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Domínio 2 | Ondas e eletromagnetismo

Subdomínio 2.1 | Sinais e ondas

2.1.1 SINAIS E ONDAS


Um sinal é uma perturbação que ocorre localmente num meio, isto é, corresponde à alteração local
de uma propriedade física de um meio, que e que pode conter informação. É o caso do sinal sonoro e
luminoso emitido pela sirene de uma ambulância que indica que a mesma se encontra em situação de
emergência. Quando um sinal é de curta duração corresponde a um pulso, enquanto um sinal que
persiste no tempo é considerado um sinal de longa duração.
Uma onda será o resultado da propagação de um sinal num meio com um módulo de velocidade de
propagação que depende apenas das características do meio onde a onda se propaga e que pode ser
determinado por:
𝑑
𝑣 =
Δ𝑡
O movimento de um sinal, ou seja, uma onda, transfere energia de um ponto para outro, mas não
transporta matéria.

Classificação das ondas


As ondas podem classificar-se relativamente…
… à sua natureza, em:
• ondas mecânicas, se a perturbação apenas se • ondas eletromagnéticas, quando a
propaga num meio material. Este tipo de ondas perturbação se pode propagar no vazio e
não se propaga no vazio. em determinados meios materiais.
Exemplos: Som ou ondas sísmicas Exemplos: Ondas de rádio do sinal de
televisão ou radiação micro-ondas
… ao modo como se propagam, em:
• ondas transversais quando a direção de • ondas longitudinais quando a direção de
vibração é perpendicular à direção de vibração é paralela à direção de
propagação. propagação.

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2.1.2 PERIODICIDADE TEMPORAL E PERIODICIDADE ESPACIAL DAS ONDAS
Quando um sinal é repetido em intervalos de tempo regulares, ou seja, se o sinal for periódico, da sua
propagação resulta uma onda periódica.

Uma onda periódica apresenta…


Periodicidade temporal Periodicidade espacial

Caracterizada pelo período (T) da onda, Caracterizada pelo comprimento de onda


que corresponde ao intervalo de tempo que (λ) que corresponde à distância mínima
dura a oscilação que se repete e tem como entre dois pontos da onda na mesma fase
unidade no SI o segundo (s). de vibração, medida na direção de
propagação e tem como unidade no SI o
É evidenciada em gráficos 𝑦 = 𝑓(𝑡). metro (m).
É evidenciada em gráficos 𝑦 = 𝑓(𝑥).

A periodicidade temporal também pode ser definida pelo número de ciclos completos que a onda efetua
por unidade de tempo, grandeza designada frequência (𝑓) e que tem como unidade no SI o hertz (Hz).
A frequência é inversamente proporcional ao período:
1
𝑓 =
𝑇
Os pontos X e Y representados no gráfico 𝑦 = 𝑓(𝑥), ou outros que distem entre si de múltiplos inteiros
do comprimento de onda, dizem-se no mesmo estado de vibração. Diz-se que X está em fase com Y.
Quer no gráfico da elongação em função do tempo (onde se analisa a posição de uma única partícula
em relação à posição de equilíbrio ao longo do tempo) quer no da elongação em função da distância
(onde se analisa a posição das partículas em relação à posição de equilíbrio num dado instante), ao
módulo do afastamento máximo em relação à posição intermédia denomina-se amplitude (A) da onda,
sendo a sua unidade no SI o metro (m).
Num meio homogéneo, em que a velocidade de propagação da onda é constante, o comprimento de
onda e a frequência da onda são inversamente proporcionais:
𝑉
𝜆 =
𝑓

• A onda é a propagação de um sinal cuja frequência não se altera e depende apenas da frequência
da fonte, que define a frequência de vibração de cada ponto do meio.

• As ondas resultantes da propagação do sinal produzido pela mesma fonte em dois meios diferentes
são caracterizadas pela mesma frequência, mas por diferentes comprimentos de onda. O
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comprimento de onda varia diretamente com a variação da velocidade de propagação, logo,
também depende do meio de propagação da onda.

exemplo 1
Duas ondas viajam num meio homogéneo com a mesma velocidade. Se a onda 1 apresentar o triplo
da frequência da onda 2, então terá um terço do comprimento de onda.
exemplo 2
Um som emitido por um despertador possui o período 𝑻 e o comprimento de onda 𝜆. Se o som mudasse
para um meio com o dobro da velocidade de propagação o comprimento de onda passaria para o
dobro (2𝜆) e o período permanecia constante (𝑻).

Ondas harmónicas e ondas complexas


Um sinal harmónico é um caso particular de um sinal periódico em que a posição de uma partícula
da onda em relação à posição de equilíbrio num dado instante, 𝑡, pode ser descrito por uma função
sinusoidal 𝑦 = 𝑓(𝑡) do tipo:

𝑦 = 𝐴 sen (𝜔𝑡) (SI)

Na expressão anterior, 𝝎 corresponde à frequência angular da onda, uma grandeza que avalia a
rapidez com que ocorrem as oscilações na onda, que tem como unidade do SI o rad s −1 e que é
diretamente proporcional à sua frequência e inversamente proporcional ao seu período:
2𝜋
𝜔 = = 2𝜋𝑓
𝑇
A energia de um sinal harmónico mecânico depende da amplitude de oscilação e da frequência do
sinal. Enquanto a amplitude depende do meio de propagação, a frequência de um sinal harmónico
depende apenas da frequência da fonte e não se altera durante a propagação.

Quando são produzidas


ondas harmónicas de igual
frequência, a onda que
transportará mais energia
será a que tem maior
amplitude de oscilação.

Quando são produzidas


ondas harmónicas de igual
amplitude, a onda que
transportará mais energia
será a que tem maior
frequência de oscilação.

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Uma onda complexa é uma onda que não é traduzida por uma função sinusoidal, mas pode ser
descrita como a sobreposição de ondas harmónicas.

Onda (periódica) complexa (A) resultante da sobreposição das ondas harmónicas 1, 2 e 3 (B).

2.1.3 O SOM COMO ONDA DE PRESSÃO


De um modo sucinto, uma onda sonora no ar é descrita como uma onda de pressão, isto é, uma
onda mecânica longitudinal originada por qualquer fonte que provoque um movimento vibratório de
compressão e expansão no meio material circundante (perturbação) que se propaga às partículas
vizinhas com uma determinada velocidade.
O ouvido humano não é sensível a todas as ondas sonoras, depende da frequência de vibração e da
amplitude de pressão da onda sonora.

À semelhança das ondas em geral, a propagação de uma onda sonora permite a transferência de
energia sem transporte de matéria.

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• Uma zona de compressão é uma região do • Uma zona de rarefação é uma região do meio
meio que apresenta uma maior pressão, em que apresenta uma menor pressão, em relação
relação à pressão de equilíbrio, associada a à pressão de equilíbrio, associada a uma menor
uma maior concentração de partículas. concentração de partículas.

• Uma onda sonora é uma onda mecânica • No ar e nos fluídos em geral, uma onda sonora
porque não se propaga no vazio. é uma onda longitudinal porque a direção de
propagação da onda coincide com a direção de
oscilação das partículas.

O intervalo de tempo em que todos os pontos A distância mínima entre duas zonas de
da onda repetem a mesma fase de vibração, rarefação ou de compressão sucessivas
corresponde ao período da onda indicando corresponde ao comprimento de onda e,
uma periodicidade temporal da mesma. sendo contante, revela a periodicidade
espacial da onda.

Periodicidade temporal (A) e periodicidade espacial (B) de uma onda de pressão.

Se o movimento oscilatório da fonte do sinal sonoro for sinusoidal a variação temporal da pressão num
ponto do meio, relativamente à pressão de equilíbrio, traduz uma onda sonora harmónica descrita pela
função:
𝑝 = 𝑝0 sen(𝜔𝑡)
A velocidade de propagação do som depende da maior ou menor facilidade em propagar a vibração
às partículas vizinhas. De uma maneira geral:
− A velocidade de propagação do som é maior nos sólidos do que nos líquidos e gases porque as
partículas estão mais próximas.
− Quanto maior a temperatura do meio maior é a velocidade de propagação do som, isto porque as
partículas do meio têm maior energia cinética, colidindo mais frequentemente e transmitindo mais
facilmente a vibração às partículas vizinhas.

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Som puro
As características de um som puro, som correspondente a uma onda sonora harmónica, são:
• altura do som – associada à frequência da onda sonora e que indica se o som é alto ou é baixo.

Um som de frequência elevada diz-se alto ou Um som de baixa frequência diz-se baixo ou
agudo. grave.

• intensidade do som – associada à amplitude de pressão da onda sonora e que indica se o som é
forte ou fraco.
A uma onda sonora com grande amplitude de
pressão corresponde um som de elevada
intensidade, som forte. A uma onda sonora com pequena amplitude
de pressão está associado um som de pouca
intensidade, som fraco.

A característica do som que permite distinguir sons com a mesma frequência produzidos por diferentes
fontes sonoras é o timbre.
Som complexo
A maior parte dos sons gerados são sons complexos. Um som complexo é um som associado a uma
onda sonora complexa resultante da sobreposição de várias ondas sonoras harmónicas.
Para analisar as características dos sons é frequente utilizar-se osciloscópios que permitem obter
imagens de estados de vibração em tempo real. No entanto, estes são aparelhos elétricos cujo
funcionamento está associado a sinais elétricos. A conversão de um sinal sonoro (mecânico) num sinal
elétrico com as mesmas características pode ser feita com um microfone e a transformação inversa
com um altifalante.

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Subdomínio 2.2 | Eletromagnetismo e Ondas Eletromagnéticas

2.2.1 CAMPO ELÉTRICO


A carga (Q) é uma propriedade elétrica das partículas atómicas que compõem a matéria. A carga
elementar, cuja unidade no SI é o coulomb (C), corresponde ao módulo do valor da carga elétrica
apresentado por um eletrão, 1,605 × 10−19 C. Praticamente todas as cargas existentes na Natureza
apresentam valores que são múltiplos inteiros da carga do eletrão.
Cargas elétricas do mesmo sinal repelem-se.

As forças elétricas geradas entre


cargas elétricas do mesmo sinal são
Cargas elétricas de sinal contrário atraem-se. repulsivas enquanto as forças que
atuam entre cargas elétricas de sinal
contrário são atrativas.

Quando existe uma desigualdade entre a quantidade de cargas positivas (protões) e a quantidade de
cargas negativas (eletrões) que é provocada por uma transferência de eletrões, diz-se que um corpo
se encontra carregado eletricamente.
Um corpo que apresenta a mesma quantidade de cargas elétricas positivas e negativas uniformemente
distribuídas diz-se eletricamente neutro.
Nas interações à distância, as forças atuam sem que haja contacto entre os corpos que as exercem e
aqueles que sofrem os seus efeitos. Para descrever e compreender as interações à distância, é comum
recorrer-se ao conceito de campo.

O campo elétrico (𝐸⃗ ) é a grandeza vetorial que caracteriza a região do espaço em torno de uma carga
elétrica pontual criadora, que, no SI, pode ser expressa em V m−1 ou emN C −1.
O campo elétrico criado por uma carga elétrica pontual apresenta:
• a direção da linha que une a carga criadora e o ponto considerado;
• um sentido que aponta para a carga criadora se esta é negativa e no sentido oposto quando a carga
criadora é positiva;
• uma intensidade que depende do valor da carga criadora e da distância a que o ponto considerado
se encontra dessa carga.

A força elétrica 𝐹 exercida numa carga de prova q sujeita a um campo elétrico 𝐸⃗ apresenta a direção
do campo elétrico, o sentido do campo elétrico se a carga q for positiva, mas o sentido oposto se a
carga q for negativa, e uma intensidade tanto maior quanto maior for a intensidade do campo elétrico
(pois 𝐹 = 𝑞𝐸⃗).
Linhas de campo elétrico

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As linhas de campo elétrico são linhas imaginárias que representam o campo elétrico numa
determinada região do espaço.
As linhas de campo elétrico associadas a cargas pontuais apresentam:
• densidade que aumenta com o aumento da proximidade à carga criadora e com a magnitude da
sua carga elétrica;
• direção radial;
• sentido…
Centrípeto Centrífugo
Se a carga criadora é negativa. Se a carga criadora é positiva.

O campo elétrico é, em cada ponto, tangente à linha de campo que passa no ponto, tem o sentido
da linha de campo e é tanto mais intenso quanto maior for a densidade de linhas de campo na
vizinhança desse ponto.
Existem situações em que estão presentes várias cargas elétricas numa determinada região do
espaço. Nestes casos as linhas de campo têm origem em cargas positivas e terminam em cargas
negativas, normalmente não se cruzam e são mais densas junto às cargas.

O campo elétrico em cada ponto é o resultado da soma vetorial do campo elétrico criado por cada uma
das cargas, mas será mais facilmente identificado conhecendo-se as linhas de campo elétrico, pois, o
campo elétrico em cada ponto, é tangente à linha de campo que passa no ponto, tem o sentido da
linha de campo e é tanto mais intenso quanto maior for a densidade de linhas de campo na vizinhança
desse ponto.
Um campo elétrico que apresenta a mesma direção, sentido e intensidade em qualquer ponto da região
do espaço onde se faz sentir a sua presença é um campo elétrico uniforme.

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As linhas de campo de um campo elétrico
uniforme são paralelas, equidistantes entre si e
saem da placa com carga positiva e terminam
na placa com carga negativa.

2.2.2 CAMPO MAGNÉTICO

O campo magnético (𝐵 ⃗ ) é uma grandeza vetorial que caracteriza a região do espaço em torno de um
íman natural ou de cargas elétricas em movimento, cuja unidade no SI é o tesla (T).
Um íman colocado numa região onde existe um campo magnético fica sujeito a uma força magnética.
Polos magnéticos semelhantes originam forças Polos magnéticos opostos originam forças
repulsivas entre si. atrativas entre si.

As linhas de campo magnético são linhas imaginárias que representam o campo magnético numa
determinada região do espaço, e que:
• são linhas fechadas no interior do íman;
• normalmente não se cruzam;
• saem do polo norte e entram no polo sul;
• apresentam a direção e o sentido do campo magnético;
• estão mais próximas umas das outras nas imediações dos polos de
um íman.
Analisando as linhas de campo magnético, pode caracterizar-se o campo magnético em cada ponto:
• é tangente à linha de campo magnético que passa nesse ponto;
• tem o sentido da linha de campo magnético que passa nesse ponto;
• é tanto mais intenso quanto maior for a densidade de linhas de campo magnético na vizinhança
desse ponto.

Numa região onde existe um campo magnético, a agulha magnética de


uma bússola ou qualquer outro magnete orienta-se de acordo com esse
campo magnético em virtude das forças magnéticas a que ficam sujeitos.

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Quando as linhas de campo magnético são paralelas e equidistantes entre si
traduzem um campo magnético uniforme como acontece nas extremidades
alinhadas de um íman em forma de C ou na zona central de um íman em
forma de ferradura.

Campos magnéticos com origem em correntes elétricas


Oersted descobriu que uma agulha magnética é desviada pela aproximação de um fio atravessado por
corrente elétrica.

A descoberta de Oersted provou que uma corrente elétrica cria um campo magnético à sua volta
e constituiu a primeira evidência experimental da ligação entre eletricidade e magnetismo.
A presença de agulhas magnéticas em torno de um fio condutor revela que, não existindo passagem
de corrente no fio, todas as agulhas se orientam na mesma direção (A), mas com a passagem de
corrente elétrica pelo fio, cada agulha orienta-se segundo uma direção tangente a um círculo, com
centro no fio (B). Alterando o sentido da corrente elétrica que atravessa o fio, as agulhas passam a
orientar-se no sentido oposto.

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Características das linhas de campo magnético criado por uma corrente elétrica
Num fio retilíneo longo Num solenoide (ou bobina)
• As linhas de campo magnético em torno do • As linhas de campo magnético apresentam a
fio são circulares num plano perpendicular mesma distribuição que as linhas do campo
ao fio e centradas neste; magnético criado por um íman em forma de
barra;
• O campo magnético em cada ponto é
tangente à linha de campo magnético, tem • Se o comprimento do solenoide é muito
o sentido da linha e é tanto mais intenso superior ao seu diâmetro, o campo magnético
quanto maior for a corrente elétrica e no seu interior é praticamente uniforme;
menor a distância ao fio (a densidade de
linhas de campo vai diminuindo com a • O campo magnético em cada ponto é
distância ao fio); tangente à linha de campo magnético, tem o
sentido da linha e é tanto mais intenso quanto
• Todos os pontos pertencentes à mesma maior for a corrente elétrica e menor a
linha de campo apresentam a mesma distância às extremidades do solenoide (a
intensidade do campo magnético porque densidade de linhas de campo é maior junto
se encontram à mesma distância do fio; às extremidades do solenoide);
• O sentido das linhas é determinado pelo • O sentido das linhas é determinado pelo
sentido da corrente que atravessa o fio sentido da corrente que atravessa o fio sendo
sendo obtido pela regra da mão direita. obtido pela regra da mão direita.

Regra da mão direita:


Regra da mão direita:
colocando o polegar a apontar no sentido da
corrente elétrica, o movimento dos restantes fechando os dedos para a palma da mão no
dedos para a palma da mão indica o sentido sentido em que a corrente elétrica circula o
das linhas de campo magnético. solenoide, o polegar da mão direita aponta para
a extremidade em que as linhas de campo
magnético saem do solenoide, indicando o polo
norte.

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2.2.3 INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA
O fluxo magnético, cuja unidade no SI é o weber (Wb),
equivalente a T m2, é proporcional ao número de linhas de
campo que atravessam uma superfície plana.
𝛷m = 𝐵𝐴 cos 𝛼
O fluxo magnético através de um conjunto de espiras iguais
e paralelas é igual ao produto do fluxo magnético através de
uma espira pelo número total de espiras.
𝛷m,bobina = 𝑁𝛷m,espira

O número de linhas de campo magnético que atravessam a superfície e, consequentemente, o fluxo


magnético que atravessa uma espira, depende:
• da orientação da espira relativamente ao campo magnético;
Quando a espira se encontra Quando não há linhas de O fluxo magnético apresenta
orientada perpendicularmente campo magnético a valores intermédios positivos
ao campo magnético, sendo 𝑛⃗ atravessar a área limitada se
(direção normal ao plano da pela espira, o que acontece 0° < 𝛼 < 90°
espira) paralelo ao campo quando ela se encontra e negativos se
magnético 𝐵 ⃗ , o fluxo paralela ao campo e 𝑛⃗ é 90° < 𝛼 < 180°.
magnético é máximo. perpendicular a 𝐵⃗ , o fluxo
magnético é nulo.

𝛼 = 90°, logo cos 90° = 0


𝛼 = 0°, logo cos 0° = 1

• da área delimitada pela espira; • da intensidade de um campo magnético;


Quanto maior a intensidade do campo
Quanto maior a área da espira, maior é o magnético, maior é o número de linhas de
número de linhas de campo que atravessam
campo que atravessam a espira e maior é o
a espira e maior é o fluxo magnético. fluxo magnético.

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Força eletromotriz induzida (Lei de Faraday)
A indução eletromagnética explica o aparecimento de uma corrente elétrica induzida num circuito
fechado devido à variação do fluxo magnético. Pode ser obtida: colocando a espira próxima de um
circuito cuja corrente elétrica seja variável ou…
movimentando um íman na vizinhança de uma variando a orientação alterando a área de
espira e vice-versa. da espira em relação superfície da espira.
ao íman.

A variação do fluxo magnético numa espira origina uma força eletromotriz induzida nos seus
terminais responsável pelo aparecimento de uma corrente elétrica induzida se o circuito for fechado.
De acordo com a Lei de Faraday, o módulo da força eletromotriz induzida numa espira, cuja unidade
no SI é o volt (V), é igual ao módulo da variação do fluxo magnético por unidade de tempo.
|Δ𝛷m |
|𝜀i | =
Δ𝑡
Numa bobina com N espiras iguais e paralelas entre si, o módulo da força eletromotriz induzida na
bobina será expresso por:
|Δ𝛷m |
|𝜀i,bobina | = 𝑁
Δ𝑡
CONCLUSÃO
A força eletromotriz induzida numa bobina é tanto maior quanto:
− maior for a variação do fluxo magnético;
− menor for o intervalo de tempo em que ocorre a variação do fluxo magnético;
− maior for o número de espiras.

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Aplicações da indução eletromagnética
O microfone de indução é constituído por uma bobina móvel, um íman permanente fixo e um
diafragma que vibra em virtude da onda de pressão sonora. A vibração do diafragma faz movimentar
a bobina numa região onde existe um campo magnético criado pelo íman. Estes movimentos originam
variações de fluxo magnético que produzem uma força eletromotriz induzida, transformando assim um
sinal sonoro, num sinal elétrico com as mesmas características.

A conversão inversa, de um sinal elétrico num sinal sonoro, é


feita com um altifalante. Este é constituído por um íman
permanente fixo e uma bobina móvel que se articula num cone.
Quando a corrente alternada atravessa a bobina cria-se um
campo magnético e a interação atrativa ou repulsiva entre os
dois campos magnéticos, (da bobina e do íman) origina na
bobina-cone um movimento de vaivém, ocasionando também
a movimentação do ar com a mesma frequência, reproduzindo
assim a onda sonora original.
O transformador é constituído por um núcleo central de ferro
laminado, em torno do qual se encontram enroladas duas
bobinas: a bobina primária, que se encontra ligada a um gerador
de corrente alternada e que cria um campo magnético também
variável, e a bobina secundária, onde se origina um fluxo
magnético variável no tempo que induz uma força eletromotriz
nos seus terminais, responsável pelo aparecimento de uma
corrente elétrica induzida no circuito exterior fechado. É a relação
entre o número de espiras que constituem as duas bobinas, 𝑁P e 𝑁S , que irá determinar a relação entre
a diferença de potencial elétrico à entrada e à saída do transformador.

Marcos importantes na história do eletromagnetismo


Depois de Hans Christian Oersted comprovar que uma corrente elétrica
gera um campo magnético à sua volta e de Michael Faraday previr e
demonstrar que o inverso também é possível, gerando uma força
eletromotriz induzida num fio por variação do fluxo do campo magnético nas
suas proximidades, James Maxwell formulou a teoria do eletromagnetismo,
as equações gerais que ligam o campo elétrico e o campo magnético. A
partir da sua teoria, Maxwell previu ainda que uma carga elétrica oscilante
deveria produzir um campo elétrico e um campo magnético variáveis,
perpendiculares entre si e perpendiculares à direção de propagação da
onda eletromagnética criada. Essa onda eletromagnética deveria apresentar a mesma frequência da
carga elétrica oscilante e viajaria à velocidade da luz. A confirmação da teoria eletromagnética de
Maxwell foi obtida por Heinrich Hertz, ao conseguir produzir e detetar ondas de rádio, uma gama de
ondas eletromagnéticas de baixa frequência e grande comprimento de onda.

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2.2.4 PRODUÇÃO E PROPAGAÇÃO DE ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
A radiação incidente na superfície de separação de dois
meios pode ser refletida, transmitida ou absorvida, à
medida que atravessa o meio.
Quando as ondas eletromagnéticas, ao incidirem na
superfície de separação de dois meios, sofrem mais do
que um dos efeitos em simultâneo, a divisão da energia
incidente por cada um dos processos obedece ao
Princípio da Conservação da Energia, isto é:
𝐸incidente = 𝐸refletida + 𝐸transmitida + 𝐸absorvida

Exemplo: Percentagem da radiação eletromagnética


proveniente do Sol que é refletida, absorvida e transmitida
pela atmosfera da Terra. Da sua análise se percebe que
o albedo terrestre é, em média, 0,3, o que significa que
cerca de 30% da energia da radiação eletromagnética
proveniente do Sol e que incide na Terra é refletida para
o Espaço.

A fração da energia absorvida, refletida e transmitida em relação à energia incidente depende da:
• natureza da superfície e do novo meio de propagação;
• frequência da radiação incidente;
• inclinação da luz

De um modo geral, a atmosfera terrestre é transparente:


− à radiação da gama ondas de rádio o que permite que estas ondas sejam amplamente utilizadas
nas comunicações terrestres por telemóvel, pelo facto de se difratarem nos obstáculos do solo e,
simultaneamente, sofrerem reflexão na ionosfera.
− à radiação da gama das micro-ondas o permite que sejam utilizadas nas comunicações a satélites,
como no sistema de posicionamento global, pelo facto de não serem absorvidas ou refletidas pela
atmosfera terrestre e também não sofrerem fenómenos significativos de refração ou difração,
viajando em linha reta na atmosfera.
− à radiações visível e à radiação ultravioleta de menor energia, que permite a ocorrência na Terra
de fenómenos essenciais à vida, como é o caso da fotossíntese.

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Por outro lado, a atmosfera é opaca:
− à radiação raios gama, aos raios X e grande parte do ultravioleta de maior energia, sendo essa
opacidade fundamental à sobrevivência dos seres vivos uma vez que essas radiações apresentam
um elevado poder ionizante.
− à radiação infravermelha, menos energética, mas que permite uma temperatura média no planeta
que facilita a sobrevivência dos seres vivos.

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