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1- Introdução:

No mundo que nos rodeia, os fenômenos físicos são uma presença constante.
Dentre eles, dois se destacam: os movimentos e as ondas. Neste capítulo trataremos
apenas das ondas, pra sermos mais específicos, da onda sonora.
O som é uma onda, assim como a luz. As ondas sonoras, por serem ondas
mecânicas, podem se propagar apenas através de meios materiais e, como qualquer
onda, sua velocidade de propagação depende de características físicas do meio.
As ondas sonoras se propagam em todas as direções a partir da fonte, no entanto ,
é mas fácil tratar da propagação em uma dimensão. Neste experimento, para que a onda
seja definida em uma dimensão, utilizaremos um tubo. As ondas percorreram a coluna
de ar, sendo refletidas no nível da água (extremidade fechada do tubo), com uma
defasagem de 180° retornando à extremidade aberta, onde são novamente refletidas,
porém, sem inversão de fase. A interferência dessas ondas dá origem a ondas
estacionárias, sempre que a coluna de ar, de comprimento L, satisfaz a condição de
ressonância, isto é , vibrar com a mesma frequência do gerador.
Velocidade do som

a) Bases teóricas:

As ondas sonoras são consideradas ondas de pressão, ou seja, ondas que se


propagam a partir de variações de pressão do meio. Por exemplo, quando um músico
bate em um tambor musical, a vibração da membrana produz alternadamente
compressões e rarefações do ar, ou seja, produz variações de pressão que se propagam
através do meio, no caso, o ar.
Esse tipo de onda é denominado onda longitudinal, pois as moléculas
constituintes do meio se aproximam e se afastam umas das outras de forma alternada.
Cada secção do meio através do qual passa a onda longitudinal apenas oscila
ligeiramente em torno de uma posição de equilíbrio, enquanto a onda propriamente dita
pode se propagar por grandes distâncias.
Ao longo da direção de propagação, a menor distância entre duas regiões nas quais
o ar está simultaneamente comprimido corresponde ao comprimento de onda λ da onda
sonora. O mesmo se aplica à menor distância entre duas regiões nas quais o ar é
rarefeito.
O som também é um tipo de onda mecânica, e nesse tipo de ondas é preciso que
exista um meio material para se propagarem, como um sólido, liquido ou gasoso, e no
espaço (ou em astros sem atmosfera), esses meios não existem, o que há no vácuo é uma
mínima quantidade de energia.
Ouvimos os sons por causa da vibração das moléculas, que funciona como uma
espécie de efeito dominó: quando uma molécula vibra, ela transmite a vibração para a
molécula vizinha, e vai passando até o som chegar aos nossos ouvidos. Lá dentro, ele
passa por algumas estruturas, chegando ao nervo auditivo, até que a informação é
levada para o cérebro. Ou seja, nesse caso o som foi propagado por um meio físico, o ar.

b) Materiais utilizados:

 Tubo de vidro;
 Reservatório de água;
 Mangueira de conexão entre o reservatório e o tubo de vidro;
 Alto-falante;
 Fios conectores para o amplificador (parte de trás);
 Gerador de funções;
 Amplificador;
 Recipiente com água;
 Caneta de quadro branco (3 cores);
 Trena;
 Termômetro.

c) Procedimentos de execução:

1.º. Posicione o reservatório na sua posição mais baixa e coloque água no


mesmo, observando que a água se eleva no tubo de vidro. Acrescente água
até que o tubo de vidro esteja quase cheio;
2.º. Ligue o gerador de funções, o amplificador e escolha uma frequência
entre 700 a 1000 Hz;
3.º. Lentamente, vá elevando o reservatório, isso fará com que o nível da
água vai abaixando lentamente no tubo de vidro. Conforme o nível de água
vai variando, procure identificar o antinodos de pressão ( “ onde o som fica
mais alto’’ ). Com uma caneta ou giz, marque a posição desses pontos no
tubo ( utilize uma cor para cada frequência);
4.º. Com a trena afira a distância entre cada para de antinodos
consecutivos (/2) e anote na tabela;
5.º. Repita os procedimentos (2) e (3) para mais duas frequências e anote
na tabela;
6.º. Anote a temperatura ambiente da sala.

Desenho ilustrativo do experimento.

d) Objetivos:

 Determinar a velocidade do som, à temperatura ambiente, a partir de


medidas de comprimentos de onda, para uma dada frequência;
 Determinar a velocidade do som a 0° C;
 Descobrir a relação da velocidade do som em dias quentes e dias frios.

e) Dados obtidos:

De acordo com os procedimentos, escolhemos 3 tipos de frequência, 1000 Hz, 850


Hz e 700 Hz, medimos seus antinodos e anotamos na seguinte tabela: Tabela 1.
1 (1000  1 ) Hz 2 (850  1) Hz 3 (700  1) Hz

L1 (cm) 7,2  0,05 8,5  0,05 10,90  0,05

L2 (cm) 24,4  0,05 28,9  0,05 35,8  0,05

L3 (cm) 41,5  0,05 49,4  0,05 53,3  0,05

L4 (cm) 58,5  0,05 70,2  0,05 78,8  0,05

Temperatura ambiente T =(22,9 0,1)° C

Para encontramos a velocidade do som desejada, utilizaremos algumas equações.


Vimos pela Tabela 1 que foram encontradas varias medidas para L, precisaremos
encontrar os lambdas  correspondentes. Utilizaremos a seguinte equação:
(1) Ln=( 2 n−1 ) ❑ , onde: n é o numero de ventres (1,2,3,..n)
4

Ao achar o  para cada Ln , é preciso achar um lambda médio. Esse valor


substituiremos em v=., que nos dará uma velocidade do som diferente para cada valor
da frequência. Colocando os dados obtidos em um tabela, temos o seguinte:

1 (1000  1 ) Hz 2 (850  1) Hz 3 (700  1) Hz

Velocidade do 310 314,5 308


som (m/s)

A partir dessa tabela, cumprimos o nosso primeiro objetivo, que é o de encontrar as


velocidades do som para cada valor da frequência.
Partindo para o segundo passo, teremos que usar a temperatura que foi medida na
sala na hora do experimento. Usaremos algumas relações entre velocidade e
temperatura, e assim descobriremos qual a velocidade do som a 0° C.
A primeira relação que usaremos é a seguinte:
(1) v=

γRT
M
, onde:- γ é a razão entre calor específico do gás, a
pressão constante, e o seu calor específico,
a volume constante, no ar vale  1,402;
- R é a constante universal dos gases,
 8,31 j/mol K ;
- M massa molecular, para o ar  29. 10−3
Kg/mol;
- T é a temperatura absoluta em Kelvin.

Com essa relação, descobriremos um valor para v, o que chamaremos de um v 2. A

partir disso substituiremos esse valor em: (2)


v1
v2
T

= 1 , como temos um v 2,
T2
conseguiremos achar o v1 . As temperaturas, são dadas em Kelvin. Convertendo-as
temos:
T 1 = 22,9 °C  (295,9  0,1 )K ** K = °C + 273
T 2 = 0°C  (273  0,1) K

Substituindo em (1) a temperatura de 295,9K e os demais valores, obtemos um v 2


= 344,7 m/s. Usando esse valor , T 1=273 K e T 1=295,9 K , teremos um valor de
v 2=331,1m/ s, o que nos fornece a velocidade do som a 0°C.
Note que, nessas duas relações quanto maior for a temperatura usada, maior será
a velocidade do som, o que no permite concluir que em dias quentes o som viaja mais
rápido do que em dias frios.

f) Análise dos resultados:

Vimos a partir do primeiro caso, onde se tinha três frequências diferentes que a
velocidade do som variou. Não podemos afirmar, que quanto maior a frequência maior é
a velocidade, pois, vimos baseados nos resultados, que uma frequência intermediária
resultou na velocidade mais alta. O que isso pode nos sugerir, é que o lambda também
interfere nos cálculos da velocidade, fazendo com que esta variei.
Já na segunda parte do experimento, obtemos a velocidade do som a 0°C,que é
331,1 m/s. Uma outra relação que se pode tirar a partir de (2), é que v = (331,5 + 0,61
T(°C) )m/s. Isso pode confirmar os resultados obtidos a partir dos cálculos feitos no
experimento, pois, cada vez que substituirmos uma temperatura em T, obteremos um v,
o que nos afirmar que quanto maior é a temperatura maior a velocidade do som no meio.
Um outro fator que interfere na velocidade do som é a densidade, nos dias de sol o ar
quente tem menos densidade do que no ar frio, o que ajuda o som a se movimentar com
mais velocidade do que nos dias frios.
Como o som se transmite através da compressão e descompressão do meio físico, a
sua velocidade também dependente da elasticidade do meio. A água por exemplo, possui
uma reação mais rápida que o ar (possui mais elasticidade) e a velocidade das ondas
sonoras é superior. Em média, o som na agua se propaga numa velocidade de 1.435
m/s. Já a velocidade de propagação nos meios sólidos é ainda superior, no aço, por
exemplo é de 6.000 m/s.

g) Conclusão:

Neste experimento vimos que o a onda sonora varia sim, em diferentes


temperaturas. Contudo, existem mais fatores que interferem nesse valor. Não podemos
apenas relacionar um alto valor de velocidade com a temperatura, devemos ter em mente
que a elasticidade do meio, entre outros também contam com a velocidade da onda
sonora.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE FÍSICA II

VELOCIDADE

DO

SOM

ACADÊMICO: Ana Maria Garcia Trzeciak RA: 83980


TURMA: 35 PROFESSOR: Breno
Local: Maringá Data: 11/09/2013

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