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Dilatação linear de um sólido metálico

Carlos Henrique Dantas da Costa1, Jonatan Gomes Rodrigues2, Marcos Felipe Lima da Silva3
e Micael dos Santos Almeida4.

Universidade Federal Rural do Semi-árido, Laboratório de Ondas e Termodinâmica, Campus


de Caraúbas, Caraúbas, RN.

Resumo
De modo geral, os materiais dilatam-se quando aquecidos e contraem-se quando resfriados,
onde os sólidos, de modo geral, dilatam-se muito pouco. O experimento em questão teve
como principal objetivo a determinação do coeficiente de dilatação linear de um sólido
metálico tubular, assim como, compreensão de que, para a mesma variação de temperatura,
diferentes materiais se dilatam por quantidades diferentes. Com o intuito de se alcançar o
objetivo supracitado, encontrou-se o coeficiente de dilatação linear de 03 corpos de prova e,
comparando o coeficiente encontrado, com os dispostos em uma tabela fornecida no
experimento, pôde-se comprovar que o corpo de prova 1, 2 e 3 são compostos de ferro, cobre
e cobre, respectivamente.

Palavras-Chave: dilatação; contração; corpo de prova.

Introdução

Quando submetidos a uma determinada variação de temperatura, os corpos se dilatam,


aumentando ou diminuindo as dimensões. Entretanto, esta variação não é grande, e muitas
vezes não é possível de observar a olho nu. Essa dilatação ocorre devido os átomos que
constituem o corpo se agitarem bem mais quando em estado normal, fazendo com que a
distância entre um átomo e outro aumente, ganhando uma nova dimensão.
A variação que um determinado sólido sofre quando aquecido, é proporcional com o
aumento da temperatura, ou seja, quanto maior a temperatura maior será a dilatação, até que o
solido chegue no seu coeficiente máximo de dilatação. Para encontrar a variação de
comprimento da haste após a dilatação, é necessário usar a Equação 1.0 seguir:

∆𝐿 = 𝐿0 ∙ 𝛼 ∙ ∆𝑇
(1.0)
Sendo que ∆L é a variação de comprimento na haste, L_0 o comprimento inicial da
haste, α o coeficiente de dilatação linear e ∆T a variação de temperatura. Vale destacar que o
coeficiente de dilatação linear pode ser dado em K^(-1) ou em 〖(ºC)〗^(-1), e cada material
tem um coeficiente diferente não dependendo da massa ou comprimento. Essa variação pode
ser observada na Figura 1:

Figura 1. Dilatação de uma barra linear.

Metodologia ou Materiais e Métodos

Para realização do presente experimento foram disponibilizados na bancada os


materiais listados a seguir:
I. 03 corpos de provas;
II. 01 balão volumétrico;
III. 01 pano de limpeza;
IV. 01 base principal metálica com dilatômetro;
V. 01 pinça com mufa fixa;
VI. 01 lamparina;
VII. 01 recipiente com água;
VIII. 02 termômetros.
O experimento em questão ocorreu através das etapas descritas a seguir.
I. Montou-se o sistema conforme a Figura 2, colocando um termômetro dentro
da mangueira de saída – deixando a marca de 90º C para fora;
II. Colocou-se um segundo termômetro no orifício da rolha do reservatório
contendo água. O bulbo do termômetro deve ficar afastado de 1 a 2 cm do
fundo do balão, não devendo tocá-lo de modo algum;
III. Determinou-se o comprimento inicial L0 do corpo de prova – distância entre
o centro da guia com mufa até o medidor;
IV. Determinou-se a temperatura inicial T0 da barra medindo a temperatura
ambiente;
V. Ativou-se a fonte de calor e descreveu-se o que aconteceu quando a
temperatura do corpo de prova começou a aumentar;
VI. Aguardou-se até que o corpo de prova atingisse a sua temperatura máxima –
consequentemente, dilatação máxima. O momento para execução desta
leitura deve ser de, no mínimo, 60s após a estabilização dos medidores. Após
equilíbrio térmico, mediu-se as temperaturas nos pontos de entrada e saída de
vapor;
VII. Mediu-se no dilatômetro a variação ΔL sofrida pelo corpo de prova;
VIII. Utilizando-se da Equação 1, calculou-se o coeficiente de dilatação α do
corpo de prova e determinou, por meio da tabela presente na Figura 3, de
qual material é feito o corpo de prova;
IX. Por fim, repetiu-se o processo para mais 02 corpos de prova.

Figura 1. Aparato experimental.


Figura 3. Tabela com alguns coeficientes de dilatação.

Resultados e Discussão

Dando início ao experimento mediu-se o comprimento inicial L0 do corpo de prova 01,


cujo valor foi:

𝐿0 = 500 𝑚𝑚 𝑜𝑢 0,5 𝑚

Em seguida, determinou-se a temperatura inicial T0 da barra medindo a temperatura


ambiente, cujo valor encontrado foi:

𝑇0 = 21° 𝐶

Notou-se que, à medida que a temperatura do corpo de prova aumentava, ocorria


dilatação no mesmo, atingindo dilatação máxima assim que a temperatura máxima foi
atingida. Em seguida, determinou-se a temperatura final Tf da barra em questão, cujo valor
encontrado foi:

𝑇𝑓 = 98° 𝐶

Em seguida, mediu-se no dilatômetro a variação ΔL sofrida pelo corpo de prova em


questão, cujo valor encontrado foi:
Δ𝐿 = 0,45 𝑚𝑚 𝑜𝑢 0,00045 𝑚

Utilizando-se da Equação 1.0, calculou-se o coeficiente de dilatação linear α do corpo


de prova em questão, cujo valor foi:

∆𝐿 = 𝐿0 ∙ 𝛼 ∙ ∆𝑇

∆𝐿 ∆𝐿 0,00045 𝑚
𝛼= = = ≅ 1,168 ∗ 10−5 °𝐶 −1 .
𝐿0 ∗ ∆𝑇 𝐿0 ∗ (𝑇𝑓 − 𝑇0 ) 0,5 𝑚 ∗ (98° 𝐶 − 21° 𝐶)

Comparando o coeficiente de dilatação encontrado anteriormente com os dispostos na


tabela da Figura 3, pode-se afirmar que o corpo de prova 01 é feito de ferro.
Dando continuidade ao experimento, calculou-se o coeficiente de dilatação linear para
os corpos de prova 02 e 03. Começando pelo corpo de prova 02, mediu-se seu o comprimento
inicial L0, cujo valor foi:

𝐿0 = 500 𝑚𝑚 𝑜𝑢 0,5 𝑚

Em seguida, determinou-se a temperatura inicial T0 da barra medindo a temperatura


ambiente, cujo valor encontrado foi:

𝑇0 = 23° 𝐶

Em seguida, determinou-se a temperatura final Tf da barra em questão, cujo valor


encontrado foi:

𝑇𝑓 = 98° 𝐶

Em seguida, mediu-se no dilatômetro a variação ΔL sofrida pelo corpo de prova em


questão, cujo valor encontrado foi:

Δ𝐿 = 0,62 𝑚𝑚 𝑜𝑢 0,00062 𝑚
Utilizando-se da Equação 1.0, calculou-se o coeficiente de dilatação linear α do corpo
de prova 02, cujo valor foi:

∆𝐿 = 𝐿0 ∙ 𝛼 ∙ ∆𝑇

∆𝐿 ∆𝐿 0,00062 𝑚
𝛼= = = ≅ 1,653 ∗ 10−5 °𝐶 −1 .
𝐿0 ∗ ∆𝑇 𝐿0 ∗ (𝑇𝑓 − 𝑇0 ) 0,5 𝑚 ∗ (98° 𝐶 − 23° 𝐶)

Comparando o coeficiente de dilatação encontrado anteriormente com os dispostos na


tabela da Figura 3, pode-se afirmar que o corpo de prova 02 é feito de cobre.
Por fim, calculou-se o coeficiente de dilatação linear para o corpo de prova 03,
medindo primeiro seu comprimento inicial L0, cujo valor foi:

𝐿0 = 500 𝑚𝑚 𝑜𝑢 0,5 𝑚

Em seguida, determinou-se a temperatura inicial T0 da barra medindo a temperatura


ambiente, cujo valor encontrado foi:

𝑇0 = 24° 𝐶

Em seguida, determinou-se a temperatura final Tf da barra em questão, cujo valor


encontrado foi:

𝑇𝑓 = 98° 𝐶

Em seguida, mediu-se no dilatômetro a variação ΔL sofrida pelo corpo de prova em


questão, cujo valor encontrado foi:

Δ𝐿 = 0,58 𝑚𝑚 𝑜𝑢 0,00058 𝑚

Utilizando-se da Equação 1.0, calculou-se o coeficiente de dilatação linear α do corpo


de prova 02, cujo valor foi:

∆𝐿 = 𝐿0 ∙ 𝛼 ∙ ∆𝑇
∆𝐿 ∆𝐿 0,00058 𝑚
𝛼= = = ≅ 1,567 ∗ 10−5 °𝐶 −1 .
𝐿0 ∗ ∆𝑇 𝐿0 ∗ (𝑇𝑓 − 𝑇0 ) 0,5 𝑚 ∗ (98° 𝐶 − 24° 𝐶)

Comparando o coeficiente de dilatação encontrado anteriormente com os dispostos na


tabela da Figura 3, pode-se afirmar que o corpo de prova 03 é feito também de cobre.

Questionário

5.1 – O que aconteceria se o corpo de prova utilizado fosse resfriado a 0° C no lugar de ter
sido aquecido?
Resposta:
Quando um material é resfriado a uma temperatura bem abaixo de sua temperatura natural, o
coeficiente de expansão torna-se negativo e ocorre a contração.

5.2 – O que ocorre se duas barras uniformes e lineares, feitas de cobre e ferro forem
aquecidos? E se a mesma for resfriada?
Resposta:
Como o cobre tem um coeficiente de expansão linear mais alto, ele se expande mais rápido
quando aquecido e encolhe mais rápido quando resfriado.

5.3 – Um termômetro comum consiste de uma coluna de mercúrio em um tubo de vidro. Com
base em seu funcionamento, qual material deve ter o maior coeficiente de dilatação linear, o
vidro ou o mercúrio? Explique.
Resposta:
O mercúrio deve ter um alto coeficiente de expansão linear porque se expande à medida que
se move através do vidro, para que possamos determinar a temperatura que queremos medir.

5.4 – Uma chapa de concreto usada em construção de estradas é colocada no lugar quando a
temperatura ambiente é de 20° C. Se o seu tamanho é de 20,478 m, calcule o mínimo de
espaçamento entre as chapas para que não haja curvaturas. Assuma que a temperatura máxima
que pode ser atingida seja 55° C.
Resposta:
T0 = 20° C;
Tf = 55° C;
L0 = 20,478 m;
α = 12 * 10-5 °C-1.

Utilizando-se da Equação 1.0, tem-se:

∆𝐿 = 𝐿0 ∙ 𝛼 ∙ ∆𝑇

∆𝐿 = 20,478 ∗ 12 ∗ 10−5 °C−1 ∗ (55° 𝐶 − 20° 𝐶) = 8,60076 ∗ 10−2 𝑚.

Assim, o espaçamento mínimo entre as chapas deverá ser de 8,60076 * 10-2 m.

5.5 – Explique porque os fios que passam energia elétrica conectados aos postes não são
esticados totalmente.
Resposta:
Bem, como os fios são feitos de cobre, é necessário que eles não sejam totalmente esticados
devido à sua expansão, pois estarão expostos à variação de temperatura/tempo.

5.6 – As linhas de trem são feitas por trilhos paralelos que não são conectados entre si, apesar
de serem próximos. Explique o motivo desta separação entre os trilhos paralelos e o que
aconteceria caso fossem montados sem esta separação.
Resposta:
São montados separadamente porque se expandem de acordo com a temperatura e/ou
velocidade do trem que passa na via, e se não montados podem expandir, alterar seu trajeto e
causar acidentes.

Conclusões

As práticas realizadas no laboratório são de grande importância para a compreensão


dos alunos e por meio delas possível correlacionar os conhecimentos absorvidos na parte
teórica da disciplina com as reações vistas na parte prática, uma vez que as situações práticas
possibilitam um aprendizado mais rápido e fácil por parte dos ouvintes.
De modo específico, através do experimento de dilatação linear de um sólido metálico,
pode-se observar que para cada material testado, existe especificamente, um coeficiente de
dilatação.

Referências Bibliográficas

Sears & Zemanski, Young & Freedman, Física II, Ondas e Termodinâmica, 12ª Edição,
Person, 2008.
Resnick, Halliday, Krane, Física 2, 5ª Edição, LTC, 2007.

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