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7 Interferência de ondas 16
7.1 Superposição de ondas que se propagam no
mesmo sentido . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
7.1.1 Ondas de mesma frequência e amplitude 17
7.1.2 Ondas de mesma frequência mas am-
plitudes diferentes . . . . . . . . . . . 18
7.1.3 Fasores . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
7.1.4 Exercício 2 . . . . . . . . . . . . . . 20
7.1.5 Ondas de frequências próximas (bati-
mentos) . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
7.2 Ondas em sentidos opostos (estacionárias) . . 22
8 Ondas Sonoras 23
8.1 Variações de pressão em ondas sonoras . . . . 24
8.2 Velocidade escalar de ondas sonoras . . . . . 27
8.2.1 Exercício 3 . . . . . . . . . . . . . . 28
8.3 Intensidade das ondas sonoras e nível sonoro 28
8.4 Fontes de sons musicais - sistemas com con-
dições limite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
• As ondas podem ser de 3 tipos: Todas as ondas mecânicas necessitam de: (1) al-
guma fonte de distúrbio, (2) um meio contendo
1. Ondas mecânicas. Essas ondas são as mais
elementos que podem ser perturbados e (3) algum
conhecidas, já que estão presentes em toda a
mecanismo físico pelo qual os elementos perturba-
parte; são, por exemplo, as ondas do mar e as
dos podem influenciar uns aos outros.
ondas sonoras. Todas possuem duas caracte-
rísticas: são governadas pelas leis de Newton
e existem apenas em meios materiais, como
a água e o ar.
2. Ondas eletromagnéticas. As ondas ele-
tromagnéticas não precisam de meio material
para existir; entre elas estão a luz visível, os
raios X, ondas de rádio. Todas as ondas ele-
tromagnéticas se propagam no vácuo com a Fig. 1 - Uma onda longitudinal progressiva (caminhante)
propaga-se na queda dos dominós. Observe que não há trans-
porte direto de matéria, mas somente uma propagação do ponto
mesma velocidade: 300 milhões de metros/s. de contato entre o último dominó que caiu e o dominó atingido
1
por este. A grandeza que se propaga é um impulso.
Este texto foi preparado para as aulas online durante a pan-
demia. Ele contém fragmentos de texto e figuras dos vários livros
adotados como bibliografia desta disciplina. É possível que exis- • Ondas transversais: Uma onda em uma corda
tam muitos erros de digitação. Por favor, encontrando erros me
esticada é a mais simples das ondas mecânicas.
avise para que eu possa fazer as correções. As observações devem
ser enviadas para o e-mail euzicfs@if.usp.br. Quando damos uma sacudidela numa ponta de
y(x, t) = f (x − vt)
Fig. 5 - (a) Pulso em t = 0: os referenciais (x, y) e (x0 , y 0 )
coincidem. (b) Pulso em t > 0: o referencial (x0 , y 0 ), que se
move junto com o pulso, encontra-se, agora, na posição vt. • A função y, às vezes chamada de função ondu-
• Em um instante posterior esse pulso encontra-se lar, depende das duas variáveis x e t. Ela repre-
na distância vt da origem O, na direção positiva senta a coordenada y - posição transversal - de um
do eixo x [veja a Fig. 5(b)]. elemento da corda na coordenada x em qualquer
2
Na verdade, o pulso muda de forma e se espalha gradual- instante t. Ainda, se t é fixo (como em um caso
mente durante o movimento. Esse efeito, chamado dispersão, é
de tirar uma fotografia do pulso), a função ondu-
comum a várias ondas mecânicas, assim como as eletromagnéti-
cas. Aqui não consideraremos a dispersão. lar y(x) descreve a forma geométrica de um
ω
vφ = v = = λf
k
2π 2π
k= = = 15, 7 rad/m
λ 40, 0 cm
1 1
T = = = 0, 125 s
f 8, 0 s−1
ω = 2πf = 2π(8, 0 s−1 ) = 50, 3 rad/s
π
15, 0 = 15, 0 sin φ0 ⇒ sin φ0 = 1 ⇒ φ0 =
2
y(x, t) = ym sin(kx − ωt + φ0 )
π
= 0, 15 sin(15, 7x − 50, 3t + )
2
= 0, 15 cos(15, 7x − 50, 3t)
3
Estamos supondo que um elemento na corda sempre oscila na
linha vertical. A tensão na corda variaria se um elemento pudesse A velocidade de propagação da onda é dada por
se mover para os lados. Tal movimento tornaria a análise muito
mais complicada. v = λf = 3, 2 m/s
∂2y
∂ ∂y ∂
df
sional.
ay = 2 = = −v
∂t ∂t ∂t ∂t dx0
• A forma da equação de onda unidimensional [eq.
0
d2 f
d df ∂x
= −v 0 0
= v 2 02 ⇒
dx dx ∂t dx (13)] é a consequência matemática direta da de-
pendência espacial e temporal (x ± vt) de qual-
∂2y d2 f quer função que pode representar uma onda que
= v2 (11)
∂t2 dx02 se propaga em uma dimensão.
Agora, derivando y(x, t) em relação à variável es-
pacial x, obtemos: • A função y(x, t), que representa o deslocamento
transversal de um elemento da corda vibrante,
∂y df ∂x0 df
= 0 = 0 pode de fato representar qualquer grandeza física
∂x dx ∂x dx
0 propagando-se em uma dimensão, como por exem-
∂2y
∂ ∂y d ∂y ∂x plo: - a compressão de um grupo de espiras ao
2
= = 0
∂x ∂x ∂x dx ∂x ∂x
longo de uma mola (onda longitudinal);
2
d f
= 02 ⇒ - as variações de densidade e de pressão em um
dx
fluido dentro de um tubo (onda sonoras longitudi-
∂2y d2 f nais)
= (12)
∂x2 dx02
- os campos elétrico e magnéticos em ondas eletro-
∂x0
pois ∂x = 1. magnéticas, etc.
∂y
Vamos chamar f (x) = . Assim, para ∆x → 0
∂x
podemos escrever:
Fig. 12 - Segmento de corda vibrante fora do equilíbrio.
Kλ = 41 µω 2 ym
2 λ
Uλ = 41 µω 2 ym
2 λ (24)
6 Reflexão e transmissão de on-
das transversais em uma dimensão
5.3 Energia total em um comprimento • Até aqui estudamos ondas progressivas (cami-
de onda nhantes) em cordas muito longas (infinitas), que
se propagam através de um meio uniforme, sem in-
• A energia total em um comprimento da onda é a teragir com nada no caminho. Agora, vamos con-
soma das energias cinética e potencial elástica: siderar como uma onda é afetada quando encontra
uma mudança no meio.
1
Eλ = Kλ + Uλ = µω 2 ym
2
λ
2 • Por exemplo, considere um pulso se movendo em
• Quando a onda movimenta-se ao longo da corda, uma corda que está rigidamente presa a um su-
esta quantidade de energia passa por um ponto porte em uma extremidade, como mostra a Fig.
da corda durante um período de oscilação. 14. Quando o pulso atinge o suporte, uma severa
Assim, a potência ou taxa de energia transferida, mudança ocorre no meio: a corda acaba. Como re-
associada com esta onda será sultado o pulso sofre uma reflexão, isto é, o pulso
se move para trás ao longo da corda na direção
1 2 2
Eλ µω ym λ 1 2 2 λ
oposta. Observe que o pulso refletido é invertido.
P = = 2 = µω ym
∆t T 2 T
λ
Usando a relação v = [veja eq. (5)] podemos
T
escrever:
1
P = µvω 2 ym
2
2
A potência média da onda unidimensional que aca-
bamos de calcular é também denominada inten-
sidade I da onda ou seja
1
I = P = µvω 2 ym
2
2
Fig. 14 - A reflexão de um pulso na extremidade fixa de uma
corda esticada. O pulso refletido é invertido, mas sua forma fica
• Esta relação mostra que a taxa de tranferência de inalterada.
Fig. 19 - Reflexão de um pulso em uma corda com uma Fig. 20 - A figura mostra uma sequência de instantâneos de dois
extremidade presa. Perfil da onda (a) antes e (b) depois da pulsos que se propagam em sentidos opostos na mesma corda
reflexão no ponto fixo O. esticada. Nos pontos em que os pulsos se superpõem, o pulso
resultante é a soma dos dois pulsos. Além disso, cada pulso passa
pelo outro como se ele não existisse. Ou seja, ondas superpostas
não se afetam mutuamente.
F ator oscilatório
Deslocamento z • Se φ = π (180◦ ), as ondas que interferem estão
}| {
z }| { 1 1
y 0 (x, t) = 2ym cos( φ) sin(kx − ωt + φ)
2 2 totalmente defasadas, como na Fig. 21(b). Neste
| {z }
F ator de amplitude caso, cos(φ/2) = cos(π/2) = 0 e a amplitude da
(29) onda resultante, dada pela expressão (30), é nula.
= A [cos(kx − ωt + δ1 ) cos(β)
Consideremos duas ondas propagando-se para a
− sin(kx − ωt + δ1 ) sin(β)] ⇒
direita com velocidade v = ω/k e amplitudes A1 e
A2 e constantes de fase δ1 e δ2 :
y 0 (x, t) = A [cos(kx − ωt + δ1 + β)] (33)
y1 (x, t) = A1 cos(kx − ωt + δ1 )
y2 (x, t) = A2 cos(kx − ωt + δ2 ) • Note que a amplitude A na eq. (33) é a ampli-
tude da onda resultante a qual possui frequência ω.
De acordo com o princípio de superposição, a onda
Sendo assim, podemos obter a intensidade dessa
resultante dada por y 0 (x, t) = y1 (x, t) + y2 (x, t).
onda usando que:
Em notação complexa escrevemos as ondas como:
1 1 1
i(kx−ωt+δ1 ) I = µvω 2 A2 = µvω 2 A21 + µvω 2 A22
y1 (x, t) = A1 Re[e ] 2 2 2
1 2
y2 (x, t) = A2 Re[ei(kx−ωt+δ2 ) ] + µvω 2A1 A2 cos(δ2 − δ1 )
2
e a resultante como: Como as ondas y1 e y2 possuem frequência ω, po-
demos escrever
y 0 (x, t) = y1 (x, t) + y2 (x, t)
h i
= Re A1 ei(kx−ωt+δ1 ) + A2 ei(kx−ωt+δ2 )
p
I = I1 + I2 + 2 I1 I2 cos(δ2 − δ1 )
= Re ei(kx−ωt+δ1 ) [A1 + A2 ei(δ2 −δ1 ) ] Esta relação mostra que a intensidade da onda
| {z }
≡Z=Aeiβ resultante pode ser diferente das intensidades as-
sociadas a cada onda. Devido ao último termo
O número complexo Z dado por
pode ocorrer até mesmo uma interferência destru-
Z = [A1 + A2 cos(δ2 − δ1 )] + iA2 sin(δ2 − δ1 ) tiva. Por exemplo, considerado o caso de duas
ondas com a mesma amplitude, I1 = I2 , a in-
pode ser escrito em sua forma polar como Z = tensidade da onda resultante é dada por I =
Aeiβ onde seu módulo A é dado por 2I1 [1 + cos(δ2 − δ1 )]. Se a diferença de fase é
q (δ2 − δ1 ) = π, a amplitude da resultante se anula.
A = [A1 + A2 cos(δ2 − δ1 )]2 + [A2 sin(δ2 − δ1 )]2 ⇒
yh = A1 cos δ1 + A2 cos δ2
yv = A1 sin δ1 + A2 sin δ2
yv A1 sin δ1 + A2 sin δ2
tan α = = (35)
yh A1 cos δ1 + A2 cos δ2
• Vamos assumir que as ondas tem amplitudes iguais e a velocidade da envoltória, denominada veloci-
a A. Para evitar complicações desnecessárias no dade de grupo
formalismo, consideraremos que a fase inicial de ∆ω
ambas as oscilações é nula. Assim, a equação das vg =
∆k
ondas serão:
que pode ser aproximada por:
y1 (x, t) = A cos(k1 x − ω1 t)
dω
y2 (x, t) = A cos(k2 x − ω2 t) vg ≈ .
dk
π 3π 5π
kx = , , , .....
2 2 2
Fig. 25 - Em (a) e (b), cinco instantâneos de duas ondas iguais • Portanto, as posições dos antinodos são dadas por:
se propagando em sentidos opostos. Em (c) a onda resultante.
Alguns pontos permanecem parados (nós) e outros sofrem gran-
des deslocamentos (antinodos). Nos intantes t = 0, t = T /2 λ 3λ 5λ nλ
e t = T a interferência é construtiva. Nos intantes t = T /4, x= , , , ... = , n = 1, 3, 5, ...
t = 3T /4 a interferência é destrutiva. 4 4 4 4
• Observe que
• Enquanto o pistão oscila para frente e para trás • A variação na pressão do gás ∆p medida a partir
de uma maneira senoidal, regiões de compressão e do valor de equilíbrio também é senoidal, com o
rarefação são continuamente criadas. A distância mesmo número de onda e frequência angular que
entre duas compressões sucessivas (ou duas rare- para o deslocamento na eq. (39). Portanto, pode-
fações sucessivas) é igual ao comprimento de onda mos escrever como:
λ da onda sonora. À medida que essas regiões se
deslocam ao longo do tubo, qualquer pequeno ele- ∆p(x, t) = ∆pm sin(kx − ωt) (40)
mento do meio se desloca em movimento harmô-
nico simples paralelo à direção da onda. onde a amplitude da pressão ∆pm é a máxima
pressão em relação ao valor de equilíbrio. A eq.
• Se s(x, t) é o deslocamento de um pequeno ele- (40) representa a onda de pressão.
mento de ar em relação à sua posição de equilí-
brio, podemos expressar esta função deslocamento
como:
s(x, t) = sm cos(kx − ωt) (39)
onde sm é o deslocamento máximo do elemento • Pode-se mostrar que a amplitude da pressão é pro-
de ar a partir da posição de equilíbrio, chamado porcional à de deslocamento sm :
amplitude do deslocamento. Observe que o
∆pm = ρvωsm (41)
deslocamento é ao longo do eixo x, na direção de
propagação da onda sonora.
onde ρ é a densidade do meio, v a velocidade da
• A eq. (39) representa a onda de deslocamento, onda e ωsm é a velocidade longitudinal máxima de
onde k é o número de onda e ω a frequência angular um elemento do meio.
do pistão!
a ∆p
B é definido como B = − ∆V /V
onde ∆V /V é a
variação relativa de volume produzida por uma variação
de pressão. No SI, a unidade de B é o Pascal. Os sinais
de ∆p e ∆V são opostos: quando aumentamos a pressão
sobre um elemento (ou seja quando ∆p é positivo) o
volume diminui. Inclui-se o sinal negativo da definição
para que B seja um número positivo.
Vamos agora avaliar a velocidade do som em • Por outro lado, a variação da pressão ∆p está re-
um gás. lacionada com a mudança de volume e com a ve-
Gás não perturbado
locidade v e vx através da relação (42):
pA î -pA î
∆V (−vx A∆t) vx
∆p = −B = −B =B
Vi vA∆t v
vD
t
Gás
comprimido • Com isso o impulso torna-se
h v i
x
(p+D
p)A î
vx î -pA î I~ = A B ∆t ~i. (43)
v
vx Dt
Gás não perturbado • A variação do momento linear ∆P~ do elemento do
gás de massa m é dada por:
Fig. 29 - Elemento do gás (a) em equilíbrio e (b) com-
primido.
v
fn = n 4L n = 1, 3, 5, ...
• Vamos considerar agora quando as duas ondas são • A amplitude A(t) varia lentamente em confronto
observadas em um ponto "fixo" no espaço. Neste com o fator oscilatório cos ωm t. O período TA de
caso será observado o fenômeno de interferência oscilação da amplitude A(t) é:
no tempo ou interferência temporal. Como con-
2π
sequência, o som ouvido terá amplitude periodica- TA = .
(ω1 − ω2 ) /2
mente variável. Esse fenômeno é chamado bati-
mento. A oscilação resultante tem amplitude máxima
quando A(t) = +2A e também quando A(t) =
−2A; a duração entre máximos consecutivos da
Batimento é a variação periódica da amplitude em amplitude é o período dos batimentos:
certo ponto por causa da superposição de duas ondas
1 2π
com frequências levemente diferentes. Tbat = TA = ⇒
2 ω1 − ω2
• Vamos considerar duas ondas de igual amplitude 1 ω1 − ω2
= ⇒
e frequências angulares ligeiramente diferentes ω1 Tbat 2π
e ω2 propagando-se em fase por um meio. Va- fbat = f1 − f2
mos considerar a superposição dessas ondas em
um ponto do espaço, por exemplo, x = 0. Neste onde f1 (ω1 = 2πf1 ) e f2 (ω2 = 2πf2 ) são as
caso as ondas serão dadas por: frequências das ondas individuais.
y1 (x, t) = A cos(ω1 t)
y2 (x, t) = A cos(ω2 t)
• Ondas senoidais: Uma onda senoidal que se pro- • Potência: A potência média (taxa de transmissão
paga no sentido positivo de um eixo x pode ser de energia) de uma onda senoidal em uma corda
representada pela função esticada é dada por
1
y(x, t) = ym sin(kx − ωt) Pmed = µvω 2 ym
2
2
v v
f= =n n = 1, 2, 3...
λ 2L