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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE FÍSICA PARA ENGENHARIA

PRÁTICA 7: VELOCIDADE DO SOM

Prof. Nildo Loiola Dias

7.1 OBJETIVO

- Determinação da velocidade do som no ar como uma aplicação de ressonância.


- Determinação da frequência de um diapasão.

7.2 MATERIAL

- Cano de PVC com êmbolo;


- Celular com o aplicativo “Gerador de Frequência”, que pode ser obtido em:
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.boedec.hoel.frequencygenerator&
hl=pt_BR
- Diapasão de frequência desconhecida;
- Martelo de borracha;
- Termômetro digital;
- Paquímetro;
- Trena.

7.3 FUNDAMENTOS

Cada corda, cada coluna de ar, ou, de modo geral, cada corpo possui uma ou mais frequências
naturais de vibração, isto é, frequências em que sua vibração se efetua com maior facilidade, ou seja,
com melhor aproveitamento da energia recebida. Em virtude dessa propriedade, se um corpo estiver em
repouso e sobre ele incidir uma onda cuja frequência seja igual a uma de suas frequências naturais de
vibração, o corpo começa também a vibrar com a frequência considerada. Então se diz que ele está em
ressonância com a onda recebida. Assim, um corpo pode reforçar um som com o qual ele se encontra
em ressonância.

Encontram-se condições de ressonância em Mecânica, em Ótica, em Física Atômica e Nuclear,


etc. Em todos os casos quando o sistema está em ressonância absorverá energia máxima da fonte, e
relativamente pouca energia, quando não está em ressonância.

Denomina-se tubo sonoro a toda massa de ar, geralmente limitada por uma superfície cilíndrica
fechada que, quando posta a vibrar, produz um efeito sonoro. Os tubos sonoros podem possuir as duas
extremidades abertas ou uma de suas extremidades fechadas, Figura 7.1.

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Figura 7.1 - Representação de ondas estacionárias em tubos sonoros: com duas extremidades abertas, e
com uma extremidade fechada.

Fonte: Tubos sonoros. A relação física com os tubos sonoros musicais (uol.com.br). Acesso em 29 Jul 2022.

Produzindo-se um som na boca do cano e fazendo-se variar a frequência, chega um instante em


que a coluna de ar entra em ressonância, reforçando o som produzido. As ondas sonoras que
penetram no cano e as refletidas nas extremidades (há reflexão até mesmo nas extremidades abertas)
produzem uma onda estacionária. Na Figura 7.1 estão representadas as ondas estacionárias dos três
primeiros modos de ressonância de cada configuração dos tubos sonoros. Observe a formação de nós de
deslocamento (pontos imóveis - onde há interferência destrutiva) e ventres (pontos de deslocamento
máximo, onde há interferência construtiva). Na ressonância, há sempre um nó de deslocamento na
extremidade fechada e um ventre na extremidade aberta. Na Figura 7.2 estão indicados os nós e os
ventres em um tubo sonoro com uma extremidade fechada.

Figura 7.2 - Representação de uma onda estacionária, mostrando os nós e os ventres.

Fonte: produzida pelo autor.

OBS: As ondas estacionárias em um tubo sonoro podem também ser descritas em termos de ondas de
pressão; neste caso, numa extremidade fechada haverá um ventre de pressão (ponto onde a pressão sofre
variação máxima) e numa extremidade aberta haverá um nó de pressão (ponto onde não há variação de
pressão, visto que a pressão será igual à pressão externa).

Podemos utilizar a ressonância para medir a velocidade do som no ar. Para isso faz-se variar o
comprimento de uma coluna de ar dentro de um tubo fechado em uma das extremidades, Figura 7.2. No
nosso laboratório usa-se um cano de PVC, Figura 7.3, no qual o comprimento da coluna de ar pode ser
alterado movendo-se um êmbolo localizado no seu interior. Na figura 7.4 mostramos a representação do
equipamento da Figura 7.3 mostrando o êmbolo no seu interior.

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Figura 7.3 - Fotografia do equipamento utilizado em nosso laboratório para a determinação da
velocidade do som no ar; na extremidade aberta está posicionado um celular como fonte sonora.

Fonte: produzida pelo autor.

Figura 7.4 - Representação do equipamento da Figura 7.3 mostrando o êmbolo no seu interior.

Fonte: produzida pelo autor.

No experimento realizado em nosso laboratório, utilizamos um celular ou um diapasão para


produzir um som de frequência bem definida (o celular deve usar um aplicativo para isso) e, partindo
com o êmbolo na boca do cano e aumentando gradativamente o comprimento da coluna de ar dentro
do cano, observa-se que a intensidade do som atinge um máximo quando o êmbolo está a uma
distância h1 (Figura 7.5) da boca do cano: a onda estacionária apresenta um nó na superfície do
êmbolo e um ventre na boca* do cano.

Figura 7.5 - Posições onde ocorrem ressonâncias.

Fonte: produzida pelo autor.

Se continuarmos aumentando o comprimento da coluna de ar, a intensidade do som atinge um outro


máximo quando o êmbolo está a uma distância h2 da boca do cano. Neste caso, a onda estacionária
apresenta um nó na superfície do êmbolo (em h2) e um outro nó a uma distância h1 da boca do cano.
Como a distância entre dois nós consecutivos é meio comprimento de onda, temos:

h2 - h1 = /2 (7.1)

onde  é o comprimento de onda do som no ar. Como v = f, resulta:

v = 2 (h2 - h1) f (7.2)

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Já que “f” é conhecida (frequência da fonte, no caso um celular ou um diapasão) e h1 e h2 podem
ser medidos, podemos calcular a velocidade de propagação do som no ar.

*CORREÇÃO DE EXTREMIDADE: O ventre que se forma na boca do cano não se localiza


exatamente nessa posição e sim um pouco para fora, cerca de 0,6 do raio interno do cano, sendo esta
distância conhecida como “correção de extremidade”. Devido a esta correção, a distância h1 medida
nessa prática será ligeiramente menor que /4; entretanto a distância entre dois nós consecutivos é
sempre igual a /2. Na realidade, /4 = h1+ 0,6R.

Na página https://www.laboratoriovirtual.fisica.ufc.br há uma simulação do experimento sobre


velocidade do som (https://www.laboratoriovirtual.fisica.ufc.br/ressonancia-com-uma-cavidade-com-
ar). A simulação NÃO pode ser utilizada em substituição ao experimento real, uma vez que estamos
tendo aulas presenciais, mas pode ser utilizado para estudar os fenômenos físicos relacionados com o
experimento real.

7.4 PROCEDIMENTOS

PROCEDIMENTO 1: determinação da velocidade do som no ar.

Um dos membros da equipe deve comparecer ao laboratório portando seu Celular com o
aplicativo “Gerador de Frequência”, que pode ser obtido em:
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.boedec.hoel.frequencygenerator&hl=pt_BR

1.1 Ajuste a frequência do Gerador de Frequência para 560 Hz.


1.2 Coloque o alto-falante do celular próximo da boca do cano de PVC, cerca de 1,0 cm de distância.
1.3 Mantendo o celular soando na boca do cano, movimente o êmbolo de modo a aumentar o
comprimento da coluna de ar no cano. Fique atento à intensidade sonora. Quando a intensidade atingir
um máximo meça o comprimento h1 (meça diretamente a cavidade dentro do cano). Repita o
procedimento de modo a obter h2 e h3.

Tabela 7.1. Medidas realizadas pelo estudante 1.


h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm)

1.4 Fazendo um rodízio nas atividades de cada estudante para permitir medidas independentes, repita o
procedimento anterior de modo a obter mais dois conjuntos de dados.

Tabela 7.2. Medidas realizadas pelo estudante 2.


h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm)

Tabela 7.3. Medidas realizadas pelo estudante 3.


h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm)

1.5 Anote na Tabela 7.4 as medidas das Tabelas 7.1, 7.2 e 7.3, obtidas independentemente e calcule a
média para cada comprimento da cavidade.

Tabela 7.4. Medidas individuais e valores médios dos comprimentos das cavidades.
Estudante 1 Estudante 2 Estudante 3 Média (cm)
h1 (cm)
h2 (cm)
h3 (cm)

1.6 Anote a temperatura ambiente: tA = _________.

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1.7 Meça o comprimento máximo que a coluna de ar pode ter no cano utilizado: hmax = _______.
1.8 Meça, com um paquímetro, o diâmetro interno do cano: dint = _________.

PROCEDIMENTO 2: Determinação da frequência de um diapasão.

2.1 Repita o procedimento anterior utilizando o diapasão fornecido no lugar do celular. Anote os
resultados na Tabela 7.5.

Tabela 7.5. Medidas individuais e valores médios para o diapasão.


Estudante 1 Estudante 2 Estudante 3 Média (cm)
h1 (cm)
h2 (cm)
h3 (cm)

7.5 QUESTIONÁRIO
Em todo o questionário, onde for necessário fazer cálculo(s) para chegar à resposta, os
cálculos deverão constar na resolução da questão.

1- Determine a velocidade do som:


V (m/s)
A partir dos valores médios de h1 e h2
A partir dos valores médios de h2 e h3
Valor médio

2- Calcule a velocidade teórica do som no ar, utilizando a equação termodinâmica:


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V  331  T em m/s
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onde T é a temperatura ambiente, em graus Celsius durante o experimento. (A velocidade do som
no ar a 00 C é 331 m / s . Para cada grau centígrado acima de 00 C, a velocidade do som
aumenta 2/3 m/s).

3- Calcule o erro percentual entre o valor da velocidade de propagação do som no ar


obtido experimentalmente (questão 1) e o calculado teoricamente (questão 2).

4- Quais as causas prováveis dos erros cometidos na determinação experimental da velocidade do


som nesta prática?

5- Nesta prática foram observadas experimentalmente três posições de máximos de intensidade


sonora. Calcule as posições esperadas para o quarto e o quinto máximos de intensidade sonora.
Esses máximos poderiam ser observados com o material utilizado nesta experiência? Justifique.

6- Qual a frequência do diapasão fornecido? Utilize a velocidade do som calculada na questão 2.


V (m/s)
A partir dos valores médios de h1 e h2 (Tabela 7.5)
A partir dos valores médios de h2 e h3 (Tabela 7.5)
Valor médio

7- Quais seriam os valores de h1, h2 e h3 se o diapasão tivesse a frequência de 500 Hz?


(não considerar a correção de extremidade)

OBS: Lembramos que somente serão aceitos relatórios em PDF entregues dentro do prazo que neste
semestre é de UMA SEMANA após a realização da prática em sua turma.

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