Você está na página 1de 6

Interferência de ondas e modos normais – determinação da velocidade do

som no ar

Carlos Henrique Dantas da Costa1, Jonatan Gomes Rodrigues2, Marcos Felipe Lima da Silva3
e Micael dos Santos Almeida4.

Universidade Federal Rural do Semi-árido, Laboratório de Ondas e Termodinâmica, Campus


de Caraúbas, Caraúbas, RN.

Resumo
A velocidade do som pode ser definida como a velocidade de propagação de uma onda
sonora. Este experimento teve como objetivo principal observar as relações existentes entre a
frequência e o comprimento de onda de uma onda sonora e, utilizando a condição de uma
onda estacionaria ressoante, determinar a velocidade do som no ar. Com auxílio de um
diapasão, uma proveta e variando o nível da água da mesma, foram medidos valores
referentes aos dois primeiros harmônicos, como o seu comprimento de onda e a sua
velocidade do som.

Palavras-Chave: ondas estacionárias; harmônicos; comprimento de onda.

Introdução

O som é uma onda longitudinal que acaba se propagando em um determinado local


devido as compressões e refrações, que levam a emissão de um som. Logo, quando a onda
sonora é propagada, ela acaba causando algumas vibrações fazendo o som se dissipar em
várias direções.
Para encontrar a velocidade de propagação de uma onda, é necessário ter os valores do
comprimento da onda (λ) e da frequência de vibração dessa onda (f), como demonstrado na
Equação 1.0 a seguir.

𝑣 =𝜆×𝑓
(1.0)
Para poder encontrar o comprimento de onda de maneira experimental, ela deve ser
confinada em um tubo, e quando o comprimento (L) é igual a um múltiplo ímpar de um
quarto desse comprimento total, é encontrado o estado estacionário dessa onda, como
mostrado na Equação 1.1 abaixo.

𝑛×𝜆
𝐿𝑛 =
4
(1.1)
Obs.: tendo que n= 1,3,5..., n.
Quando a onda é propagada em um tubo com uma certa quantidade de água, a onda
viaja pelo ar até tocar na água depois e uma parte é refletida, como mostrado na Figura 1. E
assim é possível encontrar, numa mesma frequência outros comprimentos distintos para esta
coluna de ar formada pelo tubo, ocorrendo a ressonância.

Figura 1. Comprimento da onda de acordo com a quantidade de água no tubo.

Metodologia ou Materiais e Métodos

Para realização do presente experimento foram disponibilizados na bancada os


materiais listados a seguir:
I. Uma proveta;
II. Diapasão;
III. Martelinho de borracha;
IV. Caixa ressoante;
V. Seringa;
VI. Béquer com água.
O experimento em questão foi dividido em três partes descritas a seguir.
1ª Parte: Montagem do sistema.
I. O sistema foi montado conforme a Figura 2;
II. Observou-se na caixa ressoante a frequência do diapasão e anotou-se o valor
encontrado;
III. Determinou-se teoricamente os valores dos três primeiros harmônicos;
IV. Por fim, mediu-se o tamanho total da proveta.

Figura 2. Sistema montado no experimento.

2ª Parte: Calcular o comprimento de onda e a velocidade do som.


I. Com o sistema montado anteriormente, colocou-se água na proveta com seu
nível dois centímetros abaixo do valor esperado para a formação do
harmônico;
II. Golpeou-se uma das extremidades da forquilha do diapasão e colocou-se
perto a entrada da proveta;
III. Ouviu-se a intensidade sonora produzida;
IV. Com auxílio de uma seringa com mangueira, adicionou-se um pouco de água
na proveta à medida que a intensidade sonora diminuía;
V. Vale salientar que, na intensidade máxima as ondas sonoras entrarão em
ressonância, indicando a posição de um nó do harmônico;
VI. Por fim, calculou-se o comprimento de onda e a velocidade do som para o
primeiro e o terceiro harmônico.
Resultados e Discussão

Dando início ao experimento, anotou-se o valor da frequência do diapasão:

𝑓𝑑𝑖𝑎𝑝𝑎𝑠ã𝑜 = 440 𝐻𝑧

Sabendo que a velocidade do som esperada é de aproximadamente 340 m/s e tendo a


frequência, encontrou o comprimento de onda e, posteriormente, determinou-se os valores dos
três primeiros harmônicos utilizando a Equação 1.0 e 1.1 respectivamente:

𝑚
𝑣 340 𝑠
𝑣 = 𝜆∗𝑓 ∴ 𝜆 = = = 0,77 𝑚;
𝑓 440 𝐻𝑧

1 ∗ 0,77
𝐿1 = = 0,1925 𝑚;
4

3 ∗ 0,77
𝐿3 = = 0,5775 𝑚;
4

5 ∗ 0,77
𝐿5 = = 0,9625 𝑚.
4

Dando continuidade, anotou-se o valor referente ao tamanho total da proveta.

𝐷𝑝𝑟𝑜𝑣𝑒𝑡𝑎 = 730 𝑚𝑚 𝑜𝑢 0,730 𝑚

Com esse tamanho, só foi possível observar dois harmônicos (1º e 3º harmônico).
Em um segundo momento, calculou-se os valores referentes ao comprimento de onda e
velocidade do som nos harmônicos supracitados. Começando pelo 1º harmônico, tem-se:

𝐿𝑛= 1 = 0,580 𝑚;

1×𝜆 𝜆
𝐿1 = => 0,580 = ∴ 𝜆 = 0,773 𝑚;
4 4
𝑣1º ℎ𝑎𝑟𝑚ô𝑛𝑖𝑐𝑜 = 𝜆 ∗ 𝑓 = 0,773 𝑚 ∗ 440 𝐻𝑧 = 340,12 𝑚/𝑠.

No 3º harmônico, tem-se:

𝐿𝑛= 3 = 0,204 𝑚;

3×𝜆 3𝜆
𝐿3 = => 0,204 = ∴ 𝜆 = 0,816 𝑚;
4 4

𝑣1º ℎ𝑎𝑟𝑚ô𝑛𝑖𝑐𝑜 = 𝜆 ∗ 𝑓 = 0,816 𝑚 ∗ 440 𝐻𝑧 = 359 𝑚/𝑠.

Organizando os valores em tabelas, tem-se:

Tabela 1. Dados obtidos no 1º harmônico.

Harmônico (n = 1)
Altura da coluna de ar Ln = 1 (m) 0,240
Comprimento de onda 𝜆𝑛=1 (m) 0,816
Velocidade do som Var (m/s) 359

Tabela 2. Dados obtidos no 3º harmônico.

Harmônico (n = 3)
Altura da coluna de ar Ln = 3 (m) 0,580
Comprimento de onda 𝜆𝑛=3 (m) 0,773
Velocidade do som Var (m/s) 340,12

Dando prosseguimento, respondeu-se os demais itens solicitados no relatório.


Como solução do item 4.4, tem-se:
Uma vez que é dada a frequência de uma fonte sonora - 1200Hz, tem-se:

𝑓𝑛 = 𝑛 ∗ 𝑓1

1200 Hz = n ∗ 440 Hz
1200 Hz
n=
440 Hz

n = 2,72 harmônicos

Como solução do item 4.5, tem-se:


Não, pois de acordo com o experimento, a caixa ressonante não influenciou nos
resultados obtidos nas questões anteriores, sendo que a não utilização da mesma.
Como solução do item 4.5, tem-se:
A localização de um nó de uma onda sonora dentro da proveta é na extremidade
fechada e o anti-nodo está localizado na extremidade aberta.
Como solução do item 4.5, tem-se:
Conhecendo o tempo entre a luz, o som e a velocidade do som, você pode calcular a
distância aproximada que o raio cairá sobre você.

Conclusões

As práticas realizadas no laboratório são de grande importância para a compreensão


dos alunos e por meio delas possível correlacionar os conhecimentos absorvidos na parte
teórica da disciplina com as reações vistas na parte prática, uma vez que as situações práticas
possibilitam um aprendizado mais rápido e fácil por parte dos ouvintes.

Referências Bibliográficas

Sears & Zemanski, Young & Freedman, Física II, Ondas e Termodinâmica, 12ª Edição,
Person, 2008.
Resnick, Halliday, Krane, Física 2, 5ª Edição, LTC, 2007.

Você também pode gostar