Oratória

Nathalia Ellen Silva Bezerra e

Silvia Cristina da Silva

Unidade 3

A Oratória e seus
Fundamentos
 Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoras
NATHALIA ELLEN SILVA BEZERRA E
SILVIA CRISTINA DA SILVA
 AS AUTORAS
Nathalia Ellen Silva Bezerra e Silvia Cristina da Silva
Olá. Somos os professores Nathalia Ellen Silva Bezerra e Silvia
Cristina da Silva.

Eu, Nathália, sou formada em Direito, com uma experiência técnico-

profissional na área de Direito do Trabalho e Previdenciário. Também atuo
como conciliadora e advogada, tendo em vista a colocação em prática
e a valorização dos meios alternativos de solução de conflitos. Ao longo
da minha vida acadêmica sempre demonstrei um grande interesse pela
escrita, dessa forma espero que por meio desse material e da experiência
vivenciada você consiga adquirir e ampliar os seus conhecimentos para
que possa exercer uma vida profissional plena. Além disso, atualmente,
sou mestranda do Programa de Pós-Graduação em Administração da
Universidade Federal de Campina Grande.

Eu, Silvia, sou Mestre Interdisciplinar em Educação, Ambiente

e Sociedade - UNIFAE, Participação docente e discente no Mestrado
em Análise do Discurso - Universidade Federal de Buenos Aires;
Especialista em Docência do Ensino Superior e Direito e Educação pela
Faculdade Campos Elíseos, Pós-graduanda em EAD pela Faculdade
Campos Elíseos; Graduada em Ciências Jurídicas e Sociais - UNIFEOB;
Vice-diretora Acadêmica na Agência Nacional de Estudos em Direito
ao Desenvolvimento - ANEDD; Especialista em Investigação de
Antecedentes em instituições públicas e privadas; Docente e Conteudista
em Diversas Instituições Educacionais para Cursos de Graduação e Pós-
graduação; Elaboradora de Questões para Concursos Públicos em Várias
Organizadoras; Degravadora, Redatora, Tradutora e Intérprete da Língua
Espanhola.

Foi com grande alegria que aceitamos o desafio de participar e dar

nosso contributo para esse maravilhoso projeto da Editora Telesapiens,
fazendo parte do elenco de autores independentes. Nós sentimos muito
gratas por poder contribuir para o seu aprendizado. Conte conosco!
 ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
 SUMÁRIO
Oratória: Definição e Constituição........................................................ 10
Breve Histórico da Oratória.......................................................................................................10

Definição da Oratória..................................................................................................................... 16

Fundamentos da Oratória......................................................................... 19
A oratória e a timidez..................................................................................................................... 19

O Uso da Oratória............................................................................................................................. 21

Falando em público........................................................................................................................23

Tipos de Oratória..............................................................................................................................25

Técnicas da Oratória................................................................................... 27
Comunicação Verbal Vs. Comunicação não Verbal................................................27

Técnicas para uma boa oratória............................................................................................29

Inteligências Múltiplas...............................................................................................29

Expressões Corporais................................................................................................ 31

Apresentação de currículo e Termos Técnicos......................................32

Tom da voz.........................................................................................................................32

Repetição estratégica................................................................................................33

Relacionamento entre emissor e ouvinte...................................................33

Uso de citações e referências.............................................................................33

A Importância e o Uso da Oratória no Cotidiano............................ 35

A importância da oratória...........................................................................................................35

Oratória no cotidiano.....................................................................................................................35

Oratória no ambiente profissional........................................................................................37

A oratória no meio virtual.......................................................................................................... 39

 Oratória 7

03
UNIDADE

A ORATÓRIA E SEUS FUNDAMENTOS

8 Oratória

INTRODUÇÃO
Nas unidades anteriores tivemos a oportunidade de aprender
um pouco mais sobre a comunicação e a argumentação, levando em
consideração a importância desempenhadas por esses, além disso
vimos que o conteúdo estudado até aqui é de uma importância para o
entendimento e as aplicações das técnicas relativas a oratória, já tendo sido
delineado de forma inicial o que é a oratória. Assim, na presente unidade
iremos adentrar e embarcar de forma direta no mundo da oratória, dessa
forma iremos analisar o que é a oratória, considerando suas definições
e momento de constituições, também buscaremos entender quais são
os principais fundamentos da oratória e investigar quais são as técnicas
relativas a esse termo, bem como se dá a sua aplicação, diante disso
poderemos averiguar a importância e a forma por meio da qual a oratória
é utilizada na prática da nossa vida cotidiana. Entendeu? Ao longo desta
unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
 Oratória 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3 – A Oratória e seus
Fundamentos. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das
seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos:

1. Analisar a oratória considerando suas definições e constituição;

2. Entender os principais fundamentos da oratória;

3. Investigar as técnicas da oratória;

4. Averiguar a importância e o uso da oratória na prática.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?

Ao trabalho!
10 Oratória

Oratória: Definição e Constituição

INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo você será capaz de analisar

como funciona a oratória considerando suas definições e
a sua constituição. Isto será fundamental para o exercício
de sua profissão. As pessoas que tentaram desenvolver
as suas atividades pessoais e profissionais sem a devida
instrução acerca da oratória tiveram problemas ao
estabelecer comunicação, argumentação em público, fato
que traz outras implicações a nível. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!.

Breve Histórico da Oratória

Querido(a) aluno(a), as discussões e a ampliação de conhecimentos
destinados ao campo da oratória é um estudo que chama bastante a
atenção da sociedade como um todo, tendo alguns setores e profissões
que enxergam a oratória como fundamental para o desempenho e para o
bom funcionamento de suas atividades.

A oratória mesmo que até a atualidade continue sendo discutida

e abordada com frequência sem que perca a sua importância, não pode
ser visto como um tema nova, mas sim como que já existe há muito
tempo, e que em decorrência disso é antiga, na medida em que também
é moderno.

Além disso, o entendimento acerca da definição, história e uso

de técnicas atrelados a oratória é fácil, contudo colocar em prática
esses aspectos pode ser complicado, levando em consideração os
aspectos atrelados a personalidade e o perfil, tanto do emissor, quanto
dos receptores, afinal a oratória não se resume ao seu conceito ou ao
conhecimento das técnicas relativas ao mesmo, se você, aluno, aprender
essas técnicas, mas não colocá-las em prática, mesmo que tenha bom
conhecimento sobre a oratória, não será um bom orador.
 Oratória 11

É preciso que entendamos os aspectos teóricos da oratória, mas

também é imprescindível que desenvolvamos uma certa atenção e que
dediquemos parte do nosso tempo aos aprendizados práticos da oratória,
afinal muitas das habilidades e capacidades relativas a esse assunto só
poderão ser aprendidas de uma forma: praticando. Sair da nossa zona
de conforto, vencer a timidez e desbravar caminhos que ainda não
conhecemos pode ser desconfortável, mas é a partir do momento em
que escolhemos enfrentar o novo que oportunidades inéditas, melhores
e até então desconhecidas chegam em nossas vidas.

A oratória é uma habilidade que precisa ser aprendida, afinal é

necessário que tenhamos capacidade de falar bem em público, assim esse
termo está presente e se faz imprescindível tanto nos nossos contextos
pessoais, como profissionais, já que, em muitos casos, a oratória já é vista
como uma habilidade obrigatória para o ingresso no mercado de trabalho,
sendo esse um atributo visto com mais facilidade em algumas profissões
do que em outras. Nesse sentido, Carrasco (2017), afirma que

A capacidade de comunicar-se preexiste nas mais diversas

situações, sejam formais ou informais: palestras, vendas,
entrevistas, liderança, reuniões, aulas, negociações,
telemarketing, contatos sociais, treinamentos, discursos, tribunal
do júri, sustentações orais, atendimentos clínicos, atendimentos
terapêuticos e em todos os momentos da vida em que o processo
comunicacional eficiente é fundamental. (CARRASCO, s.p, 2017).

A capacidade de desenvolver uma boa comunicação é

imprescindível, por isso o que está sendo dito é importante, mas a forma por
meio da qual a mensagem está sendo transmitida também importa, tendo
em vista que até o melhor discurso do mundo perderá a credibilidade ou
será escutado como algo chato ou de difícil compreensão a depender da
maneira com que está sendo transmitido, por isso é necessário que orador
consiga falar bem, com segurança, de forma clara, elegante e natural é
fundamental, tanto na comunicação presente no ambiente profissional,
quanto aquela relacionada as relações afetivas, casuais e pessoais.
12 Oratória

REFLITA:

A profissão dos advogados é de suma importância quando

o assunto é a garantia dos direitos, já que é por meio desses
que os nossos direitos são defendidos e requeridos no meio
judicial, por isso os advogados além de precisarem ter bom
domínio acerca da sua área de atuação, também precisam
saber se expressar e falar bem. Todavia, não é apenas a
advocacia ou as profissões ligadas as ciências humanas e
linguagens que necessitam de um bom domínio sobre a
língua, até pouco tempo se acreditava que os cursos de
exatas, por serem mais pragmáticos e necessitarem de
um contato físico com outras pessoas de nível inferior,
não precisariam ter bom conhecimento sobre a oratória,
contudo os atuais contextos demonstram que até as
profissões mais associadas a área de exatas necessitam do
contato e das relações humanas, havendo situações em
que esses pesquisadores precisam defender seus pontos
de vistas e projetos, por isso é imprescindível que também
tenham conhecimento e domínio sobre a oratória.

Quando pensamos em oratória, um dos primeiros pensamentos e

relações que as nossas mentes costumam fazer é associar esse termo a
palestras e nomes que possuem destaque nesse âmbito (representados
pela figura 1), sendo comum também criarmos relação da oratória com
as técnicas de comunicação e a linguagem. Contudo, o surgimento
da oratória não se deu a partir de tais palestras, já que a sua prática e
desenvolvimento possui registros relativos à antiguidade, dessa forma,
segundo Barbosa (2019), a oratória começou a ser desenvolvida no
século V a. C, na Sicília, contudo a mencionada autora enfatiza que alguns
historiadores acreditam que a oratória surgiu em um período ainda anterior
ao mencionado, no Egito Antigo.
 Oratória 13

Figura 1 – A relação entre palestras e a oratória

Fonte: @pixabay.

Apesar das controvérsias sobre o tema, ficou conveniado que a

Sicília de fato é o local originário da oratória, sendo também o local de
origem da retórica. Assim, a oratória, já nessa época, era entendida como
uma ferramenta acessível somente aos cidadãos que possuíam um certo
destaque e um certo prestígio, dessa forma não era uma prática associada
a todas as pessoas inseridas em um meio social, mas apenas aos que
fossem dotados de boas condições financeiras e influentes nas decisões
políticas, sendo ainda atrelada aos indivíduos que nasceram com o “dom
da palavra”, segundo Barbosa (2019).

O nascimento da oratória também possui relação com a eloquência

e a retórica, tendo em vista que, segundo Carrasco (2017), consiste
na aplicação da teoria da retórica em conjunto com os princípios da
eloquência, diante disso a autora afirma que

O termo eloquência deriva do latim eloquentia e refere-se à

fala na sua dimensão prática. É a arte de falar e se exprimir
com facilidade e naturalidade, com intenção de persuadir.
A eloquência era, naquele tempo, instrumento de influência
14 Oratória

política e por isso, o conceito e seu treinamento prático expandiu-

se rapidamente. Já o termo retórica é originário do grego
rhetorike e se refere ao conjunto de regras teóricas relativas à
capacidade de eloquência, ou seja, é a arte de exprimir-se, de
expressar-se pela palavra. Como disciplina, a retórica apresenta
como um sistema das formas de pensamento e de linguagem
que devem ser conscientemente utilizadas. A capacidade de
comunicar-se preexiste nas mais diversas situações, sejam
formais ou informais: palestras, vendas, entrevistas, liderança,
reuniões, aulas, negociações, telemarketing, contatos sociais,
treinamentos, discursos, tribunal do júri, sustentações orais,
atendimentos clínicos, atendimentos terapêuticos e em todos
os momentos da vida em que o processo comunicacional
eficiente é fundamental. (CARRASCO, s.p, 2017).

Com o passar do tempo, outros filósofos, cientistas e estudiosos

passaram a estudar e ampliar o conhecimento relativo a oratória, nesse
sentido Aristóteles (384-322 a.C) foi responsável por ter impulsionado
o estudo e o desenvolvimento da oratória na produção de sua obra
“Retórica”, que até a atualidade é estudada.

NOTA:

Na unidade anterior abordamos o comparativo entre a

oratória e a retórica, assim aprendemos que esses são dois
aspectos que não podem ser confundidos, pelo contrário,
necessitam ser tratados como termos diferentes e que
possuem papéis distintos, contudo que se assemelham de
várias formas. A prova disso é que a maior parte dos textos
e obras que tratam acerca da retórica, também fazem
referência a oratória, seja de forma direta ou indireta.

As evoluções presentes no seio da sociedade fizeram com que

a abordagem destinada a oratória também passasse a ser apaziguada,
dessa forma aquilo que era destinado a camada mais nobre dos cidadãos
passou a ser popularizado, assim a arte de falar bem passou a ser vista
como uma habilidade que poderia ser alcançada por todos e pela
capacidade de desenvolver tal prática.
 Oratória 15

A oratória, assim como tantas outras áreas do saber, não é

estática, por isso a oratória presente na atualidade passou por diversas
modificações até se tornar aquilo que conhecemos, assim novas técnicas
voltadas para o seu desenvolvimento passaram a ser desenvolvidas e a
presença de um bom discurso, bem elaborado, se tornou componente
integrado da oratória. Posteriormente, em capítulo próprio iremos estudar
as principais técnicas da oratória.

Dessa forma, verificou-se que a modernidade apresenta como

característica um número de cursos consideráveis voltados para o
aprendizado da oratória, além disso os aspectos ligados a celeridade e as
atuais necessidades referentes ao mundo social, em que a velocidade é
desejado e o “tempo é dinheiro” fizeram com que a oratória apresentasse
uma preocupação destinada a formulação de discursos objetivos,
naturais e concisos, sem que isso signifique dizer ausência, déficit ou
comprometimento na transmissão de mensagens, pontos de vistas e
informações, mas apenas que tais conteúdos serão compartilhados
com uma maior efetividade, tendo em vista a premissa que, em algumas
situações, “o menos é mais”.

A oratória não consiste apenas na elaboração de um discurso,

mesmo que em um cenário anterior a mesma já tenha significado algo
nesse estilo, contudo as modernizações e adaptações enfrentadas por
essa arte fizeram com que a mesma se tornasse mais democrática, por
isso a preocupação não se refere apenas ao que se tem a dizer, mas
envolve também para quem está dizendo e para quem está sendo dito.

Nesse sentido, Carrasco (2017) ainda enfatiza que a oratória

contemporânea é formada pela junção de outras áreas, já que a oratória
também possui um caráter interdisciplinar em razão de suas grandes
funcionalidades e campos de aplicação, assim é formada pela parceria
entre a oratória, a fonoaudiologia, o visagismo, a linguística e andragogia.
A Oratória Contemporânea possui foi originada há 25 anos, sendo que
compreende os mencionados campos da ciência com o intuito de ampliar
as contribuições, melhorias, aprimoramentos e aperfeiçoamentos do
homem comunicativo.
16 Oratória

Figura 2 – Oratória Contemporânea

Fonte: Adaptado de Carrasco (2017).

Ao estudarmos e praticarmos a oratória é necessário que tenhamos

em mente que a antiga oratória e a oratória moderna devem ser vista em
conjunto, pois além de uma ser resultado da outra, as evoluções relativas
a ambas são imprescindíveis na construção do conhecimento de um bom
e competente orador.

Definição da Oratória
Em conformidade com o dicionário Oxford, a oratória pode ser
entendida como um conjunto de regras que constituem a arte do bem
dizer, sendo também relacionada a arte da eloquência e a retórica.

Segundo Lopes (2000), a comunicação oral era compreendida

como todo pronunciamento feito oralmente, englobando as habilidades
da fala e da voz, dessa forma a utilização de tais elementos da maneira
correta buscavam ser desenvolvida com a finalidade de “falar bem”.
 Oratória 17

Comumente, a oratória também é associada ao embelezamento da fala

e dos discursos, sendo que Lopes (2000), associa esse termo a ideia de
“falar bonito” e “falar de forma agradável”.

SAIBA MAIS:

Você deve ter observado que a grande maioria dos

conceitos e das definições apresentam a oratória como a
arte do falar bem, portanto, sendo limitada para aqueles
que possuem a habilidade da fala. Porém, os avanços
e aquisição dos direitos relativos das pessoas surdas
modificaram essa situação e a oratória passou também a
ser aplicada perante a LIBRAS, contudo passando pelas
modificações e adaptações necessárias ao uso dessa
língua. É importante ainda lembrar que a oratória também
se refere aos gestos, expressões faciais e corporais, por
isso a fala não deve ser analisada de forma isolada, nesse
sentido a expressividade é de suma importância na Língua
Brasileira de Sinais.

Sabemos que o bom orador deve levar em consideração também

os aspectos contextuais do local em que está discursando, bem como
o público a quem está se dirigindo, pois determinado discurso pode
ser entendido como bom ou ruim a depender de onde esteja seja
pronunciado. Como assim? Imagine que você irá apresentar uma palestra
sobre comunicação para uma turma de pós-graduação e especialista na
área, contudo antes do dia da sua apresentação, em uma reunião familiar,
a sua sobrinha que está cursando o ensino médio solicita que você faça
uma breve explicação do que irá apresentar na sua palestra, pois ela possui
um trabalho escolar com tema semelhante ao seu. Todavia, sabendo que
o nível de conhecimento da sua sobrinha não é o mesmo do público ao
qual você irá, no momento em que realiza a explicação solicitada modifica
algumas coisas do discurso para que a compreensão da sua sobrinha
não seja prejudicada. Com base nesse exemplo podemos entender que
se a palestra tivesse sido dada em ambas as situações alguém ficaria
com o conhecimento prejudicado, por isso verifica-se a necessidade de
adequação ao contexto, não sendo bastante apenas “falar bem”.
18 Oratória

De acordo com o posicionamento de Bloch (2002), a oratória também

pode ser entendida como uma maneira de expressar o que sentimentos,
comunicar aquilo que pensamos, expor os nossos fatos e posicionamentos,
desde que essas sejam atribuições desenvolvidas de maneira eficaz. Com
base nessa afirmação, e com o intuito de facilitar o seu entendimento,
pense novamente na situação ilustrada no parágrafo, contudo em vez de
dois momentos distintos, imagine que a palestra que você irá dar acerca da
comunicação será aberta para o público em geral, e que, portanto, poderá
abranger crianças, adolescentes, jovens, graduandos, pós-graduandos, e
assim por diante, o bom orador será aquele que consegue se fazer entender
por todos de maneira efetiva e eficaz.

O Brasil é um país que apesar das dificuldades enfrentadas no

âmbito da educação possui nomes que se destacam em várias de suas
áreas de atuação, dessa forma o cenário não podia ser diferente quando
o assunto é a oratória, dessa forma grandes nomes como Tomaz Antônio
Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Getúlio Vargas, Rui Barbosa, entre
tantos outros.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo

tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que a oratória existe desde a antiguidade, sendo que os
primeiros registros acerca da sua existência se referem
ao século V a.C, sendo atribuída apenas as classes mais
elevadas, contudo com o passar do tempo o seu uso foi se
popularizando, até chegar na atualidade em que deve ser
visto como uma obrigatoriedade e uma habilidade notável
para o desempenho de funções profissionais e pessoais.
Além disso, também pudemos entender que a oratória é
relacionada a arte de falar bem por vários autores, porém
não pode ser relacionado de forma exclusiva a habilidade
de fala, tendo em vista que a oratória também engloba os
gestos, as expressões faciais e corporais, também podendo
ser utilizada perante a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
 Oratória 19

Fundamentos da Oratória
INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender

como funcionam os principais fundamentos da oratória.
Isto será fundamental para o exercício de sua profissão.
E então? Motivado para desenvolver esta competência?
Então vamos lá. Avante!

A oratória e a timidez
Querido(a) aluno(a), você se considera uma pessoa tímida? Possui
vergonha ou se sente inibido para falar em público? Gosta de falar em
microfones ou teme esses instrumentos?

Aos que não são tímidos, eu gostaria de parabenizá-los e afirmar

que vocês já possuem um grande vantagem, contudo muitos de nós
enfrentamos problemas quanto a timidez, confesso que ainda preciso
lidar com alguns empecilhos apresentados por essa característica que
compõe a minha personalidade, contudo a oratória tem o poder de nos
deixar mais seguros e nos fornece uma maior habilidade quando o assunto
é falar em público, sendo que alguns desses aspectos serão abordados
no presente tópico.

A fobia relacionada ao ato de falar em público não é um aspecto raro

ou alheio a vida das pessoas, sendo que esse é um vilão responsável por
assombrar a vida de muita gente, principalmente, quando apresentações
para plateias estão envolvidas, representado pela figura 3.

Segundo estudo realizado e publicado pelo jornal britânico Sunday

Times, em 2015, tendo como objetivo mais de três mil ingleses, chegou
à conclusão de que o medo de falar em público é o medo mais temido
pelo ser humano, chegando a um percentual de 41%, ficando na frente de
opções como a morte, doenças e problemas financeiras. Nesse mesmo
sentido, a Universidade de Chapmanm, em 2014, também realizou um
estudo acerca dos medos relativos a vida humana, sendo que a fobia
20 Oratória

relacionada ao ato de falar em público foi o mais presente entre os

entrevistados.

Contudo, o fato desse ser um medo comum, não quer dizer que
o mesmo deve ser ignorado ou deixado de lado, mas apenas que há
uma necessidade de que o mesmo seja vencido e enfrentado para que
as nossas vidas, desejos e interesses, sejam esses profissionais e/ou
pessoais não sejam limitados por sua existência.
Figura 3 – Medo de falar em público

Fonte: @pixabay

Assim, algumas técnicas podem ser empregadas com a finalidade

de afastar esse pavor, entre essas se encontra o desenvolvimento da
 Oratória 21

habilidade da oratória. Atualmente, existem diversos cursos, de curta

e longa duração, na modalidade presencial ou a distância, que tornam
possível não só a ampliação dos conhecimentos teóricos sobre a arte de
falar em público, como também daqueles relacionados as habilidades e
capacidades práticas, afinal, como já destacamos anteriormente, uma boa
oratória não é adquirida de um dia para a noite, mas requer dedicação e
treinamento para que o orador chegue aonde deseja e seja devidamente
reconhecido.

O Uso da Oratória
Como já aprendemos, a oratória se relaciona a arte de falar bem,
englobando também aspectos como gestos e expressões faciais e
corporais, afinal o “nosso corpo fala”. Dessa forma, a oratória, juntamente,
com a retórica apresenta quatro objetivos principais sendo esses o
aumento da imaginação, o favorecimento da compreensão, o despertar
da paixão e influências da determinação.

A oratória nem sempre é vista com bons olhos, pois muitos

acreditam que a arte do falar bem sirva para enganar as pessoas que
não tem conhecimentos e habilidades necessárias acerca do uso da
língua e dos seus desdobramentos, contudo o fato de alguns bons
oradores não serem boas pessoas, não macula a oratória como um
todo, pois em contrapartida, essa habilidade também pode ser utilizada
de forma positiva, bem como com o intuito de promover e incentivar
comportamentos positivos e benéficos.

Exemplo: A Segunda Guerra Mundial é considerada como uma das

maiores tragédias da humanidade, não só por suas consequências bélicas,
mas pelo grande número de mortos e pela crueldade disseminada contra
judeus, homossexuais e negros. Adolf Hitler era um grande orador, capaz
de atrair milhares de pessoas para o seu lado, a partir da apresentação dos
seus posicionamentos, mesmo que esses sejam moralmente inaceitáveis
e incorretos. Dessa forma, o fato de Hitler ter sido um excelente orador não
macula a oratória, apenas prova que se os seus fundamentos, técnicas
e características forem utilizados de forma correta, muitos podem ser
persuadidos e convencidos, seja para o bem ou para o mal.
22 Oratória

Sem a oratória grandes causas não poderiam ter sido propagadas e

muitos movimentos sociais não teriam a força que tiveram, principalmente,
aqueles representados por lideranças mundialmente conhecidas. Um
exemplo foram os grandes discursos proferidos por Martin Luther King
Junior, que através das suas falas buscava disseminar mensagens que
promovessem e incentivassem a busca pela igualdade de direitos nos
Estados Unidos, sendo que um dos seus discursos mais conhecidos foi
denominado como “I have a dream”, sendo premiado com o Nobel da Paz
em 1964, por conta da sua importância para os debates e o combate do
racismo de forma pacífica.

ACESSE:

Mesmo que o discurso “I Have a Dream”, que pode ser

traduzido para o português como “eu tenho um sonho”,
tenha sido proferido em 1963, a relevância do que foi dito
nessa apresentação é compreendida até a atualidade,
dessa forma recomenda-se que você tenha conhecimento
acerca desse momento histórico, bem como análise
o comportamento de Martin Luther King Junior, como
exemplo de um grande e bom orador. Link: https://bit.
ly/34qdBsX.

O medo é considerado um instinto natural do homem, sendo que

sem o mesmo nós estaríamos expostos a uma diversidade de perigo,
podendo até mesmo arriscar a nossa vida de alguma forma, assim o
medo é entendido como um mecanismo de defesa, que tem como intuito
proteger o homem daquilo que possa lhe fazer mal de alguma maneira.

O medo é uma reação física capaz de proporcionar efeitos ao

nosso corpo, não só afetando nosso psicológico, mas também aspectos
fisiológicos, dessa forma quando o sentimos um desconforto e descontrole
generalizado ocorre no organismo, fazendo com que o coração acelere,
as nossas mãos e corpo tremam, suamos de forma excessiva, tremor na
voz, gagueira, boca seca ou com excesso de saliva, entre tantos outros
sintomas. Além do impacto que esse sentimento causa a nossa auto
segurança e a confiança investida em nosso ser.
 Oratória 23

O domínio acerca do medo é uma características importante para

aqueles que objetivam ser considerados como oradores de sucesso, assim
o bom orador precisa ter a maturidade de compreender que é comum
e normal o nervosismo nos primeiros instantes antes da apresentação,
contudo esse também é um sentimento passageiro, que em grande parte
é causado pela aflição e a ansiedade.

Assim, uma excelente forma de lidar com essa situação e de vencer

o medo de falar em público, parte da compreensão e da maturidade do
orador em entender que até mesmo o medo pode ser visto como algo
positivo, de alguma forma, e que o nervosismo não deve ser abolido em
sua totalidade, mas que deve ser controlado para que aspectos negativos
não sejam ressaltados e para que a habilidade do orador não fique
maculada em razão dessa prática.

Dessa forma, o medo e o nervosismo podem ser convertidos em

energia positiva, sendo possível que estimule a autoestima, para isso só é
preciso um pouco de prática e dedicação, havendo exercícios indicados
para essa finalidade como aqueles que promovem relaxamento corporal.

Falando em público
Lembre-se que até mesmo os grandes oradores e artistas sente um
certo nervosismo no momento que antecede uma apresentação, assim
imagine que o medo é um sentimento normal, mas que você consegue
lidar com o mesmo. É importante que tenha em mente que as pessoas
que estão assistindo a sua palestra podem notar o nervosismo não apenas
por meio da sua fala, mas também pelas expressões, gestos e tiques que
você desenvolve por conta do nervosismo, então, tente se manter calmo
para que a sua mensagem seja mais convincente.

Pensar de forma positiva muitas vezes é uma dica menosprezada,

contudo é de suma importância, já que as suas atitudes mentais positivas
podem atrair ouvintes mais receptivos, dessa forma é imprescindível que
antes da apresentação você se prepare e se dedique para a mesma,
assim pense, planeje e transmita essas informações.
24 Oratória

Algumas habilidades e fundamentos importantes para o

desenvolvimento de uma boa oratória, segundo Polito (2005), são: a
memória, a criatividade, o entusiasmo, o foco, a determinação, a postura,
os gestos, a observação, a voz audível, o vocabulário, as expressões
corporais e faciais, o ritmo, o poder de síntese e um bom conhecimento
sobre o tema, pois isso dará segurança e credibilidade, tanto para quem
ouve, quanto para quem escuta.

A oratória pode ser empregada com diferentes objetivos, sendo

que os grandes oradores podem fazer uso de suas habilidades para
mobilizar o público em favor dos seus interesses, que podem tanto ser
bons, quanto maus, mas que não se vinculam a oratória em si, mas aos
seus interesses pessoais e particulares.
Figura 4 – Características de um bom orador

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Dessa forma, um bom comunicador precisa ter algumas

características específicas, sendo algumas dessas: 1) oralidade clara; 2)
estar à vontade com as pessoas e com seu público; 3) vencer a vergonha,
a timidez e o medo de falar em público; 4) coragem ao enfrentar grandes
multidões; e 5) conhecimento sobre o tema abordado.
 Oratória 25

Tipos de Oratória
Inicialmente, Aristóteles apresentou três principais tipos de oratória,
como gêneros dos discursos, sendo esses denominados como oratória
judiciária, oratória deliberativa e oratória epidíctica. A primeira se refere a
aquelas que são realizadas nos tribunais, tendo como intuito defender ou
acusar um suspeito de crime, já a segunda é originada na Assembleia ou
Senado e se referia a questões políticas, em que o público escolheria o
que entende como mais conveniente e em terceiro lugar, a epidíctica é
voltada para a censura ou para o elogio de exemplos com o intuito que o
público reflita e tire lições dos ensinamentos em questão.

Além desses, três tipos de oratória pensadores mais modernos

como Cícero e Quintiliano apresentam outras tipologias, porém os tipos
de oratória apresentados por Aristóteles não perderam a sua relevância,
já que foram utilizados como inspiração para as classificações modernas,
que são divididas em quatro tipos, representadas pela figura 4.
Figura 5 – Tipos de Oratória

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

A oratória pedagógica é voltada para o compartilhamento de

conhecimentos, que se realizam por meio de apresentações simples e
didáticas, sendo comumente utilizada em salas de aula, seminários e
palestras acadêmicas.

Por sua vez, a oratória religiosa, como o próprio nome indica se

refere a difusão dos valores morais e dos conselhos voltados para a
26 Oratória

prática de determinadas condutas, assim o discurso abordado perante

essa oratória assume um caráter mais reflexivo.

A oratória forense se assemelha a oratória judiciária apresentada

por Aristóteles, porém faz uso dos instrumentos e das ferramentas
relativas ao raciocínio lógico, envolvendo ainda elementos como provas,
argumentações e demonstrações que visem defender um ponto de vista
ou uma ideia.

Por fim, a oratória política é voltada para o âmbito político,

envolvendo assim questões populares e estadistas, sendo fortemente
marcada por discursos persuasivos e de convencimento acerca dos
benefícios que podem ser gerados a partir da adoção de certa atitude,
por exemplo, optar por votar em um candidato em desfavor do outro com
base nas propostas e argumentos por ele apresentados.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo

tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que grande parte das pessoas possui medo de falar em
público, sendo que os fundamentos relativos a oratória
podem ser importantes na superação dessa fobia, além
disso é preciso ter em mente que até mesmo os grandes
oradores podem estar sujeitos a situações de nervosismo,
porém não podem deixar esse fator dominar as suas
habilidades. Além disso, foram apresentadas uma série
de dicas baseadas nos fundamentos da oratória com o
intuito de ampliar e facilitar o seu entendimento sobre o
tema, bem como com a intenção de que você coloque
cada uma delas em prática nas situações em que precisar
falar para o grande público. Por fim, pudemos aprender
que os três tipos de oratória apresentados por Aristóteles
são a oratória judiciária, a oratória deliberativa e a oratória
epidíctica, responsáveis por inspirar a formação dos tipos
de oratória modernos sendo esses: a oratória política, a
oratória pedagógica, a oratória política e a oratória forense.
 Oratória 27

Técnicas da Oratória
INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender

como investigar as técnicas da oratória. Isto será fundamental
para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

Comunicação Verbal Vs. Comunicação não

Verbal
Querido(a) aluno(a), já pudemos compreender que a oratória
envolve muito mais do que apenas falar bem, contudo esse é um aspecto
de suma importância perante esse conteúdo. Diante disso, Pânico (2005)
faz uma análise acerca dos aspectos verbais, dando ênfase a capacidade
de trocar ou discutir ideias, estabelecer um diálogo, conversa e gerar ao
convencimento ao público.

Nesse sentido, Pânico (2005), ainda afirma que existem cinco

aspectos imprescindíveis para a formação de um bom discurso e de um
orador de sucesso, sendo esses apresentados de forma gráfica na figura
6. Alguns desses aspectos já foram abordados ao longo da ampliação dos
nossos conhecimentos, mas agora iremos visualizar os mesmos a partir do
estabelecimento de uma relação entre esses elementos da comunicação
e do discurso com a oratória.
Figura 6 – Aspectos do discurso

Fonte: Adaptado de Pânico (2005).

28 Oratória

O primeiro elemento a ser destacado é “quem fala”, sendo esse

papel ocupado pelo próprio orador e emissor da mensagem, sendo que
o desempenho das suas atividades pode ser estimulado e aprimorado
a partir da preservação e da propagação de certo atos e características
relativas a personalidade do emissor, dessa forma recomenda-se o
estímulo ao hábito e ao gosto pela leitura, a produção e a interpretação
de textos, além disso também é interesse que o emissor realize uma
autoanálise acerca de suas capacidades e limitações naturais para que
possa melhorar as mesmas.

Em segundo lugar, está “o que se fala”, ou seja, a mensagem, o

conteúdo do discurso, que deve ser bem desenvolvido e apresentar uma
finalidade específica, a comunicação precisa ter de conseguir transmitir a
informação desejada, caso contrário não terá sentido.

O “por que se fala” trata acerca do canal por meio do qual a

mensagem está sendo transmitida, ressaltando que essa pode assumir
um caráter visual, auditivo ou misto, sendo, portanto, necessário a
utilização de recursos que proporcionem essa transmissão.

A “quem se fala” refere-se aos ouvintes, ou seja, ao público, já que

o sucesso e o bom desempenho do discurso depende da compreensão
por parte do ouvinte, afinal não adianta que a mensagem seja de suma
importância sem que essa seja entendida e absorvida por quem está
ouvindo a mesma, sem isso a comunicação não será efetiva.

Por fim, o elemento “com que efeitos” se refere as impressões que

são causadas ao ouvinte após a transmissão da mensagem, ou seja, trata
do estímulo e dos resultados proporcionados pela discurso, assim existem
várias técnicas que são utilizadas com o intuito de fixar a mensagem
que está sendo passada, como, por exemplo, dar ênfase e utilizar uma
entonação diferenciada em partes específicas do discurso.

Além disso, os aspectos não verbais da oratória também merecem

atenção, pois compõe a oratória, tanto quanto os verbais, contudo
exercem papéis e funções diferenciadas na emissão e na transmissão dos
significados da mensagem vinculada.
 Oratória 29

A utilização de pausas na fala, elementos segmentais, vogais e

consoantes, ritmo, entonação e padrões de acento enriquecem o discurso
e atribuem novo sentido ao mesmo, segundo Kroth (2018), dessa forma,
os elementos prosódicos que merecem receber destaque são o fluxo
articulatória, a redução de ambiguidade, o aumento da inteligibilidade, a
facilitação do sistema de compreensão e o fornecimento de destaque aos
elementos da fala.

Além disso, os gestos também fornecem maiores detalhes ao

discurso, já que os movimentos efetuados pelas mãos e pelos braços
são capazes de acompanhar o ato da fala e integrar a mesma por meio
do estabelecimento de um processo simbiótico, enquadrado como
linguagem. Assim, os gestos são responsáveis por caracterizar e compor
o estilo do comunicador, fornecendo ainda auxílio quanto a transmissão
de ideais que se tenta passar ao público.

Nesse mesmo sentido, verifica-se a importância exercida pela

expressividade facial e a harmonia corporal, já que esses são dois aspectos
que devem acompanhar o discurso de forma simultânea e se adequar as
necessidades do mesmo, não fugindo do ambiente em que o orador está
proferindo seu discurso e nem indo de encontro ao que está sendo dito.

Técnicas para uma boa oratória

O aprimoramento do processo de comunicação e das habilidades
que tornam bons oradores depende em grande parte da forma por meio
da qual empregamos as diversas técnicas relativas a oratória, tendo
em vista a diversidade de técnicas pertencentes a esse âmbito serão
destacadas apenas aquelas consideradas como mais importantes para
o entendimento do assunto, bem como as que são utilizadas com maior
frequência.

Inteligências Múltiplas
A Teoria das Inteligências Múltiplas foi desenvolvida por Howard
Gardner em 1980, tendo sido publicada pela primeira vez em seu livro
denominado como “Estruturas da Mente”, segundo Gazola (201?).
30 Oratória

Conforme o autor existem nove tipos de inteligências múltiplas, sendo

que o ser humano consegue dominar mais de uma dessas, mas não
consegue ter controle sobre todas elas. Assim, a figura 7 apresenta quais
são os tipos de inteligências múltiplas apontadas pelo autor e em seguida
passaremos a caracterizar cada uma delas, de forma breve.
Figura 7 – Inteligências Múltiplas

Fonte: Adaptado de Gazola (201?).

A inteligência verbal ou linguística se refere a habilidade verbal

bem desenvolvida, envolvendo questões como a sensibilidade aos sons,
significados e ritmos das palavras. Já a inteligência lógico-matemática
é a habilidade de pensar de forma conceitual e abstrata, englobando a
capacidade de discernimento dos padrões lógicos ou numéricos. Por sua
vez, a inteligência musical consiste na habilidade de produzir e apreciar
ritmos, tons e timbres.

A inteligência corporal, também conhecida como inteligência

cinestésica envolve a capacidade de controlar o próprio corpo e lidar
fisicamente com objetos variados, na medida em que a inteligência
interpessoal envolve a capacidade de detectar e responder de forma
adequada a estímulos como humor, as motivações e os desejos intrínsecos
de outros seres humanos.

Outro tipo de inteligência destacado por Gardner é a inteligência

intrapessoal, por meio da qual é desenvolvida a capacidade de
autoconsciência, levando em consideração os sentimentos interiores,
os valores, as crenças e os diversos processos de pensamento. A oitava
inteligência recebe o nome de inteligência naturalista em que a
 Oratória 31

habilidade para reconhecer e categorizar as diversas espécies da fauna e

da flora, assim como os elementos da natureza como um todo. Por fim, a
inteligência existencialista é voltada para a sensibilidade e a capacidade
de lidar, bem como de absorver questões profundas e reflexivas que
giram em torno da existência humana e suas consequências.

Para o âmbito da oratória e do desenvolvimento de técnicas relativas

a esse assunto, destacam-se a inteligência linguística, a inteligência
interpessoal e a inteligência intrapessoal. Sendo interessante que o orador
busque melhorar ou aperfeiçoar mais de uma dessas.

Expressões Corporais
Larrossa (2011), fornece algumas dicas acerca de como desenvolver
uma boa oratória e falar bem em público, tendo em vista os principais
fundamentos da oratória. Assim, em primeiro lugar é importante que o
corpo do orador fala, pois as mensagens transmitidas pela fala serão
complementadas pelas suas expressões, sendo de suma importância
que aquilo que está sendo dito esteja de acordo com os gestos passados
pelo corpo e pela face.

Um bom exemplo para que visualizemos a fala do corpo é visto

com frequência nos stories das influencers digitais, quando essas estão
anunciando algum produto mostram o mesmo com a mão, se for algo
para o cabelo, mostram o quanto fez bem ao cabelo, enfatizando
características como o brilho, o cumprimento e a força do mesmo.

SAIBA MAIS:

Os gestos são um aspecto importante para o

desenvolvimento de um bom discurso, pois se usados
de forma exagerada ou inadequada podem inviabilizar
a mensagem que está sendo transmitida, por outro lado,
se forem usados de forma correta podem engrandecer e
ampliar os efeitos do discurso, ajudando até mesmo na
fixação do conteúdo que está sendo passado. Diante disso,
assista o vídeo presente no link a seguir, no qual Gislene
Isquierdo explica “O que fazer com as mãos enquanto
você fala em público”. Link: https://bit.ly/3kvsUWK.
32 Oratória

Podemos entender como linguagem corporal todos os

movimentos gestuais e de postura que fornecem uma maior efetividade a
comunicação, sendo que as expressões corporais possuem forte ligação
com o psicológico, bem como com traços comportamentais secundários
e de caráter auxiliar.

É importante ainda mencionar que a linguagem corporal não é única

e não se manifesta sempre da mesma maneira e nem é compreendida
sempre da mesma forma, pois tanto a sua forma de utilização como
a interpretação relativa a mesma pode passar por modificações e
adaptações a depender da maneira através da qual as influências
culturais, estaduais, sociais e ambientais se manifestem.

Apresentação de currículo e Termos Técnicos

Querido(a) aluno(a), você já prestou atenção que quando vamos a
uma palestra acadêmica uma das primeiras coisas ditas, muitas vezes até
mesmo antes do orador entrar em cena, é o currículo e/ou os maiores
feitos daquele que irá realizar a apresentação? Essa é uma dica muito
útil a ser empregada nas suas apresentações, pois a partir disso você
passará credibilidade e relevância para os seus públicos, que irão ficar
instigados em escutar o que você tem a dizer sobre o tema em razão das
suas experiências profissionais relativas ao mesmo.

Todavia, essa apresentação deve ser breve, concisa ou precisa, pois

se for muito extensa poderá ter efeito contrário, o momento poderá ficar
chato e em vez de proporcionar credibilidade o orador poderá ser visto
com maus olhos. Nesse sentido, o orador também precisa atentar para o
uso exagerado de termos técnicos, contudo as características relativas a
modernidade deixam claro que falar difícil nem sempre é benéfico, pois
atualmente deve-se prezar por uma linguagem rápida, coerente e sucinta,
mas capaz de transmitir as informações e os conhecimentos necessários.

Tom da voz
Outro ponto importante é o tom da voz utilizado, sendo interessante
que o orador varie a voz, dando mais ou menos ênfase em momentos
estratégicos para que a atenção dos receptores seja apreendida, pois é
 Oratória 33

natural que as pessoas percam a concentração após poucos minutos, por

isso orador deve estar sempre buscando inovar para dar motivos aos seus
emissores em lhe ouvir e compreender.

Nesse sentido, Larossa (2011), destaca que durante o discurso o

orador deverá variar o tom da voz em conformidade com a informação
que está sendo passada, assim deverá aumentar o tom quando o assunto
for relevante, manter o tom suave quando o assunto for de interesse médio
e baixar o tom da voz quando tiver vontade de apresentar discordância a
algo. Essas alterações serão capazes de dar dicas aos ouvintes acerca
dos momentos que devem prestar mais atenção ao que está sendo dito.

Repetição estratégica
Outras ferramentas podem ser utilizadas também com a intenção
de chamar e prender a atenção do público, como a repetição estratégica
das ideias e o aumento progressivo do entusiasmo no momento da
fala e das expressões do orador, pois assim a mensagem além de ser
compreendida pelo receptor, será absorvida e dificilmente esquecida.

Relacionamento entre emissor e ouvinte

O relacionamento entre emissor e ouvinte também deve ser
enfatizado, por isso o orador deve procurar estabelecer pontos em
comum para que a sua plateia entenda que o que está sendo dito por
ele é relevante, pois engloba seus interesses, na mesma medida em
que agrada ao orador. Larossa (2011) exemplifica que um vendedor ao
fazer uma palestra para clientes, deve demonstrar que compreende as
dificuldades dele e que já passou por situações semelhantes. Em outras
palavras, é fundamental que o orador possua empatia pelas situações e
contextos relativos ao público a que se dirige, sem ignorar o tempo da
palestra ou da discussão que está conduzindo.

Uso de citações e referências

As citações e referências não são elementos que fornecem
credibilidade apenas ao discurso e aos textos escritos, já que a sua
34 Oratória

utilização em apresentações orais também possuem relevância e

fornecem uma maior credibilidade para o assunto, já que o uso de autores
conhecidos e que dominam o tema irão chamar atenção do público,
fazendo com que os mesmo sintam-se atraídos por aquilo que está sendo
difundido, quando pessoas que você já admiram são citadas.

Contudo, é importante enfatizar que elas deverão ser citadas, ou

seja, mencionadas, mas a apresentação é sua, assim você não deve imitar
as suas referências, mas desenvolver o seu próprio estilo e forma de
apresentar.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo

tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que quais são os principais elementos na construção de
um bom discurso, bem como qual a forma que o orador
deve se comportar perante essas, além disso também
aprendemos e refletimos acerca das principais técnicas da
oratória, dando exemplos de sua aplicação, assim como
enfatizando a sua importância tanto para a oratória no
geral, quanto na formação de um bom orador. Também
aprendemos a relação estabelecida entre a oratória e
as inteligências múltiplas, enfatizando que para o nosso
campo de estudo aquelas que merecem maior atenção
são denominadas como inteligência linguística, inteligência
interpessoal e inteligência intrapessoal.
 Oratória 35

A Importância e o Uso da Oratória no

Cotidiano
INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo você será capaz de averiguar

a importância e o uso da oratória na prática. Isto será
fundamental para o exercício de sua profissão. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!

A importância da oratória
Como já pudemos compreender até o presente momento, a oratória
é utilizada em vários momentos da nossa vida e passa a ter cada vez mais
importância em vários aspectos do cotidiano, dessa maneira ao longo
desse capítulo iremos abordar a presença da oratória em alguns desses
aspectos, bem como iremos analisar a sua presença no ambiente virtual,
tendo em vista que por meio dessas ferramentas também podemos
nos comunicar com o público, sendo que esse muitas vezes é maior do
aquele que seria possível encontrar de forma presencial.

Oratória no cotidiano
Nem sempre a oratória foi uma habilidade que poderia ser
desenvolvido por todos, sendo que no momento do seu surgimento
apenas as pessoas dotadas de uma maior capacidade financeira e
intelectual poderiam desenvolver e praticar a oratória, sendo que essa
ideia permaneceu inalterada durante um bom tempo.

As evoluções alteraram essa realidade, contudo mesmo sob um

ponto de vista mais acessível, a oratória comumente era relacionada
a pessoas e exercícios profissionais específicos, sendo normalmente
vinculada ao desenvolvimento de atividades jornalísticas e publicitárias,
por exemplo, porém essa não é mais a maneira por meio da qual a oratória
36 Oratória

é visualizada, tendo em vista que a oratória é fundamental para todos nós,

independentemente de questões como a idade ou exercício profissional.

A comunicação e o desenvolvimento da oratória está sempre

presente em nossa vida, mesmo quando ainda não temos noção das
técnicas relativas a mesma, ainda assim estamos tendo contato com
esses aspectos, mesmo que de maneira errônea. Ainda quando somos
crianças nos deparamos com situações em que precisamos nos expressar
e esclarecer os nossos posicionamentos, sendo a maior representação
disso a necessidade em apresentar trabalhos e seminários, situações em
que já precisamos nos apresentar em público.

Quando ingressamos na fase adulta, a oratória se torna cada vez

mais imprescindível para o exercício das nossas ações, pois nessa etapa da
vida humana enfrentamos situações em que a habilidade e o domínio da
boa oratória é de suma importância, sendo considerada como vantagem
em momentos como entrevistas de emprego, reuniões de trabalho,
conversas com clientes, com o chefe ou com colegas de trabalho e assim
por diante. Assim, Kroth (2018) afirma que:

Temos como prioridade a importância da oratória em seguintes

situações de Dirigir ou participar de reuniões, apresentar
relatórios, presidir solenidades vender ou apresentar produtos
ou serviços, ministrar cursos, palestras, sala de aula o dia a
dia do professor enfim, muitas situações onde saber falar é
fundamental, até mesmo para agradecer uma homenagem,
dar uma entrevista em de rádio ou televisão, são momentos
que podem aparecer na rotina de qualquer pessoa e se ela não
estiver preparada, certamente não terá êxito ao se comunicar
(KROTH, s.p., 2018).

A oratória não é uma prática considerável salutar apenas para o

desenvolvimento das atividades profissionais e/ou acadêmicas, mas
também para as relações interpessoais, pois sem uma boa comunicação
e sem o conhecimento básico sobre a oratória teremos uma maior
dificuldade quando vamos formar relações de amizade, conversar com
vizinhos, pechinchar, conversas com nossos pais ou pedir algo para os
nossos avôs, e assim por diante.
 Oratória 37

Nesse sentido, Mattoso Câmara Júnior (1961), afirma que somente

por meio da boa linguagem é que é possível a formação e a integração
completa do ser humano perante a sociedade humana, dessa forma
se não fosse por meio da comunicação não haveria como as relações
serem firmadas, todavia é importante termos em mente que não é toda
e qualquer comunicação que gera relações boas positivas e proveitosas,
pelo contrário é necessário o emprego e conhecimento adequado das
palavras nas afirmações para que o seu estabelecimento seja devidamente
formado.

Em vários momentos não enxergamos a oratória em nosso

cotidiano, pois atrelamos a sua presença ao estrito exercício de técnicas
e ao atendimento de normas, contudo por mais que isso faça parte da
oratória, a mesma não pode ser entendida como “apenas” isso. Por mais
que a oratória esteja relacionada com o ato de falar em público, uma boa
comunicação em momentos mais comuns também é imprescindível para
o desenvolvimento de boas relações, evitando confusões, discrepâncias
e dúvidas no diálogo.

Oratória no ambiente profissional

A boa comunicação na vida profissional é responsável por conceder
grandes oportunidades para aqueles que podem ser entendidos como
bons oradores, pois a partir da sua prática e desenvolvimento novas
oportunidades surgiram, relacionamentos serão ampliados e haverá
o aumento da credibilidade perante o ambiente de trabalho, sendo
que todos esses contextos são responsáveis por proporcionar novas
possibilidades para o profissional que domina a boa comunicação.

O conhecimento técnico é um aspecto de suma importância para

o desenvolvimento de qualquer profissão, contudo apenas o domínio
sobre o tema ou sobre a área não é suficiente para a formação de um
bom profissional, já que de nada adianta possuir esse conhecimento,
mas não saber passar o mesmo para outras pessoas ou utilizá-lo e
executá-lo perante terceiros, pois as técnicas e os fundamentos da boa
comunicação e da oratória não são bem exercidos. Assim, esses são dois
aspectos que precisam estar aliados para que os avanços nas carreiras
38 Oratória

profissionais sejam visualizados e os objetivos, tanto pessoais, como a

nível empresarial, judicial ou relativo a qualquer outra profissão sejam
averiguados na prática.

É ainda importante ressaltar mais uma vez que não é apenas aquilo
que é proferido pelo emissor que pode ser entendido como um bom
domínio da oratória, mas também aspectos externos e que se relacionam
a fala indiretamente e a questões relativas à aparência de quem está
falando. Dessa forma, é imprescindível que questões como a postura
e as vestimentas sejam observadas, sendo esses critérios inclusive
abordados em alguns códigos de éticas, bem como havendo ambientes
que não aceitam a utilização de determinadas roupas em razão de regras
de decoro, além disso os costumes também devem ser levados em
consideração no aspecto em análise.

O ambiente de trabalho, em regra, é um espaço em que queremos

demonstrar seriedade e credibilidade, sendo essa uma aparência que
deve ser formada desde o primeiro contato, por isso nas entrevistas de
empregos em que as pessoas são submetidas há uma preocupação em
relação a roupa que será escolhida para esse momento, pois é necessário
que uma boa impressão seja causada.

É fácil imaginar e visualizar a importância das vestimentas em

certas situações, por exemplo, imagine que você é um estudante e está
buscando um estágio em uma empresa, dessa forma você se arruma
de forma social e se dirige ao local, contudo ao chegar nesse ambiente
encontra a pessoa que irá realizar a sua entrevista de sandálias de
dedo, blusa regata e bermudão. Qual é a impressão passada por esse
profissional? A imagem dele irá impactar na imagem que você possui da
empresa? O seu interesse em fazer parte desse estabelecimento seria
abalado? A vestimenta do seu entrevistador lhe causaria dúvidas?

Acredito que você deva ter respondido que sim para muitas dessas
perguntas e isso ocorre justamente porque a oratória envolve questões
que vão além da boa construção do discurso, mas que devem estar a
atreladas a essa.
 Oratória 39

Dessa forma, a oratória no ambiente profissional é de suma

importância, pois a partir dessa os indivíduos adquirem e ampliam a sua
autoconfiança e autoestima, tornando possível que o talento e aspectos
inovadores atrelados aos seus conhecimentos técnicas sejam percebidos
por meio da comunicação. Além disso, o aumento da confiança e da
segurança fazem com que as ações do profissional passem a ser dotados
de uma maior credibilidade, pois as consequências decorrentes do mesmo
estarão firmados em uma base sólida, fazendo com o reconhecimento
seja conferido a esses, por isso que bons líderes geralmente são bons
oradores.

Sabemos que os ambientes de trabalho ou qualquer outro que

exija o convívio em sociedade pode muitas vezes assumir contextos
complexos e difícil solução, em que as pessoas estejam inseridas em
situações que envolvam altos níveis de ansiedade e de pressão, assim o
bom orador, ainda que tenha seus medos e inseguranças, será capaz de
dominar técnicas que os ajudem a contornar essas situações nos meios
corporativos, fazendo com que até mesmo nos momentos mais difíceis o
posicionamento de suas ideias ainda seja garantido e disseminado.

A oratória no meio virtual

Os avanços tecnológicos estão cada vez mais alta, não é de hoje
que a utilização de aparelhos digitais vem facilitando as novas vidas e
estabelecendo novas formas de relacionamentos no meio virtual, sendo
esses responsáveis por promover impactos variados tanto nas ações
que praticamos em nossa vida presencial, quanto aquelas que são
desencadeadas no meio online.

O uso das redes sociais nas últimas duas décadas vem apenas
crescendo e passando por modificações constantes na intenção de
proporcionar momentos de lazer e descontração para a vida dos indivíduos,
contudo esse já não é mais o único objetivo a ser alcançado por meio
do uso dessas redes, já que a multiplicidade de funções e ferramentas
presentes nele proporcionou uma diversidade de experiências e
utilidades, além disso o crescimento do -e-commerce atrelado a essas
rede também é notório nos últimos tempos.
40 Oratória

Aquilo que até pouco tempo era voltado apenas para a diversão
agora é responsável por gerar rendas para várias pessoas no mundo todo,
sendo que os youtubers e os influenciadores digitais já são encarados
como profissão, mesmo que algum preconceito ainda seja destinado
ao desempenho dessas funções, a ascensão desse mercado é gritante
e aqueles que conseguem se destacar nesse meio são capazes de
fornecer grande impactos e auferir lucros altíssimos, contudo relacionar o
desempenho dessas ações a algo fácil e que pode ser feito por qualquer
um nem sempre é correto, já que a vida de influencer digital e/ou youtuber
não é fácil, assim como chegar a um patamar rentável e reconhecido
exige dedicação, preparação, criatividade, dentre outros atributos.

A popularização da internet abriu as portas para que diversos

anônimos passassem a exercer e ditar costumes que antes só pertenciam
a uma pequena parcela da população, em que somente a grande mídia
por meio da televisão, rádio, jornais e cinema podiam ditar as regras desse
negócio, agora todos temos acesso as mídias sociais e podemos ingressar
no mundo dos influenciadores digitais, desde que conteúdos relevantes
e originais sejam gerados e consigam ganhar o engajamento do público.

Diante desse cenário, grandes marcas e empresas passam a

relacionar as suas estratégias de marketing a esses profissionais com
a intenção de ganhar mais clientes e consumidores, assim a busca
por influencers de destaque e que representem a marca de forma
digna é interessante e ampla, já que, atualmente, existe espaço para,
praticamente, tudo na internet. Assim, é comum que uma empresa de
produtos orgânicos procure influenciadores digitais que possuam uma
vida fitness para dar credibilidade ao seu produto, bem como marcas
de maquiagem busquem influencers que usem e disseminem o uso da
maquiagem, por exemplo.

Mas aonde entra a oratória nesse novo mundo virtual e qual a

importância exercida pela mesma nesse espaço?

Até agora já tivemos a oportunidade de aprender que a oratória está

presente em todos os aspectos da vida humana, sendo esses profissionais,
pessoais, de lazer e assim por diante, sendo que até então a mesma
foi relacionada diversas vezes com a capacidade de falar em público,
 Oratória 41

contudo esse “falar em público”, assim como tanto outros aspectos da

vida humana está sujeito a passar modificações e adaptações aos novos
contextos e as novas necessidades e interesses da sociedade, assim a
oratória também é praticada no ambiente virtual.

Um influenciador digital, por exemplo, através de um simples

stories é capaz de atingir milhares e até milhões de pessoas, por isso
é imprescindível que os mesmos dominem as técnicas do falar bem,
consigam se expressar da maneira devida e chamar atenção por meio da
fala, pois caso contrário os conteúdos apresentados pelos mesmos não
serão responsáveis por prender o público, assim os seguidores poderão
ser perdidos e outros não serão conquistados.

Assim, voltamos para aquilo que foi exposto anteriormente, não

é qualquer pessoa que consegue desenvolver as atividades de um
influenciador digital de forma competente, pois para isso é necessário
comprometimento, é preciso gerar um conteúdo de qualidade e
adequado ao seu público, sendo esse, inclusive, um dos aspectos que
também possui relação com o exercício da oratória presencial, tendo em
vista que o bom orador leva em consideração os interesses do público a
que vai se dirigir.

É importante destacar que nesse cenário “falar bem” pode receber

uma conotação diferente, pois mesmo que influenciador X ou Z não
possua bom domínio sobre as regras da Língua Formal Portuguesa,
ainda assim poderá apresentar uma boa oratória perante a atividade que
desempenha, por meio do carisma e do atendimento do interesse do
público-alvo, pois o que importa é que o mesmo se faça compreender
por quem o segue e consiga atrair um número crescente de seguidores,
que como consequência irá atrair novas marcas e mais contratos para o
desempenho de suas funções.

Dessa forma, é necessário que o influenciador seja capaz de

estabelecer uma relação de afinidade entre os seus gostos e hábitos com
o seu público-alvo, tendo conhecimento acerca da melhor linguagem
para se comunicar com os seus seguidores, considerando questões como
idade, sexo, estereótipos, características físicas, gosto musical, literário,
estilo de vida e assim por diante.
42 Oratória

SAIBA MAIS:

Para compreender um pouco mais acerca do fenômeno

e dos avanços relativos aos influenciadores digitais, leia o
artigo denominado como “Precisamos falar dos digital
influencers: a voz das personalidades da web em pro de
um maior engajamento entre marcas e consumidores”,
escrito por João Paulo Haddad Marque, e relacione as
informações presentes no mesmo com todo o conteúdo
aprendido acerca da oratória. Link: https://bit.ly/31EeU5O.

Porém atrelar o uso da oratória no meio virtual apenas os

influenciadores digitais e youtubers, não é correto, já que o meio online,
atualmente, é responsável por abarcar uma série de outras funções, como
aulas a distância, conferências, palestras e reuniões, por exemplo, tendo
esses aspectos sidos intensificados a partir da pandemia do covid-19.
Diante disso, é necessário que a oratória também esteja presente nesses
cenários, levando em consideração tanto os aspectos comuns da oratória
presencial, quanto as características específicas do meio virtual, sendo
as adaptações necessárias realizadas para que uma boa comunicação
permaneça sendo firmada mesmo através das telas e das diversas
plataformas virtuais usadas continuamente.
 Oratória 43

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo

tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que a oratória possui uma importância marcante na
vida dos seres humanos, tanto como indivíduos, quanto
como seres inseridos em sociedade, pois a comunicação
é aspecto necessário para o desenvolvimento e para
o estabelecimento das diversas relações tidas como
essenciais para a vida humana, dessa forma a oratória
recebe destaque e emprego tanto em frente a grandes
plateias, quanto em uma entrevista de emprego ou até
mesmo numa conversa entre amigos. Além disso, também
tivemos a oportunidade de aprender que a oratória, assim
como tantos outras ferramentas e técnicas, passaram por
modificações e adaptações atrelados ao mundo virtual,
dessa forma a oratória se faz presente tanto no cenário
presencial, quando no meio online, sendo fortemente
manifestada por meio do desempenho da atividade dos
influenciadores digitais, mas não podem ser resumidas
apenas a esses, já que o meio virtual é cada vez mais
amplo, desta feita a oratória em sua modalidade online
precisa levar em consideração as características desse
ambiente para que possa ser bem desempenhada e
alcance os resultados almejados, tanto pelos divulgadores
de conteúdo, quanto pelo público que o recebe..
44 Oratória

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Oratória

Nathalia Ellen Silva Bezerra e

Silvia Cristina da Silva