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ONDAS ESTACIONÁRIAS

Stationary waves

Maria Luiza Paulino Pereira Aguiar , Melquisedeque Costa Pessoa Silva , Thales
Mamede Galvão de Oliveira

Universidade Estadual da Paraíba, Departamento de Ciências Tecnologia e Saúde,


Araruna, PB, Brasil.

Neste artigo iremos abordar, através de um experimento, a relação entre a força


de tração e o comprimento de onda em uma onda estacionária, reconhecendo o
fenômeno de refração na mesma, realizado nas aulas da disciplina de Física
Experimental II da Universidade Estadual da Paraíba – Campus VIII.

Palavras-chave: Ondas. Refração.

In this article we will approach, through an experiment, the relationship between


tensile force and wavelength in a stationary wave, recognizing the refraction
phenomenon in it, carried out in the classes of Experimental Physics II of the State
University of Paraíba - Campus VIII.

Keywords: Waves. Refraction.


1. INTRODUÇÃO  

O experimento consiste em obter


condições de produzir ondas periódicas
na extremidade de uma corda tensa, que
apresenta a outra extremidade fixa. As
ondas produzidas superpõem-se às
ondas refletidas na extremidade fixa,
obtendo-se uma figura de interferência  
denominada onda estacionária.
Como pode ser observado, se o
2.1.REFERENCIAL TEÓRICO deslocamento for perpendicular à
direção em que a onda está viajando, a
2.1.1.Pulso de ondas
onda é chamada de onda transversa.
Um pulso de onda é uma perturbação
Se o deslocamento for paralelo à
que pode se propagar através do espaço.
direção do movimento da onda, ela é
Suponha que no tempo t = 0 o pulso
chamada de onda longitudinal ou de
seja descrito por uma função no espaço
compressão.
na forma,

Para ondas mecânicas, o meio não é


transportado na propagação da onda. Os
átomos individuais e as moléculas
Se o pulso se propaga para a direita,
oscilam em torno das suas posições de
sem se deformar, com velocidade
equilíbrio, mas a posição média das
constante v, então após um tempo t a
partículas não se altera.
função que descreve o pulso será dada
por
À medida que elas interagem com os
vizinhos, elas transferem a eles parte da
sua energia. Por sua vez, os átomos
Assim, para sabermos se um pulso vizinhos transferem energia aos
unidimensional se propaga como uma próximos vizinhos, em sequência. Desta
onda, basta determinarmos se a forma maneira, a energia é transportada
desse pulso depende no espaço e no através do meio, sem haver transporte
tempo. de qualquer matéria.
2.1.2.Ondas Harmônicas Duas ou mais ondas viajam no mesmo
meio independentemente e podem
Ondas periódicas são caracterizadas por
passar uma pela outra, causando uma
uma frequência, um comprimento de
interferência. Este é o chamado
onda, e pela sua velocidade. A
"princípio da superposição" [4]
frequência da onda mecânica, f, é a
frequência de oscilação dos átomos ou
moléculas individuais. O período, T =
1/f, é o tempo que leva para um átomo Em regiões que as ondas podem se
ou molécula particular passar por um sobrepor, aparece somente uma única
ciclo completo de movimento. O perturbação, originada da interferência
comprimento de onda é a distância entre dessas ondas. Se duas ondas com
dois átomos, que oscilam em fase, ao amplitudes iguais se somam em fase,
longo da direção de propagação. isto é, se os máximos ou os mínimos se
encontram, então observamos uma onda
Uma forma comum para as ondas
com amplitude igual à soma das
periódicas é uma função seno ou
amplitudes das ondas originais.
cosseno, também conhecidas como
Teremos, então, uma interferência
ondas harmônicas
construtiva

onde A é a amplitude da onda, ou seja, o


valor máximo que a "perturbação" pode
ter; k corresponde ao vetor de onda, de
magnitude igual a 2πvλ e v a velocidade
de propagação da onda. Esta
"perturbação" pode ser, por exemplo, o
deslocamento vertical de uma onda se
propagando em uma corda, ou seja, dos
átomos e moléculas que compõe a corda
a partir da posição de equilíbrio.  

2.1.3.Interferência Se as duas ondas superpostas estiverem,


no entanto, totalmente fora de fase, isto
é, se os máximos se encontram com os Enquanto que se a fase ϕ = π, a
mínimos, as duas ondas tendem a se interferência é destrutiva.
cancelar. Teremos, então, uma
Caso as amplitudes sejam diferentes a
interferência destrutiva.
interferência é parcial.
 
 

 
 
 
Para ondas harmônicas de mesma
amplitude, o princípio da superposição
fica, matematicamente, na forma

 
Usando a relação (7) na Eq. (6)

temos que

2.1.4.Ondas estacionárias e
Logo, se a fase ϕ = 0, a interferência é harmônicas
construtiva.
Se sobrepusermos ondas de mesma os comprimentos de ondas possíveis são
amplitude e comprimento de onda, mas obtidos da relação 11, substituindo x por
com velocidades opostas, obtemos l
ondas estacionárias. Isto pode ser visto
usando as equações de onda, que neste
caso ficam na forma
onde n = 1, 2, 3, ... Estes são conhecidos
como os comprimentos de ondas dos
harmônicos da corda.

Vemos que esta relação não descreve As vibrações da corda são transmitidas

uma onda que se propaga. Em cada para as moléculas de ar e, devido à

ponto x, há uma vibração determinada propagação da perturbação, chegam aos

pela frequência angular. nossos ouvidos na forma de som. A


frequência desses sons pode ser obtida
Os pontos em que sen(kx) se anulam são da relação acima, resultando em
chamados de nós. Estes pontos são
obtidos quando kx = nπ, onde n = 0, 1,
2... Logo, obtemos que eles acontecem
para  

2.1.5.Velocidade da onda em função


das propriedades do meio
Enquanto que os anti-nós acontecem
A velocidade da onda em um meio
nas regiões intermediárias aos nós (nos
depende das suas propriedades. Vamos
máximos dos sen(kx), ou seja, para
dar um exemplo. Suponha que
tenhamos uma corda de massa por
unidade de comprimento µ, que esteja
esticada por uma força de tensão τ. Se
Para cordas presas em dois pontos fixos,
uma onda se propaga na corda, um
podem ser induzidas ondas
pequeno elemento da corda,
estacionárias, onde os pontos fixos são
representando a propagação da onda.
necessariamente nós. Logo, temos que,
se a corda possui comprimento l, então  
onde usamos o fato do ângulo θ ser
muito menor que a unidade, logo,
sen(θ/2) ~ θ/2. Como θ~Δl/r, temos
que F ~ (τΔl)/r. Igualando estes dois
resultados, temos que

Este elemento, de comprimento Δl, na


ou seja
parte mais elevada da onda, está sujeito
à tensão da corda nos dois sentidos de
propagação da onda. Podemos desenhar
um círculo de raio r, em que r é a
amplitude da onda. Este elemento da A Eq. (18) mostra que a velocidade de
corda, considerado bem pequeno, está uma onda na corda depende da força de
num dos lados de um triângulo cujo tração e da densidade linear. Quanto
ângulo oposto é dado por θ. menor a densidade linear da corda,
Instantaneamente, é como se este maior será a velocidade de propagação
elemento de corda estivesse se da onda. Este resultado é válido para
movimentando em uma trajetória qualquer comprimento de onda, ou
circular de raio r, com velocidade v; a frequência da onda, para um fio
velocidade da corda. Logo, é como ele inextensível (mantém suas propriedades
estivesse sujeito à uma força centrípeta para toda sua extensão).
dada por

3.METODOLOGIA

A metodologia utilizada foram


Esta força resulta da componente das
experimentos realizados em laboratório
tensões no sentido para o centro do
de física experimental, que dispõem de
círculo. Logo
instrumentos necessários para a
execução dos mesmos, de forma clara e
completa.
Os materiais necessários para a disso, fixou-se no aparelho o barbante
realização do experimento foram: com densidades lineares diferentes,
sendo μ1/μ2 = ¼. Posteriormente, ligou-
• Dinamômetro tubular;
se o equipamento em frequência média,
• Haste ajustável; ajustando o dinamômetro

• Cordas; movimentando-o para cima ou para


baixo até encontrar uma onda
• Gerador de ondas;
estacionária.
• Trena.

3.1. Parte A - Relação entre a força de


tração e comprimento de onda.

Primeiramente, fixou-se no
equipamento um barbante com dois
fios, como foi instruído pelo monitor da
área especifica. Posteriormente, aplicou-
se no dinamômetro uma força de tração
equivalente a 0,30 N. Aplicando-se essa
força, ligou-se o equipamento deixando-
o vibrar em uma frequência máxima, e 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
manteve essa frequência constante. Por
fim, ajustou-se o dinamômetro
movimentando-o para cima ou para De acordo com os dados obtidos

baixo até encontrar o primeiro modo de na realização do experimento – Parte A,

vibração. Repetiu-se o mesmo pode-se manipula-los para extrair

procedimento para os outros 3 modos de resultados físicos e verificar certos

vibração. aspectos do fenômeno físico das ondas.

3.2. Parte B – Refração de ondas

Utilizou-se o mesmo procedimento de


montagem para o experimento. Sabendo
Harmônic Antinodo
o Nodos s F (N) λ (m)
1° 2 1 1,24 0,96
2° 3 2 0,37 0,48
3° 4 3 0,16 0,32
4° 5 4 0,09 0,24
Tabela 1: Dados obtidos no
experimento.

Utilizando-se dos dados acerca da Força F×λ


1.2
F (N) e do comprimento de onda ao
1
2 2
quadrado λ ( m ), pode-se tirar a razão 0.8
0.6
entre as duas e verificar o padrão
0.4
obtido. 0.2
0
Harmônic 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4

o F (N) λ 2( m2 ) F / λ2
Gráfico 1: Força pelo comprimento de
1° 1,24 0,9216 1,3455
2° 0,37 0,2304 1,6059 onda.
3° 0,16 0,1024 1,5625
4° 0,09 0,0576 1,5625
F × λ2
Tabela 2: Razão entre Força e 1
0.9
comprimento de onda ao quadrado. 0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
Observa-se uma certa linearidade entre 0.2
0.1
0
os resultados, principalmente no 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4

terceiro e quarto harmônico, onde,


Gráfico 2: Força pelo comprimento de
aparentemente, os resultados foram
onda ao quadrado.
mais precisos.

Ainda acerca das manipulações,


ainda é possível plotar gráficos entre Observando os gráficos acima, pode-se
Força F (N) e comprimento de onda afirmar que a Força de tração é

λ (m) e entre Força F (N) e inversamente proporcional ao

comprimento de onda ao quadrado comprimento de onda ao quadrado,


tendo em vista que os gráficos se
λ 2( m2 ).
mantém em uma semi-linearidade
mesmo com os valores para o comprimento de onda (m2), notou-se
comprimento de onda ao quadrado também que quanto menor for a
ligeiramente menores ao do densidade linear da corda utilizada
comprimento de onda natural. maior e sua velocidade de propagação
de onda, outrossim, podemos afirmar
Durante a realização do
que a frequência não é alterada na
experimento – Parte B, quando colocada
refração, porém, a velocidade e o
uma corda com densidades lineares
comprimento da onda podem sim serem
diferentes, isto é
alteradas.
μ1 1
=
μ2 4

Foram obtidos os seguintes


comprimentos de onda: 6. REFERÊNCIAS

λ 1(m)=0,23 http://www.scielo.br/scielo.php?

λ 2(m)=0,46 script=sci_arttext&pid=S1806-
11172013000300021
Acerca do fenômeno físico de
refração em ondas, é possível afirmar
que a frequência de oscilação das cordas
é igual em ambas as cordas, uma vez
que as ondas foram originadas na corda
fina e o movimento de refração tende a
ser transmitido para a corda grossa,
porém, quanto a velocidade de
propagação, observa-se que é menor na
corda grossa, uma vez que parte do
movimento é refletido para a corda fina.

5. CONCLUSÃO

Ao final do experimento é possível


notar que a força de tração (N) é
diretamente ao quadrado do

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