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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL PARA ENGENHARIA
SEMESTRE 2021.2

PRÁTICA 07 – DILATAÇÃO TÉRMICA

ALUNA: Victória Emily Rodrigues Sousa


MATRÍCULA: 516451
CURSO: Engenharia Ambiental
TURMA: 26
PROFESSOR: Edine Silva
OBJETIVOS
- Estudar a dilatação térmica em função da temperatura.
- Determinar o coeficiente de dilatação linear dos sólidos.
- Verificar o comportamento de uma lâmina bimetálica.
MATERIAL
- Para entender o comportamento de uma lâmina bimetálica aos ser aquecida,
acessei o vídeo “Lâmina bimetálica” no link a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=AxtVGqGETOM
- Para exercitar a leitura de um relógio comparador, acessei o site a seguir:
https://www.stefanelli.eng.br/relogio-comparador-virtual-simulador-milimetro/
- Para a realização dos procedimentos dessa prática, acessei o site a seguir:
https://www.laboratoriovirtual.fisica.ufc.br/dilatacao-termica
FUNDAMENTOS
Entende-se como dilatação térmica, o fenômeno que ocorre quando um corpo ou
uma substância sofre um aumento de temperatura e suas moléculas recebem energia,
ficando agitadas e aumentando o distanciamento entre os átomos, e com isso há um
aumento nas suas dimensões (TEIXEIRA, c2021).
O dilatômetro é um aparelho utilizado no estudo da termodinâmica para
determinar, principalmente, o coeficiente de dilatação linear dos sólidos com formas
semelhante a tubos (ALLERBEST). Nele consta uma base com duas hastes fixadas e
sobre elas se apoia um tubo oco do material no qual pretende-se determinar o coeficiente
de dilatação linear. Há, também, uma terceira haste fixa na base que serve de sustentação
para um relógio comparador fixo que toque a extremidade do tubo oco (DIAS, c2021).
No experimento real que acontece no laboratório de Física, o tubo da substância
(A), o qual querermos determinar o coeficiente de dilatação, é aquecido pelo vapor d’água
que é conduzido por um tubo de borracha (B). Ao ser aquecido, o tubo oco dilata,
pressionando o relógio comparador (C) que registra a dilatação ∆L (DIAS, c2021).
Figura 1 – Dilatômetro linear (foto superior) montado para o estudo da dilatação linear (foto
inferior)

Fonte:https://drive.google.com/file/d/1_-F1x7MUaAxKbH7Nkr6eoSbG5S6sUgtB/view. Acesso
em: 10 de nov. de 2021.
A dilatação dos sólidos pode ser classificada em dilatação linear, ou seja, quando
a dilatação sofrida em um corpo é apenas em uma determinada dimensão, podendo ser no
comprimento, na largura ou na profundidade (GOUVEIA, 2019). Tenhamos como
exemplo a figura a seguir:
Figura 1 – Dilatação térmica em uma barra de ferro.

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-dilatacao-termica-linear.htm.
Acesso em: 10 de nov. de 2021
Se considerarmos como uma barra de ferro, por exemplo, a variação de
temperatura irá modificar a distância entre dois pontos, portanto, temos um caso de
dilatação térmica linear. Essa barra possui comprimento L0 (m) com uma temperatura
inicial Ti (para o experimento, essa é a temperatura ambiente). Ao aumentarmos sua
temperatura para Tf (usaremos a temperatura do vapor d’água), observaremos um
aumento L em seu comprimento. A dilatação térmica linear (ΔL) sofrida pela barra é
proporcional à variação de temperatura (ΔT) e ao comprimento, podendo ser calculada
através da Lei da Dilatação Térmica Linear (TEIXEIRA, c2021). Sua fórmula é:
ΔL = α . L0 . ΔT
α = coeficiente de dilatação linear do material
ΔL (m) = L – L0
ΔT (°C) = Tf – Ti
Porém, para determinar o coeficiente de dilatação, podemos usar a seguinte
fórmula:
ΔL
α =
L0 . ΔT

PROCEDIMENTO

Para a realização desse procedimento, acessei a simulação “Dilatação Térmica”


no link a seguir: https://www.laboratoriovirtual.fisica.ufc.br/dilatacao-termica. Segue o
passo a passo de toda a minha realização da prática.
PROCEDIMENTO 1: Determinação do coeficiente de dilatação térmica do VIDRO.

- Primeiro escolhi o tubo de VIDRO e acionei “Mostrar relógio”, zerando o relógio


comparador de forma que o zero da escala (ponto vermelho) coincidisse com o ponteiro.

- Em seguida, anotei o comprimento L0 do tubo usando como base a seta vermelha até
que a régua tocasse o relógio comparador. L0 = 60,1 cm = 601 mm.

- Nas tabelas abaixo, é possível ver os resultados de ΔL (medidos no relógio comparador)


para as temperaturas indicadas dos tubos de VIDRO, AÇO e ALUMÍNIO,
respectivamente.

Tabela 1 – Resultados “experimentais” para o tubo de VIDRO.


T (°C) 25,0 50,0 75,0 100,0 125,0 150,0
ΔL (mm) 0,00 0,128 0,255 0,383 0,510 0,640
ΔT (°C) 0,0 25,0 50,0 75,0 100,0 125,0
Elaborado pela autora.
Tabela 2 – Resultados “experimentais” para o tubo de AÇO.
T (°C) 25,0 50,0 75,0 100,0 125,0 150,0
ΔL (mm) 0,00 0,171 0,340 0,520 0,685 0,857
ΔT (°C) 0,0 25,0 50,0 75,0 100,0 125,0
Elaborado pela autora.
Tabela 3 – Resultados “experimentais” para o tubo de ALUMÍNIO.
T (°C) 25,0 50,0 75,0 100,0 125,0 150,0
ΔL (mm) 0,00 0,358 0,713 1,07 1,42 1,78
ΔT (°C) 0,0 25,0 50,0 75,0 100,0 125,0
Elaborado pela autora.

PROCEDIMENTO 2: Comportamento de uma lâmina bimetálica com a variação da temperatura.


- No vídeo que se encontra no link a seguir, somos capazes de ver uma lâmina bimetálica
em funcionamento: https://www.youtube.com/watch?v=-L87D5HfXhc.

- O funcionamento de uma lâmina bimetálica se dá quando juntamos duas lâminas


diferentes e que possuem coeficientes de dilatação distintos e, ao ser aquecida, uma das
lâminas dilata mais do que a outra e provoca uma certa curvatura, provocando aberturas
e fechamentos de circuitos elétricos (CAVALCANTE, c2021).

- Conseguimos ver isso claramente no vídeo quando a lâmina, que está atrelada a um certo
circuito, é aquecida por uma vela. Esse circuito conecta-se a um cooler, aparelho utilizado
para resfriar computadores, e, após um tempo, percebemos que o cooler é ativado
justamente por causa que uma das lâminas tinha um coeficiente de dilatação maior do que
a outra, provocando a abertura desse circuito ligado ao aparelho.

QUESTIONÁRIO

1. Trace em um mesmo gráfico a dilatação térmica (ΔL) em função da variação da


temperatura (ΔT) para os resultados encontrados para o Aço e para o Alumínio.

2. O que representa o coeficiente angular do gráfico da questão anterior? Justifique.

Temos como coeficiente angular do gráfico “Dilatação Térmica” contra “Variação


ΔL
da Temperatura” o próprio coeficiente de dilação térmica, dado pela equação: α = ,
L0 .ΔT

onde o comprimento dos sólidos não se faz presente.

3. Calcule (mostrar os cálculos) o coeficiente de dilatação linear do Aço e do Alumínio


estudado nesta prática e compare com os valores respectivos da literatura (citar a fonte).
Indique o erro percentual em cada caso. Calcule também o coeficiente de dilatação do
Vidro.
- Aço:
I) Coeficiente de dilatação do aço (valor teórico): 11 x 10-6 (Fonte: Toda Matéria)
II) Determinando o valor experimental do coeficiente de dilatação do aço através da
ΔL
fórmula α = , cujo ΔL = 0,340 mm para uma temperatura de 75 °C com um ΔT =
L0 .ΔT

50,0 °C e um L0 = 60,1 cm = 601 mm, temos:


0,340
α =
601 x 50,0
α = 1,13 𝑥 10-5
α = 11,3 𝑥 10-6
III) Determinando o Erro absoluto
Erro absoluto: |Valor teórico − Valor Experimental|
Erro absoluto: |11 𝑥 10−6 − 11,3 𝑥 10−6 |
Erro absoluto: | − 0,3 𝑥 10−6 |
Erro absoluto: 0,3 x 10−6
IV) Determinando o Erro relativo
Erro relativo: Erro abosluto / 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
Erro relativo: 0,3 x 10−6 / 11 𝑥 10−6
V) Determinando o Erro percentual
Erro percentual = Erro relativo x 100%
Erro percentual = (0,3 x 10−6 / 11 𝑥 10−6 ) x 100%
Erro percentual = 2,7%
VI) Concluímos que, para o Aço, houve um erro de 2,7%.
- Alumínio:
I) Coeficiente de dilatação do alumínio (valor teórico): 22 x 10-6 (Fonte: Toda Matéria)
II) Determinando o valor experimental do coeficiente de dilatação do alumínio através da
ΔL
fórmula α = , cujo ΔL = 0,713 mm para uma temperatura de 75 °C com um ΔT =
L0 .ΔT

50,0 °C e um L0 = 60,1 cm = 601 mm, temos:


0,713
α =
601 x 50,0
α = 2,37 𝑥 10-5
α = 23,7 𝑥 10-6
III) Determinando o Erro absoluto
Erro absoluto: |Valor teórico − Valor Experimental|
Erro absoluto: |22 𝑥 10−6 − 23,7 𝑥 10−6 |
Erro absoluto: | − 1,7 𝑥 10−6 |
Erro absoluto: 1,7 x 10−6
IV) Determinando o Erro relativo
Erro relativo: Erro abosluto / 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
Erro relativo: 1,7 x 10−6 / 22 𝑥 10−6
V) Determinando o Erro percentual
Erro percentual = Erro relativo x 100%
Erro percentual = (1,7 x 10−6 / 22 𝑥 10−6 ) x 100%
Erro percentual = 7,7%
VI) Concluímos que, para o Alumínio, houve um erro de 7,7%.
- Vidro
ΔL
I) Determinando o coeficiente de dilatação do vidro através da fórmula α = , cujo
L0 .ΔT

ΔL = 0,255 mm para uma temperatura de 75 °C com um ΔT = 50,0 °C e um L0 = 60,1 cm


= 601 mm, temos:
0,255
α =
601 x 50,0
α = 8,49 𝑥 10-6

4. Na figura abaixo vemos uma junta de dilatação em uma ponte. Justifique a necessidade
de juntas de dilatação em pontes e outras estruturas em função dos resultados da prática
realizada.

Disponível em: https://www.aecweb.com.br/revista/materias/juntas-de-dilatacao-ajudam-a-


evitar-fadiga-estrutural-de-pontes-e-viadutos/14462. Acesso em 09 jan. 2019.
Como as juntas de dilatação são dispositivos que estão suscetíveis ao processo de
variação volumétrica que ocorre nos metais, eles se tornam muito importantes para
absorver essas variações. (FIBERSALS, c2021). Após observar na prática que o aumento
de temperatura sobre um material proporciona um aumento em seu comprimento, as
juntas de dilatação se tornam importantes em pontes e em outras estruturas justamente
para manter a estabilidade e evitar danos, já que nesses locais há um grande tráfego e as
juntas estão em constante trabalho.
5. Uma lâmina bimetálica consiste em duas tiras metálicas rebitadas. Considere que a tira
superior é de aço e a tira inferior é de alumínio. O que aconteceria com a lâmina bimetálica
em um dia muito frio? Justifique.
A lâmina irá se contrair (curvatura para baixo) pois o alumínio, que é a tira
inferior, tem seu coeficiente de dilatação maior que o coeficiente de dilatação do aço e,
nessa situação, com a diminuição de temperatura, o alumínio apresentará uma menor
dimensão (BERTELLI, 2019).

6. Explique o que ocorre ao período de um relógio de pêndulo com o aumento da


temperatura. Com o aumento da temperatura, o relógio de pêndulo passa a adiantar,
atrasar ou permanece marcando as horas corretamente?
Como o comprimento do pêndulo pode variar, em dias muito quentes o relógio de
pêndulo dilatará bastante e, como o seu período é proporcional ao seu comprimento, a
volta ficará mais lenta, atrasando o relógio (PROVIDÊNCIA, DUCOIN, c2021).

7. Uma pequena esfera de alumínio pode atravessar um anel de aço. Entretanto,


aquecendo a esfera, ela não conseguirá mais atravessar o anel. (a) O que aconteceria se
aquecêssemos o anel e não a esfera? (b) O que aconteceria se aquecêssemos igualmente
o anel e a esfera?
a) Aquecendo o anel, a esfera continuaria podendo passar, porém, com uma folga
maior já que a largura do anel aumentou devido a dilatação térmica.
b) Aquecendo ambos, a esfera de alumínio não conseguiria passar pelo anel de
aço, pois como dito anteriormente, o coeficiente de dilatação do alumínio e maior que o
do aço, portanto, a esfera dilataria mais que o anel, não conseguindo atravessar.

CONCLUSÃO
Quando um corpo ou uma substância sofre um aumento de temperatura, suas
moléculas se agitam e aumentam o distanciamento entre os átomos, dilatando suas
dimensões e foi através dessa prática que pude observar esse fenômeno físico conhecido
como dilatação térmica. Também conheci o dilatômetro, aparelho utilizado no estudo da
termodinâmica para determinar o coeficiente de dilatação linear dos sólidos semelhantes
a tubos.
Após acessar o site da simulação, me familiarizei com o funcionamento do relógio
compressor e como era dado as variações de temperatura para os tubos através do banho
térmico. Para realizar os procedimentos, escolhi três tubos de diferentes materiais: Vidro,
Aço e Alumínio e preenchi a tabela com suas dilatações lineares para cada temperatura já
estabelecida. Após isso, assisti um vídeo para entender melhor o funcionamento de uma
lâmina bimetálica e como, na prática, ela está ligada a abertura ou fechamento de circuitos
elétricos.
Logo após me familiarizar com a definição de dilatação térmica linear e como
podemos determinar o coeficiente de dilatação para diferentes sólidos, calculei para o
Vidro, Aço e Alumínio, respectivamente, seus coeficientes de dilatação com os dados que
obtive na primeira parte do procedimento. Comparando os resultados experimentais com
os valores preestabelecidos por um site, obtive um erro de 2,7% para o Aço e um erro de
7,7% para o Alumínio, concluindo que, por se tratar de uma simulação, há possíveis
causas para o erro como, imprecisão na leitura do comparador, pois na simulação não
tínhamos como pausar a tela quando chegava na temperatura que precisávamos anotar.
REFERÊNCIAS

DIAS, Nildo Loiola. “Roteiros de aulas práticas de física”. UNIVERSIDADE


FEDERAL DO CEARÁ. Disponível em: < https://drive.google.com/file/d/1_-
F1x7MUaAxKbH7Nkr6eoSbG5S6sUgtB/view >. Acesso em: 10 de nov. de 2021.

TEIXEIRA, Mariane Mendes. “O que é dilatação térmica linear?”; Brasil Escola.


Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-dilatacao-
termica-linear.htm>. Acesso em: 10 de nov. de 2021.

GOUVEIA, Rosimar. “Dilatação Térmica”; Toda Matéria. Disponível em:


<https://www.todamateria.com.br/dilatacao-termica/ >. Acesso em: 10 de nov. de 2021

“Dilatômetro Linear”; Allerbest. Disponível em:


<https://allerbest.com.br/produto/dilatometro-linear/ >. Acesso em: 10 de nov. de 2021.

CASTRO, G. S; DIAS, N. L. “Dilatação Térmica”. Laboratório Virtual de Física da


Universidade Federal do Ceará. Disponível em:
<https://www.laboratoriovirtual.fisica.ufc.br/dilatacao-termica>. Acesso em: 11 de nov.
de 2021.

“Juntas de dilatação e os efeitos das variações climáticas nas estruturas”; FiberSals.


Disponível em: <https://fibersals.com.br/blog/juntas-de-dilatacao-e-os-efeitos-das-
variacoes-climaticas-nas-estruturas/>. Acesso em: 12 de nov. de 2021.

CAVALCANTE, Kleber G. "Lâmina Bimetálica"; Brasil Escola. Disponível em:


<https://brasilescola.uol.com.br/fisica/lamina-bimetalica.htm >. Acesso em: 12 de nov.
de 2021.

BERTELLI, Miguel. “Dilatação Térmica”; Quero Bolsa. Disponível em:


<https://querobolsa.com.br/enem/fisica/dilatacao-termica>. Acesso em: 12 de nov. de
2021.

PROVIDÊNCIA, C; DUCOIN, C. “Porque é que o relógio de pêndulo atrasa no


Verão?”. Disponível em: <https://www.spf.pt/magazines/GFIS/97/article/781/pdf>.
Acesso em: 12 de nov. de 2021.

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