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Movimento oscilatório

e
movimento ondulatório

Carla Quintão
Porquê estudar movimento oscilatório e ondas?

* Tópicos úteis em várias unidades curriculares:


Mecânica, Electromagnetismo, Mecânica Quântica, Fisiologia, Física
Atómica e Molecular, Física Nuclear, Métodos de Imagem Médica,
Biomateriais, Fotónica, Nanotecnologia, Análise de Sinais, Óptica,
Imagiologia, Radiação e Radioterapia.
Movimento harmónico simples

Força proporcional Movimento periódico ou oscilatório


ao deslocamento

Conservação da Movimento harmónico simples


energia mecânica

MOVIMENTO HARMÓNICO SIMPLES (MHS)

• Um movimento diz-se do tipo harmónico simples,


quando é representado pela expressão:

x = A cos(t +  )
3
Características do MHS

A – amplitude máxima do movimento.

 - fase inicial do movimento.

 - frequência angular

Pêndulo: Mola:
Animação Animação
http://chair.pa.msu.edu/applets/pendulum/a.htm http://lectureonline.cl.msu.edu/~mmp/kap13/cd361a.htm 4
Grandezas do MHS
• Ao conjunto (t+) dá-se o nome de fase.

• Ao tempo que demora uma partícula a executar


um ciclo completo dá-se o nome de período ⎯ T.

• Usando esta definição e o facto de um ciclo


corresponder a 2 é possível deduzir a relação:

2
=
T
• A frequência é definida como o inverso do período:

1
f =
T 5
Grandezas no MHS
Para determinar a velocidade e a aceleração de uma
partícula em MHS:

v=
dx
= −Asen (t +  ) vmáx = A
dt
dv
amáx =  2 A
a= = − 2 A cos(t +  )
dt a = − 2 x

6
Grandezas no MHS

• As relações de fase entre


estas grandezas são
dadas pelo gráfico:

7
O pêndulo gravítico

Para pequenas oscilações,


cumpre-se a relação:

1 l
T = = 2
f g

8
http://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/MHS/pendulo.php, consultado a 18/10/2013
O pêndulo físico

Sendo que no pêndulo


físico o período é dado por:

I
T = 2
mgh

9
http://www.rakeshkapoor.us/ClassNotes/Oscillations.html, consultado a 18/10/2013
A mola como MHS

O período da mola é dado por:

m
T = 2
k
http://demo.webassign.net/ebooks/cj6de
mo/pc/c10/read/main/c10x10_1.htm,
consultado a 18/10/2013

10
http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/shm2.html, consultado a 18/10/2013
A mola como MHS
A energia potencial elástica é dada por:

1 2
E p ,e = kx
2

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Ondas Mecânicas
Formalismo válido para diversos
fenómenos: o som e a luz, por
exemplo, relacionados com dois
ONDAS importantes sentidos.

Descrição válida para


fenómenos periódicos.

ALGUNS CONCEITOS RELACIONADOS COM AS ONDAS:

Amplitude

• Uma onda não é mais do que a propagação de uma perturbação


no meio, que permite a condução de energia sem que haja
transferência de massa. À intensidade dessa perturbação, dá-se o
nome de amplitude.
12
Ondas Mecânicas

Frequência

• A frequência de uma onda, f, é definida como o número de ciclos


que esta executa por unidade de tempo. É dada em hertz (H) ou s-1.

Período

• O período é definido como o tempo que a onda demora a executar


um ciclo e, portanto, é o inverso da frequência.
1
T=
f
Comprimento de onda

• O comprimento de onda, , é definido como espaço percorrido por


uma onda durante um período.
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Ondas Mecânicas
Velocidade de propagação

• Tendo em conta a definição de comprimento de onda e de


período, a velocidade de propagação é dada por:


v=
T
Frequência angular

• Uma outra definição importante no formalismo das ondas é a


frequência angular. Esta grandeza tem informação redundante
relativamente à frequência da onda, mas as suas unidades são
angulares: rad s-1.

 = 2f
14
Ondas Mecânicas
Número de onda

• Existe a grandeza análoga à frequência angular relativamente ao


comprimento de onda, à qual se dá o nome de número de onda e
que tem como unidade rad s-1:

2
k=
Fase 
• Assumindo que um ciclo completo pode ser representado por um
ângulo de 360º. A fase de uma onda é a situação em que esta se
encontra, dada em radianos.

Animação
http://ngsir.netfirms.com/englishhtm/TwaveA.htm

15
Ondas Mecânicas
Representação matemática de uma onda
2𝜋
𝜓(𝑥, 𝑡) = 𝐴 𝑠𝑒𝑛(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 + 𝜑) = 𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝑥 − 2𝜋𝑓𝑡 + 𝜑 =
𝜆
2𝜋 2𝜋 2𝜋
= 𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝑥− 𝑡 + 𝜑 = 𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝑥 − 𝑣𝑡 + 𝜑
𝜆 𝑇 𝜆

As ondas podem ser longitudinais ou transversais. Na primeira a


perturbação do meio tem a mesma direcção da propagação da onda,
na segunda, é perpendicular a esta.

Transversais: Longitudinais:

Animação
http://ngsir.netfirms.com/englishhtm/TwaveA.htm
Animação
http://www.schulphysik.de/suren/Applets/Waves/Lwave01/Lwave01Applet.html

16
Ondas Mecânicas

Transversais: Longitudinais:

17
Ondas Mecânicas
• As ondas apresentam um comportamento distinto quando
atravessam a interface entre dois meios. Nessa situação, em
geral, parte da onda é reflectida.
• Quando as irregularidades da superfície de separação entre os
dois meios são pequenas relativamente ao comprimento de onda
essa reflexão é especular, caso contrário é difusa (raio de luz
sobre um espelho no 1º caso, ou sobre um papel no 2º).
• Sofrem ainda refracção:

18
Ondas Mecânicas

Comportamento das ondas na transição de dois


meios com diferentes índices de refracção:

Animação
http://www.lon-capa.org/~mmp/kap25/Snell/app.htm

Animação
http://www.walter-fendt.de/ph14e/huygenspr.htm

https://phet.colorado.edu/sims/html/bendin
g-light/latest/bending-light_en.html

19
Ondas Mecânicas
• A soma de ondas é vectorial. Por isso, quando duas ou mais
ondas se propagam no mesmo meio observam-se fenómenos de
interferência.

Exemplos de interferência construtiva, genérica e destrutiva. 20


Ondas Mecânicas

• Quando as ondas que interferem não têm a mesma frequência, o


resultado é, em geral, muito complexo!

Interferência de ondas

Animação
http://www.acs.psu.edu/drussell/demos/superposition/superposition.html

https://phet.colorado.edu/sims/html/wave-
on-a-string/latest/wave-on-a-string_en.html

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Ondas Sonoras
• Como as ondas sonoras apresentam amplitudes numa gama
muito larga. A sua intensidade é dada em dB (decibel):

I
dB = 10 log
I0
• A intensidade do som relaciona-se com a pressão máxima que
o meio de propagação sofre através da relação:

2
P
I= máx
2 v
• Pelo que o decibel pode também tomar a forma:
Pmáx
dB = 20 log
Pmáx 0 22
Ondas Sonoras
• O comportamento acústico de um meio é descrito, em parte, pela
sua impedância acústica e define-se através da expressão:

Z = v
• Ao considerar uma onda sonora que incide perpendicularmente
numa superfície, a fracção de energia incidente que é reflectida (ou
coeficiente de reflexão) é dada por:
2
 Z 2 − Z1 
 R =  
 Z 2 + Z1 
• O coeficiente de transmissão (fracção da energia incidente que é
transmitida) é definido como:

4Z 1 Z 2
T =
(Z 1 + Z 2 ) 2 23
Ondas Sonoras
Efeito de Doppler

• O efeito de Doppler corresponde a uma alteração da frequência de


uma onda, devido ao movimento relativo entre a fonte e o sensor.

Animação
http://www.walter-fendt.de/ph14e/dopplereff.html

24
Ondas Sonoras
• Após um intervalo de tempo t depois da criação de uma determinada
frente de onda, a distância entre a frente de onda e a fonte é de:

(v − vs )t
• O comprimento de onda na direcção do movimento é diminuído para:

v − vs
=
f0
• E, portanto, a variação de frequência é dada por:
 vS 
f = f 0  
 v − vS 
ou, admitindo que vS é muito menor que v:

 vS 
f = f 0   25
 v 
Ondas Sonoras

• Nocaso mais geral, em que o feixe não tem a direcção do


movimento e em que o desvio é causado pelo movimento de um
objecto reflector móvel, a variação da frequência vem:

 vo 
f = 2 f 0   cos 
v

Animação
http://astro.unl.edu/classaction/animations/light/dopplershift.html

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Anatomia do Ouvido Humano

• O ouvido divide-se em 3 partes: ouvido externo, ouvido


médio e ouvido interno.

Animação
https://www.youtube.com/watch?v=qgdqp-oPb1Q

Animação
https://www.youtube.com/watch?v=P5gyQf2gVvA
Factos Curiosos

Há alguns factos muito curiosos a realçar no funcionamento do


ouvido:

• O canal auditivo tem dimensões tais que funciona como uma


cavidade de ressonância para frequências na ordem de
3000 Hz, frequência típica do discurso oral.

• Tanto o ouvido externo, como o ouvido médio estão


construídos de modo a amplificar o sinal (aumento da pressão).

• A trompa de Eustáquio é responsável pela manutenção da


pressão atmosférica no interior do ouvido interno.

• Existem dois músculos no ouvido médio que atenuam as


baixas frequências e intensidades de som excessivas (quando
estas são graduais ou quando têm origem no nosso próprio
discurso)
Factos Curiosos
• Os ossículos funcionam como adaptadores de impedância
acústica (entre o ar do ouvido externo e o fluido do ouvido
interno).

• Os canais semicirculares dão informação ao cérebro a respeito


da posição e do movimento da cabeça, estando relacionados
com o equilíbrio.
Animação
https://www.youtube.com/watch?v=YMIMvBa8XGs

• As células ciliares da cóclea estão de tal forma organizadas


que as que se encontram mais próximas da base da cóclea são
sensíveis às frequências mais altas, enquanto que as que se
encontram mais próximas do ápex são sensíveis às frequências
mais baixas.

• A janela redonda permite dissipar o excesso de energia das


ondas que se propagam através da cóclea.
O Audiograma
• O normal funcionamento do ouvido humano permite sermos
sensíveis a frequências que vão desde 20 Hz até 20 000 Hz nos
adultos. Esta capacidade é diminuída com o passar dos anos.

• O nosso ouvido consegue detectar diferenças de som na ordem


de 0.1 % da frequência considerada.
Gama de Sons Audíveis

Nível do Situação
som (dB)
0 Som mínimo audível
10 Movimento das folhas das árvores
20 Uma rua com pouco movimento
30 Sussurro
40 Conversação
50 Ruído médio de uma casa
60 Conversação (de um indivíduo para outro que se encontra a 1 m)
70 Ruído no interior de uma loja de grandes dimensões
80 Ruído de uma estrada com grande movimento a 18 m
85 Primeiro nível de perigo
90 Ruído no interior de um camião ou de um metropolitano
100 A 8 m de um camião numa rua estreita
110 A 1 m de um grupo rock ou a 15 m de um apito de comboio.
120 A 175 m de um avião
130 A 35 m de um avião a jacto
Elementos de Óptica
Dimensões dos componentes
ópticos muito superiores ao
ÓPTICA comprimento de onda da luz.
GEOMÉTRICA
Um feixe luminoso como um
conjunto de raios perpendiculares
à frente de onda.

ÍNDICES DE REFRACÇÃO, LEI DE SNELL E ÂNGULO CRÍTICO

• A velocidade da luz toma o seu valor máximo no vazio ⎯ c. A


velocidade da luz em qualquer outro meio, v, relaciona-se com
o índice de refracção desse mesmo meio, n:

c
v=
n
Lei de Snell
• O ângulo de refracção, relaciona-se com o ângulo de
incidência através dos índices de refracção dos dois meios,
Lei de Snell:
sen1 n2
=
sen 2 n1

Animação
http://www.lon-capa.org/~mmp/kap25/Snell/app.htm
Elementos de Óptica
• O ângulo crítico ocorre quando o raio, ao passar de um meio
com um índice de refracção maior para um meio com um índice
de refracção menor é refractado segundo um ângulo de 90º
(tangente à interface).

• As lentes podem ser convergentes ou divergentes, conforme a


sua geometria seja convexa ou côncava .

• O comportamento das lentes


convergentes está
representado na seguinte
figura:
Elementos de Óptica
• Enquanto que o das lentes divergentes é representado por:

•A distância focal, f, de uma lente é dada através da expressão:

 1 1 
= (n − 1) −
1

f  R1 R2 
Convencionou-se que a luz se propaga da esquerda para a
direita e que uma lente apresenta um raio de curvatura
positivo quando a superfície com que o raio se depara é
convexa e negativo quando essa superfície é côncava.
Elementos de Óptica
• O poder focal de uma lente é dado por:

1
poder focal = (diopetrias)
f
• Quando duas ou mais lentes se associam (considera-se que
se encontram encostadas), a distância focal do conjunto cumpre
a relação:
1 1 1
= +
fT f1 f 2

• No caso de um objecto extenso, se pensarmos que cada


ponto do objecto se comporta como uma fonte pontual, é fácil
prever que:
altura da imagem q
=−
altura do objecto p
Elementos de Óptica
• Numa lente convergente, quando um objecto se encontra
sobre o eixo óptico a uma distância superior à distância focal,
cria-se uma imagem real, quando a distância é inferior à
distância focal, a imagem é virtual.

1 1 1
= +
f p q

• Numa lente divergente a imagem formada é sempre virtual.


O Olho Humano
O OLHO HUMANO

Aspectos relevantes das capacidades do olho humano:

1. Combina a possibilidade de observar eventos numa larga


gama de ângulos, com uma extrema acuidade no que respeita
a um objecto que se encontre exactamente à sua frente.

2. Apresenta a possibilidade de adaptar a distância focal e


proceder à limpeza da lente de um modo rápido e automático.

3. Consegue operar numa extensa gama de intensidades


luminosas (cerca de 7 ordens de grandeza diferentes).

4. A córnea possui uma enorme capacidade de reparação dos


tecidos de que é constituída.
O Olho Humano
Aspectos relevantes das capacidades do olho humano (cont.):
5. Regula de um modo extremamente eficiente a pressão no seu
interior.
6. Ao nível do processamento cerebral, a informação recolhida
por cada um dos olhos é utilizada para fornecer informação
tri-dimensional.

Animação
http://interactivehuman.blogspot.com/2008/05/eye-animation-learn-how-you-eye-works.html
Factos Curiosos
Há alguns factos curiosos a realçar no funcionamento do olho:

1. O índice de refracção da córnea é muito diferente do do ar,


pelo que os raios luminosos sofrem uma refracção muito
significativa ao atravessá-la.

2. A íris, ao determinar a abertura da pupila, controla a


quantidade de luz que entra no olho.

3. A lente ou cristalino tem dimensões variáveis dependendo da


contracção dos músculos que a ele estão ligados.

4. O humor vítreo, sendo uma substância gelatinosa, confere a


geometria esférica ao olho.

5. Os bastonetes são sensíveis à intensidade da luz, enquanto


que os cones são sensíveis à cor.
Factos Curiosos

Propriedades Bastonetes Cones


Respondem a: luz fraca luz intensa
Apresentam a sua máxima azul-verde verde-amarelo (560 nm)
sensibilidade ao comprimento (500 nm)
de onda:
Apresentam uma resolução baixa alta
espacial:
Quanto à visão a cores: não apresentam são necessários, pelo
menos, dois tipos de
cones
Tempo de adaptação à cerca de 15 cerca de 5 minutos
escuridão: minutos
Factos Curiosos
Há alguns factos curiosos a realçar no funcionamento do olho:

6. A fóvea é a região da retina mais densamente povoada por


cones (chega a atingir 150 000 cones por mm2).

7. Existe uma região cega no olho humano que é a região onde


o nervo óptico abandona a retina.

Componentes do olho humano Índice de refracção

Córnea 1.37
Humor aquoso 1.33
Superfície das lentes 1.38
Interior das lentes 1.41
Humor vítreo 1.33

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