, é
importante ressalvar que se aplica às pessoas jurídicas, no que couber, os
direitos da personalidade. (art. 52, CC). Sendo assim, o nome das pessoas
jurídicas, independente da sua natureza pública ou privada, é direito
personalíssimo, e, por isso, intransferível e inalienável, passível de ser
atingido moralmente. Porém, não há impedimento legal de uso do nome
pelo comprador em caso de venda da empresa.

O Código Civil prevê ainda dois tipos de nomes empresariais: a firma,


individual ou social, e a denominação (art. 1.155, CC). A firma individual é
o nome do próprio empresário, utilizado, por exemplo, na designação do
microempresário individual. A firma social é o nome de um ou mais sócios
como, por exemplo, a que nomina sociedade de advogados. A firma pode
Direito Empresarial 33

também designar o ramo de atividade empresarial, a exemplo de: Barros,


Silva e Figueiredo Advogados Associados, Instituto Clara de Beleza, Cícero
Romano Curso Jurídico, etc. A denominação social, por sua vez, é o nome
dado a uma empresa, que pode ser uma palavra à escolha dos sócios, ou
uma expressão fantasia, acrescida ou não de expressão que caracterize
a sociedade. Os sócios podem escolher também o nome de uma pessoa
física, sob sua responsabilidade exclusiva.

Em caso de falecimento, exclusão ou retirada do sócio, o seu nome


deve ser excluído da firma social (art. 1.165, CC). De acordo com o tipo
societário, o nome irá variar de acordo com a espécie e a estrutura da
sociedade a ser constituída. Tem-se como exemplo: a sociedade anônima
deve conter o S.A no final do nome; e a sociedade limitada deve conter a
expressão limitada ou LTDA também no final do nome.

Cabe ressalvar o princípio da novidade do nome empresarial,


inserido pelo legislador no art. 1.163 do Código Civil:
Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de
qualquer outro já inscrito no mesmo registro.

Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao


de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que
o distinga. (BRASIL, 2002)

Assim, é possível haver dois nomes empresariais idênticos, desde


que a designação os distinga. Observe o exemplo: Sol e Mar Restaurante
Ltda. e Sol e Mar Cosméticos Ltda.

Essa restrição, entretanto, está limitada ao âmbito estatal da Junta


Comercial, responsável pelo registro da inscrição do empresário ou
dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou averbações no registro
apropriado, exceto os casos de registro especial, cujo âmbito se estende
a todo o território nacional (art. 1.166 e parágrafo único, CC).

Por fim, uma inovação relevante trazida pelo Código Civil de 2002 é
a imprescritibilidade da ação para anular a inscrição do nome empresarial
decorrente de violação da lei ou do contrato (art. 1.167, CC).
34 Direito Empresarial

O mesmo não se pode dizer sobre o registro empresarial. O Código


Civil estabelece o prazo decadencial de 03 (três) anos para anular registros
com defeitos nos atos constitutivos, no parágrafo único, do art. 45, do
Código Civil, tem-se:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas
de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no
respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-
se no registro todas as alterações por que passar o ato
constitutivo.

Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a


constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por
defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação
de sua inscrição no registro. (BRASIL, 2002)

O art. 116, da Lei de Registros Públicos, Lei 6.015/1973, coaduna


com a Lei Civil ao proibir:
O registro dos atos constitutivos de pessoas jurídicas,
quando o seu objeto ou circunstâncias relevantes indiquem
destino ou atividades ilícitos ou contrários, nocivos ou
perigosos ao bem público, à segurança do Estado e da
coletividade, à ordem pública ou social, à moral e aos bons
costumes. (BRASIL, 1973)

A proibição é abrangente e parte de avaliação subjetiva, o que deixa


a critério do Tabelião do Registro Civil das Pessoas Jurídica, num primeiro
momento, a avaliação e a negativa do registro de atos constitutivos. Os
interessados podem recorrer ao Judiciário para revisão da avaliação e
recusa de registrar.

Porém, se acaso o registro for realizado e, a posteriori, se constatar


o defeito no ato constitutivo, o prazo para o pedido de anulação é de 03
(três) anos. Passado este prazo, prevalecerá o registro.

Quanto à nulidade, ela está prevista na Lei de Registros Públicos,


art. 216, para os registros feitos após a sentença de abertura de falência ou
do termo legal nele afixado. Se o registro for feito antes, não há nulidade.

O Código Civil prevê a nulidade quando os atos constitutivos das


associações desatendem os incisos do art. 54, ou quando os atos forem
simulados, nos termos do art. 167.
Direito Empresarial 35

Estabelecimento empresarial
Nos termos do art 1.142 e 1.143, do Código Civil:
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo
de bens organizado, para exercício da empresa, por
empresário, ou por sociedade empresária.

Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário


de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou
constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.
(BRASIL, 2002)

O estabelecimento comercial não é mais apenas o local onde


o empresário exerce as suas atividades. Hoje, ele engloba os bens
materiais e imateriais, consumíveis, fungíveis e infungíveis utilizados pelo
empresário para o desenvolvimento da sua atividade econômica. Ele é um
conjunto de bens e direitos que possibilita a concretização da atividade-
fim do empresário.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir algo do que vimos. Você deve
ter compreendido o sigilo, o nome e o estabelecimento
empresarial.
36 Direito Empresarial

Microempresas e empresas de pequeno


porte
OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender as


microempresas e as empresas de pequeno porte, além
de saber sobre as sociedades simples e empresárias, bem
como as sociedades não personificadas. E então? Motivado
para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

Entendendo as micros e pequenas


empresas
As micros e pequenas empresas têm um papel fundamental na
economia do país e na geração de mão de obra, sendo responsáveis por
parte importante do Produto Interno Bruto Nacional anualmente. Não
sem razão a Constituição Federal de 1988, no art. 179, estabelece que a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, devem dispensar às
micro e pequenas empresas tratamento especial, a serem definidas na lei
infraconstitucional, e tratamento jurídico diferenciado e simplificado nas
áreas administrativa, tributárias, previdenciárias e creditícias, com vistas à
diminuição da burocracia e à facilitação de acesso ao crédito.

No esteio do comando constitucional, os microempreendedores, o


empresário rural e o pequeno empresário recebem tratamento especial
em todo o processo de inscrição do empresário e facilitação para o
cumprimento das obrigações empresariais tributárias e administrativas,
melhor explicitadas nos arts. 968, parágrafo 4°, e 970, do Código Civil:
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante
requerimento que contenha:

(...)

§ 4. O processo de abertura, registro, alteração e baixa


do microempreendedor individual de que trata o art.
18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro
de 2006, bem como qualquer exigência para o início
Direito Empresarial 37

de seu funcionamento deverão ter trâmite especial e


simplificado, preferentemente eletrônico, opcional para o
empreendedor, na forma a ser disciplinada pelo Comitê
para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do
Registro e da Legalização de Empresas e Negócios -
CGSIM, de que trata o inciso III do art. 2 da mesma Lei.
(Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011)

(...)

970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e


simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário,
quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. (BRASIL,
2002)

Coube à Lei Complementar 123/2006 – Estatuto Nacional da


Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, classificar quais são as micro
e pequenas empresas, seleção que é feita por faixa de faturamento.

Em 2019, o faturamento máximo por categoria é:

a. Microempreendedor Individual (MEI): Receita bruta anual de até


R$ 81 mil.

b. Microempresa – Receita bruta anual de até R$ 360 mil, exceto MEI.

c. Empresa de Pequeno Porte (EPP) – Receita bruta anual acima de


R$ 360 mil até R$ 4,8 milhões.

Uma forma de diferenciar o porte de cada empresa é por meio do


regime de tributação, por exemplo, a pessoa jurídica, categorizada como
MEI, entra no regime tributário do Simples Nacional. Já as empresas com
maior faturamento, adequam-se ao regime tributário do lucro presumido.
Vejamos a seguir, mais detalhes sobre esses regimes de tributação:

Simples Nacional
O Simples, na verdade, é um acrônimo da sigla: Sistema Integrado
de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte. Esse regime foi criado, em 1996, com o
objetivo de facilitar o recolhimento das contribuições das empresas com
menor porte, como o Microempreendedor Individual (MEI), por exemplo.
38 Direito Empresarial

Figura 2 - Microempreendedor individual

Fonte: Freepik.

O microempreendedor individual (MEI) é uma pessoa jurídica que


trabalha de forma autônomo, ou seja, por conta própria, mas que precisa
ter um cadastro, indicando que atua de forma profissional. Seu negócio
funciona como pequeno empresário. Normalmente, o MEI tem apenas
um funcionário para todas as funções, que é o próprio empresário.

IMPORTANTE:

O que define o que é uma MEI, ou seja, uma microempresa


ou empresa de pequeno porte, é o seu nível de faturamento.
A empresa, ou o negócio, é categorizada, não pelo número
de profissionais que nele atuam, ou o tamanho de suas
instalações, mas apenas por esse faturamento.
As empresas que se encaixam nesse regime de tributação
pagam apenas um imposto por mês, o Documento Único
de Arrecadação (DAS). Nesse regime, as alíquotas cobradas
são menores, justamente para estar coerente com o
faturamento produzido.
Direito Empresarial 39

Os impostos incluídos no DAS são os seguintes:

• Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ.

• Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI.

• Contribuição sobre o Lucro Líquido – CLSS.

• Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins.

• Contribuição para o PIS/Pasep.

• Contribuição Patronal Previdenciária – CPP.

• Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias


e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação – ICMS.

• Imposto de Serviço de qualquer natureza – ISS.

De forma complementar, sobre o Simples Nacional, Santos (2014)


presta os seguintes esclarecimentos:
O Simples Nacional é um regime tributário definido pela Lei
Complementar nº 123/06, marco normativo que instituiu
o Estatuto Nacional da Microempresa (ME) e Empresa
de Pequeno Porte (EPP). A lei estabelece normas gerais
relacionadas a um tratamento específico, dispensado às
microempresas e às empresas de pequeno porte. Este
tratamento permite a elas o recolhimento unificado de
tributos federais, ISS e ICMS, simplificando o regime
tributário e oferecendo alíquotas relativamente baixas. O
Estatuto da ME e da EPP disponibiliza, como já ressaltamos,
um tratamento privilegiado para pessoas jurídicas que se
enquadram como tal. (SANTOS, 2014 p. 49-50)

Mas, durante esta explicação, é possível que você esteja tentando


entender melhor quais empresas podem ser enquadradas como
Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP), a fim de saber
até que ponto, é possível se encaixar nesse regime simplificado. Bem, as
determinações do artigo 3º da Lei nº 123, consideram que uma empresa
é classificada como ME ou EPP, a partir de seu faturamento e, quando
estão, devidamente registradas, no Registro de Empresas Mercantis ou
no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, desde que se enquadrem nos
seguintes parâmetros:
40 Direito Empresarial

I - No caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário,


receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil
reais).

II - No caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-


calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta
mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos
mil reais).

Apesar de uma ME ou EPP terem a oportunidade de cumprir com


suas obrigações tributárias de forma simplificada por meio do Simples
Nacional, algumas desvantagens também são enfrentadas em alguns
aspectos. A primeira delas é a inexistência de reembolso que não será
realizado, caso algum valor seja pago, indevidamente, ou por engano.

Outra desvantagem desse regime é que a alíquota aumenta, de


acordo com o aumento do faturamento, ou seja, mais faturamento, mais
imposto. Se o faturamento exceder os limites, exigidos nos requisitos do
Simples, é possível que a empresa seja obrigada a mudar de regime,
modificando todo o planejamento de tributação previsto na empresa.

Além disso, algumas atividades podem ser cobradas de forma


diferenciada, pois as alíquotas variam, de acordo com o tipo de atividade
executado na empresa. Veja a seguir as classificações no quadro 1:
Quadro 1: Alíquotas por tipo de atividade

Atividade Alíquota

Comércio 4% a 11,6%

Indústria 4,5% a 12,1%

Serviço 4,5% a 17,4%

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

É preciso estar atento ao tipo de atividade da empresa para que os


pagamentos das alíquotas ocorram de forma correta. Além disso, existe
uma obrigação principal das empresas que adotarem esse tipo de regime
tributário: o pagamento do DAS, no dia 20 de cada mês e caso esse
pagamento atrase, multas podem ser cobradas.
Direito Empresarial 41

Lucro Presumido
O lucro presumido também é uma maneira de simplificar impostos
para as empresas. A principal diferença entre este regime e o Simples
Nacional é o tipo de empresa que o adota, ou seja, no Simples, as
empresas devem auferir no máximo 3.600.000 reais por ano. Acima disso,
a empresa já passa a adotar o regime de lucro presumido

A principal característica desse regime é que a alíquota não segue


apenas os parâmetros, de acordo com a atividade da empresa como no
Simples, mas o imposto a pagar é calculado, também, com base no que se
supõe que a empresa vá lucrar. Sendo assim, existem três características
particulares desse regime: 1- a empresa adota o lucro presumido, quando
seu faturamento é igual ou superior a 48 milhões de reais; 2- no entanto, a
sua alíquota não é calculada, com base em seu faturamento, e sim no seu
possível lucro; 3- o recolhimento ocorre apenas quatro vezes por ano, ou
seja, a cada três meses. De acordo com Paulsen e Melo (2013),
Empresas com receita bruta total, no ano calendário
anterior, até R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de
reais) e cujas as atividades não estejam obrigatoriamente
sujeitas à apuração do lucro real, podem optar pelo regime
de tributação com base no lucro presumido, nos termos
do art. 13 da Lei 9.718/98, com redação da Lei 10.637/02.
(PAULSEN; MELO 2013, p. 84)

De acordo com Santos (2014 p. 53), a diferença da opção pelo


lucro presumido é que a base de cálculo do imposto, em cada mês, será
determinada, mediante à aplicação de um percentual presumido sobre a
receita bruta, auferida mensalmente, conforme o art.15 da Lei 9.249/95. A
base de cálculo diz-se presumida porque feita a apuração, o lucro pode
ser maior ou menor que o percentual da receita apontado por lei.

Sociedades simples e sociedades


empresárias
O Código Civil define como “empresário quem exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou
a circulação de bens ou de serviços” (art. 966) para logo, no parágrafo
42 Direito Empresarial

único, definir que não é considerado empresário, ou seja, aquele que


“exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística,
ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício
da profissão constituir elemento de empresa”.

O elemento de empresa, por sua vez, é o nível de complexidade


organizacional exigida para o desenvolvimento da atividade empresarial,
entendimento majoritário que prevalece no STJ (EREsp 866.286/ES, Rel.
Ministro Hamilton Carvalhido, julgado em 29/09/2010, DJe 20/10/2010).
Porém, há uma corrente minoritária, que tem como um dos seus expoentes
o civilista Sylvio Marcondes, que considera elemento de empresa tanto a
complexidade da atividade e da estrutura para o seu desenvolvimento,
como existência de atividades paralelas também complexas no seu
desempenho.

Na sequência, o art. 967, o Código Civil expressamente define


como sociedade empresária aquela “que tem por objetivo o exercício de
atividade própria de empresário, sujeito a registro, e simples as demais”,
excepcionando no parágrafo único que, “independentemente do seu
objeto, considera-se empresária a sociedade por ações, e simples a
cooperativa”.

As sociedades empresárias devem ser registradas nas Juntas


Comerciais dos estados, órgão responsável pela execução do registro
público mercantil.

As sociedades simples, não empresárias, discriminadas no Código


Civil e também as cooperativas, por previsão expressa no art. 982 do Código
Civil, são registradas no Cartório do Registro Civil de Pessoas Jurídicas, à
exceção das sociedades de advogados, cujos atos constitutivos devem
ser registrados na Ordem dos Advogados do Brasil — OAB (art. 15, § 1º, Lei
n. 8.906/94).

O empresário rural, as microempresas e as empresas de pequeno


porte que podem escolher submeter-se ou não ao regime jurídico do
empresário, se atendem às exigências para o registro nas juntas comerciais
(art. 971, CC).
Direito Empresarial 43

Como as sociedades simples não constituem empresa, não estão


sujeitas à falência, à recuperação judicial ou extrajudicial previstas na Lei
11.101/2005.

Cabe ressalvar, porém, que, apesar de não constituírem empresa,


o “art. 997, inc. II, não exclui a possibilidade de sociedade simples utilizar
firma ou razão social”. Para ler sobre o artigo, clique aqui. Relembrando:
o Código Civil também excluiu as atividades intelectuais de natureza
científica, literária ou científica do universo das atividades mercantis,
independente de terem empregados ou colaboradores, por lhes faltar
uma característica essencial às empresas - o elemento de organização
dos fatores de produção. Entretanto, se este elemento estiver presente,
a atividade intelectual caracteriza empresa (parágrafo único, art. 966, CC).

Finalmente, é importante ressalvar o Enunciado 476 do Conselho


da Justiça Federal, que na V Jornada de Direito Civil pacificou as diferentes
classificações empresariais que, no Brasil, não guardam harmonia entre a
União e os Estados, e nem mesmo entre as áreas tributária e administrativa.

Assegura a ementa:

ACESSE:

Eventuais classificações conferidas pela lei tributária às


sociedades não influem para sua caracterização como
empresárias ou simples, especialmente no que se refere
ao registro dos atos constitutivos e à submissão ou não
aos dispositivos da Lei n. 11.101/2005. (CJF. Enunciado
476. Coordenador-Geral Ministro Ruy Rosado de Aguiar.
Referência Legislativa: Código Civil de 2002, Lei n.
10.406/2002, Art 982. Disponível aqui.

Sociedades não personificadas


As sociedades não personificadas são aquelas que não possuem
registro, ou seja, não possuem personalidade jurídica.
44 Direito Empresarial

Figura 3 - Despersonalização

Fonte: Pixabay(2021).

Esse tipo de sociedade se subdivide em:

a. Sociedade em Comum - São as sociedades que não tiveram


os seus atos constitutivos registrados, chamadas também
sociedades de fato ou irregulares. A existência desse tipo de
sociedade só pode ser provado por documentos escritos. Os bens
e as dívidas compõem um patrimônio especial que pertencem
equitativamente aos sócios, respondendo os bens “pelos atos de
gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso
limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro
que o conheça ou deva conhecer” (986 a 990, CC).

b. Sociedade em Conta de Participação - É uma sociedade informal,


sem registro por interesse dos sócios, que são de dois tipos: o
sócio ostensivo, que assume publicamente a gestão da sociedade
e gere os negócios em seu nome individual, sob sua própria e
exclusiva responsabilidade, atuando como empresário individual
ou sociedade empresária; e o sócio participante ou oculto, que não
aparece para terceiros, respondendo apenas ao sócio ostensivo.
(arts. 991 a 996, CC).

Às vezes os sócios firmam um contrato informal, que gera efeitos


apenas entre eles. Porém, considerando que a tônica desse tipo de
sociedade é a informalidade, a lei permite que o liame contratual seja
provado por todos os meios de direito.
Direito Empresarial 45

O Enunciado 208, do Conselho da Justiça Federal, harmonizou


o entendimento doutrinário acerca da obrigatoriedade de aplicação
das normas do Código Civil nas atividades despersonalizadas,
independentemente de serem próprias de empresário:

ACESSE:

As normas do Código Civil para as sociedades em


comum e em conta de participação são aplicáveis
independentemente de a atividade dos sócios, ou do sócio
ostensivo, ser ou não própria de empresário sujeito a registro
(distinção feita pelo art. 982 do Código Civil entre sociedade
simples e empresária). (CJF, Enunciado 208. Coordenador-
Geral Ministro Ruy Rosado de Aguiar Referência Legislativa:
Código Civil de 2002, Lei n. 10.406/2002, Arts. 991, 983 e
986. Disponível aqui.

RESUMINDO:

E então, gostou do conteúdo? Aprendeu tudo sobre a


Introdução dos temas do Direito Empresarial? Agora, só para
termos certeza de que você realmente entendeu o tema
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos.
Você certamente aprendeu que as sociedades empresariais
nascem da vontade dos sócios (affectio societatis) ou
acionistas (interesse no capital), em torno de um objetivo
comercial comum. Também aprendeu que as empresas
iniciam sua vida por meio de um contrato ou um estatuto,
que deve ser levado a registro na Junta Comercial. A
importância dos registros dos trâmites legais para aquisição
de personalidade jurídica pelas empresas permite que elas
negociem, recolham impostos e se desenvolvam no nicho
de mercado em que desempenham as suas atividades. O
sigilo, o nome empresarial e o estabelecimento empresarial
são importantes para distinguir as empresas nesse nicho,
proteger suas atividades. Finalmente, certamente aprendeu
as diferenças entre as microempresas e empresas de
pequeno porte, as sociedades e empresárias, e as sociedades
não personificadas. Agora, você está preparado para seguir
aprendendo mais e mais sobre o Direito Empresarial.
46 Direito Empresarial

REFERÊNCIAS
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do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível
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Estabelece normas integrantes do Estatuto da Microempresa, relativas à
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Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno
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