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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA DE PETRÓPOLIS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO

Física II

Experimento 1- Ondas
Experimento 2 e 3 - Calor

Alunos: Ana Carolina Teixeira Garcia Valva


Ana Julia Baptista de Araujo
Daniel Macabu Campos

Professor: Washington Inacio de Souza Soares

Petrópolis, 2023
1. Introdução

Ondas e termodinâmica, são dois importantes campos de estudo na física,


desempenham papéis cruciais em nossa compreensão do mundo ao nosso redor.

Ao explorarmos as propriedades das ondas, mergulhamos em um universo que


permeia diversos aspectos de nossa vida cotidiana. Um exemplo marcante reside na
indústria musical, onde a produção e detecção de ondas são essenciais. Desde um
simples samba de rua até um elaborado concerto sinfônico, as ondas geradas pelos
artistas e percebidas pela plateia revelam a complexidade e versatilidade desse
fenômeno. A transmissão de informações por meio dessas ondas, seja em
apresentações ao vivo pela internet ou por meio de tecnologias de gravação e
reprodução, destaca a importância econômica do controle preciso das ondas
musicais.

Paralelamente, adentramos o campo da termodinâmica, dedicado ao estudo


da energia térmica nos sistemas. O conceito central de temperatura, parte integrante
de nossa compreensão prática desde a infância, molda nossas interações diárias com
o ambiente, desde o cuidado com objetos quentes até a gestão da temperatura em
residências e veículos. A termodinâmica, que permeia nossa vida cotidiana de
maneiras sutis e significativas, encontra aplicação em diversas áreas da ciência e da
tecnologia. Engenheiros automotivos, por exemplo, confrontam desafios relacionados
ao superaquecimento dos motores, especialmente em carros de corrida,
meteorologistas, por sua vez, desvendam os segredos da transferência de energia
térmica em eventos como o El Niño e o aquecimento global, enquanto engenheiros
agrônomos exploram a influência das condições climáticas na agricultura. Até mesmo
os engenheiros biomédicos encontram na termodinâmica uma ferramenta valiosa
para distinguir infecções virais benignas de tumores cancerosos, através da medida
precisa da temperatura de pacientes.

Assim, ao unir as nuances das ondas com os princípios fundamentais da


termodinâmica, desvendamos um panorama rico em aplicações práticas e
implicações abrangentes, conectando teoria e experiência de forma intrínseca e
enriquecedora.

1.1. Ondas

A onda é uma sucessão periódica de pulsos que transporta energia, quem


produz o pulso (fonte de onda) o faz continuamente e no mesmo ritmo. A classificação
das ondas pode ser feita com base em sua forma e natureza. Quanto à forma, elas
podem ser categorizadas como longitudinais ou transversais, enquanto quanto à sua
natureza, podem ser mecânicas ou eletromagnéticas.

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(Exemplo de ondas longitudinais e transversais, respectivamente)

Uma onda senoidal que se propaga no sentido positivo do eixo x pode ser
descrita pela equação: 𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑦𝑚 sin(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡), em que ym é a amplitude
(deslocamento máximo) da onda, k é o número de onda, ω é a frequência angular e
kx – ωt é a fase.

A relação entre número de onda e comprimento de onda é a seguinte:


2𝜋
𝑘=
𝜆

A relação entre a frequência angular, a frequência e o período é a seguinte:


𝜔 1
=𝑓=
2𝜋 𝑇

A relação entre velocidade v e os outros parâmetros de uma onda é a seguinte:


𝜔 𝜆
𝑣= = = 𝜆𝑓
𝑘 𝑇

Toda função da forma 𝑦(𝑥, 𝑡) = ℎ(𝑘𝑥 ± 𝜔𝑡) pode representar uma onda
progressiva que está se propagando com velocidade v = ω/k, cuja forma é dada pela
função h. O sinal positivo mostra que a onda está se propagando no sentido negativo
do eixo x, e o sinal negativo mostra que a onda está se propagando no sentido positivo
do eixo x.

As ondas sonoras são ondas mecânicas longitudinais que podem se propagar


em sólidos, líquidos e gases. A velocidade v de uma onda sonora em um meio de
módulo de elasticidade volumétrico B e massa específica ρ é dada por

𝐵
𝑣 = √𝜌 (velocidade do som)

A velocidade do som no ar a 20oC é 343 m/s.

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1.2. Termodinâmica (calorimetria)

Quando dois corpos com temperaturas distintas são colocados em contato


térmico, observa-se que, após um determinado período, ambos atingem uma
temperatura comum, denominada temperatura de equilíbrio térmico. Durante o
processo transitório, a agitação das partículas no corpo A diminui, ou seja, sua
temperatura diminui, enquanto a temperatura no corpo B aumenta. Nessas
circunstâncias, podemos afirmar que a energia de agitação, ou energia térmica, do
corpo A transfere-se para o corpo B. Esse fenômeno é conhecido como transferência
de calor.

É evidente que, com o exemplo acima, podemos afirmar que o calor flui
espontaneamente dos corpos quentes para os corpos frios até que as temperaturas
se igualem. O calor pode ser medido em joules (J), calorias (cal), quilocalorias (Cal
ou kcal), ou British thermal units (Btu); entre essas unidades, existem as seguintes
relações: 1 cal = 3,968 x 10-3 Btu = 4,1868 J.

Podemos classificar o calor em duas categorias distintas: calor sensível e calor


latente. O calor sensível refere-se à quantidade de calor que um corpo cede ou
absorve, resultando em uma variação de temperatura, sem, contudo, alterar sua fase.
Por outro lado, o calor latente representa a quantidade de calor transferida para um
corpo que experimenta uma mudança de fase, envolvendo a alteração na disposição
das moléculas, enquanto a temperatura permanece constante.

2. Objetivos

Os experimentos foram conduzidos com o objetivo de explorar de maneira


prática o funcionamento dos movimentos ondulatórios mecânicos e sonoros, bem
como os conceitos fundamentais da termodinâmica, focando na parte de calorimetria.
Essa abordagem prática visa aprofundar a compreensão da teoria discutida em sala

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de aula, permitindo-nos familiarizar efetivamente com as ferramentas e
procedimentos do laboratório.

3. Parte Experimental - experimento 1

3.1. Materiais

● Gancho de tipo “S”;


● Cordas de densidades variadas;
● Gerador de onda estacionária.

3.2. Procedimento Experimental

Durante o experimento foram feitas variações quanto ao tipo de corda, tensão


na corda e frequência do sistema. Nesse experimento, observamos a construção de
movimento com 1 harmônico, 2 harmônicos, 3 harmônicos, 4 harmônicos e 5
harmônicos.

(sistema com 1 harmônico)

(sistema com 2 harmônico)

4
(sistema com 3 harmônico)

(sistema com 4 harmônico)

(sistema com 5 harmônico)

Experimento com frequência fixa,variando a tensão do


dinamômetro para encontrar os harmônicos

Corda com menor diâmetro


n° de
harmônicos 1 2 3 4

Frequência 31,5 Hz 24,8 Hz 25,0 Hz 26,1 Hz

Tensão 0,1 N 0,03 N 0,01 N 0,01 N

μ 0,00066 0,00128 0,00094 0,00154

λ 0,39 m 0,195 m 0,13 m 0,0975 m

V 12,285 m/s 4,836 m/s 3,25 m/s 2,545 m/s

5
Média μ 0,001105

Corda com maior diâmetro


n° de
harmônicos 1 2 3 4 5

Frequência 19,8 Hz 26,0 Hz 26,4 Hz 26,9 Hz 26,1 Hz

Tensão 0,03 N 0,13 N 0,06 N 0,04 N 0,02 N

μ 0,000503 0,00505 0,00509 0,00581 0,00482

λ 0,39 m 0,195 m 0,13 m 0,0975 m 0,078 m

V 7,722 m/s 5,07 m/s 3,432 m/s 2,623 m/s 2,036 m/s

Média μ 0,0042546
Corda diâmetro variado (diâmetro menor no motor)
3 (2 harmônicos na de
diâmetro maior e 1 5 (3 harmônicos na de
n° de harmônico na de diâmetro diâmetro maior e 2 harmônico
harmônicos 1 2 menor) na de diâmetro menor)

Frequência 28,5 Hz 28,9 Hz 26,4 Hz 26,9 Hz

Tensão 0,4 N 0,07 N 0,06 N 0,04 N

μ 0,00324 0,002204 0,00509 0,00909

λ 0,39 m 0,195 m 0,13 m 0,078 m

V 11,115 m/s 5,635 m/s 3,432 m/s 2,098 m/s

Média μ 0,004906

Corda diâmetro variado (diâmetro maior no motor)


3 (2 harmônicos na de diâmetro maior e 1 harmônico com
n° de uma parte da de diâmetro menor e uma parte da de
harmônicos 1 2 diâmetro maior)

Frequência 19,4 Hz 21,9 Hz 23,4 Hz

Tensão 0,02 N 0,06 N 0,02 N

μ 0,00035 0,00329 0,00216

λ 0,39 m 0,195 m 0,13 m

V 7,566 m/s 4,2705 m/s 3,042 m/s

Média μ 0,001933333333

6
Experimento utilizando pesos e variando a frequência

4 Pesos

n° de harmônicos 1 2 3

Frequência 13,2 Hz 26,3 Hz 39,3 Hz

λ 0,39 m 0,195 m 0,13 m

V 5,148 5,1285 5,109

F 0,0293 N 0,02906 N 0,0288 N

Média V 5,1285

5 Pesos

n° de harmônicos 1 2 3

Frequência 12,1 Hz 24,5 Hz 35,2 Hz

λ 0,39 m 0,195 m 0,13 m

V 4,719 4,777 4,576

F 0,0947 N 0,09709 N 0,08909 N

Média V 4,690666667

Para calcular λ foi utilizada a fórmula:

𝜆𝑛
𝐿=𝑛⋅
2

Para calcular V foi utilizada a fórmula:


V=λ.F

Para calcular μ foi utilizada a fórmula:


V² = F / μ

4. Parte Experimental - experimento 2

4.1. Materiais

● Calorímetro;
● Termômetro;
● Ebulidor elétrico;
● Béquer.

4.2. Procedimento Experimental

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Neste experimento buscou-se descobrir o valor da capacidade térmica (C) do
calorímetro, através da experimentação, onde se tinha água em diferentes
temperaturas, e o calorímetro, onde a massa da água, seu calor específico e suas
temperaturas eram conhecidas, assim como as temperaturas do calorímetro, assim
sendo possível descobrir sua capacidade térmica através da fórmula do calor
sensível.

Q = mcΔT

Q – calor (J ou cal)

m – massa (kg ou g)

c – calor específico (cal/gºC ou J/kg.K)

ΔT – variação de temperatura (ºC ou K)

Utilizando um béquer foram separados 100ml de água á temperatura ambiente


e depositados em seguida no calorímetro, foram separados também 120ml de água
em um béquer, essa água foi aquecida usando um ebulidor elétrico até uma
temperatura de 66°C e então é adicionada ao calorímetro, após aguardar o equilíbrio
térmico contatou-se a temperatura de 44°C como temperatura de equilíbrio do
sistema, com isso pode-se iniciar os cálculos para descobrir a capacidade térmica.
Após as medições temos:

m c Tf (°C) Ti (°C) ΔT (°C)

Água fria 100g 1 44 21 23

Calorímetro C 44 21 23

Água quente 120g 1 44 66 -22

Usando a propriedade das trocas de calor temos que a somatória dos calores
cedidos é igual à somatória dos calores recebidos, tem-se: Q1 + Q2 + ... + Qn = 0.

Então:

Q1 + Q2 + Q3 = 0
100 . 1 . 23 + C . 23 + 120 . 1 . -22 = 0
2300 + 23C -2640
-C = -340/23
C = 14,78

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Através do experimento encontramos que a capacidade térmica do calorímetro
é 14,78 cal.

5. Parte Experimental - experimento 3

5.1. Materiais

● Calorímetro;
● Termômetro;
● Cilindros de Fe.
● Ebulidor elétrico;
● Béquer.

5.2. Procedimento Experimental

Neste experimento buscou-se descobrir o valor do calor específico (c) de um


cilindro de ferro, através da experimentação, onde se tinha, água, o calorímetro, e três
cilindros de ferro de massa 240,23g (cálculo demonstrado abaixo) onde a massa da
água, seu calor específico e suas temperaturas eram conhecidas, assim como a
capacidade térmica do calorímetro e sua temperatura, e também conhece-se a
temperatura dos cilindros de ferro, portanto foi possível calcular o calor específico do
cilindro de ferro através da fórmula do calor sensível (apresentada anteriormente).

Para descobrirmos a massa dos cilindros de ferro descobrimos primeiro seu


volume através das medidas realizadas, altura medida sendo 4cm e o raio sendo
1,8cm.

V de um cilindro = 3,14 . 0.92 . 4 = 10,17 cm3


V de três cilindros = 3 . 10,17 = 30,51 cm3

Usando a medida do volume obtida e o valor tabelado para a massa específica


do ferro temos:

μ . V = 7,874 . 30,51 = 240,23g

Utilizando um béquer foram separados 120ml de água à temperatura ambiente


e depositados em seguida no calorímetro, usando um ebulidor elétrico também foi
aquecido um béquer de água com os 3 cilindros de ferro após aguardar o equilíbrio
térmico os cilindros a uma temperatura de 78°C foram removidos do béquer e
adicionados ao calorímetro, a medição feita após o equilíbrio resultou em 25,5°C, com
esses dados pode-se iniciar os cálculos para descobrir a capacidade térmica.

Após as medições temos:

9
m c Tf (°C) Ti (°C) ΔT(°C)

Calorímetro 14,78 25,5 17 8,5

3 cilindros de Fe 240,23g X 25,5 78 -52,58

Água fria 120g 1 25,5 17 8,5

Usando a propriedade das trocas de calor temos que a somatória dos calores
cedidos é igual à somatória dos calores recebidos, tem-se: Q1 + Q2 + ... + Qn = 0.

Então:

Q1 + Q2 + Q3 = 0

14,78 . 8.5 + 240,23 . x . -52,5 + 120 . 1 . 8.5 = 0


125,63 - 12612,075x + 1020 = 0
1145,631/12812,075 = x
x = 0,09 ou 0,1

Através do experimento encontramos que o calor específico do ferro é


aproximadamente 0,1.

6. Conclusão

Ao analisar os dados provenientes dos experimentos, constatou-se a obtenção


de resultados satisfatórios, apesar de algumas variações nos equipamentos
empregados. Em síntese, a avaliação de um experimento sobre ondas,
especialmente ao considerar os harmônicos envolvidos, proporciona informações
valiosas sobre o comportamento e as propriedades desses fenômenos.
Adicionalmente, ao investigar os experimentos relacionados à calorimetria, destaca-
se a importância de compreender as trocas de calor em distintos contextos. A
aplicação na prática desses conhecimentos abrange desde a otimização de
processos industriais até a criação de dispositivos termorreguladores em diversas
áreas, com ênfase, sobretudo, na engenharia.

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7. Referências
Halliday, David, 1916-2010. Fundamentos de física, volume 2 : gravitação, ondas e
termodinâmica / David Halliday , Robert Resnick , Jearl Walker ; tradução Ronaldo
Sérgio de Biasi. – 10. ed. – Rio de Janeiro : LTC, 2016. il. ; 28 cm.

Apostilas de física: física 6 - termologia; física 7 - óptica e ondas.

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