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2.1.2 PERIODICIDADE TEMPORAL E PERIODICIDADE ESPACIAL DAS ONDAS
Quando um sinal é repetido em intervalos de tempo regulares, ou seja, se o sinal for periódico, da sua
propagação resulta uma onda periódica.
A periodicidade temporal também pode ser definida pelo número de ciclos completos que a onda efetua
por unidade de tempo, grandeza designada frequência (𝑓) e que tem como unidade no SI o hertz (Hz).
A frequência é inversamente proporcional ao período:
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𝑓 =
𝑇
Os pontos X e Y representados no gráfico 𝑦 = 𝑓(𝑥), ou outros que distem entre si de múltiplos inteiros
do comprimento de onda, dizem-se no mesmo estado de vibração. Diz-se que X está em fase com Y.
Quer no gráfico da elongação em função do tempo (onde se analisa a posição de uma única partícula
em relação à posição de equilíbrio ao longo do tempo) quer no da elongação em função da distância
(onde se analisa a posição das partículas em relação à posição de equilíbrio num dado instante), ao
módulo do afastamento máximo em relação à posição intermédia denomina-se amplitude (A) da onda,
sendo a sua unidade no SI o metro (m).
Num meio homogéneo, em que a velocidade de propagação da onda é constante, o comprimento de
onda e a frequência da onda são inversamente proporcionais:
𝑉
𝜆 =
𝑓
• A onda é a propagação de um sinal cuja frequência não se altera e depende apenas da frequência
da fonte, que define a frequência de vibração de cada ponto do meio.
• As ondas resultantes da propagação do sinal produzido pela mesma fonte em dois meios diferentes
são caracterizadas pela mesma frequência, mas por diferentes comprimentos de onda. O
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comprimento de onda varia diretamente com a variação da velocidade de propagação, logo,
também depende do meio de propagação da onda.
exemplo 1
Duas ondas viajam num meio homogéneo com a mesma velocidade. Se a onda 1 apresentar o triplo
da frequência da onda 2, então terá um terço do comprimento de onda.
exemplo 2
Um som emitido por um despertador possui o período 𝑻 e o comprimento de onda 𝜆. Se o som mudasse
para um meio com o dobro da velocidade de propagação o comprimento de onda passaria para o
dobro (2𝜆) e o período permanecia constante (𝑻).
Na expressão anterior, 𝝎 corresponde à frequência angular da onda, uma grandeza que avalia a
rapidez com que ocorrem as oscilações na onda, que tem como unidade do SI o rad s −1 e que é
diretamente proporcional à sua frequência e inversamente proporcional ao seu período:
2𝜋
𝜔 = = 2𝜋𝑓
𝑇
A energia de um sinal harmónico mecânico depende da amplitude de oscilação e da frequência do
sinal. Enquanto a amplitude depende do meio de propagação, a frequência de um sinal harmónico
depende apenas da frequência da fonte e não se altera durante a propagação.
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Uma onda complexa é uma onda que não é traduzida por uma função sinusoidal, mas pode ser
descrita como a sobreposição de ondas harmónicas.
Onda (periódica) complexa (A) resultante da sobreposição das ondas harmónicas 1, 2 e 3 (B).
À semelhança das ondas em geral, a propagação de uma onda sonora permite a transferência de
energia sem transporte de matéria.
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• Uma zona de compressão é uma região do • Uma zona de rarefação é uma região do meio
meio que apresenta uma maior pressão, em que apresenta uma menor pressão, em relação
relação à pressão de equilíbrio, associada a à pressão de equilíbrio, associada a uma menor
uma maior concentração de partículas. concentração de partículas.
• Uma onda sonora é uma onda mecânica • No ar e nos fluídos em geral, uma onda sonora
porque não se propaga no vazio. é uma onda longitudinal porque a direção de
propagação da onda coincide com a direção de
oscilação das partículas.
O intervalo de tempo em que todos os pontos A distância mínima entre duas zonas de
da onda repetem a mesma fase de vibração, rarefação ou de compressão sucessivas
corresponde ao período da onda indicando corresponde ao comprimento de onda e,
uma periodicidade temporal da mesma. sendo contante, revela a periodicidade
espacial da onda.
Se o movimento oscilatório da fonte do sinal sonoro for sinusoidal a variação temporal da pressão num
ponto do meio, relativamente à pressão de equilíbrio, traduz uma onda sonora harmónica descrita pela
função:
𝑝 = 𝑝0 sen(𝜔𝑡)
A velocidade de propagação do som depende da maior ou menor facilidade em propagar a vibração
às partículas vizinhas. De uma maneira geral:
− A velocidade de propagação do som é maior nos sólidos do que nos líquidos e gases porque as
partículas estão mais próximas.
− Quanto maior a temperatura do meio maior é a velocidade de propagação do som, isto porque as
partículas do meio têm maior energia cinética, colidindo mais frequentemente e transmitindo mais
facilmente a vibração às partículas vizinhas.
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Som puro
As características de um som puro, som correspondente a uma onda sonora harmónica, são:
• altura do som – associada à frequência da onda sonora e que indica se o som é alto ou é baixo.
Um som de frequência elevada diz-se alto ou Um som de baixa frequência diz-se baixo ou
agudo. grave.
• intensidade do som – associada à amplitude de pressão da onda sonora e que indica se o som é
forte ou fraco.
A uma onda sonora com grande amplitude de
pressão corresponde um som de elevada
intensidade, som forte. A uma onda sonora com pequena amplitude
de pressão está associado um som de pouca
intensidade, som fraco.
A característica do som que permite distinguir sons com a mesma frequência produzidos por diferentes
fontes sonoras é o timbre.
Som complexo
A maior parte dos sons gerados são sons complexos. Um som complexo é um som associado a uma
onda sonora complexa resultante da sobreposição de várias ondas sonoras harmónicas.
Para analisar as características dos sons é frequente utilizar-se osciloscópios que permitem obter
imagens de estados de vibração em tempo real. No entanto, estes são aparelhos elétricos cujo
funcionamento está associado a sinais elétricos. A conversão de um sinal sonoro (mecânico) num sinal
elétrico com as mesmas características pode ser feita com um microfone e a transformação inversa
com um altifalante.
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Subdomínio 2.2 | Eletromagnetismo e Ondas Eletromagnéticas
Quando existe uma desigualdade entre a quantidade de cargas positivas (protões) e a quantidade de
cargas negativas (eletrões) que é provocada por uma transferência de eletrões, diz-se que um corpo
se encontra carregado eletricamente.
Um corpo que apresenta a mesma quantidade de cargas elétricas positivas e negativas uniformemente
distribuídas diz-se eletricamente neutro.
Nas interações à distância, as forças atuam sem que haja contacto entre os corpos que as exercem e
aqueles que sofrem os seus efeitos. Para descrever e compreender as interações à distância, é comum
recorrer-se ao conceito de campo.
O campo elétrico (𝐸⃗ ) é a grandeza vetorial que caracteriza a região do espaço em torno de uma carga
elétrica pontual criadora, que, no SI, pode ser expressa em V m−1 ou emN C −1.
O campo elétrico criado por uma carga elétrica pontual apresenta:
• a direção da linha que une a carga criadora e o ponto considerado;
• um sentido que aponta para a carga criadora se esta é negativa e no sentido oposto quando a carga
criadora é positiva;
• uma intensidade que depende do valor da carga criadora e da distância a que o ponto considerado
se encontra dessa carga.
A força elétrica 𝐹 exercida numa carga de prova q sujeita a um campo elétrico 𝐸⃗ apresenta a direção
do campo elétrico, o sentido do campo elétrico se a carga q for positiva, mas o sentido oposto se a
carga q for negativa, e uma intensidade tanto maior quanto maior for a intensidade do campo elétrico
(pois 𝐹 = 𝑞𝐸⃗).
Linhas de campo elétrico
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As linhas de campo elétrico são linhas imaginárias que representam o campo elétrico numa
determinada região do espaço.
As linhas de campo elétrico associadas a cargas pontuais apresentam:
• densidade que aumenta com o aumento da proximidade à carga criadora e com a magnitude da
sua carga elétrica;
• direção radial;
• sentido…
Centrípeto Centrífugo
Se a carga criadora é negativa. Se a carga criadora é positiva.
O campo elétrico é, em cada ponto, tangente à linha de campo que passa no ponto, tem o sentido
da linha de campo e é tanto mais intenso quanto maior for a densidade de linhas de campo na
vizinhança desse ponto.
Existem situações em que estão presentes várias cargas elétricas numa determinada região do
espaço. Nestes casos as linhas de campo têm origem em cargas positivas e terminam em cargas
negativas, normalmente não se cruzam e são mais densas junto às cargas.
O campo elétrico em cada ponto é o resultado da soma vetorial do campo elétrico criado por cada uma
das cargas, mas será mais facilmente identificado conhecendo-se as linhas de campo elétrico, pois, o
campo elétrico em cada ponto, é tangente à linha de campo que passa no ponto, tem o sentido da
linha de campo e é tanto mais intenso quanto maior for a densidade de linhas de campo na vizinhança
desse ponto.
Um campo elétrico que apresenta a mesma direção, sentido e intensidade em qualquer ponto da região
do espaço onde se faz sentir a sua presença é um campo elétrico uniforme.
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As linhas de campo de um campo elétrico
uniforme são paralelas, equidistantes entre si e
saem da placa com carga positiva e terminam
na placa com carga negativa.
O campo magnético (𝐵 ⃗ ) é uma grandeza vetorial que caracteriza a região do espaço em torno de um
íman natural ou de cargas elétricas em movimento, cuja unidade no SI é o tesla (T).
Um íman colocado numa região onde existe um campo magnético fica sujeito a uma força magnética.
Polos magnéticos semelhantes originam forças Polos magnéticos opostos originam forças
repulsivas entre si. atrativas entre si.
As linhas de campo magnético são linhas imaginárias que representam o campo magnético numa
determinada região do espaço, e que:
• são linhas fechadas no interior do íman;
• normalmente não se cruzam;
• saem do polo norte e entram no polo sul;
• apresentam a direção e o sentido do campo magnético;
• estão mais próximas umas das outras nas imediações dos polos de
um íman.
Analisando as linhas de campo magnético, pode caracterizar-se o campo magnético em cada ponto:
• é tangente à linha de campo magnético que passa nesse ponto;
• tem o sentido da linha de campo magnético que passa nesse ponto;
• é tanto mais intenso quanto maior for a densidade de linhas de campo magnético na vizinhança
desse ponto.
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Quando as linhas de campo magnético são paralelas e equidistantes entre si
traduzem um campo magnético uniforme como acontece nas extremidades
alinhadas de um íman em forma de C ou na zona central de um íman em
forma de ferradura.
A descoberta de Oersted provou que uma corrente elétrica cria um campo magnético à sua volta
e constituiu a primeira evidência experimental da ligação entre eletricidade e magnetismo.
A presença de agulhas magnéticas em torno de um fio condutor revela que, não existindo passagem
de corrente no fio, todas as agulhas se orientam na mesma direção (A), mas com a passagem de
corrente elétrica pelo fio, cada agulha orienta-se segundo uma direção tangente a um círculo, com
centro no fio (B). Alterando o sentido da corrente elétrica que atravessa o fio, as agulhas passam a
orientar-se no sentido oposto.
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Características das linhas de campo magnético criado por uma corrente elétrica
Num fio retilíneo longo Num solenoide (ou bobina)
• As linhas de campo magnético em torno do • As linhas de campo magnético apresentam a
fio são circulares num plano perpendicular mesma distribuição que as linhas do campo
ao fio e centradas neste; magnético criado por um íman em forma de
barra;
• O campo magnético em cada ponto é
tangente à linha de campo magnético, tem • Se o comprimento do solenoide é muito
o sentido da linha e é tanto mais intenso superior ao seu diâmetro, o campo magnético
quanto maior for a corrente elétrica e no seu interior é praticamente uniforme;
menor a distância ao fio (a densidade de
linhas de campo vai diminuindo com a • O campo magnético em cada ponto é
distância ao fio); tangente à linha de campo magnético, tem o
sentido da linha e é tanto mais intenso quanto
• Todos os pontos pertencentes à mesma maior for a corrente elétrica e menor a
linha de campo apresentam a mesma distância às extremidades do solenoide (a
intensidade do campo magnético porque densidade de linhas de campo é maior junto
se encontram à mesma distância do fio; às extremidades do solenoide);
• O sentido das linhas é determinado pelo • O sentido das linhas é determinado pelo
sentido da corrente que atravessa o fio sentido da corrente que atravessa o fio sendo
sendo obtido pela regra da mão direita. obtido pela regra da mão direita.
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2.2.3 INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA
O fluxo magnético, cuja unidade no SI é o weber (Wb),
equivalente a T m2, é proporcional ao número de linhas de
campo que atravessam uma superfície plana.
𝛷m = 𝐵𝐴 cos 𝛼
O fluxo magnético através de um conjunto de espiras iguais
e paralelas é igual ao produto do fluxo magnético através de
uma espira pelo número total de espiras.
𝛷m,bobina = 𝑁𝛷m,espira
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Força eletromotriz induzida (Lei de Faraday)
A indução eletromagnética explica o aparecimento de uma corrente elétrica induzida num circuito
fechado devido à variação do fluxo magnético. Pode ser obtida: colocando a espira próxima de um
circuito cuja corrente elétrica seja variável ou…
movimentando um íman na vizinhança de uma variando a orientação alterando a área de
espira e vice-versa. da espira em relação superfície da espira.
ao íman.
A variação do fluxo magnético numa espira origina uma força eletromotriz induzida nos seus
terminais responsável pelo aparecimento de uma corrente elétrica induzida se o circuito for fechado.
De acordo com a Lei de Faraday, o módulo da força eletromotriz induzida numa espira, cuja unidade
no SI é o volt (V), é igual ao módulo da variação do fluxo magnético por unidade de tempo.
|Δ𝛷m |
|𝜀i | =
Δ𝑡
Numa bobina com N espiras iguais e paralelas entre si, o módulo da força eletromotriz induzida na
bobina será expresso por:
|Δ𝛷m |
|𝜀i,bobina | = 𝑁
Δ𝑡
CONCLUSÃO
A força eletromotriz induzida numa bobina é tanto maior quanto:
− maior for a variação do fluxo magnético;
− menor for o intervalo de tempo em que ocorre a variação do fluxo magnético;
− maior for o número de espiras.
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Aplicações da indução eletromagnética
O microfone de indução é constituído por uma bobina móvel, um íman permanente fixo e um
diafragma que vibra em virtude da onda de pressão sonora. A vibração do diafragma faz movimentar
a bobina numa região onde existe um campo magnético criado pelo íman. Estes movimentos originam
variações de fluxo magnético que produzem uma força eletromotriz induzida, transformando assim um
sinal sonoro, num sinal elétrico com as mesmas características.
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2.2.4 PRODUÇÃO E PROPAGAÇÃO DE ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
A radiação incidente na superfície de separação de dois
meios pode ser refletida, transmitida ou absorvida, à
medida que atravessa o meio.
Quando as ondas eletromagnéticas, ao incidirem na
superfície de separação de dois meios, sofrem mais do
que um dos efeitos em simultâneo, a divisão da energia
incidente por cada um dos processos obedece ao
Princípio da Conservação da Energia, isto é:
𝐸incidente = 𝐸refletida + 𝐸transmitida + 𝐸absorvida
A fração da energia absorvida, refletida e transmitida em relação à energia incidente depende da:
• natureza da superfície e do novo meio de propagação;
• frequência da radiação incidente;
• inclinação da luz
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Por outro lado, a atmosfera é opaca:
− à radiação raios gama, aos raios X e grande parte do ultravioleta de maior energia, sendo essa
opacidade fundamental à sobrevivência dos seres vivos uma vez que essas radiações apresentam
um elevado poder ionizante.
− à radiação infravermelha, menos energética, mas que permite uma temperatura média no planeta
que facilita a sobrevivência dos seres vivos.
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