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Pêndulo Simples

Carlos Henrique Dantas da Costa1, Jonatan Gomes Rodrigues2, Marcos Felipe Lima da Silva3
e Micael dos Santos Almeida4.
Universidade Federal Rural do Semi-árido, Laboratório de Ondas e Termodinâmica, Campus
de Caraúbas, Caraúbas, RN.

Resumo
Um pêndulo simples pode ser definido através de um sistema composto por uma massa (m)
suspensa por um fio com determinado comprimento (L), onde a massa desse fio é desprezível.
Este experimento teve como objetivos principais a investigação do movimento harmônico
simples (MHS) em um pêndulo simples, determinação da aceleração da gravidade e
verificação da independência do período em relação a massa. O experimento em questão
investigou o MHS de um pêndulo simples variando o ângulo, a massa do corpo e o
comprimento do fio. Ao final do experimento, pôde-se comprovar a dependência do período
em relação ao comprimento do fio, uma vez que os valores do período variaram conforme a
variação do comprimento do fio.

Palavras-Chave: movimento harmônico simples; período; frequência angular.

Introdução

Um pêndulo simples é um modelo organizado que se expressa em um corpo pontual


suspenso por um fio inextensível de massa desprezível. Quando o corpo pontual é puxado
lateralmente de sua posição de equilíbrio e então liberado, ele oscila em torno da posição de
equilíbrio. A trajetória de um corpo pontual (às vezes chamado de peso) não é uma linha reta,
mas um arco de raio L igual ao comprimento do fio. O período T pode ser representado
conforme a Equação 1.0 a seguir, onde T (período), L (comprimento) e g (gravidade).

𝐿
𝑇 = 2𝜋 √
𝑔

(1.0)

Observe que esta equação não envolve a massa das partículas. Isso ocorre porque a
força restauradora, que é um elemento do peso da partícula, é proporcional à massa. Portanto,
a massa é cancelada porque aparece em ambos os lados da equação ∑ 𝐹⃗ = 𝑚 ∗ 𝑎⃗ (Esse
raciocínio físico é o mesmo usado para provar que todos os objetos caem com a mesma
aceleração no vácuo). Para pequenas vibrações, o período de um pêndulo simples para um
dado valor de g depende inteiramente de seu comprimento. Um pêndulo longo tem um
período mais curto do que um pêndulo. À medida que g aumenta, a força restauradora se torna
maior, aumentando a frequência e reduzindo o período.

Metodologia ou Materiais e Métodos

Para a realização do experimento, foram disponibilizados na bancada os seguintes


materiais:
I. Cinco corpos de prova (m= 50 g);
II. Fio inextensível;
III. Tripé para sustentação;
IV. Régua;
V. Sensor fotoelétrico
VI. Multicronômetro com tratamento e rolagem de dados.

O experimento em questão foi feito de quatro formas distintas como explicado a


seguir:
Parte 1: Gravidade de acordo com a média dos períodos.
I. O pêndulo simples foi montado usando um disco de m= 50g e com o fio
inextensível de comprimento L=30cm;
II. O pêndulo montado foi deslocado em um ângulo de 5º da posição de
equilíbrio, e após isso ele foi solto medindo o movimento T da oscilação;
III. A parte 1 desse experimento foi repetida 5 vezes, e com isso foi obtido o
tempo médio dos períodos e encontrado a gravidade nesse caso.

Parte 2: Dependência do período com o ângulo.


I. Utilizando a mesma massa e comprimento da parte 1 do experimento (m=
50 g e L= 30cm), a parte 2 do experimento deu-se através da variação
angular do pêndulo;
II. Para esse ensaio, o pêndulo foi utilizado com uma variação de 3 em 3 graus
(indo de 3º até 15º). Para cada deslocamento foi medido o tempo de
oscilação de cada período T a fim de encontrar um valor médio;
III. Para todos os ensaios foram feitas 5 repetições a fim de encontrar um valor
médio de oscilação;
IV. A partir dos dados encontrados da oscilação variando apenas a angulação
do pêndulo, foi possível identificar se há ou não a dependência do período
com o ângulo.

Parte 3: Dependência do período com a massa.


I. Para a parte 3 do experimento, foi utilizado o mesmo comprimento do fio
L=30cm, entretanto foi alterado a massa no pêndulo, que variou de 50g,
partindo de 50g até 250g;
II. Foram feitas 5 repetições, sendo que em cada foi acrescentado mais uma massa
de 50g;
III. O pêndulo foi deslocado em um ângulo de 10º da posição de equilíbrio, e após
isso ele foi solto medindo o movimento T da oscilação. pêndulo. dos dados
encontrados da oscilação variando apenas a angulação do pêndulo, foi possível
identificar se há ou não a dependência do período com a massa.

Parte 4: dependência do período com o comprimento do fio.


I. Para a parte 4 do experimento, o pêndulo foi montado com uma massa de
50g, fazendo o experimento variando apenas o comprimento do fio. Sendo
que o ângulo de deslocamento se manteve em 10º, o mesmo para todas as
repetições;
II. O experimento foi realizado variando apenas o comprimento do fio de 5 em
5cm. Iniciando do comprimento de 30cm e indo até 10cm;
III. Foram feitas 5 repetições para cada massa, a fim de encontrar o valor médio
do período de oscilação;
IV. Com todos os valores encontrados, foi possível identificar se há ou não
dependência do período com o comprimento do fio.

Resultados e Discussão

A prática em questão foi dividida em três etapas discutidas a seguir. Em um primeiro


momento, calculou-se a média dos períodos (Tmédio) e, utilizando os valores encontrados,
obteve-se o a gravidade. Tendo:
𝑔
𝜔=√
𝐿
(1.1)

2𝜋
𝜔=
𝑇
(1.2)

Igualando a Equação 1.1 com a Equação 1.2 e isolando a gravidade (g), tem-se:

𝑔 2𝜋
√ =
𝐿 𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑜

𝑔 2𝜋 2
(√ )2 = ( )
𝐿 𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑜

𝑔 4𝜋 2
=
𝐿 𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑜 2

4𝜋 2 ∗ 𝐿 4𝜋 2 ∗ 0,3 𝑚
𝑔= = = 9,77524 𝑚/𝑠 2
𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑜 2 (1,10072 𝑠)2

Condensando os obtidos em uma tabela, tem-se:

Tabela 1. Dados obtidos na primeira etapa do experimento.

L = 0,3m θ = 5°
# T (s)
1 1,10075
2 1,10065
3 1,10080
4 1,10145
5 1,09995
Tmédio = 1,10072 s
g = 9,77524 m/s2

Na segunda etapa do experimento, mediu-se o período T em vários ângulos, cujos


valores obtidos encontram-se expostos na Tabela 2 a seguir.

Tabela 2. Dados obtidos na segunda etapa do experimento.

L = 0,3m θ = 10°
# T (s) θ (°)
1 1,09725 3
2 1,09449 6
3 1,09364 9
4 1,09058 12
5 1,08676 15

Analisando os dados obtidos nesta etapa, pode-se confirmar que não há dependência
do período (T) com o ângulo, uma vez que, embora haja a variação do ângulo (θ), os valores
encontrados para o período (T) são muito próximos.
Prosseguindo, ocorreu-se a terceira etapa do experimento, medindo novamente o
período T, mas havendo variação no valor da massa (m), cujos valores encontrados estão
dispostos na Tabela 3 abaixo.

Tabela 3. Dados obtidos na terceira etapa do experimento.

L = 0,3 m θ = 10°
# T (s) m (Kg)
1 1,09725 0,05
2 1,09449 0,10
3 1,09364 0,15
4 1,09058 0,20
5 1,08676 0,25
Analisando os dados obtidos nesta etapa, pode-se confirmar que não há dependência
do período (T) com a massa (m), uma vez que, embora haja a variação da massa (m), os
valores encontrados para o período (T) são muito próximos.
Por fim, ocorreu-se a quarta etapa do experimento, medindo mais uma vez o período
(T), mas variando o comprimento (L), cujos valores encontrados estão dispostos na Tabela 4 a
seguir.

Tabela 4. Dados obtidos na quarta etapa do experimento.

θ = 10° m = 0,05kg
# T (s) L (m)
1 1,09972 0,30
2 1,02312 0,25
3 0,91843 0,20
4 0,79446 0,15
5 0,66848 0,10

Observando os dados obtidos nesta última etapa, pôde-se confirmar


experimentalmente a dependência do período (T) em relação ao comprimento (L), uma vez
que, variando o comprimento (L), os valores para o período (T) também variaram, conforme
Tabela 4 acima. Pode-se afirmar essa dependência também através da Equação 1.2 obtida por
meio das Equações 1.0 e 1.1, demonstrada a seguir.

2𝜋 𝑔
𝜔= = √
𝑇 𝐿

𝑔
𝑇 = 2𝜋 ∗ √
𝐿
(1.3)

Questões

5.1 - Faça o gráfico de T versus L1/2 da Tabela 04. Através do método da regressão linear
calcule os parâmetros a e b da reta y = a.x + b. Sabendo que g = (2.π / a)2 calcule a gravidade.
Resolução:
2𝜋 2 2𝜋 2
𝑎 = 2,1823; 𝑏 = 0,4644; 𝑔 = ( ) = ( ) = 8,28955 𝑚/𝑠 2
𝑎 2,1823

5.2 - Uma massa de 230 g é concentrada na ponta de um fio inextensível de comprimento 150
cm, calcule o período de oscilação e a frequência angular deste pêndulo para pequenos
ângulos sabendo que g = 9,8 m/s2.
Resolução:

𝐿
𝑇 = 2𝜋 √
𝑔

0,15
𝑇 = 2𝜋 √ = 0,096 𝑠;
9,8

2𝜋 2𝜋 𝑟𝑎𝑑
𝜔= = = 65,44985 ;
𝑇 0,096 𝑠 𝑠

5.3 - Um pêndulo simples, de comprimento L e massa m, oscila com amplitude angular θ.


Quais são os pontos onde as energias cinéticas e potenciais são mínimas e máximas?
Resolução:
Podemos observar nesse gráfico as posições 1,2,3. Sendo assim podemos observar que na
posição 1 e 3, temos energia potencial máxima e energia cinética mínima. Já em relação a
posição 2, temos energia cinética máxima é energia potencial mínima.

5.4 - Dê um exemplo de pêndulo simples visto em nosso cotidiano.


Resolução:
Podemos observar exemplos bastantes comuns em nosso cotidiano, inclusive um deles é o
balanço de criança no parque.

5.5 - Quantas voltas completas o pêndulo da Tabela 01 daria em 5,5 s?


Resolução:

O pêndulo em questão teve período T médio igual a 1,10072 s. Calculando quantas voltas
completas seriam dadas por esse mesmo pêndulo, tem-se:

𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 5,5 𝑠


𝑛º 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑠 = = = 4,99673 ≅ 5 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑠
𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑜 1,10072 s

5.6 - Qual deve ser o comprimento de um pêndulo simples que dê meia volta em 1,0 s?
Resolução:

𝐿
𝑇 = 2𝜋 √
𝑔

𝐿
2 = 2𝜋 √
9,8
𝐿 = 9,7407 𝑐𝑚

Conclusões

A partir de experimentos, pode-se ver que a massa pressionada no pêndulo, o


comprimento da corda e o ângulo em que o pêndulo inicialmente começa a se mover em
relação ao seu ponto fixo afetam significativamente o período da massa de um lado para o
outro. Satisfazendo a teoria através dos resultados apresentados ao longo do relatório.

Referências Bibliográficas

Sears & Zemanski, Young & Freedman, Física II, Ondas e Termodinâmica, 12ª Edição,
Person, 2008.
Resnick, Halliday, Krane, Física 2, 5ª Edição, LTC, 2007.
Anexo

1,09365
Tempo 1 – Tabela 02 1,09915 1,09350
1,09760 Tmédio = 1,09364 s
1,09720
1,09735 Tempo 4 – Tabela 03 1,09200
1,09760 1,09130
Tmédio = 1,09778 s 1,08995
1,08935
Tempo 2 – Tabela 02 1,09790 1,09030
1,09770 Tmédio = 1,09058 s
1,09715
1,09740 Tempo 5 – Tabela 03 1,08665
1,09800 1,08675
Tmédio = 1,09763 s 1,08605
1,08725
Tempo 3 – Tabela 02 1,09590 1,08710
1,09645 Tmédio = 1,09676 s
1,09740
1,09710
1,09715
Tmédio = 1,09680 s Tempo 1 – Tabela 04 1,09985
1,09965
Tempo 4 – Tabela 02 1,09745 1,09995
1,09850 1,09985
1,09860 1,09930
1,09830 Tmédio = 1,09972 s
1,09830
Tmédio = 1,09823 s Tempo 2 – Tabela 04 1,02295
1,02340
Tempo 5 – Tabela 02 1,09885 1,02325
1,09910 1,02310
1,09920 1,02290
1,09920 Tmédio = 1,02312 s
1,09945
Tmédio = 1,09916 s Tempo 3 – Tabela 04 0,91715
0,91890
0,91915
0,91855
Tempo 1 – Tabela 03 1,09725 0,91840
1,09620 Tmédio = 0,91843 s
1,09735
1,09800 Tempo 4 – Tabela 03 0,79405
1,09745 0,79410
Tmédio = 1,09725 s 0,79490
0,79445
Tempo 2 – Tabela 03 1,09470 0,79470
1,09455 Tmédio = 0,79446 s
1,0945
1,09460 Tempo 5 – Tabela 03 0,67020
1,09425 0,66876
Tmédio = 1,09449 s 0,66760
0,66710
Tempo 3 – Tabela 03 1,09360 0,66875
1,09360 Tmédio = 0,66848 s
1,09385

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