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Intensivo Inicial

Capacitação de familiares e assistentes terapêuticas para o início


da intervenção precoce naturalista baseada no Modelo Denver
Resumo Capítulos
Base para intervenção precoce.
Compreender e Agir em Família - Geraldine Dawson, Sally Rogers, Laurie Vismara.
Capítulo 4 - Seja o Centro das Atenções
As crianças com autismo consideram a interação com objetos mais interessante e a interação com
as pessoas menos interessante, ao contrário das outras crianças.

O que fazer para a criança prestar mais atenção nas pessoas?

1. Identifique o holofote de atenção da criança, observe qual é o interesse dela.


RESUMO ……….…………..

2. Encontre a sua posição sob esse “holofote, frente a frente. Posicionamento é frontal
(lembrar da bola de ping pong) e dinâmico (você se mexe). É importante garantir o
menor custo de resposta por parte da criança pra ela te olhar e participar.

3. Elimine a concorrência pela atenção da criança. Gestão do ambiente. A ideia não é


ser a dona dos materiais, fazer isso de forma sutil.

4. Descubra e respeite a zona de conforto social (distância física na qual a criança se


sente confortável) da criança. O olhar é o termômetro.

5. Siga a liderança da criança: observe, narração, ajuda e imitação.

Observar Narrar Ajudar Imitar

Observar o que a Enquanto observa Ser a pessoa que


criança está entrega os objetos Diante da criança,
ativamente,
gostando de fazer, desejados e brinque com o
acrescentar palavras
identificar seu fornece a ajuda mesmo brinquedo
simples ou frases
interesse, para onde necessária no que ou objeto, tomando
curtas para descrever o
ela olha, o que ela a criança está com turnos, ou utilize
que a criança está
faz e com o que. dificuldade de um brinquedo ou
fazendo. A narração
Compreender o que fazer faz com que objeto igual para
inclui descrição,
a motiva. Juntar-se se torne parte da imitar as ações dela,
comentários, efeitos
enquanto divide o atividade, e ajuda para que não tenha
sonoros, entre outros. É
interesse pela a criança a que tirar o
importante adequar ao
atividade dela, prestar atenção brinquedo dela. É
nível de linguagem da
observando, em si e a sua importante brincar
criança (regra de uma
acenando, sorrindo e linguagem. da mesma forma,
palavra a mais do que
gesticulando. Siga a Entendo a imitando o mesmo
o que ela já fala).
ldierança! necessidade e movimento, o
Acrescentar
antecipo. Ajudo de mesmo gesto, a
entusiasmo e
graça! mesma intensidade.
teatralidade.

ROGER J., Sally; DAWSON, Geraldine; VISMARA A., Laurie. Autismo: Compreender e agir em família. Lisboa, 2012.
Capítulo 5 - Rotinas Sensório Sociais
São atividades nas quais o adulto e a criança se envolvem alegremente e face a face numa atividade
altamente social e divertida, que não envolve tipicamente manipular objetos. Estas atividades são
marcadas pela reciprocidade.

O que fazer para aumentar o quociente de diversão?


RESUMO……...……...

1. Encontre o sorriso.
2. Mantenha-se sob o “holofote”, face a face, com a criança.
3. Crie rotinas divertidas a partir de canções, jogos físicos e toques.
4. Acompanhe-as com expressões, vozes e sons animados.
5. Narre enquanto brinca ou canta.
6. Utilize objetos estimulantes para criar rotinas sociais sensoriais.
7. Varie as rotinas quando elas se tornam repetitivas.
8. Faça pausas frequentes e espere pela comunicação da criança para prosseguir.
9. Utilize as rotinas sociais sensoriais para otimizar os níveis de excitação da criança
para a aprendizagem.

Descobrir o ritmo

❏ Os dois lideram e seguem - ambos tomam turnos e comunicam para manter o jogo ativo.
❏ Importante descobrir esse ritmo de troca equilibrada na qual ambos estão envolvidos..
❏ Poderosa oportunidade para ensinar a comunicação.

2. Repita de graça 3. Pausa incitativa


1. Faça a ação curta
mais uma ou para aguardar o
“de graça” e veja se a
duas vezes se ato comunicativo
criança gosta.
ele gostou. da criança

4. Ato comunicativo da
criança (um olhar 4. Não teve ato
breve, um som, um comunicativo
sorriso, uma agitação,
5. Faço
um gesto)
novamente a
ação que ela
havia gostado. 5. Encerre a
rotina.

❏ Acrescentar variações à rotina quando ainda tem motivação.


❏ Encerrar e sinalizar o encerramento quando a motivação Ex de rotinas: cócegas, saltar,
acabou, quando as respostas da criança diminuírem nas pausas, voar pelo ar, músicas,
quando alguém está cansado, quando começou a ficar repetitiva. brincadeiras com os dedos,
“escondeu - achou”, bolinha de
……………………….sabão
Ps: nunca fazer rotina durante
comportamentos inapropriados.
Fazer imã nesse caso!

ROGER J., Sally; DAWSON, Geraldine; VISMARA A., Laurie. Autismo: Compreender e agir em família. Lisboa, 2012.
Capítulo 6 - Criar interações recíprocas
Existe uma estrutura específica para a realização de jogos com as crianças pequenas que é
particularmente rica em oportunidades de ensino. Como utilizar os brinquedos e o que você pode
fazer para aumentar as competências de tomada de turno com sua criança?
RESUMO……………….…...…....…...

1. Posicione-se diante da criança e coloque os materiais importantes entre os dois.


2. Mantenha-se sob o “holofote”! Assegure-se de que a criança observa as suas
tomadas de vez.
3. Narre; diga os nomes dos objetos e acrescente palavras simples, canções e efeitos
sonoros.
4. Enquadre as atividades de brincadeira e cuidados nas quatro partes da estrutura da
atividade conjunta:
○ Abertura (início/preparação)
○ Tema
○ Variação
○ Fechamento (encerramento/transição).
5. Mantenha um estilo de tomada de turno recíproca ao longo de cada uma das partes
das suas atividades conjuntas.

Abertura Tema Variação Fechamento


• Envolve a escolha e a • Uma ação que ambos • Acréscimo de • Encerrar a
preparação da consigam tomar turno, materiais, mudança de brincadeira quando a
brincadeira. que ambos consigam ações ou ideias ao atividade perder o
ter um papel na tema inicial. potencial de ensino.
• Um dos dois pega brincadeira e que
um brinquedo de ambos estejam • Pode ser a mesma • Encerrar quando o
interesse e começa a atentos ao turno do ação com objeto interesse/motivação
fazer algo com ele. outro. diferente ou ação da criança ou seu pela
diferente com mesmo atividade diminui.
• Incluir na abertura .• Importante repetir o objeto.
um posicionamento tema (previsibilidade). • Encerrar quando não
adequado, sentando • Ajuda no brincar há mais ideias de
de frente. .• Geralmente é a flexível, a desenvolver a variação ou a
primeira ação que criatividade, aumenta a brincadeira começar a
• Incluir também a tenha reciprocidade motivação, o tempo de ficar repetitiva.
narração, observação, (consciência da permanência.
eliminação de presença e do papel do • Ambos participam
concorrência, ajuda, a outro). • Importante repetir a do encerramento.
imitação (cap. 4). mesma variação
algumas vezes.

A criança escolhe as Girar as argolas / fazer Guardar juntos as argolas


Ela coloca uma argola e
argolas, você traz pro chão pulseira / colocar bichinhos na caixa e escolher a
você outra. Ou você entrega
e vocês se sentam frente a em cima / fazer óculos / próxima atividade ou iniciar
a argola e ela coloca.
frente colocar na cabeça / ... uma rotina sensório social.

ROGER J., Sally; DAWSON, Geraldine; VISMARA A., Laurie. Autismo: Compreender e agir em família. Lisboa, 2012.
RESUMO…....…... Capítulo 9 - Como aprendem as crianças
1. Preste atenção ao que o seu filho faz: C é para comportamento.
2. Escolha a recompensa: C é para consequência.
3. Identifique o que aconteceu primeiro, imediatamente antes de o comportamento
ocorrer: A é para antecedente.
4. Junte os ACC da aprendizagem.
5. Utilize os ACC para aumentar as oportunidades de aprendizagem do seu filho e
ensinar-lhe novas competências e comportamentos.
6. Mude os comportamentos indesejados.

Antecedente
❏ Situação ou evento que acontece antes do comportamento. Biscoito na
prateleira
❏ Pode ser visual (a criança vê algo que quer ou que não quer), auditivo A fora do
(um som que significa algo), pode ser sensorial (fome, cansaço)., pode
ser um evento. alcance
❏ É sempre o estímulo que desencadeia o comportamento.

Comportamento
❏ Tudo aquilo que a criança faz! É qualquer ação que possa ser Apontou
observada e mensurada. C para pedir
❏ Podem ser comportamentos indesejáveis - choro, grito, agressão.
❏ Podem ser comportamentos desejáveis - apontar para pedir um
objeto, estender os braços para pedir colo, pedir “ajuda”.
❏ Todo comportamento tem uma função, uma razão para acontecer!

Consequência
❏ Entreguei o

O que acontece imediatamente depois do comportamento.
As consequências que seguem o comportamento aumentam ou
C biscoito
diminuem a probabilidade de novas ocorrências desse mesmo
comportamento. Elas podem reforçar (aumentar a probabilidade) ou
punir (diminuir a probabilidade) o comportamento.

………………………………………….….…….….As cadeias de suporte……….……………….………………….………….

Menos suporte Mais suporte


1. Ações Suporte Suporte Gestual Suporte Físico Suporte Físico
Independente
motoras Verbal + Suporte Verbal Parcial Total

SP + OF +
2. Gestão da Suporte SP + Objeto Bloqueio do
Independente
atenção Posicional Favorito Centro de
Atenção

3. Incitação Incitação SV + Suporte SV + SP +


Independente Suporte Verbal
verbal Verbal Posicional Objeto favorito

ROGER J., Sally; DAWSON, Geraldine; VISMARA A., Laurie. Autismo: Compreender e agir em família. Lisboa, 2012.
Gestão de Comportamento
Comportamentos Disruptivos

São diversos comportamentos que afetam Cerca de 60% das crianças com TEA vão
o desenvolvimento da criança ou sua apresentar problemas significativos de
capacidade de se adaptar ao ambiente em comportamento, que irão acarretar em
prejuízos em diversas áreas do
que vive.
desenvolvimento.

exemplos Agressão física, jogar/destruir objetos, cuspe, gritos, fuga,


choro, se jogar no chão, agressão verbal, auto agressão, vômito
induzido, etc...

Identificar a função do comportamento


Aqui podem
Intervenção através de quatro etapas

ocorrer também
Obtenção comportamentos Atenção
Fuga
de objeto com a função de
fuga relacionados
à rigidez
Está fisicamente Há uma tentativa Está tentando ser
comportamental
tentando obter um física de evitamento vista e garantindo
/controle
objeto tangível (um (de uma demanda, que você está vendo
alimento, um de uma tentativa de o comportamento?
brinquedo, etc)? proximidade)?

Não reforçar o comportamento inapropriado


Não reforçar = enquanto estiver fazendo o comportamento inapropriado, não consegue o que quer
No caso de Não dirigir o
Não dar o Não deixar rigidez/controle,
olhar, não
objeto evitar a usar a
dessensibilização falar, não
situação
sistemática. brigar
Atenção negativa também é atenção!
O que eu queria que ele fizesse no lugar disso?
Apontar, pegar, Negar,
Chamar pelo
pedir empurrar com
nome, entrar na
verbalmente, te a mão, sair de
frente, puxar,
levar o objeto perto, fazer não
tocar, subir no
ou aceitar que com o dedo ou
colo, fazer gesto
não pode tê-lo. aceitar

Ensinar o comportamento alternativo


Aprender os suportes de ensino e ser o mais consistente possível!

Lembrar do pico de extinção!


Vai piorar antes de melhorar.
Capítulos extras
Capítulo 7 - Comunicação não-verbal
A utilização da comunicação não verbal é um meio que permite diversas experiências e aprendizado.
É aprendendo a se comunicar com o corpo que tornamos nossas interações sociais mais elaboradas,
não usando somente a fala.
RESUMO…..…..…...

1. Faça menos para que a criança faça mais.


2. Faça uma pausa e espere - por um gesto, contato visual ou vocalização.
3. Acrescente gestos a passos de atividades conjuntas.
4. Exagere as expressões faciais e os gestos durante as brincadeiras e cuidados.
5. Divida os materiais para praticar os gestos durante as brincadeiras.
6. Construa barreiras para que a criança precise de ajuda.
7. Aponte para objetos e imagens e espere que a criança siga.
8. Atribua palavras simples à linguagem corporal da criança e à sua.
9. Crie passos para trocas comunicativas em atividades-chave.

Fazer menos para deixar a criança participar mais na atividade. Oferecer a criança mais de uma
escolha, não dar acesso livre a tudo, deixar menos brinquedos disponíveis para ela ter que pedir.,

Aguardar por um gesto, um olhar, um som antes de dar à criança o que ela quer irá construir
um repertório de comportamentos comunicativos. Quando ela quer claramente algo, segure o
objeto diante de si e espere um pequeno ato comunicativo. Reforce dando o que ela quer
imediatamente após esse ato!

Criar situações em que a criança precise de ajuda. Uma ideia é manter visíveis objetos preferidos,
porém fora do alcance, ou entregar o brinquedo dentro de uma caixa fechada.

Entregue o objeto ou a atividade desejados imediatamente depois da comunicação da criança,


para que ela aprenda que esta comunicação, por menor que seja, é poderosa, tem grandes
efeitos e traz recompensas.

Assegure-se de que cada uma destas novas rotinas conduz a algo que a criança quer, para que exista
uma recompensa no final.

Sempre se colocar frente a frente com a criança para promover a interação e contato visual.

Quando está brincando com a criança, realce os seus próprios gestos: nas suas rotinas com
brinquedos em conjunto com a fala.

Realize as suas atividades ou jogos em passos previsíveis, repetindo a rotina. Depois, da


próxima vez, repita a sequência, faça uma pausa em um dos passos, utilize um gesto
exagerado e espere por uma resposta.

Sempre pensar: que gestos a criança podia utilizar para lhe pedir essas ações, movimentos ou
consequências preferidas?

ROGER J., Sally; DAWSON, Geraldine; VISMARA A., Laurie. Autismo: Compreender e agir em família. Lisboa, 2012.
Capítulo 8 - Aprendendo através da imitação
Uma competência que reside no cérebro da criança é mais bem aprendida quando a criança começa
a colocar ela em prática. A imitação é uma ferramenta importante para aprender como interagir
socialmente com os outros, para promover empatia, aprender a linguagem, promover a comunicação
não verbal, ensinar como as coisas funcionam, aprender as regras sociais para a conversa.
RESUMO…....…...

1. Imite as brincadeiras da criança com objetos e espere que ela também o imite.
2. Imite as vocalizações e sons da criança e espere que ela também o imite.
3. Utilize ajudas para incentivar a imitação, mas enfraqueça-as rapidamente.
4. Não espere perfeição: aceite as tentativas da criança.
5. Converta os jogos de imitação em jogos de tomadas de turno - miniconversas.
6. Utilize a estrutura de quatro passos da atividade conjunta para variar as imitações.
7. Use canções e rotinas sociais sensoriais para construir a imitação com gestos.
8. Mantenha-se sob o holofote da atenção da criança.

Imitar sons que a criança faz,


funcionando como um eco.
Espere para ver se ela faz o som Imitar
novamente e imite de novo, criando
sons
um jogo. Imite a criança o quanto for
Acrescentar gestos, expressões necessário, depois mostre uma
faciais, ênfase em palavras chave nova ação, espere a criança o imitar,
em canções. Comece a acrescentar ajude-a se necessário e depois volte
pausas antes dessas palavras para Imitar a imitá-la.
incentivá-la a cantar também. ações Para a criança prestar mais
sobre atenção ao seu turno, pode pedir o
Selecione uma canção ou jogo objetos brinquedo, imitá-lo brevemente e
depois devolver.
preferido e escolha um movimento
que seja fácil de fazer. Ensine a Mantenha um equilíbrio entre a
criança a imitar dando início ao sua vez e a da criança, assim como
gesto, parando e incentivando ela a a extensão das mesmas.
fazer também, com ajuda se
Imitar
necessário gestos
Assim que a criança tiver imitado,
mesmo que com ajuda, continue a
rotina para recompensar.
Aceite/reforce tentativas e Imitar e Assim que a criança imitar uma
aproximações do gesto. expandir nova ação familiar com
ações consistência, adicione variações.

Modele a ação, entregue a criança


Seguindo a estrutura de quatro os objetos, ajude ela a te imitar se
partes, escolham os materiais necessário, depois reforce.
indicando a abertura, identifique um Introduzir
tema para a atividade, imitando um jogos de
ao outro ou brincando em uníssono, imitação
varie e expanda o tema para incluir
mais e mais ações a serem
imitadas. Quando o interesse
diminuir, organize o encerramento
da brincadeira.

ROGER J., Sally; DAWSON, Geraldine; VISMARA A., Laurie. Autismo: Compreender e agir em família. Lisboa, 2012.
Capítulo 10 - Atenção Conjunta
Ensinar a criança a partilhar a atenção dela sobre os objetos e outros acontecimentos interessantes
com outras pessoas é chamado de atenção conjunta ou atenção triádica - a criança, o mediador e o
foco da atenção da criança.
RESUMO.….,.......

1. Dar é um pedido poderoso para obter ajuda.


2. Ensine a criança a dar e devolva imediatamente.
3. Faça com que a criança olhe antes de lhe dar os objetos.
4. Mostrar começa como o dar sem o “toma”.
5. Apontar diz a criança para onde ela deve olhar.
6. O gesto de apontar de uma criança comanda a linguagem e a ação.
7. Dê a criança esta poderosa ferramenta.
8. Para terminar, acompanhe cada um dos passos com o olhar.

Três gestos principais para partilhar a atenção: dar, mostrar ou apontar para o objeto ou
acontecimento enquanto estabelecem contato visual.

Ensinando a criança a
Ensinando a criança a dar os Ensinando a criança a
apontar para os objetos para
objetos mostrar os objetos
partilhar a experiência

Quando pede o objeto a criança, Mostre com frequência as coisas Primeiro ensine a criança a
assegure-se de devolver à criança, dizendo o nome do seguir o seu apontar. Comece
imediatamente. A consequência objeto quando ele olhar. “Olha! - apontando os objetos, dizendo os
de entregar não pode ser ficar espere ele olhar - É uma bola!” nomes deles.
sem o objeto.
Emparelhe o conceito de À medida que a criança aprende
Crie oportunidades da criança te "mostrar" com um efeito a seguir o seu apontar e toque,
pedir ajuda com algo que ela não divertido quando a criança olha comece a deixar mais espaço
consiga fazer, como abrir uma para reforçar essa resposta. entre o seu dedo e o objeto.
caixa.
Estenda a mão na direção da Quando ela estiver seguindo bem
Estenda a sua mão aberta para criança falando “Me mostra!” e o seu apontar, comece a
a criança e pergunte se ela quer quando ele tentar lhe entregar, ensiná-la a fazer também. Tire
ajuda. não pegue, mas acrescente ligeiramente do alcance um
comentários "uau, que legal sua objeto que ela esteja tentando
Repita isso em vários tipos de bola". alcançar e aumente o suporte
atividades sempre usando as para ela apontar.
mesmas pistas e ajudas. Depois que a criança começar a
estender o objeto em direção a Quando ele já dominar o ponto
Quando isso se tornar habitual, sua mão quando você diz "me proximal (quando o objeto está
não ofereça a mão e aguarde ele mostra", dê apenas o comando próximo), ensine o ponto distal e
lhe entregar o objeto sozinho sem estender a mão junto. depois a escolha entre dois
antes de ajudá-lo. Aumente o suporte se necessário. objetos.

Quando ele entregar de forma Quando ele fizer isso com Quando a criança estiver usando
espontânea, aguarde ele te olhar consistência, espere por um o contato visual com consistência,
antes de você ajudá-lo. Aumente contato visual antes de comece a parear o contato visual
o suporte se necessário. comentar. com o apontar.

ROGER J., Sally; DAWSON, Geraldine; VISMARA A., Laurie. Autismo: Compreender e agir em família. Lisboa, 2012.
Capítulo 11 - Hora de brincar!
As brincadeiras são importantes para desenvolver e aperfeiçoar competências das crianças, para
experimentar formas criativas de utilização dos brinquedos e para praticar as suas aptidões sociais,
aptidões de linguagem, cognitivas e de comunicação..
RESUMO…....…...

1. Ensine a criança a brincar com os brinquedos. Aumente gradualmente o grau de


dificuldade.
2. Modele primeiro, ajude depois se necessário. Enfraqueça as ajudas rapidamente.
3. Utilize a estrutura de quatro partes da atenção conjunta (preparação, tema, variação
e encerramento) para ensinar a criança mais competências de brincadeira.
4. Incentive a brincadeira independente organizando-a bem, sentando-se atrás da
criança e afastando-se aos poucos.
5. Alterne os brinquedos para evitar o aborrecimento.

O que fazer para aumentar a variedade, flexibilidade e oportunidades


de aprendizagem nas brincadeiras?

Utilizar a imitação como forma principal para ensinar competências de brincadeira, utilizando a estrutura de
quatro partes da atividade conjunta (abertura, tema, variação e fechamento).

Importante selecionar brinquedos que a criança já saiba brincar e que se encaixem nas competências atuais
dela (brinquedos de manutenção) e brinquedos com os quais ela poderia facilmente aprender a brincar e gostar
(brinquedos alvo / aquisição).

A ideia inicial é identificar brinquedos que envolvem ações de causa e efeito para ajudar a criança a utilizar cada
um destes objetos de acordo com o seu tema principal, isto é, a forma mais típica utilizada pelas outras
crianças. A partir disso, vamos expandindo.

Importante adicionar variações depois que o tema principal do brinquedo já tiver sido aprendido. Adiciona-se aos
poucos complexidade aos brinquedos, adicionando mais peças ao jogo, mais ações ou mais fases/etapas a
brincadeira.

Limitar e organizar os brinquedos de maneira que a criança possa pegar


sozinha. Organizá-los de acordo com o que a criança gosta em caixas e cestas
para ela poder pegar e arrumar facilmente. Retirar distrações. Vá alternando
os brinquedos,

Ajude a criança a escolher um brinquedo, comece a brincar com ela e aos


poucos vá saindo do papel de parceiro de brincadeira. Ajude-o também guardar
quando o interesse diminuir.

Diminua a ajuda e participação nas fases de abertura, fechamento e transição.

Vá se afastando gradualmente da criança quando ela começar a brincar com


um brinquedo e torne-se menos disponível. Tente lhe dar cada vez menos
apoio. O objetivo é brincar sozinho de forma construtiva, não praticar todas as
competências que lhe ensinou.

ROGER J., Sally; DAWSON, Geraldine; VISMARA A., Laurie. Autismo: Compreender e agir em família. Lisboa, 2012.
Capítulo 12 - Vamos fazer de conta!
Por volta de dois anos, as crianças começam a brincar de faz de conta (ou brincadeira simbólica)
que ajuda a expandir as suas competências de raciocínio e de linguagem, porque envolve ideias de
brincadeira que provêm da sua imaginação. Ajudam também a expandir seu conhecimento sobre o
mundo social.
RESUMO………....…...

1. Use os objetos do dia a dia durante as brincadeiras.


2. Dê “vida” às bonecas/pelúcias/miniaturas.
3. Substitua objetos por outros adereços.
4. Combine múltiplas ações para reproduzir cenas da vida real.
5. Acontecimentos da vida real são temas apropriados para brincar.
6. Reproduzir interações sociais e outras experiências novas ajuda a criança a
compreendê-las.
7. Reproduzir cenas de filmes e livros preferidos é ótimo para um “faz de conta” mais
elaborado.

O momento de introduzir a brincadeira simbólica é depois da criança já estar brincando


com vários brinquedos diferentes, combinando objetos e combinando diferentes ações nas
suas brincadeiras com brinquedos individuais.

A criança precisa saber como imitar, como envolver-se na atenção conjunta e como utilizar
muitos objetos na brincadeira funcional antes de desenvolver uma brincadeira mais
imaginativa.

A brincadeira simbólica possui três tipos de competência: A brincadeira animada que


envolve utilizar bonecas e animais como se estivessem vivos e pudessem atuar sobre os
objetos. A substituição simbólica que envolve utilizar objetos como se fossem outra coisa,
como utilizar um bloco como carro. E as combinações simbólicas, que envolvem unir vários
atos de brincadeira diferentes para criar uma cena mais complexa formando uma
sequência lógica.
Iniciamos o ensino do faz de conta brincando com objetos com seu uso convencional ou
funcional, por exemplo, o pente para pentear o cabelo, a colher para mexer o suco.
Introduza um desses objetos durante a brincadeira, modele e ajude a criança a fazer o
uso convencional, use a imitação para ajudá-lo, varie e expanda a brincadeira incluindo
outros personagens.

O passo seguinte é ajudar a criança a aprender que objetos inanimados, como bonecas e
bichinhos, também podem agir. Em vez de preparar e comer a comidinha, agora os
bichinhos também vão preparar e comer a comidinha. O boneco vai desempenhar uma
ação em si mesmo, em você e/ou na criança. Aos poucos, vá ligando ações uma na outra.

Separe materiais de "faz de conta" de forma organizada e incentive as ações


espontâneas da criança com os personagens. Siga a liderança, modele e ajude caso
necessário.
O próximo tipo de faz de conta que a criança irá desenvolver é a capacidade de tratar os
objetos como se eles fossem outra coisa. Modele usando materiais ambíguos (que não
tem função clara em si mesmos) como se fossem adereços familiares que a criança usa
nas rotinas de faz de conta. A atividade seguinte, quando a criança já estiver familiarizada
com objetos ambíguos, é o uso de objetos invisíveis.

O último tipo de faz de conta é combinar várias ações para que ele seja capaz de
representar uma cena total, em vez de apenas uma ou duas ações relacionadas.

ROGER J., Sally; DAWSON, Geraldine; VISMARA A., Laurie. Autismo: Compreender e agir em família. Lisboa, 2012.
Capítulo 13 - Passagem para a fala
Aprender a falar envolve as competências de linguagem expressiva e de linguagem receptiva. As
crianças precisam aprender pré requisitos, como imitar os sons, comunicar com gestos e sons e
alternar a atenção entre objetos e pessoas antes de aprenderem o significado e uso da fala.
RESUMO…………...

1. Desenvolver o vocabulário de sons da criança.


2. Desenvolver jogos vocais com os sons da criança.
3. Aumentar as oportunidades para escutar e responder aos sons feitos pelos outros.
4. Falar com a criança com o objetivo de promover o desenvolvimento da linguagem.
Siga a regra de “mais um”.
5. Ponha no ouvido da criança as palavras que quer ouvir da boca dela.
6. Dê menos instruções e exija mais respostas.
7. Adicionar sons aos gestos.

Desenvolvendo a Desenvolvendo a
Comunicação Expressiva Comunicação Receptiva

Primeiro passo é aumentar a frequência e a É necessário que sempre se exija uma resposta
variedade dos sons que a criança emite, da criança. Consiga a sua atenção, dê a ela uma
começando com vogais. Uma das estratégias é instrução simples e espere pela resposta dela. Se
responder aos sons da criança como se fossem não houve resposta, aumente o suporte ajudando
palavras imitando o som que ela fez ou dizendo ela a agir, e depois dê o reforço.
algo que se assemelhe ao que ela disse. Crie uma
pequena conversa imitando e pausando para Importante escolher reforços adequados
aguardar ela fazer de novo. (atividades, objetos, eventos) e só dar uma
ordem quando você tem algo em troca para dar
Introduza efeitos sonoros nas suas trocas sociais quando ela cumpri-la. Inserir exigências simples
com brinquedos, em canções e rotinas sociais antes de entregar o que a criança quer, por
sensoriais, como sons de animais, de carros e exemplo, é importante para ensiná-la a seguir
outros. Sempre combine sons e palavras com instruções.
gestos, ritmos e atividades.
Siga o princípio de Premack caso não exista um
Aumente a frequência da sua fala com a criança reforço intrínseco na atividade: quando uma
usando linguagem simples, comentando aquilo atividade preferida vem depois de uma atividade
que ela está fazendo, nomeando objetos e ações, menos preferida ou quando uma se associa a
seguindo o foco de atenção dela. Pense em um outra.
vocabulário simples das palavras que quer que a
criança aprenda e depois use essas palavras Dar instruções sem exigir que elas sejam
frequentemente. cumpridas ensina as crianças a ignorar as
instruções dos pais! Menos instruções, mais
Use a regra de mais um: suas frases devem ser cumprimento das mesmas. Sempre garanta
uma palavra mais longa do que as frases da resposta, mesmo que você tenha que aumentar
criança. o suporte para isso.

Depois disso, comece a juntar aproximações de Sempre comece ensinando a criança a cumprir
palavras ou sons que a criança já consiga ordens de coisas que ela já sabe fazer (por ex:
reproduzir a gestos que ela use com frequência. senta, levanta, vem). Depois comece a ensinar a
Use a cadeia de incitação de fala para isso. criança a compreender palavras e instruções
Reforce rapidamente quando ela conseguir fazer. novas.

ROGER J., Sally; DAWSON, Geraldine; VISMARA A., Laurie. Autismo: Compreender e agir em família. Lisboa, 2012.

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