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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE FÍSICA
Disciplina: 7247

Experimento 5: Velocidade do som

ACADÊMICOS: Gabriel Henrique da Silva; RA: 133658;


Haniel Henrique Paixão Martins Rosa; RA: 134389;
Jeremias Avila Nunes; RA: 132480;
Lincon Vinicius Mendes Pereira; RA: 132857;
Renan Toledo de Souza; RA: 134725;

TURMA: 2. PROFESSOR: Leandro de Santana Costa.

MARINGÁ
DEZEMBRO de 2023
1. RESUMO
O experimento visa determinar a velocidade do som no ar experimentalmente,
utilizando um tubo de vidro e ajustando a frequência de um alto-falante para criar
ondas estacionárias. O objetivo final é obter uma medida precisa da velocidade do
som, considerando os parâmetros específicos do experimento.

2. INTRODUÇÃO GERAL
O som é definido como uma onda longitudinal que se propaga no meio
através de compressões e rarefações, as quais provocam a emissão do som. Desta
forma, quando a onda sonora se propaga pelo meio, provoca uma vibração das
moléculas presentes, motivo pela qual o som se dissipa em todas as direções.
Vale ressaltar o trabalho de Huygens-Fresnel que afirmou que as moléculas
de ar, ao vibrar, transmitem para as moléculas próximas uma oscilação
comportando-se como uma nova fonte geradora de som.
A onda sonora ocorre de forma periódica, para fins deste procedimento
experimental faz se necessário compreender que todo corpo ou mesmo material
vibra em sua própria frequência, ou seja, expressam a quantidade de vezes que as
moléculas de determinado material vibram por intervalo de tempo.

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivos gerais:


Realizar um experimento para medir a velocidade do som no ar e avaliar as
implicações da temperatura nas medições.

3.2 Objetivos específicos:


● Ajustar a frequência do alto-falante para gerar ondas estacionárias no
tubo.
● Registrar as mudanças no nível de água conforme as variações de
frequência.
● Calcular o comprimento de onda com base nas alterações no nível de
água.
● Determinar a velocidade do som a partir dos dados experimentais,
considerando a temperatura.
● Analisar criticamente os resultados, comparando a velocidade
experimental com valores teóricos e identificando possíveis fontes de
erro no experimento.

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Experimento da Velocidade do Som


A determinação da velocidade do som é uma tarefa clássica em
experimentação acústica e fornece informações fundamentais sobre as
propriedades do meio em que as ondas sonoras se propagam. Este
experimento é crucial para compreender fenômenos acústicos, além de ter
aplicações práticas em diversas áreas, como engenharia, física e
meteorologia.

4.1. Propagação de Ondas Sonoras:


● As ondas sonoras são oscilações de pressão que se propagam
através de um meio, geralmente ar no contexto terrestre. A velocidade
com que essas ondas se deslocam está relacionada às propriedades
do meio, como densidade, compressibilidade e temperatura. A
equação fundamental que descreve a relação entre essas
propriedades é a equação de onda:
V = raiz de K/p
onde:
• v é a velocidade do som,
• K é a constante adiabática do gás (para o ar seco, aproximadamente
1.4),
• ρ é a densidade do meio.

4.2. Influência da Temperatura:


A temperatura do meio tem um papel significativo na determinação da
velocidade do som. A relação entre a velocidade do som e a temperatura em
graus Celsius (T) é dada pela fórmula:
V =v0 raiz de T+273.15/273.15
onde:
• v0 é a velocidade do som a 0°C (aproximadamente 331,4 m/s).

4.3. Método Experimental: Tubo de Kundt:


Um método comum para medir a velocidade do som é o uso do tubo de
Kundt. Neste experimento, um tubo fechado é preenchido com um gás,
frequentemente ar. Uma fonte sonora é colocada na extremidade do tubo,
gerando uma onda estacionária. Ao variar o comprimento do tubo até que
ocorra ressonância, é possível determinar a frequência fundamental da onda
estacionária e, consequentemente, calcular a velocidade do som no gás.

4.4. Cálculos e Análises:


A análise dos dados coletados no experimento envolve a medição precisa do
comprimento do tubo, a determinação da frequência fundamental e a
aplicação das fórmulas mencionadas anteriormente para calcular a
velocidade do som no gás em condições específicas de temperatura.
5. DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL

5.1. Descrição do experimento

Materiais utilizados:
● Tubo de vidro
● Reservatório de Água
● Alto falante
● Gerador de funções
● Amplificador
● Caneta
● Trena
● Termômetro
Como foi demonstrado anteriormente, esse experimento tem como objetivo
conseguir determinar a velocidade do som no ar de maneira experimental. Para
isso, a montagem esquemática segue o seguinte modelo:

O alto falante (1) é colocado na parte superior do tubo e a frequência emitida


por ele será determinada pelo gerador de funções (5) após passar por um
amplificador. Vale destacar que o valor dessa frequência é importante e, se alterar a
frequência, também se altera os resultados do experimento.
O nível de água do tubo deverá ser alterado manualmente conforme o
decorrer da prática, para isso ocorrer, a altura do reservatório de água (3) deve ser
ajustável.
Com esse aparato, os estudantes devem obter o momento em que ondas
estacionárias são detectadas, ou seja, quando duas ondas idênticas se encontram
mas estão em sentidos opostos. Nesse contexto, algum estudante deve ficar imóvel
e atento, enquanto o nível de água desce, procurando o momento em que tenha
uma alteração sonora. Isso porque, quando ocorre essa alteração, as duas ondas
entram em ressonância.
A cada alteração, deve-se marcar a distância em relação ao início do tubo,
assim como na seguinte imagem:
O intervalo L entre dois pontos de alteração sonora representa a metade do
comprimento de onda, dessa forma, com esses valores, é possível determinar a
velocidade do som, uma vez que a frequência foi determinada inicialmente.

5.2 . Dados obtidos experimentalmente

Na prática em questão, a frequência inicial adotada foi de 802Hz e os


comprimentos em centímetros que a alteração foi detectada são os seguintes:

Tabela 1.
L1 2,5

L2 23,5

L3 51,0

L4 72,2

L5 94,0

Com isso, obtemos 4 comprimentos de onda, calculando o intervalo entre esses


valores e multiplicando por 2.
Tabela 2.
ΔL(m) Y (m)

0,21 0,42

0,275 0,55

0,212 0,424

0,218 0,438

Y médio 0,4575
Com o Y medio, podemos determinar a velocidade do som teórica.
𝑉𝑠𝑜𝑚 = 802 𝐻𝑧 * 0, 4575𝑚
𝑉𝑠𝑜𝑚 = 366, 91 𝑚/𝑠

5.3. Interpretação dos resultados

Com essas informações, uma interpretação ainda precisa ser feita, pois os
dados brutos só são úteis se forem bem analisados. Nesse caso, sabemos que a
velocidade teórica do som no ar é 331,5m/s, mas esse valor desconsidera
mudanças de pressão e temperatura.
Se formos fazer uma comparação somente com esse valor, obtemos uma
taxa de 10,6% de erro, ou seja, uma taxa aceitável considerando possíveis erros
experimentais. Mas ainda é possível aprofundar essa análise, verificando qual é a
velocidade teórica do som para aquele lugar em específico, com base na
temperatura do ambiente, que, no momento, era 28°C, ou 301,15 K.
Utilizando a razão de proporcionalidade entre as velocidades e a
temperatura, verificamos que, em 301,15 K, a velocidade teórica é 347,6m/s, ainda
mais próximo do valor experimental.
Mas também, é possível fazer o caminho inverso, determinar a velocidade do
som a 0°C utilizando o valor experimental, dessa forma, obtemos 349,4m/s.
Por fim, um ponto importante a se comentar é que na tabela 2, um dos
valores do comprimento de onda diverge substancialmente dos outros valores, isso
indica algum erro experimental de medição na hora de medir ou detectar a alteração
sonora das ondas estacionárias, portanto, utilizar esse valor acarreta em mais erro
percentual nos dados finais e deve ser retirado das contas desejadas.
Para mostrar a diferença de erro com esse dado incorreto, calculamos que,
sem ele, a velocidade do som experimental cai para 340,8m/s, ou seja,
aproximadamente 3% de erro, muito menos do que no primeiro caso.
Isso mostra que quando se trabalha com análise de dados, valores fora do
esperado podem estragar as informações que se desejam alcançar.

6. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Pode-se considerar que se obtiveram bons resultados, se desconsiderarmos


a mudança substancial de valor do ΔL na tabela 2, o erro experimental foi de
aproximadamente 3%, e mesmo considerando ele não relevando a temperatura e
pressão o erro sobe apenas para 10,6% o que ainda é um bom valor.
Então podemos concluir que esse experimento demonstra de maneira
razoavelmente acurada a velocidade do som. utilizando o intervalo entre os nós da
onda na frequência de aproximadamente 802Hz, com a potência entre o valor
numérico da frequência e duas vezes a distância média entre os nós resultando na
velocidade teórica do som.
Os erros obtidos no experimento se devem principalmente à dificuldade de
escutar os momentos em que a onda chegava no nó, isso levava a imprecisão na
hora de catalogar as distâncias, interferindo no resultado geral do experimento.

7. CONCLUSÕES

A condução do experimento proporcionou uma interpretação prática da


velocidade do som no ar. A manipulação da frequência do alto-falante e a
observação das alterações no nível de água permitiram compreender a formação de
ondas estacionárias. Essa abordagem ilustrou como fatores como a temperatura
impactam diretamente nos resultados. Essa compreensão prática reforça os
conceitos teóricos, proporcionando uma visão mais profunda e intuitiva sobre esse
fenômeno.

8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Manual de Laboratório de Física Experimental II - Profa. Hatsumi Mukai e Prof.


Paulo R. G. Fernandes, agosto/2018;
https://pt.khanacademy.org/science/physics/mechanical-waves-and-sound/sound-top
ic/v/speed-of-sound
https://www.if.ufrgs.br/fis183/laboratorio-ondas-tubo
https://www.scielo.br/j/rbef/a/Zbw9trJ3Q6w5WGWXtWzzwPj/

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