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Gabarito da Prova 1a de FOOOD

Problemas Conceituais
1. Uma partícula sobre uma mola executa um movimento harmônico simples. Se a massa
da partícula e amplitude de seu movimento são dobradas, então

(a) o período de oscilação


p variará de umpfator igual a
(i) 4 (ii) 8 (iii) 2 (iv) 2 (v) 1 (permanece inalterada)
Solução (a): O período de oscilação de um movimento harmônico simples do
sistema massa-mola é dado por
r
m
T =2 ; (1)
k
e não depende da amplitude. Portanto, só a variação da massa mudará o período
(constante k permanece
p constante). Se a massa da partícula dobra, o período
varia pelo fator 2.
Resposta: (iv)

(b) a velocidade máxima


p da partícula variará
p de um fator igual a
(i) 4 (ii) 8 (iii) 2 (iv) 2 (v) 1 (permanece inalterada)
Solução (b): O módulo da velocidade máxima da partícula é dada por

vmax = !xmax ; (2)


p
em que xmax é a amplitude da oscilação e ! = k=m é a frequência angular. Note
que a velocidade depende de ambos os fatores, massa e amplitude. Se a massa
da partícula e amplitude
p depseu movimento são dobradas, a velocidadep máxima
varia por um fator 2= 2 = 2, uma vez que ! varia pelo fator de 1= 2.
Resposta: (iv)

(c) a intensidade pda aceleração máximapda partícula variará de um fator igual a


(i) 4 (ii) 8 (iii) 2 (iv) 2 (v) 1 (permanece inalterada)
Solução (c): A intensidade da aceleração máxima é dada por

amax = ! 2 xmax ; (3)

que, semelhante a velocidade máxima, depende da massa e da amplitude. Se


a massa da partícula e amplitude de seu movimento são dobradas, a aceleração
máxima não varia, uma vez que ! 2 varia pelo fator 1=2. Portanto o fator de
variação da aceleração máxima é 1.
Resposta: (v)

1
2. Uma partícula sobre uma mola executa um movimento harmônico simples. Se a energia
total da partícula é dobrada, então

(a) o período de oscilação


p será aumentado
p de um fator igual a
(i) 4 (ii) 8 (iii) 2 (iv) 2 (v) 1 (permanece inalterada)
Solução (a): A energia total da partícula para este sistema é dada por
1
E = kx2max ; (4)
2
em que xmax é a amplitude da oscilação, e k a constante de força. Neste caso, a
mola não muda, então k é constante e se a energia
p total da partícula é dobrada,
isso implica que xmax aumentou de um fator 2. O período é dado pela equação
(1), que não depende de xmax , portanto ele não varia e o fator é igual a 1.
Resposta: (v)

(b) a velocidade máxima


p da partícula será
p aumentada de um fator igual a
(i) 4 (ii) 8 (iii) 2 (iv) 2 (v) 1 (permanece inalterada)
Solução (b): O módulo da velocidade máxima da partícula
p é dada por (2). Se
a amplitude de seu movimento aumentou
p por um fator 2 a velocidade máxima
também aumenta por um fator de 2.
Resposta: (iv)

(c) a intensidade da aceleração máxima da partícula será aumentada de um fator


igual a p p
(i) 4 (ii) 8 (iii) 2 (iv) 2 (v) 1 (permanece inalterada)
Solução (c): A intensidade da aceleração máxima
p é dada por (3). Se a ampli-
tude de seu movimento aumentou
p por um fator 2, a aceleração máxima também
aumenta por um fator de 2.
Resposta: (iv)

3. Um objeto de massa m move-se com movimento circular uniforme no plano xy. O


círculo possui raio R e o objeto se move em seu entorno com velocidade v. O movimento
é projetado no eixo x onde sua aparência é a de um movimento harmônico simples
obedecendo à equação x (t) = R cos (!t + ).

(a) Nesta projeção, ! vale


(i) v=R , (ii) m2 R , (iii) R=v , (iv) v= (R sin !t).
Solução (a): Podemos calcular a frequência angular ! lembrando que ela é igual
a velocidade angular ! 0 do movimento circular uniforme do qual o movimento
harmônico simples foi projetado. Assim, a frequência angular será ! = ! 0 = v=R.
Resposta: (i)

2
(b) Nesta projeção, vale
(i) 0 , (ii) vt=! , (iii) , (iv) não pode ser determinado com as infor-
mações fornecidas.
Solução (b): O ângulo de fase pode ser calculado quando é fornecido os dados
da posição e velocidade iniciais (t = 0), o que não é o caso. Portanto, não pode
ser determinado com as informações fornecidas.
Resposta: (iv)

4. Considere que ! 0 seja a frequência angular de um oscilador amortecido e ! seja a


frequência angular de um oscilador idêntico, porém não-amortecido. A frequência
amortecida ! 0 será igual ap
!=2 se: p
(a) b = m! , (b) b = 2m! , (c) b = 3m! , (d) b = 2m! .
Solução: Para um oscilador sub-amortecido, a frequência angular ! 0 está relacionada
à frequência angular ! do oscilador não-amortecido pela equação
r
2
!0 = !2 ; (5)
2
onde = b=m. Substituindo ! 0 = !=2 em (5), podemos obter o b desejado. Assim
temos s
2
! 2
b
= ! ; (6)
2 2m
que pode ser reescrito na forma
2
b ! 2
= !2 ; (7)
2m 2

que nos dá p
b= 3!m : (8)

Resposta: (c)

5. Após o regime transiente, um oscilador amortecido forçado oscilará com


(a) a frequência de excitação (forçada)
(b) a frequência do oscilador não-amortecido livre
(c)a frequência do oscilador amortecido livre
(d) qualquer das frequências anteriores, pois são todas idênticas.
Solução: Após o regime transiente, o oscilador amortecido forçado oscila no regime
estacionário. Neste regime, a frequência de oscilação é a frequência da força aplicada,
ou frequência de excitação. Resposta: (a)

3
Problemas
1. Quando um corpo de massa M = 1; 65 kg é suspenso por uma certa mola vertical,
seu comprimento aumenta de 7; 33 cm. A mola é então montada horizontalmente e
um bloco de massa m = 2; 43 kg é …xado a ela, e o bloco pode deslizar livremente
sobre uma superfície horizontal lisa. Neste contexto, suponha que uma força externa
no sentido positivo da direção x é aplicada tirando o bloco da posição de equilíbrio.
Em t = 0, quando o deslocamento do bloco é x0 = +0; 0624 m e sua velocidade é
v0 = +0; 847 m= s, a força externa é removida e o bloco começa a oscilar.

(a) Faça um esboço da situação;


(b) Determine a amplitude da oscilação xm , a frequência angular ! e a constante de
fase ;
Solução (b): Primeiramente, utilizamos as informações dadas com a mola suspensa
na vertical para calcular a constante elástica k. Com a mola suspensa (em equi-
líbrio) a força gravitacional é igual a força elástica o que nos fornece k = M g=y,
onde y = 7; 33 cm é a distenção em relação ao equilíbrio da mola sem o corpo de
massa M . Assim k = (1; 65 kg) (9; 80 m= s2 ) = (7; 33 10 2 m) = 221 N= m. Com o
valor de k da mola, podemos calcular a frequência angular da oscilação horizontal
pela relação s
r
k 221 N= m
!= = = 9; 54 rad= s : (9)
m 2; 43 kg
Para determinar xmax , calcula-se a energia total do sistema que, em t = 0 possui
tanto energia cinética quanto potencial, que podem ser calculadas como
1 1
E = K + U = mv02 + kx20
2 2
1 1
= (2; 43 kg) (0; 847 m= s)2 + (221 N= m) (0; 0624 m)2
2 2
= 0; 872 J + 0; 430 J = 1; 302 J : (10)

Igualando-se esta energia total a 12 kx2max , conforme exigido pela equação da energia
mecânica total, tem-se
r s
2E 2 (1; 302 J)
xmax = = = 0; 1085 m : (11)
k (221 N= m)

Para se obter o ângulo de fase, utiliza-se as informações fornecidas para o tempo


t = 0. Primeiro, temos
x0 = x (0) = xmax cos ( ) (12)
pode ser reescrito como

x (0) (+0; 0624 m)


cos = = = +0; 5751 : (13)
xmax 0; 1085 m

4
Na faixa de 0 a 2 , existem dois valores de cujos cossenos valem +0; 5751; os
possíveis valores são = 54; 9 e = 305; 1 . Ambos satisfazem à condição de
x (0), porém apenas um fornece a velocidade inicial correta. Logo,

v0 = v (0) = !xmax sin = (9; 536 rad= s) (0; 1085 m) sin


0; 847 m= s para = 54; 9o
= (1; 04 m= s) sin = :
+0; 847 m= s para = 305; 1o

Como v0 > 0, o ângulo que satisfaz às condições do problema é o segundo valor


e, portanto, deve-se considerar = 305; 1o = 5; 33 rad.
Resposta: xmax = 0; 1085 m e = 305; 1o = 5; 33 rad.

(c) Escreva a expressão para x (t), v (t) e a (t).


Solução (c): A expressão geral para a posição é dada por

x (t) = xmax cos (!t + ) ; (14)

e utilizando os resultados obtidos em (b) temos

x (t) = (0; 109 m) cos [(9; 54 rad= s) t + 5; 33 rad] : (15)

A expressão de v (t) é obtida derivando a Eq.(14) em relação ao tempo, ou seja

dx (t)
v (t) = = !xmax sin (!t + ) ; (16)
dt
ou
v (t) = (1; 04 m= s) sin [(9; 54 rad= s) t + 5; 33 rad] : (17)
A expressão de a (t) é obtida derivando a Eq.(16) em relação ao tempo, ou seja

dv (t)
a (t) = = ! 2 xmax cos (!t + ) ; (18)
dt
ou
a (t) = 9; 92 m= s2 cos [(9; 54 rad= s) t + 5; 33 rad] : (19)

Respostas:

x (t) = (0; 109 m) cos [(9; 54 rad= s) t + 5; 33 rad] ;


v (t) = (1; 04 m= s) sin [(9; 54 rad= s) t + 5; 33 rad] ;
a (t) = 9; 92 m= s2 cos [(9; 54 rad= s) t + 5; 33 rad] :

5
2. Sabemos que o estudo da oscilação harmônica simples de um pêndulo físico fornece
um método para calcular o momento de inércia de um corpo de forma arbitrária,
suspendendo-se o corpo para que ele oscile em relação ao eixo de oscilação. Com isso
o momento de inércia do corpo é dado pela equação

T 2 M gd
I= ; (20)
4 2

em que T é o período, M é a massa do corpo, g a aceleração da gravidade local e d, a


distância entre o centro de massa do corpo e o ponto de …xação do eixo de oscilação.

(a) Suponha que um disco uniforme de massa M e raio R é posto em um local em


que a aceleração da gravidade é g e que ele oscila em torno de um eixo que passa
pela sua borda, localizado no ponto P . Seja o ângulo de oscilação em relação
à vertical (Fig.1). Escreva o torque resultante responsável pela oscilação;Solução

Figura 1: Problemas 2 e 3

(a): O torque resultante no centro de massa (que provoca a oscilação) é dado


por
!=! !
r F : (21)
Mas a única força responsável por gerar um torque é a componente do peso que
é tangente ao elemento de arco realizado pelo centro de massa, logo
!
F = M g sin : (22)

!
Além disso, j!
r j = d = R é o próprio raio do disco e !
r ? F . Portanto, o módulo
!
do torque, que é dado por = rF sin (onde é o ângulo entre ! r e F ), será
!
apenas = rF . O sinal negativo indica que a força F que gera o torque é
restauradora. Com isso, obtemos o torque que é dado por
Resposta:
= RM g sin : (23)

6
(b) Considerando que as ocilações são pequenas ( su…cientemente pequeno), escreva a
2a de Newton no formato da equação diferencial do movimento harmônico simples
(MHS) em termos do ângulo ;
Solução (b): A segunda lei de Newton para o torque resultante é escrita como
j j=Ij j ; (24)
em que é a aceleração angular e I, o momento de inércia em torno do mesmo
2
eixo que o torque é dado (neste caso, a borda do disco). Escrevendo j j = ddt2 e
substituindo o resultado de obtido em (a) temos
d2
I + RM g sin = 0 : (25)
dt2
Considerando o regime de pequenas oscilações, a aproximação sin é válida,
o que nos fornece
Resposta:
d2 M gR
2
+ =0: (26)
dt I
Agora temos uma equação diferencial para variável do movimento harmônico
simples.

(c) Identi…que, para esta equação diferencial do MHS, a expressão para a frequência
angular !;
Solução (c): A equação diferencial típica do movimento harmônico simples livre
é dada pela expressão
d2 x (t)
+ ! 2 x (t) = 0 ; (27)
dt2
onde x é a variável que está submetida ao movimento harmônico simples com
uma frequência angular !. Comparando as expressões (26) e (27) temos
Resposta: r
M gR
!= : (28)
I

(d) Mostre que o momento de inércia I do disco pode ser escrito na forma da Eq.(20),
com d = R.
Solução (d): Sabemos que o período é dado por T = 2 =!. Então temos
s
I
T =2 : (29)
M gR

Resolvendo para I, temos a equação desejada


Resposta:
T 2 M gR
I= ; (30)
4 2

7
com d = R, o raio do disco.

3. Considere o disco uniforme em oscilação da questão anterior (Fig.1). Se soubermos


previamente o momento de inércia I de um corpo, pode-se calcular a aceleração da
gravidade local g, medindo seu período de oscilação T . Suponha que o disco possui um
raio de 10; 2 cm e que o período é medido e vale 0; 784 s. Para este disco, o momento
de inércia ICM , em relação ao eixo que passa pelo seu centro geométrico C (centro de
massa) vale 21 M R2 , onde R é o raio do disco.

(a) Através do teorema dos eixos paralelos, escreva o momento de inércia I do disco
em torno do eixo que passa pela borda (ponto P ), em termos de M e R;
Solução (a): Sabemos de antemão o momento de inércia de um disco uniforme
em relação ao seu centro de massa (centro do disco) que é dado por ICM = 12 M R2
em que M é a massa do disco e R o seu raio. Pelo teorema dos eixos paralelos

I = ICM + M R2 ; (31)

podemos identi…car o momento de inércia I em relação ao eixo que passa pela


borda do disco, isto é,
Resposta:
3
I = M R2 : (32)
2

(b) Determine o valor de g, a aceleração da gravidade, neste local.


Solução (b): Para este disco, o período de oscilação, com pequenas oscilações,
dado por (29), será s
3R
T =2 : (33)
2g
Resolvendo esta equação para g temos

6 2R
g= : (34)
T2
Com T = 0; 784 s e R = 0; 102 m, tem-se
Resposta:
6 2 (0; 102 m)
g= 2 = 9; 83 m= s2 : (35)
(0; 784 s)

8
4. Considere que um corpo execute um movimento harmônico simples na horizontal. A
equação representativa de seu movimento é

x = (0; 35 m) cos [(8; 3 rad= s) t] ; (36)

onde x é expresso em metros e t em segundos. Esse movimento pode ser também


representado como a projeção de um movimento circular uniforme ao longo de um
diâmetro horizontal.

(a) Forneça o raio do círculo de referência, a velocidade angular e o ângulo de fase;


Solução (a): A componente x do movimento circular uniforme é expressa por

x (t) = r cos (!t + ) : (37)

onde r = xmax , a amplitude do movimento é o raio do círculo de referência.


Portanto, comparando a relação de x (t) dada com esta equação, vemos o círculo
de referência deve ter um raio r = 0; 35 m. A fase inicial ou ângulo de fase deve
ser = 0o , e a velocidade angular deve ser ! = 8; 3 rad= s, de tal forma a obter-se
a equação fornecida para a projeção horizontal.
Respostas:
r = 0; 35 m; ! = 8; 3 rad= s e = 0o :

(b) A partir do movimento do ponto de referência, determine o tempo necessário


para o corpo percorrer metade da distância entre sua posição inicial e o centro do
movimento.
Solução (b): Quando o corpo percorre a metade da distância entre sua posição
inicial (x0 = xmax ) e o centro do movimento, o ponto de referência (que se move
uniformemente ao longo da trajetória circular) estará localizado de tal forma que
sua distância ao centro do círculo faz um ângulo !t com o eixo x que é dado por
cos !t = r=2r
. Isto nos fornece !t = =3. A velocidade angular é constante e vale
8; 3 rad= s. Logo, o tempo necessário para que este segmento descreva um ângulo
de =3 é
Resposta:
=3
t= = 0; 13 s : (38)
!

5. Em um oscilador amortecido, seja m = 250 g, k = 85 N= m e b = 0; 070 kg= s. Quantos


períodos são necessários para que a energia mecânica do oscilador seja reduzida à
metade do seu valor inicial?
Solução: Para um amortecimento baixo, ! 0 ! onde ! 0 é a frequência angular do

9
p
oscilador amortecido e ! = k=m é a frequência do oscilador livre. Assim, o período
da oscilação T = 2 =! será dado por
r s
m (0; 250 kg)
T =2 =2 = 0; 34 s : (39)
k (85 N= m)

Em t = 0, a energia mecânica inicial vale E0 = 21 kx2max . Por outro lado, a função da


energia em relação ao tempo para o oscilador fracamente amortecido é dado por
1
E (t) = kx2max e t
; (40)
2
em que = b=m. Podemos determinar o tempo t requerido, fazendo E (t) = 21 E0 , na
equação (40) que nos dá

1 1 2 1
kx = kx2max e t
: (41)
2 2 max 2

Resolvendo essa relação para t e utilizando = b=m temos

m (0; 250 kg) (ln 2)


t= ln 2 = = 2; 5 s : (42)
b (0; 070 kg= s)

Esse tempo é cerca de t=T = 7; 4 vezes maior que T . Portanto, são necessários cerca
de 7; 4 ciclos para que a energia mecânica do oscilador seja reduzida pela metade.
Resposta: 7; 4 ciclos

10

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