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Universidade Federal do Ceará - UFC

Departamento de Física
Mecânica Quântica – Experimental
Prof:. Nildo Loiola Dias

Interferômetro de Michelson

João Evangelista da Silva Filho - 343758

Data de realização da Prática: 24 de Março de 2017


Data de entrega do relatório: 07 de Abril de 2017

MAR/2017
1. OBJETIVO:

O objetivo desse experimento é:


1. Conhecer e manipular o interferômetro de Michelson.
2. Determinar o comprimento de onda da luz.
3. Medir o índice de refração do ar.

2. MATERIAIS UTILIZADOS:

Os materiais utilizados nesse experimento foram:

1. Interferômetro de Michelson.
2. Base para fonte luminosa à laser.
3. Laser He-Ne.
4. Lente com suporte (f = 20 cm).
5. Célula de vidro.
6. Bomba de vácuo manual.
7. Anteparo.

3. INTRODUÇÃO TEÓRICA

INTERFERÔMETRO DE MICHELSON

A luz é formada por ondas oscilantes que se propagam no espaço de campos elétricos e
magnéticos. Quando dois feixes de luz se encontram no espaço, temos um campo resultante de uma
soma vetorial, oriunda da superposição dos camp os eletromagnéticos e esse fenômeno é conhecido
como interferência. Quando duas ondas são oriundas de uma só fonte, existirá uma relação entre as
fases dos campos que se oscilam. E m alguns pontos do espaço, a superposição das ondas podem
acontecer em fase, onde pode coincidir crista com crista ou vale com vale, no qual produz uma
onda resultante com amplitude máxima, interferência construtiva gerando um ponto bem luminoso,
da mesma forma, a superposição das ondas pode se dar fora de fase, crista com vale e teremos uma
interferência destrutiva, com um mínimo de intensidade gerando um ponto escuro.
Os equipamentos no qual nos permite verificar o efeito acima mencionado, são
conhecidos como interferômetros. Podemos usar esses dispositivos para medir por exemplo: o
comprimento de onda da luz, onde conhecendo esta informação, podemos medir também
distâncias extremamentes pequenas, da ordem do micrometro.
Em 1881, Albert Abraham Michelson desenvolveu o dispositivo utilizado para medir as
interferências ondulatórias, inicialmente para testar a existência do Éter, que era um meio
hipotético que se acreditava propagar a luz. Os trabalhos nesse sentido foram muito importantes
para provar que a hipótese do meio Éter, não era viável, dessa forma contribuiu e muito, para que
se consolidasse de vez a posição aceita até hoje, ou seja, a luz é uma onda eletromagnética que não
precisa de um meio para se propagar.
No experimento deste relatório utilizamos o inter ferômetro de Michelson, para
determinarmos o comprimento de onda do laser He-Ne (verde), e o índice de refração do ar, com a
ajuda de uma bomba de vácuo. Temos uma figura 1.1, que ilustra o diagrama de um
interferômetro, onde o raio incide em um divisor de ste, com um ângulo de 45°, esse divisor é
formado por um espelho semitransparente, e reflete 50% no qual foi incidida e transmite os outros
50%. O feixe incidente, divide-se em dois outros feixes, onde o primeiro feixe é refletido no
espelho E1 e o outro transmitido para o espelho E2. Os espelhos E1 e E2 refletem o raio de volta
ao divisor de feixe, 50% da luz que sai de E1 vai para o anteparo através do divisor, e os 50% de
E2 é refletida pelo divisor e também vai para o anteparo. No anteparo acontece a superposição dos
feixes onde são produzidas as interferências construtivas e destrutivas. A diferença de fase entre os
feixes depende da diferença de caminho, o caminho ótico, percorrida pelos feixes até chegar ao
anteparo.

Figura 1.1 - Diagrama do interferômetro.


Figura 1.2a – Detalhe do parafuso micrométrico. Figura 1.2b – Detalhe do mo delo do laser, tipo He-Ne – 0,5mW.

Figura 1.2c – Arranjo da montagem do in terferômetro. .

Figura 1.3. Geometria da interferência


Na figura 1.3, os dois pontos P’ e P”, representa m as fontes de luz virtuais com mesmo
comprimento de onda λ, que estão em fase e separadas por uma distância x , representando a
diferença de caminho até o centro do anteparo, esta situação é a interferência construtiva onde
teremos o máximo na intensidade luminosa, quando tivermos esta diferença igual a um número
inteiro de comprimento de onda, teremos:

x = m λ, onde m = 1, 2, 3... (1.1)

Quando deslocamos o espelho com o parafuso micrométrico, observamos no centro do


padrão de interferência as mudanças destas, entre construtivas e destrutivas. Uma nova
interferência construtiva é observada toda vez quedeslocamos o espelho uma distância L = λ/2,
cada deslocamento do espelho, correspondente a uma distância L, representa um deslocamento 2L
da fonte de luz virtual. Então realizando a contage m um grande número de repetições de
interferências construtivas observadas no anteparo,é possível determinar o comprimento de onda
da luz no ar.

Segue tabela contendo os valores de comprimento de onda de alguns tipos de LASER.

Elemento Comprimento de onda (nm)


Fluoreto de argônio (UV) 193
Fluoreto de criptônio (UV) 248
Cloreto de xenônio (UV) 308
Nitrogênio (UV) 337
Argônio (azul) 488
Argônio (verde) 514
Hélio-neônio (verde) 543
Hélio-neônio (vermelho) 633
Corante Rodamina 6G (ajustável) 570-650
Rubi (CrAlO3) (vermelho) 694
Nd:Yag (NIR) 1.064
Dióxido de carbono (FIR) 10.600
Fonte: Wikipédia.br

DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE REFRAÇÃO DO AR

O índice de refração de um gás depende linearmente da pressão de acordo com a equação:

n(p) = no + kp (1.2)
Para o vácuo absoluto, p = 0 e portanto, n(0) = n = 1. Por outro lado, o caminho ótico da luz
0

é dado por:

x = n(p).s (1.3)

Onde s, significa a espessura geométrica da célula de vidro. No procedimento 2 iremos


determinar o índice de refração do ar, então iremos diminuir pouco a pouco retirar o ar da célula de
vidro, utilizando a bomba de vácuo, observando novamente a alternância no padrão de interferência
entre a construtiva e destrutiva, devido a da variação do caminho ótico, de acordo com a Equação
1.3, teremos:

x = n(p).2s = -N. (1.4)


Onde 2s representa a distância percorrida pela luz dentro da célula de vidro, entre ida e de
volta e N é a variação do número de comprimentos de onda.
Combinando-se as Equações 1.2 e 1.4 teremos,

N
k  (1.5)
p2s

De posse dos valores da variação da pressão em função de N em um gráfico, podemos determinar k.


Substituindo os valores de no, k e p Equação 1.2, conseguimos determinar o índice de refração do ar.
4. PROCEDIMENTOS

PROCEDIMENTO 1 – DETERMINAÇÃO DO COMPRIMENTO DE OND A DO LASER

Iniciamos o procedimento montando o arranjo conforme a figura 1.2c, ajustamos o


interferômetro de forma pudéssemos observar o maior número possível de franjas de interferência,
até conseguir isso fizemos vários ajustes, não usamos a lente nesse primeiro passo. A luz do LASER
chegava ao anteparo dividida em dois feixes, utilizando os dois parafusos de ajuste de um dos
espelhos, ajustamos de forma a conseguir coincidir os dois pontos de luz em um único ponto, em
seguida colocamos a lente para expandir os pontos de luz e conseguir ver a formação de círculos
concêntricos, conforme a figura abaixo:

Figura 1.4 – Interferências projetadas noanteparo

Para medir o comprimento de onda, colocamos o parafuso micrométrico na posição zero


e fomos girando-o a e contando 100 repetições das alt ernâncias de interferências construtivas,
ao final da contagem anotamos a posição final e anotamos na tabela 1.1. Realizamos este
mesmo procedimento com os outros 3 integrantes da equipe, de forma que no final tínhamos 4
amostras. Preenchemos os resultados na tabela 1.1.

Tabela 1.1.Resultados experimentais.

Xo (mm) Xf (mm) X (mm) L= x/10 (mm) 2L (mm) m λ (mm)


Medida 1 0,00 0,32 0,32 0,032 0,064 100 0,000640
Medida 2 0,40 0,74 0,34 0,034 0,068 100 0,000680
Medida 3 0,80 1,10 0,30 0,030 0,060 100 0,000600
PROCEDIMENTO 2 – DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE REFRAÇÃO DO AR

Colocamos a célula de vidro no local apropriado no interferômetro e de posse de uma


bomba de vácuo manual, seguindo contando a quantidade de interferências conforme a tabela
1.2, ao passo que íamos retirando lentamente o ar da célula de vidro. Os valores foram anotados
da tabela 1.2. O procedimento foi repetido com os outros 3 integrantes da equipe, formando um
universos de 4 amostras

Tabela 1.2. Variação do padrão de interferência com a pressão.

N (número de 1 2 3 4 5 6 7
comprimentos de onda)
∆p (mbar) -120 -240 -360 -460 -580 -700
∆p (mbar) -120 -240 -360 -460 -590 -710
∆p (mbar) -120 -240 -360 -460 -580 -710
∆p médio (mbar) -120 -240 -360 -460 -583 -705
Pressão (p o+ pm) (mbar) 893 773 653 553 431 308

Obs.: Adotamos a pressão de 1atm igual a 1013 mbar.


5. QUESTIONÁRIO

1. Qual o comprimento de onda da luz do Laser obtido experimentalmente (valor médio)?

Utilizando os resultados da tabela 1.1 e tirando uma média dos resultados temos:
Média = (640 +680 + 600 + 620 + 635)/4 = 635nm
comprimento de onda

λmédio = 635nm

2. Com relação ao comprimento de onda obtido experimen talmente, qual o erro


percentual em relação ao valor fornecido pelo fabricante?

O valor teórico do fabricante = 632,8nm


O valor determinado experimentalmente = 638nm
Logo o Erro percentual será:
e% = [(635 - 632,8)/632,8]
x 100 e% = 0,35%

3. Faça o gráfico da pressão versus N de acordo com os dados da Tabela 1.2.

4. Determine a partir do gráfico da questão anterior o índice de refração do ar. A célula de vidro
tem 1,0 cm de espessura e o comprimento de onda do LASER utilizado é 632,8 nm.
Dados:
s = 1,0 cm,
λ = 632,8nm, N =
6,
p = -690mbar

Pelo grafico temos que: N/ p


= 6/−690 , então:
k=− Nλ/ p2s
−9 2 −2
k= −6 x 632,8x10 /−690 x 10 x 2 x10
k= -0,000003797/-1380
−1
k= 0,00000000275mbar
n(p) = n0 + kp → n(p) = 1 + 0, 00000000275 x 1013 n(p)
= 1,00000279

Unidades no SI (Pressão em Pa)

5. Determine de quantos milímetros deveríamos deslocar o espelho móvel para obtermos 100
repetições do padrão de interferência se for usado um LASER verde de comprimento de onda de
525 nm.

Aplicando a equação 1.6 teremos:

2( x/10) = mλ → 2L = mλ → L = mλ/2
-9
L = mλ/2 → L = (100 x 525 x 10 )/2 = 0,00002625m
L = 0,0263mm

6. A partir do índice de refração do ar obtido experim entalmente nesta prática, determine a


velocidade da luz no ar com 6 algarismos significativos.

n=c/v
v = c/n
8
v = 3 x 10 /1,00000279
v = 299999163 m/s

7. Considerando que o índice de refração do ar determinado nesta prática é válido para uma
pressão de 1013 mbar, calcule com base nos resultados experimentais desta prática o índice
de refração do ar para uma pressão de 506,5 mbar.

Dados:
s = 1,0 cm,
λ = 632,8nm, N =
6,
p = -690mbar
Pelo grafico temos que: N/ p
= 6/−690 , então:
k=− Nλ/ p2s
−9 2 −2
k= −6 x 632,8x10 /−690 x 10 x 2 x10
k=-0,000003797/-506,5
−1
k= 0,00000000550mbar
n(p) = n0 + kp → n(p) = 1 + 0, 00000000550 x 506,5 n(p)
= 1,00000279

Unidades no SI (Pressão em Pa)

8. Obtenha da literatura o índice de refração do ar. C ite as condições de temperatura,


pressão e comprimento de onda. Não deixe de citar a fonte!

índice de refração do ar é de 1,00029 (temperatura de 20ºC e pressão de


1atm) Fonte: http://www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/mon.html.
6. CONCLUSÃO

Inicialmente tivemos um pouco de dificuldade até para entendermos exatamente o que


estava ocorrendo, pois no começo não conseguimos ajustar tudo, devido à alguns problemas
como: suporte da fonte de laser com folgas, posição do anteparo e ajuste do interferômetro, porém
com o andamento do procedimento tudo foi se ajustando.
Conseguimos determinar o comprimento de onda da luz do laser, e o resultado foi bastante
satisfatório, fazendo uma comparação com o valor de tabela do tipo do laser utilizado, o valor
encontrado foi bem próximo com um erro percentual d e 0,35%.
No geral o objetivo foi alcançado e os valores encontrados foram aceitáveis, e os
procedimentos foram bem executados.
7. REFERÊNCIAS

1. Física IV, Ótica e física moderna, Young & Freedman – 12ª Edição – 2009.
2. www.fisica.ufmg.br/~labexp/.../Interferometro_de_Michelson.pdf
3. http://pt.wikipedia.org/wiki/Laser

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