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Educação em

Direitos Humanos
Unidade III – Metodologia do
Ensino de Direitos Humanos
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autor
MASSARU CORACINI OKADA
O AUTOR
Massaru Coracini Okada
Meu nome é Massaru Coracini Okada, sou formado em Direito
pela Universidade de Gurupi (UNIRG) e especialista em Direito Comercial
e Tributário pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Marabá
(FACIMAB). Atuei junto à Diretoria de Contencioso Administrativo Tributário
da Secretaria Municipal de Gurupi, Estado do Tocantins, à Procuradoria
Geral do Município de Gurupi, Estado do Tocantins, à Diretoria Jurídica
da Agência Tocantinense de Saneamento (ATS) e atualmente trabalho
na Procuradoria Jurídica da Fundação UNIRG, onde atuo como docente
autoral e na advocacia privada. Com experiência prática tanto pela
Administração Pública como na Advocacia Privada, venho com imensa
alegria contribuir com vocês, com o conhecimento adquirido ao longo
da minha vivência e prática profissional. Por essa razão, fui convidado
pela Editora Telesapiens a integrar mais uma vez seu elenco de autores
independentes. Muito contente em participar desta etapa de muito estudo
e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Proposta Metodológica para se trabalhar a Educação em

Direitos Humanos.........................................................................................10

A construção social para educação em Direitos Humanos .............................. 11

Práticas pedagógicas de ensino em direitos humanos....................................... 17

Conhecimento do direito propriamente dito........................................... 20

Fundamentos argumentativos............................................................................ 22

Aplicabilidade prática................................................................................................23

Direitos Humanos no Ensino Fundamental.......................................25

Direitos Humanos no Ensino Médio e na Educação Profissional.....30

Direitos Humanos no Ensino Superior.................................................35


Educação em Direitos Humanos 7

03
UNIDADE

METODOLOGIA DO ENSINO DE DIREITOS HUMANOS


8 Educação em Direitos Humanos

INTRODUÇÃO
Esta unidade foi elaborada com o intuito de trazer a análise e
compreensão da Metodologia Educacional dos Direitos Humanos, nos
pilares da educação fundamental, ensino médio e profissional, bem
como no ensino superior. Para tanto, é imprescindível que você consiga
identificar pontos fundamentais para a aplicabilidade metodológica dos
Direitos Humanos nos segmentos gradativos da educação. Nesse sentido,
iniciaremos a presente unidade, estudando mecanismos e ferramentas
para aplicá-los nos segmentos do ensino fundamental, médio, profissional
e superior. Bons estudos e contem comigo para mais esta Unidade Letiva!
Educação em Direitos Humanos 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso propósito é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o
término desta etapa de estudos:

1. Identificar de propostas metodológicas para se trabalhar a


educação em direitos humanos;

2. Definir os direitos humanos no ensino fundamental;

3. Definir os direitos humanos no ensino médio e na educação


profissional;

4. Definir os direitos humanos no ensino superior.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho!
10 Educação em Direitos Humanos

Proposta Metodológica para se trabalhar


a Educação em Direitos Humanos

INTRODUÇÃO:

Ao término desta competência, você terá a capacidade


de apresentar propostas metodológicas para exercer as
atividades referentes à educação em direitos humanos.
É impreterível que você tenha tato na aplicação da
disciplina. Compreenderemos a diversificação dos níveis na
educação no sistema brasileiro de educação, bem como
a necessidade da aplicação correta em cada nível. Além
disso, o profissional de educação necessita da expertise
para que consiga conectar a linguagem e as informações
pertinentes aos receptores em cada nível. Aqui notaremos
que já não basta simples e puramente deter o conhecimento
e sim, a técnica em transmitir de forma pontual o conteúdo
trabalhado.

Serão abordados estudos com base na Constituição Federal,


Legislação Ordinária, Plano Nacional de Educação em Direitos
Humanos, material de apoio do Ministério da Educação e Cultura (MEC),
bibliografia pertinente à educação em direitos humanos e vivência social
contemporânea.

Será com base neste conteúdo que passaremos a identificar,


compreender e aplicar a educação em direitos humanos nas etapas
educacionais do sistema brasileiro, com a finalidade de buscar uma
sociedade cada vez mais tolerante, justa e democrática, possibilitando
que os cidadãos vivam em harmonia.

Vale destacar que a presente unidade será baseada no estudo


da educação formal do sistema brasileiro de educação, com ênfase na
educação em direitos humanos. Em apertada síntese, serão abordadas
temáticas voltadas ao mecanismo da educação formal em formar cidadãos
cada vez mais sintonizados para melhorias sociais em sua prática.
Educação em Direitos Humanos 11

E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então


vamos lá. Avante!

A construção social para educação em


Direitos Humanos
Temos a máxima no Direito, sendo uma ciência social aplicada,
acompanhando assim a evolução da sociedade e buscando enxergar
e tratar da solução conforme precisão pontual social em cada uma de
suas submatérias. Seguindo essa linha, a educação em direitos humanos
não é estranha à esta realidade. Sabemos que uma sociedade em
seu crescimento anseia por amparo de direitos e deveres aplicáveis à
realidade do momento. A multidiversidade de culturas miscigenadas
produz definições e valorações de necessidades sociais a todo momento.

Para ilustrar o preceito acima apresentado, percebemos a constante


alternância constitucional do sistema brasileiro. Desde a primeira
Constituição Brasileira, no período imperial (outorgada em 1824), até a
Carta Cidadã atual (promulgada em 1988), ou seja, em 164 anos, tivemos
em vigência sete constituições.

NOTA:

Temos como forma de classificação da constituição acima


descrita as promulgadas e outorgadas. Em síntese, por
promulgadas entendemos como aquelas oriundas de um
processo democrático envolvendo a manifestação direta
ou indireta da população. Por outorgada, compreendemos
como forma de imposição do representante maior do
executivo.

Ainda sob a Constituição Federal atual, desde a sua promulgação


até a presente data, tivemos ao todo seis Emendas Constitucionais de
Revisão e 104 Emendas Constitucionais Ordinárias. Em ambas as formas
de alteração da constituição, as emendas de revisão ordinária possuem a
finalidade de alterar a constituição de acordo com a necessidade. Podem
ser de forma mais simples ou mais rígida.
12 Educação em Direitos Humanos

Temos ainda, dezoito códigos, normas em lei de um mesmo ramo


do direito desde 1950 com o código comercial a 2015 com o Código de
Processo Civil, leis ordinárias, leis complementares, decretos, estatutos,
medidas provisórias e afins como fontes normativas do sistema brasileiro,
que regulam a relação jurídica fática da sociedade, passíveis de alterações
e revogações de forma mais simples que a constitucional.

Além do mais, possuímos as leis Estaduais e Municipais que


regulam de forma própria, complementar e subsidiária a relação social,
contemplando o regramento jurídico fático da população brasileira.

Contudo, nem sempre as legislações são próprias para seu tempo,


necessitando de adequações para melhor regular a relação social vivida
no momento.

NOTA:

As leis ordinárias, complementares, decretos, estatutos


possuem condição de elaboração e alteração diferenciada
da Constituição Federal. Conseguem ser implantadas e/
ou alteradas de forma menos rígida. Contudo, devem
obrigatoriamente respeitar os preceitos constitucionais
sob o risco de ser rejeitado na proposta legislativa ou
posteriormente declarada inconstitucional pelo sistema
judiciário.

Percebemos, nesse diapasão, que o Direito como ciência social


busca constantes evoluções de acordo com as necessidades sociais
atuais. As leis, os dogmas e os costumes vivenciados não imutáveis,
sendo passíveis de alterações e/ou adequações de acordo com a
evolução social. Nesse sentido, não poderia o direito, mais precisamente
a educação em direitos humanos, ficarem alheios a esta condição.

Por essa razão, é apresentada no introito desta competência como


sendo esta disciplina flutuante e flexível com a finalidade de sempre estar
buscando as adequações sociais como forma máxima de vivência social.
Educação em Direitos Humanos 13

Nesse sentido, a educação em direitos humanos consiste na


compreensão de uma sociedade em constante construção e evolução,
para que, conjuntamente com diversos setores (Sociologia, Antropologia,
História, Ciências Políticas e afins) possam ser identificadas as necessidades
de amparo social como forma coletiva e dos indivíduos isoladamente.

Além do mais, somente é possível identificar a metodologia de


ensino, caso o profissional vislumbre a real essência da construção social,
refletindo em constantes necessidades que cada indivíduo precisa na
vida social.

Por essa razão, constrói-se a educação em direitos humanos na


união da interdisciplinaridade com a finalidade de atender de forma ampla
e completa as necessidades sociais a serem aplicadas aos cidadãos.

Para tanto, o Professor Douglas Cesar Lucas, comenta:

[...] os direitos humanos, na posição de universais não homo-


geneizadores, precisam justamente reconhecer a existência
de uma moralidade que impõe reciprocidade de comporta-
mentos a todos os indivíduos e instituições como condição de
possibilidade para serem freadas as diferenças que conduzem
à desigualdade excludente ou, mesmo, à homogeneização
que inviabiliza o aparecimento das diferenças comuns à hu-
manidade do homem. [...] (LUCAS, 2010, p. 61)

Nesse contexto, é possível iniciar a compreensão quanto ao papel da


educação como um instrumento de comprometimento com a sociedade,
a fim de possibilitar a promoção mais justa, igualitária e perene.

Atualmente vivemos em uma sociedade cada vez mais egoísta,


incompreensível e irracional no que se refere ao respeito social, às
diferenças de indivíduos, aos pensamentos e aos credos. Sentimos na
pele que a sociedade carece de uma harmonização de ideias não no
sentido de todos pensarem da mesma maneira, mas de compreensão
em distinguir que ideias distintas não fazem pessoas conflitantes, mas
pensadores.
14 Educação em Direitos Humanos

Rotineiramente, nos deparamos nos noticiários com relatos


de intolerância de gênero, de religião, de filosofia e de ideias. São
comportamentos altamente nocivos à sociedade e diretamente ao
indivíduo, pois passa a segregar cada vez mais os competentes de uma
sociedade, criando-se subdivisões sociais de forma negativa.

Não raras às vezes, tais episódios são provocados por conflito


de convicção, preconceito, segregação e radicalismo de determinado
grupo. São atos que causam repulsa social. Contudo, atualmente pouco
é trabalhado para conter tais atos, restando somente à população, não
generalizando, se reservar tão somente no espanto, sem políticas públicas
eficazes para o combate de tais atos intolerantes.
Figura 1 - Intolerância de gênero

Fonte: Freepik

Os episódios de intolerância junto à sociedade podem ser desde


um ato de notória repercussão ou de pequena repercussão. O que não
diferencia o seu resultado, que pode levar a graves lesões aos cidadãos
que sofrem com represálias diante de suas convicções.

A não aceitação de convicções alheias às similaridades de


determinados grupos, podem muitas vezes causar um transtorno tanto
individual, como coletivo. Vivemos em um momento em que as doenças
psicológicas vem tomando espaço e ganhando notoriedade e podemos
Educação em Direitos Humanos 15

atribuir tais problemáticas às intolerâncias de ideias causadas por grupos


sociais.

Segundo matéria publicada pela revista online Fórum, no quesito


intolerância religiosa, podemos citar alguns exemplos do reflexo da
intolerância em face do indivíduo e também de um grupo social, vejamos:

Em setembro do ano passado (2014), um aluno da Escola


Municipal Francisco Campos, no Grajaú, Zona Norte do Rio, foi
barrado pela diretora por usar guias de candomblé por baixo
do uniforme, além de bermuda e boné brancos, que faziam
parte de um processo de iniciação à fé. Depois de relatar
casos de humilhação diante dos colegas, ele ficou um tempo
afastado e decidiu mudar de colégio. (FÓRUM, 2014)

Ainda, nesta pesquisa, há uma constatação de altíssima relevância


trazida pela jornalista Denise Carreira, na Relatoria Nacional para o Direito
Humano à Educação da Plataforma DHESCA, in verbis:

[...] a intolerância religiosa nas instituições de ensino é um


problema grave e ainda invisível para as autoridades e a
sociedade como um todo. Ela destaca o despreparo dos
profissionais para lidar com a questão e afirma que as principais
vítimas de preconceito são os adeptos das religiões de matriz
africana, como candomblé e umbanda. (FORUM, 2014)

Nesse prisma, ressaltamos que somente pela correta educação em


direitos humanos, compreendendo a construção e evolução da sociedade
em que vivemos, seremos capazes de compreender um convívio social
em harmonia, respeitando os interesses individuais e coletivos. É neste
momento que percebemos as necessidades sociais e compreendemos
a essência da educação em direitos humanos e que iniciamos o traço
da metodologia pedagógica nos diferentes níveis da educação com a
finalidade de alcançar a efetividade do plano.

Sabendo que as escolas são o ambiente de formação, construção e


lançamento do indivíduo apto à convivência social, é o momento para ser
trabalhada a metodologia pedagógica ao nível de educação pertinente.
Aqui não se falará jamais em unificar pensamentos e homogeneizar
16 Educação em Direitos Humanos

ideologias, mas sim, esclarecer aos cidadãos e alunos a tolerância e o


respeito quanto à diversidade de ideias, culturas e ideologias que cada
um carrega em si como bagagem cultural, histórica e familiar.

Sob o tema, Lucas (2010) comenta corroborando nesse sentido que


“[...] afastar a diferença é ao mesmo tempo negar as possibilidades do
entendimento humano tratar daquilo que, por sua moralidade, pode ser
universalizado [...]” (LUCAS, 2010, p. 61).

É enfatizado, nesse sentido, que a Educação se torna ferramenta


imprescindível para alterar a situação social atual. Percebemos que
a forma mais incisiva de corrigir uma sociedade intolerante é por meio
das bases educacionais em todos os estágios, primando pela educação
básica.

A educação, a tolerância e a compreensão possibilitam ao cidadão


exercitar o respeito ao próximo, jamais abdicando das suas convicções,
mas, possibilitando-o conhecer outras visões que possam complementar
seu pensamento ou por choque no sentido de buscar maior reflexão e
informações quanto às temáticas eventualmente discutidas. Aqui o ideal
é afastar o absolutismo de uma verdade ilusória.

Corrobora com entendimento o Professor Paulo Freire: “[...] a


liberdade é concebida como horizonte final do destino do homem, mas
por isto mesmo só pode ter sentido na história que os homens vivem [...]”
(FREIRE, 1982, p. 7).

Portanto, conclui-se o início do entendimento quanto à importância


da educação em direitos humanos na educação formal do sistema
brasileiro. É mediante a disciplina que se inicia a construção do caráter
do indivíduo, refletindo em uma estruturação social cada vez mais justa e
caminhando à perfeição.

Dessa forma, avançamos à primeira etapa deste módulo, em


identificar a construção e evolução social, compreender que, a educação
torna-se o viés para a adequação de valores e comportamentos da
multidiversidade social, passando adiante para o estudo dos mecanismos
pedagógicos para aplicação prática nos diversos níveis educacionais com
a finalidade almejada.
Educação em Direitos Humanos 17

Práticas pedagógicas de ensino em direitos


humanos
Conforme estudado anteriormente, compreendemos a educação
em direitos humanos como sendo o instrumento de construção intelectual
de indivíduo, para que se habilite a convivência e harmonização aos
quesitos de princípios, atitudes, ideologia e crenças em sociedade.

É mediante a educação em direitos humanos que possibilitamos


determinados indivíduos, dotados de suas convicções, filosofias e
pensamentos a viverem de forma equilibrada e harmoniosa em sociedade
com outros indivíduos que possuem pensamento conflitante aos seus.

Contudo, para que a educação em direitos humanos tenha sua


eficácia valorativa, é necessário que os profissionais atrelados a essa área
demandem práticas pedagógicas pertinentes à formação intelectual dos
receptores da informação. A metodologia, nessa prática pedagógica,
é a ferramenta fundamental para buscar êxito na construção de uma
sociedade mais justa e tolerante a divergências e conflitos de ideias.

Nesse sentido, é importante que o profissional que esteja


desenvolvendo atividades na educação em direitos humanos (seja ela
nas áreas da educação básica, fundamental, profissional ou superior),
esteja devidamente adequado para que envolvam o público-alvo com
as metodologias pedagógicas eficazes para início da construção e
fomentando o desenvolvimento cognitivo intelectual de seu público-alvo.

Diante disso, ressaltamos os questionamentos apontados por


Padilha (2005, p. 169):

[...] como alguém que não se respeita, que não respeita os


seus próprios direitos, que às vezes nem os conhece e que
não sabe defendê-los, poderia ensinar outro alguém sobre o
exercício de algum direito ou sobre qualquer outro conteúdo
de forma crítica e emancipadora? Ou como alguém que está
desacostumado a ser ético e agir, socialmente com justiça?
Ou, ainda, como um professor que se deixa vencer pela rotina,
por mais dura que possa ser, pode contribuir para a formação
18 Educação em Direitos Humanos

de sujeitos que exerçam plenamente a sua cidadania e saibam


defender os seus direitos civis, sociais e políticos? (PADILHA,
2005, p. 169)

É necessário que exista uma interação entre os participantes. Cada


grau de ensino possui seu público-alvo e a metodologia correta a ser
aplicada. Contudo, a essência da educação em direitos humanos é a
percepção conjunta dos envolvidos com a finalidade não simplesmente
de formar técnicos estáticos, mas cidadãos que desenvolvam a empatia
com os demais e seus posicionamentos. Compreender que a verdade não
é absoluta e sim uma ideia em debate como caminho a ser trilhado ao fim
de um debate propositivo.

Complementa tal compreensão a lição de Dias e Porto (2010, p. 50):

[...] deve adquirir, na sua formação, a capacidade para lidar


com as diversidades socioculturais na escola, visando a
superação dos processos discriminatórios e de exclusão social,
e consequentemente, à promoção de inclusão, é possível fazer
uma aproximação qualificada entre a educação em direitos
humanos e a formação do pedagogo (DIAS; PORTO, 2010, p. 50)
Figura 2 - Grupo de apoio

Fonte: Wikicommons
Educação em Direitos Humanos 19

Diante desse cenário, temos um importante instrumento denominado


Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH), que nos traz
os objetivos e linhas gerais de ação no ensino em direitos humanos na
Educação Básica e Superior, bem como na educação não formal.

São nestes tópicos iniciais que o Plano Nacional de Educação em


Direitos Humanos (PNEDH), traz ao conhecimento do leitor suas diretrizes.
Temos, inicialmente, como objetivo do Plano Nacional de Educação em
Direitos Humanos (PNEDH), enraizar e propagar a educação em direitos
humanos como ferramenta preponderante para a construção de uma
sociedade democrática e harmônica.

Ainda, nas linhas gerais de ação, percebemos as medidas


necessárias para que os objetivos sejam alcançados, não somente isso
mas, como de fato e de forma eficaz a educação em direitos humanos
pode se tornar uma ferramenta que possibilite a melhora da situação
social com a finalidade almejada.

SAIBA MAIS:

Para saber mais leia o Plano Nacional de Educação em


Direitos Humanos (PNEDH), especificamente, o tópico
referente aos objetivos gerais e linhas gerais de ação
do mesmo no ensino em direito humanos na educação
básica e superior e ainda, na educação não formal. Esta
leitura é imprescindível para seu aprendizado. Acesse:
http://bit.ly/2TAwhB7.

Podemos extrair do documento no campo que pertence ao nosso


estudo, a educação básica e superior. Atualmente, entende-se como
metodologia pedagógica eficaz a ser trabalhada em busca do resultado
almejado na educação em direitos humanos que possuem alguns pilares,
tais como:

a. Devido ao conhecimento quanto aos direitos propriamente ditos.

b. Construção de fundamentos argumentativos.

c. Aplicabilidade prática em sociedade.


20 Educação em Direitos Humanos

São mecanismos, em apertada síntese, que promoverão os objetivos


gerais do Plano Nacional de educação em direitos humanos, mediante
as linhas gerais de ação, todos moldados conforme o nivelamento
educacional que o trabalho será exercido, bem como com o público-alvo
identificado. Sob os três pilares acima, o Plano Nacional de Educação em
Direitos Humanos (PNEDH) nos traz sete subdivisões quanto às linhas
gerais de ação, conforme leitura obrigatória.

Portando, o profissional que lida com a educação em direitos


humanos necessita de aptidão para a condução do conteúdo mais
voltado para o cenário de mediação e não somente de aplicador da
matéria puramente. Assim, Dallari (2004) compreende o entendimento
apresentado:

Os professores têm, assim, uma responsabilidade e um poder


muito grande na transmissão e promoção desses valores, uma
vez que dispõem da possibilidade de influir para a correção de
vícios históricos e distorções profundamente injustas. Assim
podem dar valiosa contribuição para a formação de uma
nova sociedade, em que a dignidade humana seja, de fato,
o primeiro dos valores e, a partir daí, as pessoas se respeitem
reciprocamente e sejam solidárias umas com as outras.
(DALLARI, 2004, p. 42)

Por fim, compreende-se a metodologia fundamental para o


desenvolvimento de determinado indivíduo, pela educação em direitos
humanos, independentemente de seu momento, para habilitação ao
convívio social próximo ao ideal almejado.

Conhecimento do direito propriamente dito


Aqui é o momento em que o profissional vinculado ao ensino
em direitos humanos precisa dotar de conhecimento do conteúdo
programático adequado para que seja transmitido para os receptores que
buscam a sua qualificação e desenvolvimento enquanto cidadãos.

Não somente isso, mas o profissional precisa conhecer e


compreender a sociedade como um sistema dinâmico e mutável. A
Educação em Direitos Humanos 21

partir daí estar apto e possuir condições de gerenciamento de crise em


eventuais momentos de choques e embates entre cidadãos seja onde for,
desde a educação fundamental até na prática de fato social.

Sob essa ótica, é necessário que o profissional possua três pilares


trabalhando em conjunto, ou seja, possua alinhamento equilibrado entre
a sua capacidade técnica acadêmica como cientista da área, possuindo
multidisciplinariedade para que possa abordar de forma eficaz o conteúdo
de direitos humanos sob uma perspectiva macro.

Importante ressaltar e ratificar que o profissional que trabalha com


educação em direitos humanos precisa de aprofundamento no seu
trabalho prático e acadêmico. Necessário que tenha a sensibilidade de
compreender a sociedade e suas necessidades e nesse diapasão instruir
os tutelados, sem alteração de sua essência, mas possibilitando-os à
convivência social.

Ainda, o responsável pela administração de tal conhecimento deverá


ter a ferramenta de aplicação teórica em ambiente. Possuir capacidade
suficiente de transpassar o conteúdo teórico para os que se encontram
envolvidos no processo de aprendizado, lapidação e crescimento como
indivíduo.

Aqui, nos deparamos com duas linhas gerais de ação, que visam
o fortalecimento normativo e institucional, bem como a produção de
informação e conhecimento.

Necessário que existam políticas públicas voltadas à educação em


direitos humanos, assim como legislações que corroborem cada vez mais
com as inclusões sociais e afastem quaisquer condições de desigualdade,
sejam elas por quaisquer razões diversas.

É por esse mecanismo que iniciamos a construção do saber, o


conhecimento técnico e de vivência. Construindo normativas com eficácia
capazes de pôr efeito ao comando e ao fomento de uma construção de
conhecimento para os cidadãos.

Por fim, os complementos harmônicos dos pilares versam quanto


ao conhecimento de causa ou também o conhecimento experimental.
22 Educação em Direitos Humanos

Aqui é o ponto crucial, que demonstra o profissional mediante capacidade


curricular, expertise pedagógica, carga experimental que carrega sobre o
tema, derivações e aplicações práticas.

Tendo harmonicamente esses pilares, o profissional da educação


em direitos humanos avança para a eficiência de sua metodologia, a fim
de alcançar o resultado pretendido.

Fundamentos argumentativos
Este é o momento fundamental para formar o indivíduo para se
tornar um crítico moderado, em respeito às demais convicções sociais
sem que permita ao mesmo que ingresse em conflitos intolerantes e que
gerem eventuais conflitos sociais.

O profissional que atua em educação em direitos humanos, depois


de identificar a natureza evolutiva social, bem como ao apresentar
pedagogicamente o conteúdo de forma dinâmica, entrelaçando os pilares
do entendimento acadêmico da metodologia de repasse educacional
e pela experiência já vivida, possui o compromisso de lapidar e polir
o indivíduo para que, dentro de suas convicções, tenha argumentos
convincentes e justos para o enfrentamento de um debate propositivo.

O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH)


nos traz dois mecanismos que fomentam a construção argumentativa
dos envolvidos independente do grau de ensino, sendo: produção e
divulgação de materiais e pela formação e capacitação de profissionais.
Neste momento, em cada degrau de ensino no sistema brasileiro, são
traçadas estratégias para fomentar o cidadão a possuir fundamentação
em suas argumentações, com a finalidade de possuir subsídios para
sustentar um debate propositivo em busca de uma sociedade mais
democrática, abstendo-se de mero achismo.

Reitera-se aqui que a fundamentação argumentativa possui o


condão de fortalecer com argumentos sólidos as convicções dos cidadãos
e jamais tendo como motivação a unificação de ideias. Assim, entre as
etapas de construção da ideia, nos deparamos nesse pilar fundamental
que é a formação da solidez da argumentação.
Educação em Direitos Humanos 23

Nesse momento, o profissional necessita de um domínio teórico e


aptidão de adaptação de sua metodologia conforme as situações. O papel
do profissional aqui é de direcionar e preparar o cidadão para defender
suas convicções, ao passo paralelo de aceitar os fundamentos das
convicções alheias. É basicamente entregar as condições básicas para
que indivíduos possam debater em defesa e apresentar contrapontos
de pensamentos sem ocasionar discussões de cunho negativo, partindo
para o debate propositivo e construtivo.

Por esse pilar que armamos os cidadãos como formadores de


opiniões qualitativos. Nesse momento é que iniciamos a mudança e
recuperação social atual. É a partir de indivíduos capazes de formar
ideias e opiniões que será possibilitada uma sociedade cada vez mais
democrática e harmoniosa.

Necessário não somente apoiar a diversificação de pensamentos,


crenças ou ideológicas mas, munir o indivíduo da capacidade
argumentativa quanto ao que defende e integra como valores, princípios
e normas.

Aplicabilidade prática
Aqui está a etapa fundamental no que tange à educação em
direitos humanos. É a compreensão de que por esta ferramenta, será
demonstrada de fato o início da transformação da realidade de defesa
dos direitos humanos entre indivíduos em sociedade. É nesta etapa que
o profissional precisa ter a noção de uma abordagem macro e real das
condições sociais e dos indivíduos que serão o público-alvo.

Torna-se essencial que na demonstração da aplicabilidade prática


da educação em direitos humanos, tenha-se a visão de que seja abordada
toda a interdisciplinaridade com o fito de alcançar o resultado almejado,
que é a formação e construção de um indivíduo cada vez mais formador
de opinião e harmônico em convívio social.

Necessário aqui distinguir o mero assistencialismo para a aplicação


prática das políticas públicas em Direitos Humanos. O primeiro, conceitua-
se em controle de determinado grupo, mediante breve favorecimento a
24 Educação em Direitos Humanos

uma necessidade iminente. Já a segunda, é de fato o mecanismo efetivo


para alteração de determinado quadro social, em busca do resultado
efetivo para melhorias de um grupo determinável ou não.

Aqui apresentamos o grupo determinável ou não como sendo


um grupo de pessoas indetermináveis. Contudo, que são ligados a
uma circunstância social de fato e de direito. Apresentamos como
exemplificação, grupos sociais que buscam melhorias na liberdade
religiosa, cultural e histórica.

Para tanto, as etapas anteriores necessitam estar arrojadas no


estudo e metodologia pedagógica para que esse último quesito surta os
devidos efeitos. Será nesse ponto que o profissional independente da área
de educação que esteja atuando, impactará o sujeito na compreensão
prática da educação em direitos humanos. Superado o momento da auto
compreensão, do conhecimento teórico e do conhecimento pedagógico,
o profissional alcançará a árdua e finalística etapa da aplicabilidade prática
da educação em direitos humanos aos receptores.

São as linhas gerais apresentadas como ação no Plano Nacional de


Educação em Direitos Humanos (PNEDH), sendo compreendidas como:
gestão de programas e projetos e avaliação e monitoramento, onde serão
aplicadas de fato as propostas de uma maneira mais incisiva e objetiva
com a finalidade de transformação social sob uma ótica mais democrática
e justa.

RESUMINDO:

Compreendemos pela presente competência, os


instrumentos, os objetivos gerais e as linhas gerais de ação
de um plano nacional de educação em direitos humanos
com ênfase na transformação da sociedade de uma
forma mais justa e democrática. Busca-se a imersão do
cidadão em um estudo mais humano e de empatia voltada
diretamente à sociedade. E isso sendo possível mediante a
educação em seus diversos níveis.
Educação em Direitos Humanos 25

Direitos Humanos no Ensino Fundamental

INTRODUÇÃO:

Pela presente competência, serão abordados os marcos


iniciais para mudança de uma sociedade viciada e intolerante.
É por meio da educação fundamental, onde a criança passa
a ter seu primeiro contato social, que é iniciado o trabalho de
lapidar o cidadão para a vivência social.

É nesta etapa que serão trabalhadas as diferenças e as habilidades


de conviver harmonicamente nesta realidade de choque de ideias e
opiniões. Além do mais, será trabalhado o conflito entre o resultado e
capacitação face à demanda capitalista e a demanda democrática social.
O contraponto em formar não somente um competidor e sobrevivente,
mas sim, conjuntamente formando um cidadão com consciência e
responsabilidade social.

Na realidade brasileira, o ensino fundamental é a etapa integrante


da educação básica, ou seja, uma etapa de ensino atrelada à educação
escolar de crianças e adolescentes. O ensino fundamental, nesse sentido,
é parte do sistema de ensino brasileiro que é regulamentado por órgãos
superiores, sendo o Ministério da Educação, as Secretarias Estaduais de
Educação, as Secretarias Municipais de Educação e os demais conselhos
como o Conselho Nacional de Educação e o Conselho Estadual de
Educação.
Figura 3 - Ensino Fundamental

Fonte: Freepik
26 Educação em Direitos Humanos

Para possibilitar o início desse processo gradativo de evolução


educacional e para compreender a recuperação social, temos a figura do
Estado regulamentando e resguardando os indivíduos quanto ao acesso
à educação. Não obstante a isso, com a evolução social e com a flagrante
necessidade de formação qualitativa de cidadãos, foram implementadas
políticas públicas voltadas à educação em direitos humanos.

Inicialmente, possui previsão constitucional, conforme a Constituição


de 1988 em seu art. 205 e 208 e incisos, o direito a todos os cidadãos
com a finalidade de desenvolvimento e preparação para a cidadania, bem
como, a competência abrangida pelo Estado, vejamos:

[...]Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e


da família, será promovida e incentivada com a colaboração
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho.

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado


mediante a garantia de: I - educação básica obrigatória e gratuita
dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos, assegurada inclusive
sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso
na idade própria; II - progressiva universalização do ensino
médio gratuito; III - atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino; IV - educação infantil, em creche e pré-
escola, às crianças até 5 (cinco) anos; V - acesso aos níveis
mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino
noturno regular, adequado às condições do educando; VII -
atendimento ao educando, em todas as etapas da educação
básica, por meio de programas suplementares de material
didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde
[...]. (BRASIL, Constituição de 1988, art. 205 e 208)

É regulado ainda, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional (LDB Lei Nº. 9.394/96), tendo especificamente estampado em
Educação em Direitos Humanos 27

seu art. 4 item I, o dever do Estado quanto à educação, corroborando com


o dispositivo constitucional.

NOTA:

Deparamo-nos com normas de repetição obrigatória. Nesse


sentido, a Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional,
no momento em que passa a disciplinar especificamente
sobre a temática, introduz a essência da norma geral
constitucional em seu texto, para que haja a harmonia
legislativa. Caso contrário, poderia eventualmente ser
objeto de ação direta de inconstitucionalidade.

Não necessariamente a regulação legislativa quanto à educação


possibilita ao Estado amparar na formação de cidadãos aptos a conviver
em sociedade de forma democrática. Pensando nesse sentido, foi
implementado além da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos como forma de
política pública para qualificar os cidadãos já amparados pela tutela
estatal quanto à educação.

Falamos aqui na formação qualitativa do cidadão para que, de


fato, possa conviver em sociedade da forma mais adequada possível,
valorizando princípios e preceitos capazes de alavancar uma sociedade
mais tolerante e justa. Não se fala mais em formar alunos classe A e sim
cidadãos conscientes quanto à comunidade em que vivem, à sociedade a
que fazem parte e às famílias que os compõem.

O Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH) foi sendo alterado


nos anos seguintes. Com a implantação do mesmo, a educação brasileira
saltou no que tange à inserção de políticas públicas que permitem a
formação de uma sociedade mais harmônica face à diversidade cultural,
social, religiosa e de ideologias.

Percebemos a tamanha importância da educação fundamental no


sistema educacional brasileiro e mais ainda, a importância da implantação
da educação em direitos humanos nessa etapa. Vejamos que a escola é o
primeiro contato do indivíduo com a variedade cultural e social. É nesse
28 Educação em Direitos Humanos

momento que inicia a vida do indivíduo nas relações pessoais, sociais,


culturais, credos e de demais diversificação de opiniões.

Ainda, por ser o primeiro contato do indivíduo, o choque de realidade


é grande e, nesse momento, vemos a importância de se iniciar a formação
intelectual e tolerante do indivíduo, a fim de que possa gradativamente
construir a concepção de diversidade de ideias, muitas vezes alheias às
suas convicções e, portanto, ter condições de socializar diante dos conflitos.

Busca-se, nesse momento, estabilizar a criança e o adolescente


quanto às divergências culturais, familiares e históricas existentes entre
a diversidade de integrantes de determinada escola. Compreendendo
essa condição, passará à etapa de formação de um indivíduo tolerante e
compreensível, sem afetar sua convicção.

Jamais será o foco da educação em direitos humanos privar a criança


e o adolescente em sua fase inicial na escola de suas convicções ou
homogeneizar suas ideologias e filosofias. Nessa etapa fundamental, passa-
se à identificação de suas ideias através do meio que cada qual convive e
a partir daí cria-se um ambiente harmônico, porém não unificado. Será o
início da criação da ideia de convívio em uma sociedade heterogênea de
cultura, história e pensamentos unificada no respeito e tolerância.

Necessário que se crie a ideia de que é no meio das diferenças que


se constroem os relacionamentos e relações interpessoais para melhor
convívio social. Cabe afastar aqui a unanimidade das convicções e buscar
as discussões teóricas e de pensamentos.

Nesta etapa, de acordo com o Plano Nacional de Educação em


Direitos Humanos compreendido como marco inicial da educação básica,
o aprendizado vai muito mais além do que uma simples formação técnica
disciplinar, visa o atendimento e crescimento de uma finalidade social,
formando a criança e o adolescente para um convivo social de forma mais
democrática.

Existe hoje um grande enfrentamento face à educação pública


e particular. Notoriamente, percebemos na educação pública o Estado
atuando em uma educação social, formador do cidadão com caráter
apto ao convívio social. Enquanto isso, é resultado almejado na educação
privada o êxito quanto à aprovação em vestibulares e no exame nacional.
Educação em Direitos Humanos 29

Nesse ponto, é necessário que exista a conscientização e força


nas políticas públicas educacionais no sentido de que sejam abordadas
na educação particular questões sociais e a formação e capacitação de
crianças e adolescentes, não somente em êxito em avaliações, mas na
construção da consciência social.

Nesse momento, o profissional da educação em direitos humanos


precisa ser cirúrgico ao iniciar o processo da lapidação do indivíduo na
educação fundamental. A grande missão é iniciar a compreensão da
diversidade de opiniões, a pluralidade de ideias de forma pedagógica e
com a metodologia adequada.

Portanto, nesse momento introdutório do indivíduo em um meio


social, é na escola que a educação em direitos humanos necessita de um
espaço marcante para que possibilite o início da formação de cidadãos
pautados da igualdade, liberdade, respeito e tolerância. Por meio dessa
base é permitido sonhar com uma melhora social.

As razões são pela importância da educação em direitos humanos


na educação fundamental, pois crianças e adolescentes passam nesse
momento a ser indivíduos dotados de direitos e defesa, necessitam
da introdução às noções basilares de cidadania, do convívio social, do
enfrentamento de diversidade de opiniões, da tolerância temática, ou seja,
incisivo na matéria de direitos humanos. É nesse momento introdutório e
embrionário que a educação em direitos humanos inicia seu trabalho para
o caminhar de cidadãos cada vez mais próximos do ideal de um convívio
harmônico em sociedade.

RESUMINDO:

Nesta competência é apresentado o início da construção


de uma ideia. Sabemos que é pela educação que será
permitida a evolução ou alteração do quadro atual da
sociedade. Mais ainda, pela educação fundamental que
lançamos o pontapé inicial. Construímos uma sociedade
mais democrática desde o ingresso prévio de criança em
seu primeiro contato social, a escola. Sendo fundamental
que sejam aplicados os objetivos gerais, os princípios
norteadores da educação em direitos humanos na
educação básica, por meio das ferramentas adequadas.
30 Educação em Direitos Humanos

Direitos Humanos no Ensino Médio e na


Educação Profissional

INTRODUÇÃO:

Almejar uma sociedade mais democrática e harmônica nos


força a desenvolver cidadãos a caminho de uma vivência
cada vez mais madura e tolerante face à diversidade
cultural e social. Diferentemente do ensino fundamental,
na etapa do ensino médio e da educação profissional, o
indivíduo lapidado passa a ser polido para o convívio social.

A primeira etapa nos remete à inserção da educação em direitos


humanos na educação fundamental com a finalidade de iniciar uma
construção. Agora, é necessário que o indivíduo iniciado na metodologia
pedagógica em direitos humanos evolua no sentido de transcender o
aprendizado inicial para que possa de fato passar a aplicar o que aprende
na vivência social propriamente dita.

É no ensino médio e profissional que o indivíduo tende a ter acesso


ao mercado de trabalho e sua capacitação para a inserção laborativa
necessita de um comportamento e olhar mais social, pois passará ao
contato de outro universo social, não somente com aqueles que buscam
o mesmo objetivo educacional mas, agora passa à formação de um
caráter propriamente dito para o convívio social.

O conteúdo contido no Caderno Pedagógico do MEC corrobora


essa compreensão temática, vejamos:

[...] para tanto, é necessário compreender as crianças,


adolescentes e jovens que frequentam a escola como alunos
e estes como sujeitos de direitos, isto é, percebê-los a partir
do seu ponto de vista, com seus interesses, necessidades,
concepções do contexto sociocultural em que se encontram
imersos, com distintos modos de olhar e dar sentido ao
mundo em que vivem por meio de suas ações, pensamentos
Educação em Direitos Humanos 31

e palavras e não apenas do ponto de vista dos adultos [...].


(BRASIL, 2020, p. 16)

É retratado neste caderno pedagógico, mais um exemplo de atuação


Estatal na colaboração e tutela da educação no sistema brasileiro. É nesse
momento que o Estado tende a contribuir, regular e fomentar as políticas
públicas voltadas à educação em direitos humanos, com a finalidade
precípua de buscar melhorias gradativas na sociedade brasileira.

O Estado tem cada vez mais investido e contribuído na formação


de cidadãos de bem e conscientes quanto às condições à sua volta.
Fura-se a bolha criada anteriormente, em tempos não remotos, de que
existia apenas um objetivo lógico no caminhar educacional. Atualmente,
percebemos a importância de formar não somente profissionais, mas
indivíduos responsáveis e preocupados com as condições coletivas.
Figura 4 - Ensino médio

Fonte: Freepik

Nesse momento que o indivíduo é projetado para a vivência social.


A disciplina e o respeito quanto à hierarquia nas escolas de ensino médio e
profissional são amplificados. Sob esta ótica, os profissionais em educação
em direitos humanos mudam sua metodologia que anteriormente seria
mais superficial e introdutória, para de fato, introduzir a conceituação de
normas, a noção de organização escolar como um sistema e a participação
de oficinas com os demais alunos.
32 Educação em Direitos Humanos

No ensino médio e profissional, são fomentados com vigor os


debates relacionados à sociedade, políticas públicas que atendam uma
coletividade ou direito difuso como saúde, educação, meio ambiente,
saneamento, fauna, flora e afins. Diante desse panorama, o profissional
em direitos humanos fomentará a abordagem crítica dos ouvintes para
que passem a imprimir suas próprias opiniões sem deixar de ouvir as
outras opiniões.

O resultado desta discussão é mostrar sob visões distintas os


pontos relevantes sob o mesmo conteúdo e unidos em um objetivo
comum, apresentar propostas de solução de problemas vivenciados de
forma colaborativa.

Nesta etapa, o acompanhamento para a construção do indivíduo


para a sociedade é fundamental. No fim desta etapa educacional, a
criança e o adolescente ascendem para o ensino superior e ao mercado
de trabalho. A equação na formação da educação fundamental e média
torna-se o elo determinante para projeção de um cidadão que terá ou não
condições de uma vivência social harmônica.

Além desta habilidade, o educador precisa paralelamente


trabalhar a criança e o adolescente para a formação vocacional. Não
tornando o indivíduo manco nesse quesito, aliando as duas vertentes
(busca vocacional e aperfeiçoamento de preceitos civilizatórios), são os
resultados almejados para o lançamento do indivíduo para a continuidade
de sua formação social.

Ao mesmo passo que existe a preocupação de não criar


profissionais isolados das causas sociais, existe o receio de não criar
somente um cidadão de valores, mas um cidadão que possua capacidade
e aptidões profissionais que serão lapidadas no Ensino Superior ou na
profissionalização no mercado de trabalho.

Aqui, o profissional necessitará de um manejo para que possibilite


incentivar os adolescentes quanto ao fortalecimento das argumentações
sob suas convicções, bem como conduzir o mesmo adolescente a
compreender a opinião diversa. Face aos debates propostos, com
Educação em Direitos Humanos 33

origem cultural, social e filosófica, os envolvidos passam a surgir com


questionamentos quanto a determinado fato da sociedade.

Um perfeito exemplo disso, em eventual debate escolar sobre o


aborto, casamento homo afetivo ou liberdade de credo, sob o prisma
de um único assunto, poderá ser percebido em diversas posições. Terá
o profissional, neste momento, que apresentar todos os ângulos das
temáticas e, com base no que cada indivíduo traz consigo, tentar construir
sua ideia sobre o tema e conduzir junto ao mesmo um posicionamento
que poderá surtir efeitos positivos para uma coletividade.

Mediante essa metodologia pedagógica, possibilitar ao indivíduo


conhecer o problema social e sob ele apresentar suas crenças, filosofia e
pensamentos, poderá fomentar um debate propositivo entre os envolvidos,
para que, de maneira centrada e equilibrada, possam discorrer sobre o
tema, a fim de uma solução ou quem sabe, nem sempre uma solução é
buscada mas uma compreensão torna-se necessária.

A literatura nos expõe fundamentos quanto a esse raciocínio,


nesses termos:

[...] que as expressões direitos humanos e direitos fundamentais


são frequentemente usadas como sinônimas. Mas, segundo
sua origem e o respectivo significado, podem ser diferenciadas
pelo fato de os direitos humanos serem direitos válidos para
todos os povos e em todos os tempos (dimensão jusnaturalista
universalista), enquanto os direitos fundamentais são os
direitos do homem, ‘jurídico-institucionalmente’ garantidos e
limitados ‘espaço-temporalmente [...]. (CANOTILHO, 1993, p.
517, grifo nosso)

Conforme nos apresenta o autor, não podemos confundir os


dois institutos apresentados, a fim de evitar conflitos de interpretação
e consequente aplicação equivocada dos ideais. Trabalhos aqui
aplicadamente com os direitos fundamentais, no âmbito da educação,
sendo a grosso modo, a ferramenta capaz de aplicar socialmente os
direitos fundamentais contidos na Carta Magna. É aqui que se modula e
se aplica o direito individual para uma vivência social. É a ciência social
34 Educação em Direitos Humanos

que, construindo a ideia de um indivíduo, aplica-a para a estruturação


social de forma organizada e ordenada.

O Estado possui papel fundamental nesse momento pois, de forma


igual ao ensino fundamental, possui o condão de gerir e acompanhar o
cidadão nessa etapa. Nesse sentido, cabe ao Estado a tutela educacional
para os indivíduos com a finalidade de formação social. Lapidar e polir
o cidadão para que viva de forma harmônica e compreensível, a fim de
buscarem solucionar a problemática vivida atualmente.

Contudo, cabe ao Estado proporcionar cada vez mais políticas


públicas voltadas à conscientização social, com a finalidade de
formar cidadãos preocupados com o meio no qual convivem. O Plano
Nacional de educação em direitos humanos e a LDB foram importantes
avanços no caminhar para uma sociedade cada vez mais democrática.
Porém, é necessário que sejam sempre trabalhadas no avançar social
e implementação de políticas em direitos humanos. Atenderá nesse
sentido, os objetivos gerais do Plano Nacional de Educação em Direitos
Humanos (PNEDH).

RESUMINDO:

Visualizamos, pela presente competência, a evolução e a


construção de fato de um cidadão voltado para as práticas
sociais. Vivemos em uma sociedade altamente competitiva,
que deixa princípios e valores de lado para atender a gula do
mercado profissional. Seguindo pelas ações programáticas,
percebemos que o Estado tende cada vez mais a participar
da vida educacional das crianças e dos adolescentes, com a
finalidade de resguardar uma convivência mais harmoniosa
e democrática. É nessa etapa que se inicia a consolidação
de um cidadão que se preocupa com a realidade vivida e
inicia-se o processo para as soluções.
Educação em Direitos Humanos 35

Direitos Humanos no Ensino Superior

INTRODUÇÃO:

Superadas as etapas iniciais na educação que o Estado


proporciona ao cidadão que convive em sociedade,
lapidando e polindo, ou seja, iniciando o indivíduo no
convívio social, bem como em etapa seguinte, formando a
compreensão lógica do cidadão para a vivência social, passa
a educação em direitos humanos a atuar incisivamente no
Ensino Superior, por meio de programas de graduação,
pós-graduação e extensão.

A educação em direitos humanos tem ganhado conotação


imprescindível da matéria no ensino de terceiro grau. Aqui, o cidadão já
inserido, adaptado ao ideal de um convívio democrático e difundida a
ideia de fundamentação argumentativa, passa a aplicar as soluções. Um
ciclo que o cidadão nessa etapa busca aplicar tanto às soluções quanto
às desigualdades sociais.
Figura 5 - Ensino superior

Fonte: Freepik
36 Educação em Direitos Humanos

Nesse sentido, podemos perceber a importância da educação


em direitos humanos no ensino superior pois, além de efetivamente pôr
a solução em pauta, a metodologia aqui passa a formar profissionais
graduados no mercado de trabalho com uma formação cidadã mais
consciente e não somente um profissional nu e robotizado.

O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos apresenta


formalmente os princípios norteadores, objetivos e ações programáticas
para cumprir com o ideal da inserção da educação em direitos humanos
no Ensino Superior. O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos
(PNEDH) possui presença fundamental e impactante para a construção
desse ideal de humanizar cada vez mais os cidadãos para uma vivência
mais harmoniosa socialmente falando.

Frisa-se que no Ensino Superior, a educação em direitos


humanos tem o condão de formar o cidadão, além da formação na
vertente acadêmica, mas também um cidadão cada vez mais crítico, de
pensamentos autônomos, envolvido nas questões sociais e na busca de
soluções aplicadas.

O Estado, neste momento, frente à regulação da educação superior,


passou a tutelar os cidadãos com condições de formação superior voltada
à aplicação na sociedade. O pensamento crítico e os cidadãos autônomos
oxigenam uma sociedade em sua expansão, contudo, sem deixar de lado
os valores sociais.

Ainda, é importante destacar que no ensino superior retornam


os princípios iniciais em educação em direitos humanos e no curso
da formação no ensino superior é valorada a educação em direitos
humanos, seja na metodologia e filosofia institucional, como também
na implementação de disciplinas obrigatórias, facultativas, linhas de
pesquisas e extensão voltadas à sociedade.

A humanização e a conscientização em direitos humanos no ensino


superior é tarefa primordial ao profissional que conduz à formação nessa
etapa. Aqui, é o momento crucial para a formação de um profissional com
uma visão mais ampla, que utiliza subterfúgio na interdisciplinaridade para
a solução da situação problema que enfrentará na vivência profissional e
no curso de sua graduação.
Educação em Direitos Humanos 37

A atuação da educação em direitos humanos no âmbito do ensino


superior traz a proposta de modulação final do cidadão, no que tange à
formação educacional e acadêmica, a qual detém propostas formuladas
tendo como alvo final o compartilhamento do conhecimento, a aplicação
deste conhecimento e a busca pelo resultado difuso na sociedade a qual
teve como objetivo os trabalhos desenvolvidos.

É baseado nessa premissa que foram fixados os princípios


norteadores da educação em direitos humanos no Ensino Superior e as
Ações Programáticas para aplicação destes preceitos fixados no Plano
Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH).

Nesse sentido, compreendemos como as instituições de ensino


superior, assumindo um papel fundamental para a formação de
profissionais e pesquisadores, buscam retornos aplicados à sociedade. O
indivíduo para questões unicamente técnicas não se perde aqui, nesse
processo educacional implementado aos direitos humanos.

O rol do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos


(PNEDH), quanto aos princípios e ações programáticas, está voltado
à capacitação do indivíduo para identificar, compreender e solucionar
problemas sociais vivenciados. Faz parte do processo de reestruturação
de uma sociedade capaz de se preocupar com o resultado aplicado para
os demais indivíduos que compõe aquele grupo social.

Villar nesse sentido expõe sua contribuição:

[...] a universidade precisa assumir uma prática acadêmica


em defesa, promoção e reparação dos direitos humanos,
respondendo ao atual cenário de exclusão e desigualdade
social, não apenas com a sua capacidade crítica, mas também
com uma postura democratizante e emancipadora da
sociedade. O mundo acadêmico não é exclusivo à denúncia,
mas também espaço de busca de novas formas de refletir,
agir e dialogar internamente, externamente e coletivamente
[...]. (VILLAR, 2011, p. 67)

Percebe-se, nesse momento, que é cada vez mais cobrado das


universidades que assumam seu papel não somente como formadoras
de técnicos alheios às condições sociais. Passa aqui como papel
38 Educação em Direitos Humanos

fundamental na colaboração deste plano e contribuindo, ainda, com a


construção de uma sociedade mais justa e democrática, compondo-a
com cidadãos condizentes com a formação que possuem, bem como
colaborar e influenciar os demais indivíduos que pertencem ao mesmo
ciclo social.

Esse preceito evita que se tenha técnicos formados sem a


conscientização de um trabalho social ou que não colaborem para atender
as premissas da educação em direitos humanos. Novamente, esse
cenário somente poderá ser realizado e o Plano Nacional de Educação
em Direitos Humanos (PNEDH) será atendido caso o Estado fomente cada
vez mais políticas públicas que deem campo para o trabalho e aplicação
do resultado plantado em todo projeto de educação em direitos humanos,
desde o ensino fundamental até a fase do ensino superior.

A condução e a transmissão do saber tornam-se o grande desafio


para o mentor nessa etapa. Aqui, além de fomentar o debate e o
fortalecimento da capacidade argumentativa, o mentor deve direcionar
cada um dos ouvintes a explorar seu potencial de forma democrática, a
fim de uma solução harmônica entre os seus pares.

Continua Villar, quanto à sua análise dos direitos humanos no ensino


superior:

[...] necessário que a universidade assuma suas funções de


múltiplas formas de modo a reafirmar o seu comprometimento
com as demandas sociais. Para tanto, é preciso oferecer uma
formação que permita a realização de processos educativos
coletivos, participativos e democráticos. No contexto de
uma dinâmica de interação social e diálogos, com base em
princípios éticos, no sentido do reconhecimento do outro,
da inclusão e da igualdade, respeitando e valorizando as
diferenças, dessa forma, efetiva-se uma educação em direitos
humanos [...]. (VILLAR, 2011, p. 66)

Nota-se que o autor nos demonstra não somente a ideia teórica,


porém apresenta uma espécie de plano de ação que as universidades,
como ensino superior, passem de forma eficaz a abordar os cidadãos que
pertençam ao corpo acadêmico e a aplicar seu conhecimento acadêmico
junto à sociedade, ajudando a identificar os conflitos e podendo ainda,
Educação em Direitos Humanos 39

ser mediador para a solução. Passa-se, nesse sentido, o ensino superior


como sendo uma importante ferramenta para democratização social e
trampolim para alcançar o objetivo almejado, ou seja, a edificação mais
igualitária e tolerante de uma sociedade.

Ainda, o ensino superior compreendido em graduação, pós-


graduação e extensão, detém da prerrogativa de realizar uma busca de
campo, a fim de eleger os principais problemas sociais que assolam o
âmbito em que se encontram. Feito isso, buscam a solução de eventuais
dissidias compreendidas juntamente com a educação em direitos
humanos, aplicando os conceitos técnicos de ensino superior atrelado
com as matérias multidisciplinares.

Assim sendo, o ensino superior, na sua gama de atuação social,


possui destaque na elaboração e fomento de práticas que retornem
resultados à sociedade, passando ao papel não somente de formador
de profissionais friamente, mas de cidadãos capacitados para lidar com
litígios sociais.

RESUMINDO:

Nessa unidade estudamos a identificação da evolução


social, com a necessidade de formação de cidadãos aptos
a conviver de forma harmônica e democrática. Nesse
sentido, passamos a compreender as etapas de estudo e a
abordagem para o cidadão no ensino básico, fundamental,
médio e profissionalizante, bem como, no ensino superior.
A metodologia pedagógica para cada etapa de ensino
torna-se fundamental para o profissional da educação
em direitos humanos colaborar significativamente para o
desenvolvimento do cidadão mais igualitário e respeitoso.
Percebemos a importância do amparo do Estado e do
acompanhamento na formação do cidadão em busca de
uma sociedade cada vez mais harmônica e madura, além
da disciplina de educação em direitos humanos, cujo papel
é o de formar indivíduos formadores de opinião, sendo
respeitoso e democrático. Por fim, finalizamos mais uma
unidade da disciplina e agora é o momento da fixação do
conteúdo. Boas Atividades! Bons estudos!
40 Educação em Direitos Humanos

REFERÊNCIAS
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outubro de 1988. Disponível em: http://bit.ly/3apVjc4. Acesso em: 18 jan.
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em Educação. Brasília-DF. (Cadernos PDE). Disponível em: http://bit.
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Educação em Direitos Humanos 41

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