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Direito Ambiental

Direito Ambiental e os Aspectos


Educacionais e Tecnológicos
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
NATHALIA ELLEN SILVA BEZERRA
AUTORIA
Nathalia Ellen Silva Bezerra
Sou formada em Direito, com uma experiência técnico-profissional
na área de Direito do Trabalho e Previdenciário. Além disso, atuo como
conciliadora e advogada, tendo em vista a colocação em prática e a
valorização dos meios alternativos de solução de conflitos. Ao longo da
minha vida acadêmica, sempre demonstrei um grande interesse pela
escrita, dessa forma espero que, por meio desse material e da experiência
vivenciada, você consiga adquirir e ampliar os seus conhecimentos para
que possa exercer uma vida profissional plena. Por isso fui convidada pela
Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou
muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho.
Conte conosco!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Eficácia das Legislações Ambientais................................................... 10
Diversidade Legislativa Ambiental......................................................................................10

Avaliação Global do Estado de Direito Ambiental................................ 14

Algumas Mudanças Necessárias no Direito Ambiental Nacional................ 16

Educação Ambiental .................................................................................. 19


Aspectos Gerais da Educação Ambiental...................................................................... 19

Legislações Voltadas para a Educação Ambiental................................................. 22

Princípios da Educação Ambiental...................................................................23

Objetivos da Educação Ambiental...................................................................24

Educação Ambiental e suas Especificidades..............................................................26

Direito Ambiental e Sustentabilidade.................................................28


Desenvolvimento Sustentável................................................................................................28

O Tripé do Desenvolvimento Sustentável...................................................................... 31

O Desenvolvimento Sustentável nos Países em Desenvolvimento...........35

Direito Ambiental e Tecnologias............................................................ 37


Reflexões Sobre a Tecnologia................................................................................................37

A Tecnologia e o Meio Ambiente......................................................................................... 38

Carros Elétricos.............................................................................................................. 41

Energia Solar..................................................................................................................... 41

Outras Inovações Tecnológicas Sustentáveis..........................................42

O Lado ruim da Relação Tecnologia e Meio Ambiente.......................................43


Direito Ambiental 7

04
UNIDADE
8 Direito Ambiental

INTRODUÇÃO
A área relativa ao meio ambiente está ganhando cada vez mais
espaço, já que é um assunto que está diretamente ligado ao bem-estar
humano e à sua qualidade de vida fornecida. Por isso tantas leis, projetos
e ações são direcionadas para o campo ambiental, contudo nem sempre
essas legislações são cumpridas. Mesmo que sejam bem elaboradas,
na prática, acabam apresentando dificuldades e empecilhos quanto
a sua aplicação. Dessa forma, nesta unidade, analisaremos a eficácia
das legislações ambientais. Em seguida, destacaremos a importância
da educação ambiental e a forma como ela pode influenciar de forma
positiva na questão relativa à eficácia. Ainda nesta unidade, aprenderemos
aprender a relação existente entre o meio ambiente e a sustentabilidade,
assim como a imprescindibilidade do estabelecimento desse laço. Por fim,
compreenderemos os impactos positivos e negativos que as tecnologias
podem ocasionar para o âmbito do Direito Ambiental, bem como para o
meio ambiente em si. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai
mergulhar neste universo!
Direito Ambiental 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4 – Direito Ambiental e os
aspectos educacionais e tecnológicos. Nosso objetivo é auxiliar você no
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término
desta etapa de estudos:

1. Analisar a eficácia das legislações ambientais.

2. Compreender como se desenvolve a educação ambiental.

3. Verificar a relação entre Direito Ambiental e sustentabilidade.

4. Identificar os impactos causados pela relação entre Direito


Ambiental e tecnologias.

A vida sem o bem-estar do meio ambiente é insustentável, por isso


o entendimento acerca desse tema é de fundamental importância para
a sua vivência profissional e pessoal. Então? Preparado para uma viagem
sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho!
10 Direito Ambiental

Eficácia das Legislações Ambientais

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de analisar


criticamente como se dá a eficácia das legislações
ambientais presentes no ordenamento jurídico brasileiro,
levando em consideração os crimes ambientais e a não
observância das mencionadas legislações. Isso será
fundamental para o exercício de sua profissão. E então?
Motivado para desenvolver essa competência? Então
vamos lá. Avante!.

Diversidade Legislativa Ambiental


Ao longo do nosso caminho até aqui, pudemos aprender dos
aspectos mais gerais aos mais específicos acerca do Direito Ambiental.
Assim, aprendemos com mais ênfase e detalhes algumas legislações na
medida em que outras foram apontadas de maneira superficial. Contudo o
que não se pode negar é que o ordenamento jurídico brasileiro apresenta
uma vasta quantidade de legislações voltadas para a preservação, a
proteção, a defesa, a manutenção e a restauração do meio ambiente.

Desta feita, aprendemos qual é a relação existente entre o Direito


Ambiental e o cenário internacional, levando ainda em consideração alguns
dos tratados e convenções direcionados para essa temática. Também
pudemos compreender os avanços que a inserção da Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988 trouxe para esse cenário, bem como
as importantes modificações legislativas que passaram a demonstrar uma
maior preocupação com a presença de normas destinadas a um ambiente
ecologicamente equilibrado, necessário não só para as gerações atuais,
mas também para as futuras.
Direito Ambiental 11

No que se refere às legislações infraconstitucionais, também demos


destaque a algumas delas, principalmente a Política Nacional do Meio
Ambiente, a Política Nacional dos Recursos Hídricos e as determinações
voltadas para a preservação ambiental. Sem deixar de lado a Lei de
Crimes Ambientais, responsável por punir aqueles que violarem as normas
ambientais, provocando ainda danos e prejuízos ao meio ambiente.

Assim, apenas com essa breve revisão, querido aluno, já podemos


verificar a vastidão de leis ambientais existentes no ordenamento jurídico
brasileiro voltadas para as causas ambientais. Entretanto ressalta-se que
essas são apenas as principais, tendo em vista que muitas legislações
existem sobre o tema. Algumas que podemos citar são o Novo Código
Florestal, as resoluções do Conama, a Lei nº 9.984 de 17 de julho de 2000,
o Decreto nº 5.197 de 3 de janeiro de 1967, a Lei nº 9.985 de 18 de julho de
2000 e assim por diante.

Dessa maneira, seria lógico aferir que o resultado no setor do meio


ambiente brasileiro é positivo, existindo pouquíssimos problemas nessa
área, em razão da quantidade de leis que dispõe sobre o tema, certo,
querido aluno?

Infelizmente, na prática não é bem assim que funciona, tendo


em vista que o nosso país ainda é palco de diversos crimes e desastres
ambientais, sendo esses em grande parte derivados do enraizamento
cultural presente em nossa população e empresas. Dessa forma, a
mudança demora a ser vista e depende da forma com que o governo
reage à necessidade de proteção.

Nesse sentido, no mundo todos podemos verificar a existência de


uma produção exacerbada de normas direcionadas ao meio ambiente,
não sendo essa uma situação diferente no território brasileiro. No caso
do Brasil, além dos problemas relacionados ao enraizamento cultural,
pode ser citado como causa para essa situação o fato de que grande
parte das propostas legislativas ambientais acabam tendo como escopo
indireto o atendimento dos interesses político-econômicos presentes no
seu texto, sendo a junção desses fatores responsável por gerar impactos
e instabilidade à segurança jurídica que deveria ser fornecida por meio
desses instrumentos legais ao ambiente presente no Brasil.
12 Direito Ambiental

Dessa maneira, mesmo que a legislação ambiental presente no


ordenamento jurídico brasileiro seja mundialmente conhecida e até
mesmo considerada uma das mais avançadas no que se refere a sua
elaboração, ainda se vê uma grande diferença entre a teoria e a prática, já
que mesmo que as leis brasileiras criem regulações, atividades e controles
de condutas que visem à redução dos danos ambientais, o problema
encontra-se em sua efetivação. Possuímos leis ambientais belíssimas
e que asseguram uma proteção em grande escala, porém na prática
os problemas relativos a esse campo podem ser vistos sem grandes
esforços, mesmo que muitas medidas já tenham sido implementadas.

Diante disso, não é preciso apenas que as leis ambientais existam,


mas, sim, que sejam cumpridas, sendo essa a maneira efetiva de se
garantir que o meio ambiente, os seus espaços e recursos possam ser
preservados sem que haja o comprometimento de todos os seres que
estão inseridos no processo, entre os quais nós, os seres humanos,
encontramo-nos.

Assim, citamos anteriormente, neste e-book, o desastre acontecido


em Mariana, Minas Gerais, que poderia ter sido evitado caso os devidos
cuidados legais tivessem sido tomados. Todavia, além de os cuidados
não terem sido tomados, poucos anos depois um desastre semelhante
aconteceu também em Minas Gerais, mas dessa vez na cidade de
Brumadinho, na qual morreram 259 pessoas e 11 continuam desaparecidas
até a presente data, deixando claro que as leis não são efetivas, pois
desastres de proporção alarmante aconteceram e foram postos em pauta
apenas durante determinado momento, mas depois acabaram caindo no
esquecimento, o que se observa pelos casos citados. Ou seja, as devidas
medidas continuaram sem ser tomadas nem fiscalizadas, por isso os
desastres continuam acontecendo.

Ressalta-se que, infelizmente, a qualquer momento, outro


rompimento de barragem pode acontecer no território brasileiro, mas
pouco é feito para que isso não ocorra, o que deixa ainda mais evidente a
ineficácia das legislações ambientais presentes no Brasil e a necessidade
de que esse cenário seja modificado e até mesmo reformulado para que
uma real efetividade passe a ser dada à proteção ambiental.
Direito Ambiental 13

Figura 1: Compromisso com o ambiente

Fonte: Pixabay.

SAIBA MAIS:

Para compreender mais detalhes acerca da tragédia


ambiental e humana ocorrida na cidade de Brumadinho,
Minas Gerais, no ano de 2019, realize a leitura da notícia
intitulada “Negligência causou a tragédia de Brumadinho,
diz escritor”, presente neste link.

Em razão disso, podemos afirmar que a falta de efetividade da


legitimação do meio ambiente não pode ser entendida como uma
simples negligência, sendo preciso que uma maior ênfase, mais debates e
problemáticas sejam desenvolvidas sobre o tema. Desta feita, as violações
e o não cumprimento das normas ambientais podem ser entendidos como
a não observância a direitos essenciais, como a vida, não só a humana,
mas de todos os seres vivos, e como o não cumprimento do princípio da
responsabilidade, entre tantos outros fatores.
14 Direito Ambiental

Avaliação Global do Estado de Direito Ambiental


Diante desse cenário, no ano de 2019, foi publicada a primeira
avaliação global do Estado de Direito Ambiental, sendo essa responsável
por constatar que, mesmo que o número de leis voltadas para o meio
ambiente venha aumentando, sua aplicação não tem ocorrido de forma
proporcional, de forma que os problemas ambientais cresceram, mas não
pela falta de regulação, e, sim, pela ausência de aplicação e efetividade
dos instrumentos normativos.

A mencionada avaliação foi realizada pela Organização das Nações


Unidas (ONU), que observou que o número de leis voltadas para o
meio ambiente presentes no ano de 1972 foi aumentado em 38 vezes,
contudo a capacidade de cumprimento e de colocação em prática
das determinações apresentadas pelos textos legais ainda é alvo de
dificuldades. Por isso, mesmo que diversas discussões e determinações
já tenham sido traçadas acerca de métodos para diminuir os impactos
provocados pela mudança climática, tais medidas ainda são discretas,
tendo em vista que apenas traçar planos não traz resultados.

Dessa maneira, o relatório é responsável por esclarecer os


motivos pelos quais as legislações, mesmo que rígidas, não trazem
resultado, deixando bem claro que o problema ambiental vai além da
simples elaboração legal. Assim, é necessário que o Direito Ambiental
seja fortalecido como um todo e não só na esfera legislativa, para que
sejam alcançados os objetivos listados no artigo 225 da Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988.

Não se pode dizer que as leis, convenções e tratados internacionais


não foram responsáveis pela promoção de avanços no campo do Direito
Ambiental, sendo essa uma visão extremista e errônea, como também
não pode ser dito que a elaboração das mencionadas leis foi responsável
por promover a solução dos problemas presentes na escala ambiental em
âmbito mundial. Assim, foi a partir dessas normas que uma organização,
mesmo que falha, pôde começar a ser estabelecida perante os órgãos e
as agências ambientais mundiais.
Direito Ambiental 15

Desta feita, outros aspectos além das leis devem ser enxergados e
levados em consideração. Alguns dos fatores relacionados à dificuldade
de implementação referem-se a problemas como a falta de organização
nas agências governamentais, falhas no âmbito institucional, acesso à
informação deficiente e à corrupção presente em vários países do mundo,
inclusive no nosso.

Nesse sentido, passa a ser preciso que setores como a política


e a economia demonstrem interesse em agir em busca da aplicação
das leis, mesmo que haja o reconhecimento de que essa não é uma
missão fácil e simples, mas que, da mesma forma que os passos e as
dificuldades foram vencidas para que as legislações ambientais fossem
aprovadas, outros passos e enfrentamentos serão superados para que a
aplicação e a efetividade das normas ambientais e protetivas sejam uma
realidade. Assim, podem-se produzir resultados palpáveis e considerados
como positivos e benéficos ao meio ambiente, e consequentemente, à
qualidade da vida humana.

O relatório global do Estado de Direito Ambiental foi responsável,


ainda, por apontar situações de grave crise, responsáveis, em alguns
casos, por causar a morte de pessoas que se envolvem e que se dedicam
à proteção ambiental, em decorrência de ameaças e tentativas de
assassinato. Trata-se de uma tendência que deve ser veementemente
rechaçada já que a resistência às leis ambientais por si só já não deve ser
bem vista nem bem recebida, muito menos ter como resultado assédios,
ameaças e assassinatos.

Diante disso, o acesso à informação parece ser um remédio


adequado a muitos desses problemas, pois uma população que tem
o devido conhecimento acerca da importância do meio ambiente e
do cumprimento das normas relativas a esse assunto possui mais
credibilidade para fazer exigências e cobrar decisões politicamente
corretas e de acordo com um meio ambiente equilibrado, tornando, assim,
o Direito Ambiental mais efetivo e eficaz se comparado às sociedades que
possuem informações deficientes e que estão mais facilmente sujeitas
à alienação. A falta de conhecimento adequado sobre o assunto em
pauta inviabiliza as reivindicações e as exigências dotadas de respaldo e
legitimidade.
16 Direito Ambiental

Dessa maneira, além da informação ser de qualidade, é necessário,


ainda, que ela seja de fácil acesso, pois de nada adianta que as informações
sejam confiáveis se a população não as consome. A falta de acesso à
informação representa um retrocesso ao cenário vivenciado durante
a Idade Média, no qual a informação e o conhecimento pertenciam
apenas a quem estava no poder. Infelizmente, a produção de relatórios
informativos ainda apresenta um índice baixo e nem sempre são dotados
da atualização e da abrangência necessárias.

SAIBA MAIS:
Levando em consideração os pontos apontados como
resultantes da avaliação global do Estado de Direito
Ambiental, fica clara a importância e as contribuições
trazidas por esse relatório ao âmbito do Direito Ambiental.
Diante disso, recomenda-se a leitura do relatório em sua
integralidade caso você tenha desejo de aprofundar os
seus conhecimentos sobre o tema. O relatório pode ser
consultado aqui.

Algumas Mudanças Necessárias no Direito


Ambiental Nacional
Um dos primeiros passos a ser dado é que o Direito Ambiental
não pode ser visto como uma área individualizada, sozinha e que não
estabelece uma relação com outros âmbitos, como se isso pudesse
indicar perda de autonomia. A relação com outras áreas deve ser vista
como forma de ampliar os horizontes e a aplicação normativa presente
nessa área, tendo em vista que o ambiente não é isolado da vivência
humana, pelo contrário, faz parte e é essencial a ela.

Diante disso, o Direito Ambiental presente no Brasil deve ser


considerado em conjunto com a realidade social presente no nosso
país, não deixando de lado aspectos como a economia, a cultura, os
orçamentos e a estrutura governamental referente ao ente federativo a
que se relacione o caso concreto, podendo ser a União, os estados, o
Distrito Federal e os municípios.
Direito Ambiental 17

Muitas áreas presentes no Direito e muitas legislações que fazem


parte do ordenamento jurídico brasileiro acabam possuindo como
inspiração as normas já existentes e bem-sucedidas presentes no sistema
internacional. Contudo, para que essa prática traga bons resultados, é
preciso que as leis não sejam idênticas, afinal países distintos apresentarão
aplicações diferenciadas, bem como resultados distintos, por isso é
importante que o Direito Ambiental tenha como base para a sua criação
e aplicabilidade à realidade e aos contextos sociais presentes no Brasil.

Uma outra crítica destinada ao campo do Direito Ambiental brasileiro


é um posicionamento que não se refere apenas e especificamente a essa
área, mas ao Direito brasileiro como um todo, afinal quantidade não é
qualidade. Muitas vezes um sistema normativo amplo é responsável por
promover complexidades, e consequentemente dificuldades quando
chegar o momento de colocar em prática as referidas normas.

Contudo, o problema das leis ambientais no Brasil não está


relacionado apenas a sua extensão, mas à ausência de um sistema
administrativo incumbido de executar e fiscalizar essas leis. Dessa forma,
é verificada uma carência dos instrumentos que tornem possível essa
aplicação, havendo uma confusão entre a estrutura, o conteúdo legislativo
e a distribuição de tarefas a serem cumpridas pelos órgãos de controle
ambientais presentes no território nacional.

Destaca-se ainda que outro fato considerado como empecilho


para o sucesso da aplicação das normas é a competitividade exacerbada
existente entre os entes federativos, pois o que deveria existir na verdade,
e até mesmo em conformidade com o texto constitucional, é um sistema
cooperativo e comunicativo entre os entes, principalmente quando a
temática abordada fosse referente ao meio ambiente, tendo em vista que
esse não é um interesse pertencente apenas à União, mas que atinge os
estados, o Distrito Federal e os municípios.

Assim, mesmo que o desenvolvimento no campo prático do Direito


Ambiental ainda precise avançar de forma significativa no mundo todo,
mesmo que exista uma certa resistência, ele já é considerado como
prioridade cada vez maior. Dessa forma, para que as normas sejam
efetivamente cumpridas e alcançadas, é preciso que uma prioridade, uma
atenção e um esforço ainda maiores sejam dispendidos a esse setor.
18 Direito Ambiental

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a
quantidade de normas relativas ao meio ambiente cresceu
consideravelmente nas últimas quatro décadas, sendo
esse entendido como um avanço importante para o campo
do Direito Ambiental. Contudo, com o passar do tempo
e em razão da continuidade dos crimes, dos acidentes e
dos desastres ambientais, começou-se a ser colocada em
pauta a efetividade desses instrumentos normativos, tanto
aqueles presentes no âmbito internacional, como os que
fazem parte do sistema nacional.

Diante disso, ficou comprovado que quantidade e qualidade não


são sinônimos, de forma que, mesmo que exista uma grande quantidade
de normas voltadas para a proteção ambiental, se elas não forem efetivas,
a preservação e o equilíbrio ambiental não existirá, e fenômenos como
a poluição e a mudança climática continuarão ocorrendo. Diante disso,
destacamos algumas mudanças e correções necessárias que podem ser
implementadas no Brasil com o intuito de modificar esse contexto. Além
disso, também aprendemos alguns detalhes sobre a primeira avaliação
global do Estado de Direito Ambiental.
Direito Ambiental 19

Educação Ambiental

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender


qual é a importância da educação ambiental para que a
devida proteção seja fornecida ao meio ambiente e a todos
os seus elementos. Isso será fundamental para o exercício
de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver essa
competência? Então vamos lá. Avante!.

Aspectos Gerais da Educação Ambiental


O direito à educação é considerado um direito fundamental, sendo
este essencial para a vida do ser humano, já que, por meio dele, será
possível o exercício da cidadania, bem como a promoção de melhores
condições de trabalho, que, por sua vez, irão garantir uma melhor
qualidade de vida. Diante disso, todos possuem direito à educação,
sendo dever do Estado, dos pais e da sociedade fornecer os métodos
adequados para o seu fornecimento.

É por meio da educação que podemos ter o nosso conhecimento


ampliado, além de ela possibilitar que fiquemos menos suscetíveis a
alienações e enganações, pois a educação é responsável por aumentar
os nossos horizontes, assim como nos dá mais possibilidades de entender
os nossos direitos e deveres, tornando possível e mais fácil que possamos
lutar por eles e exercer um papel mais participativo.

Assim, um assunto de tanta importância não poderia ser deixado de


lado quando nos referimos ao meio ambiente, sendo imprescindível que
seja criado um elo entre esses dois aspectos de fundamental papel para
a vida e sobrevivência humana.

Nesse sentido, a educação ambiental pode ser compreendida como


a responsável por transmitir aos indivíduos os valores e os conhecimentos
responsáveis por influenciar na preservação do meio ambiente.
20 Direito Ambiental

Assim, a educação ambiental torna possível que a sociedade aplique


e entenda a necessidade de que as leis voltadas para o meio ambiente
sejam aplicadas. Como já vimos no capítulo anterior, vários problemas
são encarados no que se refere a efetividade dessas leis, entre eles a
ausência da conscientização do papel insubstituível do meio ambiente, e
sua importância para as gerações atuais e para as futuras.

Desta feita, a partir da conscientização da população sobre o


meio ambiente é que as práticas sustentáveis e os resultados voltados
para esse âmbito passem a ser vistos verdadeiramente como positivos
e responsáveis pela redução dos danos e dos prejuízos provocados ao
meio ambiente. Em outras palavras, é por meio da educação ambiental
que existe uma possibilidade de modificação no comportamento quando
o assunto é o meio ambiente, pois, caso contrário, avanços nesse cenário
serão cada vez mais difíceis de serem visualizados, ou até mesmo
impossíveis.

O interessante é que a educação ambiental esteja cada vez mais


cedo inserida na vida das pessoas, tendo em vista que fica até mais fácil
de promove-la e de ensiná-la quando as práticas relacionadas aos danos
ao meio ambiente ainda não foram absorvidas como consequência do
enraizamento cultural. Assim, em muitos casos, as crianças em idade
escolar podem até atuar como um meio de coibir as práticas que geram
prejuízo ao meio ambiente, praticadas por aqueles que estão em seu
convívio social, por meio de simples comentários que podem incomodar
e incentivar a mudança comportamental.

Destaca-se, ainda, que as escolas e as instituições de ensino formal,


no geral, não podem ser as únicas responsáveis pelo fornecimento da
educação ambiental, sendo que essa é uma função que precisa ser
desempenhada em conjunto com os pais, tios, avós e familiares como um
todo. Por isso essa preocupação deve ser passada desde o começo por
meio de lições simples. Tenho certeza de que grande parte de vocês já
ouviu expressões como “você joga papel no chão da sua casa?” Essa é uma
frase simples, mas capaz de gerar impacto, pois são poucas as pessoas
que vão responder a esse questionamento de forma afirmativa, então o
ensinamento a ser passado é de que o planeta Terra é a nossa casa e que,
Direito Ambiental 21

por isso, precisamos tratá-lo com carinho e cuidado, já que da mesma


maneira que não queremos ver o nosso lar sujo, devemos preservar
o planeta para que ele torne-se um lugar agradável e considerado de
qualidade para a nossa vivência. Nos casos em que a resposta for positiva,
a esperança não deve ser perdida, tendo em vista que a capacidade de
aprendizado humano é uma das características mais marcantes da nossa
raça, por isso nunca é tarde para aprender os preceitos e os fundamentos
que giram em torno da educação ambiental, mas é sempre bom lembrar
que o planeta e os seus recursos naturais têm pressa e correm risco de
acabar caso não tomemos as medidas consideradas corretas.

Atualmente, assim como o campo do Direito Ambiental e as


preocupações voltadas para o meio ambiente tem aumentando, o foco
direcionado para a educação ambiental também tem crescido, sendo
uma prova desse movimento o crescimento e o aprofundamento dos
cursos, disciplinas e profissões voltadas para essa área do saber.
Figura 2: Conscientização

Fonte: Pixabay.
22 Direito Ambiental

Legislações Voltadas para a Educação


Ambiental
Ainda que as legislações presentes no campo do direito ambiental
apresentem certas dificuldades no que se refere ao alcance da eficiência
desejada, a sua presença ainda exerce importância, pois se com a
vigência dessas leis os problemas ambientais já são preocupantes, caso
elas não existissem, os problemas seriam ainda maiores. Nesse sentido,
a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, é a responsável por dispor acerca
da Política Nacional de Educação Ambiental, englobando, dessa maneira,
os assuntos referentes a sua definição, objetivos, princípios, assim como
a forma por meio da qual deve se fazer presente no cenário educacional
brasileiro.

Diante disso, antes de avançarmos mais no entendimento da


educação ambiental, é necessário que passemos a compreender o que
pode ser definido como por esse termo. Dessa forma, o artigo 1º da Política
Nacional de Educação Ambiental determina que
Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos
por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes
e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade. (BRASIL, 1999)

Em outras palavras, é por meio da educação ambiental que uma


visão mais crítica e global voltada para o meio ambiente será adquirida,
sendo decorrente disso a aquisição de valores que tornarão possível o
desenvolvimento de ações dotadas de consciência e participação quando
o assunto for a conservação e o uso adequado dos recursos naturais. Dessa
forma, a educação ambiental apresenta como um dos seus objetivos o
alcance de uma qualidade de vida elevada, a redução e, a longo prazo, a
eliminação da pobreza extrema e do consumismo exacerbado.

Apenas afirmar aquilo que pode ser entendido como educação


ambiental não é o suficiente para que ela seja alcançada, por isso a Política
Nacional da Educação Ambiental, já em seu artigo 2º, destaca que essa
educação deve ser incluída nos parâmetros curriculares nacionais, já que
Direito Ambiental 23

é considerada essencial e permanente para o setor nacional de educação.


O dispositivo em destaque determina, ainda, que a educação ambiental
faça parte de todos os níveis e modalidades do processo educativo,
englobando o âmbito formal e o informal.

Por sua vez, o caput do artigo 3º da supramencionada política


estabelece que a educação ambiental é um direito de todos e, para que
ela seja disponibilizada, o texto designa uma série de incumbências ao
Poder Público, às instituições educativas, aos órgãos que compõem
o Sistema Nacional do Meio Ambiente, aos meios de comunicação em
massa, às empresas e à sociedade em geral para que essa finalidade seja
atendida.

Princípios da Educação Ambiental


Segundo a lei que estabelece a Política Nacional da Educação
Ambiental, existem oito princípios considerados primordiais para que a
educação efetue-se. Em conformidade com o artigo 4º da Lei nº 9.795
de 1999, os princípios básicos da educação ambiental são listados da
seguinte forma:
I - o enfoque humanista, holístico, democrático e
participativo;

II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade,


considerando a interdependência entre o meio natural,
o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da
sustentabilidade;

III - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na


perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade;

IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as


práticas sociais;

V - a garantia de continuidade e permanência do processo


educativo;

VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo;

VII - a abordagem articulada das questões ambientais


locais, regionais, nacionais e globais;

VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à


diversidade individual e cultural. (BRASIL, 1999)
24 Direito Ambiental

Infelizmente, na prática, nem todos esses princípios são atendidos,


contudo é imprescindível que se compreenda a importância dos
dispositivos contidos no artigo, pois só por meio do atendimento desses
termos é que se poderá alcançar um mundo mais saudável quanto aos
critérios ambientais e, consequentemente, mais educado e evoluído.

Salienta-se, ainda, que os princípios apresentados no artigo 4º da


Política Nacional da Educação Ambiental não compõem um rol taxativo,
ou seja, os princípios contidos nesse dispositivo não são entendidos como
exclusivos, já que podem ser somados a outros, que, mesmo não estando
presentes no artigo em análise, serão considerados como princípios
voltados para a educação ambiental.

Objetivos da Educação Ambiental


Os objetivos da educação ambiental são direcionados para a
compreensão daquilo que se relaciona ao meio ambiente, promovendo,
assim, a sustentabilidade, a preservação e a conservação dos espaços
naturais, atingindo, ainda, os recursos naturais e os assuntos daí
decorrentes. Diante disso, visa ainda criar um elo entre o ser humano e o
meio ambiente para que a cooperação e o comprometimento destinado
ao futuro do planeta Terra possam ser efetivamente garantidos.

Nesse sentido, a Lei nº 9.795/99, em seu artigo 5º, estabelece quais


são objetivos considerados fundamentais pela educação ambiental:
I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do
meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações,
envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais,
políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e
éticos;

II - a garantia de democratização das informações


ambientais;

III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência


crítica sobre a problemática ambiental e social;

IV - o incentivo à participação individual e coletiva,


permanente e responsável, na preservação do equilíbrio
do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade
ambiental como um valor inseparável do exercício da
cidadania;
Direito Ambiental 25

V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões


do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas
à construção de uma sociedade ambientalmente
equilibrada, fundada nos princípios da liberdade,
igualdade, solidariedade, democracia, justiça social,
responsabilidade e sustentabilidade;

VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a


ciência e a tecnologia;

VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos


povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da
humanidade. (BRASIL, 1999)

Assim, fica claro que atingir cada um dos objetivos apontados pela
Política Nacional de Educação Ambiental não é uma tarefa fácil, mesmo
que sejam necessários à vida humana. As complexidades e as dificuldades
que rodeiam a situação são difíceis de serem solucionadas, tendo em
vista que envolvem a necessidade de modificação no comportamento,
hábitos, conceitos, costumes e cultura humanos, sendo esses fatores
que não podem ser alterados do dia para a noite, requerendo tempo e
paciência para que resultados factíveis e duráveis passem a ser vistos.

Desta feita, os objetivos relacionados à educação ambiental são


responsáveis por fornecer uma visão crítica e reflexiva para os indivíduos
quando o assunto em pauta for o meio ambiente, tornando-os aptos não só
a reivindicar os direitos que possuem, mas também a cumprir os deveres
relacionados à proteção, à preservação, à manutenção, à restauração e à
conservação do meio ambiente.

SAIBA MAIS:

Em decorrência da importância e da extensão da Política


Nacional de Educação, considera-se imprescindível que os
alunos que desejam ampliar os seus conhecimentos sobre
o assunto realizem a leitura na íntegra da Lei nº 9.795, de 27
de abril de 1999, presente neste link.
26 Direito Ambiental

Educação Ambiental e suas Especificidades


A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, ao
estabelecer que a proteção ao meio ambiente deve ser encarada como
um assunto constitucional, não se preocupou apenas em falar acerca
da necessidade dessa defesa, mas em estabelecer formas para que ela
fosse cumprida. Diante disso, tornou a promoção da educação ambiental
obrigatória em todas as esferas educativas presentes no ordenamento
brasileiro, para que, assim, a conscientização pública acerca da temática
passe a ser difundida.

Nesse contexto, mais uma vez ressalta-se que, sem a educação


ambiental, a efetividade das legislações ambientais não poderá ser
alcançada, pois, sem esse tipo de educação, a sociedade não saberá agir
para que um meio ambiente sustentável e preservado de forma correta
seja possível.

Nesse sentido, a efetividade das normas ambientais só poderá


ser alcançada quando a população entender o papel que desempenha
perante a proteção ambiental e, para que isso ocorra, é necessário que
exista uma conscientização voltada para o meio ambiente, sendo essa
atribuída aos contornos da educação ambiental.

Levando em consideração os conhecimentos adquiridos até o


momento, querido aluno, você acredita que a educação ambiental possa
ser enquadrada como um direito fundamental?

Então, ao longo do nosso estudo, pudemos compreender que o


meio ambiente está diretamente relacionado ao desenvolvimento da vida
humana, pois está entre um dos aspectos responsáveis por conferir vida
digna aos seres humanos. Contudo, se olharmos as disposições presentes
no artigo 5º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, a
educação ambiental não está presente de forma direta entre os direitos
fundamentais. Por sua vez, a educação, em seus aspectos gerais, é listada
como um direito social fundamental, presente no artigo 6º da CRFB/1988.
Salienta-se, ainda, que a vida também é listada pela Constituição Federal
de 1988 como um direito fundamental.
Direito Ambiental 27

Diante disso, a preservação do meio ambiente é responsável por


promover a dignidade da pessoa humana por meio da promoção da
qualidade de vida, deixando bem claro que, ao preservar-se o meio
ambiente, protege-se mais do que a vida do ser humano, posto que as
ações atingem todos os seres vivos presentes no planeta Terra. Nesse
sentido, aprendemos também que a proteção ambiental só poderá ser
atingida se a educação ambiental for efetiva, já que ela será a responsável
por resultar na conscientização humana acerca do papel e da importância
de um meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Assim, mesmo que a educação ambiental não seja listada no rol


dos direitos fundamentais, é responsável por garantir o cumprimento de
vários deles, não restando dúvida acerca da importância exercida por
essa educação. Dessa forma, a educação ambiental deve ser enxergada
como uma ferramenta destinada à proteção e à aplicação efetiva das
várias legislações ambientais vigentes no território brasileiro.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que a educação ambiental é prática fundamental para que
mudanças sejam promovidas nos valores e nos hábitos
dos seres humanos, tanto como indivíduos quanto como
componentes da sociedade, tendo em vista a busca por
um meio ambiente protegido e sustentável e que possa
continuar a garantir uma efetiva qualidade de vida não só
para as gerações atuais, mas também para as futuras.

Além disso, ao longo desta unidade, passamos a compreender


melhor a definição legal do que pode ser entendido como educação
ambiental, bem como os princípios e objetivos presentes nessa seara,
sendo todos esses determinados em conformidade com a Política
Nacional da Educação Ambiental, que é estabelecida pela Lei nº 9.795
de 1999.
28 Direito Ambiental

Direito Ambiental e Sustentabilidade

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


o que pode ser compreendido como sustentabilidade,
destacando ainda a importância da relação entre esse
conceito e o Direito Ambiental. Isso será fundamental
para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para
desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante!

Desenvolvimento Sustentável
Como já aprendemos, querido aluno, o meio ambiente é condição
básica para que uma qualidade de vida digna seja assegurada aos seres
vivos, dando maior destaque à dignidade da pessoa humana. Dessa
maneira, um ambiente ecologicamente equilibrado pode ser responsável
por gerar um espaço mais bem desenvolvido de acordo com as suas
necessidades e peculiaridades. Nesse processo, mais uma vez ressalta-se
que a conexão entre meio ambiente e desenvolvimento está relacionada
ao fato de os bens ambientais serem garantidos para as gerações atuais
e para as futuras.

Assim, atualmente é uma preocupação mundial que se encontrem


formas de o desenvolvimento econômico e social ser mantido e ampliado,
mas que, ao mesmo tempo, obedeçam-se às normas relativas ao bem-
estar ambiental. Surge, nesse âmbito, uma preocupação em aliar o
desenvolvimento das mencionadas áreas à sustentabilidade, de forma
que os avanços no campo da economia e no âmbito social continuem
sendo buscados, mas de forma que os recursos naturais e o meio
ambiente, como um todo, sejam respeitados e preservados.

Não é preciso muito esforço hoje em dia para que vejamos o uso
e a presença da palavra “sustentabilidade”, pois essa é uma das palavras
consideradas como do momento, já que muitas das polêmicas e dos
debates giram em torno de seu alcance e das consequências positivas
Direito Ambiental 29

que dela advêm. Dessa forma, os espaços sociais, como escolas,


universidades, governo, política e a sociedade como um todo, destinam
atenção a essa área, que se constitui como uma preocupação presente
no primeiro, no segundo e no terceiro setor. Apesar de a sustentabilidade
demonstrar ser uma preocupação de todos, também é fato que as
empresas recebem mais atenção quanto ao cumprimento e à busca
dos objetivos sustentáveis, tendo em vista que esse é o setor mais
responsável por promover as alterações no meio ambiente e por gerar
danos a ele, provocando consequências como a poluição, as enchentes,
os desbarrancamentos, deslizamentos, entre tantas outras.

Nesse sentido, em conformidade com o Dicionário Aurélio da


Língua Portuguesa, o desenvolvimento sustentável pode ser definido
como sendo um “processo de desenvolvimento econômico em que se
procura preservar o meio ambiente, levando-se em conta os interesses
das futuras gerações”.

É importante salientar que esse conceito não nasceu do dia para


a noite, tendo em vista a quantidade de resistências e dificuldades que
a proteção destinada ao meio ambiente enfrenta desde que começou a
tornar-se uma preocupação. O conceito em pauta foi construído de forma
lenta e por etapas, levando em consideração processos de adaptações e
modificações que tornassem a aceitação e a referência um processo mais
fácil. Uma prova disso é que, inicialmente, o desenvolvimento sustentável
era denominado como eco desenvolvimento, mas, após diversos debates
durante a realização da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, adotou-se uma nova nomenclatura.

A Gro Harlem Brundtland, como resultado da Comissão Mundial


sobre Meio Ambiente, ocorrida no ano de 1987, fixou a definição de
desenvolvimento sustentável como sendo responsável por atender as
necessidades presentes na atualidade sem que comprometimentos e
danos sejam promovidos para as próximas gerações, tornando impossível
que elas consigam atender as necessidades da sua própria época.

Em muitos casos, os conceitos relativos ao desenvolvimento


sustentável e à sustentabilidade acabam sendo confundidos, contudo o
termo “sustentabilidade” deve ser encarado sob um ponto de vista mais
30 Direito Ambiental

amplo, relacionado à capacidade de sustentar-se, na medida em que


o desenvolvimento sustentável é marcado por sua especificidade e por
ser destinado a garantir que as condições de desenvolvimento estejam
presentes para as gerações atuais e para as futuras.

Assim, a sustentabilidade abriga em seu campo uma variedade de


vertentes, por isso não pode ser resumida apenas à ideia de preservação e
conservação do meio ambiente, devendo abranger também os aspectos
relacionados à reciclagem, à interdependência, à parceria, à flexibilidade
e à diversidade. Além disso, a sustentabilidade também apresenta uma
relação com a ecologia e com os princípios presentes nesse campo,
levando em consideração o funcionamento das redes, ciclos, tipos de
energia que não agridem o meio ambiente, diversidade e equilíbrios que
não deixam de lado a capacidade de mudança relacionada à natureza.

Diante disso, a sustentabilidade pode ser considerada um gênero


do qual o desenvolvimento sustentável é uma espécie. Assim, observa-
se com ainda mais destaque a relação entre as duas áreas e os motivos
relacionados à confusão das definições. Diante disso, antes de discutirmos
quais são os elementos que compõem o tripé do desenvolvimento
sustentável, precisamos ter primeiramente em mente que, para que ele
seja alcançado da maneira desejada, é necessário que o pensamento
coletivo seja predominante, por isso a conscientização sobre a importância
de se destinar proteção ao meio ambiente é tão fundamental.

Muitas vezes relacionamos o meio ambiente apenas à ideia de um


direito coletivo cujos danos são responsáveis por prejudicar a sociedade.
Esse argumento é um fato, mas muitos enxergam esse prejuízo como
distante de sua realidade. Precisamos ter em mente que a sociedade
é composta por indivíduos, e que esses indivíduos somos nós. Assim,
proteger o meio ambiente é o mesmo que proteger a nossa própria vida e
a nós mesmos. Enquanto a população em geral não tiver essa visão, será
difícil visualizar resultados concretos no campo do direito ambiental, da
sustentabilidade e do direito sustentável.
Direito Ambiental 31

O Tripé do Desenvolvimento Sustentável


Uma das maiores preocupações destacadas pelo campo do
desenvolvimento sustentável consiste em incentivar o crescimento, os
avanços e a evolução em todas as áreas presentes no cotidiano humano
e que são consideradas imprescindíveis para a sobrevivência, seja de
forma direta ou indireta. Assim, deseja-se alcançar esses objetivos sem
comprometimentos severos ao meio ambiente e sem gerar a extinção e o
esgotamento dos recursos naturais.

Diante desse contexto, o tripé do desenvolvimento sustentável


engloba três conceitos básicos, representados pela Figura 3. Esses
conceitos estão relacionados ao meio ambiente, à economia e ao
aspecto social, destacando ainda o fato de que esses três “garfos” da
sustentabilidade não podem ser considerados de forma isolada, pelo
contrário, devem ser entendidos em conjunto e de maneira bem definida.
Figura 3 - Tripé do desenvolvimento sustentável

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

A ideia do tripé da sustentabilidade, originalmente denominado


como Triple Bottom Line, foi formulada pelo sociólogo e consultor
britânico John Elkington, sendo também conhecida como os três Ps, por
ser relacionar aos termos people, planet and profit, que, em português,
podem ser traduzidos como pessoas, planeta e lucro e abreviados para
PPL. A ideia do famoso sociólogo era demonstrar a complexidade que
gira em torno da sustentabilidade e da busca pelo seu desenvolvimento,
por isso passou-se a estabelecer que as organizações, negócios e
32 Direito Ambiental

empresas só seriam consideradas sustentáveis de fato se conseguissem


ser financeiramente viáveis, ao mesmo tempo em que respeitassem os
preceitos relativos a uma sociedade justa e a um ambiente ecologicamente
equilibrado.

Em razão do estabelecimento do tripé do desenvolvimento


sustentável, relacionar a sustentabilidade apenas à preocupação com o
meio ambiente, além de ser errado, é um ponto de vista restritivo, que
deixa de lado outras preocupações presentes na vivência humana e que
acabam tornando a sustentabilidade inalcançável. Desta feita, para que
o desenvolvimento de fato ocorra, é necessário que todos os interesses
ambientais, sociais e econômicos sejam considerados em conjunto,
levando em conta as causas, as consequências que um promove ao outro
e vice versa. Se formos pensar na vida prática, não há como individualizar
a presença de cada um desses elementos, pois funcionam de maneira
interligada, sejam os resultados dessa relação positivos ou negativos.
Nesse sentido, o desenvolvimento sustentável tenta estabelecer um
equilíbrio e uma forma de funcionamento entre os seus três pilares para
que coexistam, relacionem-se e interajam entre si de maneira harmônica.

Assim, com base nesses novos contornos, as empresas passam a


enxergar a possibilidade do estabelecimento de uma relação com o meio
ambiente real, demonstrando uma preocupação quanto à manutenção
e à preservação dos recursos naturais, sem deixar de lado os interesses
sociais, mas ao mesmo tempo sem perder o seu caráter competitivo
e mantendo os seus olhares direcionados para ao lucro, só que agora
com outras preocupações atreladas a essa busca. Dessa maneira, a
sustentabilidade deverá ser desenvolvida de maneira que nenhuma das
três esferas seja prejudicada.

Nesse sentido, o pilar voltado para o setor social refere-se ao capital


humano, estando direta ou indiretamente relacionado às atividades que
se desenvolvem no campo empresarial. Envolve as demandas referentes
aos funcionários, aos consumidores/clientes, aos fornecedores, à
comunidade que se encontra em seu entorno e à população como um
todo. Assim, proporcionar os contornos relativos à sustentabilidade não é
só conferir um ambiente de trabalho prazeroso e confortável, indo muito
Direito Ambiental 33

além disso, tendo em vista que também devem ser proporcionadas as


formas garantidas da qualidade de vida digna, tanto no ambiente de
trabalho como fora dele, elaborando métodos e ferramentas destinadas
ao aperfeiçoamento do desenvolvimento pessoal e coletivo de todos os
envolvidos.

Já sob o ponto de vista do setor econômico, a empresa que visa


adotar o desenvolvimento sustentável deve ser capaz de manter o seu
funcionamento, com base na produção, distribuição e fornecimento de
produtos e serviços, levando em consideração os aspectos direcionados
para a competitividade e para a concorrência. Contudo todas essas
funções devem ser realizadas sem que danos sejam gerados ao meio
ambiente e aos ecossistemas em sua proximidade. Nesse cenário, as
empresas que obtêm lucro em razão das más condições de trabalho ou
por conta dos prejuízos que geram ao meio ambiente não atendem aos
critérios referentes à sustentabilidade, pois não há o estabelecimento da
harmonia e do atendimento em conjunto dos setores econômico, social
e ambiental.

Por fim, o setor ambiental relaciona-se a todas as ações ou


atividades que danifiquem, de forma direta ou indireta, o meio ambiente e
os seus recursos naturais, independentemente de esses danos ocorrerem
a curto, médio ou longo prazo. Assim, as empresas devem preocupar-se,
em primeiro lugar, em diminuir, o máximo possível, os impactos causados
ao meio ambiente, sendo necessário que a exploração destinada aos
recursos naturais ocorra de maneira mais consciente e responsável. As
mudanças voltadas para o setor ambiental, para que tragam resultados
verdadeiros, não devem ser destinadas apenas ao campo do marketing
empresarial, precisando estar presentes no âmbito estrutural, pois só
assim os frutos da sustentabilidade poderão ser colhidos a longo prazo
por meio da inserção de alterações que realmente resultem em pontos
positivos para o setor ambiental.

Contudo, na prática, grandes dificuldades são encontradas no


que se refere ao estabelecimento do elo entre os elementos presentes
no tripé da sustentabilidade, já que nem a sustentabilidade direciona-se
apenas ao meio ambiente nem as empresas visam apenas ao lucro, tendo
34 Direito Ambiental

sido ampliado o horizonte de ambas e por isso sendo necessário que tais
setores adaptem-se às novas exigências. Por sua vez, o âmbito político
não pode ser deixado de lado, tendo em vista que, para que o tripé da
sustentabilidade apresente resultados no meio empresarial, é preciso que
as esferas políticas também se adaptem às mudanças, pois as tomadas
de decisões desse setor refletem-se na atuação do campo empresarial.

Ressalta-se, ainda, que, mesmo que seja difícil a adoção de políticas


de sustentabilidade no âmbito empresarial, as instituições e organizações
vêm apresentando ainda mais deveres e necessidades quanto a sua
inserção, pois, além de terem de obedecer às legislações ambientais,
ainda sofrem com as coerções advindas das pressões decorrentes da
população e até mesmo de outras empresas. Dessa forma, acabam
encontrando-se em uma via de mão dupla, na qual precisam enfrentar
obstáculos para implementar a sustentabilidade em suas práticas, ao
mesmo tempo que, caso não a implementem, poderão sofrer pressões
e sanções.

Desta feita, muitas dúvidas e questionamentos ainda giram em


torno do tema, em parte pelo enraizamento das práticas que causam
danos ao meio ambiente, em parte pelo alto custo para implementação
do desenvolvimento sustentável, sem falar que nem todos os profissionais
e a gestão estão aptos a essa mudança. Assim, por mais que se deseje
e que se busque o desenvolvimento sustentável, não se pode esperar
que as alterações e os resultados sejam vistos de forma rápida e prática,
quando na verdade são lentos, complexos e complicados, porém, ainda
assim, precisam acontecer. E quanto antes for dado início à busca por
essas metas, melhor.
Direito Ambiental 35

O Desenvolvimento Sustentável nos Países


em Desenvolvimento
Os países considerados como grandes potências no cenário atual
adquiriram esse status em uma época distinta da que estamos vivenciando,
já que, durante a Revolução Industrial, na qual os primeiros passos foram
dados no sentido do que é o desenvolvimento hoje em dia, não havia
uma preocupação ambiental tão latente, para não dizer que não existia
esse tipo de preocupação. Diante disso, os grandes países conseguiram
alcançar o espaço que estão hoje sem destinar cuidado aos recursos
naturais, de maneira que eles eram usados sempre que necessário e sem
nenhum tipo de limitação. Essas atitudes e as consequências decorrentes
abriram os olhos do mundo sobre a necessidade de proteger o meio
ambiente.

Contudo não podemos ser hipócritas ao afirmar que as situações


de desenvolvimento atual equiparam-se às de antigamente, pois as
preocupações e as políticas de proteção, bem como os interesses
da sociedade como um todo, são bem distintos. Dessa forma, essas
modificações também são responsáveis por apontar mudanças na
maneira com que os países que se encontram em desenvolvimento
atualmente podem alcançar o status de país desenvolvido.

Nesse sentido, o fato de as condições serem diferentes não quer


dizer que o desenvolvimento seja inalcançável, mas apenas que, para
que seja atingido, novas maneiras deverão ser estabelecidas. Entre essas,
a ideia associada à cooperação entre os países, por meio da qual as
nações ricas devem fornecer algum tipo de auxílio para que as economias
emergentes alcancem um patamar mais elevado.

Esse é um dos motivos pelo qual os países em desenvolvimento


precisam integrar as agendas voltadas para o desenvolvimento
sustentável, pois, além de adaptarem-se à nova realidade, também
serão responsáveis por contribuir com novas formas de pensar acerca
da temática em questão e, mesmo que não sejam capazes de fornecer
todas as respostas e soluções, apresentarão uma maior estrutura para
que essas resoluções sejam alcançadas.
36 Direito Ambiental

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter
aprendido que a sustentabilidade e o desenvolvimento
sustentável são assuntos que estão cada vez mais em
pauta e que, apesar da semelhança entre ambos, eles não
devem ser confundidos, devendo então ser levados em
conta os conceitos referentes aos dois campos. Também
pudemos compreender o tripé do desenvolvimento
sustentável, denominado originalmente como triple
bottom line, responsável por determinar que a economia,
o meio ambiente e o âmbito social sejam considerados em
conjunto para que a sustentabilidade seja verdadeiramente
alcançada.

Nesse sentido, pudemos ainda entender a importância que cada


um desses setores desempenha no campo empresarial e o que significa
adotar a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável nesse
campo. Por fim, fizemos uma crítica sobre os esforços que os países em
desenvolvimento precisam despender para que se tornem desenvolvidos
em razão do surgimento da preocupação ambiental, estabelecendo
que, por mais que seja mais difícil alcançar esse objetivo, não se trata
de algo impossível, e novos métodos devem ser estabelecidos para essa
finalidade, em parceria com os países ricos e em favor dos interesses
econômicos, ambientais e sociais.
Direito Ambiental 37

Direito Ambiental e Tecnologias

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender a


importância que os avanços tecnológicos foram capazes
de proporcionar não só ao meio ambiente, mas também ao
Direito Ambiental, adquirindo um posicionamento acerca
do que as tecnologias ainda podem implementar de
positivo perante o setor ambiental. Isso será fundamental
para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para
desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante!.

Reflexões Sobre a Tecnologia


Os avanços tecnológicos estão sendo responsáveis por uma
quantidade expressiva de evoluções, tornando possível a melhoria de
diversos setores, como o educacional, o político, o social, o econômico, e
até mesmo o ambiental. Grande parte dos avanços ganhou destaque em
razão da facilidade que foi atingida a partir da obtenção mais rápida de
informações e pelo fato de a comunicação ter deixado de ser uma grande
barreira, já que, mesmo sem sair de casa, podemos nos comunicar com a
maior parte do mundo.

As tecnologias trouxeram uma celeridade não só para o campo


das informações, mas para as relações sociais como um todo, tendo
em vista que as transformações passaram a acontecer de uma forma
ainda mais rápida. Dessa maneira, a sociedade precisa estar consciente
quanto à necessidade de se adaptarem as modificações, caso contrário
as pessoas que não conseguirem passar por essa evolução não terão
como desenvolver uma comunicação e um relacionamento pleno, pois o
consumo, a produção e as informações estão cada vez mais tecnológicas.

Aluno, pense um pouco sobre o que está sendo dito e compare as


informações que estão sendo passadas a sua vida. Você está estudando
em casa por meio de um notebook, provavelmente com um celular
38 Direito Ambiental

ou um smartphone próximos a você, em uma casa cheia de outros


aparelhos que demarcam a existência da tecnologia e dos seus avanços.
Hoje em dia, estamos conectados quase 24 horas, sendo que podemos
acompanhar e compartilhar a nossa vida em tempo real para que todos
que desejem possam visualizá-las. Esse cenário seria possível 20 anos
atrás? O smartphone e o aplicativo que você usa para conversar já eram
utilizados há 15 anos? A sua internet de X GB era tão veloz quanto hoje em
dia quando você é criança?

Assim, a tecnologia foi responsável por proporcionar evoluções e


revoluções e a velocidade dessas transformações, durante um tempo,
foi responsável por causar um certo temor, assim como uma rivalidade
entre as máquinas e os homens, até que chegamos no momento em
que estamos vivendo agora, no qual existe uma integração entre ambos.
Dessa forma, as máquinas não dominarão o mundo, já que o ser humano
e o conhecimento atrelado a ele será sempre necessário para que os
produtos, os serviços e as máquinas em si sejam utilizadas. Nesse sentido,
não há como prever aonde chegaremos com os avanços tecnológicos,
bastando que estejamos prontos para essas modificações.

A Tecnologia e o Meio Ambiente


Inicialmente, os problemas relacionados às tecnologias eram
capazes de proporcionar danos ao meio ambiente. Assim, com o surgimento
da preocupação destinada ao meio ambiente passou a ser necessário que
até mesmo esse setor passasse por adaptações. Passaram-se, então, a ser
criadas estratégias voltadas para que o uso das tecnologias, além de não
agredir o meio ambiente, fosse responsável por diminuir os impactos e até
mesmo auxiliar no desenvolvimento sustentável, mesmo que inúmeras
adversidades ainda precisem ser vencidas nesse setor.

Diante disso, a tecnologia passou a ser utilizada com o intuito de


proporcionar inovações responsáveis por fornecer auxílio e melhorias
na relação existente entre os seres humanos e o planeta Terra como
um todo. Assim, as pessoas que compõem a sociedade, assim como os
governantes, as universidades e os empresários, optam cada vez mais
por adotar modelos tecnológicos que ressaltam a importância de se
estabelecer uma aliança entre a tecnologia e o bem-estar ambiental.
Direito Ambiental 39

Nesse sentido, as tecnologias passaram a criar produtos e serviços


capazes de destacar o desenvolvimento dessas áreas. Surge, assim, o
mercado das tecnologias sustentáveis, repleto de opções alternativas
para ferramentas que poderiam ser responsáveis por proporcionar danos
ao meio ambiente. Alguns exemplos que podemos mencionar referem-se
ao uso de energia solar, carros elétricos e biocombustíveis.

Por outro lado, ainda que exista um olhar direcionado para os


avanços tecnológicos no campo da sustentabilidade, até mesmo a
produção desses produtos e serviços que são considerados benéficos
para a sociedade, se não forem produzidos de forma devida, podem
promover danos ao meio ambiente, já que o ritmo acelerado de produção
e de consumo também é responsável por proporcionar uma exploração
excessiva dos recursos presentes na natureza.

Outro fator responsável por destacar a necessidade da


implementação das tecnologias sustentáveis é o fato de que a população
mundial vem crescendo cada vez mais a cada ano, o que é capaz de
gerar problemas visualizados no mundo todo, não só em relação ao meio
ambiente, mas também a outros setores, como, por exemplo, o social e
o econômico.

Diante disso, a superpopulação demonstra que o uso das


tecnologias inovadoras é capaz de proporcionar alternativas eficientes e
capazes de sustentar o planeta por meio do uso responsável dos recursos
naturais, levando ainda em consideração aspectos como a redução dos
danos ao meio ambiente e a tentativa de que se supere o esgotamento
dos recursos naturais presentes na Terra.

A inovação contida na mente e na natureza humana, em conjunto


com as tecnologias e a conscientização voltada para o cenário ambiental
incumbem-se da tarefa de buscar soluções para que problemas novos e
outros já sejam resolvidos. Diante disso, são criadas inovações voltadas
para o combate das crises relacionadas à água, à energia, aos alimentos
e ao desemprego, que estão diretamente ligadas à superpopulação
presente no planeta Terra como um todo. Destacando, dessa forma, a
imprescindibilidade do tripé do desenvolvimento, que é direcionado para
o setor ambiental, o social e o econômico.
40 Direito Ambiental

Salienta-se, ainda, que as inovações tecnológicas são consideradas


como peças fundamentais para a determinação do crescimento
econômico de cada uma das nações que compõem o mundo Diante
disso, quanto mais alto for o índice de inovação pertencente a um país,
maior será o lugar que ocupa quanto ao desenvolvimento econômico.
Essa relação é formada tendo em vista que a capacidade de iniciativa
e a inovação científica são responsáveis por gerar oportunidades de
investimentos e proporcionar impactos que se refletem no campo
dos novos investimentos e na ampliação das inovações, que podem
também ser relativas às inovações sustentáveis e às atuais preocupações
destinadas à proteção ambiental.

Desta feita, as inovações tecnológicas devem englobar ainda as


necessidades das gerações atuais, não deixando de lado as gerações
futuras, garantido não só a possibilidade de vida para eles, mas também
de uma vida digna e com qualidade, envolvendo os métodos relativos à
ciência e à tecnologia com um olhar mais sustentável.

Ressalta-se, ainda, que as tecnologias não podem ser consideradas


capazes de solucionar os problemas referentes ao meio ambiente, por
si só, sendo então necessário que elas sejam usadas em conjunto com
as capacidades humanas, tendo em vista que é necessária a presença
de alianças entre os dois. Nesse sentido, analisaremos um pouco as
inovações tecnológicas que são voltadas para a preservação ambiental
nos subtópicos a seguir.
Figura 4 - Avanços tecnológicos

Fonte: Pixabay.
Direito Ambiental 41

Carros Elétricos
Quando falamos em aquecimento global, a primeira coisa a
ser relacionada a esse setor é a emissão de gases de efeito poluente.
Entretanto, apesar do fato de que a maior parte da população tenha
noção sobre a quantidade de gases que são responsáveis por danificar a
camada de ozônio, os veículos não deixam de ser usados. Pelo contrário,
a utilização e quantidade de veículos no planeta acaba crescendo, em vez
de diminuir, de forma que muitos são os projetos voltados à tentativa de
reduzir esses impactos, como caronas sustentáveis, entre outros.

Nesse sentido, o carro elétrico atualmente é entendido como uma


alternativa capaz de proporcionar às tecnologias sustentáveis uma opção
mais atraente. Dessa forma, as partes poluentes presentes nos carros
acabaram sendo substituídas por outras que não danifiquem tanto o meio
ambiente. Entre as medidas tomadas, observa-se a utilização de baterias
como fonte de energia e o aumento do uso de carros híbridos, que não se
relacionam à queima de gasolina ou diesel, promovendo a redução das
emissões dos gases de efeito estufa.

Energia Solar
Atualmente, grande parte das atividades que realizamos diariamente
são ligados ao uso da eletricidade, sendo impossível efetuar muitas das
tarefas sem que a energia elétrica seja utilizada. Um exemplo é o fato
de que os aparelhos elétricos da sua casa, e até mesmo o notebook,
o computador ou o smartphone que você está usando necessitam da
energia para que possam ser carregados ou até mesmo para funcionar.

Contudo, para que a energia elétrica seja utilizada, o meio ambiente


acaba sendo atingido em diversos níveis. A energia que advém das
termoelétricas, por exemplo, acaba resultando na queima de combustíveis
fósseis, na medida em que a energia advinda das hidroelétricas é capaz
de proporcionar impactos consideráveis para as regiões em que se
encontram.
42 Direito Ambiental

Diante disso, entre as opções atuais, aquela que causa menos


danos ao meio ambiente é a energia solar, abundante e inesgotável. Ela
pode ser utilizada em todo mundo, sendo que, em algumas regiões, como
no Nordeste do Brasil, o desempenho dessa energia seria melhor em
razão do clima da região. O problema associado a essa fonte alternativa
de energia está no fato de que seu custo ainda é alto, dificultando o
acesso. Porém, especula-se que, em alguns anos, esses cenários serão
modificados. Dessa maneira, os domicílios, as pequenas empresas e
investidores passarão a fazer uso desse meio de energia sustentável.

Outras Inovações Tecnológicas Sustentáveis


Outro exemplo de fonte de energia sustentável é o uso de
biocombustíveis, já que os danos promovidos pela queima desses
tipos de combustíveis causam menos impactos à camada de ozônio
do que aqueles gerados pela queima de gasolina, por exemplo. Assim,
o uso do etanol é incentivado, já que a cana de açúcar, matéria-prima
do biocombustível em questão, é uma fonte renovável que, quando
queimada, não produz CO2, já que faz uso desses gases durante o seu
crescimento, fabricação e utilização do combustível.

Por sua vez, o tratamento da água também tem sido objeto do


uso das tecnologias, em busca de que ele seja efetuado de forma mais
consciente e gerando menos poluição para o meio ambiente de onde
a água é retirada, à medida que uma água de boa qualidade para o
consumo humano é produzida e distribuída.

Além disso, configurações responsáveis por determinar o horário


em que as lâmpadas serão ligadas e desligadas, instrumentos que
tornem as casas inteligentes a partir do uso de tecnologias que reduzem
o consumo de energia elétrica, chuveiros que se desligam depois de um
tempo determinado de uso com o intuito de reduzir o consumo de água
e tantos outros equipamentos que estão sendo implementados ou que já
estão até mesmo em uso são considerados como avanços imprescindíveis
para que a tecnologia seja vista como benéfica para o desenvolvimento
sustentável.
Direito Ambiental 43

O Lado ruim da Relação Tecnologia e


Meio Ambiente
No tópico anterior, foram apontadas algumas das principais
maneiras por meio das quais as tecnologias podem ser usadas com o
intuito de melhorar a qualidade do meio ambiente, tendo como foco a
redução dos impactos negativos e dos danos promovidos. Contudo nem
tudo que se refere ao elo estabelecido entre meio ambiente e tecnologia
pode ser entendido como positivo para o setor ambiental.

Assim, mesmo levando em consideração os diversos benefícios


que podem ser proporcionados pelas inovações tecnológicas, ainda
existem muitos pontos negativos que acabam sendo produzidos,
principalmente no que se refere à conservação e à preservação do meio
ambiente, já que, a depender da maneira com que se dá a produção
tecnológica e da forma com que esses produtos e serviços são utilizados,
danos consideráveis podem ter como resultado a degradação do meio
ambiente, o esgotamento dos recursos naturais, e consequentemente a
redução da biocapacidade presente no planeta Terra, levando em conta o
aumento de resíduos e a emissão de poluentes.

Isso ocorre porque a tecnologia ainda é capaz de causar danos


ao meio ambiente, já que pode ser responsável por aumentar o índice
de poluição do ar, da água, de poluição térmica e sonora, além de
poder aumentar a produção de resíduos, já que, para que os produtos
sejam produzidos, as fábricas acabam gerando grandes quantidades
de resíduos que não são eliminados de forma correta. Além disso, a
produção de produtos como baterias, por exemplo, acaba fazendo uso de
alguns metais preciosos, o que pode gerar o seu esgotamento, além dos
recursos renováveis que acabam sendo contaminados ou usados mais
rapidamente do que o período destinado a sua renovação.

É bom destacar, ainda, que os problemas causados pelas tecnologias ao


meio ambiente não estão relacionados apenas ao momento de sua produção,
tendo em vista que envolvem ainda o período de sua utilização e descarte. Um
exemplo que pode ser citado são os carros, já que, além de gastarem e de
prejudicarem o meio ambiente durante a sua fabricação, acabam causando
danos ao setor ambiental durante seu uso, levando em consideração a queima
de combustível e a produção de gases do efeito estufa.
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Outro exemplo são os celulares que acabam sendo usados por


alguns anos e, depois de um dado período, acabam sendo trocados
por outros mais atualizados, troca essa promovida pela indústria do
consumismo. O que acontece é que a maioria das pessoas não faz o
descarte adequado dos smartphones antigos, fato que promove danos
ao ambiente em razão da composição desses aparelhos. Levando em
consideração os dois exemplos, fica bem fácil enxergar como as nossas
ações cotidianas podem promover danos ao meio ambiente e o quão
importante é que as inovações tecnológicas demonstrem preocupação
ambiental e que a sociedade esteja atenta a essas necessidades e se
conscientize acerca do uso adequado do meio ambiente e das tecnologias
em questão. Lembre-se: a mudança começa por você!

Nesse contexto, tenta-se diminuir os pontos negativos com base


na substituição de uma política econômica baseada na poluição por uma
que tenha como foco a economia verde e sustentável, fazendo, assim,
uso de recursos naturais de maneira eficiente e responsável, tanto para
que o desenvolvimento econômico continue sendo mantido, como para
que as exigências e necessidades da população, do mercado, do Estado
e do meio ambiente sejam atendidas, devendo haver harmonia entre os
três setores para que o crescimento de fato aconteça sem que uma área
prejudique a outra.

O grande problema relativo ao uso das tecnologias sustentáveis


está no seu alto custo de implementação e de utilização. Assim, acabam
sendo utilizadas apenas nos países desenvolvidos, mesmo que também
sejam as nações mais poluidoras do mundo.
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RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que as tecnologias trouxeram importantes avanços para
a sociedade desde a sua implementação. Muitas tarefas
que realizamos atualmente em nosso dia a dia seriam
difíceis de serem imaginadas sem a presença dos nossos
aparelhos tecnológicos. Entretanto, para que esses
aparelhos sejam produzidos, é necessário que muitos
danos ao meio ambiente sejam produzidos, de forma que o
setor tecnológico precisa elaborar maneiras de atender as
necessidades sociais, do Estado e do mercado, mas sem
promover danos ao setor ambiental.

Dessa maneira, surge o campo denominado como economia verde,


centrado no desenvolvimento econômico sustentável, nascendo também
a busca pela criação de inovações e de tecnologias sustentáveis. Um
grande problema no que se refere à utilização de tecnologias sustentáveis
relaciona-se com o seu alto custo, o que faz com que apenas pouca
nações tenham acesso a elas. Por isso a maior parte dos problemas
presentes na relação meio ambiente e tecnologia persiste.
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