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Experimento 02: Pêndulo Físico

Gabriela Rodrigues¹, Júlia Leite², Melissa Sampaio³, Pedro Teixeira4


Turma P07, Engenharia Mecânica¹; Engenharia Sanitária e Ambiental², Geologia³,
Engenharia de Agrimensura e Cartográfica4

Resumo: Os pêndulos são muito utilizados em estudos da força e do movimento


oscilatório. No caso específico do pêndulo físico ele não possui uma distribuição
uniforme de massa, assim o mesmo consiste em um objeto que oscila em torno de
um eixo de rotação perpendicular ao plano em que se movimenta.
O objetivo deste experimento é justamente entender e mostrar esse comportamento
do pêndulo físico e determinar a dependência entre o movimento oscilatório e o eixo
de rotação. Sendo assim, utilizamos de uma régua de plástico (30,8 cm) com 11
orifícios em distâncias aleatórias do centro de massa e medimos o período de 10
oscilações em cada um dos 11 furos. E assim, com os dados de distância entre os
furos e o centro de massa, e com seus respectivos períodos, elaboramos o relatório
determinado as relações existentes entre as grandezas. Lembrando que, como
queríamos diminuir os erros ao máximo (já que estamos suscetíveis a muitos erros
humanos), todos os valores foram captados mais de uma vez e calculamos as
médias respectivas. Por fim, calculou-se também o valor da gravidade local e sua
respectiva incerteza, nos dando um valor muito coerente com o que já
esperávamos.

1. Introdução

As oscilações são movimentos que se repetem, alguns exemplos são cordas de


violão, relógio de pulso e sinos. Na física temos o movimento harmônico simples, o
qual é um movimento periódico oscilatório onde o movimento de um corpo retorna
de forma regular para uma posição em intervalos de tempos iguais.
Os pêndulos representam uma classe de osciladores harmônicos simples, os quais
as forças motora para a geração do movimento são de origem gravitacional.
Quando um pêndulo possui a massa concentrada em um único ponto é denominado
de pêndulo simples, mas quando está massa é distribuída aleatoriamente chama-se
pêndulo físico, o qual oscila verticalmente em torno do eixo perpendicular ao seu
plano.
O momento de inércia é essencial para a compreensão e análise do movimento
gerado pela rotação em torno de um eixo, neste caso o pêndulo físico. Por conta do
torque que age com força restauradora.
Destarte, o presente relatório busca a variação do período em relação ao centro de
massa além de calcular o valor da gravidade através do MMQ e do Teorema dos
Eixos Paralelos.

2. Metodologia

Entende-se por pêndulo físico qualquer corpo rígido suspenso por um ponto P, que
realiza movimento oscilatório em um plano vertical, em torno de um eixo horizontal
que passa por P.

O período de oscilação de um pêndulo físico depende de como foi construído


(distribuição de densidade). Para pequenas oscilações pode ser descrito por:

2π 1 𝐼
T= = = 2π → Em que m é a massa do corpo e s é a distância do eixo
𝑤 𝑣 𝑚𝑔𝑠
de oscilação e o centro de massa do corpo rígido.

Já o momento de inércia referente ao eixo que passa pelo centro de massa e depende da
estrutura do corpo de massa é dado por:

I= Icm + Ip

→Essa expressão representa o Teorema dos Eixos Paralelos, em que Icm é


momento de inércia do corpo em relação ao eixo de rotação que passa pelo seu
centro de massa. O segundo momento, Ip, refere-se ao momento de inércia do
corpo em relação a um segundo eixo paralelo ao primeiro eixo. Sendo assim:

1 2 2
I= m𝑠 + m𝑠
12

Relacionando a expressão anterior com a frequência de oscilações temos que:

2 2 2
𝑇 𝐿 /12+𝑠
2 =
4π 𝑔𝑠

→De acordo com a equação, o período de oscilações cresce em ambos os limites s


→0 e s→∞, passando por um mínimo em um valor finito de s.

Foi utilizado também, o Método dos Mínimos Quadrados para indicar uma curva que
melhor representa um determinado conjunto de pontos. O ajuste de curvas para
encontrar os melhores valores para os coeficientes angular e linear é dado pelas
seguintes fórmulas:

Diante disso, realizamos o seguinte experimento de pêndulo físico e movimento


oscilatório.

2.1 Material Utilizado

1.Régua

2.Trena

3.Fio de algodão

4.Cronômetro

5.Balança de cozinha

6.Chave de fenda fina

7.Marcador preto

2.2 Procedimentos

Inicialmente, com um marcador preto, foi feita a marcação do centro de massa da


régua e, com uma chave de fenda quente, foram feitos 11 furos em uma metade da
sua superfície.
Posteriormente, com o auxílio de uma trena medimos o comprimento total da régua
e com uma balança de cozinha, medimos a massa desse objeto e anotamos os
valores obtidos.

Dando continuidade ao experimento, foi feita a medição das distâncias entre cada
furo e o centro de massa da régua. Em seguida, montamos um sistema oscilatório
de pêndulo físico em que a régua é o corpo rígido suspenso em um ponto P (um dos
furos anteriormente feitos), o qual não coincide com o seu centro de massa, que
oscila livremente quando deslocado da sua posição de equilíbrio. Para simular o
eixo de rotação utilizamos um pedaço de fio de algodão, fixo em duas extremidades
opostas. Ao ser iniciado, para cada furo, contabilizamos 10 oscilações e anotamos
em uma tabela os valores referentes ao tempo de 10 oscilações, o período e
distância do furo ao centro de massa encontrado.

Quanto a etapa de tratamento de dados, traçamos em um papel milimetrado o


período de oscilação T em função da distância s, bem como foi traçado em papel
log-log os 4 menores valores de s obtidos. Por fim, traçamos em papel milimetrado o
2 2 2
valor de 𝑇 𝑠/4π em função de 𝑠 .
Logo depois, retomando o Método dos Mínimos Quadrados, fizemos o ajuste da
melhor reta encontrada entre as duas grandezas anteriores. A partir daí, foi possível
determinar a dependência do momento de inércia do pêndulo físico em função da
distância 𝑠, verificar se essa relação satisfaz o teorema dos eixos paralelos e obter o
valor da gravidade.

3. Resultados

3.1 Foram medidos os

períodos de oscilação para

cada um onze furos de uma

régua com massa de 0,017kg e

comprimento 0,308m, resultando

no conjunto de pontos da figura 7.

Após isso, foi traçado em papel

milimetrado a relação entre o

período de oscilação e a distância

ao centro de massa. Observamos

que o período tem um valor

mínimo e que cresce quando a

distância tende a zero ou a metade do

comprimento da régua, como pode ser visto na figura 8.

3.2 Foi traçado em papel log-log os quatro primeiros pontos dos dados da figura 7,

como visto na figura 9, e foi observado um comportamento linear decrescente,

confirmando a relação de potência com expoente negativo entre o período e a


𝑏
distância até o centro de massa, sendo a equação do tipo 𝑇 = 𝑎𝑥 ,onde b é um

número negativo. Para obter a equação da reta que relaciona as duas grandezas foi

preciso linearizar e depois aplicar o método dos mínimos quadrados.


Para realizar a linearização foram aplicadas as propriedades logarítmicas obtendo

𝑙𝑜𝑔(𝑇) = 𝑙𝑜𝑔(𝑎) + 𝑏 * 𝑙𝑜𝑔(𝑠). Aplicando o MMQ é possível obter de forma direta o

expoente b e de forma indireta o coeficiente a, resultando na equação:


−0,134
𝑇 = 0, 543𝑥 .
𝑇² 1 𝑙²
3.3 A partir da equação 4π² = 𝑔𝑠
( 12 + 𝑠²) pode ser obtida a equação

𝑇²𝑠 𝑠² 𝑙² 𝑇²𝑠
4π²
= 𝑔
+ 12𝑔 , onde é possível observar a linearidade fazendo 𝑦 = 4π²
,
1 𝑙²
𝑥 = 𝑠²,𝑏 = 𝑔e
𝑎= 12𝑔
. Sabendo disso, foi traçado em papel milimetrado a

𝑇²𝑠
relação entre 𝑦= 4π² e
𝑥 = 𝑠², resultando aproximadamente em uma reta,

como pode ser visto na figura 12.

3.4 Utilizando a manipulação mencionada anteriormente, e obtendo a equação

linear, foi possível aplicar o MMQ para determinação dos coeficientes angulares e

lineares da reta mais provável, como visto na figura 13.


Sabendo que, pelo Teorema dos Eixos Paralelos, o momento de inércia em um eixo
𝑚𝑙²
deslocado s do centro de massa pode ser escrito como 𝐼= 12
+ 𝑚𝑠²e que

1 𝑙² 𝑎 𝑙²
𝑏= 𝑔e
𝑎= 12𝑔
, temos que 𝑏 = 12 e substituindo na equação do momento
𝑚𝑎
de inércia, temos 𝐼= 𝑏
+ 𝑚𝑠², onde o primeiro termo se trata de uma

constante multiplicada pela massa e o segundo termo de a distância ao quadrado

multiplicada pela massa, indo de encontro ao Teorema. Para obter o valor estimado

para a gravidade a equação já apresentada anteriormente 𝑔 = 1/𝑏 , resultando em

𝑔 = (9, 261 +− 0, 38) 𝑚/𝑠².

4. Considerações Finais

Através da realização deste experimento, vimos que a partir da análise dos dados

experimentais coletados e dos gráficos construídos foi possível observar e ver na

prática que há uma variação do período em relação ao centro de massa. Neste

caso, vimos que quanto mais próximo o orifício estiver da metade da distância entre

a extremidade e o centro de massa, menor será o período, e logo após passar este

ponto o período tende a aumentar. Foi também possível calcular a gravidade local

devido ao tratamento dos dados com o MMQ e a relação com o Teorema dos Eixos

Paralelos.

5. Bibliografia

Halliday, D.; Resnick, R.; Walker J., “Fundamentos da Física, Vol. II.” Editora LTC. 10ª ed.
YOUNG, H.D. & FREEDMAN, R.A., "Sears e Zemansky Física II: Termodinâmica e
Ondas" Editora Pearson Universidades. 12ª ed.

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