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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB

INSTITUTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE FÍSICA 2 EXPERIMENTAL

RELATÓRIO 2 - Movimento Ondulatório: Onda na Corda

Matrícula Nome Completo

18/0104896 Letícia Fernandes Rios

18/0017781 Giovanna Soares Costa

17/0102807 Ezequiel dos Santos Doreia

PROF. MARIA APARECIDA GODOY SOLER PAJANIAN


Turma: T05

Brasília, 2023
1. Introdução Teórica

A propagação de ondas é um fenômeno que ocorre em todos os sistemas


físicos, até mesmo na ausência deles, como a propagação de ondas eletromagnéticas
no vácuo (UNB Instituto de Física, 2023). Sendo assim, existe uma grande variedade
de tipos de ondas na natureza, e o estudo de suas propriedades, características e
comportamentos constitui uma importante área da física, chamada Ondulatória.
Entende-se uma onda como uma perturbação que se propaga em algum meio. Dentre
as mais fundamentais propriedades associadas a uma onda está o transporte de
energia de um ponto para outro sem envolver o arrasto do meio material onde ela
se propaga. As ondas podem se classificar de acordo com a direção de propagação de
energia, quanto à natureza das ondas e quanto à direção de propagação. Sendo assim,
as ondas podem compreender a seguinte classificação:

1. Quanto à natureza:

● Mecânicas: Ondas que são regidas pelas Leis de Newton e são propagadas em
meios materiais (sólidos, líquidos e gasosos), como por exemplo, ondas
sonoras e ondas sísmicas;
● Eletromagnéticas: Ondas capazes de se propagar no vácuo, são formadas pela
combinação dos campos elétrico e magnético e não necessitam de um meio
material para existir, como por exemplo: luz visível e luz ultravioleta;
● Gravitacionais: Ondulações na curvatura do espaço-tempo, que podem ser
observadas quando dois ou mais corpos extremamente massivos se colidem e
não necessitam de um meio para existir.

2. Quanto à direção de propagação:

● Perpendicular ou transversal: Onda na qual a direção da perturbação é


perpendicular à direção de propagação;
● Longitudinal: Onda na qual a perturbação é paralela à direção de propagação.

3. Quanto à direção de propagação de energia:

● Unidimensionais: propagam-se em uma única dimensão;


● Bidimensionais: propagam-se em um plano;
● Tridimensionais: propagam-se em todas as direções.

Além disso, uma onda é definida pelos seguintes parâmetros:


● Comprimento de onda: distância entre valores repetidos em uma forma de
onda, ou seja, a distância entre duas cristas sucessivas;
● Frequência: número de oscilações em um determinado intervalo de tempo;
● Velocidade de propagação: a velocidade da onda no meio específico em que
esteja sendo propagada;
● Amplitude: altura da onda que é medida a partir do ponto de equilíbrio até a
crista (ou vale) da onda;
● Período: tempo percorrido de um comprimento de onda.

O experimento descrito neste documento, possui como foco o estudo e análise


das características e definições matemáticas de ondas mecânicas transversais que se
propagam em uma corda vibrante com as extremidades fixas, conhecidas também
como ondas harmônicas estacionárias.
Ondas estacionárias, como ilustrado na Figura 1, estão contidas em um espaço
finito e ocorre quando uma onda incide em um ponto fixo e retorna ao ponto inicial,
superpondo as ondas que vão de encontro a ela, e que resulta em interferências
construtivas (ventres) e destrutivas (nós) (CAMPOS, s.d.). Esta definição pode ser
explicada pela 3° Lei de Newton, pois as perturbações que chegam às extremidades
são refletidas e o meio físico reage a essas perturbações, mas em sentido contrário.
Neste tipo de sistema, é possível notar que quanto maior a frequência de ressonância,
maior será a quantidade de nós na corda, e nele, busca-se sempre a maior amplitude
possível.

Figura 1: Ondas estacionárias em cordas com o mesmo comprimento, mas períodos e


frequências diferentes. Fonte: (CAMPOS, s.d.)
Qualquer onda, pode ser decomposta como uma superposição de ondas
senoidais de várias frequências e amplitudes. Cada uma dessas, em um determinado
instante de tempo, possui uma variação espacial que pode ser expressa pelo chamado
comprimento de onda, que é função do número de oscilações por segundo que essa
onda realiza (frequência) e da sua velocidade de propagação.
Dessa forma, se uma onda se propaga continuamente no tempo, sua formulação
deve envolver uma fase (ϕ) que, em módulo, cresce linearmente com o tempo, mas
com sinal negativo (UNB Instituto de Física, 2023). Esta fase pode ser descrita como
sendo: ϕ = − 𝑤𝑡, onde 𝑤 se refere à frequência angular e é definida por:
𝑤 = 2π/𝑇, em que 𝑇 se refere ao período da oscilação.
A partir destas definições as ondas podem ser descritas pela seguinte função
expressa em (1), no caso de propagação no sentido crescente do eixo das coordenadas:

𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝐴 𝑠𝑖𝑛(𝑘𝑥 − 𝑤𝑡) (1)

Já no caso de propagação no sentido decrescente do eixo, têm-se:

𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝐴 𝑠𝑖𝑛(𝑘𝑥 + 𝑤𝑡) (2)

Onde A se refere à amplitude da onda, ou seja, magnitude da oscilação; 𝑘 é


uma constante positiva e se refere ao número de onda e 𝑤, como já mencionado, é
chamado de frequência angular e também é uma constante positiva.
Além disso, a constante k se relaciona com o comprimento de onda (λ) e pode
ser descrita conforme a seguinte expressão:


𝑘 = (3)
λ

E a frequência angular se relaciona com a frequência da onda, e


consequentemente com o período da onda. Sendo assim, a frequência angular pode ser
expressa por:


𝑤 = 2π𝑓 = (4)
𝑇

Ainda, a velocidade de propagação da onda pode ser calculada seguindo a


primeira Lei de Newton que define 𝑣 = ∆𝑥/∆𝑡, já que para a onda se deslocar de um
comprimento de onda é necessário aguardar um período de oscilação. Logo,
λ 2π/𝑘 𝑤
𝑣= = λ𝑓 = = (5)
𝑇 2π/𝑤 𝑘

A partir das expressões definidas acima, podemos expressar a equação de onda


em função de 𝑥 e 𝑡 como sendo:

𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝐴 𝑠𝑖𝑛 ( 2π
λ
(𝑥 − 𝑣𝑡) ) (6)

Além disso, conforme mencionado, podemos identificar um padrão no


comprimento de ondas estacionárias. O valor de uma oscilação em um determinado
tempo e espaço é o somatório de todas as ondas formando assim uma onda resultante
seguindo o princípio da superposição. As duas ondas em questão seriam: a onda
produzida na extremidade de uma corda e a onda que é refletida pela tensão a fim de
colocar o sistema novamente em equilíbrio. Quanto maior a tensão, maior a
velocidade de propagação da onda. As duas ondas se propagam em sentidos
contrários, com a mesma amplitude. Portanto, o encontro das duas ondas nos resultará
na expressão indicada por (7):

𝑦(𝑥, 𝑡) = 2𝐴 𝑠𝑖𝑛 ( ) 𝑐𝑜𝑠 (


2π𝑥
λ
2π𝑣𝑡
λ ) = 2𝐴 𝑠𝑖𝑛(𝑘𝑥)𝑐𝑜𝑠(𝑤𝑡) (7)

Ao observar a expressão indicada por (7) é possível verificar que o


comprimento de onda é o dobro da distância entre dois nós consecutivos.
Sabendo que 𝑛 se refere à ordem do harmônico, as ondas estacionárias
possuem o comprimento de onda definido pela expressão abaixo:

2𝐿
λ𝑛 = (8)
𝑛

Por fim, para calcular a velocidade de propagação é preciso entender que essa é
determinada pela capacidade da corda voltar a posição de equilíbrio. Essa capacidade
depende da tensão exercida na extremidade da corda e da massa distribuída na corda
que deve ser deslocada até o ponto de equilíbrio. Essa massa distribuída pode ser
atribuída como densidade linear (µ ou ρ). Relacionando, então, a densidade e a tensão
podemos dimensionar a velocidade por meio da expressão indicada por (9).

τ
𝑣= (9)
µ
A partir destas teorias, este relatório identificará as condições e características
referentes ao desenvolvimento de ondas estacionárias, apresentando a correlação entre
as variáveis densidade linear e velocidade, como também comprimento de onda e
frequência.

2. Objetivos

Este relatório tem o objetivo de identificar experimentalmente as condições e


características referentes ao desenvolvimento de ondas mecânicas em uma corda
elástica, a partir da verificação das relações entre tensão na corda, densidade linear e
velocidade, e comprimento de onda e frequência. Além disso, será também abordado a
representação gráfica das relações entre estas grandezas considerando a incerteza do
cálculo.

3. Materiais

Para o experimento foram utilizados os seguintes materiais:

● Excitador de ondas PASCO modelo (WA-9857);


● Gerador de ondas senoidais modelo (WA-9867);
● Balança de precisão;
● Corda elástica;
● Conjunto de 8 pesos com suportes;
● Dois suportes de fixação;
● Poste com roldana;
● Fita métrica.

Descritos os materiais utilizados, a Tabela 1 apresenta o erro instrumental de


cada material utilizado no experimento.

Tabela 1: Erro Instrumental dos equipamentos de medição


Materiais Erro Instrumental

Fita Métrica ± 0. 05 𝑐𝑚

Balança de precisão ± 0. 01 𝑔

Gerador de ondas senoidais ± 0. 1 𝐻𝑧

Os materiais estavam dispostos sobre uma bancada e organizados conforme


apresentado na Figura 2.
Figura 2: Materiais e equipamentos para realização do experimento. (Fonte própria)

4. Procedimentos experimentais

O experimento realizado em sala de aula foi executado em três etapas. O


objetivo da primeira etapa é calcular a velocidade de propagação da onda na corda por
meio da relação descrita na equação (9). Já o objetivo da segunda etapa, é de expor
que o produto do comprimento de onda pela frequência é constante. Por fim, a etapa
três possui o objetivo de exibir que para as ondas estacionárias, só os comprimentos
de onda dados pela expressão descrita em (8) são permitidos.
Sendo assim, os seguintes procedimentos foram necessários a fim de realizar as
análises para cada uma das etapas descritas acima:

● ETAPA 1

Primeiramente foi realizada a medição do comprimento de corda não esticada,


utilizando a trena disponibilizada na sala de aula. Em seguida, foi realizada a pesagem
dessa corda na balança de precisão. Estes dados serão utilizados para calcular a
densidade da corda não distendida e estimar a incerteza na determinação dessa
densidade.
Em seguida, foi pendurado na corda, a fim de exercer uma tensão, um peso de
cerca de 300g, com isso a corda distendeu. A partir disso, será analisado o quanto a
corda se distendeu, além de calcular a densidade da corda distendida e descrever uma
função do valor da densidade em função da distensão.
Feito isso, será utilizado a expressão descrita em (9) para calcular a velocidade
de propagação da corda. Por fim, será obtido uma estimativa para a incerteza no valor
obtido para a velocidade de propagação.
As análises e cálculos serão realizados no tópico 5 deste relatório.

● ETAPA 2

Para realizar a segunda etapa, foi mantido o peso de cerca de 300g pendurado
na corda para estabelecer uma tensão. Com isso, ajustou-se o oscilador para a
frequência 𝑓 = 0 𝐻𝑧 e foi aumentando lentamente até encontrar a frequência
fundamental (𝑛 = 1), onde se tem uma maior amplitude, mas com a ponta do
oscilador onde a corda está presa, praticamente parada. Ao encontrar a frequência
fundamental (𝑛 = 1) anotou-se o valor da frequência e o comprimento de onda
correspondente. Este procedimento se repetiu até encontrar os valores das frequências
e comprimentos de onda para 𝑛 = 2 até 𝑛 = 8. A tabela com estes dados estará
presente no tópico 5 deste relatório, além disso, neste tópico será realizado um gráfico
de 𝑓 em função de 1/λ a fim de realizar análises, como também obter a constante de
proporcionalidade e incerteza. Por fim, será realizada uma comparação entre o
coeficiente angular da reta com a velocidade calculada na etapa 1.

● ETAPA 3

Os procedimentos da terceira e última etapa são necessários para analisar que


para as ondas estacionárias, só os comprimentos de onda dados por λ𝑛 = 2𝐿/𝑛 são
comprimentos permitidos, sendo 𝐿 o comprimento da corda e 𝑛 a ordem do
harmônico. Para isso, foi utilizado os dados dos procedimentos descritos na etapa 2 a
fim de realizar um gráfico de λ vs 1/𝑛 para então verificar que o coeficiente angular
da reta é igual a 2L dentro das respectivas incertezas experimentais.

5. Análises e Resultados

● ETAPA 1

1.a) Conforme mencionado no tópico 4, foi realizada a medição do comprimento de


corda não esticada, como também a pesagem dessa corda. Com isso, os primeiros
dados obtidos estão descritos abaixo:
𝐿𝐶𝑜𝑟𝑑𝑎 𝑒𝑙á𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎 = (146. 2 ± 0. 05) 𝑐𝑚 = (1. 462 ± 0. 0005) 𝑚

𝑚𝐶𝑜𝑟𝑑𝑎 𝑒𝑙á𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎 = (5. 99 ± 0. 01) 𝑔 = (0. 00599 ± 0. 00001) 𝑘𝑔

Sabe-se que a velocidade com que uma onda periódica se propaga depende da
densidade linear (ρ) da corda e da intensidade da força tensora (τ) que ela está sujeita.
Com isso, quanto maior a massa a ser movida, menor será a velocidade. Assim como,
quanto maior a tensão exercida na corda, maior será a velocidade de propagação. É
necessário, portanto, a partir dos dados acima, calcular a densidade linear da corda não
distendida juntamente com a incerteza associada a ela.
De acordo com a teoria da propagação de erros, supondo 𝐴 = 𝐴 ± ∆𝐴 e
𝐵 = 𝐵 ± ∆𝐵. Para obter o erro associado à divisão de duas grandezas na forma
𝐶 = 𝐴/𝐵, é preciso utilizar a seguinte regra:

2
∆𝐶 = (∆𝐴/∆𝐵) + ∆𝐵(𝐴/𝐵 )

Sendo assim, o cálculo da densidade linear se dá por:

𝑚 0.00599 𝑘𝑔 −3
ρ= = = 0. 00409713 𝑘𝑔/𝑚 = 4. 097 * 10 𝑘𝑔/𝑚
𝐿 1.462 𝑚

E o cálculo do erro se dá por:

2
∆𝐶 = (0, 00001/0. 0005) + 0. 0005(0. 00599/1. 462 ) = 0. 02 𝑘𝑔/𝑚

Com isso, a densidade linear da corda é:

−3
[
ρ = (4. 097 * 10 ) ± 0. 02 𝑘𝑔/𝑚 ]
1.b) Após os procedimentos acima, foi pendurado na corda, a fim de exercer uma
tensão, um peso de (311, 07 ± 0. 01)𝑔, sendo que este peso se refere a todo o
conjunto (suporte + pesos). Esta medição foi realizada na balança de precisão. A partir
desse peso, uma tensão na corda foi exercida, e com isso pôde observar que ela
distendeu, ou seja, esticou.
Para encontrar o quanto a corda distendeu, foi necessário medir a distância
entre a ponta do oscilador e o ponto médio da polia utilizando a trena, que
corresponde ao comprimento da corda distendida. O seguinte valor foi encontrado:
𝐿𝑑𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎 = (128. 3 ± 0. 05) 𝑐𝑚 = (1. 283 ± 0. 0005) 𝑚

A partir disso, basta subtrair o comprimento inicial da corda antes de ser


submetida a distensão pelo comprimento da corda distendida para encontrar o valor do
quanto a corda distendeu:

𝐿𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜 = (1. 462 ± 0. 0005) − (1. 283 ± 0. 0005)

E de acordo com a teoria da propagação de erros, supondo 𝐴 = 𝐴 ± ∆𝐴 e


𝐵 = 𝐵 ± ∆𝐵. Para obter o erro associado à subtração de duas grandezas na forma
𝐶 = 𝐴 − 𝐵, é preciso utilizar a seguinte regra:

𝐶 = 𝐴 − 𝐵 e ∆𝐶 = ∆𝐴 + ∆𝐵

Dessa maneira, o valor do quanto a corda distendeu é:

−1
𝐿𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜 = ((1. 79 * 10 ) ± 0. 001) 𝑚

Para encontrar a densidade da corda distendida é necessário possuir o valor do


comprimento da corda distendida e o valor da massa da corda somente entre a polia e
o oscilador. Considerando que a massa da corda é distribuída linearmente, podemos
realizar uma regra de proporção para obter o valor da massa, conforme expresso
abaixo:

𝑚 𝑘𝑔

1. 462 0. 00599

1. 283 x

1. 462 * 𝑥 = 1. 283 * 0. 00599


−3
7.68517 * 10
𝑥=
1.462
−3
𝑥 = 5. 2566 * 10 𝑘𝑔

Assim, podemos calcular a densidade da corda distendida, conforme expresso


abaixo:
−3
𝑚 5.2566 * 10 𝑘𝑔 −3
ρ𝑑𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎 = = = 4. 097 * 10 𝑘𝑔/𝑚
𝐿 1.283 𝑚

Dessa maneira, é possível expressar uma função que descreva o valor da


densidade em função da distensão (∆𝐿), para a corda elástica em questão:

𝑚 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 * 𝐿𝑑𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎
ρ(∆𝐿) =
𝐿𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 * (𝐿𝑑𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎 + ∆𝐿)

1.c) Conforme mencionado anteriormente sabe-se que a velocidade de propagação é


determinada pela capacidade da corda voltar a posição de equilíbrio. Essa capacidade
depende da tensão exercida na extremidade da corda e da massa distribuída na corda
que será deslocada até o ponto de equilíbrio. Assim, a velocidade de propagação deve
ser calculada seguindo a fórmula expressa em (9).
A partir disso, é preciso calcular a tensão τ. Para isso, será considerado que a
tensão na corda é dada por: 𝑚𝑔, onde 𝑚 se refere a massa utilizada para estabelecer a
2
tensão e 𝑔 a gravidade (𝑔 = 9. 8 𝑚/𝑠 ).
Sendo 𝑚 = (311, 07 ± 0. 01) 𝑔 = (0. 31107 ± 0. 00001) 𝑘𝑔, temos:

2
τ = (0. 31107 ± 0. 00001) * 9. 8 = (3. 05 ± 0. 00001) 𝑘𝑔. 𝑚/𝑠

Utilizando a densidade linear da corda distendida calculada no item 1.b,


podemos calcular a velocidade de propagação da corda:

τ 3.05
𝑣= = −3 = 27. 3 𝑚/𝑠
ρ 4.097 *10

Sendo assim, a velocidade de propagação da corda é: 27. 3 𝑚/𝑠.

1.d) Ao realizar a comparação entre resultados experimentais, o grau de incerteza


sobre a igualdade entre os valores dependerá do grau de superposição entre os
intervalos de valores prováveis. Assim, é necessário realizar a comparação das
melhores estimativas, como também a comparação das incertezas a elas associadas.
Os erros estão associados às grandezas medidas e vão se acumulando com as
manipulações matemáticas realizadas. Neste caso, a propagação de erros será uma
forma de verificar a confiabilidade dos dados de uma certa amostra ou medida,
quando esta é submetida a diferentes operações.
Dessa forma, para determinar uma estimativa para a incerteza no valor obtido
para a velocidade de propagação, é preciso utilizar as regras de divisão e radiciação já
que é utilizado nas manipulações matemáticas do cálculo da velocidade.
Sendo assim de acordo com a teoria da propagação de erros, supondo
𝐴 = 𝐴 ± ∆𝐴 e 𝐵 = 𝐵 ± ∆𝐵. Para obter o erro associado à divisão de duas grandezas
na forma 𝐶 = 𝐴/𝐵 , é preciso utilizar a seguinte regra:

2
∆𝐶 = (∆𝐴/∆𝐵) + ∆𝐵(𝐴/𝐵 )

𝑛 𝑚 𝑚/𝑛
Já para a radiciação, podemos considerar que 𝑥 = 𝑥 . Neste caso, por se
tratar de uma potenciação por um número exato, o erro absoluto continua o mesmo
que o calculado anteriormente para a divisão (∆𝐶), ou seja, a operação matemática
ocorre apenas para o valor da melhor estimativa da grandeza e a estimativa da
incerteza na determinação não é alterada.

● ETAPA 2

2.a) Conforme mencionado no tópico anterior, foi mantido o peso de


(311, 07 ± 0. 01) 𝑔 pendurado na corda, exercendo uma tensão.

2.b) Após ajustes na frequência do oscilador a fim de encontrar a frequência


fundamental, considerando que a ponta do oscilador estivesse o mais parado possível,
foi possível encontrar o valor da frequência, neste caso, sendo de: 13. 4 𝐻𝑧 para
𝑛 = 1.
É importante compreender que é obtido na frequência fundamental, o
comprimento de onda mais longo nas ondas estacionárias em uma corda, que
corresponde ao dobro do comprimento da corda (PAVAN, s.d.). Dessa maneira,
podemos calcular o comprimento de onda conforme a expressão definida em (8).
Sendo que 𝐿 corresponde ao comprimento da corda que está entre o oscilador e a polia
e 𝑛 se refere à ordem do harmônico. Assim, o comprimento de onda obtido quando
𝑛 = 1 é:

2𝐿 2 * (1.283±0.0005) 𝑚
λ𝑛 = = = (2. 57 ± 0. 0005) 𝑚
𝑛 1

2.c) Neste item foi realizado o mesmo procedimento informado para o item acima, a
fim de encontrar a frequência para 𝑛 = 2, 3, 4, 5, 6, 7 𝑒 8. E para definir o
comprimento de onda para cada um destes harmônicos utilizou-se a fórmula expressa
em (8), da mesma maneira que utilizada no item anterior.
Sendo assim, a Tabela 2 abaixo explicita os resultados obtidos para cada um
dos harmônicos até 𝑛 = 8.

Tabela 2: Medidas de frequência e comprimento da onda obtidas em cada harmônico


n f (frequência em Hz) λ (comprimento de onda em metros)

1 13.4 2.57

2 26.6 1.28

3 39.9 0.86

4 52.7 0.64

5 64.5 0.51

6 79.5 0.43

7 92.5 0.37

8 105.6 0.32

2.d) Para facilitar na realização do gráfico de 𝑓 em função de 1/λ, a Tabela 3 abaixo


consta os valores de 1/λ para cada um dos harmônicos verificados no experimento:

Tabela 3: Medidas de frequência, comprimento da onda e 1/λ obtidas em cada


harmônico
n f (Hz) λ (metros) 1/λ (1/metros)

1 13.4 2.57 0.39

2 26.6 1.28 0.78

3 39.9 0.86 1.16

4 52.7 0.64 1.56

5 64.5 0.51 1.96

6 79.5 0.43 2.33

7 92.5 0.37 2.70

8 105.6 0.32 3.13

A partir destes dados, o gráfico 𝑓 𝑥 1/λ pode ser observado na Figura 3 abaixo:
Figura 3: Gráfico da frequência 𝑓(𝐻𝑧) versus 1/λ (1/𝑚)

Para obter a constante de proporcionalidade (𝑘), basta realizar a divisão entre


um par ordenado escolhido, considerando que:

𝑦=𝑘*𝑥
𝑦
𝑘=
𝑥

Essa constante é chamada, então, de constante de proporcionalidade de y em


relação a x, isto quer dizer que geometricamente o gráfico cartesiano de y em função
de x é uma linha reta. Então, ao escolhermos o par ordenado (x;y) = (0.78 ; 26.6),
teremos a constante de proporcionalidade:

26.6
𝑘= = 34. 10
0.78

2.e) O coeficiente angular é o valor relacionado ao ângulo formado entre a reta e a


horizontal, ou seja é ele que determina qual é a inclinação da reta. A partir da Figura 5
e a fórmula expressa abaixo dessa Figura é possível observar como deve-se calcular
este coeficiente.

Figura 4: Cálculo do coeficiente angular a partir dos pontos A e B.


Fonte: (RIZZO, s.d.)

∆𝑦 𝑦2 − 𝑦1
Coeficiente angular: 𝑚 = =
∆𝑥 𝑥2 − 𝑥1

Dessa forma, para calcular o valor do coeficiente angular, escolhemos os


seguintes pares ordenados: (1.56 ; 52.7) e (1.96 ; 64.5):

64.5 − 52.7
𝑚= = 29. 5
1.96−1.56

Assim, o valor do coeficiente angular é de 29.5. Com isso, é possível verificar


que o coeficiente angular e a velocidade de propagação (𝑣 = 27. 3 𝑚/𝑠) possuem
resultados próximos, isso devido a incerteza e erros de medida do experimento, que
levam a essa diferença.
● ETAPA 3

Para facilitar na realização do gráfico de λ em função de 1/𝑛, a Tabela 4 abaixo


consta os valores de λ e 1/𝑛 para cada um dos harmônicos verificados no
experimento:

Tabela 3: Medidas de λ e 1/𝑛 para cada harmônico


n 1/n λ (metros)

1 1.00 2.57

2 0.50 1.28

3 0.33 0.86

4 0.25 0.64

5 0.20 0.51

6 0.17 0.43

7 0.14 0.37

8 0.13 0.32

A partir destes dados, o gráfico λ 𝑥 1/𝑛 pode ser observado na Figura 4 abaixo:
Figura 5: Gráfico do comprimento de onda λ(𝑚) versus 1/𝑛

A partir do gráfico observado na Figura 4 acima é possível verificar se o


coeficiente angular da reta é igual a 2𝐿 dentro das respectivas incertezas
experimentais.
Dessa maneira, deve-se utilizar a fórmula expressa no item (2.e) para calcular o
valor do coeficiente angular. Assim, escolhemos os seguintes pares ordenados: (2.57 ;
1.00) e (1.28 ; 0.5):

1.28 − 2.57
𝑚= = 2. 58
0.5 − 1
Sabendo que 2𝐿 = 2. 57 𝑚, verificamos, portanto, que o coeficiente angular
da reta é igual a 2𝐿 dentro das respectivas incertezas experimentais.

6. Conclusão

Com base nos experimentos realizados e nas análises apresentadas neste


relatório, podemos concluir que as propriedades das ondas mecânicas transversais em
uma corda vibrante foram investigadas com sucesso, fornecendo resultados coerentes
com as teorias estabelecidas. A determinação da velocidade de propagação das ondas
na corda, que se mostrou próxima ao valor teórico esperado, evidencia a validade das
equações e conceitos estudados na área da ondulatória. Além disso, a confirmação
experimental da relação inversa entre o comprimento de onda e a ordem do harmônico
reforça a compreensão de que apenas certos comprimentos de onda são permitidos
para as ondas estacionárias, ressaltando a importância desse fenômeno na física.
Entretanto, é importante ressaltar que, como em qualquer experimento
científico, existem limitações e margens para aprimoramento. A redução das
incertezas nas medições, juntamente com a exploração de métodos mais precisos para
a determinação de parâmetros, poderia aprimorar ainda mais a precisão das conclusões
obtidas. Este estudo não apenas solidifica os princípios fundamentais da ondulatória,
mas também serve como uma base sólida para futuras investigações, fornecendo
insights valiosos sobre como diferentes fatores, como tensão, densidade e frequência,
afetam o comportamento das ondas em sistemas mecânicos, com implicações em
diversas áreas da física e da engenharia.

7. Referências Bibliográficas

CAMPOS, Gustado. Ondas estacionárias, (s.d.). Online. Disponível em:


<https://www.preparaenem.com/fisica/ondas-estacionarias.htm> Acesso em:
19/09/2023

Halliday, Walker e Resnick, Fundamentos de Física - 2, Editora LTC.

PAVAN, Theo. Ondas estacionárias, (s.d.). Online. Disponível em:


<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3428584/mod_resource/content/0/Aula%20
-%20Resson%C3%A2nciaOndasEstacionarias.pdf#:~:text=Frequ%C3%AAncia%20F
undamental%3A&text=A%20onda%20mais%20longa%20que,que%20o%20comprim
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A9%20chamado%20de%20frequ%C3%AAncia%20fundamental> Acesso em:
20/09/2023
RIZZO, Maria. Cálculo do coeficiente angular, (s.d.). Online. Disponível em:
<https://brasilescola.uol.com.br/matematica/calculo-coeficiente-angular-uma-reta.htm
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pela%20equa%C3%A7%C3%A3o%20reduzida.> Acesso em: 21/09/2023

UNB, Instituto de Física. Movimento Ondulatório: Onda na Corda, 2023. Material


interno referente ao roteiro do experimento 2 da disciplina de Física 2 Experimental.

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