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Destilação Simples

Carlos Henrique Dantas da Costa1

Universidade Federal Rural do Semi-árido, Laboratório de Química, Campus de Caraúbas,


Caraúbas, RN.

Resumo
A destilação simples é um método bastante utilizado na separação de um líquido de outra
substância, seja ela líquida ou sólida, pela diferença de ponto de ebulição. Este experimento
teve como principais objetivos a realização de uma destilação simples, instrução acerca do
aparelho utilizado no processo e a testagem do destilado. O experimento em questão realizou
a destilação de 50 mL de uma solução de NaCl por meio da destilação simples, onde a
testagem do destilado foi realizada utilizando uma solução de nitrato de prata. Ao final do
experimente, pôde-se notar que a destilação realizada foi malsucedida, uma vez que durante
testagem do destilado houve a formação de um precipitado de cloreto de prata, confirmando a
existência de contaminante no destilado.

Palavras-Chave: precipitação; ponto de ebulição; cloreto de prata.

Introdução

A destilação simples costuma ser realizada através de uma única etapa de vaporização
seguida de condensação, através do aquecimento da solução até a formação do vapor do
elemento que possui o menor ponto de ebulição. O processo de vaporização irá ocorrer devido
ao rápido aumento da temperatura ou pela redução de pressão. O vapor gerado é direcionado a
um condensador, sendo resfriado e coletado (LATYKI, 2017).
A seguir, a Figura 1 ilustra um sistema de destilação simples.

1
Discente do curso de Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal Rural do Semi-árido – UFERSA. E-mail:
carlos.costa95351@alunos.ufersa.edu.br.
Figura 1. Sistema de destilação simples.
Fonte: Página Mundo Educação2.

Diante da parte teórica abordada anteriormente, pode-se prosseguir com o processo em


busca de alcançar objetivos do presente experimento - realização de uma destilação simples,
instrução acerca do aparelho utilizado no processo e a testagem do destilado.

Metodologia

es
I. 03 tubos de ensaio;
II. 03 pipetas de pasteur;
III. Mufa, rolha, mangueiras e estante para tubos de ensaio;
IV. Cloreto de sódio NaCl 10%w;
V. Nitrato de prata AgNO3 0,1N.

O sistema de destilação simples utilizado no experimento e mostrado na Figura 2 a


seguir, foi montado pelo técnico do laboratório.

2
Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/destilacao.htm>. Acesso em: 10 abril 2016.
Figura 2. Sistema de destilação simples montado no laboratório.
Fonte: De autoria própria.

O experimento em questão foi dividido em duas partes, descritas a seguir:


1ª. Parte: Destilação da solução de NaCl.
I. Adicionou-se pedras de ebulição ao balão de destilação, evitando a ebulição
tumultuosa do líquido;
II. Utilizando uma proveta, coletou-se 50 mL de uma solução de NaCl;
III. Com o auxílio de um funil de vidro de haste longa, transferiu-se os 50 mL
da solução de NaCl para o balão;
IV. Montou-se o sistema de destilação simples conforme a Figura 2;
V. Iniciou-se o aquecimento do sistema ligando a manta aquecedora;
VI. Observou-se atentamente o sistema durante o processo de aquecimento,
verificando constantemente a temperatura registrada pelo termômetro;
VII. Observou-se o início da destilação, atestando-se para o que ocorre
visivelmente com a solução;
VIII. Sabendo-se que em uma destilação os primeiros 5% em relação à
quantidade inicial utilizada no balão devem ser descartados por conter
impurezas, coletou-se em um béquer a amostra coletada nos minutos
iniciais, nomeando-a de destilado início;
IX. Em seguida, utilizando-se de um novo béquer, coletou-se uma nova
amostra da solução, nomeando-a de destilado final;
X. Por fim, desligou-se a manta aquecedora e prosseguiu-se para a testagem.
2ª. Parte: Testagem do destilado para verificar se a destilação foi bem sucedida.
I. Adicionou-se a um tubo de ensaio 1 mL da solução de NaCl, nomeando-o
de tubo 1;
II. Adicionou-se a um tubo de ensaio 1 mL do destilado “início”, nomeando-o
de tubo 2;
III. Adicionou-se a um tubo de ensaio 1 mL do destilado “final”, nomeando-o
de tubo 3;
IV. Com o auxílio de uma pipeta de pasteur, adicionou-se 1 mL de solução de
nitrato de prata (AgNO3) em cada dos tubos de ensaio nomeados
anteriormente;
V. Observou-se o tubo 1 e notou-se a formação de um precipitado de
coloração branca, o cloreto de prata (AgCl);
VI. Observou-se o que ocorreu nos tubos 2 e 3;
VII. Em um quarto tubo de ensaio, adicionou-se 1 mL da água destilada
produzida no laboratório, nomeando-o de tubo 4.
VIII. Com o auxílio de uma pipeta de pasteur adicionou-se 1 mL de solução de
nitrato de prata (AgNO3) no tubo 4 e observou-se o que ocorreu.

Resultados e Discussão

Dando início a análise, observou-se o que aconteceu ao tubo 1 quando adicionado 1


mL de solução de nitrato de prata (AgNO3). Observando o tubo de ensaio 1, pode-se notar a
formação de um produto insolúvel de coloração branca, denominado precipitado, conforme
ilustra a Figura 3.
Figura 3. Tubo de ensaio 1.
Fonte: De autoria própria.

O precipitado em questão é o cloreto de prata (AgCl(S)), formado pela reação química


da Equação 1.0 a seguir (Andrade, 2016).

AgNO3 (aq) + NaCl (aq) → AgCl(S) + NaNO3 (aq)


(1.0)

A mesma reação da Equação 1.0 pode ser escrita em sua forma iônica, visto que as
substâncias estão dissolvidas em uma solução. Dessa forma, obtém-se a Equação 1.1 –
equação iônica completa (Andrade, 2016).

Ag+ (aq) + NO- (aq) + Na+ + Cl- (aq) → AgCl(S) + Na+ + NO3- (aq)
(1.1)

Simplificando a Equação 1.1, levando em consideração apenas as substâncias que, de


forma efetiva, participam da reação, obtém-se a Equação 1.2 – equação iônica simplificada
(Andrade, 2016).

Ag+ (aq) + Cl- (aq) → AgCl(S)


(1.2)
Prosseguindo, analisou-se o que aconteceu no tubo 2, que contém a destilação inicial
do experimento, quando adicionado 1 mL de solução de nitrato de prata (AgNO3).
Observando o tubo 2, pôde-se notar novamente a formação do precipitado de cloreto de prata
(AgCl(S)) conforme ilustra a Figura 4 abaixo, assim como ocorreu no tubo 1. Entretanto, esse
resultado já era esperado, haja vista que o destilado obtido nos primeiros minutos do processo
geralmente é descartado por conter impurezas.

Figura 4. Tubo de ensaio 2.


Fonte: De autoria própria.

Prosseguindo, analisou-se o que aconteceu no tubo 3, que contém a destilação final do


experimento, quando adicionado 1 mL de solução de nitrato de prata (AgNO3). Observando o
tubo 3, pôde-se constar novamente a formação do precipitado de cloreto de prata (AgCl(S))
conforme ilustra a Figura 5 abaixo, assim como ocorreu nos tubos 1 e 2.
Figura 5. Tubo de ensaio 3.
Fonte: De autoria própria.

Diante disso, pode-se afirmar que a destilação simples realizada em 50 mL de solução


de NaCL foi malsucedida, uma vez que na testagem houve a formação de um sólido branco,
constatando que a solução ainda possui impurezas do tipo cloreto. Dessa forma, é correto
afirmar que a destilação realizada possui algum contaminante, que pode ter surgido a partir da
vidraria utilizada (falta de higienização ou ausência dela); processo de ebulição (respingo de
alguma quantidade da solução próximo à saída do balão de destilação); pipeta de pasteur ou
béqueres com alguma sujeira ou resquício de cloro.
Por fim, não obtendo um resultado satisfatório na destilação da solução de NaCl,
realizou-se a testagem da água destilada produzida no laboratório e verificou-se que não havia
presença de cloreto na mesma, uma vez que não ocorreu a formação do precipitado conforme
comprova a Figura 6 a seguir.
Figura 6. Tubo de ensaio utilizado na testagem da água destilada do laboratório.
Fonte: De autoria própria.

Conclusões

A realização de práticas laboratoriais é de suma importância para a compreensão dos


assuntos abordados na parte teórica da disciplina por parte dos alunos. De modo específico, o
experimento de destilação simples evidenciou, de maneira prática, o importante conceito de
destilação – utilizado em processos como produção de bebida alcoólica destilada, refino do
petróleo para a obtenção dos seus diversos derivados e a obtenção da cafeína.
De modo particular, o experimente não conseguiu atingir seu objetivo principal – que
era a destilação de 50 mL de uma solução de NaCl. Entretanto, trouxe um alerta bastante
importante na área laboratorial acerca dos cuidados que devem ser tomados quando se é
realizado um experimento – desde a lavagem dos aparatos utilizados, montagem do sistema e
realização da prática em si, atentando-se para seguir fielmente o passo a passo disponibilizado
na apostila laboratorial.

Referências Bibliográficas

LATYKI, Bruna L. Comparação entre os métodos de recuperação de solvente industrial


por destilação simples e fracionada. 2017. 57 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharelado em Engenharia Química) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta
Grossa, 2017.

ANDRADE, F. P. Material 5 – Reações em Solução Aquosa. 2016. Disponível em:


https://ufsj.edu.br/portal-
repositorio/File/frankimica/Quimica%20Fundamental/Material%205%20-
%20Rea%E7%F5es%20em%20solu%E7%E3o%20aquosa.pdf. Acesso em: 11 abr. 2022.

BROWN, T. L.; LEMAY, E.; BURSTEN, B. E. Química – A Ciência Central. 9ª ed.


Pearson, São Paulo, 2006.

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